EM | Setembro / Outubro | 2023
Sumário GUIA – 1
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
Canaletas, eletrodutos, eletrocalhas, perfilados e leitos para cabos Da Redação de EM O uso do conduto adequado para cada tipo de linha protege os condutores e torna os circuitos acessíveis para manutenção e ampliação. Dezenas de fornecedores estão listados no guia, com as características de seus produtos e suas informações de contato.
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Proteção contra faltas a arco em circuitos terminais Arcos em série com a carga apresentam intensidades de corrente abaixo do limiar de atuação das proteções por fusíveis e disjuntores, e estão fora do alcance de dispositivos DR. O artigo analisa uma proteção específica para detecção de faltas a arco em circuitos terminais.
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GUIA – 2 Revendedores e distribuidores de material elétrico O levantamento traz uma relação atualizada de empresas de revenda e distribuição instaladas na maioria dos estados brasileiros, com a descrição de sua oferta relativa a 40 dos itens mais utilizados nas instalações elétricas e de iluminação. Veja quais são elas e como contactá-las.
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QUALIDADE DA ENERGIA
GUIA – 3
ILUMINAÇÃO
O efeito pelicular e os harmônicos: qual a relevância para as instalações?
Acionamentos c.a. e soft-starters
A relação de lâmpadas e luminárias com a poluição luminosa
Além das perdas térmicas por efeito Joule, causadas pelas correntes harmônicas, também o efeito pelicular costuma ser mencionado. A parte 1 deste artigo, publicada na edição anterior de EM, questionou explicações teóricas. Esta continuação traz um exemplo de aplicação.
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Dispositivos eletrônicos que desempenham papel fundamental na indústria atual, os acionamentos c.a. de velocidade controlada e as chaves de partida de motores têm, neste guia, uma lista de fornecedores do mercado nacional, com as características de sua oferta.
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CONGRESSO
GUIA – 4
Sendi 2023 destaca os desafios da distribuição
Bancos de capacitores de baixa tensão
A 24a edição do Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica acontece em novembro em Vitória, ES, em clima de grande expectativa e com ampla programação envolvendo ESG, sustentabilidade, inovação, mercado livre e a transformação do negócio de distribuição.
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4 Carta ao Leitor No Circuito 6 EM Sintonia 18 66 EM Aterramento EM Ex 68
Agenda 70 Produtos 72 Publicações 73 73 Índice de Anunciantes Momento 74
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Estréia EM Profissionais
Entre as vantagens de uso de bancos de capacitores figuram correção do fator de potência, suporte de reativos para melhorar o nível de tensão e redução do carregamento dos circuitos e das perdas. Veja no guia uma lista de fornecedores e as características da sua oferta.
SEÇÕES
A iluminação artificial em direção ao céu, emitida por lâmpadas e luminárias, pode provocar a poluição luminosa, impedindo a visualização das estrelas. Respeito aos limites das normas e melhores projetos de luminárias e de sistemas de iluminação podem controlar o problema.
Vinicios Ayrão inaugura nesta edição coluna em que apresenta e discute aspectos ligados à atualização dos profissionais de eletricidade em relação a novas tecnologias e tendências do mercado.
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Roberto Monticelli Wydra, com fotos de Martin Podzorny e “104000” (via Shutterstock) As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por EM podendo mesmo ser contrárias a estas.
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Carta ao Leitor
Mauro Crestani editor de EM
A revisão da NBR 5410 e a segurança contra incêndio A norma brasileira de instalações elétricas de baixa tensão, a prestigiada e fundamental ABNT NBR 5410, está, como sabemos, em revisão pela comissão de estudos CE-003.064.001 do Cobei/ABNT. Depois de um processo em que se levou anos examinando o texto da norma, praticamente linha a linha, a proposta da comissão estava prevista ir a consulta nacional neste mês de outubro. É uma boa notícia, embora se saiba de antemão que nessa fase novas e numerosas sugestões serão feitas ao projeto, quase certamente ensejando uma segunda consulta. Mas importa aqui é o que se sabe dos avanços já incorporados ao projeto, como a introdução do AFDD – Arc Fault Detection Device (dispositivo de detecção da faltas a arco). Utilizado há anos nos EUA e na Europa, o AFDD interrompe circuitos terminais em que ocorrem faltas a arco não detectáveis por disjuntores, fusíveis ou interruptores DR, as proteções clássicas. Exemplos típicos são um mau contato nos terminais de uma tomada, uma conexão frouxa, um condutor partido no interior da isolação, dando origem a arcos em série com a carga, os quais constituem “a condição mais crítica sob o ponto de vista da proteção contra incêndio”, como alertam Celso L.P. Mendes e João Gilberto Cunha em excelente artigo sobre o assunto nesta edição. O AFDD nasceu nos EUA, por causa de estatísticas mostrando que grande parte dos incêndios se originavam em tomadas com mau contato. O NEC – National Electrical Code o exige desde 1999 (lá é chamado de AFCI, arcing fault circuit interrupter), e na edição de 2020 os prescreve para praticamente todos os circuitos terminais em instalações residenciais. Na Europa, a legislação alemã não obriga mas recomenda a instalação de AFDDs em circuitos terminais de dormitórios e em outros locais com requisitos específicos, descritos no artigo mencionado. E o projeto de revisão da NBR 5410 segue na mesma linha, a da recomendação do uso em dormitórios e recintos, por exemplo, que contenham materiais perigosos. Há ainda tendência de que, instituído como recomendação nesta NBR 5410, o AFDD evolua para transformar-se em prescrição num futuro próximo. Como disse em recente palestra sobre a revisão da norma no congresso Eletrotec, de EM, o engenheiro Hilton Moreno, que tem atuação destacada na comissão: “o caminho deve ser o mesmo adotado para o dispositivo DR na edição da norma de 1990 e o DPS na de 1997. Apareceram como recomendações mas foram tornados obrigatórios nas revisões seguintes da norma.” EM Profissionais – Vinícius Ayrão estreia aqui sua coluna “EM Profissionais”, na qual aponta e comenta tecnologias emergentes, as técnicas mais atuais e as últimas tendências do mercado, às quais os profissionais de eletricidade precisam estar atentos. Com seus mais de 20 anos de atuação em diversas frentes da engenharia elétrica, Ayrão tem vasta bagagem e um radar calibrado para as novidades de fato importantes. Saudamos aqui mais essa valiosa aquisição para nossos time de colunistas, todos craques, que muito nos honram com sua valorosa colaboração com a revista, a bem de nossos leitores.
DIRETORES Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam) REDAÇÃO Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225) Redatora: Jucele Menezes dos Reis PUBLICIDADE Gerente comercial: Elcio Siqueira Cavalcanti Contatos: Eliane Giacomett eliane.giacomett@arandaeditora.com.br Ivete Lobo ivete.lobo@arandaeditora.com.br Tel. (11) 3824-5300 REPRESENTANTES BRASIL Interior de São Paulo e Rio de Janeiro: Guilherme Freitas de Carvalho – cel. (11) 98149-8896; guilherme.carvalho@arandaeditora.com.br Minas Gerais: Oswaldo Alípio Dias Christo – R. Wander Rodrigues de Lima, 82 - cj. 503; 30750-160 Belo Horizonte, MG; tel./fax (31) 3412-7031; cel. (31) 99975-7031; oadc@terra.com.br Paraná e Santa Catarina: Romildo Batista – Rua Carlos Dietzsch 541, cj 204, bl. E; 80330-000 Curitiba, PR; tel. (41) 3209-7500 / 3501-2489; cel. (41) 99728-3060; romildoparana@gmail.com Rio Grande do Sul: Maria José da Silva tel. (11) 2157-0291; cel. (11) 981-799-661; maria.jose@arandaeditora.com.br INTERNATIONAL ADVERTISING SALES REPRESENTATIVES China: Hangzhou Oversea Advertising – Mr. Weng Jie – 2-601 Huandong Gongyu, Hangzhou, Zhejiang 310004 (86-571) 8706-3843; fax: +1-928-752-6886 (retrievable worldwide); jweng@foxmail.com Germany: IMP InterMediaPartners – Mr. Sven Anacker Beyeroehde 14, 42389 Wuppertal tel.: +49 202 27169 13. fax: +49 202 27169 20 www.intermediapartners.de; sanacker@intermediapartners.de Italy:Quaini Pubblicità – Ms. Graziella Quaini – Via Meloria 7 20148 Milan – tel.: +39 2 39216180, fax: +39 2 39217082 grquaini@tin.it Japan:Echo Japan Corporation – Mr. Ted Asoshina Grande Maison Room 303; 2-2, Kudan-kita 1-chome, Chiyoda-ku, Tokyo 102-0073 – tel: +81-(0)3-3263-5065, fax: +81-(0)3-3234-2064 aso@echo-japan.co.jp Korea: JES Media International – Mr. Young-Seoh Chinn 2nd fl, Ana Building, 257-1, Myungil-Dong, Kandong-Gu Seoul 134-070 – tel: +82 2 481-3411, fax: +82 2 481-3414. jesmedia@unitel.co.kr Switzerland:Rico Dormann - Media Consultant Marketing Moosstrasse 7,CH-8803 Rüschlikon tel.: +41 44 720-8550, fax: +41 44 721-1474. dormann@rdormann.ch Taiwan: Worldwide Services Co. – Ms. P. Erin King 11F-2, No. 540 Wen Hsin Road, Section 1; Taichung, 408 tel.: +886 4 2325-1784, fax: +886 4 2325-2967. global@acw.com.tw UK (+Belgium, Denmark, Finland, Norway, Netherlands, Norway, Sweden):Mr. Edward J. Kania - Robert G Horsfield International Publishers – Daisy Bank, Chinley, Hig Peaks, Derbyshire SK23 6DA tel. +44 1663 750 242; mobile: +44 7974168188 ekania@btinternet.com USA:Ms. Fabiana Rezak – 12911 Joyce Lane – Merrick, NY 11566-5209 – tel. (516) 858-4327; fax (516) 868-0607; mobile: (516) 476-5568. arandausa@gmail.com ADMINISTRAÇÃO Diretor Administrativo: Edgard Laureano da Cunha Jr. PRODUÇÃO Sarah Esther Betti, Vanessa Cristina da Silva e Talita Silva. CIRCULAÇÃO Clayton Santos Delfino Tel.: (011) 3824-5300; csd@arandaeditora.com.br SERVIÇOS Impressão e acabamento: Ipsis Gráfica e Editora Distribuição: ACF - Ribeiro de Lima PROJETO RudekWydra site: www.rudekwydra.com.br Roberto Monticelli Wydra atendimento@rudekwydra.com.br TIRAGEM 12 000 exemplares ELETRICIDADE MODERNA, revista brasileira de eletricidade e eletrônica, é uma publicação mensal da Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda. Redação, publicidade, administração e correspondência: Alameda Olga, 315; 01155-900 São Paulo, SP - Brasil. TEL. + 55 (11) 3824-5300 em@arandaeditora.com.br | www.arandaeditora.com.br
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No Circuito Fabricantes de proteções contra raios criam associação Com o objetivo de unir esforços para combater a venda de produtos não conformes e a concorrência desleal, empresas que compõem a cadeia de proteção de descargas atmosféricas criaram a Abraraio - Associação Brasileira das Empresas de Para-Raios, Aterramentos e Sistemas de Proteção. Rodrigo Bianchi, presidente da Abraraio, ressalta que o foco principal da associação é “advogar pelas melhores práticas em engenharia, enfatizando a importância da segurança”. De acordo com Bianchi, o mercado brasileiro tem sido “invadido” por produtos de proteção atmosférica não conformes, em sua maioria de origem chinesa, que representam uma ameaça à segurança das instalações e das pessoas. “Tais equipamentos não passaram por nenhum tipo de verificação antes de chegarem às mãos dos consumidores. São mais baratos, mas sem qualidade comprovada, e colocam em risco a vida das pessoas. Queremos combater a entrada de dispositivos que não atendam às especificações e normas no mercado brasileiro”, afirma. Além das preocupações com a segurança, o presidente da Abraraio destaca os impactos econômicos da perda de mercado provocada pela suposta concorrência desleal, como a redução da produção nacional e, consequentemente, a diminuição de postos de trabalho. “Portanto, este não é Rodrigo Bianchi, presidente da Abraraio: “Queremos combater a entrada de dispositivos que não atendam às especificações e normas no mercado brasileiro”
apenas um problema técnico, mas também social”, conclui. Uma das estratégias da nova associação é trabalhar em conjunto com órgãos governamentais, principalmente o Ministério Público, o Inmetro e a ABNT, e conscientizar a sociedade sobre a importância de utilizar produtos que ofereçam segurança e atendam às normas. A entidade também reivindica a criação de uma norma de certificação pelo Inmetro para permitir a comercialização de produtos estrangeiros no Brasil. “As descargas atmosféricas são correntes elétricas que podem ser fatais. Ao optar por produtos de baixa qualidade, as pessoas podem pensar que estão protegidas, quando na realidade não estão”, destaca o presidente da associação. A Abraraio também propõe uma maior fiscalização em portos para impedir a entrada de produtos ilegais. “Certificar não é suficiente, uma vez que há produtos que o Inmetro nem sequer tem conhecimento de que entraram no País. Por isso, a proteção de fronteira também é importante”, afirma Bianchi. A associação pretende ainda realizar testes em laboratório de produtos importados comercializados no mercado para verificar sua conformidade. “O objetivo é comprovar a baixa qualidade desses equipamentos e fornecer dados embasados para a ação do Inmetro”. Segundo Biachi, a entidade não é contrária à entrada de produtos importados, desde que eles ingressem no mercado sob as mesmas condições técnicas de competição. “Não temos problemas com a concorrência, desde que seja justa. A Abraraio hoje é formada por diversas empresas concorrentes, mas todas as associadas seguem as normas da ABNT e atendem todos os requisitos do Inmetro”. Outra meta da entidade é estabelecer-se como um canal de consulta para profissionais da área elétrica. Para tanto, a associação se coloca à disposição para esclarecer dúvidas sobre sistemas de proteção atmosférica e a qualidade de equipamentos de proteção contra raios através de suas redes sociais (e-mail abra raio2023@gmail.com e linkedin https://
www.linkedin.com/company/abraraioassocia%C3%A7%C3%A3o-brasileira-dasempresas-de-para-raios-aterramentos-esistemas-de-prote%C3%A7%C3%A3o/). “Qualquer dúvida que um profissional possa ter durante a instalação ou manutenção de um sistema de proteção atmosférica pode ser direcionada à Abraraio”, reforça o presidente da associação. Bianchi também fornece “dicas” para identificar produtos não conformes, como preços incompatíveis com o mercado, inexistência de dados técnicos na embalagem e ausência de distribuidores ou representantes nacionais dos equipamentos. Atualmente, a entidade é composta por nove empresas fabricantes: Balestro (pararaios de média e alta tensão, transformadores e redes de distribuição), Fastweld (soldas exotérmicas), Intelli (cabos, hastes e conectores de aterramento), Crossfox (cabos e materiais elétricos), Termotécnica, Paratec e Paragam (SPDA, MPS e aterramentos) e Montal e Raycon (SPDA).
Petrobras quer investir em eólicas A Petrobras protocolou no Ibama 23 GW em projetos eólicos offshore para licenciamento ambiental. São dez áreas no mar brasileiro, das quais sete estão na região Nordeste (três no Rio Grande do Norte, três no Ceará e uma no Maranhão); duas no Sudeste (uma no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo) e uma no Sul do País (no Rio Grande do Sul). Os pedidos, que não garantem o direito sobre as áreas, até mesmo porque a regulamentação da nova fonte ainda não está pronta, representam estratégia da estatal de se tornar a maior desenvolvedora eólica do País, segundo afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. “Somos a empresa que mais detém conhecimento do ambiente offshore brasileiro e temos tradição em operações marítimas que podem
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volvida pela companhia em parceria com a USP. Além dos projetos protocolados agora no Ibama, a empresa também já assinou em março uma carta de intenções com a Equinor para avaliar a viabilidade técnico-econômica e ambiental de sete projetos de geração de energia eólica offshore na costa brasileira, com potencial para gerar até 14,5 GW. Faz parte também do projeto eólico da Petrobras parceria com a Weg para desenvolver aerogerador de 7 MW, que será utilizado para operação onshore.
Empresa protocolou pedidos para licenciamento de projetos offshore no Ibama e mira aquisições de parques onshore
trazer sinergias relevantes aos projetos de eólica offshore”, disse. Além da estratégia de longo prazo com as eólicas offshore, a Petrobras quer também atuar com parques onshore, no curto prazo. Segundo o diretor de transição energética da empresa, Maurício Tolmasquim, já há conversas adiantadas para compra de parques em operação e em desenvolvimento. Outra parte do plano é entrar como sócia minoritária em parques eólicos offshore no exterior. A Petrobras já conduz campanha de mapeamento eólico no Brasil há dez anos. Neste ano, porém, a empresa está intensificando as campanhas de medição em algumas locações no mar brasileiro, fundamentais para a avaliação da viabilidade técnica de futuras instalações de energia eólica offshore. É o caso, por exemplo, de seis plataformas localizadas em águas rasas no litoral dos estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Espírito Santo. Já a área escolhida no Rio de Janeiro apresenta diferencial entre todas as outras já protocoladas junto ao Ibama para projetos de eólica offshore no Brasil. É a única posicionada em profundidade d´água maior que 100 metros, na qual não é possível utilizar fundações fixas, cravadas diretamente no solo marinho. Para esse caso, as instalações têm que ser flutuantes, semelhantes à tecnologia que vem sendo desen-
Coppe inaugura piloto de hidrogênio verde A Coppe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, inaugurou planta piloto de produção e aplicabilidade de hidrogênio verde. O projeto envolve a produção de hidrogênio a partir da eletrólise da água, com uso de energia solar fotovoltaica, e o seu uso em processos industriais, além da aplicação em bicicletas movidas a H2 e em pilhas a combustível de óxido sólido. A planta de produção de hidrogênio verde utiliza nove eletrolisadores com AEM
O projeto também inclui estudos de aplicação em processos industriais e em mobilidade urbana, com uso de bicicletas
(membrana de troca aniônica), capazes de gerar 8,6 kg de hidrogênio por dia. Além disso, tem supercapacitor, sistema de compressão que comprime o hidrogênio a 385 bar de pressão e 24 cilindros de armazenamento. A iniciativa contou com recursos da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável e com a participação de pesquisadores de quatro laboratórios da Coppe: Laboratório de Transporte Sustentável (LabTS), Laboratório de Eletrônica de Potência e Média Tensão (LEMT), Núcleo de Catálise (Nucat) e Laboratório de Hidrogênio (LabH2). De acordo com a coordenadora do LabTS, Andrea Santos, a cooperação permitirá desenvolvimentos em várias áreas do conhecimento do combustível. Entre eles, haverá estudos sobre geração estacionária de energia elétrica, armazenamento de energia na forma de gás e energia elétrica (células/pilhas a combustível de óxido sólido), produção de e-fuel e o uso do hidrogênio verde na mobilidade urbana, com bicicletas elétricas movidas a H2V.
H2V vai ser produzido em Passo Fundo Está sendo constituído um projeto em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, para produzir hidrogênio verde. A iniciativa envolve as empresas Migratio Soluções, Phama Energias Renováveis e a Torao Participações, que criaram a empresa Begreen para coordenar a iniciativa que prevê o uso de eletrolisador para produzir o H2V, alimentado por fontes renováveis de energia. A meta é atender a cadeia de fertilizantes, com a transformação do hidrogênio verde em amônia líquida (NH3), por meio de reação do H2 com nitrogênio captado do ar. Segundo os envolvidos, o investimento total serádeR$140milhões,comprevisãodetornaraunidade operacional no primeiro semestre de 2026, para produzir 3 milhões de toneladas anuais de amônia verde. O empreendimento conta ainda com a parceria da Universidade de Passo Fundo, responsável pela produção e por testes em laboratório e em campo. Serão
avaliadas várias formulações, dosagens e a aplicações da amônia em culturas diferentes, para entender o real potencial de fertilizantes nitrogenados em solos brasileiros. Segundo o sócio-diretor da Migratio Soluções, Fabio Saldanha, além da questão ambiental, os fertilizantes à base desse tipo de amônia têm a vantagem de serem produzidos na forma líquida, mais eficazes em relação aos tradicionais granulares, que oxidam facilmente e dependem da chuva para terem resultados eficientes. A Migratio atua em comercialização, inteligência e soluções na área de energia no mercado livre. A empresa tem meta de desenvolver nos próximos três anos projetos para a geração de energia e amônia verde com investimentos de mais de R$ 200 milhões. No ano de 2022, o grupo registrou faturamento de R$ 186 milhões.
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No Circuito Como parte do programa, quatro bicicletas híbridas elétrico/hidrogênio, com 150 km de autonomia, circularão pelo campus da UFRJ. As bicicletas utilizam cilindro de combustível com capacidade para dois litros de hidrogênio, que pode ser recarregado em dois minutos.
Eletra expande produção de ônibus elétrico A Eletra está expandindo a produção e venda de seus primeiros ônibus elétricos montados em sua fábrica em São Bernardo do Campo, SP. O projeto E-Bus, como foi batizado pela empresa, foi incentivado com recursos da agência de fomento paulista Desenvolve SP, vinculada ao governo do estado.
São Paulo inicia eletrificação de ônibus urbanos Em acordo que envolve a Enel X, empresa do grupo italiano Enel, e as empresas de ônibus Ambiental, Transpass e Transwolff, passou a circular de forma gradual em setembro na cidade de São Paulo 50 ônibus elétricos. Os veículos contam com carroceria Caio, tração elétrica da Eletra e baterias da Weg. O investimento da Enel X no projeto é de R$ 160 milhões. A entrega dos ônibus no dia 19 de setembro representa o início de um programa da prefeitura paulistana, regulamentado por lei municipal de mudanças climáticas da cidade (16.802/18), que prevê a implantação de 2,6 mil ônibus de baixa emissão de carbono até o fim de 2024, equivalente a 20% da frota. Além das primeiras 50 unidades, a Enel X revela em comunicado que deve entregar mais unidades no programa, já que negocia com outros operadores e demais montadoras de ônibus elétricos homologadas pela SPTrans. A parte da Enel X nos acordos inclui, além da dispo-
Segundo a diretora comercial da Eletra, Iêda Maria Oliveira, quando a empresa começou sua produção em 2018 a capacidade produtiva era para cinco veículos por semana. Atualmente, a produção
Primeira entrega, de programa para 2,6 mil ônibus até 2024, envolveu 50 veículos em contrato com a Enel X
nibilização dos ônibus elétricos, a infraestrutura de recarga a ser instalada nas garagens das operadoras, com carregadores da Enel X Way, e as tecnologias para o suporte ao monitoramento da operação dos veículos elétricos. A Enel Trading, comercializadora do grupo, disponibilizou também a oferta de energia renovável certificada no mercado livre para atender à demanda de energia para a recarga dos veículos nas garagens dos ônibus.
já está em dois por dia, com previsão de elevação para sete/dia até novembro deste ano. “Já estamos prevendo dobrar a capacidade produtiva no próximo ano”, disse.
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Divulgação
tras cidades, como Curitiba, São Bernardo, Santo André, Suzano, Sorocaba, Campinas e São José dos Campos. A montagem dos E-Bus conta com tecnologia de tração elétrica Eletra, carroceria Caio E-Millennium e baterias e motores elétricos Weg, sendo o chassi da Mercedes-Benz, que o fabrica em São Bernardo do Campo.
Empresa projeta montar sete unidades por dia até novembro deste ano
As vendas do E-Bus atendem principalmente pedidos de prefeituras e governos estaduais. Foram negociados modelos, por exemplo, para Salvador (BA), Vitória (ES), Goiânia (GO) e Guarujá (SP). Além disso, segundo comunicado, a empresa negocia com a Prefeitura de São Paulo a comercialização de uma grande frota. Estão em negociação também ou-
Dos três modelos de ônibus desenvolvidos com o financiamento obtido junto à Desenvolve SP, um tem 15 metros de comprimento e é elétrico híbrido (baterias e um grupo motor-gerador a diesel ou a biocombustível). Outro, do mesmo tamanho, é totalmente elétrico e o terceiro tem 21,5 metros e opera como trólebus e veículo elétrico a bateria. Também é produzida em São Bernardo a linha de carregadores das baterias dos ônibus.
Climatempo oferece monitoramento de ventos A Climatempo, empresa de consultoria meteorológica, incluiu em sua plataforma de monitoramento e alerta (SMAC) previsões de vento, corrigidas com os dados dos aerogeradores em diversos níveis de altura, além de histórico de dados e previsão de geração eólica. O serviço mira empreendedores de parques eólicos e consultorias. A ferramenta era oferecida pela Climatempo de forma pontual e dependia da atuação direta de um meteorologista. Em casos muito específicos, era necessário dispor de um profissional para fazer análises em regime integral. Para tornar o acesso a
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No Circuito Capacete com sensor rende royalties para Copel Oferta voltada ao setor eólico foi incluída em plataforma de monitoramento e leva em conta altura de aerogeradores
esse tipo de informação universal e menos dependente da intervenção humana, a Climatempo desenvolveu a solução que pode ser utilizada por qualquer empresa que necessita de dados de medição e previsão dos ventos. O serviço é disponível agora por meio do módulo Wind na plataforma de monitoramento. “Os clientes terão também o planejamento energético dentro da ferramenta, além de uma extensa base de dados histórica, modelada e calibrada para o Brasil”, disse o gerente de negócios do Climatempo, Vitor Hassan. Segundo explica, o usuário da plataforma terá acesso a uma visão detalhada da previsão de vento, nas alturas dos aerogeradores, utilizando o modelo baseado nos dados observados e medidos no parque eólico. “Ainda que o parque eólico não possa compartilhar os dados observados de forma automática, a Climatempo desenvolveu um hindcast de vento próprio e com performance bem acima das reanálises atuais. Assim, todo o setor poderá usar essas informações para proteger seus ativos, melhorar o planejamento operacional e trabalhar de forma preditiva na manutenção de equipamentos”, diz. Já integrado à plataforma SMAC, o módulo Wind também utiliza tecnologia de inteligência artificial de machine learning (aprendizado de máquinas) para realizar a previsão de ventos com base na metodologia best-model e conta ainda com correção de informações a partir de dados dos clientes (dados observados).
A distribuidora paranaense Copel recebeu a primeira quantia de royalties referente à comercialização do seu capacete com sensor elétrico, produto desenvolvido pela empresa. O valor chega a R$ 80 mil e se refere à parceria firmada com a indústria brasileira Feergs, que produz e comercializa o capacete.
O equipamento de proteção detecta campos elétricos a uma distância segura da rede
O capacete é capaz de detectar campos elétricos a uma distância segura da rede, o que amplia a segurança do eletricista, uma vez que é usado em redundância com os equipamentos de proteção obrigatórios. Acoplado na frente do capacete, o sensor detecta campos elétricos por aproximação das chamadas áreas contaminadas – a distância mínima de segurança recomendada é de 60 cm nas redes de 13,8 mil volts e de 100 cm nas de 34,5 mil volts. Se houver corrente elétrica nesta área, o aparelho emite um alerta sonoro intermitente, sinalizando o risco de choque elétrico. Além disso, o equipamento é capaz de monitorar o campo elétrico em qualquer direção, diferentemente de dispositivos disponíveis no mercado em que a direção do sensor em relação à rede influencia na estimativa da distância. O licenciamento para produção no Brasil foi concedido em 2016 e a patente internacional foi emitida em 2019 pelo Escritório de Marcas e Pa-
tentes dos Estados Unidos (United States Patent and Trademark Office – USPTO).
CCEE cria plataforma para liquidação mensal A CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica lançou uma plataforma para facilitar o acompanhamento do extrato das liquidações financeiras realizadas mensalmente. O novo sistema reúne informações até então dispersas em vários relatórios, o que promete agilizar a verificação pelos associados dos valores devidos e a receber, assim como as datas e contas envolvidas nas liquidações. A plataforma disponibiliza tanto as informações referentes aos eventos do dia como as que serão realizadas em dias futuros, desde que os valores já tenham sido divulgados. O usuário também poderá ver os montantes a liquidar, o quanto já foi liquidado, de acordo com as prévias enviadas pelo banco custodiante, e ainda eventuais diferenças entre os valores. Drazen Zigic no Freepik
O sistema permite que os associados acompanhem valores devidos e a receber, assim como datas e contas envolvidas
Além das informações das operações correntes e futuras, também é possível acessar por meio da ferramenta o histórico das operações já realizadas, a partir do ano de 2022. A novidade pode ser utilizada para todas as liquidações realizadas pela CCEE e se encontra no portal da CCEE (www. ccee.org.br) na aba gestão de ambiente de operações.
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No Circuito Divulgação
Avança projeto de segunda vida de baterias O projeto que envolve a CPFL Energia com o CPQD - Centro de Pesquisas e Desenvolvimento em Telecomunicações e a montadora chinesa BYD para criar tecnologias que deem segunda vida às baterias de armazenamento de energia já está dando seus primeiros resultados. Até o momento já foram publicadas três patentes, algoritmos que estimam e verificam o comportamento da bateria auxiliando na segurança, proposição de normas técnicas e dados laboratoriais que comprovam a possibilidade de segunda vida dessas baterias. O projeto faz parte de chamada pública da Aneel voltada à criação de soluções na área de mobilidade elétrica eficiente. A proposta mira o desenvolvimento de produtos de armazenamento de energia a partir das baterias inutilizadas, aplicando-as em fontes renováveis de geração de energia, serviços ancilares e outros sistemas de armazenamento. “Com o projeto de segunda vida, é possível que a bateria tenha mais vida útil, estima-se entre 5 e 10 anos, na segunda apli-
nientes de veículos elétricos, quanto a associação aos módulos solares fotovoltaicos instalados no prédio. Para poder avaliar o modelo de negócio de baterias de segunda vida, foram realizados ensaios laboratoriais, desenvolvidos hardware e firmware, empacotamento mecânico, além de algoritmos com a inclusão de técnicas de Inteligência Artificial e estudos econômicos. A conclusão do projeto está prevista para dezembro deste ano. Parceria entre CPFL, CPQD e BYD já rendeu patentes, algoritmos e dados laboratoriais que comprovam a tecnologia
cação, para diferentes usabilidades, como o armazenamento de energia gerada por sistemas fotovoltaicos e outras fontes intermitentes, ou como backup em estações de telecomunicações”, disse o gerente de Inovação da CPFL Energia, Rafael Moya. A prova de conceito vem sendo realizada no Laboratório de Redes Elétricas Inteligentes (labREI), da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC), na Unicamp - Universidade Estadual de Campinas, São Paulo. O local conta com infraestrutura e equipamentos que permitem avaliar tanto o desempenho do sistema de armazenamento composto por células de bateria de segunda vida prove-
Voltalia amplia serviços de O&M para renováveis A Voltalia Serviços, empresa do grupo francês de energia Voltalia, divulgou ter triplicado suas atividades de operação e manutenção (O&M) no Brasil desde 2020, superando os 3 GW em contratos. A empresa presta serviços para seus próprios parques eólicos e solares no Brasil, mas, segundo comunicado, o resultado reflete principalmente o aumento no volume de contratos para usinas de terceiros. No caso dos serviços a clientes, os contratos, segundo a empresa, quase quintupli-
Alex Fernandes
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de energias renováveis e serviços de manutenção de bases operacionais para parques eólicos, solares e subestações. Empresa triplicou as atividades desde 2020 no Brasil, ultrapassando 3 GW em contratos
caram no período e já representam mais da metade das atividades de O&M. De acordo com o diretor da Voltalia Serviços, Eduardo Rêgo, no primeiro semestre deste ano, os novos contratos envolveram quase 780 MW de capacidade instalada. Levantamento realizado pela empresa indica um forte aquecimento do segmento, com mais de 21 GW em contratações abertas no País. Os serviços são prestados a partir do Centro de Operações (COG) da Voltalia, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, próximo a plantas de geração eólica e solar nos estados do Nordeste. Além da operação remota de ativos, as atividades de O&M incluem a análise de performance dos ativos
“Como gestores de uma carteira própria de 1,4 GW no Brasil, temos expertise na geração de energia renovável e na prestação de serviços de O&M dos nossos empreendimentos. Estamos disputando e, felizmente, ganhando muitos desses contratos. Nossa meta é triplicar o volume de contratos até 2027, mas temos potencial de antecipar esta marca”, afirma Rêgo.
Aneel abre CP para resposta da demanda A Aneel abriu consulta pública (36/2023) para aperfeiçoamento de regras do programa de resposta de demanda. A propos-
Programa possibilita redução voluntária e remunerada do consumo de grandes indústrias para aliviar o sistema
ta visa melhorar a Resolução Normativa 1030/2022 e revisar o submódulo 4.5 dos procedimento de rede. A ideia é permitir que o programa seja representado na cadeia de modelos de otimização eletroenergética utilizados na operação do sistema e na formação de preços a partir de 1º de janeiro de 2024. O programa de Resposta da Demanda possibilita a redução voluntária do consu-
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No Circuito mo de energia elétrica por grandes consumidores, como recurso adicional para atendimento ao SIN - Sistema Interligado Nacional, que são remunerados para interromper a produção em determinadas horas para aliviar o sistema operado pelo ONS. Uma das etapas dos estudos foi elaborada pelo grupo de trabalho Resposta da Demanda (GT/RD), coordenado pelo ONS e pela CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. O relatório do GT/ RD propôs metodologia para incorporar as ofertas de resposta da demanda nos modelos de otimização eletroenergética. O GT concluiu que as ofertas de resposta da demanda devem ser incluídas no modelo DESSEM9, via dados de entrada, como usinas e unidades térmicas fictícias, visto que a redução da carga pode ser considerada como uma geração adicional. A abertura para recebimento das sugestões foi no dia 21 de setembro, para o e-mail cp036_2023@aneel.gov.br, e poderão ser aceitas até o dia 6 de novembro. Mais informações no link www. gov.br/aneel/pt-br/acesso-a-informacao/ participacao-social/consultas-publicas.
Previsão indica queda de PLD em 2024 O valor do PLD mínimo deve cair dos atuais R$ 69,04 por MWh para R$ 62,63 em 2024, segundo simulação realizada pela Ampere Consultoria. A oscilação se deve principalmente aos impactos da redução da inflação nos Estados Unidos e da valorização do real em relação ao dólar. A simulação se baseou na Tarifa de Otimização de Itaipu (TEO-Itaipu), que historicamente tem sido mais elevada que a TEO das outras usinas e, consequentemente, a usada para o estabelecimento do indicador. Essa tarifa é definida considerando a fórmula da multiplicação do custo variável incorrido por Itaipu na produ-
Conclusão é de simulação da Ampere Consultoria, que leva em conta redução da inflação dos Estados Unidos e valorização do Real
ção da energia entregue ao Brasil e a média geométrica da taxa de câmbio do dólar americano em relação ao real. Nos cálculos, foram adotadas como premissas uma taxa média de câmbio de R$ 5,00 por dólar no ano de 2023 e que a inflação média dos EUA fique em 3,8% entre agosto de 2022 e julho de 2023 contra os 14,6% usados no cálculo do PLDMin deste ano. Outra variante adotada pela simulação foi o volume de energia cedido pelo Paraguai. Nos cálculos, a Ampere considerou o mesmo porcentual aplicado na definição do preço deste ano, de 37,14%. O valor definitivo deve ser apresentado pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (Enbpar) apenas em novembro e tem entre suas incógnitas o montante previsto de geração de energia de Itaipu no ano seguinte. Os cálculos foram feitos com base na metodologia vigente adotada pela Aneel para a definição do preço. “A expectativa é que essa metodologia seja alvo de discussões promovidas pela Aneel ainda neste ano. Todavia, dados os impactos financeiros que poderiam incorrer aos agentes em decorrência da aplicação de uma mudança tão relevante no cenário atual, a expectativa é que eventuais modificações tenham efeitos apenas a partir de 2025”, disse o consultor da Ampere, Guilherme Ramalho de Oliveira.
Neoenergia e Unifei firmam parceira para H2V A Neoenergia assinou protocolo de intenções com a Unifei - Universidade Federal de Itajubá, em Minas Gerais, para promover pesquisas e desenvolvimentos tecno-
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Acordo prevê iniciativas científicas e formação de profissionais, com construção de centro de pesquisa
lógicos de hidrogênio verde no Brasil. A ideia é trabalhar não só em iniciativas científicas, mas também na formação de especialistas na tecnologia. Pelo acordo, está prevista a inauguração em dezembro deste ano do Centro de Hidrogênio Verde (CH2V), um complexo de mais de 3.000 m2 que incluirá uma planta de eletrólise, sistema de tanques de armazenamento e de compressores. Além disso, o CH2V prevê infraestrutura para o fornecimento de veículos impulsionados por hidrogênio. A Neoenergia já tem expertise na tecnologia, por meio de seu grupo controlador espanhol, a Iberdrola. A empresa tem uma central de hidrogênio verde em Puertollano, na Espanha, considerada a maior da Europa. Da mesma forma, a Unifei tem outra ação em hidrogênio verde. Em parceria com a agência de fomento alemã GIZ, a universidade está implantando um laboratório de pesquisas voltado para a tecnologia. A previsão é de que em fevereiro de 2024 o projeto passe a produzir H2V a pressões de 30 bar, 200 bar e 900 bar, visando diversos tipos de aplicações.
JBS adota GD a biogás O grupo JBS, em parceria com a Âmbar Energia, está implementando projeto de geração distribuída a biogás para consumo em suas lojas de varejo Swift. A primeira fase do projeto contempla o biogás produzido na unidade da Friboi em Andradina, no interior paulista, onde a Âmbar instalou
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No Circuito Divulgação Swif
“Além de abastecer as lojas da Swift, podemos usar o biogás para gerar vapor nas caldeiras das unidades, como combustível para a frota da transportadora da JBS em substituição ao diesel ou até mesmo para produzir hidrogênio verde”, disse o presidente da JBS Brasil, Gilberto Xandó. A partir de geração distribuída em Andradina, grupo vai gerar créditos para lojas no estado de São Paulo
geradores de energia para aproveitar cerca de 4,5 mil metros cúbicos por dia de biogás. Com expectativa de a usina em Andradina entrar em operação comercial em dezembro deste ano, seus créditos serão compensados em lojas da rede Swift em Atibaia, Votuporanga, Leme, Vila Caiçara, Arujá, Limeira, Itanhaém, Peruíbe, Ubatuba e Mongaguá. O biogás é gerado por meio de biodigestores que aproveitam os resíduos das unidades da Friboi, frigorífico da JBS. Até o momento, segundo a empresa, já foram investidos R$ 54 milhões nesses equipamentos em nove unidades nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rondônia, que estão produzindo cerca de 80 mil metros cúbico por dia de biogás.
Em geração distribuída, a JBS também aposta na energia solar fotovoltaica. No começo de 2023, a empresa completou a instalação de telhados solares em 101 lojas da Swift. Ao todo, já foram instalados 4.801 módulos solares, ocupando uma área de 20 mil metros quadrados. Em 2022, os telhados solares produziram 1,618 milhão de kWh. Além disso, mais 45 lojas recebem créditos por geração compartilhada de fazendas solares.
Aumentam acidentes com eletricidade Os acidentes com eletricidade aumentaram em 5% no primeiro semestre no Brasil, em comparação com o mesmo período de 2022, segundo acompanhamento da Abracopel - Associação Brasi-
leira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade. A entidade aponta como principais causas a falta de treinamento, improvisações e o não uso de equipamentos de proteção. Foram 992 ocorrências envolvendo choques, raios e incêndios provocados por eletrocussão, contra 949 casos em 2022. Do total, 399 pessoas foram a óbito. Os choques elétricos foram responsáveis por mais da metade dos acidentes, com aumento de 15% na mesma base de comparação, com 521 registros, uma média de três ocorrências por dia, dos quais 350 foram fatais. Em incêndio por sobrecarga, o relatório da Abracopel aponta para 421 acidentes, menos do que em 2022, com 441, mas com 35 óbitos. No total, em 2022, houve 874 acidentes e 55 mortes, quase 40% a mais do que 2021. A associação teme que, a se guiar pelo ritmo do primeiro semestre, as estatísticas continuem a piorar neste ano.
Notas Energia nuclear – A MSE Engenharia participou do mais recente do World Nuclear
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Symposium 2023, de 6 a 8 de setembro, em Londres, evento que reuniu líderes e especialistas internacionais para discutir as últimas inovações e tendências que moldarão o futuro da energia nuclear. Segundo Dener Icky Sugayama, diretor Comercial, e Bruno Leite Viana, diretor de Marketing da MSE Engenharia, o evento enfatizou a contribuição da energia nuclear na matriz energética como solução viável para alcançar energia confiável 24/7 e neutralidade de carbono. A empresa tem projetos estratégicos desenvolvidos para a INB - Indústrias Nucleares do Brasil, focando em energia limpa e descarbonização. Componenteparabaterias – O Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (ISI Eletroquímica), com sede em Curitiba, desenvolveu, em parceria com a CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, uma folha de alumínio para aplicação em baterias de íons-lítio, as quais são utilizadas em veículos elétricos, aparelhos celulares, notebooks, nobreaks, tablets, entre outros equipamentos. O objetivo
do projeto é incentivar a produção do produto no Brasil, haja vista que atualmente todos os componentes dessa bateria são importados. Segundo Cyrille Gonin, pesquisador do ISI Eletroquímica, o Brasil tem um potencial enorme para desenvolver e produzir matériaprima para aplicação nessa tecnologia. As próximas etapas do projeto incluem aperfeiçoamento e apresentação do produto a potenciais clientes. Renovação da transmissão – A ISA CTEEP investiu R$ 465 milhões na renovação de seus ativos no primeiro semestre do ano, um volume 44% superior ao registrado no mesmo período de 2022 (R$ 323 milhões). De janeiro a junho, a transmissora substituiu 664 equipamentos antigos, ante 171 trocados no mesmo período do ano passado, o que representa um crescimento de 286,5%. Entre os principais ativos modernizados estão transformadores, disjuntores, chaves seccionadoras, sistemas de proteção e linhas de transmissão. No primeiro se-
mestre, 25 projetos, que totalizam R$ 156 milhões em investimentos (Capex Aneel) foram energizados e cerca de 50 estão sendo executados. Cobre reciclado – O Grupo Prysmian incorporou recentemente o cobre ecológico na fabricação de cabos elétricos em suas plantas industriais no Brasil. Segundo a empresa, a reciclagem do cobre pode diminuir as emissões relacionadas à sua fabricação em até 65%. Além do uso do cobre ecológico, a empresa lançou produtos como um cabo de energia construído totalmente com materiais reciclados; cabo óptico com 50% menos plástico virgem em sua composição; e cabo que utiliza plástico de origem vegetal em parte de sua isolação. O Grupo se comprometeu com uma despesa de capital (Capex) de 100 milhões de euros entre 2021 e 2030 exclusivamente para atingir estas metas estabelecidas em seu plano climático, cujas bases foram aprovadas pela iniciativa Science Based Targets (SBTi).
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EM Sintonia Eólica offshore A Petrobras claramente sai na frente para a construção de parques geradores de energia elétrica eólicos off-shore. No mar, não há especulação imobiliária e os ventos são constantes. Além disso, a tecnologia melhora a cada dia. Ao lado, poderá ser produzido hidrogênio verde e exportado, talvez totalmente. A companhia reconhece a falta de regulação, mas antecipa que entre 6% e 15% do Capex será investido em descarbonização.
Hidrogênio verde Desde 28 de setembro, opera na Universidade Federal de Itajubá, em Minas Gerais, o primeiro centro de pesquisas de hidrogênio verde do Brasil. O projeto recebeu doação de R$ 25 milhões da agência estatal GIZ, da Alemanha. Com o dinheiro foi adquirido um eletrolisador de 300 kW.
Energia renovável O Diário Oficial da União publicou em 11 de setembro a Portaria Presidencial 165, que
esvazia e parece avessa à função de mediação da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica, instituindo a mesa de diálogo energia renovável, direitos e impactos, da Secretaria Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas. A mesa temática tem o objetivo de construir um espaço de diálogo entre o governo federal e a sociedade civil sobre os conflitos ambientais, fundiários, sociais, econômicos, de saúde e de segurança das comunidades e territórios onde se instalam os empreendimentos ligados à cadeia de produção de energia renovável. Quer mapear a diversidade e territórios envolvidos, acolher e monitorar denúncias e demandas sociais. Outra meta é contribuir com a mediação de conflitos sociais existentes e novos.
Geração distribuída Os geradores distribuídos de energia elétrica fotovoltaica solar ainda haverão de mostrar cálculos dos benefícios propiciados ao conjunto dos consumidores no País, uma vez que poupam longas linhas de transmissão e distribuição no território nacional. Por ora, os sub-
sídios que recebem em seus negócios seguem alvo de discussão, por exemplo, no Instituto Acende Brasil, para o qual a micro e minigeração trazem custos para os demais usuários em volume exponencialmente crescente. O Acende também contesta a prorrogação dos subsídios direcionados a esses agentes.
Petróleo Em 24 de setembro, o J.P. Morgan revelou preocupação e alertou investidores mundiais para um provável ciclo de alta duradouro nas cotações internacionais de petróleo (barril de 159 litros, então a US$ 100). Esta tese vem desde a primavera do Hemisfério Norte de 2020, baseada em análises do período 2013-2019. As ofertas de fontes alternativas de energia e os estoques de fósseis mostram-se incentivados, bem como o shale oil and gas nos Estados Unidos. Quanto à Arabia Saudita/OPEP, até 2030 confiam numa demanda robusta, sem reversão. O Morgan não vê o pico deste crescimento da demanda antes de 2030, mesmo incorporando a substituição de gasolina por veículos elétricos na Comunidade Europeia. Uma eventual recessão chinesa, por sua vez, não está no seu radar a curto prazo.
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Guia – 1
Canaletas, eletrodutos, eletrocalhas, perfilados e leitos para cabos
Usar condutos adequados para cada tipo de instalação é fundamental para proteger os condutores contra as solicitações mecânicas e elétricas que lhes serão impostas e tornar as linhas adequadamente acessíveis para trabalhos de manutenção e ampliação. Dezenas de fornecedores estão aqui listados, com as características dos produtos — tipo, material e normas técnicas a que atendem — e as informações de contato.
Da Redação de EM
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Kanaflex – (11) 98602-2907 mkt@kanaflex.com.br Krona – (47) 3431-7800 contato@krona.com.br
Marvitec – (11) 99815-6001 vendas2@marvitec.com.br Masster Plásticos (47) 99785-0103 gerentecomercial@gmail.com
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Aço galvanizado a fogo
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Mastery – (11) 94145-9370 contato@masteryaramados. com.br Maxtil – (11) 98354-2158 vendas.sp@maxtil.com.br
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Inpol – (48) 98436-7269 comercial@inpolpolimeros.com.br
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GFC – (11) 2450-3300 contato@gfctubos.com.br
LCI Brasil – (11) 96334-4673 vendas@lci-brasil.com Loja Eletrica – (31) 3218-8000 vendasanel@lojaeletrica.com.br
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Polímero
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Normas
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Eletropoll – (47) 3375-6700 vendas1@eletropoll.com.br Engeduto – (21) 99987-3046 vendas@engeduto.com.br
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Andaluz – (27) 99223-9787 andaluz@andaluz.ind.br Calhas Kennedy (11) 2126-3333 vendas@calhaskennedy.com.br Delta Perfilados (11) 99607-8700 contato@deltaperfilados.com.br Dutoplast – (11) 2524-9055 qualidade@dutoplast.com.br Dutotec Industrial (51) 3181-0866 vendas@dutotec.com.br
Perfurada
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Eletroduto
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NBR 6323(3)
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NBR IEC 61537(2)
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Polímero
Alumínio
Aço com pintura
Aço inoxidável
Aço galvanizado a fogo
Aço pré-zincado
Flexíveis
Canaleta
Leito
Perfurada
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Aramada
Perfurada
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Rojan – (11) 3858-4133 rojan@rojan.com.br Sifra Eletro – (51) 3371-4427 vendas2@sifraeletro.com.br Sptf (11) 2065-3820 sptf@sptf.com.br
Normas
NBR IEC 61084(1)
Maxxbox – (11) 94293-4161 vendas@maxxbox.ind.br Niedax-Mopa (11) 98389-0090 vendas@mopa.com.br OBO Bettermann (15) 3335-1382 mkt.info@obo.com.br Perfil Lider – (11) 2412-7787 comercial@perfillider.com.br Politejo Brasil (11) 96250-5000 erick.capone@politejo.com Proauto Electric (15) 98103-2121 proauto@proauto-electric.com Real Perfil (11) 2134-0002 jlreina@realperfil.com.br
Eletroduto
Rígidos
Bandeja
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Eletrocalha
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Duto de piso elevado
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NBR 6323(3)
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Alumínio
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Aço com pintura
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Aço inoxidável
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NBR IEC 61537(2)
Aço galvanizado a fogo
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Aço pré-zincado
NBR IEC 61084(1)
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Polímero
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Normas
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Flexíveis
Canaleta
Leito
Perfurada
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Aramada
Perfurada
Lisa Techduto Soluções (12) 3202-1096 vendas@techduto.com.br Tramontina Eletrik (54) 3461-8200 tramontina.elt@tramontina.com Tuboline (19) 3746-7070 comercial@tuboline.com.br UltraSteel (11) 99940-7950 ccordeiro@ultratubos.com
Eletroduto
Rígidos
Bandeja
Empresa Telefone e-mail
Duto de piso
Eletrocalha
Material
Duto de piso elevado
Tipo construtivo
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Notas: (1) Sistemas de canaletas e condutos perfilados para instalações elétricas. (2)Encaminhamento de cabos - Sistemas de eletrocalhas para cabos e sistemas de leitos para cabos. (3) Galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido. (4)Chapas e bobinas de aço revestidas com zinco ou liga zinco-ferro pelo processo contínuo de imersão a quente. (5) Chapas e bobinas de aço revestidas pelo processo contínuo de imersão a quente. (6) Bobinas e chapas finas a frio e a quente de aço-carbono e de aço de alta resistência e baixa liga. (7) Indústrias do petróleo e gás natural - Perfis pultrudados - Parte 4: Sistema de bandejamento. Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 142 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, Setembro / Outubro de 2023. Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
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Segurança contra incêndio
Proteção contra faltas a arco em circuitos terminais Celso L. P. Mendes, Life Senior Member IEEE, VDE, e João Gilberto Cunha, diretor da Mi Omega Engenharia
O
exame de dados estatísticos da Alemanha revela que, mesmo em países com forte tradição em normas de segurança, é elevada a incidência relativa de incêndios causados por eletricidade (figura 1) [1]. No Brasil, de acordo o anuário de 2022 da Abracopel - Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, foram registrados 874 incêndios de origem elétrica, com 55 mortes. Contudo, este número é considerado subnotificado, já que a maioria dos eventos não chegam ao conhecimento da associação [2].
Especificamente no caso de incêndios envolvendo dormitórios, além do risco aumentado para crianças e pessoas com restrições de mobilidade, muitas vítimas são surpreendidas durante o sono, e perdem a vida pela inalação de monóxido de carbono (inodoro) e gases tóxicos. Estes gases se propagam pelo ambiente rapidamente, na fase incipiente do incêndio – a fase de combustão sem chamas. Uma possível medida de segurança consiste na instalação de detectores e alarmes de incêndio. Na Alemanha, a legislação dos diversos estados (LBO, na sigla em alemão) prescreve
Eaton
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Incêndios de origem elétrica são atribuídos à energia dissipada pelo arco no ponto de falta. Em particular, arcos em série com a carga apresentam intensidades de corrente abaixo do limiar de atuação das proteções por fusíveis e disjuntores, e estão fora do alcance de dispositivos diferenciais residuais. Este artigo analisa uma proteção específica para detecção de faltas a arco em circuitos terminais.
detectores de incêndio em dormitórios, quartos de crianças e nas rotas de fuga de edificações residenciais. Em alguns estados, a obrigatoriedade abrange edificações com outros tipos de ocupação [3]. No Brasil não há exigência similar, que poderia salvar muitas vidas, como evidenciam exemplos recentes.
Origem dos arcos em circuitos terminais Sabe-se que a energia do arco elétrico é fonte de ignição de grande parte dos
incêndios. Em circuitos terminais de baixa tensão típicos de instalações em locais de habitação e análogos, faltas a arco advêm geralmente das seguintes causas: • terminais e conexões soltas ou com pressão de contato insuficiente; • sobrecarga em réguas de tomadas e dispositivos similares; • perfuração da isolação dos cabos por pregos ou parafusos; • torção ou tração dos cabos, raio de curvatura inferior ao mínimo admissível;
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esmagamento dos cabos, causada por móveis, portas e janelas; e envelhecimento da isolação, acelerado por influências externas.
também incerta a atuação do disparador térmico do disjuntor. Esta condição é agravada • quando cordões prolongadores aumentam a impedância do circuito terminal. • Arco em série com a carga – Cabe ressaltar que nem todos Trata- se da condição mais críos tipos de falta a arco podem tica sob o prisma da proteção ser detectados pelas protecontra incêndio. Dispositivos ções clássicas – disjuntores, DR são inoperantes neste caso, fusíveis ou interruptores a já que não flui corrente para a corrente diferencial residual terra, nem pelo condutor PE. (DR). A detecção de arcos em Fig. 1 – Causas de incêndio na Alemanha no período 2002-2022. As Por outro lado, a impedância série ou de alta impedância causas mostram-se estáveis, com um índice de incêndios elétricos de 28% do arco em série com a carga em 2022 (Fonte: IFS-Kiel, www.ifs-ev.org [1]) requer dispositivos de proreduz a intensidade da correnteção específicos, analisados te do circuito, tornando inefineste artigo. caz qualquer proteção por sobrecorrente. A tensão do arco serial varia entre 15 V e 30 V. Portanto, basta Arcos em série ou paralelo uma corrente de 4 A para dissipar uma potência de 60 W no ponto de Arcos em circuitos terminais podem se falta, considerada suficiente como Fig. 2 – Possíveis configurações de faltas a arco estabelecer em paralelo ou em série com fonte de ignição de incêndio [4]. em circuitos terminais a carga. As três configurações típicas esé ineficaz, porque não flui corrente A figura 3 mostra um arco em série tão representadas na figura 2: para terra ou pelo condutor PE. A num condutor danificado por um cor• Arco entre condutor de fase (L) e conproteção por disjuntor ou fusível é te transversal que reduziu sua seção. A dutor de proteção (PE) – A proteção em geral suficiente, considerando escalada do arco pode ser descrita em contra incêndio requer neste caso que as correntes de curto-circuito cinco fases: um dispositivo diferencial-residual, na maioria dos circuitos terminais preferencialmente com corrente IΔN 1 – A corrente flui pela seção reduzida de residências e escritórios situamdo condutor danificado. máxima de 300 mA, complementar -se entre 150 A e 500 A. Contudo, 2 – No ponto de constrição, o condutor e à proteção por disjuntor ou fusível. tensões de arco paralelo da ordem a isolação se superaquecem. De fato, conforme a impedância do de 60 V reduzem o valor de crista da 3 – Até cerca de 1000 °C, a oxidação do circuito e do próprio arco, a corrente corrente e podem impedir o dispacobre progride, aumentando a resispode ser insuficiente para disparo ro do elemento instantâneo. Além tência ôhmica, e a isolação se carbodo elemento instantâneo do disjundisso, nem sempre ocorre a reigniniza. tor, e a energia térmica dissipada no ção do arco após cada passagem da 4 – Até cerca de 6000 °C, o aumento da ponto de falta é uma fonte de ignição corrente alternada por zero, e tais resistência gera mais calor, a fusão de incêndio. intervalos entre reignições tornam do cobre e a liberação intermitente A norma ABNT NBR 5410:2004 prescreve dispositivos DR com corTab. I – Tempos de atuação de AFDD conforme IEC 62606 [6] rente diferencial residual nominal (IΔN) máxima de 500 mA em locais AFDO – Tempos máximos de interrupção para Un 120 V com risco de incêndio classificados Corrente do arco série, valor eficaz 5A 10 A 16 A 32 A 63 A como BE2. Diminuir esse valor para Tempo de interrupção máximo 1s 0,4 s 0,28 s 0,14 s ND 300 mA ou 100 mA melhora o nível de proteção. AFDO – Número máximo (N) de semiciclos admissíveis em 0,5 s para • Arco entre condutores de fase (L), ou Un 120 V e 230 V condutor de fase e condutor neutro Corrente do arco paralelo, valor eficaz 75 A 100 A 150 A 200 A 300 A (N) – Nesta configuração, a proteção N 12 10 8 8 8 contra incêndio por dispositivo DR
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Segurança contra incêndio de gás na passagem da corrente pela crista da onda senoidal. 5 – Com temperaturas em torno de 6000 °C, o arco se estabiliza na isolação carbonizada, e surgem as chamas. Medições em campo constatam que arcos em série com a carga são críticos na faixa de 3 A a 10 A, que correspondem às correntes nominais de aparelhos eletrodomésticos em geral. Abaixo de 3 A, o arco não se sustenta, e acima de 10 A podem ocorrer chamas com perigo de incêndio, mas a corrente pode eventualmente soldar o condutor no ponto de falta, e assim extinguir o arco. Estes dados se referem a circuitos terminais de 230 V [4].
Os dispositivos de proteção AFCI e AFDD Nos anos 1980, os primeiros interruptores para proteção contra faltas a arco desenvolvidos para circuitos terminais de baixa tensão já estavam patenteados nos Estados Unidos. Designados pela sigla AFCI (Arcing Fault Current Interrupter), a primeira geração destes dispositivos tinha limiares de corrente de atuação relativamente altos, detectavam somente arcos paralelos, e eram muito suscetíveis a disparos falsos. Novas tecnologias permitiram superar aquelas limitações e viabilizaram o atual AFDD (Arc Fault Detection Device), literalmente, Dispositivo de Detecção de Faltas a Arco. Construtivamente, esse dispositivo pode ser composto de um módulo para acoplamento mecânico a um disjuntor termomagnético, ou constituir uma unidade que integra o AFDD, um disjuntor e um dispositivo a corrente diferencial residual.
a ionização do canal de plasma do arco. Por seu turno, fontes chaveadas de computadores e eletrodomésticos, tais como dimmers, aspiradores de pó, furadeiras elétricas e análogos, apresentam espectros de frequência, derivadas di/dt e periodicidades distintas, fora de sincronismo com a passagem da corrente alternada do arco por zero. A referência [5] contém uma ampla abordagem analítica das tecnologias de discriminação destes eventos.
Fig. 3 – Arco em série com condutor danificado. O fluxo de corrente passa por um estreitamento da seção circular (Fonte: Siemens, adaptado de [4])
Mediante a análise de múltiplos parâmetros, e conforme a tecnologia de cada fabricante, o microprocessador do AFDD distingue o ruído de rádio frequência (RF) originário de uma falta a arco verdadeira de outros harmônicos injetados na rede por aparelhos de utilização em operação normal, evitando disparos falsos (figura 4). O arco em série gera intenso ruído de RF, da ordem de dezenas de kHz a cerca de 1 GHz, e correntes de baixa amplitude, enquanto o arco paralelo caracteriza-se por correntes acima de 70 A com ruído de RF decrescente à medida que aumenta
Dispositivos AFDD devem satisfazer os requisitos da norma de produto IEC 62606:2013 + AMD1:2017 CSV - General requirements for arc fault detection devices [6], equivalente na Alemanha às normas DIN EN 62606 e VDE 0665-10. No âmbito da ABNT, aplica-se a NBR IEC 62606:2020 [7].
Características de atuação Comparando as curvas características tipos B e C de disjuntores termomagnéticos com a característica de um AFDD definida pela norma IEC 62606 [6], observa-se que este dispositivo é a única proteção com sensibilidade para captar pequenas correntes de faltas a arco em série, cujo valor é inferior ao limiar de disparo do elemento magnético dos disjuntores. Para arcos paralelos, o AFDD representa uma proteção adicional (figura 5).
Fig. 4 – Discriminação de faltas a arco (Fonte: Siemens, adaptado de [4])
Os tempos de atuação do AFDD estabelecidos pela citada norma, respectivamente para arcos em série e em paralelo, conforme o valor da corrente de ensaio, estão exibidos na tabela I. Para correntes a partir de 75 A, a característica do dispositivo é idêntica para ambos os tipos de arco. Já para arcos em paralelo, o tempo de atuação é expresso pelo número máximo de semiciclos (8,3 ms em 60 Hz) admissíveis em
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Segurança contra incêndio 0,5 s. Este critério se explica pela instabilidade dos arcos paralelos de alta corrente.
O arco em sistemas fotovoltaicos Embora não constitua o tema deste artigo, é oportuno destacar que arcos elétricos em geradores fotovoltaicos (GFV) representam um risco de incêndio com agravantes peculiares. Trata-se de arcos em corrente contínua, de difícil extinção pela sua própria natureza, e que podem ser alimentados pelos módulos fotovoltaicos enquanto houver incidência da luz solar. A recente norma IEC 63027:2023 [8] estabelece os métodos de ensaio para detecção e interrupção de faltas a arco em GFV até 1500 Vcc.
Conclusão O projeto de revisão da norma NBR 5410:2004, que em breve deverá ser submetido pela ABNT à consulta pública nacional, poderá recomendar a instalação de AFDD para determi-
Fig. 5 – Curvas características de AFDD (IEC 62606) comparadas com curvas características B e C de disjuntores (IEC 60898)
nadas aplicações, a fim de mitigar o risco de incêndio e proteger pessoas e o patrimônio. No entanto, vale sublinhar que esses dispositivos não substituem os demais requisitos de proteção contra os efeitos térmicos previstos na norma.
Na Alemanha, a norma VDE 0100420 [9], desde a edição de 10/2019, recomenda (mas não obriga) o emprego de AFDD em circuitos terminais de dormitórios, locais com risco de incêndio e explosão, locais contendo bens culturais insubstituíveis, e cons-
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Terminologia: as definiões de falta e falha Os termos falta e falha devem observar as normas de terminologia pertinentes, seja a ABNT NBR 5456 ou a IEC 60050. Uma falha de isolação pode dar origem a uma falta, que pode ser direta, franca ou sólida – termos usuais quando a impedância entre os dois ou mais pontos do circuito afetado é desprezível – ou a arco, quando a impedância do arco se interpõe entre esses pontos. Uma consulta às referidas normas esclarece também que, por definição, falta a arco não pode ser sinônimo de curto-circuito. A seguir, alguns termos selecionados. 7.3.39 - falta (elétrica) alteração acidental e súbita nas condições normais de funcionamento.
truções com baixa resistência ao fogo (< F30). A não utilização de AFDD nestas aplicações pode ser justificada e documentada por meio de uma análise de risco específica para este fim, a ser elaborada de comum acordo entre o contratante, o projetista da instala-
7.3.40 - falta para terra falta devida à perda acidental e súbita do isolamento entre partes energizadas e a terra. 7.3.41 - curto-circuito ligação intencional ou acidental entre dois ou mais pontos de um circuito, através de impedância desprezível. 7.5.56 - falha término da capacidade de desempenhar a função requerida. IEV ref 442-05-66 - arc fault, arcing fault dangerous unintentional arc
ção elétrica, e um especialista em segurança contra incêndio [10].
REFERÊNCIAS [1] Ursachenstatistik Brandschäden 2022. IFS, Kiel. D i s p on í ve l em ht t p s : // w w w. i f s - e v.or g / schadenverhuetung/ursachenstatistiken/ ursachenstatistik-brandschaeden-2022/. Acesso em 22.08.2023. [2] Souza, Danilo Ferreira de; Martinho, Edson; Martinho, Meire Biudes; Martins Jr.,Walter Aguiar (Org.). Anuário estatístico de acidentes de origem elétrica 2023 – Ano base 2022. Salto, SP: Abracopel, 2023. DOI: 10.29327/5194308. [3] Rauchmelderpf licht in allen 16 Bundesländern. Forum Bra ndrauchprävention e.V., Berlim. Di spon ível em ht t ps://w w w.r auch melderlebensretter.de/rauchmelderpf licht/. Acesso em 22.08.2023. [4] Brandschutzschalter 5SM6 – Technik-Fibel. Siemens AG, Regensburg, 2016. [5] Restrepo, Carlos E. – Arc fault detection and discrimination methods. Proceedings of the 53 rd IEEE Holm Conference on Electrical Contacts, 2007. DOI: 10.1109/HOLM.2007.4318203. [6] IEC 62606 + A MD1:2017 CSV - General requirements for arc fault detection devices, 2013. [7] ABNT NBR IEC 62606:2020 – Requisitos gerais dos dispositivos para a detecção de falhas por arcos. [8] IEC 63027:2023 – Photovoltaic power systems - DC arc detection and interruption.
NOTA – Este artigo é uma versão atualizada do trabalho apresentado pelos autores em 18/03/2021, no 27º webinar de EM, disponível no canal da Aranda Eventos no Youtube.
[9] DIN VDE 0100-420 VDE 0100-420:2022-06 – Low voltage electrical installations Part 4-42: Protection for safety – Protection against thermal effects (IEC 60364-4-42:2010, modified + A1:2014); German implementation HD 60364-4-42:2011 + A1:2015 + A11:2021.
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Guia – 2
Revendedores e distribuidores de material elétrico
O levantamento traz uma relação atualizada de empresas de revenda e distribuição instaladas na maioria dos estados brasileiros, com a descrição de sua oferta relativa a quase 40 itens. As empresas estão agrupadas sob as siglas dos estados (unidades federativas, UF), sendo as do Estado de São Paulo ainda subdivididas nas siglas SP-G (Grande São Paulo) e SP-I (interior). As notas explicativas estão na página 40.
Da Redação de EM
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Linhas elétricas
Distribuição terminal
Comando, controle
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painel e quadro BT minidisjuntor disjuntor caixa moldada dispositivos DR (1) dps (2) fusível seccionador (3) fio/cabo isolado BT conector, terminal abraçadeira (4) eletroduto (5) canaleta, perfilado outras linhas (6) Caixas (7) predial plugue e tomada industrial Interruptor (8) botão, sinalizador relé fotoelétrico minuteria (9) dimmer sensor presença (10) contator, relé (11) chave partida (12) lâmpada fluorescente lâmpada halógena lâmpada LED luminária (13) luminária LED (13) reator iluminação emergência pára-raio predial (SPDA) capacitor (14) ferramentas elétricas Instrumentos (15) UPS (16) prods p / gerenc. de energia produtos fotovoltaicos (17)
Componentes BT
Incomel – (82) 8201-1349 vendas@incomel.com.br
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CostaBahia – (71) 99125-5701 costabahia@costabahianet.com.br
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Elétrica Bahiana – (71) 99708-9783 contato@eletricabahiana.com.br Geração Elétrica (77) 98845-8667 jorge.timbo@gmail.com
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SC de Matos – (75) 99103-7411 conecta.mat.eletrico@hotmail.com
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Alonso Materiais – (28) 9998-9351 constrularmf@hotmail.com M.F Representações (27) 99812-6807 maed.marcelo@gmail.com Adeel – (62) 3092-1414 felipe.adorno@adeel.com.br
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Alset – (62) 99104-4795 vendas@alset.com.br
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Dmais – (62) 98153-5145 dmaismultisolucoes.vendas2@ gmail.com
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Tecnovolt – (64) 3432-5500 tecnovolt@tecnovolt.com Amorim Engenharia (34) 3831-6300 amorim@amorimeng.com.br Central Iluminação – (31) 3429-8500 central@centraliluminacao.com.br
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Distribuição terminal
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Interruptor (8) botão, sinalizador relé fotoelétrico minuteria (9) dimmer sensor presença (10) contator, relé (11) chave partida (12) lâmpada fluorescente lâmpada halógena lâmpada LED luminária (13) luminária LED (13) reator iluminação emergência pára-raio predial (SPDA) capacitor (14) ferramentas elétricas Instrumentos (15) UPS (16) prods p / gerenc. de energia produtos fotovoltaicos (17)
Linhas elétricas
painel e quadro BT minidisjuntor disjuntor caixa moldada dispositivos DR (1) dps (2) fusível seccionador (3) fio/cabo isolado BT conector, terminal abraçadeira (4) eletroduto (5) canaleta, perfilado outras linhas (6) Caixas (7) predial plugue e tomada industrial
Componentes BT
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Comag – (31) 97226-7514 vendas12@comercialcomag.com.br
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Delcoluz – (31) 99139-3751 fralan1@uol.com.br
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Edilson Elétrica – (32) 98405-1201 vendas@edilsoneletrica.com.br
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Elétrica Minas – (37) 98839-0587 vendas@eletricaminas.com.br
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Elétrica Pará – (37) 99929-6744 eletricaparademinas@hotmail.com
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Eletrofaria – (37) 99878-7800 vendas@eletrofaria.net.br Eletroferragens Lucas (31) 98618-5982 vendas@grupolucas.com.br
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Eletromuniz – (37) 98826-2320 vendas@eletromuniz.com.br
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Eletrowatts – (34) 98401-7396 eletrowattsltda@hotmail.com Exponencial Distribuidora (31) 3317-5150 vendas@exponencialmg.com.br Guimarães Irmãos (32) 99166-0016 vendas@eletroguimaraesjf.com.br
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Hidraluz – (34) 98832-9172 hidraluzfrutal@hotmail.com
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Itaú Distribuidora – (31) 98652-2473 itaueletrica4@gmail.com
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Loja Elétrica – (31) 4020-2882 lojaeletrica@lojaeletrica.com.br
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MCA Controles – (31) 98428-7626 alvaro@mcacontroles.com.br Othon de Carvalho (31) 98225-4604 vendas@othondecarvalho.com.br
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Rei Materiais – (32) 99902-1326 reimatel@reimatel.com.br
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Sulminas Fios – (35) 99936-6274 patricia.medeiros@ sulminasfiosecabos.com.br
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Dambros – (65) 99983-9534 vendas3@dambroseletrica.com.br
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Eletro Fios – (65) 3618-2500 vendas@eletrofios.com.br
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Eletrobuss – (66) 99205-0815 eletroluz@terra.com.br
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Plugmais – (65) 3648-5739 atendimento@plugmais.com.br
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Elétrica Zan – (67) 99675-1107 gerencia1@eletricazan.com.br Marques e Borba (67) 99981-9256 vendas@marqueseborba.com.br
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Tritec – (67) 99880-1511 euclides.tritec@gmail.com Lukma Recife (81) 99963-7045 vendas@lukmarecife.com RS Material (86) 99982-1209 vendas@rsinstalacoes.com Casa do Eletricista (93) 99192-4664 pg.c@hotmail.com Distribuidora Planeta (91) 99393-2345 vendas@grupomasterplan.com Eletransol – (91) 3204-7700 vendasbelem@eletransol.com Eletroshopping (91) 98115-9103 contato@eletroshopping-pa.com Fácil Construir (91) 99208-6171 construir2001@hotmail.com
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painel e quadro BT minidisjuntor disjuntor caixa moldada dispositivos DR (1) dps (2) fusível seccionador (3) fio/cabo isolado BT conector, terminal abraçadeira (4) eletroduto (5) canaleta, perfilado outras linhas (6) Caixas (7) predial plugue e tomada industrial Interruptor (8) botão, sinalizador relé fotoelétrico minuteria (9) dimmer sensor presença (10) contator, relé (11) chave partida (12) lâmpada fluorescente lâmpada halógena lâmpada LED luminária (13) luminária LED (13) reator iluminação emergência pára-raio predial (SPDA) capacitor (14) ferramentas elétricas Instrumentos (15) UPS (16) prods p / gerenc. de energia produtos fotovoltaicos (17)
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Reymaster – (41) 8799-7461 oportunidade@reymaster.com.br
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Thoms – (42) 99827-2611 eliete@thoms.com.br atendimento@thoms.com.br
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Brimel – (21) 99276-8288 oscar@brimeletrica.com.br Casa Moreira (21) 99701-8444 souzaclaudio254@gmail.com Certa Material (24) 98802-4711 vendas@certaonline.com.br
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Distribuição terminal
Comando, controle
Iluminação
Outros
Interruptor (8) botão, sinalizador relé fotoelétrico minuteria (9) dimmer sensor presença (10) contator, relé (11) chave partida (12) lâmpada fluorescente lâmpada halógena lâmpada LED luminária (13) luminária LED (13) reator iluminação emergência pára-raio predial (SPDA) capacitor (14) ferramentas elétricas Instrumentos (15) UPS (16) prods p / gerenc. de energia produtos fotovoltaicos (17)
Empresa Telefone e-mail
Linhas elétricas
painel e quadro BT minidisjuntor disjuntor caixa moldada dispositivos DR (1) dps (2) fusível seccionador (3) fio/cabo isolado BT conector, terminal abraçadeira (4) eletroduto (5) canaleta, perfilado outras linhas (6) Caixas (7) predial plugue e tomada industrial
Componentes BT
EletroRio – (24) 9930-1751 vendaseletrorio@yahoo.com.br
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Loufan – (21) 99536-6728 vendas@loufan.com.br Prime Elétrica (21) 4063-6600 vendas@primemro.com.br
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Ivanlux – (84) 99928-0213 vendas@ivanlux.com.br
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Sol Comercial – (84) 99623-3838 sol.ilumina@uol.com.br Borba Materiais (54) 3519-4862 borbamatel@gmail.com CBM Material (51) 3714-2122 compras@cbmlajeado.com.br
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Celetro – (54) 99154-8709 celetro@celetrocaxias.com.br
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Cigame – (51) 3356-5555 orcamento@cigame.com.br Elétrica Porto Alegre (51) 98311-9382 r.treichel@terra.com.br Eletro-Star (51) 99839-6876 eletrostar1982@terra.com.br
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Esprex – (51) 99977-5977 mozar@ciadaslampadas.com.br Fibra Componentes (51) 3365-7211 vendas@fibracomponentes.com.br
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Eletrofar – (54) 3401-3000 eletrofar@eletrofar.com.br Eletronor (54) 98148-3800 suporte.cliente@eletronor.com
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Gasima – (51) 98594-4355 contato@gasima.com.br
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Girondi – (54) 99991-2121 girondi.servicos @yahoo.com.br Magnani & Cia (54) 4009-5255 magnani@magnani.com.br
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Orblight – (54) 99121-2515 marcos@orblight.com.br
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Precimech – (51) 99894-6381 vendas@precimech.com.br SOS Iluminação (51) 99991-5278 sosiluminacao@outlook.com
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Teutoluz – (51) 98441-8772 cristiano@teutoluz.com.br
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Thobe – (51) 98444-6839 thobeltda@terra.com.br
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Casa do Motor (49) 99141-1576 jcberwanger@yahoo.com.br Chapecó – (49) 2049-4116 inacio@chapecocme.com.br
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Distribuição terminal
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Comando, controle
Iluminação
Outros
Interruptor (8) botão, sinalizador relé fotoelétrico minuteria (9) dimmer sensor presença (10) contator, relé (11) chave partida (12) lâmpada fluorescente lâmpada halógena lâmpada LED luminária (13) luminária LED (13) reator iluminação emergência pára-raio predial (SPDA) capacitor (14) ferramentas elétricas Instrumentos (15) UPS (16) prods p / gerenc. de energia produtos fotovoltaicos (17)
Empresa Telefone e-mail
Linhas elétricas
painel e quadro BT minidisjuntor disjuntor caixa moldada dispositivos DR (1) dps (2) fusível seccionador (3) fio/cabo isolado BT conector, terminal abraçadeira (4) eletroduto (5) canaleta, perfilado outras linhas (6) Caixas (7) predial plugue e tomada industrial
Componentes BT
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CJS – (47) 99967-2231 claudinei@cjsautomacao.com.br Coisarada (49) 3251-9000 vendas@coisarada.net Della Vechia/Tecnoeletro (48) 99853-1873 compras@tecnoeletro.com Elétrica Neuber (47) 98464-6946 eletricaneuber@netuno.com.br Eletrogêneo (48) 99959-0489 carlos.contessi@terra.com.br
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Feluma – (49) 99174-0388 engenharia@feluma.com.br
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Hiletrolar – (47) 98498-2544 hiletrolar@hiletrolar.com.br
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Ilumisul – (47) 3368-5202 vendas.it@ilumisul.com.br Motores Nela (49) 99913-5610 motoresnela@gmail.com
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Ouroluz – (49) 3555-2285 adm@ouroluz.com.br P&R Automação (47) 99272-7434 vendas@perautomacao.com.br
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Ricati – (48) 98837-1599 vendas@ricati.com.br
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Rossi – (47) 98911-0023 vendas3@rossimateriaiseletricos. com.br Zonta Eletricidade (49) 99934-1395 zonta@zontaeletricidade.com.be
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Coeme – (11) 99894-6694 coemeengenharia@yahoo,com.br
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Diswal – (11) 2601-5476 vendas2@diswal.com Elétrica Paulista (11) 97174-0850 andre@paulistalampadas.com.br Elétrica Zona Norte (11) 94763-5676 eletricazonanorte@gmail.com
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Foxlight – (11) 4210-2229 felipe@foxlight.com.br JT – (11) 3816-5711 e.joaotheodoro@uol.com.br
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KMF Materiais (11) 94700-1925 adilson.crea@gmail.com Lugo – (11) 98481-1712 vendas@lugo.com.br Mastercabos (11) 2341-3686 vendas@mastercabos.com.br MD Policabos (11) 98962-2763 vendas@mdpolicabos.com.br Média Tensão (11) 99455-5056 vendas@mediatensao.com.br Mundo Elétrico (11) 95385-3036 contato@mundoeletrico.com.br Osnil – (11) 94764-5551 vendas@osnil.com.br Ótima do Brasil (11) 98033-4333 vendas@otimadobrasil.com.br Pidegal – (11) 2973-4499 pidegal@pidegal.com.br Portal Elétrica (11) 2067-4700 francisco@portaleletrica.com.br Revimaq (11) 96840-9142 revimaq@revimaq.com.br Terrível (11) 3959-6859 atendimento@eletroterrivel.com.br Transmontana (11) 2204-2129 daniel.dgp@hotmail.com Union Sistemas (11) 97309-4094 comercial@unionsistemas.com.br Vextrom (11) 3672-0506 atendimento@vextrom.com.br APE – (14) 99745-6525 vendas@apebauru.com.br CCI Materiais – (19) 99784-4205 contato@ccimateriaiseletricos.com.br Coreval – (12) 99619-2386 ricardo@coreval.com.br Elétrica Bel – (17) 3215-9500 vendas11@eletricabel.com.br Elétrica Ramiro – (13) 95538-0735 vendas@eletricaramiro.com.br Elétrica Rodrigues (16) 99975-1621 fernandorsantoss@hotmail.com Eletricenter – (13) 99796-4665 eletricenter@eletricenter.com
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Distribuição terminal
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Interruptor (8) botão, sinalizador relé fotoelétrico minuteria (9) dimmer sensor presença (10) contator, relé (11) chave partida (12) lâmpada fluorescente lâmpada halógena lâmpada LED luminária (13) luminária LED (13) reator iluminação emergência pára-raio predial (SPDA) capacitor (14) ferramentas elétricas Instrumentos (15) UPS (16) prods p / gerenc. de energia produtos fotovoltaicos (17)
Empresa Telefone e-mail
Linhas elétricas
painel e quadro BT minidisjuntor disjuntor caixa moldada dispositivos DR (1) dps (2) fusível seccionador (3) fio/cabo isolado BT conector, terminal abraçadeira (4) eletroduto (5) canaleta, perfilado outras linhas (6) Caixas (7) predial plugue e tomada industrial
Componentes BT
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Empresa Telefone e-mail
Eletro Vale – (17) 3281-4190 eletrovale@yahoo.com.br Ferlin – (16) 98170-3339 material@ferlingaona.com.br Galasso – (13) 97417-5469 galasso@galassosantos.com.br Grandel – (13) 99789-0595 vendas@grandel.com.br Inel – (19) 3875-1317 inel@terra.com.br Lig-Bem – (19) 99664-6446 vendas@ligbem.com.br Manhattan – (14) 99741-9769 contato@moino.com.br MB Distribuidora – (16) 99456-0404 vendas@mbdistribuidora.net.br Solare Materiais – (17) 3245-1981 vendasonline@solareme.com.br
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Linhas elétricas
Distribuição terminal
Comando, controle
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Iluminação
Outros
painel e quadro BT minidisjuntor disjuntor caixa moldada dispositivos DR (1) dps (2) fusível seccionador (3) fio/cabo isolado BT conector, terminal abraçadeira (4) eletroduto (5) canaleta, perfilado outras linhas (6) Caixas (7) predial plugue e tomada industrial Interruptor (8) botão, sinalizador relé fotoelétrico minuteria (9) dimmer sensor presença (10) contator, relé (11) chave partida (12) lâmpada fluorescente lâmpada halógena lâmpada LED luminária (13) luminária LED (13) reator iluminação emergência pára-raio predial (SPDA) capacitor (14) ferramentas elétricas Instrumentos (15) UPS (16) prods p / gerenc. de energia produtos fotovoltaicos (17)
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Notas: (1) Dispositivos de proteção diferencial-residual; (2) Dispositivos de proteção contra surtos; (3) Chaves seccionadoras de ação rápida, seccionadores-fusíveis e dispositivos correlatos; (4) Abraçadeiras, marcadores - para amarração e identificação de fios e cabos; (5) Eletrodutos e acessórios; (6) Eletrocalhas, bandejas, leitos; (7) Caixas de ligação, de passagem, conduletes; (8) Interruptores nas suas diferentes versões: simples, paralelo, intermediário; (9) Minuteria e temporizador; (10) Conjugado ou não com luz e/ou minuteria; (11) Relés térmicos e outros relés para proteção de motores; (12) Chaves de partida convencionais (partida direta, estrela-triângulo, compensadoras) e soft-starters; (13) Luminárias convencionais, projetores, spots, etc; (14) Para correção do fator de potência; (15) Amperímetros, multímetros, testadores de continuidade, medidores de isolamento, terrômetros, instrumentos multifunção, etc; (16) Sistemas de energia ininterrupta (nobreaks); (17).Módulos e/ou inversores FV;Cabos FV. Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 1.401 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, Setembro / Outubro de 2023. Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
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EM | Setembro / Outubro | 2023
Qualidade da energia
O efeito pelicular e os harmônicos: qual a relevância para as instalações? (parte 2) Stefan Fassbinder, engenheiro consultor, Düsseldorf (Alemanha)
Uma fórmula prática Para condutores de seção circular de grande diâmetro d em relação à profundidade de penetração δ — mais que o dobro —, o condutor de corrente alternada pode ser considerado um tubo com espessura de parede igual à profundidade de penetração δ. A resistência de corrente alternada R≈ de um condutor de comprimento l é dada por: R≈ =
lρ
(d – δ) δ Em corrente contínua, esse tubo teria, com boa aproximação, a mesma resistência que o condutor cheio tem em corrente alternada de frequência f.
No entanto, para voltar às descrições excessivamente simplistas (veja seção Ou uma área não condutora? [na primeira parte do artigo, edição de EM no 572] e a referência [8], entre outros): isso não significa que não flui nenhuma corrente alternada no centro do condutor cheio, mas apenas que a potência térmica do condutor cheio em corrente alternada (sob uma determinada frequência) é a mesma que a do tubo com uma corrente contínua de igual intensidade. Contudo, se a corrente alternada fluísse pelo tubo, a potência térmica seria um pouco maior do que com corrente alternada
Ao lado das perdas térmicas adicionais por efeito Joule, causadas pelas correntes harmônicas, também o efeito pelicular costuma ser mencionado [1]. Na parte 1 deste artigo, publicada na edição anterior de EM, o autor questiona explicações teóricas de diversas vertentes. Esta continuação exibe um exemplo de aplicação e as conclusões. O texto desmistifica temores injustificados no âmbito das instalações elétricas
no condutor cheio, porque uma pequena fração da corrente também flui pelo meio do condutor cheio e teria de ser absorvida pela parede do tubo. A densidade de corrente, em corrente alternada, se distribui de modo não homogêneo também nas paredes do tubo: na parede interna do tubo ela representa apenas 1/e da que se verifica na superfície externa — mesmo assim, ainda é maior do que zero. Se o tubo não fosse oco, a densidade de corrente diminuiria a partir daqui, continuamente na mesma proporção. Como um tubo é oco por definição, desaparece uma pequena parte da seção condutora ativa em relação a um con-
dutor maciço. Todavia, como esta parte é muito pouco ativa, ela é desprezada na prática, poupando material condutor. Teoricamente, uma camada deveria ser novamente adicionada por fora, e o diâmetro do tubo deveria ser ligeiramente maior para chegar, de fato, à seção equivalente de um condutor maciço.
Aplicação a um exemplo extremo Para visualizar os maiores impactos teoricamente possíveis, é analisado a seguir um cenário extremo. Uma corrente de Vanessa Silva/Arte EM
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EM | Setembro / Outubro | 2023
onda triangular com frequência de 50 Hz e relação pulso-pausa 1:7 (figura 3), bem próxima da distorção mais severa que ocorre na prática, serve como exemplo de advertência [7].
Influência do efeito pelicular Na verdade, procura-se saber como a corrente selecionada se distribui de fato no condutor considerado. Não se trata de um tubo, e o fluxo de corrente decresce continuamente em direção ao centro — não abruptamente, mas consoante uma função exponencial.
Considere-se um condutor de seção circular, uma vez que nele o efeito pelicular se faz sentir com maior intensidade para correntes de Foucault. Um diâmetro de 28,3 mm corresponde a Em busca de uma seção transversal de 630 mm2. A capacidade de Fig. 3 – Corrente de onda triangular de 858 A, com relação pulso-pausa um erro conceitual condução de corrente má- de 1:7 – o valor de crista da corrente é de 3953 A (Fonte: S. Fassbinder) xima permitida, de acordo Imaginando um condutor comuniformemente distribuída por toda a com o fabricante [9], é de 858 A. Emseção e, portanto, para uma temperatuposto de inúmeros anéis concêntribora condutores sólidos com este forra de 20 °C, perdas de 25,45 W por mecos — por exemplo, 500 tubos — com mato (um único condutor maciço) não tro de condutor. Para calcular as perdas espessuras de parede idênticas, pode-se estejam disponíveis, tampouco ocorre com a corrente extremamente distorciconsiderar que, no interior dessas finas uma distorção tão acentuada com uma da selecionada neste exemplo (valor eficamadas, a densidade de corrente seja corrente tão alta. caz equivalente), deve ser determinada homogênea. Assim, pode-se atribuir a a espessura da parede do tubo “fictício” cada camada uma seção e uma correnNeste ponto deveriam ser analisadas para cada harmônico individual. A parte e, logo, uma densidade de corrente e barras retangulares ou redondas, tir daí é possível calcular as respectivas a potência das perdas. Entretanto, este mas a procura é pelo caso teoricaseções e, com as correntes harmônicas cálculo deve ser executado individualmente mais desfavorável, a fim de [7], calcular também as densidades de mente para cada frequência harmônica, definir os seus contornos para efeitos corrente fictícias equivalentes (tabela I). visto que as correntes com frequências práticos. Obtém-se então as perdas unitárias caumais altas se concentram com maior sadas no condutor pelas correntes harintensidade nas camadas periféricas do Em corrente contínua resultaria uma mônicas individuais, que somam 40,38 que as de frequências mais baixas. densidade de corrente de 1,36 A/mm2 W/m em todo o condutor (tabela I). Tab. I – Condutor cilíndrico maciço de 630 mm² - seções equivalentes para os harmônicos de 1ª à 17ª ordem, densidades de corrente e respectivas perdas Ih (A)
f (Hz)
δ (mm)
A= (mm²)
A≈ (mm²)
J= (A/mm²)
J≈ (A/mm²)
RESPEC= (μΩ/m)
RESPEC≈ (μΩ/m)
PV ESPEC= (W/m)
PV ESPEC≈ (W/m)
I1 = 397,595
50
9,441
560,0
0,71
31,2
4,94
I3 = 384,414
150
5,451
391,7
0,98
44,7
6,60
I5 = 359,100
250
4,222
319,7
1,12
54,7
7,06
I7 = 323,634
350
3,568
I9 = 280,724
450
3,147
277,5 630,0
248,9
1,17 1,36
1,13
63,1 27,8
70,3
6,61 20,45
5,54
I11 = 233,524
550
2,846
227,8
1,03
76,8
4,19
I13 = 185,317
650
2,618
211,4
0,88
82,8
2,84
I15 = 139,193
750
2,438
198,2
0,70
88,3
1,71
I17 = 97,773
850
2,290
187,3
0,52
93,5
Total 858,000 A
0,89 40,38
43
44
EM | Setembro / Outubro | 2023
Qualidade da energia
Da corrente eficaz total, expressa como somatória quadrática da frequência fundamental e todos os harmônicos [7] (considerados aqui até a 17a ordem), para cada uma das camadas e suas seções, calculase as perdas da respectiva camada. A soma das perdas de todos os 500 anéis (tubos) resulta na potência de perdas do condutor inteiro, que pode ser comparada com as perdas que o condutor cheio apresentaria em corrente contínua.
internos por harmônico, o resultado com corrente alternada fortemente distorcida foi cerca de 95% maior do que em corrente contínua.
Erro conceitual encontrado
Fig. 4 – Distribuição da densidade de corrente da frequência fundamental (50 Hz) e dos harmônicos ímpares de 3ª à 17ª ordem, num condutor cilíndrico de diâmetro 28,3 mm, da superfície externa para o centro, e deste para a superfície externa oposta (Fonte: S. Fassbinder)
Para tanto, a profundidade de penetração é calculada duas vezes, porque o campo penetra de ambos os lados, e os pares de valores resultantes das 500 perdas singulares são correspondentemente somados. Esta rotina de cálculo é realizada para a frequência fundamental e para cada um dos harmônicos ímpares (3º a 17º), e as somatórias são novamente somadas.
Os resultados devem se aproximar das perdas longitudinais específicas calculadas conforme a “fórmula prática” já mencionada. Mas, infelizmente, isto não acontece. O resultado é de apenas 24,29 W/m, o que mal ultrapassa o valor de corrente contínua em 19%. No método com tubos separados de diâmetro externo idêntico e diversos diâmetros
Onde está o erro? Ora, o condutor tem seção circular, logo, não tem “dois lados”. A onda magnética não penetra pela esquerda e pela direita, inexistentes, e sim por todos os lados. Nem o lado oposto é infinitamente distante, mas tão somente 28,3 mm. E agora?
Um eletrotécnico pode perceber que o referido cálculo, com tantas camadas finas quanto possível (no exemplo, 500), e o cálculo anterior com a fórmula prática, estão relacionados por algum fator de proporcionalidade. Não, não por algum fator, pois aqui entra em cena uma constante da natureza, que tem a ver com o assunto e
EM | Setembro / Outubro | 2023
Tab. II – Resultados de cálculo da somatória das perdas: na frequência fundamental e com harmônicos ímpares de 3ª à 17ª ordem; para 16,7 Hz, 50 Hz, 60 Hz, onda senoidal e três formas de onda triangular, em comparação com corrente contínua Cálculo das perdas para um cabo de seção circular de 630 mm² (diâmetro 28,323 mm, um único condutor maciço Tipo de corrente 0 Hz
Valor absoluto (W/m)
Fator de capacidade de condução de corrente (%)
Para corrente contínua (%)
16,7 Hz
50 Hz
60 Hz
0 Hz
16,7 Hz
50 Hz
60 Hz
0 Hz
16,7 Hz
50 Hz
60 Hz
Corrente contínua
20,45
-
-
-
100,0
-
-
-
100,0
-
-
-
Corrente alternada senoidal
-
24,27
31,52
33,27
-
118,7
154,1
162,7
-
91,8
80,5
78,4
Corrente triangular
1:1
-
24,30
31,58
33,34
-
118,9
154,4
163,0
-
91,7
80,5
78,3
1:3
-
26,24
34,98
37,04
-
128,3
171,1
181,2
-
88,3
76,5
74,3
1:7
-
29,12
39,83
42,31
-
142,4
194,8
206,9
-
83,8
71,7
69,5
provavelmente já apareceu neste artigo. Por tentativa e erro, foram tentados fatores relacionados com a característica circular do condutor: π, π/2, √π, 2√π. Nenhum deles serviu para aproximar os resultados. De fato, estava em jogo uma outra constante da natureza: o número ℮ — e deu certo! Obtém-se perdas unitárias de
39,83 W/m para o condutor com corrente de onda triangular, enquanto o método de aproximação de tubos individuais, de acordo com a Wikipedia, tinha encontrado 40,38 W/m.
ro desvio explica-se pelo fato de que os harmônicos a partir da 19a ordem foram desprezados.
Para outras formas de onda, frequências e diâmetros de condutor obtém-se resultados praticamente idênticos para ambos os métodos de cálculo. Um ligei-
Observe: a profundidade de penetração δCIRC num condutor de seção circular é 1/℮ vezes mais profunda do que o valor teórico onipresente para um condutor
Resultados
45
46
EM | Setembro / Outubro | 2023
Qualidade da energia “sem parte posterior” que os físicos consideram:
δ=
√
ρ 1 ℮ μπf
Diante disso, o técnico pode avançar: a distribuição de corrente para cada harmônico pode ser então representada graficamente (figura 4). Por que isto não consta em parte nenhuma? Não importa. Outros cálculos foram realizados com o mesmo condutor e o mesmo valor eficaz de corrente, porém, para ondas senoidais; para ondas triangulares com uma relação pulso-pausa de 1:3; para 50 Hz e 60 Hz; e para a frequência 16,7 Hz usada nas ferrovias (tabela II). Verifica-se que no mais extremo dentre os cenários extremos, com esse condutor irreal maciço de seção circular, para uma frequência de 60 Hz e uma corrente fortemente distorcida — que na prática pode ocorrer com 858 mA, mas nunca com 858 A — as perdas unitárias quase duplicam em comparação com as de corrente contínua. Em relação a 50 Hz e corrente alternada senoidal, que normalmente representa o valor de referência para a capacidade de condução de corrente, as perdas resultam 54% mais altas. Como o calor aumenta com o quadrado da corrente, a capacidade de condução de corrente do condutor se reduz a 71,7%, portanto, apenas 28,3% em relação à corrente contínua. Na comparação com a corrente senoidal de 50 Hz, que é a base para dimensionar a corrente de projeto, a capacidade de condução, com essa corrente extremamente carregada de harmônicos, é somente 11% mais baixa. Este resultado pode surpreender, porque a influência do efeito pelicular no início destas considerações parecia ser substancial – veja a figura 4. Todavia, os seguintes fatores mitigantes entram em ação: • O efeito aumenta com a frequência, mas as correntes de alta frequência são menores que a da frequência
•
fundamental. O efeito pelicular representa, afinal, perdas ôhmicas adicionais; com a metade da corrente, tais perdas se reduzem a um quarto e, portanto, nas frequências mais altas, são menores, proporcionalmente às correntes. Em contraste, a maior parte da seção do condutor encontra-se no anel externo (figura 5 e tabela III), onde a maior parcela das correntes de alta frequência exerce influência, consequentemente moderada.
Medidas mitigantes A única medida que se oferece no contexto do aumento do aquecimento dos condutores, na presença de harmônicos e do efeito pelicular, se impõe por si: para seções maiores, nos quais este efeito se torna relevante, são usados barramentos com perfil chato. Pela sua própria geometria, perfis chatos deixam pouco espaço para “profundidade de penetração”. Com perfis mais complexos o efeito pode ser reduzido ainda mais. Em caso de barramentos de seção circular, trata-se sempre de tubos, nos quais a porção interior da seção (menos efetiva), foi poupada logo de saída. Se for empregado um cabo de seção circular, ele será segmentado e constituído de múltiplos filamentos, o que também amortece o efeito. Importante para o efeito pelicular são as aplicações de alta frequência. Cabos especiais (HF-Litze), além de ser compostos de filamentos finos, possuem almas individuais separadas entre si por verniz isolante. É assim na eletrônica de potência com as fontes de alimentação que operam em 20 kHz, 60 kHz ou mais, e cujos transmissores têm enrolamentos que facilmente demandam seções de vários milímetros quadrados. Quanto mais elevada a potência de projeto, maior é o núcleo do transmissor, e simultaneamente menor o número de es-
48
EM | Setembro / Outubro | 2023
Qualidade da energia Tab. III – Parâmetros elétricos e geométricos dos anéis da figura 5. O anel externo é o mais carregado, apresenta as maiores perdas térmicas, mas tem a maioir seção
Fig. 5 – Modelo simplificado com apenas 6 (em vez de 500) anéis: A maior parte da seção coincide, felizmente, com a parte da seção exposta à maior solicitação adicional (Fonte: S. Fassbinder)
piras necessário. Com a mesma rapidez, aumenta a seção dos cabos utilizados. Nos cabos de baixa frequência deve ser sempre prevista uma generosa reserva de seção. Esta precaução beneficia tanto a segurança, a queda de tensão e a vida útil da instalação, quanto a eficiência energética [10]. Além do efeito pelicular, deve ser considerado o efeito de proxi-
Diâmetro interno
Diâmetro externo
Seção
Corrente
Densidade de corrente
Perdas por efeito Joule
di (mm)
de (mm)
A (mm²)
I (A)
J (A/mm²)
P V (W/m)
0,00
4,72
17,5
2,07
0,12
0,00
4,72
9,44
52,5
7,31
0,14
0,02
9,44
14,16
87,5
21,97
0,25
0,10
14,16
18,88
122,5
61,91
0,51
0,55
18,88
23,60
157,5
171,15
1,09
3,25
23,60
28,32
192,5
593,44
3,08
32,01
630,0
857,86
Somas
midade, segundo o qual, cabos adjacentes de ida e retorno, ou cabos paralelos em aplicações de corrente alternada de alta intensidade e seções robustas, causam assimetria na distribuição da densidade de corrente dos condutores, e igualmente dependem da frequência. O efeito de proximidade pode ser mantido dentro de certos limites por meio
35,93
do distanciamento suficiente entre os cabos. [N. da R. – Trata-se de uma dicotomia eletromagnética: o distanciamento dos cabos atenua o efeito de proximidade, mas, por seu turno, amplia a área dos laços sujeitos a sobretensões induzidas importantes, por exemplo, na ocorrência de descargas atmosféricas.]
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Conclusão O efeito pelicular constitui uma questão complexa. Não obstante, sua influência pode ser determinada e quantificada para fins técnicos. Contudo, não se deve superestimar os efeitos associados aos harmônicos. A figura 4 pode despertar inicialmente uma falsa impressão: a uma profundidade de meros 4,7 mm, a densidade de corrente, mesmo em 50 Hz, já decresceu à metade; no entanto, até esse ponto, já estão compreendidos 30% da seção total. Esta parcela conduz 593 A da corrente total de 858 A considerada no exemplo. O centro do condutor, em comparação, com 9,4 mm de diâmetro, compreende somente 2,8% da seção total. Se a distribuição da densidade de corrente fosse invertida, esse “condutor central” deveria transportar 593 A, o que resultaria numa densida-
de de 34 A/mm2 e em perdas unitárias de 363 W/m para o condutor todo. Portanto, felizmente o efeito pelicular é como ele é, e não um “efeito de massa”, nem um “efeito central”. Ele só se manifesta em 50/60 Hz perante condutores de grandes seções, e já está contemplado nos critérios de dimensionamento usuais para frequências industriais. Múltiplos inteiros da frequência fundamental — cujas correntes, por sua vez, são inferiores à dela própria — não contribuem significativamente para o aquecimento do condutor. Aplicando uma reserva de 10% sobre a seção dimensionada para 50/60 Hz, ou 19% sobre o valor necessário para corrente contínua, o projetista está do lado seguro para todos os casos previsíveis. Importante é considerar o efeito pelicular nas aplicações de alta frequência.
REFERÊNCIAS [1] Fassbinder, S.: Antwort auf eine Leserfrage zur “Auslegung von aktiven Leitern bei Oberschwingungen”, “Elektropraktiker”, Berlin 71 (2017) 9, S. 710. [2] https://de.wikipedia.org/wiki/Skin-Effekt#Zum _ Begriff _ Stromverdrängung [3] ht t ps://ra .zit i.u ni-heidelberg.de/pages/st udent _ work /sem i na r/ws 0 4 05/Fel i x _ Rembor/praesent a tion. pdf, S. 8 [4] Philippow, E. (Hrsg.): Taschenbuch Elektrotechnik Band 1, S. 430–431, Berlin: Verlag Technik, 1963. [5] ht t p s : //w w w.e le k t ron i k-komp end iu m .d e /sit e s / grd/1102141.htm [6] https://en.wikipedia.org/wiki/Skin _ effect [7] https://w w w.elektropra ktiker.de/nc/fachinforma tionen/fachartikel/epthema-oberschwingungen-1 [8] Philippow, E.: Grundlagen der Elektrotechnik. Kap. 6.8. Strom- und Flußverdrängung, S. 586 ff., 8. Auf l., Berlin: Verlag Technik 1988. [9] Technische Daten Faberkabel 2017 (w ird inzwischen nicht mehr öffentlich bereit gestellt). [10] Fassbinder, S.: Wirtschaftliche Kabeldimensionierung. Mehr Kabel kostet weniger. EP-Dossier, Berlin: Huss Medien 2017. Siehe: https://shop.elektropraktiker. de/item/Kabeldimensionierung-PDF.html
Artigo publicado originalmente na revista alemã ep – Elektropraktiker, edição 10/2020. Copyright Huss Medien, Berlim. Publicado por EM sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.
49
EM | Setembro / Outubro | 2023
Guia – 3
Acionamentos c.a. e soft-starters
Dispositivos eletrônicos que desempenham papel fundamental na indústria atual, os acionamentos c.a. de velocidade controlada (também chamados de inversores de frequência) e as chaves estáticas de partida de motores otimizam processos, proporcionam eficiência energética e diminuem o desgaste de instalações e equipamentos. Neste guia, fornecedores descrevem sua oferta e fornecem seus dados para contato dos interessados.
Da Redação de EM
•
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Yaskawa – (11) 99431-6032 comercial@yaskawa.com.br
0,2 a 16.000
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0,01 a 500
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0 a 2.000
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c/ sensor (7)
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DTC (6)
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FOC (5)
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sensorless (8)
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Escalar
0,1 a 1.000
0 a 300
•
Digital (4)
MSA Control – (11) 98526-8111 comercial@msacontrol.com.br
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0,25 a 650
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Motronics – (54) 99932-2515 eduardo.gazzi@motronics.com.br
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Outro
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0,1 a 1.350
Tipo de controle Vetorial
Tipo de conversor
Faixa de frequências de saída (Hz)
•
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outro
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Tecnologia
PWM (3)
Faixa de potências (kw)
Acionamentos CA de velocidade controlada
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Soft Starters
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Notas: (1) Inversor de corrente. (2) Inversor de tensão. (3) Inversor de tensão controlado por PWM. (4) Indique o no de bits utilizado. (5) Por orientação de campo. (6) Controle direto do torque. (7) Com sensor mecânico. (8) Sem sensor mecânico, isto é, com estimação da velocidade a partir dos sinais de tensão e corrente. (9) Tiristores em antiparalelo por fase. (10)Energy save Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 69 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, Setembro / Outubro de 2023. Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
Interface PC
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Analógica potenciômetro)
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Não tem
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IHM
Aberta: (fieldbus)
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Operação permanemte
Operação só na partida
Frenagem por CC
Parada suave
Pulso de tensão+ Rampa
Limite de corrente (LC)
Rampa de tensão (RT)
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externo
incorporado
Incorporado
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Outra
externo
Metaltex 0,5 a (11) 5683-5700 vds@metaltex.com.br 75 Motronics (54) 99932-2515 10 a eduardo.gazzi@ 1.100 motronics.com.br MSA Control (11) 98526-8111 1a comercial@ 1.000 msacontrol.com.br
Interface serial
Funções
Fusível Relé ultrarrápido térmico
Tiristores antiparalelo (9)
Empresa Telefone e-mail
Proteção
Básico
Tecnologia
Faixa potências (kw)
50
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EM | Setembro / Outubro | 2023
Iluminação
A relação de lâmpadas e luminárias com a poluição luminosa Ivo Ázara, pesquisador nas áreas de Fotometria e Colorimetria do Inmetro
“O
Ele só consegue ser visto a olho nu se as condições do céu forem bastante favoráveis — sem poluição luminosa ou nuvens. “Para observar o cometa, o mais sensato é usar binóculos, que facilitarão a observação desse visitante ilustre. Além disso, é importante destacar que não é uma tarefa tão fácil achar um cometa no céu”, recomenda o astrônomo Filipe Monteiro, do Observatório Nacional. “Por isso, além de instrumentos (binóculos, telescópios, câmeras fotográficas), é interessante que as pessoas procurem um lugar distante dos centros urbanos, fugindo assim da poluição luminosa. Seu brilho está no limite do que o olho humano consegue enxergar” O texto transcrito é parte de uma notícia publicada na Internet em 4 de feveFig. 1 – A poluição luminosa pode ser causada por lâmpadas e luminárias e pela luz refletida pelo piso e outros objetos, como mostra a foto. Nota-se a luminária (B) e os faróis de automóvel emitindo luz para cima (D); já a luz branca (A) propicia melhor contraste do que a luz amarela e a luminária (C) não emite luz para cima
A iluminação artificial em direção ao céu, emitida por lâmpadas e luminárias, pode provocar a poluição luminosa, impedindo a visualização de estrelas e outros corpos celestes, seja por falta de contraste ou ofuscamento. Algumas medidas podem controlar a poluição luminosa, como melhores projetos de luminárias e de sistemas de iluminação pública, assim como não utilizar iluminação acima dos níveis previstos em normas.
reiro de 2023 [1] sobre a passagem pelo sistema solar de um cometa — chamado pelos astrônomos de C/2022 E3 (ZTF) e conhecido do público como “cometa verde” —, que poderia ser visto da Terra, até mesmo a olho nu, desde que as condições fossem favoráveis. A partir de termos usados nessa notícia e em outra mencionada adiante, são apresentados, em linguagem simples, os conceitos de poluição luminosa, contraste e ofuscamento.
cometa C/2022 E3 (ZTF), que fez sua maior aproximação da Terra na última quarta-feira (1º), está finalmente visível do hemisfério Sul — inclusive do Brasil....
Ivo Ázara
52
Poluição luminosa A ocorrência de nuvens, citada na notícia, poderia atrapalhar a visualização do cometa, o que é bastante evidente. Já o termo “poluição luminosa”, que também aparece no texto, é um fenômeno que pode não ser tão óbvio para algumas pessoas. A poluição luminosa do céu é causada pela emissão de luz artificial em direção
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54
EM | Setembro / Outubro | 2023
Iluminação intenso, devido à luz que penetra na atmosfera, proveniente dos corpos celestes, o que não impede a visualização de estrelas e outros corpos celestes.
Fig. 2 – Mapa da emissão luminosa para o céu. Os grandes centros urbanos são as principais fontes de poluição luminosa [4]
ao céu, que pode acontecer basicamente de duas maneiras: por lâmpadas e luminárias, entre outros artefatos; e pela luz refletida em diversas superfícies (pisos de ruas e estradas, por exemplo) (a figura 1 mostra alguns exemplos). Essa luz, ao atingir poeiras, fumos e moléculas constituintes da atmosfera, inclusive moléculas de água, sofre um espalhamento que faz com que o céu noturno, principalmente nas áreas urbanas, pareça mais brilhante. O céu natural noturno apresenta um certo brilho, pouco
A figura 2 mostra um mapa da poluição luminosa no Brasil. Embora na Europa e parte Leste dos Estados Unidos, a poluição luminosa seja mais generalizada, nas regiões próximas aos grandes centros no Brasil também é significativa e necessita de controle. As figuras 3 e 4 mostram, respectivamente, a observação do céu em um local com céu escuro e uma cidade com grande emissão de luz e céu totalmente tomado pela poluição luminosa.
Contraste Para que seja possível observar um maior número de estrelas e ocorrências como a passagem de cometas, é preciso haver contraste, dado pela diferença de brilho entre o objeto observado (uma estrela) e o fundo (o céu escuro). Quanto mais brilhante for o céu, menos estrelas poderemos observar. O contraste é necessário em todas as situações em que precisamos
ver e distinguir objetos. Quando olhamos para um céu afetado pela poluição luminosa, chega aos nossos olhos luz proveniente de muitas estrelas que não conseguimos distinguir por falta de contraste. Como não podemos fazer com que uma estrela se torne mais brilhante, para melhorar o contraste, devemos tornar o céu mais escuro. Isso é uma tarefa difícil, mas não impossível. Os astrônomos e entidades como a International Dark Sky Association [2], estão sempre trabalhando nesse sentido.
Controle da poluição luminosa A iluminação artificial é um elemento importante na vida de grande parte da humanidade, mas são necessárias medidas que permitam reduzir a poluição luminosa causada por ela. Isso inclui, entre outras coisas, melhores projetos de luminárias e de sistemas de iluminação pública e também em outras áreas abertas. Entre diversas fontes de poluição luminosa, estão: painéis de propaganda, iluminação de fachadas, monumentos,
EM | Setembro / Outubro | 2023
Igor Borgo (UFRJ)
Fig. 3 – Local de céu escuro: Parque Estadual do Desengano, no interior do Estado do Rio de Janeiro (municípios de Santa Maria Madalena, Campos dos Goytacazes e São Fidélis) [5]
estádios, diversos tipos de sinalização luminosa, etc. Em suma, todo objeto localizado em ambientes abertos que possa causar a emissão de luz em direção ao céu, seja luz própria ou refletida, deve ser sujeito ao controle de poluição luminosa.
Esse controle abrange o projeto e a instalação de luminárias e a não utilização de iluminação acima dos níveis previstos em normas. O projeto das luminárias deve garantir que elas não emitam luz para cima quanto utilizada de forma correta. A instalação da luminária deve ser feita de acordo com a posição para a qual foi projetada, caso contrário poderá emitir luz para cima. No caso da iluminação excessiva, a luz será refletida para o céu por diversas superfícies, contribuindo significativamente para a poluição luminosa. As luminárias para iluminação pública com LED contribuem para a diminuição da poluição luminosa, pois tais equipamentos não emitem luz em direção ao céu, desde que instaladas adequadamente, e permitem a redução da iluminação em períodos de pouco movimento nas ruas de modo automa-
tizado, em um contexto de cidades inteligentes.
Qualidade da luz utilizada na iluminação Também é muito importante o tipo de luz emitida pelas luminárias, que pode ser associado à característica chamada temperatura de cor correlata (TCC), mais referida como temperatura de cor. As fontes de luz branca utilizadas em iluminação são chamadas de: • quentes, por apresentarem cor branca avermelhada ou amarelada, com TCC baixa, em torno de 3 000 K; • frias, com aspecto azulado, e TCC alta (normalmente acima de 6 000 K); e • neutras, sem predominância de vermelho ou azul, e TCC em torno de 4 000 K.
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Iluminação Martin Podzorny
As fontes luminosas com TCC alta e aspecto azulado causam maior poluição luminosa, pois a luz azul (comprimentos de onda menores) sofre mais espalhamento na atmosfera do que os demais comprimentos de onda. Por isso, é necessário estabelecer controle também sobre esse aspecto. Por exemplo, o projeto da norma ABNT NBR 5101 – “Iluminação Pública – Procedimento” prevê limitar a TCC na iluminação pública a 3 000 K, ou até menos. Porém, essa limitação não deve prejudicar a distinção das cores dos objetos. Isso representa outro tipo de contraste, chamado contraste cromático, dado pela diferença de cores (figura 5). Se a iluminação não proporciona uma boa reprodução de cores, o contraste cromático fica prejudicado. As lâmpadas de vapor de sódio, ainda muito comuns na iluminação pública no Brasil, apresentam essa deficiência, pois todos os objetos ficam amarelados, prejudicando o contraste e, consequentemente, a visualização dos objetos (figura 1). A iluminação com LED, por apresentar um espectro mais amplo, oferece melhor reprodução de cores.
Ofuscamento “O astro poderá ser visto à noite mesmo a olho nu, desde que o céu esteja claro, não haja poluição luminosa e o brilho da Lua não incomode os olhos, informam os cientistas.” Nesse trecho, destacado de outra notícia sobre o cometa verde [3], o céu claro refere-se à ausência de nuvens, as quais impediriam a visão do corpo celeste. Não haver poluição luminosa é outra condição importante, que já foi comentada anteriormente. Mas aparece também uma menção ao brilho da Lua, que poderia “incomodar os olhos”, no sentido de prejudicar a visualização do cometa. Isso se refere ao fenômeno chamado ofuscamento, que é causado por áreas com brilho intenso em relação ao
Fig. 4 – A observação astronômica é dificultada ou impedida nas regiões com poluição luminosa intensa [6]
campo visual como um todo. Assim, se não houver poluição luminosa e a lua não estiver dentro do campo visual, o cometa poderia ser identificado no céu. Porém, caso a lua esteja dentro do campo visual, o seu brilho, mais intenso do que o brilho do cometa, prejudicaria ou impediria a visualização. Na notícia transcrita no início deste artigo, a frase “seu brilho está no limite do que o olho humano consegue enxergar” denota a existência do menor contraste perceptível e qualquer perturbação, seja poluição luminosa ou ofuscamento, impediria a visualização do corpo celeste. O fenômeno do ofuscamento está presente no dia-a-dia das cidades devido à presença de muitas fontes luminosas com alto brilho, como painéis luminosos, iluminação de calçadas por particulares, faróis de veículos, etc. Isso prejudica até mesmo a visão das pessoas, comprometendo sua segurança.
Papel do Inmetro O Inmetro não participa habitualmente das medições em campo relativas aos aspectos mencionados, porém executa nos laboratórios da Divisão de Metrologia Óptica diversos serviços que dão suporte a outros laboratórios e à indústria de iluminação, tais como: • medições quantitativas (quantidade de luz e sua distribuição) e qualitativas (características colorimétricas)
• •
•
da luz emitida por luminárias para iluminação pública e outros dispositivos para iluminação; pesquisas sobre a iluminação a LED e sua aplicação nas cidades inteligentes; calibrações de instrumentos chamados luminancímetros, que permitem a medição de brilho e contraste, avaliados pela grandeza chamada luminância; calibração de lâmpadas de outros laboratórios utilizadas para calibração de instrumentos de medição, os quais serão usados para medições em luminárias e nas instalações de iluminação.
O termo calibração significa comparar com um padrão de melhor qualidade. O Inmetro é o detentor dos melhores padrões no País, chamados padrões nacionais de referência. As medições e ca-
Roselia Veppo
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Assim, o Inmetro dá confiabilidade às medições, visando beneficiar e proteger o cidadão, não apenas na área de iluminação, mas em praticamente todas as transações comerciais e atividades.
REFERÊNCIAS [1] h t t p s : / / w w w . u o l . c o m . b r / t i l t / n o t i c i a s / redacao/2023/02/04/cometa-verde-pode-ser-vistoa-olho-nu-neste-final-de-semana.htm [2] www.darksky.org [3] h t t p s : // w w w. e s t a d a o . c o m . b r/c i e n c i a /c o m e t a ve rd e -p a s s a-p e l a-t e r r a-p e l a-1-ve z - e m-5 0 -m i lanos-veja-fotos/ [4] ht t p s : //w w w. g a le r i a dome t e or ito.c om /2 016/0 7/ novo-mapa-da-poluicao-luminosa.html
Fig. 5 – Contraste cromático para permitir a correta visualização dos degraus (Livraria Lello, Cidade do Porto, Portugal)
librações realizadas por outros laboratórios estão relacionadas com os padrões nacionais de referência. Essa relação é chamada de rastreabilidade.
[5] ht t ps://c onex ao.u f r j.br/2 022/12/c ontemplac ao celeste/ [6] w w w. a st roshop.pt /re v ist a /pr at ic a /consel hos- et r u q u e s /o b s e r v a r - s o b - u m - c e u - s e m - p o l u i c a o luminosa/i,1086
O autor agradece o apoio do Inmetro às pesquisas, através do programa Pronametro.
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Congresso
Sendi 2023 destaca os desafios da distribuição Redação de EM
O
XXIV Sendi, considerado o maior fórum de discussões do segmento de distribuição de energia elétrica da América Latina, vai acontecer de 7 a 10 de novembro, em Serra, Espírito Santo, sob coordenação da Abradee - Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica, tendo como anfitriã a EDP, distribuidora de energia do Espírito Santo. Tradicionalmente realizado a cada dois anos desde 1962, o evento, cuja 24a edição estava marcada para 2021, foi adiado por conta da pandemia e agora acontecerá em um contexto desafiador para o segmento de distribuição, com impactos causados pelo crescimento exponencial da geração distribuída, ampliação do mercado livre, sobrecontratação de energia e a renovação das concessões, entre outros assuntos (veja reportagem na edição de EM no 571). “O segmento passa por um momento histórico com a transição energética e a abertura do mercado, mudanças inevitáveis que mudarão a relação das pessoas com a energia elétrica. No Sendi, vamos reunir os principais protagonistas desta evolução e discutir como queremos construir este futuro: um futuro mais elétrico, sustentável e inovador”, ressalta o vice-presidente de Distribuição da EDP, Dyogenes Rosi.
A 24a edição do Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica acontece em novembro em Vitória, ES, em clima de grande expectativa. O tradicional congresso volta após quatro anos com ampla programação ― envolvendo ESG, sustentabilidade, inovação, mercado livre e a transformação do negócio de distribuição ―, uma feira com 150 empresas de destaque e a previsão de reunir mais de 3,5 mil participantes.
De acordo com os organizadores, nesse cenário de transformações, o Sendi visa proporcionar a apresentação e discussão de tendências do setor, promover inovação e desenvolvimento, trocar experiências entre empresas distribuidoras, além de gerar negócios e networking. A expectativa é de que o evento reúna cerca de 3,5 mil pessoas, entre representantes das distribuidoras de energia elétrica, de órgãos do governo do setor elétrico, empresários, pesquisadores e estudantes, e movimente mais de R$ 45 milhões no Estado. O Sendi vai ocupar uma área de mais de
20 mil metros quadrados no Pavilhão de Carapina (veja o boxe “Serviço”). Além do congresso, o evento é composto pela exposição do segmento de energia ExpoSendi, por um espaço voltado para startups e ainda pelo Rodeio Nacional dos Eletricistas. “O Sendi 2023 vai proporcionar o encontro do mercado de distribuição de energia elétrica em um único lugar, reunindo as principais empresas, fornecedores, profissionais e especialistas”, afirmou em nota o presidente da Abradee, Marcos Madureira. Divulgação
Ilustração eletrônica representando os espaços do congresso, da exposição e do rodeio de eletricistas: protagonismo na evolução do setor de distribuição
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TECNOLOGIA A
COPEL DIS
PRÊMIO
PREMIADA
Sustentabilidade e Transformadores 2 0 2 3
DESTAQUE NO FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTOS PARA DISTRIBUIÇÃO
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Compensador mpensador Dinâm Dinâmico de Potência Reativa Ó L E O
Transformador Subterrâneo Ó L E O
Regulador Automático de Tensão Monofásico
V E G E T A L
O U
O U
Transformador Pedestal
M I N E R A L
Transformador Trifásico
Transformador Trifásico V E G E T A L
Transformador Monofásico
Classes de Tensão: 15, 24,2 e 36,2kV
Transformador Trifásico Tipo Seco
M I N E R A L
C E M I G
PRÊMIO P
Eq Equipamentos de Transformação Tr 2 0 2 3
www.itb.ind.br •
+55 18 3643 8010
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Congresso Congresso A programação do congresso compreende temas relacionados a ESG, sustentabilidade, inovação e o mercado de energia, incluindo transformação do negócio de distribuição, contratos de concessão, liberalização do mercado, regulação, clientes, entre outros. O encontro contará com sessões simultâneas, que discutirão as macrotendências de transformação do setor de energia: digitalização, descarbonização, descentralização e inclusão. As apresentações vão debater ainda os desenvolvimentos e inovações, as melhorias no modelo regulatório brasileiro, sistema de controle, automação e proteção, medição e smart metering, recuperação de energia, meio ambiente, novos modelos de negócios e mobilidade elétrica, smart grids e tecnologias disruptivas, etc. No total, serão mais de 20 assuntos abordados, distribuídos em quatro áreas: técnica, comercial, institucional e inovação. A “Técnica” compreende 11 temas: linhas de distribuição de alta tensão de 69 a 138 kV aéreas e subterrâneas; subestações até 138 kV; redes de distribuição até 34,5 kV; sistemas de controle, automação e proteção; sistemas técnicos; operação; qualidade de energia; planejamento da expansão; planejamento da manutenção e gestão de ativos; medição e smart metering; e geração distribuída. “Comercial” congrega os seguintes assuntos: leitura e faturamento; recuperação de energia – perdas não técnicas; recuperação de crédito – inadimplência; comunicação e relacionamento com os clientes; e atendimento digital. Já a área “Institucional” vai abordar tópicos como regulação, comercialização e economia; meio ambiente e sustentabilidade; segurança do trabalho e recursos humanos; eficiência energética e educação do uso; suprimentos e logística. Por fim, “Inovação” tratará de novos modelos de negócios e tecnologias.
A organização do Sendi recebeu mais de 900 artigos técnicos. Desse total, foram selecionados 240 trabalhos, sendo 211 para apresentação na modalidade presencial e 34 na modalidade pôster — na sessão pôster, os trabalhos são expostos em painéis em uma área do centro de convenções, e os autores ficam disponíveis em determinados horários para fornecer informações adicionais aos interessados. A avaliação e seleção dos trabalhos seguiu critérios como “aplicação prática”, “embasamento teórico”, “ordenação de ideias, conteúdo e clareza do trabalho técnico”, “originalidade” e “abrangência no setor de distribuição”. Os melhores trabalhos entre os selecionados vão concorrer a um notebook. Entre os inscritos estão professores universitários, estudantes, empreendedores, empresas fabricantes ou prestadores de serviços e representantes de distribuidoras públicas e privadas do Brasil. A lista dos trabalhos selecionados está disponível em https://sendi.org.br/trabalhos-tecnicos.
Painéis A pauta também compreende painéis técnicos. O primeiro palestrante, no dia 8 de novembro, vai ser o economista Ricardo Amorim, que vai abordar o tema “Responsabilidade socioambiental no segmento de energia elétrica”. A ideia é discutir o compromisso das empresas do setor elétrico com a operação sustentável, por meio de adoção de práticas e políticas que considerem os impactos sociais e ambientais de suas atividades. No mesmo dia, também serão realizadas as seguintes palestras: “Energia além do fio: como utilizar fontes de fomento incentivadas para fazer a inovação acontecer”, com o professor Ricardo Yogui, que é conselheiro de organizações, mentor de inovação,estratégiaeliderança;“FatorHumano: a inovação disruptiva começa aqui”, com a especialista em estratégia de negócio Amanda Graciano, que é conselheira do
pacto global da ONU, head de relacionamentocomcorporaçõesnaFishereprofessora na Fundação Dom Cabral e Conquer; e “Obviedades não-óbvias sobre Customer Centricity: como transformar negócios para uma lógica centrada no cliente?”, com a especialista Carolina Nucci, CMO e sócia na @weme, co-founder da @Libri, board member da Women in Sale. Já no dia 9 de novembro, acontecerá o painel “A nova regulação e sistemas de inovação”, trazendo a próxima fase do P&D do setor elétrico e novas oportunidades, com Renata Ramalhosa, ex-diplomata, CEO e cofundadora da Beta-i Brasil. Com mais de 25 anos de experiência profissional nas áreas de governança, diplomacia econômica, estratégia, sustentabilidade, inovação, diversidade, cultura e governança corporativa, Ramalhosa também é membro da Comissão de Inovação do IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.
ExpoSendi e Espaço Inovação Paralelamente ao seminário será realizada a ExpoSendi, tradicional mostra de produtos, serviços e equipamentos da cadeia de distribuição de energia elétrica. A feira, que deve contar com mais de 150 expositores, reunirá concessionárias, fabricantes de materiais e equipamentos e empresas de consultoria, e estará integrada ao espaço das plenárias. O centro de eventos também abrigará salas de negociação e, com o objetivo de antecipar tendências do setor, estimulando a transição energética do País, o Sendi terá pela primeira vez um espaço exclusivo para startups apresentarem suas soluções. De acordo com a organização, o ambiente, chamado de “Espaço Inovação”, foi pensado para facilitar as conexões entre participantes do evento e startups, e propiciar trocas e inspiração, dando visibilidade aos desafios do setor e às startups selecionadas. O obje-
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tivo é que, por meio das apresentações, elas possam estabelecer novas parcerias, networking e ter acesso a investidores. A EDP, anfitriã do evento, em parceria com o Base 27, hub de inovação no Espírito Santo, selecionaram 21 startups. Outra novidade do Sendi 2023 é Carta de Vitória, um documento que será elaborado ao final do congresso a fim de consolidar as principais questões debatidas, principalmente as de natureza institucional e regulatória. O objetivo é que a carta sirva de guia para orientar futuras ações e discussões no setor elétrico.
Rodeio Outro evento paralelo é o Rodeio Nacional de Eletricistas, que é uma competição entre profissionais da área vindos de todo o País, cujo objetivo é disseminar
as melhores práticas de segurança e eficiência e a troca de experiências entre as distribuidoras de energia brasileiras. Nesta atividade, numa arena equipada com postes, equipamentos e estruturas representando uma rede de distribuição de energia, eletricistas e técnicos qualificados vão demonstrar a realização das suas tarefas diárias, com o desafio de executá-las no menor tempo possível, prezando segurança e qualidade. As equipes serão compostas por oito integrantes e deverão executar as seguintes atividades: adequação da área de trabalho e inspeção de ferramentas, materiais e equipamentos na arena; substituição de medidor; desenergização do circuito; substituição das chaves fusí-
Serviço XXIV Sendi – Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica Data: Local:
7 a 10 de novembro de 2023 Carapina Centro de Eventos (Pavilhão de Carapina), Rodovia do Contorno s/no, BR 101, km 1, Serra, ES.
Atrações: ExpoSendi; seminários com palestrantes nacionais e internacionais; apresentação de trabalhos técnicos e de startups com trabalhos de inovação; Rodeio Nacional dos Eletricistas; Carta de Vitoria, entre outros. Informações: www.sendi.org.br
veis; energização do circuito; escalada com degrau portátil; colocação dos EPIs com os olhos vendados; e apresentação de “Inovações e Melhores Práticas”. Tais tarefas estão relacionadas ao combate a fraudes, operação e manutenção de redes e técnicas de eficiência e segurança.
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Guia – 4
Bancos de capacitores de baixa tensão
IFG – (51) 99558-1670 ifg@ifg.com.br Inducap – (11) 94742-6803 capacitores@inducap.com.br Indumax – (64) 3404-7476 vendas@indumax.com.br Mabitec – (11) 99395-4138 orcamentos@mabitec.com.br Masterpower – (11) 99672-0711 masterpower@masterpower.tec.br Onda Positiva – (47) 99933-2314 contato@ondapositiva.net.br Pro Painel – (11) 98208-5206 alison@propainel.com.br RTA – (11) 2171-3244 rta@rta.com.br Startek – (51) 4131-0885 contato@startekautomacao.com.br Vepan – (11) 99133-4032 vendas@vepan.com.br WEG – (47) 3276-4000 automacao@weg.net
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1.000 1.000 1.000
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-10 a +46
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até 690
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-15 a +50 -10 a +40 -25 a +55
Manobras máximas por capacitor
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1.000 1.000 1.000
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1.000 1.000 1.000
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-25 a +55 -25 a +55 0a 40
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1.500 1.500
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Grau de proteção (IP)
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Embutir
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Sobrepor
200
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• 200.000 •
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Montagem
Autoportante
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Alumínio
600
Aço inox
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Aço carbono
600
Outro (h)
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-10 a +40 -10 a +50 -5 a +40
Armário
Expectativa média de vida
100.000 h
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1.000
Até 5000/ano
900
Autorregeneração
500
até 1.000
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Proteção contra sobrepressão
Resistor de descarga
Perdas máximas Outro (W/kvar)
< 5 W/kvar
Conteúdo harmônico ≤ 10%
Outro (%)
440 V
Outra (V)
Automático 12 estágios
Até 480 V
Potência máxima por banco (kvar)
380 V
Energy Control – (11) 99651-5981 energycontrol@energycontrol.com.br ESE Equipamentos (41) 99121-4387 adelino.ceo@ese.ind.br HZ Painéis – (11) 4371-6001 comercial@hzpaineis.com.br
Tensão nominal (60 Hz)
220 V
Bree – (41) 99218-5519 enio.fagundes@bree.com.br Eletrocom – (55) 3332-7940 eletrocom@eletrocom.net.br
Automático 6 estágios
Empresa – Telefone e-mail
Programável
Tipo
Temperatura ambiente (°C)
Entre as funções desempenhadas pelos bancos de capacitores nas instalações destacam-se correção do fator de potência, suporte de reativos para melhorar o nível de tensão de fornecimento e redução das perdas, devido à diminuição da corrente elétrica nos circuitos a montante. Este guia lista fornecedores selecionados do mercado nacional, com a descrição das características de sua oferta e as informações de contato.
Da Redação de EM
Fixo
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• •
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Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 83 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, Setembro / Outubro de 2023. Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
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EM Profissionais
Eletromobilidade – Por que você precisa se preocupar com isso agora Vinícius Ayrão
Em meu texto de estreia nesta coluna, optei por iniciar com uma visão mais estratégica sobre eletromobilidade. Uma questão tem ocupado minha mente nos últimos meses: é o momento de os profissionais de engenharia elétrica e das empresas de engenharia elétrica, instalações e de energia investirem recursos (tempo, capital e pessoas) no assunto da eletromobilidade?
A pauta renovável As mudanças climáticas têm provocado fortes preocupações no mundo. Há correntes de opinião que entendem que as mudanças climáticas são causadas pelo ser humano e há outras que não. Não é meu objetivo mudar sua opinião, seja ela qual for. Mas esse assunto me faz recordar um pensamento atribuído a Blaise Pascal, quando questionado se acreditava ou não em Deus. Pascal teria respondido que, se acreditasse e Deus não existisse, ele não teria problemas, uma vez que não haveria vida após a morte. No entanto, se Deus existisse e ele não acreditasse e não levasse uma vida segundo os preceitos cristãos, enfrentaria problemas após a morte. Logo, a decisão lógica seria levar a vida partindo do pressuposto de que Deus existe. Dessa forma, a primeira conclusão a que chego é que, como sociedade, precisamos partir do pressuposto de que a descarbonização é necessária. No mundo, diversos fundos de investimento e governos defendem essa necessidade e há dinheiro envolvido. É quase um princípio do capitalismo: se há dinheiro envolvido, algo acontecerá. A geração de energia elétrica foi altamente influenciada por isso: o crescimento da
energia solar e eólica no mundo é prova cabal. Novas tecnologias que aumentem a eficiência da energia solar, bem como a expansão da energia eólica onshore e o desenvolvimento de usinas eólicas offshore, colocam esses mercados como altamente promissores. Mas a geração de energia elétrica por fontes renováveis não descarboniza as frotas de veículos.
Políticas ESG As grandes empresas mundiais estão aderindo a políticas ESG (Environmental, Social and Governance). A redução no consumo de energias (através de eficiência energética) é a primeira ação a ser realizada. A segunda etapa é o uso de energias oriundas de fontes renováveis. Tratando de energia elétrica, no Brasil as empresas têm opção de comprar energia gerada a partir de fontes renováveis aderentes ao SCEE - Sistema de Compensação de Energia Elétrica, tanto no ACR - Ambiente de Contratação Regulado quanto no ACL Ambiente de Contratação Livre. Mas, e as frotas de veículos?
Descarbonização das frotas Os caminhos para descarbonizar as frotas são vários e é difícil dizer qual deles será preponderante (sem contar a possibilidade de aparecimento de novas tecnologias). Destaco alguns: • uso de biocombustíveis; • uso de veículos elétricos em uma matriz elétrica de fonte predominantemente renovável; e
•
uso de células de hidrogênio (a partir de H2V).
O uso de biocombustíveis pode envolver o etanol e o biodiesel, além do biometano (oriundo do biogás). O Brasil foi precursor do uso do etanol em escala, e o avanço dependerá de políticas públicas, em minha opinião. As células de hidrogênio ainda dependerão do H2V e não acontecerão em escala no curto prazo. Restam então os veículos elétricos. Mas veículos elétricos apenas são renováveis se tivermos geração de energia renovável na escala necessária. Como o Brasil tem uma matriz elétrica predominantemente renovável, temos uma vantagem quando falamos de descarbonização das frotas. Além da matriz energética predominantemente renovável do SIN – Sistema Interligado Nacional, temos a forte expansão da geração distribuída (GD), principalmente de fonte solar, o que favorece para empresas de todos os portes fazerem o processo de descarbonização a partir de eletrificação de frotas.
O mercado de veículos elétricos Os preços dos veículos elétricos estão em queda. A entrada de novos fabricantes (BYD e GWM) trouxe uma dinâmica nova ao mercado, com queda de preços e aumento do market share dos veículos elétricos. É possível enxergar que há uma aposta muito grande por parte das montadoras chinesas no crescimento desse mercado. As au-
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tonomias dos carros têm aumentado, o que mitiga o ainda pequeno número de eletropostos de recarga rápida nas estradas brasileiras.
Minhas conclusões Haverá expansão do mercado de veículos elétricos para uso pessoal em curto prazo. Essa expansão começará em locais de maior poder aquisitivo, mas com uma possível redução dos custos de capital no Brasil e disponibilização de linhas de financiamento de veículos com taxas menores, a venda de veículos elétricos aumentará em outras classes sociais. Novos empreendimentos necessitarão possuir previsão ou já contarem com estações de recarga, e empreendimentos existentes precisarão de análise e retrofit das instalações elétricas para poder receberem os carregadores veiculares. Edificações de múltiplos consumidores precisarão de uma atenção especial quanto à carga a ser disponibilizada pela concessionária, bem como em relação aos custos dessa infraestrutura.
Postos de combustíveis existentes precisarão pensar em disponibilizar pontos de recarga elétrica, o que terá impacto nas entradas de energia e nos valores de demanda contratada e de consumo de energia. Uma série de desafios e oportunidades surgirão com a ampliação da frota de veículos elétricos, o que demandará dos profissionais e empresas que pretendem explorar esse mercado uma série de habilidades, entre as quais destaco: • conhecimentos de custos de energia elétrica em todas as modalidades existentes, no mercado cativo (ACR), no mercado livre (ACL) e com energia solar junto à carga (LCOE da energia solar); • conhecimentos regulatórios; • conhecimentos de entrada de energia em MT e BT;
• • • • •
conhecimentos de instalações elétricas de baixa tensão (NBR 5410, NBR 13570); conhecimentos de instalações elétricas de média tensão (NBR 14039); conhecimentos de proteção contra descargas atmosféricas (série NBR 5419); conhecimentos da norma de instalação de carregadores elétricos (NBR 17019); e soluções de gestão e cobrança de estações de recargas de veículos.
Na próxima edição de EM, tratarei nesta coluna dos aspectos mais técnicos, focando na entrada de energia e nos desafios das instalações elétricas.
Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, com grande experiência em projetos de instalações elétricas MT e BT, entradas de energia e instalações fotovoltaicas, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ - Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Rio de Janeiro, Vinícius Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos ligados à atualização dos profissionais de eletricidade em relação ás novas tecnologias e tendências do mercado. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: em_profissisonais@ arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” “EM Profissionais”.
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EM Aterramento
A importância do posicionamento dos DPS Sergio Roberto Santos
Para que os dispositivos de proteção contra surtos (DPS) protejam as instalações elétricas é indispensável que eles sejam posicionados corretamente. Caso esse posicionamento não seja o correto, seguindo o conceito de Zonas de Proteção contra Raios (ZPR), a instalação não estará protegida, já que é a ZPR que define o tipo, ou classe, do DPS. Tão importante quanto determinar os parâmetros de um DPS é posicioná-lo corretamente duas vezes. Em primeiro lugar, analisando a posição do painel onde ele se encontra dentro da instalação. O DPS deve sempre ser instalado no ponto onde os cabos entram no ambiente (a ZPR). Em segundo lugar é necessário posicionar o próprio DPS corretamente dentro do quadro, como será indicado a seguir. Reforçando a importância do seu correto posicionamento, ao contrário dos disjuntores e fusíveis, um DPS posicionado poucos metros antes ou após o local em que deveria ser instalado não atuará quando necessário, porque a tensão em seus terminais será diferente da existente no ponto da instalação que ele deveria proteger. Como os cabos e fios têm impedância, as correntes impulsivas são conduzidas por eles de forma diferente da que ocorre com as correntes em baixa frequência (60 Hz, corrente contínua ou mesmo correntes de falta). Por este motivo, os seguintes aspectos devem ser observados. Caso os cabos de ligação dos DPS tenham comprimento superior a 0,5 metro, considerando a entrada e a saída, a queda de tensão nestes cabos durante a atuação dos DPS será elevada, sendo somada ao valor
do seu nível de proteção (Up). Se isto acontecer, o valor das sobretensões nos terminais dos painéis ou equipamentos que devem ser protegidos poderá ser superior ao que eles suportam, tornando assim o DPS sem efeito. Além do comprimento, o desenho das conexões também é muito importante. Quanto menor a impedância dos condutores de conexão, maior será a intensidade da corrente de surto desviada para as barras de equipotencialização (BEP ou BEL). Além de ser curtos, os condutores devem ter o formato o mais retilíneo possível. Idealmente, devem ser utilizadas chapas e não cabos, principalmente nas conexões de DPS tipo I. Deve ser evitado também que os cabos que ligam o DPS às barras de equipotencialização do quadro onde ele está instalado (barra de aterramento) fiquem paralelos aos cabos de alimentação do painel, para que o surto que está sendo conduzido para o aterramento não reintroduza por indução a sobretensão no circuito. Um outro ponto que deve ser observado é a distância dos cabos entre dois DPS. Caso eles estejam muito próximos, 5 ou 10 metros entre um centelhador e um varistor, dependendo do modelo, ou 20 metros entre varistores, não será possível garantir a coordenação entre eles. Como é justamente a impedância dos cabos que garante um
atraso da sobretensão no segundo DPS, este poderá atuar antes do primeiro se eles estiverem muito próximos (comprimento dos cabos entre os dispositivos), perdendo-se assim o conceito de proteção em cascata. Embora os DPS sejam dispositivos elétricos e não corpos metálicos como captores, barras chatas ou eletrodos de aterramento, todos eles atuam na proteção contra descargas atmosféricas e seguem o mesmo princípio, e sua posição importa muito. Caso um captor esteja no local errado, as descidas estejam todas juntas, ou os eletrodos de aterramento enterrados com pouca profundidade, eles irão atuar de forma pífia por melhor que seja sua qualidade. Como distância e posição nem sempre estão definidos quantitativamente nos diagramas unifilares, a especificação dos DPS deverá, nestes casos, basear-se na planta da edificação. Além disso, mudando-se o posicionamento dos quadros e equipamentos, deverão ser revistos os DPS instalados. Além de uma especificação correta dos DPS, seu posicionamento também é fundamental para a eficácia da proteção. Devese evitar que eles sejam instalados em local errado e com conexões com comprimento excessivo. Caso a instalação contenha tais equívocos, caberá à inspeção periódica corrigi-los o mais cedo possível. Quanto mais importante for reduzir a vulnerabilidade da instalação às sobretensões transitórias e correntes de surto, mais relevante será pensar o layout dela em termos de Medidas de Proteção contra Surtos (MPS).
Engenheiro Eletricista da Lambda Consultoria, consultor da Embrastec e mestrando no Instituto de Energia e Ambiente da USP, Sergio Roberto Santos apresenta e analisa nesta coluna aspectos de aterramento, proteção contra descargas atmosféricas e sobretensões transitórias, temas aos quais se dedica há mais de 20 anos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail: em_aterramento@arandaeditora.com.br, mencionando “EM-Aterramento” no assunto.
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EM Ex
Causas de explosões
4. Explosão na fábrica de fertilizantes em West, Texas (EUA, 2013): A investigação do acidente, que matou 15 pessoas e feriu 200, apontou para possíveis falhas nos sistemas elétricos como contribuintes para a explosão.
A partir desses relatos, nota-se que é totalmente equivocado supor que a classificação de áreas seja facilmente elaborada por meio de cópia das figuras típicas dos documentos denominados “práticas recomendadas”. Somente a correta avaliação de engenharia dos processos presentes na unidade industrial pode fornecer um estudo válido, o qual é imprescindível na correta especificação dos equipamentos elétricos destinados ao uso nas unidades que processam produtos inflamáveis. Além da obrigatoriedade de certificação de conformidade dos equipamentos, a capacitação dos trabalhadores é fundamental para garantir correta instalação e manutenção desses equipamentos.
5. Explosão na refinaria de Torrance, Califórnia (EUA, 2015): Na explosão ocorrida na refinaria da ExxonMobil, a investigação indicou que a falha em um equipamento chamado “desalter” foi causada por problemas elétricos, incluindo um transformador defeituoso.
O histórico das explosões tem apontado para a relevância das instalações elétricas na segurança das unidades industriais, e reforça a importância da correta especificação dos equipamentos elétricos projetados para evitar a ignição de atmosferas explosivas em situações normais e anormais de operação.
6. Explosão no FPSO Cidade de São Mateus, Bacia do Espírito Santo (Brasil, 2015): A análise do acidente, que resultou em 9 mortos e 26 feridos, identificou como hipótese mais provável a fonte de ignição ter sido eletricidade estática.
O Inmetro estabeleceu que no Brasil a certificação de equipamentos para áreas classificadas necessita ser realizada por um organismo credenciado, independentemente de já ostentar uma certificação estrangeira, como IECEx ou Atex.
Estellito Rangel Júnior
Uma das perguntas mais frequentes nos treinamentos sobre instalações em ambientes com atmosferas potencialmente explosivas é quais ocorrências de explosões em plantas químicas, petroquímicas, gás e petróleo cujas causas apontadas no relatório oficial foram má manutenção, instalação incorreta ou projeto inadequado dos equipamentos elétricos. Com base nas análises realizadas por diversas entidades especializadas, majoritariamente no exterior, e na participação em congressos técnicos, destacamos a seguir alguns eventos que apontaram como causas prováveis as relacionadas aos sistemas elétricos: 1. Explosão na plataforma P-36, Bacia de Campos (Brasil, 2001): A análise do acidente, ocorrido menos de um ano da entrada em operação da plataforma e que resultou em 11 mortes, identificou várias não conformidades relativas a procedimentos e à classificação da área. Uma das hipóteses é de que a fonte de ignição tenha sido um equipamento elétrico não-Ex. 2. Explosão na refinaria de Pasadena, Texas (EUA, 2005): A explosão matou 15 trabalhadores e feriu mais de 170. A investigação identificou falhas de manutenção e revelou que um isolamento inadequado em um circuito elétrico permitiu a ignição de vapores inflamáveis. 3. Explosão na refinaria de Anacortes, Washington (EUA, 2010): Este evento, na unidade de processamento de nafta na refinaria da Tesoro, resultou em sete mortes. A investigação apon-
tou falhas na integridade dos equipamentos, incluindo problemas elétricos, como contribuintes para o acidente.
7. Explosão na fábrica da TPC Group em Port Neches (EUA, 2019): Na explosão em unidade de produtos químicos, onde 3 pessoas foram feridas e 60 mil tiveram que deixar suas casas, a investigação inicial indicou que uma falha em um sistema elétrico poderia ter sido um dos fatores contribuintes.
A integridade dos sistemas elétricos nas indústrias com áreas classificadas é parte crucial da gestão de segurança, e deve contar com inspeções e auditorias periódicas independentes e conduzidas por especialistas, haja vista que são instalações extremamente perigosas.
Estellito Rangel Júnior, engenheiro eletricista, primeiro representante brasileiro de Technical Committee 31 da IEC, apresenta e discute nesta coluna temas relativos a instalações elétricas em atmosferas potencialmente explosivas, incluindo normas brasileiras e internacionais, certificação de conformidade, novos produtos e análises de casos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail em@arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” EM-Ex.
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Agenda
No Brasil Hidrogênio verde – A Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo), em conjunto com Guia Marítimo, Hiria e NürnbergMesse, promoverá Imersões em Hidrogênio Verde no Brasil, em conjunto com o Hydrogen Dialogue Latam, de 16 a 20 de outubro. O evento é realizado desde 2020 na Alemanha, e na edição brasileira terá o Congresso Brasil-Alemanha de Hidrogênio Verde da AHK São Paulo em sua programação. O objetivo é potencializar as discussões sobre oportunidades de negócio e a viabilização do hidrogênio verde como solução global para a descarbonização e proporcionar networking entre produtores, investidores, pesquisadores, empreendedores, operadores logísticos e grandes consumidores. Informações em https://www. ahkbrasil.com/iframes_site_ahk_typo3/v2/ Listagem_eventos_detalhes.aspx?id=5876. Intersolar Summit Brasil Sul – A Solar Promotion International e a Aranda Eventos vão realizar em Porto Alegre, RS, nos dias 7 e 8 de novembro o primeiro congresso e feira Intersolar Summit Brasil Sul. O evento será realizado no Centro de Eventos FIERGS e é aberto apenas aos profissionais do setor. Mais informações em www.intersolar-summit-brasil.com/sul/ visao-geral. Sendi – O XXIV Sendi - Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica, organizado pela EDP e promovido pela Abradee - Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, será realizado em 7 a 10 de novembro em Serra, ES. O evento visa promover a troca de experiências entre as empresas distribuidoras de,energia elétrica, fomentando ideias para o desenvolvimento da qualidade dos serviços prestados. Paralelamente às sessões técnicas, será realizada a feira ExpoSendi. Mais informações em www.sendi.org.br. Licenciamento ambiental – O Lase - Licenciamento e gestão socioambiental no setor elétrico reúne governos e empresas do setor de geração e transmissão de energia para discutir temas ligados à gestão socioambiental dos empreen-
dimentos. Os debates e palestras apresentam as experiências dos empreendedores, aspectos regulatórios e técnicos da pauta ambiental e social dos projetos do setor elétrico. O evento acontece de 21 a 23 de novembro, em São Paulo, SP. Mais informações no site: https://www. viex-americas.com/eventos/lase.
CURSOS Normas brasileiras – A Conprove Engenharia, de Uberlândia, MG, realiza treinamentos para qualificação profissional, dirigido a engenheiros, tecnólogos e técnicos, sobre vários temas, como geradores síncronos; transformadores e reatores de potência; subestações de média e alta tensão; relés de proteção; descargas parciais; transformadores de corrente e potencial convencionais e não convencionais; harmônicos, etc. Em novembro, serão realizados cursos sobre fundamentos e estudo de normas brasileiras: Leitura e interpretação de diagramas elétricos, 6 e 7; NR-11: Transporte, movimentação, armazenamento e manuseio de materiais, 6 e 7; Como elaborar prontuários das instalações elétricas, 9 e 10; NR-12: Segurança nos trabalhos em máquinas e equipamentos, 13; NR-10 básico, 20 s 24; NR-10 - SEP, 27 a 1/12. Mais informações sobre os cursos podem ser obtidas em https://conprove.com. Indústria – A Mitsubishi Electric promove diversos webinars gratuitos, com carga horária aproximada de uma hora. As sessões online abordam inteligência artificial em inversores de frequência, redes industriais, regeneração de energia elétrica, robôs industriais, certificação LEED, entre outras. Inscrições no site mitsubishielectric.com.br/webinars. Capacitação técnica – Por meio da plataforma Centro de Treinamentos, a Schneider Electric oferece capacitações e cursos nas áreas técnicas para engenheiros, eletricistas, técnicos, operadores e estudantes da área de tecnologia. Os cursos – com duração média de dois dias – podem ser realizados no formato online (com aulas ao vivo), presencial (no Centro de Distribuição Inteligente e Innovation Hub de Cajamar – SP) ou nas locações dos
clientes. São oferecidos cursos sobre controladores lógicos, interfaces gráficas, sistemas de supervisão, relés de proteção, equipamentos de média e baixa tensão, sistemas de energia ininterrupta e monitoramento e ar-condicionado de precisão. Mais informações sobre os treinamentos estão disponíveis em https:// loja.se.com/software-e-servicos. Proteção – A Termotécnica Para-raios realiza diversos cursos voltados a profissionais da área, como o curso de SPDA, que aborda, entre outros temas, estrutura e tabelas da nova norma, avaliação da necessidade de SPDA, análise do afastamento do SPDA das demais instalações e massas metálicas, dimensionamento do aterramento para dispersão da descarga atmosférica no solo, etc. Outro curso ministrado é o de MPS, que trata de características de um raio nas instalações de energia e de sinal, efeitos e danos de um raio em equipamentos eletroeletrônicos, princípios básicos e níveis de proteção de equipamentos, características dos protetores, etc. Informações: www.tel.com.br.
No Exterior Redes inteligentes – Smart Grids USA 2023 vai acontecer de 13 a 14 de novembro, em Los Angeles, California, EUA. Composto por feira e conferência, o evento vai focar a modernização da rede elétrica e abordar recentes tecnologias de redes inteligentes, que podem melhorar a visibilidade e a capacidade de controle da transmissão e distribuição de energia em larga escala. A conferência pretende reunir especialistas do setor, representantes de empresas de tecnologia, concessionárias de energia e reguladores. Entre os tópicos principais estão: fundamentos de mercado para sistemas de energia e infraestrutura de rede, avanços em geração de energia, armazenamento e integração, know-how de engenharia em transformação de rede e utilização de energia, políticas de energia e desenvolvimento, automação de distribuição, monitoramento avançado e segurança cibernética, etc. Mais informações em www.usa.smart-grids-conference.com.
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Produtos Iluminação
Painéis elétricos
A Signify fornece soluções em iluminação voltadas ao mercado brasileiro. Uma delas é a iluminação spot Philips StoreFlow, direcionada para estabelecimentos comerciais. Segundo a empresa, a solução fornece iluminação de contraste total, que chama a atenção para as principais áreas e produtos, e oferece maior conforto visual e iluminação uniforme. Já a NatureConnect visa
A Engerey fornece quadros de baixa ou média tensão destinados à distribuição e controle da energia elétrica, utilizado em diversos tipos de instalações, desde residenciais até industriais. Os painéis contam com tecnologia IoT e Cloud Computing. A partir do uso de sensores wireless, é possível detectar algum problema ou prováveis riscos em tempo real e cruzar informações para tomada de decisões rápida e assertiva, destaca a empresa. O painel de média tensão SM6 Connected é conectado 24 ho-
elétricos, sem a necessidade de utilizar extensões, minimizando os riscos de choques elétricos. As tomadas seguem o padrão da norma NBR 14136.
www.tramontina.com.br
Baterias
oferecer luz natural para ambientes como escritórios, salas de reunião, hospitais, supermercados, etc. O produto recria a luz natural a partir de conteúdo avançado e controle intuitivo. É possível configurar, por exemplo, cenas de luz ou usar o modo Day Rhythm, que fornece iluminação dinâmica seguindo o ritmo do sol.
A Unipac, distribuidora de baterias da marca Trojan, fornece a linha de baterias AES, indicada para diversas aplicações industriais, como máquinas de limpeza de piso, plataformas de trabalho aéreo, equipamentos de manuseio de materiais, veículos de golfe, etc. Segundo a empresa, os produtos oferecem longa vida útil e são projetados para carregamento parcial sem danos. Os equipamentos têm capacidade de 1200 ciclos a 100% de profundidade, e foram desenvolvidos para suportar condições
ras por dia, e as informações podem ser visualizadas via computador ou smartphone. Já os painéis de baixa tensão PrismaSeT, da Schneider Electric, com conexão fulltime, possuem sistema de sensor que permite a realização de manutenções preditivas, prevenindo possíveis falhas, de acordo com a empresa.
Cabos de baixa tensão
Tomadas industriais
A Tramontina lançou recentemente as tomadas monofásicas industriais, disponíveis em correntes elétricas de 10 A e 20 A, destinadas ao uso industrial. Segundo a empresa, os produtos foram projetados para manutenções preventivas e corretivas em painéis e quadros elétricos, a fim de garantir eficiência e confiabilidade às operações. Elas possibilitam a disponibilidade imediata de energia em painéis e quadros
www.cobrecom.com.br
www.engerey.com.br
www.signify.com/pt-br
adversas e temperaturas extremas (-40°C a 60/°C) e equipados com tecnologia proprietária de carbono. Contam com tecnologia VRLA Valve Regulated Lead Acid, são livres de manutenção e possuem válvulas que regulam a pressão interna dos gases produzidos durante o processo de carga e descarga da bateria. https://unipac.com.br
cordoamento classes 4 e 5 (flexíveis), isolado com Policloreto de Vinila (PVC), tipo PVC/A para 70 °C, antichama (BWF-B). Já o GTEPROM Flex HEPR 90 ºC 0,6/1 kV é recomendado para circuitos de alimentação e distribuição de energia, em instalações industriais, subestações de transformação ao ar livre ou subterrâneas; em locais de excessiva umidade ou diretamente enterradas no chão; em eletrodutos, bandejas e canaletas. É formado por fios de cobre nu, eletrolítico, têmpera mole, encordoamento classe 5 (flexível), isolado com composto termofixo Etileno Propileno (HEPR), tipo alto módulo para 90 °C e cobertura de Policloreto de Vinila (PVC), ST 2 antichama (BWF-B).
A IFC/Cobrecom fabrica as linhas de cabos Flexicom Antichama 450/750 V e GTEPROM Flex HEPR 90 ºC 0,6/1 kV. O cabo Flexicom antichama é indicado para tensões nominais de até 450/750 V, em instalações internas fixas, industriais, comerciais e residenciais de luz e força. É formado por fios de cobre nu, eletrolítico, têmpera mole, en-
Digitalização de transformadores
A Hitachi Energy fornece o sistema TXpert Hub para digitalização de transformadores. O equipamento permite o monitoramento de transformadores por meio da agregação, armazenamento e análise das informações recebidas de sensores digitais, e, segundo a empresa, atualiza e aprimora os transformadores, permitindo conectar e integrar dados relevantes coletados de muitos dispositivos. A solução inclui sensores digitais, como de temperatura, DGA, buchas, entre outros; sistema de monitoramento; e software de gestão de desempenho de ativos. Entre as vantagens oferecidas pelo equipamento, destacadas pela empresa, estão: redução de custos; maior vida útil, produtividade e tempo de atividade; operações contínuas, confiabilidade, segurança, monitoramento e quantificação de riscos; utilização dos ativos e gestão da manutenção; manutenção baseada em condições reais. www.hitachienergy.com/br/pt
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Publicações Descarbonização do setor siderúrgico
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De acordo com um relatório publicado pelo think tank de energia alemão Agora, o setor siderúrgico pode alcançar emissões líquidas zero até o início da década de 2040, por meio da eficiência no uso dos materiais, aumento da reciclagem, produção de aço com base em hidrogênio verde, além da bioenergia e algumas abordagens de captura e armazenamento de carbono. Segundo o estudo, as tecnologias e estratégias necessárias para atingir o zero líquido já existem, mas ainda é necessário que governos e empresas combinem esforços para implantá-las. O relatório destaca que o Brasil é o segundo maior exportador de minério de ferro (22%), atrás da Austrália (53%) e bem à frente dos últimos três fornecedores internacionais relevantes: África do Sul (4%); Canadá (3%) e Ucrânia (3%). Além disso, o País se destaca pelo maior potencial de produção de hidrogênio verde, em função da disponibilidade de energia renovável. A recomendação do relatório é que,
em vez de tentar exportar hidrogênio verde, países exportadores de ferro, como o Brasil, invistam em “hidrogênio incorporado” na forma de ferro e aço verdes. O estudo indica ainda que o comércio de ferro verde pode reduzir os custos da transformação global do aço, sendo vantajoso tanto para exportadores como importadores, haja vista que o transporte de hidrogênio incorporado como ferro verde será significativamente mais barato do que o transporte de hidrogênio e seus derivados por navio. Os analistas da Agora recomendam a construção de parcerias entre exportadores e importadores. De acordo com o relatório, a Austrália, líder do mercado de ferro, já estabeleceu em 2021 uma cooperação internacional em aço verde com a Coreia do Sul, seu terceiro maior cliente. O site do think tank Agora é https://www. agora-thinktanks.org/. Transição energética Um estudo do BCG - Boston Consulting Group mostra que a indústria de energia precisará de mais US$ 18 trilhões de investimentos em infraestrutura industrial e fontes
de energia renovável, como eólica e solar, para alcançar as metas de redução de carbono. Segundo a consultoria, a participação das energias renováveis e outras soluções de baixo carbono devem aumentar de 12% para 50-70% até 2050 para limitar o aquecimento global. O BCG mostra que, dos US$ 37 trilhões necessários para viabilizar a transição energética, empresas e governos se comprometeram em investir US$ 19 trilhões nos próximos sete anos, mas muito deste valor deverá ser direcionado ao desenvolvimento geral do mercado. A consultoria aponta cinco alavancas tecnológicas que podem viabilizar a transição: aumento da eficiência energética; eletrificação para consumidores finais, como veículos elétricos; descarbonização do fornecimento de energia; uso de combustíveis com baixo teor de carbono; e captura direta do ar. O estudo completo está disponível, em inglês, no site www.bcg.com/industries/energy/ener gy-transition/blueprint.
Índice de anunciantes AMC................................................................................................... 55 Asta Group....................................................................................... 19 Clamper............................................................................................. 45 Cobrecom ............................................................................... 2a capa Dutoplast.......................................................................................... 27 Edentec ............................................................................................. 17 Embrastec......................................................................................... 46 Engevale............................................................................................ 22 Equacional ....................................................................................... 65 Exatron..............................................................................................54 Galfogo................................................................................................ 9 Geraforte............................................................................................ 8 GFC .................................................................................................... 21 Gimi.................................................................................................... 53 Grupo Zilocchi.................................................................................44 HT Cabos.......................................................................................... 61 IHM .................................................................................................... 18 Inpol ................................................................................................... 28 Instrumental ................................................................................... 56 ITB ...................................................................................................... 59 Kanaflex ............................................................................................ 23 Kit Acessórios.................................................................................. 12
KRJ ....................................................................................................... 5 Krona ................................................................................................. 41 Masster ............................................................................................. 49 MCI..................................................................................................... 16 Merax ................................................................................................40 MF ......................................................................................................48 Mi Omega......................................................................................... 63 MO Energy....................................................................................... 57 Nansen .................................................................................... 4a capa Novemp............................................................................................. 47 Pasco Painéis ...................................................................................48 Pextron.............................................................................................. 11 Real Perfil ............................................................................... 3a capa Ritz ..................................................................................................... 29 Romagnole ....................................................................................... 13 Santana Painéis............................................................................... 56 Sendi ................................................................................................. 69 SEW ................................................................................................... 51 Termotécnica................................................................................... 14 Trael ................................................................................................... 15
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Momento
Escolhas em meio a incertezas Paulo Ludmer A firme elevação da cotação internacional do petróleo, a caminho de US$ 100 por barril (de 158,98 litros), faz tremer os pilares das decisões econômico-financeiras e da política energética brasileira. Gestores de fundos de investimentos preferem ficar comprados em dólar; outros vendidos. O risco deve ser encarado. Porém, o comportamento do câmbio do Real é uma seiva nas artérias da economia e das pessoas, que varre tudo e todos, portanto, a nossa energia. Para a Nação, entre as decisões mais complexas está a opção de explorar as promissoras
preendendo que as grandes petrolíferas apostam na transição energética e estão renunciando a investimentos em busca de posições de vanguardismo nas fontes de carbono zero. O Brasil pode ser um fornecedor estepe relevante para países em desenvolvimento nos cenários futuros. Tampouco é inconsequente abandonar as metas brasileiras do Acordo de Paris, de redução de emissões de gases de efeito estufa, num curto horizonte. Os países hegemônicos pressionam Brasília e transmitem as grandes oportunidades do nosso país numa exploração amazônica em bioquímica, ciências médicas aplicadas, produção de hidrogênio e que tais. A sua parceria com o Planalto condiciona-se às escolhas que não podem ser muito adiadas. No entanto, novas alianças multilaterais, com epicentro na China, continuarão a se servir pesadamente de hidrocarbonetos e acenam para a Petrobras e demais agentes da esfera da ANP - Agência Nacional de Petró-
“Há uma série de camuflagens nos argumentos de todos os lados, maquiando conhecimentos no marketing dos interessados.” Paulo Ludmer é jornalista, engenheiro, professor, consultor e autor de livros como Derriça Elétrica (ArtLiber, 2007), Sertão Elétrico (ArtLiber, 2010), Hemorragias Elétricas (ArtLiber, 2015) e Tosquias Elétricas (ArtLiber, 2020). Website: www.pauloludmer.com.br.
jazidas petrolíferas do litoral norte (desde as Guianas até o Rio Grande do Norte), ou colaborar com as teses e metas de contenção do aquecimento global. Dobrar o pragmatismo de mineradores, pecuaristas, madeireiras ou esgrimir ameaças de retaliação da OCDE (países ricos, industrializados, da Europa e da América do Norte), onde queremos participar. Não é trivial renunciar à monumental oportunidade de transferir riquezas à região Norte e Nordeste, sabendo que o mundo precisará de petróleo por algumas décadas. Ou seja, a utilização mundial de fósseis não poderá ser abandonada bruscamente, mesmo com-
leo que o conceito de um Brasil fornecedor está no seu radar. Boa parte da Ásia segue a China. Se o governo brasileiro abandonar os esforços no litoral amazônico, será parcialmente responsabilizado por mais inflação mundial (aumento nas cotações do barril) e, embora pareça paradoxal, pela expansão da competitividade das fontes de energia opcional, como solar, eólica, biomassa, nuclear, geotérmica, maremotricidade, resíduos de lixo, e outras vis-à-vis o custo dos fósseis. Elas podem dispensar total ou parcialmente subsídios se o diesel, o óleo cru e as frações naf-
tênicas encarecerem demais. Idem vale para o gás natural. Há uma série de camuflagens nos argumentos de todos os lados, maquiando conhecimentos no marketing dos interessados. Abordo dois entre muitos (impossível tratar de todos neste espaço): 1. Carro elétrico – Demandará enorme quantidade de geração de energia para carregar sua bateria e poder circular. É uma nova carga brutal para ser atendida por outra fonte. No conjunto, esse veículo usa metais pesados (chumbo, lítio, terras raras, cobre, alumínio, aço), além de plásticos de petróleo ou álcool química, borracha natural e do petróleo, etc., cuja mineração e obtenção requer uma cadeia eletrointensiva de satélites. O balanço energético dessa mudança de frota nunca foi demonstrado, sendo que em nada melhora a mobilidade urbana. Observa-se desde já uma luta entre montadoras no Brasil vs. chineses ao redor de subsídios, tributações e tratamentos diferenciados em território nacional. As vendas crescem otimamente sobre o desconhecimento do seu camarim. 2. Geração distribuída solar – Os subsídios crescem, o modo prospera exponencialmente, não há métricas necessárias e suficientes sobre o saldo líquido dos seus benefícios. Não está juridicamente assegurado no Congresso Nacional o prazo de duração dos incentivos à sua implantação, isso porque há projetos de lei para sua extensão ou nova interpretação dos textos vigentes. Sabe-se que macroeconomicamente o benefício no bolso interessa a grupos minoritários em detrimento das camadas de renda menos sortudas. A injeção de sobras é caótica e já perturba a operação das distribuidoras nas horas ensolaradas, quando algumas linhas de distribuição viram do avesso em localidades onde a GD se robusteceu. Ao invés de enviar energia, a concessionária passa a recebê-la em proporções imprevisíveis. Não conseguiremos esgotar aqui o assunto. Voltaremos depois.