FotoVolt Julho 2024

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Te cn o l o g i a s s o b m e d i d a p a ra c on d i ç õ e s b ra s i le i ra s

o momento em que se prepara mais um The Smarter E South America, do qual o principal pilar é o congresso e feira Intersolar, seguem em evidência por aqui questões que terão abrigo no grande evento e que se aplicam, mutatis mutandis, ao mundo todo a evolução da geração distribuída e sua convivência por vezes conflituosa com uma indústria de energia que preserva traços arraigados no modelo tradicional, a alocação adequada de custos para benefício de toda a sociedade, o avanço da geração solar centralizada, com sua intermitência característica, e a necessidade de conciliá-lo com um sistema que exige despachabilidade, entre várias outras.

A excelente reportagem de Jucele Reis, nesta edição, ao antecipar para os leitores os principais temas que serão discutidos nesta Intersolar South América, traça um panorama amplo da evolução, do estágio atual e das perspectivas do setor solar fotovoltaico no Brasil, para o futuro próximo e mais distante, bem como de tecnologias que lhe são afins ou complementares, como o armazenamento de energia.

Aborda questões que são universais, como dito, mas que aqui assumem vulto particular em função de características que nos são próprias, sendo um bom exemplo as usinas fotovoltaicas flutuantes. O Brasil possui algo como 3660 reservatórios de água, sendo mais de 90% representados pelos lagos das usinas hidrelétricas (dados da ANA – Agência Nacional de Águas). Outros países também exibem grandes áreas superficiais de reservatórios mas não uma outra vantagem brasileira, a irradiação solar generosa. O que por outro lado é um fator de depleção destes mesmos lagos, por evaporação (estamos perdendo superfície de água aceleradamente no últimos anos), e esta pode ser muito reduzida por barreiras de módulos fotovoltaicos flutuando na superfície. Parece o ganha-ganha perfeito, mas mesmo assim estamos apenas engatinhando nessa área.

Outro setor em que temos enorme potencial mas ainda somos incipientes é o dos sistemas agrivoltaicos, que oferecem o benefício do aproveitamento duplo de terrenos para plantio e geração de energia. Muita área plantada durante o ano todo é vantagem brasileira que pode ser ainda mais turbinada pela nossa irradiação solar embora seja sempre preciso o cuidado de adaptar o tipo de sombreamento proporcionado pelos módulos às necessidades específicas de cada cultura.

Por fim, cabe aqui uma menção ao armazenamento de energia, que já praticamos há mais de século com os próprios reservatórios das hidrelétricas, mas que vai sofrer um avanço enorme quando se lhe agregarem em massa as baterias. Beneficiam-se assim tanto os pequenos sistemas de geração distribuída, que poderão declarar independência da rede ou até se tornarem agentes ativos do sistema, quanto as grandes redes de distribuição e transmissão, nas quais serão reforços importantes e ainda vão “firmar” a energia intermitente das fontes solar e eólica.

Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam )

REDAÇÃO

Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225) Redatora: Jucele Menezes dos Reis

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FotoVolt é uma edição especial da Revista Eletricidade Moderna, publicação mensal da Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda.

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ISSN 2447-1615

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maior feira & congresso da América Latina para o setor solar

A Intersolar South America é a maior feira & congresso da América Latina para o setor solar, enfocando os ramos de fotovoltaicos, produção FV e tecnologias termossolares. Simultaneamente, no Congresso Intersolar South America, especialistas renomados esclarecem assuntos atuais do setor Com vistas a alavancar o alto potencial de energia solar da América Latina, a Intersolar South America congrega fabricantes, fornecedoras, distribuidoras,

prestadoras de serviços e parceiras da indústria solar no esforço de criar um meio-ambiente mais limpo. A feira é a oportunidade ideal para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios. Com eventos distribuídos em quatro continentes, a Intersolar é mundialmente o principal ciclo de feiras e congressos para o setor solar.

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O evento essencial para baterias e sistemas de armazenamento de energia na América Latina

A ees South America e o evento essencial para baterias e sistemas de armazenamento de energia na América Latina, enfocando soluções de armazenamento de energia para apoiar e complementar sistemas energéticos com número crescente de fontes renováveis de energia, e integrando prossumidores e veículos elétricos. A ees South America congrega investidores, concessionárias,

instaladoras, fabricantes e empreiteiras do mundo todo. A feira é a oportunidade ideal para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios. Juntamente com a ees Europe em Munique e a ees India em Gandhinagar, o ciclo de feiras ees está representado em três continentes.

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O evento de infraestrutura elétrica e gestão de energia

A Eletrotec+EM-Power South America é o evento de infraestrutura elétrica e gestão de energia, enfocando tanto tecnologias de distribuição de energia elétrica quanto serviços e soluções informáticas para gestão de energia aos níveis de rede, de serviços públicos e de edificações. A feira é voltada para

profissionais e empresas dos ramos de projeto, montagem e manutenção de infraestrutura elétrica atuando em geração distribuída a partir de fontes renováveis, redes de distribuição aérea e subterrânea, subestações transformadoras, iluminação pública, instalações industriais e prediais

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A feira e congresso fundamental para infraestrutura de carregamento e eletro-mobilidade na América Latina

Em 2024, a Power2Drive South America fará sua estreia como a feira & congresso fundamental para infraestrutura de carregamento e eletromobilidade na América Latina, enfocando a relevância do carro elétrico na matriz energética e na sustentabilidade do transporte no futuro, e apresentando soluções inovadoras de carregamento, conceitos de bateria e modelos de negócios para uma eletromobilidade sustentável. A Power2Drive South America é o ponto de encontro ideal para

fabricantes, fornecedoras, instaladoras, distribuidoras, administradoras de frotas e de energia, fornecedoras e eletro-mobilidade e novas empresas. A feira é uma oportunidade para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios Juntamente com a Power2Drive Europe em Munique e a Power2Drive India em Gandhinagar, o ciclo de feiras está representado em três continentes.

Gradiente retoma atividades com geração solar distribuída

AGradiente, empresa nacional conhecida por seus produtores eletroeletrônicos em décadas passadas, voltou ao mercado agora com uma nova unidade de negócios voltada para o setor de geração solar distribuída. Com o nome de Gradiente Solar, a

Marcelo Ribeiro, CEO da Gradiente Solar (em pé), e Eugênio Staub, presidente do conselho da Gradiente: “em cinco anos, principal referência no segmento”

ideia é se tornar uma solução one-stopshop de instalação de GD solar, com oferta completa de serviço, incluindo projeto, escolha dos equipamentos, instalação, homologação, monitoramento e manutenção.

A retomada de atividades da empresa se dá depois de um período de recuperação judicial, realizado por mais de dez anos, e deve envolver cerca de R$ 50 milhões em investimentos. A expectativa é de crescimento exponencial, segundo a avaliação do presidente do conselho de administração da Gradiente, Eugênio Staub. “Vamos nos posicionar para ser, em cinco anos, a principal referência nesse segmento. Para isso contamos com a força da nossa marca e com a experiência que adquirimos, ao longo de 90 anos, de trabalhar com o consumidor final”, disse.

Em uma primeira fase, a Gradiente Solar atuará em todo o estado de São

Paulo, com foco na região metropolitana de São Paulo, no litoral paulista, em Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Vinhedo e São José dos Campos. O serviço envolvido na contratação do sistema envolve projeto de engenharia, homologação junto às distribuidoras de energia locais e instalação dos módulos solares. O tempo médio de obras no local da instalação se dará em torno de dois dias, segundo a empresa, principalmente em residências e pequenos comércios ou indústrias.

A nova oferta envolve ainda financiamento da instalação em até 21 meses via cartão de crédito ou em até 120 meses por meio de bancos e financeiras parceiras. “Ao instalar uma usina, o consumidor faz um investimento que se paga em, no máximo, cinco anos e garante energia de graça pelo resto da vida”, disse o CEO da Gradiente Solar, Marcelo Ribeiro. A empresa contará com equipes próprias e terceirizadas treinadas e a ideia é atuar em projetos de até 75 kWp de potência.

CTG Brasil terá laboratório de armazenamento e solar em Ilha Solteira

A

companhia geradora de energia elétrica CTG Brasil está desenvolvendo, com o Instituto Senai de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs), do Senai Pernambuco, a consultoria Thymos Energia e a desenvolvedora de software Wisebyte, um projeto PDI Aneel de sistema de armazenamento de energia em baterias e geração distribuída nas instalações da Usina Hidrelétrica Ilha Solteira, localizada no rio Paraná, entre os municípios de Ilha Solteira e Selvíria. O projeto contará com a construção de um laboratório de armazenamento de energia em baterias conectado a uma usina solar fotovoltaica com capacidade de 500 kWp, com cerca de 900 módulos.

Os estudos técnicos, que serão conduzidos pelo ISI-TICs/Senai Pernambuco, Thymos Energia e Wisebyte, avaliarão como sistemas de baterias podem contribuir com fontes não despacháveis para aumento da flexibilidade da geração, fornecimento de serviços ancilares, controle de oscilações na rede e outros serviços. O projeto também prevê o desenvolvimento de sistemas computacionais utilizando tecnologias de inteligência artificial para indicar a melhor relação custo-benefício para a implantação de baterias de grande porte (utility scale battery) na geração hidrelétrica, eólica ou solar. Por fim, os estudos contribuirão para o desenvolvimento da regulação e dos procedimentos para utilização de baterias em larga escala no sistema elétrico brasileiro.

A capacidade de armazenamento de energia das baterias será de 100 kWh. A princípio a energia gerada atenderá somente ao consumo da CTG Brasil dentro da área de cobertura da distribuidora local. No entanto, formas complementares de utilização da energia gerada serão avaliadas.

O total investido será de cerca de R$ 15 milhões, sendo mais de R$ 12 milhões da CTG Brasil através do programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Aneel. O restante dos recursos virá da Plataforma Inovação para a Indústria do Senai e de contrapartidas do ISI-TICs/ Senai Pernambuco, Thymos Energia e Wisebyte. O projeto será desenvolvido dentro do período de 18 meses. A obra será iniciada neste segundo semestre de 2024 e acabará até o primeiro semestre de 2025. A empresa JA Solar será a fornecedora de módulos solares fotovoltaicos.

Usina Hidrelétrica Ilha Solteira, no rio Paraná
Marcio Bruno

A planta funcionará ainda como um laboratório de treinamento, uma miniusina do Complexo Solar de Arinos da CTG Brasil, atualmente em construção no estado de Minas Gerais. Assim, esse projeto de P&D servirá futuramente como uma unidade de treinamento para as equipes técnicas da CTG Brasil, permitindo que eles realizem a testes e simulações, de novos tipos de equipamentos como parte de sua capacitação, diz a empresa em comunicado.

Neoenergia vai instalar telhado solar no STF

Adistribuidora Neoenergia Brasília assinou acordo de cooperação técnica com o STF - Supremo Tribunal Federal para a construção de usinas solares fotovoltaicas nos telhados das edificações anexas ao prédio principal do órgão, na Praça dos Três Poderes, na capital federal. Segundo comunicado, a instalação e operação das usinas devem ocorrer até o fim do ano.

Com recursos do Programa de Eficiência Energética PEE Aneel da distribuidora, o investimento estimado na obra é de R$ 1 milhão. Pelo acordo, serão construídas nos telhados do STF duas usinas solares fotovoltaicas com capacidade somada superior a 250 kWp. A estimativa de geração anual é de 370 MWh por ano, com redução aproximada anual na conta de energia de R$ 275 mil.

Desde março de 2021, quando assumiu a distribuição de energia no Dis-

trito Federal, a Neoenergia Brasília já realizou ações de eficiência energética em órgãos do governo federal, como a Polícia Federal, Aeronáutica, Exército Brasileiro e a Universidade de Brasília. Por esses projetos, já foram implantadas cinco usinas fotovoltaicas e substituídas 146 mil lâmpadas por versões LED, com economia aproximada de R$ 7,2 milhões durante os dois anos.

Chint Power fecha acordo de distribuição com GT Solar

Asileira da Chint está localizada em São Paulo e funciona desde 2022. No Brasil, a empresa comercializa inversores string, medidores inteligentes, sistema de armazenamento e skid pré-instalado para usinas em solo. Fundado em 1984, o grupo Chint atua em mais de 140 países, tem 45 mil funcionários e uma receita anual de vendas de mais US$ 18 bilhões.

Chint Power, fabricante chinesa de inversores solares, sistemas de armazenamento e medidores inteligentes, fechou mais um acordo de distribuição no Brasil. Dessa vez a parceria foi com a GT Solar, do grupo ibyte, distribuidora de equipamentos solares que, apesar de atuar em todo o País, tem central de distribuição em Fortaleza, no Ceará, região onde a Chint tem intenção de fortalecer sua presença. O acordo tem valor aproximado de R$ 14 milhões, empregados principalmente na aquisição de equipamentos pela GT Solar. O novo canal de distribuição é o terceiro a ser concluído desde o início do ano pela Chint, que tem plano de expansão de fornecimento no Brasil. Em abril, foram fechados acordos com a Odex Distribuidora, de Maringá, Paraná, e com a OIW, de Taquari, no Rio Grande do Sul, o que totalizou negociação aproximada de R$ 54 milhões. Novo diretor – A Chint anunciou em junho Alexandre Suprizzi, ex-Nansen, Coel e ABB, como seu novo diretor-executivo das operações no Brasil. Suprizzi será responsável por liderar os negócios com foco em expandir a atuação da empresa no mercado nacional. A filial bra-

Luz Para Todos levará solar para Minha Casa Minha Vida

Ogoverno federal lançou uma nova versão do seu programa de universalização de serviços de energia específico para uso de energia solar em moradias populares. Batizado de Luz Para Todos Minha Casa Minha Vida, o novo programa foi instituído por meio do Decreto 12.084/2024, assinado no dia 28 de junho pelo presidente Lula e publicado no Diário Oficial da União em 1º de julho.

A meta é investir R$ 3 bilhões com a instalação de microusinas solares fotovoltaicas em 500 mil unidades consumidoras em todo o País, segundo anunciado pelo ministro do Minas e Energia, Alexandre Silveira. Ainda de acordo com ele, que participou da cerimônia de assinatura do decreto, Minas Gerais, seu estado natal, será o primeiro a ser beneficiado, com a previsão de

Suprizzi: foco em expandir atuação da empresa no mercado brasileiro
Lula e Silveira no lançamento do programa: R$ 3 bilhões para instalar sistemas fotovoltaicos em 500 mil unidades consumidoras
No anúncio, ministros Fachin e Barroso, do STF, com executivos da Neoenergia, do próprio STF e da Aneel Antonio Augusto/STF
Uarlen Valério/MME
Chint/Divulgação

instalação de módulos solares em 16 mil unidades residenciais em 40 municípios mineiros.

Segundo o decreto, são elegíveis ao programa famílias beneficiárias das unidades habitacionais subsidiadas pelo Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) nas faixas urbanas 1 e rural 1 e também a rural 2, esta enquadrada como subclasse residencial de baixa renda. A partir de 31 de dezembro de 2025, o programa priorizará unidades habitacionais certificadas no Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE Edifica).

A contratação dos investimentos do programa ocorrerá de acordo com metas anuais regionalizadas que equilibrem as modalidades remota e local de fornecimento de energia, de “maneira a minimizar os impactos aos demais consumidores do setor elétrico brasileiro”, diz o decreto. Outra determinação é a de que os volumes de energia excedentes nas unidades atendidos pelo programa poderão ser adquiridos pela distribuidora ou comercializados com órgãos públicos.

Na avaliação da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, as primeiras 500 mil unidades atendidas terão papel estratégico na redução da conta de luz da população de baixa renda, “bem como aliviarão o orçamento dos mais pobres e ainda vão contribuir para fortalecer a transição energética no País”, disse a associação em nota.

Proenergia Summit 2024 acontece no Ceará em setembro

Sob o macrotema “O Mundo da Energia acontece aqui!”, será realizado nos próximos dias 11 e 12 de setembro, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, o Proenergia Summit 2024, evento promovido pelo Sindicato das

Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e com o Sebrae.

Com a participação de grandes players do setor, em nível nacional e internacional, serão discutidas as oportunidades e desafios contemporâneos para a transição energética, incluindo os eixos de geração, transmissão, armazenamento e comercialização de energia, mudanças climáticas, regulação, políticas públicas, mercado, investimentos, H2V, geração offshore, cidades inteligentes e outros temas.

Segundo a organização, já estão confirmadas as participações do presidente da Chesf - Companhia Hidrelétrica do São Francisco, João Henrique de Araújo Franklin Neto, do diretor técnico e regulatório da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Carlos Dornellas, de integrantes da direção da EPE - Empresa de Pesquisa Energética e da ABEEólicaAssociação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias, do presidente da Qair Brasil, Armando Abreu, além de representantes de empresas como bp, Elera Renováveis, Ceneged, B&Q Energia e Cosampa. Outras empresas nacionais e multinacionais estão em processo de fechamento de parceria. Entre os patrocinadores e parceiros está o Governo do Ceará, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). O estado vem desempenhando um importante papel no processo de descarbonização e transição

Divulgação

energética global. Possui até agora 37 memorandos de entendimento assinados para a produção de hidrogênio verde, com mais de US$ 35 bilhões em investimentos anunciados. A expectativa é de que sejam gerados cerca de 65 mil empregos, expandindo a indústria e a economia, local e nacional.

A expectativa dos organizadores é receber 4 mil pessoas, que terão à disposição palestras técnicas e debates, englobando rodadas de negócios, espaços para startups, exposições comerciais, podcasts e espaços interativos. Inscrições e outras informações estão disponíveis no site www.proenergiasummit.com e nas redes do sindicato (@sindienergiaceara).

Celesc inaugura duas UFVs para GD em Santa Catarina

Adistribuidora catarinense Celesc inaugurou duas novas usinas solares fotovoltaicas no estado. A primeira foi na cidade de Lages, a UFV Lages II, com potência instalada de 1 MW e que absorveu investimento de R$ 4,6 milhões. A segunda é a UFV Campos Novos, em cidade de mesmo nome também na região serrana de Santa Catarina, com igual 1 MW de potência e investimento um pouco maior, de R$ 4,82 milhões.

O governo catarinense e a distribuidora estudam utilizar os créditos da energia gerada pela UFV Lages II para abater nas faturas das unidades consumidoras da Secretaria de Estado da Educação, em escolas estaduais. A usina foi instalada e será operada pela Quantum Engenharia, empresa

também responsável pelos contratos de mais duas UFVs da Celesc, a Capivari e a Videira, ambas em construção. Já a energia da UFV Campos Novos vai disponibilizar os créditos de compensação no Ministério Público de Santa Catarina, depois de convênio assinado entre o órgão do judiciário com a Celesc. O Tribunal de Justiça do estado, aliás, utiliza a energia da UFV Lages I, já em operação.

The Smarter E Europe mostra solar como energia firme

Aplataforma de exibições e congressos voltada para o setor de energia The Smarter E Europe teve sua edição 2024 realizada de 19 a 21 de junho em Munique, na Alemanha, e bateu recorde de público e de expositores. O evento reuniu a Intersolar Europe, do setor fotovoltaico, a ees Europe, de sistemas de armazenamento, a Power2Drive, de mobilidade elétrica, e a EMPower, de gestão de energia, nos 19 pavilhões do centro de exposições München Messe, por onde circularam 110 mil visitantes de 176 países para ver as novidades de 3008 expositores de 55 países.

No balanço pós-evento, a organizadora Solar Promotion GmbH reportou que a mensagem principal deixada pela variedade de tecnologias expostas e debatidas nas palestras dos congressos foi a atual possibilidade técnico-econômica de as fontes renováveis conseguirem suprir energia de maneira firme.

“Este ano [a The Smarter E] nos mostrou que a visão de um fornecimento de energia renovável 24 horas por dia, 7 dias por semana, está ganhando forma e tornando-se realidade”, disse Markus Elsässer, CEO da Solar Promotion GmbH, que organiza a The smarter E Europe ao lado da FWTM GmbH.

Compartilhou também dessa opinião sobre o evento o secretário de estado parlamentar do Ministério Federal Alemão para Assuntos Econômicos e Ação Climática, Stefan Wenzel. “Os expositores que apresentaram produtos fotovoltaicos, de bateria e armazenamento e soluções digitais combinadas demonstraram que já temos a tecnologia para um fornecimento de energia 100% renovável, e que isso também é financeiramente viável”, disse. Na ocasião, Wenzel aproveitou para anunciar que em breve o governo alemão lançará novo programa voltado para a indústria alcançar a meta do Net Zero 2050.

Além do suprimento firme, por exemplo com a ascensão produtiva e a queda de preços dos sistemas de armazenamento de energia por baterias, neste ano também foram destaques no evento a atenção à rede inteligente e intersetorial, o aumento da digitalização e flexibilização da infraestrutura energética e a eletromobilidade.

A próxima edição, a The smarter E Europe 2025, com suas quatro exposições individuais, está agendada para 7 a 9 de maio do ano que vem no mesmo Messe München.

Evento reuniu quatro exposições de energia em Munique, entre elas a Intersolar, e bateu recorde de público
Usinas de Campos Novos (esq.) e Lages II: energia para Ministério Público e escolas
Roberto Zacarias-Secom SC

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Brasil foi terceiro país a mais instalar solar em 2023

OBrasil figurou como o terceiro país a mais instalar energia solar em 2023, segundo o relatório Global Market Outlook For Solar Power 2024 –2028, elaborado pela SolarPower Europe, associação europeia de energia solar. De acordo com a publicação, divulgada durante a Intersolar Europe 2024, em Munique, Alemanha (18 a 21 de junho), o Brasil implementou 15,4 GW no ano passado, o que representou cerca de 4% de todas as novas adições no mundo. Lidera de forma isolada o ranking a China, que acrescentou 253 GW, ou 71% de todo o crescimento mundial da fonte em 2023. Os Estados Unidos são o segundo colocado com 32,4 GW. O mundo todo instalou 447 GW em solar fotovoltaica, ou 78% de toda a nova energia renovável instalada em 2023. Depois do Brasil, os destaques foram a Alemanha (15 GW), Índia (12,5 GW), Espanha (8,9 GW), Japão (6,2 GW), Itália (5,2 GW), Austrália (5,1 GW) e Holanda (4,9 GW).

Capacidade solar global deve superar 2 TW neste ano

OGlobal Market Outlook For Solar Power 2024–2028 prevê que a fonte solar fotovoltaica deve chegar a uma capacidade instalada superior a 2 TW em 2024, contra o 1,6 TW registrado no ano passado. Isso deve ser possível com os cerca de 544 GW de novas adições de potência durante o ano, um crescimento de 22% sobre o acrescentado no ano anterior (aproximadamente 100 GW a mais).

A fonte solar fotovoltaica já vem de desempenho recorde em 2023, quando foi responsável por 78% de toda a energia renovável adicionada no mundo, com 447 GW de nova capacidade solar, de um total de 576 GW das renováveis.

A participação da solar na nova capacidade renovável aumentou 12 pontos percentuais em 2023, em comparação com 2022, quando representou 66% do total, e 22 pontos percentuais a mais do que em 2021, quando a participação foi de 56.

No médio prazo, as instalações anuais do mercado global atingem 614 GW em 2025, um aumento de 13% em relação a 2024, seguido por um aumento de 12%, para 687 GW, em 2026; 12%, para 773 GW, em 2027; e 13%, para 876 GW, em 2028.

centralizada, ter identificado cerca de 12 GWca da fonte solar em 2023.

China continua implantando mais solar FV do que todos os outros países somados

O estudo da SolarPower Europe está padronizado para a unidade de potência pico (GWp) e não a potência nominal instalada (GWca), modelo mais utilizado nos dados divulgados publicamente pelos órgãos oficiais brasileiros. Isso explica a Aneel, reunindo dados da geração distribuída e

De acordo com a Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, que colaborou na construção do conteúdo do relatório, a fonte solar é a segunda maior na matriz elétrica nacional, com 43 GW em operação no Brasil, responsáveis por mais de R$ 202 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 1,3 milhão de empregos no País desde 2012. No momento, a participação da fonte solar equivale a 18,2% da matriz elétrica nacional.

As vantagens da média tensão na GC solar

E normes quantidades de matériasprimas são necessárias para a conversão de energia, por exemplo na for-

ma de cabos de cobre e alumínio para ligar geradores renováveis à rede, e uma abordagem promissora para poupar matérias-primas é elevar o nível de tensão de baixa para média. O Instituto Fraunhofer de Sistemas de Energia Solar - ISE vê um enorme potencial de economia com tensões mais altas, especialmente em grandes usinas fotovoltaicas. Para iniciar seu novo tópico de pesquisa “Média Tensão – Uma maneira de interconexão eficiente em recursos”, o Fraunhofer ISE apresentou o primeiro inversor de string de média tensão do mundo e um inversor de bateria de MT na feira The Smarter E em Munique (19 a 21 de junho). O instituto está planejando as primeiras usinas piloto com a tecnologia e almeja um amplo lançamento no mercado junto com a indústria.

Cerca de 73 TW de nova capacidade fotovoltaica deverão ser instalados no mundo até 2050, o que levará a uma procura cada vez maior por matériasprimas de acordo com o relatório “Global Critical Minerals Outlook 2024” da Agência Internacional de Energia, a demanda de cobre excederá a oferta a partir de 2025. “Aumentar a tensão elétrica do sistema pode ajudar a diminuir essa demanda, pois a correspondente diminuição da corrente levaria a economias consideráveis de matérias-primas”, diz Andreas Hensel, gerente de grupo de Eletrônica de Alta Potência e Tecnologia de Sistemas do Fraunhofer ISE.

Fraunhofer ISE apresentou na feira Intersolar/The Smarter-E de Munique inversor de string fotovoltaico de média tensão “MS-LeiKra”
Fraunhofer ISE

Por exemplo, aumentar a tensão de saída de 800 Vca para 1500 Vca resulta em uma economia de 75% na seção transversal de cabos para a mesma potência, diz o pesquisador. Além disso, é geralmente mais fácil instalar e conectar cabos com seções transversais menores, reduzindo assim os custos de instalação. “Os custos dos módulos fotovoltaicos caíram 90% desde 2010 devido ao progresso tecnológico e às economias de escala, e agora a instalação e os componentes de balance-of-system tornaram-se as maiores alavancas para a economia”, disse Hensel.

A migração de baixa para média tensão também pode aumentar a potência dos subsistemas: com tensão de saída de 1500 V, já são possíveis 10 a 12 MVA por transformador, em vez dos 3 a 5 MVA que são comuns hoje. Assim, com interligações de média tensão, serão necessários menos transformadores e quadros de distribuição para centrais elétricas, o que reduz os custos de construção e instalação.

A transição para a média tensão foi possível pela primeira vez pelo desenvolvimento de componentes de carboneto de silício (SiC) de alta tensão com altas velocidades de comutação. Componentes SiC de até 3,3 kV já estão disponíveis no mercado. Em 2023, o Fraunhofer ISE desenvolveu o primeiro inversor de string fotovoltaico de média tensão (MS-PV) do mundo no projeto “MS-LeiKra” e o colocou em operação na rede com sucesso. O inversor de dois estágios possui tensão de saída de 1500 Vca com potência de 250 kVA. “Demonstramos que o rumo tecnológico está traçado para a transição para a média tensão. Devido ao enorme aumento da procura por matérias-primas, estamos convencidos de que a questão já não é se a tecnologia de média tensão será ou não introduzida, mas sim quem serão os primeiros players deste mercado promissor”, afirmou Christian Schoener, gerente de projetos de média ten-

são do Fraunhofer ISE. Um primeiro sistema fotovoltaico piloto baseado no inversor string MS-PV está atualmente sendo planejado.

Durante um workshop sobre o MSPV em abril, foi formado um consórcio europeu composto por representantes de todas as áreas envolvidas em centrais fotovoltaicas de grande escala. O consórcio trabalhará no estabelecimento dos requisitos tecnológicos e normativos necessários para o salto à tecnologia de média tensão.

As usinas fotovoltaicas de geração centralizada são apenas o começo, diz um comunicado do Fraunhofer ISE: infraestruturas de carregamento, redes industriais, grandes bombas de calor, sistemas de armazenamento de baterias, eletrolisadores e turbinas eólicas também são áreas interessantes de aplicação para o nível de média tensão mais alto, que permite economias consideráveis de material, custos e espaço e ainda abre arquiteturas de sistema completamente novas para usinas de energia híbridas renováveis, cujos componentes individuais são interconectados através da média tensão.

Fonte solar é maioria em pedidos de descontos no fio

Afonte solar fotovoltaica foi a maior solicitante de enquadramento no dispositivo da Medida Provisória 1212/2024, de 10 de abril de 2024, que estende por mais 36 meses o prazo de entrada em operação de usinas de renováveis interessadas em ter descontos de 50% nas Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão ou Distribuição (TUST/TUSD).

Das 1963 usinas que entraram com pedidos na Aneel, 1592 são de usinas solares fotovoltaicas. Em potência, trata-se de 65,3 GW de solar, em um universo de 84,7 GW. O restante dos pedidos ficaram divididos, por ordem decrescente, entre a eólica, com 449 usinas e 18,8 GW, 10 térmicas a biomassa,

com 522,2 MW, e duas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), com 34,2 MW.

A MP exige dos interessados a assinatura de um termo de adesão, aporte de garantia de fiel cumprimento de 5% do valor estimado do empreendimento e que as obras sejam iniciadas em até 18 meses, contados da data de emissão da medida provisória. Em atendimento à disposição da MP, o Ministério de Minas e Energia publicou, em 6 de junho, a Portaria 79/2024, que dispõe sobre o aporte das garantias e a caracterização do início de obras.

A concessão dos descontos remonta à Lei 9.427/1996, que assegura os benefícios de até 50% no transporte de energia de fontes renováveis para empreendedores que tivessem requerido outorgas até 2 de março de 2022. Era também uma determinação da lei que o empreendimento entrasse em operação comercial em até 48 meses contados a partir da emissão da outorga. Com a MP 1212/2024, os beneficiados ganharam mais três anos para acionar as novas usinas.

China vai antecipar metas de renováveis na matriz

AChina deve antecipar em cinco anos suas metas internas de implementação das chamadas energias renováveis variáveis (VREs, na sigla em inglês). Segundo informações da GlobalData, empresa especializada em dados e análises, a previsão é de que o país chegue a 2025 com capacidade acumulada de energia solar fotovoltaica de 1.104,6 GW, de 560,8 GW de eólica onshore e com 54,7 GW de eólica offshore

Com esse prognóstico, a China excederá a meta original de 1,2 TW de VREs, entre 2024 e 2025, e chegará a 1,72 TW, aponta o relatório da GlobalData, intitulado China Power Market Size, Trend, Regulations, Competitive Landscape and Forecast 2024-2035. Além dessa conclusão, o estudo também

Capacidade cumulativa por tecnologia: China adiantará em cinco anos suas metas de adoção de solar e eólica, chegando a 3,5 TW em 2030

destaca que a fonte solar fotovoltaica se manterá como dominante no mercado chinês até 2035 e que os incentivos financeiros e o apoio político estarão entre os principais fatores para facilitar o cumprimento das metas antes do previsto.

A GlobalData revela que em 2023 a capacidade solar fotovoltaica da China atingiu 609,5 GW, enquanto a eólica onshore e eólica offshore ficaram em 408,1 GW e 37,7 GW, respectivamente, totalizando pouco mais de 1 TW. Isso fez com que, no mesmo ano, a fonte solar passasse a representar 20,9% do mix total de capacidade instalada do país e eólicas onshore e offshore, 14% e 1,3%, respectivamente.

O cenário acelerado de inclusão das renováveis, porém, ainda não é suficiente para fazer com que a China

deixe de ser muito dependente da energia térmica baseada em carvão. Para o analista de energia da GlobalData, Sudeshna Sarmah, isso gera dois desafios principais para o país.

“Primeiro, o uso do carvão contribui para tornar as cidades da China algumas das mais poluídas globalmente. Em segundo lugar, a produção doméstica de carvão está diminuindo, mesmo com o aumento da demanda por energia. Um déficit significativo entre demanda e oferta pode surgir se a China não conseguir manter as importações de carvão da Indonésia, potencialmente comprometendo a segurança energética”, disse Sarmah.

Na análise da GlobalData, os desafios estão sendo enfrentados pelo governo chinês com o aumento da geração de energia renovável, estratégia que, por sua vez, tem sido dificultada por conta da infraestrutura insuficiente de rede para escoamento da energia. Além de a situação ter feito muitos projetos serem adiados, a expectativa é de necessidade de altos

investimentos para expansão do sistema de transmissão.

Caso o prognóstico de inserção de renováveis na matriz se concretize, a empresa calcula que, até 2030, a fonte solar fotovoltaica representará 41,8% da matriz energética total do país, enquanto a eólica onshore e a offshore devem deter participações de 16,8% e 2,1%, respectivamente.

BRS implantará usinas solares para geração distribuída

ABRS - Usinas Brasil Solar vai implantar cinco usinas solares fotovoltaicas de geração distribuída em três estados brasileiros. Sob investimento de R$ 90 milhões, os projetos vão somar 15 MW de potência.

De acordo com a empresa, duas usinas serão instaladas no Rio de Janeiro, em Japeri e Piraí, ambas com 5 MW de capacidade cada. Outras duas serão em Goiás, em Catalão, com 1 MW, e em Hidrolândia, com 2 MW. Para completar, a quinta UFV será em Dois Córregos, no interior de São Paulo, com 2 MW de potência.

Os equipamentos solares serão fornecidos pela distribuidora MTR Solar e, segundo comunicado da BRS, todas as usinas, com exceção da de Piraí (RJ),

se

serão implantadas com rastreadores solares, para otimizar a geração solar. A expectativa é de que os projetos entrem em operação até o final do ano.

A BRS constrói usinas de GD em diversas regiões do Brasil e conta atualmente com um pipeline de mais de 80 MW de projetos. Em busca de novos investidores para ampliar seu portfólio, a empresa se responsabiliza por todas as etapas do projeto, desde o desenvolvimento até a operação e manutenção das usinas. Isso inclui obtenção de licenças de conexão, fornecimento de equipamentos, logística, obras civis e eletromecânicas, montagem da infraestrutura elétrica, originação e gestão de clientes de geração distribuída, além da estruturação de produtos financeiros.

MME publica portaria sobre acesso da miniGD ao Reidi

Por meio da Portaria 78/GM/MME, publicada no dia 5 de junho pelo Ministério de Minas e Energia, foram regulamentados os procedimentos necessários para projetos de minigeração distribuída serem enquadrados no Reidi - Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura. Permissão incluída no artigo 28 do marco regulatório da geração distribuída, a Lei 14.300/2022, desde a regulamentação os projetos de minigeração, com potências entre 75 kW e 5 MW, podem requerer os benefícios tributários de isenção dos impostos PIS e Cofins por até cinco anos. A nova regra deve beneficiar principalmente

sistemas solares fotovoltaicos, que respondem por mais de 90% dos projetos de geração distribuída, mas também atenderá as fontes hídrica, biomassa, biogás e eólica.

A portaria estabelece um rito próprio para que os proprietários de miniusinas de geração distribuída submetam seus processos para enquadramento no Reidi. Os requerentes devem preencher um formulário de informações disponibilizado pela Aneel, com todos os dados referentes à usina e processos de regulação.

Após isso, cabe à agência analisar a adequação do pedido, inclusive quanto à compatibilidade de estimativas e valores de suspensão dos impostos. Até o último dia do mês do pedido a Aneel precisa dar publicidade à resposta, explicitando inclusive os motivos caso a recomendação pelo enquadramento seja negativa.

A portaria ficou em consulta pública entre janeiro e fevereiro deste ano. Antes disso, o MME promoveu encontros entre agentes do setor para discutir soluções operacionais para gerenciar o crescente número de solicitações de enquadramento ao Reidi antes da regulamentação.

Copel inaugura usina solar para geração compartilhada

ACopel colocou em operação em Sarandi, no Paraná, no último dia de maio, uma usina solar fotovoltaica com potência instalada de 6,7 MWp. O empreendimento faz parte de uma nova unidade de negócios do grupo de energia, a Copel Solar, voltada para a geração solar distribuída compartilhada.

A geração prevista de 13,7 GWh por ano vai gerar créditos para cerca de 200 clientes, segundo comunicado da Copel. O modelo de negócios será

baseado na assinatura de contrato para uso dos créditos, que devem garantir economia de até 15% na fatura de energia dos clientes, em comparação com os valores do mercado cativo, aliás atendido pela própria Copel.

A usina de Sarandi, município ao lado de Maringá, tem 9720 módulos solares fotovoltaicos que ocupam uma área de 11 hectares. A instalação conta ainda com 90 rastreadores solares para otimizar a geração de energia. “A entrada em operação da usina contribui para expandir nossos negócios e ampliar nossa atuação no mercado de geração distribuída de matriz fotovoltaica”, disse o diretor de desenvolvimento de negócios da Copel, Cassio Santana da Silva.

A Copel Solar, segundo comunicado, é uma alternativa para clientes comerciais em baixa tensão, do grupo B, que tenham conta mensal superior a R$ 400,00. O serviço foi lançado no fim de 2023. Os interessados podem realizar simulações de economia no portal da empresa e, caso optem pela adesão, a inscrição é totalmente digital no website https://www.copel.com/ site/copel-solar/

Eletrobras e Prumo assinam acordo para planta de H2V

AEletrobras assinou no início de junho memorando de entendimento (MoU, na sigla em inglês) com a Prumo, holding que desenvolve o Porto do

Empresa
responsabiliza por todas as etapas, do desenvolvimento até a operação e manutenção (na foto, usina da BRS em Avelar, RJ)
Em Sarandi, UFV de 6,7 MWp vai gerar créditos para cerca de 200 clientes comerciais em baixa tensão da distribuidora paranaense

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Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro, para avaliar a implantação de unidade de hidrogênio verde nesse complexo industrial e portuário localizado no norte do estado fluminense.

Segundo comunicado, pelo acordo as empresas vão analisar a viabilidade técnica, ambiental e financeira para instalação da planta e, também, o uso de recursos para pesquisa e desenvolvimento ou de financiamentos públicos e privados que incentivem projetos relacionados.

“A evolução do Porto do Açu como local para a instalação de um hub de hidrogênio de baixo carbono ganha força com a recente emissão da licença ambiental para projetos de hidrogênio renovável, amônia e e-combustíveis em uma área de 1 milhão de metros quadrados”, disse o diretor de desenvolvimento de novos negócios da Prumo, Mauro Andrade.

A Eletrobras já havia assinado, neste ano, outros quatro MoUs para produzir hidrogênio verde. Em maio, foi com a empresa Green Energy Park e com o governo do Ceará, para desenvolver projeto no complexo portuário e industrial do Pecém. Em abril, a companhia assinou documento semelhante com o governo do Maranhão.

Antes disso, em março, foi acordado projeto com a empresa Paul Wurth, de Luxemburgo, para parceria no mercado de produção e utilização de hidrogênio renovável em processos industriais.

Além disso, no final de 2023, a planta de hidrogênio verde da UHE Itumbiara, operada pela Eletrobras Furnas, na fronteira dos estados de Minas Gerais e Goiás, obteve a primeira certificação brasileira de hidrogênio renovável da CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. A produção acumulada dessa planta chegou ao fim do ano passado a 2 toneladas.

Pesquisa permite produzir

células solares com menos água

Um grupo de pesquisadores alemães criou um novo modelo de gestão de água para fábricas de células solares com alto potencial para reduzir o consumo do insumo e diminuir a geração de efluentes. A pesquisa reuniu a Universidade Técnica de Berlim, a empresa Rena Technologies GmbH, além do Instituto Fraunhofer de Física de Edifícios e o ISE - Instituto Fraunhofer para Sistemas de Energia Solar.

O modelo foi desenvolvido com base em fábrica com capacidade produtiva de 5 GW. Foram examinadas duas estratégias diferentes para recirculação na planta, sendo que os resultados chegaram a uma economia de até 79% na água de processo e de utilidades e de até 84% na geração de efluentes industriais. Segundo comunicado do ISE, a introdução das soluções já é tecnicamente possível. “Isso permite a construção de novas fábricas de células solares mesmo em locais com menor disponibilidade de água”, afirma o ISE.

A equipe de pesquisa analisou os fluxos de água, efluentes e materiais para a produção de células solares PERC. Mas, da mesma forma, os resultados também podem ser replicados em unidades que produzam ou convertam células solares de heterojunção ou TOPCon, já que os fluxos de águas residuais para esses tipos de células são semelhantes.

“Podemos recomendar duas abordagens: o reúso de águas residuais pouco contaminadas (LCR) e a chamada descarga líquida mínima (MLD), na qual certos resíduos são reciclados em outros lugares”, disse um dos autores do estudo, o cientista Peter Brailovsky, do ISE. Uma alternativa de recirculação, por exemplo, é o aproveitamento de soluções de corrosão resultantes das manufaturas das células na produção de cimento.

“Os resultados mostram que o cenário de MLD pode economizar até 80% da demanda de água doce e águas residuais na fábrica de células solares”, disse Jascha Reich, da Universidade Técnica de Berlim. “Já na abordagem de LCR se poderá economizar até 40%”. Uma vantagem do modelo é que a aplicação das medidas de redução de custos não impõe custos adicionais à produção e ainda resulta em economias.

Notas

Novos recordes de solar – O ONSOperador Nacional do Sistema Elétrico registrou dois novos recordes na geração solar instantânea no subsistema Nordeste, no último mês. Nos dias 28 e 29 de junho, foram verificadas as marcas de 9598 MW e 9760 MW, respectivamente. A maior alta foi verificada às 12h13 do dia 29, e correspondeu a 84,5% da demanda de energia na região naquele momento. O maior registro anterior havia sido de 9349 MW, no dia 13 de maio. Em 2024 já foram verificados oito novos recordes na geração solar, seis no subsistema Nordeste e outros dois no Sistema Interligado Nacional (SIN). A maior marca do SIN foi registrada em março, com 28 116 MW, representando 30,5% da geração de energia do Brasil. Anteriormente, a aferição mais alta havia sido de 27 909 MW, em janeiro.

As

Chamada para eficiência – Segundo o secretário nacional de transição ener-

Célula de destilação por membrana na qual o Fraunhofer ISE desenvolve processos de tratamento de água para separação de substâncias tóxicas.
aplicações incluem águas residuais ou uidos de processo da indústria de galvanoplastia e produção de semicondutores, bem como produção futura de células solares
Dirk Mahler/Fraunhofer ISE

gética e planejamento do Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral, o MME vai realizar neste segundo semestre chamada pública para implantação de projetos de eficiência energética e de geração distribuída no setor público. Com verba de R$ 100 milhões do Procel - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, o programa vai financiar a eficientização de edificações públicas existentes por meio de reformas e instalação de GD. Serão priorizadas as áreas da educação, saúde e edifícios administrativos nas esferas federal, estadual e municipal. A justificativa para a iniciativa é o fato de o setor de edificações ser responsável por quase metade do consumo de energia elétrica do País, com expectativa de ampliar sua relevância nos próximos anos. O critério de seleção dos projetos tem como base as melhores estratégias de aprimoramento de desempenho energético dos sistemas em uso de forma combinada à inserção de tecnologias de geração de energia renovável local integrada à edificação, o que deve privilegiar o uso da fonte solar fotovoltaica.

Financiamento solar – Mapeamento da plataforma Meu Financiamento Solar aponta que os consumidores do estado de São Paulo lideram a busca por cré-

dito para implantação de sistemas solares em telhados e pequenos terrenos. Os paulistas representaram 14,4% do total de pedidos de crédito na plataforma para instalação de painéis fotovoltaicos no primeiro trimestre deste ano. Em seguida, o ranking traz os estados do Pará e da Bahia, com 10,7% e 9,3% da procura por financiamento no País, respectivamente.

Serviços educacionais – A Sunhub, especializada em soluções de gestão comercial CRM para integradores solares fotovoltaicos, triplicou seu faturamento no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, em razão de nova estratégia voltada para a realização de cursos educacionais e eventos para o mercado de projetos e instalação de sistemas fotovoltaicos no País. Também faz parte das ações que resultaram no crescimento um serviço dedicado a atender a demanda de mídias sociais e tráfego específico para integradores. O serviço é batizado de Sun Marketing. As ações voltadas a cursos são feitas por meio de plataforma educacional online, com acesso pelo site https://www.sunhubeducacao.com.br/ treinamento-online.

Quilombolas – Em iniciativa liderada pela Fundação Nexans e com apoio da

ONG Projeto Litro de Luz, moradores da comunidade quilombola Bongaba, de Magé, no Rio de Janeiro, montaram uma microusina solar fotovoltaica de 5,18 kWp de potência, que vai gerar aproximadamente 684 kWh por mês para a localidade. O projeto se tornou possível depois de aulas técnicas iniciadas em abril e promovidas pela Fundação, iniciativa social do grupo Nexans, fabricante de cabos, sistemas e fornecedora de serviços para energia e indústria. Ao todo nove alunos foram capacitados pelo programa e sete deles se responsabilizaram pela instalação dos módulos solares na sede da Associação de Moradores da comunidade. Além do conteúdo voltado para a instalação da usina, o que incluiu lições sobre os equipamentos e seus aspectos técnicos, sob carga horária de mais de 80 horas, o programa contou com encontros sobre desenvolvimento humano, mercado de trabalho e algumas certificações necessárias para atuar na área, como a NR-10 (eletricidade) e a NR-35 (trabalho em altura e primeiros socorros).

Ensaios e certificação – A Ginlong (Solis) Technologies, fabricante mundial de inversores fotovoltaicos, anunciou na Intersolar Europe 2024, em Munique (19 a 21 de junho), acordo com a TÜV

Rheinland de Shanghai, para ensaios e certificação oficiais de produtos da empresa. A parceria, como é chamada pela Solis, se concentrará na padronização e inovação na indústria solar fotovoltaica e de armazenamento de energia. Assinaram o acordo Lu Hefeng, vicegerente geral da Solis, e Li Weichun, vice-presidente de serviços globais de produtos de eletrônica de potência da TÜV Rheinland. No estande da Solis na Intersolar, as equipes de utility scale da empresa e da TÜV Rheinland celebraram a entrega oficial do certificado VDE 4130 para o inversor de alta tensão Solis-(215-255)K-EHV-5G-PLUS. Segundo a Solis, essa certificação é crítica para instalações solares na Alemanha e outros países europeus.

Estados superam 1 GW – Dez estados do Brasil já tinham mais de 1 GW de potência instalada de geração solar distribuída no final de junho, apontou mapeamento do Portal Solar, franque-

adora de integração solar, com base nos dados da Aneel. De acordo a empresa, os investimentos feitos pelos consumidores residenciais, empresariais e rurais somavam R$ 107,5 bilhões nessas regiões. O estado de São Paulo liderava o ranking, com 4 GW instalados pelos consumidores e mais de R$ 20 bilhões de investimento, seguido por Minas Gerais, com 3,8 GW e R$ 19,6 bilhões, Rio Grande do Sul, com 2,8 GW e R$ 14,5 bilhões, Paraná, com 2,7 GW (R$ 13,3 bi), Mato Grosso, com 1,8 GW (R$ 8,7 bi), Santa Catarina, com 1,4 GW (R$ 7,2 bi), Goiás, com 1,3 GW (R$ 6,4 bi), Bahia, 1,2 GW (R$ 6,3 bi), Rio de Janeiro, 1,1 GW (R$ 5,8 bi) e Mato Grosso do Sul, com 1,1 GW (R$ 5,6 bi). Ainda segundo as estimativas do portal, os investimentos acumulados nos dez estados com mais de 1 GW representavam cerca de 75% do total de aportes na GD solar em todo o Brasil, que chegava a R$ 142,5 bilhões.

Mudança de escritório – Após aumentar o faturamento em 170% e o número de colaboradores em 100% no Brasil em apenas um ano, a espanhola Axial, empresa de projetos e fabricação de estrutura de fixação de módulos solares fotovoltaicos, está mudando o local de sua sede brasileira, em São Paulo, que mais do que dobrará de tamanho, passando de 250m2 para 616m2. O novo espaço comportará até 70 pessoas. A empresa tem planos de, até o final do ano, contratar mais dez profissionais. O aquecimento do mercado de energia solar fotovoltaica e o consequente aumento de projetos para fabricação de estruturas e comercialização de rastreadores, ou trackers, solares para usinas de grande porte justificou a expansão, diz em nota a empresa, que também conta com um centro logístico de 1,3 mil m2 em Camaçari (BA), onde produz estruturas de fixação de módulos solares fotovoltaicos.

Moldando o futuro da energia solar no Brasil

A Intersolar South America é reconhecida como a principal plataforma para inovação e debate do setor solar, reunindo especialistas para explorar tendências tecnológicas e estratégias de mercado. Em um cenário onde a energia solar desponta como protagonista, o evento aborda temas cruciais, como o papel da geração fotovoltaica na agenda ESG, as expectativas para a geração distribuída e centralizada, e as oportunidades emergentes com a expansão do mercado livre e do hidrogênio verde.

OBrasil está se consolidando como um dos mercados mais promissores do mundo para energia solar. Segundo um relatório da Solar Power Europe, o País adicionou em 2023 15,4 GWp de capacidade fotovoltaica, o que representa cerca de 4% do mercado global no período, considerando geração centralizada e distribuída. O levantamento “Global Market Outlook for Solar Power 2024 – 2028” destacou o Brasil como o terceiro maior mercado de energia solar em 2023, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Atualmente, a geração fotovoltaica responde por 18,2% da matriz elétrica nacional, com capacidade instalada que ultrapassou recentemente a marca de 43 GW, conforme dados da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. De janeiro

autoridades e legisladores

a maio deste ano, foram adicionados 6 GW da fonte na matriz elétrica nacional, somando as grandes usinas solares e os sistemas de geração própria de energia.

Diante desse cenário pujante, surgem inúmeras oportunidades e desafios para os agentes do setor elétrico. Discutir esses temas e encontrar os melhores caminhos para garantir a evolução do segmento solar fotovoltaico é essencial. Por isso, a Solar

Promotion International GmbH e a Freiburg Management and Marketing International GmbH, ambas da Alemanha, em parceria com a Aranda Eventos & Congressos Ltda., do mesmo grupo que publica FotoVolt, estão organizando a 11ª edição da Intersolar South America, que ocorrerá de 27 a 29 de agosto no ExpoCenter Norte, em São Paulo, SP. O evento, que inclui congresso e feira, é o principal do setor na América Latina e faz parte da plataforma TSESA - The Smarter E South America, que também integra as mostras ees

Jucele Reis, da Redação de FotoVolt
O hub TSESA, cujo expoente é a Intersolar South America, composta por feira e congresso, espera receber 600 expositores e mais de 55 mil visitantes, incluindo instaladores, integradores, distribuidores, construtores, empreiteiros, arquitetos, fabricantes, fornecedores, investidores, profissionais de serviços públicos,

South America, dedicada a baterias e sistemas de armazenamento de energia; Eletrotec+EM Power South America, focada em instalações elétricas, infraestrutura de energia e gestão energética; e Power2Drive, voltada para eletromobilidade e infraestrutura de carregamento (veja quadro na página 32). Todas essas feiras também contam com congressos especializados. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas em www.ThesmarterE. com.br.

Rodrigo Sauaia, presidente do comitê da conferência Intersolar South America:

“A energia solar será a rainha das fontes renováveis e a tecnologia com maior crescimento ao longo das próximas décadas, graças a sua competitividade atrelada a sua sustentabilidade”.

A exposição Intersolar South America abrange toda a cadeia de valor solar fotovoltaica e de tecnologias termossolares, reunindo desde fabricantes e distribuidores de células e módulos FV até sistemas, componentes, rastreadores, aplicações, distribuidores de equipamentos e materiais FV, prestadores de serviços, integradores de sistemas, institutos de pesquisa, e muito mais. Nesta edição, o hub TSESA espera receber 600 expositores e mais de 55 mil visitantes, incluindo instaladores, integradores, distribuidores, construtores, empreiteiros, arquitetos, fabricantes, fornecedores, investidores, profissionais de serviços públicos, autoridades e legisladores. A feira funcionará de 12h até 20h. A relação de expositores está disponível em https://www.thesmartere. com.br/relacao-de-expositoras

Congresso

O congresso Intersolar South America tem como objetivo compartilhar informações, debater estratégias, discutir tendências tecnológicas e a evolução do mercado, bem como as novidades em modelos de negócios. Com uma programação abrangente, o evento oferecerá palestras e painéis

de discussão sobre temas cruciais para o setor, como a contribuição da solar para alcance de metas e objetivos ESG de Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030 da ONU), expectativas de mercado para geração solar fotovoltaica distribuída e centralizada, oportunidades para a energia solar com a expansão do mercado livre de energia e do hidrogênio verde, a evolução de negócios agrovoltaicos, a sinergia entre solar e armazenamento de energia, entre outros assuntos.

Um dos principais temas em pauta no cenário mundial – e que será abordado na conferência – é o papel da energia solar no atual contexto de transformação do setor elétrico. De acordo com Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar e do comitê da conferência Intersolar South America, a geração solar fotovoltaica é vista pelos principais analistas de mercado, entidades representativas e organismos internacionais como uma tecnologia que será protagonista na evolução do setor. “A Agência Internacional de Energia e a Agência Internacional de Energias Renováveis têm destacado que a energia solar será a rainha das fontes renováveis e a tecnologia com maior crescimento ao longo das próximas décadas, graças a sua competitividade atrelada a sua sustentabilidade”. Ainda segundo Sauaia, as projeções indicam que a fonte solar se tornará ao longo dos próximos 20 a 25 anos a principal da matriz elétrica brasileira, superando as hidrelétricas em potência total instalada, e assumindo ainda mais relevância no contexto nacional. “Complementarmente, a tecnologia fotovoltaica

é democrática e acessível, porque não depende apenas de decisões centralizadas de governos. Pode ser resultado de investimentos feitos diretamente pelos consumidores, trazendo muito mais agilidade na sua implementação e garantindo também maior autonomia e independência elétrica para a sociedade”, conclui o presidente.

Geração distribuída e centralizada

A geração própria de energia solar tem sido um dos principais propulsores da tecnologia no Brasil, somando 30 GW de potência instalada operacional e mais de 2,7 milhões de sistemas fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Desde 2012, foram cerca de R$ 146,4 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 902 mil empregos no período e arrecadação de mais de R$ 43,6 bilhões, conforme dados da Absolar. Devido à enorme relevância do tema, estão previstos painéis no congresso que abordarão as perspectivas de mercado e estratégias de negócios para a geração distribuída solar FV, que continuam animadoras. A Absolar projetou para esse ano um crescimento da ordem de 6 GW, com expectativas de expansão ainda mais robustas.

“A tendência de médio prazo é positiva, pois, de um lado, a tarifa de energia elétrica está aumentando acima da inflação, e, de outro lado, os custos dos sistemas fotovoltaicos têm caído consistentemente ao longo dos anos”, afirma Sauaia. “Há também avanços significativos do ponto de vista tecnológico, como melhoria de eficiência dos equipamentos, aumento da capacidade produtiva das fábricas e melhoria de processos de produção”, acrescenta.

No segmento de projetos de grande porte, as estimativas da Absolar indicam um crescimento de aproximadamente 3,4 GW em 2024, o que pode

Nicolás Leiva

representar um dos maiores aumentos anuais da geração solar centralizada no Brasil. Entre os desafios para concretização dessas projeções estão os gargalos na conexão às linhas de transmissão e os atrasos no cronogra ma das obras de empreendimentos fotovoltaicos. Recentemente, as gran des usinas solares atingiram uma mar ca histórica: 14 GW de potência ope racional, igualando com a capacidade instalada da hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior usina do mundo. A geração centralizada, segundo dados da Absolar, desde 2012, foi responsá‑ vel por mais de R$ 60,7 bilhões em novos investimentos e mais de 424 mil empregos acumulados, além de pro porcionar cerca de R$ 20 bilhões em arrecadação aos cofres públicos. Atual‑ mente, as usinas solares de grande porte operam em todos os estados brasileiros, com liderança, em termos de potência instalada, da região Nor deste, com 59,8%, seguida pelo Sudes te, com 39,1%, Sul, com 0,5%, Norte, com 0,3% e Centro Oeste (mais DF), com 0,3%.

O estoque atual de projetos de grande porte soma 142 GW. De acordo com o presidente do comitê da conferência, o ACL Ambiente de Contratação Livre, que tem sido o principal vetor de crescimento da capacidade de geração de grandes usinas no Brasil, demonstra grande interesse pela fonte fotovoltaica em função de sua competitividade. Ba‑ seado em mapeamento da CCEE Câ mara de Comercialização de Energia Elétrica e em dados oficiais da Aneel Agência Nacional de Energia Elétrica, Sauaia destaca a liderança da fonte solar fotovoltaica no mercado livre, com diversos projetos contratados e assinados. “No médio e longo prazo, a expectativa é de que a geração cen tralizada solar fotovoltaica continue avançando e garantindo suprimento de energia elétrica a grandes consu midores do mercado livre. A amplia

ção do ACL também pode trazer mais oportunidades para a geração solar de grande porte, suprindo a necessidade desses consumidores por meio de co mercializadores de energia elétrica”.

O congresso abordará também a autoprodução de energia, uma mo‑ dalidade de negócios bastante pro missora para o desenvolvimento de usinas solares de grande porte no am biente de contratação livre. Dentre os desafios desse modelo, Sauaia destaca os atuais baixos preços da energia elétrica decorrentes do volume elevado dos reservatórios após as chuvas do ano passado. “Contudo, trata se de um movimento sazonal, conjuntural. É questão de tempo até que os preços voltem a subir”, afirma. Além disso, ele prevê um aumento na demanda no setor elétrico brasileiro, potencial mente dobrando nas próximas duas a três décadas.

O executivo ressalta ainda os in vestimentos em hidrogênio verde no Brasil, que devem ampliar a partici pação da geração centralizada solar fotovoltaica no País. Por isso, as opor tunidades para players do setor solar em uma economia de hidrogênio renovável também serão discutidas no congresso. Sauaia aponta a versa tilidade do hidrogênio, que pode ser utilizado na produção de aço verde e minérios processados verdes, ajudan do na descarbonização de diversos setores, como fertilizantes, cimento, siderúrgico e metalúrgico, e ainda no transporte pesado de carga, especial mente aéreo ou marítimo. Porém, des taca a necessidade de um marco legal que incentive esses investimentos e crie uma demanda interna, e que tam bém possibilite ao País se tornar um exportador do combustível ou de pro dutos e insumos químicos produzidos a partir de hidrogênio. “Um marco legal vai atrair investidores interes sados nesse mercado. A Absolar tem colaborado para o estabelecimento de diretrizes favoráveis, aproveitando

políticas públicas existentes, como, por exemplo, acesso ao Reidi e financia mento de projetos de energia renová vel para suprir a demanda das fábricas de hidrogênio, garantindo mais com petitividade na implementação desses projetos no País. É um mercado muito promissor”. Sauaia aponta que, se gundo a consultoria Mckinsey, o Brasil pode receber investimentos da ordem de R$ 1 trilhão até 2040. “Porém, esse potencial não vai se concretizar sem ações estruturais”, alerta.

Normalização

O processo de normalização do setor solar fotovoltaico é um tema de destaque na programação da Intersolar South America. As normas do setor solar são desenvolvidas em sintonia com as normas da IEC, de modo que o Brasil esteja alinhado com as boas práticas internacionais. De acordo com Sauaia, o setor fotovoltaico tem colaborado com várias comissões e co mitês brasileiros no âmbito da ABNT, buscando identificar sinergias e pos sibilidades de parceria, inclusive com a criação de grupos colaborativos que reúnem profissionais de várias áreas, chamados joint work groups. O objetivo é contribuir com o desenvolvimento de normas mais seguras e robustas do ponto de vista técnico, que sejam adequadas à realidade do mercado e às características dos sistemas fotovol taicos aplicados no País.

Sauaia enfatiza a importância da reunião de diversas expertises por conta da versatilidade da tecnologia solar fotovoltaica e sua integração com sistemas elétricos em geral, seja na interface com a rede elétrica ou na aplicação de tecnologias complemen‑ tares, como sistemas de armazenamen to de energia elétrica. “Então, nesse sentido, aproveitamos para convidar todos os leitores que tenham conheci mento especializado em energia solar fotovoltaica para acompanhar e partici

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par das reuniões da ABNT CEE-253. É nesse diálogo com especialistas do setor que desenvolvemos e aprimoramos normas”.

Atualmente, uma das frentes é o desenvolvimento de normas voltadas para estruturas fixas de suporte de sistemas fotovoltaicos. “Essa padronização é importante para garantir mais qualidade, melhores condições de competitividade isonômica no mercado e mais segurança para os consumidores”, afirma o presidente. Outro foco no universo normativo é a melhoria dos requisitos relacionados à interação dos sistemas fotovoltaicos com a rede elétrica. “Esse é um trabalho realizado no âmbito da ABNT CEE-253, pelo Grupo de Trabalho número 4, e por meio de joint workgroups, interagindo com outras frentes de trabalho da ABNT, dada a transversalidade da aplicação da tecnologia”.

No contexto da normalização, vale destacar ainda a recente publicação da Resolução CNPE nº 002/2024, do CNPE - Conselho Nacional de Política Energética, que estabelece diretrizes para o cálculo dos benefícios e dos custos da micro e minigeração distribuída, conforme previsto na Lei nº 14300/2022. “Com essas diretrizes estabelecidas, a Aneel poderá finalmente calcular benefícios e custos da geração distribuída e depois disponibilizar essas contas via consulta pública, a fim de que a sociedade brasileira possa auditar esses números e contribuir para aprimorar as metodologias”, esclarece Sauaia. A Absolar desenvolveu, em parceria com a consultoria especializada Volt Robotics, uma metodologia, utilizando dados públicos, para calcular o benefício líquido da geração distribuída. Os resultados indicam um benefício superior a R$ 84 bilhões ao longo de 10 anos, o que equivale a um benefício tarifário da ordem de R$ 403/MWh para os consumidores

finais. “Na prática, esse valor equivale aproximadamente à manutenção da compensação de todas as componentes tarifárias, menos a TUSD fio B”, declara o presidente.

Novas tecnologias, novos negócios

Novas tendências também são alvo da conferência. Um modelo emergente de negócio, que tende a evoluir e será debatido no congresso, é o aproveitamento dos reservatórios de hidrelétricas e de lagos artificiais e naturais para instalação de usinas solares flutuantes. Sauaia destaca as promissoras perspectivas de uso dessa tecnologia em hidrelétricas existentes, que já possuem infraestrutura de transmissão e equipes de operação e manutenção disponíveis, facilitando a implementação de usinas flutuantes. Ele também menciona a existência de regras específicas na Lei 14300/2022 que incentivam essa adoção para atender a demanda de consumidores na geração distribuída. “Além disso, devido às suas características de sombreamento, a fotovoltaica flutuante pode ajudar a reduzir a evaporação nos reservatórios, contribuindo para a preservação dos recursos hídricos, tanto para a geração de energia elétrica quanto para outras atividades”, acrescenta.

Outro tema que será discutido no congresso é a tecnologia agrovoltaica, considerada uma das mais promissoras para o desenvolvimento, crescimento e implementação da energia solar fotovoltaica em propriedades rurais. A tecnologia tem grande potencial para aproveitar áreas degradadas ou de baixa produtividade, além de oferecer complementaridade em áreas produtivas existentes, onde as instalações solares aproveitam as áreas de cultivo para produção de energia assim como beneficiam as plantações ao fornecer sombreamento.

O mercado de armazenamento de energia também está no foco do evento,

tornando-se cada vez mais importante para garantir a estabilidade da rede elétrica e a flexibilidade necessária ao sistema, especialmente com o crescimento das fontes variáveis. No entanto, Sauaia cita a necessidade urgente de um marco regulatório claro que forneça segurança jurídica para acelerar o uso dessa tecnologia junto à transmissão e distribuição de energia, otimizando custos com novos ativos de infraestrutura elétrica, proporcionando assim modicidade tarifária. “Estamos trabalhando para estabelecer um marco legal para o armazenamento de energia elétrica, com a definição clara do papel do agente armazenador. Isso pode maximizar a adoção da tecnologia no Brasil, que possui grande sinergia com a energia solar fotovoltaica e desempenha um papel estratégico na expansão das energias renováveis na matriz elétrica brasileira, além de resolver problemas e gargalos na infraestrutura do setor elétrico, que muitas vezes atrasam ou dificultam projetos fotovoltaicos e de outras fontes”, diz.

No Brasil, o armazenamento de energia também é utilizado em sistemas off grid, principalmente em regiões isoladas ou remotas, combinado com a energia solar fotovoltaica. No entanto, a alta carga tributária é um entrave para o desenvolvimento desses projetos, comprometendo sua viabilidade econômica. “Os impostos sobre as baterias podem chegar a 80%, representando um custo extremamente elevado. A Absolar tem dialogado com o governo federal para reduzir essa carga tributária. Uma proposta é a equiparação desses impostos aos níveis aplicados às fontes renováveis, como solar ou eólica. Isso abriria oportunidades competitivas de mercado para as baterias, atraindo investimentos e empregos para o Brasil”, projeta Sauaia.

Os sistemas off grid também representam um nicho robusto de negócios

para o setor solar, principalmente em função da expansão dos sistemas isolados impulsionados pelo governo federal, como parte de metas de descarbonização da região amazônica, tradicionalmente suprida por geradores a diesel.

“Programas como o Luz para Todos, com o objetivo de universalizar o acesso à energia elétrica até 2028, além das iniciativas de descarbonização da Amazônia, representam oportunidades de bilhões de reais para negócios em sistemas off grid”, afirma o presidente.

A conferência também abordará o papel crucial da energia solar fotovoltaica na adoção de práticas ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) e no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para 2030. Segundo Sauaia, a tecnologia está diretamente ligada ao ODS nº 7 - “Energia Acessível e Limpa”, assim como a outros ODS que envolvem questões como trabalho digno, resiliência urbana, sustentabilidade na produção agrícola, crescimento sustentável nos setores produtivos e combate ao aquecimento global. “Portanto, é crucial que tenhamos políticas públicas e medidas práticas que apoiem o crescimento dessa tecnologia. A Absolar tem recomendado aos poderes públicos a inclusão crescente da energia solar fotovoltaica em programas públicos em níveis federal, estadual e municipal. Um exemplo recente é a incorporação da energia solar fotovoltaica no programa Minha Casa Minha Vida, anunciado recentemente pelo presidente Lula e pelos ministros de Minas e Energia e das Cidades, além do fortalecimento do acesso a linhas de crédito para o setor agrícola que utilize essa tecnologia”.

The Smarter E South America 2024

Data: 27-29 de agosto

Local: Expo Center Norte - São Paulo (SP)

Informações: www.ThesmarterE.com.br

Segmentos em exposição:

Intersolar South America - A maior feira & congresso da América Latina para o setor solar

• Células e módulos solares

• Componentes PV

• Sistemas de montagem FV, acessórios de instalação

• Sistemas de rastreamento FV

• Tecnologias de produção FV

• Tecnologias termossolares

• Usinas de energia solar Mais informações: https://www.intersolar.net.br

ees South America - Baterias e sistemas de armazenamento de energia

• Tecnologias de armazenamento de energia

• Componentes e equipamento para sistemas de armazenamento de energia

• Tecnologias de produção de baterias

• Construção de estações e máquinas

• Sistemas de armazenamento de energia Mais informações: https://www.ees-southamerica.com/inicio

Eletrotec+EM-Power South America - Infraestrutura elétrica e gestão de energia

• Projeto de estações e sistemas

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Capacitação

Outro tema importante para a expansão do setor solar fotovoltaico no Brasil é a capacitação de profissionais e empresas. A inserção desse assunto na programação da Intersolar South America tem o objetivo de discutir a viabilidade da expansão da

rede de capacitação. O treinamento adequado é essencial para garantir a segurança, produtividade, eficiência e durabilidade das instalações sola res, que são integradas a edificações residenciais, comerciais, industriais, rurais e e públicas. “A energia solar fotovoltaica envolve a geração de ener‑ gia elétrica e a instalação de tecnologia sofisticada próxima à população e às áreas de trabalho. Isso requer um rigoroso cumprimento de critérios e requisitos de segurança. A capacita ção assegura que as instalações sejam realizadas de maneira eficaz e eficien te, garantindo a durabilidade e a per formance dos sistemas fotovoltaicos”, explica Sauaia.

Segundo ele, a formação de pro fissionais de ensino superior, espe cialmente engenheiros eletricistas, e a capacitação de profissionais de nível técnico são fundamentais para aten der à crescente demanda do mercado de trabalho no setor solar. Ele alerta ainda que os profissionais envolvidos na instalação de sistemas solares precisam seguir normas específicas, como a NR 10 Segurança em Insta‑ lações e Serviços em Eletricidade e a NR 35 Trabalho em Altura, para ga rantir a segurança durante a instalação de sistemas fotovoltaicos em solo e telhados.

Além de universidades e centros de formação técnica, muitas empresas também investem na capacitação de suas equipes, a fim de garantir que os profissionais estejam aptos a executar serviços e obras de maneira compe tente e segura. Há também empresas especializadas em capacitação voltada a profissionais recém formados, que têm sido fundamentais para comple mentar a formação acadêmica e pre parar profissionais para as demandas específicas do setor solar.

Inversores para sistemas fotovoltaicos

Este guia lista as principais características de inversores ofertados no mercado brasileiro, como dados de entrada (potência, tensão e corrente máximas, faixa de tensão de SPMP e número de rastreadores e de conexões por string) e de saída (monofásico ou trifásico, potências, correntes, rendimento, etc.), além de certi cação do Inmetro. Os fornecedores estão listados em ordem alfabética com seus dados de contato. Da Redação de FotoVolt

(c.c.) Saída (c.a.)

Empresa, telelefone e e-mail Importado/ País

Astro-Energy +86-574-8818 8211 andre@astro-e.com.cn

Brasilsat Harald (41) 2103-0511 comercial.estruturas@brasilsat.com.br

Ctrltech (11) 98516-0755 valter.souza@ctrltech.com.br

Deye (11) 2500-0681 suporte@deyeinversores.com.br

Fiberx (47) 99762-1975 ricardo.borges@fiberx.com.br Sineng/

Foco Energia (49) 3664-3739 contato@focoenergia.ind.br

Growatt 0800 400 3500 br.service@growatt.com

Guardian (21) 97337-8501 vendas@guardian.ind.br

Hopewind (11) 98123-0890 alex.hsu@hopewindelectric.com

Hoymiles (61) 9915-3529 bruno.martins@hoymiles.com

Huawei (11) 99208-3206 la_inverter_support@huawei.com

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Nansen (11) 97427-1539 vendas.solar@nansensolar.com.br

PHB Solar (11) 97772-7475

ivan.sarturi@phb.com.br

Projoy (31) 98609-1048

marcelo@projoy-elctric.com

Entrada

Empresa, telelefone e e-mail Importado/ País

SAJ (15) 99716-1707

Serrana Solar (54) 3039-9999 serrana@serranaenergia.com.br SAJ, Hypontech/

Sofar (11) 99953-0330 juliana.real@sofarsolar.com

SolaX Power (34) 99667-0319 gilberto.camargos@solaxpower.com

Solis (19) 99961-8003 sales@ginlong.com

Soprano (54) 2109-60291 energiasolar@soprano.com.br

Sunways (47) 98856-0611 helyeber.mendonca@sunways-tech.com

TBEA Energy (22) 98118-5960 rogerio.costa@tbea.com

Technomaster (51) 3589-1894 technomaster@technomaster.com.br

WEG (47) 3276-4000 automacao@weg.net

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 89 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, julho de 2024

Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/

Proteção contra surtos em sistemas fotovoltaicos

A energia solar é um propulsor crucial da transição energética, mas somente um sistema fotovoltaico protegido contra surtos pode suportar as sobretensões às quais está exposto em telhados e outras áreas externas, e gerar energia com segurança a longo prazo.

Aproteção contra sur‑ tos para sistemas fotovoltaicos (SFVs) considera sempre dois lados: os surtos podem ser acoplados tanto do lado de c.c. quanto do lado c.a. Tais eventos po dem danificar o inversor, por exemplo, resultando não apenas em custos de reparo, mas também na perda de rendimento do sistema durante o reparo.

Portanto, é importante garantir que ambos os lados de um SFV sejam protegidos de modo confiável e abran gente. Eventuais cabos de sinal tam bém devem ser integrados com segu rança à equalização de potencial com dispositivos de proteção adequados.

esteja assegurada. Surtos desse tipo podem ter origem, por exemplo, em operações de manobra na rede.

Proteção contra surtos do lado c.c.

Para geradores fotovoltaicos sem sistema externo de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), as normas (alemãs) não prescrevem proteção contra surtos do lado de c.c. No entanto, seu uso é altamente reco mendado para que o gerador seja pro tegido e a disponibilidade do sistema

Para proporcionar ao inversor a melhor proteção possível contra surtos perigosos, os respectivos dispositi vos de proteção devem ser aplicados diretamente nas entradas e saídas de ambos os lados, de c.c. e de c.a.

Seleção de dispositivos de proteção contra surtos

Os seguintes requisitos, entre ou tros, devem ser levados em conside ração ao selecionar os dispositivos de proteção contra surtos (DPSs) adequa

dos para um sistema fotovoltaico:

• a tensão máxima de regime permanente de um DPS do lado c.c. não deve exceder em hipótese nenhu ma a tensão máxima de circuito aberto do SFV;

• o número de dis positivos de proteção contra surtos é deter minado pelo número de rastreadores MPP no respectivo SFV; • se o inversor estiver conectado a equipamentos de tecnolo gia da informação e de comunicação (TIC), os respectivos cabos de sinal também devem ser integrados à equi potencialização por meio de DPSs adequados.

Conforme as condições locais, o inversor para o SFV em edificações é instalado diretamente no telhado ou no sótão (espaço entre o telhado e o forro), ou ainda, mais comumente (na Alemanha), no porão. Neste último caso, pode ser aconselhável instalar DPSs não apenas na entrada do inver sor, mas também no ponto em que os cabos adentram o prédio. Esta medida evita acoplamentos indutivos externos.

Julia Belz, da Obbo Bettermann GmbH (Alemanha)

Normas relevantes

Para a adequada proteção contra surtos de um SFV, uma ampla série de normas técnicas deve ser observada.

[Nota do Tradutor – O texto seguinte foi adaptado, tendo sido também acrescentados, entre parênteses, os números das normas ABNT ou IEC correspondentes.]

Um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) para geradores fotovoltaicos em telhados ou coberturas de edificações deve satisfazer a norma VDE 0185-305-3 (ABNT NBR 5419-3).

Uma análise de risco de acordo com a VDE 0185-305-2 (ABNT NBR 5419-2) permite determinar a necessidade de um SPDA e a classe de proteção contra raios necessária. Todavia, eventuais regulamentos estaduais ou municipais, como Códigos de Obras e outros, podem ter prevalência.

Novos SFVs conectados à rede requerem DPSs classe II do lado c.a. de acordo com as normas DIN VDE 0100443 (IEC 60364-4-44 / ABNT NBR 5410) e DIN VDE 0100-712 (IEC 603647-712 / ABNT NBR 5410). A referência expressa na norma DIN VDE 0100712 à VDE 0185-305-3, Suplemento 5, resulta na prescrição de um sistema de proteção contra surtos não apenas do lado c.a., mas também do lado c.c. Este requisito visa a garantir a segurança dos inversores em instalações providas de SPDA externo.

A situação normativa é um pouco diferente para SFVs complexos montados em solo. Isso abrange usinas fotovoltaicas ou parques solares, que estão sujeitos a requisitos mais rigorosos de disponibilidade. Portanto, a necessidade de medidas adicionais consoante VDE 0185-305-2 (ABNT NBR 5419-2) deve ser examinada. Além disso, a mais recente edição da diretriz VdS 2010 (02/2021), da Associação das Seguradoras Patrimoniais Alemãs (VdS), recomenda medidas de proteção con-

Deutsche Fassung EN 62305-2:2012

[2] VDE 0185-305-3 - DIN EN 62305-3 VDE 0185305-3:2011-10. Blitzschutz - Teil 3: Schutz von baulichen Anlagen und Personen. (IEC 623053:2010, modifiziert); Deutsche Fassung EN 62305-3:2011

[3] DIN VDE 0100-443 VDE 0100-443:2016-10. Errichten von Niederspannungsanlagen - Teil 4-44: Schutzmaßnahmen –Schutz bei Störspannungen und elektromagnetischen Störgrößen –Abschnitt 443: Schutz tra surtos (MPS) para usinas fotovoltaicas montadas em solo.

Um conceito de proteção abrangente

Com vistas à proteção de SFVs contra correntes de raios e surtos estão disponíveis sistemas completos. No quesito proteção contra surtos dos lados c.a. e c.c., as caixas de junção pré-montadas constituem uma solução comprovada (figura 1), podendo ser equipadas com DPSs classe I + II, ou classe II, dependendo de a edificação ser provida respectivamente de SPDA externo ou não. O portfólio aqui analisado inclui caixas de junção para até três rastreadores de ponto de potência máxima (MPPT, na sigla em inglês) e variantes para até quatro séries fotovoltaicas por MPPT. Outras características são os terminais de conexão com tecnologia push-in, e as caixas de policarbonato resistentes à radiação UV, grau de proteção IP66, compatíveis com especificações para instalação externa.

Normas citadas (original)

[1] VDE 0185-305-2 - DIN EN 62305-2 VDE 0185305-2:2013-02. Blitzschutz -Teil 2: Risiko-Management. (IEC 62305-2:2010, modifiziert);

bei transienten Überspannungen infolge atmosphärischer Einflüsse oder von Schaltvorgängen. (IEC 60364-4-44:2007/A1:2015, modifiziert); Deutsche Übernahme HD 60364-4-443:2016

[4] E DIN VDE 0100-712 VDE 0100-712:2022-10 – Errichten von Niederspannungsanlagen Teil 7-712: Anforderungen für Betriebsstätten, Räume und Anlagen besonderer Art – Photovoltaik-(PV)-Stromversorgungssysteme (IEC 64/2514/ CD:2021, modifiziert)

[5] VdS 2010:2015-04 (05) - Risikoorientierter Blitzund Überspannungsschutz. Deutsche Versicherer (GDV e.V.) zur Schadenverhütung

Normas citadas (adaptação)

ABNT NBR 5419-3 - Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida.

ABNT NBR 5419-2 - Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 2: Gerenciamento de risco.

IEC 60364-4-44 - Low-voltage electrical installations - Part 4-44: Protection for safety - Protection against voltage disturbances and electromagnetic disturbances.

ABNT NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão.

IEC 60364-7-712 - Low voltage electrical installations - Part 7-712: Requirements for special installations or locations - Solar photovoltaic (PV) power supply systems.

Artigo publicado originalmente na revista alemã de – das Elektrohandwerk, edição 19/2023. Copyright Hüthig GmbH, Heidelberg e München. www.elektro. net. Publicado por FotoVolt sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.

Fig. 1 – Caixa de junção para gerador fotovoltaico com DPSs classe I + II ou classe II, conforme a aplicação
Obo
Bettermann

Transformadores elétricos para instalações fotovoltaicas

Com a função de adequar a tensão existente entre o inversor e a rede de energia elétrica, os transformadores dedicados ao uso em sistemas fotovoltaicos estão disponíveis em diversos modelos. Este levantamento relaciona as empresas fornecedoras junto com dados desses equipamentos, como tipo de isolação, classe de temperatura, tensão, frequência, fator K, grau de proteção, garantia e normas atendidas, entre outras.

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Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 138 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, julho de 2024 Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/

Recuperando sistemas fotovoltaicos atingidos pela inundação

ORio Grande do Sul tem sido um dos mais profícuos na instalação de sistemas fotovoltaicos. Em recente mapeamento da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica com dados da Aneel, o estado é o terceiro em capacidade solar instalada em mini e microgeração solar, com mais de 308 mil sistemas de geração solar em telhados e terrenos, cuja potência soma 2,8 GW.

Entre as campanhas de ajuda aos afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, destacam-se ações que visam a recolocar em serviço sistemas solares de geração distribuída, como a “Ilumina RS”, e instalações elétricas das unidades consumidoras, como a “Reconstruindo lares”. Conheça aqui as campanhas, e também recomendações de especialistas para diminuir os riscos durante a avaliação, reparo e reenergização desses sistemas.

O País todo acompanhou o drama dos 478 municípios atingidos (do total de 497 do Rio Grande do Sul), os quase 2,4 milhões de pessoas afetadas e os cerca de 600 mil desalojados, segundo a Defesa Civil do Estado, sem falar de 180 mortos e de ainda 32 desaparecidos. Quando não carregou as próprias habitações, a inundação levou móveis, roupas, documentos, aparelhos eletroeletrônicos, objetos pessoais e outros, mas não só: também danificou até à inutilização as instalações elétricas e um número grande mas ainda incerto de sistemas fotovoltaicos de geração distribuída.

Entre as muitas ações de solidariedade que se tornaram públicas desde o mês de maio, uma vem se destacando

pelo aspecto prático, diretamente relacionado com os sistemas danificados. O projeto “Ilumina RS”, da Rede Brasil Solar Santa Maria e da BayWa r.e, foi criado para mobilizar empresas do setor de energia solar com o objetivo de viabilizar a substituição ou reparo de equipamentos fotovoltaicos atingidos pelas chuvas no Rio Grande do Sul, restabelecendo a geração de energia fotovoltaica ao estado com prioridade para as áreas mais afetadas.

O setor solar fotovoltaico tem-se mostrado sensível à tragédia, com dezenas de campanhas empreendidas por fabricantes, distribuidores e integradores de sistemas solares para apoio às famílias atingidas, incluindo de arreca-

dação de água, alimentos, roupas, itens de higiene, recursos financeiros, montagem e fornecimento de kits escolares e outras. Porém algumas iniciativas, como o “Ilumina RS”, procuram atacar as consequências da tragédia nos próprios campos de especialização. É o caso também da campanha “Reconstruindo Lares”, lançada pelo projeto de extensão Energia Amiga coordenado pela professora Caroline Radüns, da Unijuí – Universidade Federal do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Lançada em maio, a campanha solicita recursos para compra de ma-

Instalações com geradores fotovoltaicos durante a enchente e equipamentos e sistemas FV atingidos pela água
Prefeitura de São
Leopoldo
Projeto
“Ilumina RS”
Projeto “Ilumina RS”

terial elétrico para reconstru ção das moradias dos atingi dos pelas enchentes (veja o boxe “Reconstruindo Lares”).

O “Ilumina RS” reúne fa bricantes de módulos, inver sores, conectores, string boxes, cabos, estruturas de fixação e também os fornecedores de serviços. Entre as empresas engajadas estão Fronius, JA Solar, LONGi, SolarEdge, Stäubli, Sungrow e Yes Ener gia Solar. “Esse esforço coletivo destaca a im portância da união e trabalho para superar desafios”, afirmou Liciany Ribeiro, CEO da BayWa r.e Brasil.

Ilumina RS - Como funciona

Os proprietários de sistemas solares fotovoltaicos danificados pelas enchentes no RS, e que se interessem em receber auxílio do projeto, devem preencher um formulário no website https://iluminariograndedosul.com.br/ e aguardar o contato por parte do integrador para agendamento da vistoria. Depois disso, os passos são: 1) emissão de laudo técnico para verificação do tipo de re‑ paro ou substituição, 2) análise de linha de crédito facilitado junto a entidades financeiras parceiras do projeto, e 3) instalação final. Os coordenadores também estão solicitando a adesão de mais integradores, que podem cadastrar se pelo mesmo website.

O “Ilumina RS” tem uma página oficial no Instagram, @iluminariograndedosul, onde podem ser obtidas informações adicionais.

Liciany Ribeiro: esforço coletivo

O objetivo é numa primeira fase recupe rar em torno de 100 unidades, informou à FotoVolt Poliana Saliba, gerente de marketing da BayWa r.e. Brasil. Segundo ela, nesta fase devem ser investidos mais de R$ 100 mil pelo conjunto de partici pantes. “Todos os equipamentos subs tituídos terão preço de custo”, afirma. Os principais aportadores dos recursos são as empresas BayWa r.e., YES Ener gia e Rede Brasil. Além disso, o pro grama também conta com a parceria das entidades financeiras Santander e BV Financeira, que estão disponibili zando linhas de crédito especiais para os atingidos (veja o boxe “Ilumina RS Como funciona”). “O projeto conti nua em agosto, quando entraremos em nova fase, para atender os casos que de alguma forma não foram considerados emergenciais, ou seja, não ofereciam nenhum tipo de risco”, disse Poliana. Um aspecto importante do projeto é que ele visa garantir a segurança e minimizar os riscos das instalações por meio de vistorias técnicas realizadas por equipes homologadas. No momen to de fechamento desta edição de FotoVolt, dezenas de vistorias haviam sido

realizadas e já estavam recuperados e recolocados em operação sistemas que somavam potência total de mais de 400 kW, informou Poliana Saliba.

Alto risco:

água + eletricidade

De fato, um dos maiores perigos quando do retorno dos moradores à suas casas é representado pelas insta lações elétricas que estiveram submer sas, parcial ou totalmente. A profes sora Caroline Radüns, da Unijuí, tem se empenhado em alertar quanto aos cuidados que se devem tomar antes de começar a usar as instalações e eletroeletrônicos domésticos. Em um webinar realizado por FotoVolt em 23 de maio (https://bit.ly/3LhaND0), a professora listou medidas a serem ob servadas, das quais destacamos: des ligar todos os disjuntores, tanto o de entrada quanto os do quadro de distri buição, e lavar as instalações elétricas, não sem antes tirar todos os equipa mentos das tomadas e as lâmpadas dos soquetes, e ainda abrir as caixas de passagem, deixando completamente ex postos interruptores e tomadas. Também se pode tentar lavar aparelhos domésti cos que não sofreram danos físicos apa rentes. Depois disso

é preciso esperar durante dias pela secagem completa, preferencial mente natural, ou com utilização de sistema de ar quente mas com temperatura amena, controlada. “Ainda assim, não se tem certeza de que instalações e equipamentos vão voltar a funcionar, porque não foram projetados para estar submer sos”, diz a professora. Os disjunto‑ res precisam passar por análise mais cautelosa, com mão de obra especia lizada, e na reenergização da insta lação é necessário que um profissional técnico esteja presente. É o que ela chama de “reativação cautelosa”.

Nesse particular, preocupam bas tante os sistemas fotovoltaicos, que geralmente continuam com a parte de corrente contínua energizada mesmo com o desligamentos dos inversores, pois os módulos solares produzem energia sempre que há luz. Em seu per fil no Instagram, Caroline mostra uma foto de um inversor chamuscado e uma string box (caixa de junção) carboniza da em Encantado, RS. “Ainda não há fornecimento de energia, porém houve um dia de sol e assim a energização do sistema. O dispositivo de proteção do lado c.c. do inversor estava ligado e um curto circuito aconteceu na string box”, escreveu ela.

Caroline Radüns: instalações e equipamentos elétricos não foram projetados para estar submersos

No mesmo webinar de FotoVolt, o professor Leandro Michels, do Inri Ins‑ tituto de Redes Inteligentes da Univer sidade Federal de Santa Maria, também falou sobre como preceder para mini mizar riscos na lida com os sistemas afetados. “As pessoas já perderam mui ta coisa, móveis e casa, e as que têm sis temas fotovoltaicos, nos quais fizeram um investimento grande, que não têm seguro, vão tentar reativar esses siste mas, e esperamos que façam de manei ra que seja com o menor risco possível”. Michels é um dos grandes especialistas brasileiros em energia solar, sobretudo na tecnologia e segurança de inversores. Ele e sua equipe já testaram no labora tório do Inri mais de 300 equipamentos

BayWa r.e
Brasil
Unijuí

Reconstruindo lares

A campanha, capitaneada pelo projeto de extensão Energia Amiga (@energiaamigabr), coordenado por Caroline Radüns, professora da Unijuí - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, juntamente com a Abracopel - Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (@abracopel), é destinada à compra e doação de material elétrico, como lâmpadas, tomadas, interruptores, condutores, disjuntores e outros, com o objetivo de contribuir para que as instalações elétricas das residências atingidas pelas chuvas possam ser reconstruídas. Todo recurso arrecadado é convertido em itens adquiridos junto a lojas parceiras, por preços de custo. As doações devem ser feitas via PIX: chave energiaamiga@unijui.edu.br.

acreditados pelo Inmetro e mais de 150 não acreditados, desde 2017. São vários pontos a considerar, diz o professor: se houve submersão parcial ou total, se houve esforço mecânico (correnteza), se houve contaminação por produtos químicos, quais equipamentos ficaram submersos e por quanto tempo, qual a topologia

do circuito do sistema FV, que equipamentos foram empregados... estes são apenas alguns.

“São casos e situações diferentes, e depende de como a instalação foi feita e dos equipamentos envolvidos para termos um ve-

redito da questão de riscos, bem como da possibilidade de manutenção”.

A resposta inicial dos aparelhos e equipamentos atingidos após a intervenção também é incerta. Mesmo o desligamento dos disjuntores, recomendado por 10 entre 10 publicações na internet para os casos de inundação em equipamentos solares FV, é

objeto de ressalva.

“O disjuntor que foi submerso pode estar danificado, ter juntado sujeira, e não estar desconectando”, diz Michels. Os danos independem de marcas.

Simplesmente os equipamentos individualmente e o sistema completo não foram concebidos para ser submersos, ou para operar tendo sido submersos em algum momento. “Então, prever comportamento de um sistema que não foi projetado para aquela situação é muito difícil.”

Graus de proteção – A conhecida norma IEC 60529 classifica a resistência de invólucros de dispositivos elétricos e eletrônicos contra a intrusão de sólidos e líquidos. Caixas de junção, conectores, inversores, etc. podem declarar

Leandro Michels: fabricante só garante que o equipamento funcione nas condições em que foi projetado

Uma sugestão de procedimento

A primeira exigência, para todo caso, é que o procedimento a seguir, nos sistemas fotovoltaicos atingidos, seja executado e/ou supervisionado por profissional habilitado (eletrotécnico, engenheiro eletricista) com conhecimento e experiência em sistemas fotovoltaicos:

• Desconectar todos os cabos, empregando EPIs adequados (desenergização plena);

• Verificar a topologia do circuito completa, checando se não há danos aparentes na instalação;

• Listar todos os equipamentos que foram submersos e verificar seus códigos de proteção “IP”;

• Com os módulos FV cobertos, limpar, lavar e secar todas as partes elétricas externas molhadas, removendo barro e sujeira, com uso de álcool isopropílico, limpa-contatos, secador de cabelo ou soprador térmico estes à distância, para não comprometer a isolação dos componentes;

• De acordo com o códigos IP dos equipamentos e de seus componentes internos, sugere-se proceder da seguinte forma:

- IP68 – apenas limpeza externa e dos conectores (provavelmente continuará funcionando),

- IP67 – abrir (se puder ser aberto) e verificar se está molhado, secar e testar (é possível que esteja funcionando),

- IP66 – abrir, retirar água e secar (possivelmente continuará funcionando),

- IP65 – abrir e limpar (há chance de funcionar),

- IPx4 e abaixo – abrir e limpar o barro acumulado (pouca chance de voltar a funcionar),

- IP20 (por exemplo, DPS, disjuntores, etc.) – substituir;

• Fazer testes preliminares nos equipamentos limpos, um a um;

• Ligá-los e verificar as funcionalidades;

• Consertar/substituir os equipamentos que estejam danificados;

• Recomissionar o sistema fotovoltaico.

Além disso, é recomendável trocar os conectores, tanto c.c. quanto c.a., e as string boxes que foram submersas. O professor Michels alerta novamente que os passos acima constituem uma recomendação geral, e seus resultados dependem de muitas variáveis relacionadas com tipo de componente, de sistema, do serviço de instalação original, se havia contaminantes na água, etc. “Alguns desses sistemas vão voltar a funcionar, já outros provavelmente não terão solução”.

Mais informação no webinar FotoVolt/EM, disponível em https://bit.ly/3LhaND0

grau de proteção IP68, o mais alto definido pela norma para proteção contra poeira (6) e imersão em água (8). Porém a própria norma não define como este nível 8 deve ser determinado, sendo esta uma prerrogativa do fabricante. E os data sheets não costumam informar o tempo e a profundidade de imersão utilizados no ensaio tipicamente, segundo Michels, usa-se de 1 a 3 m durante meia-hora em água limpa, o que evidentemente está distante das condições de uma enchente que dure vários dias. “O fabricante só garante que o equipamento funcione nas condições em que ele está declarando que foi projetado”.

Sempre lembrando que os resultados pertencem ao campo das possibilidades (“cada caso é um caso”), o professor Michels elaborou um procedimento para guiar o profissional encarregado de avaliar e reparar o sistema FV que foi exposto à enchente, o qual descrevemos aqui no boxe “Uma sugestão de procedimento”.

Produtos para instalações subterrâneas em usinas fotovoltaicas

Da Redação de FotoVolt

Este guia relaciona alguns produtos utilizados em instalações subterrâneas de usinas fotovoltaicas, como caixas de passagem, eletrodutos plásticos e tas de sinalização. São listadas diversas características técnicas desses produtos, como materiais empregados, formas e dimensões, entre outras. Os dados constantes deste levantamento foram fornecidos pelas empresas participantes.

Empresa, telelefone e e-mail

Cimflex (11) 96669-9339 kamila.justo@cimflex.com.br

Dutex (47) 3439-4911 vendas@dutex.ind.br

Fortlev (27) 2121-6700 faleconosco@fortlev.com.br

Inpol (47) 99902-0060 comercial@inpolpolimeros.com.br

Kanaflex (11) 4785-2100 mkt@kanaflex.com.br

Loja Elétrica (31) 4020-2882 energiasolar@lojaeletrica.com.br

Mantex (41) 99234-9588 contato@mantex.com.br

Masster (47) 99785-0103 gerentecomercial@massterplasticos.com.br

PE Tubos (11) 94705-1927 comercial2@petubos.com.br

Plastibras (65) 3667-6201 contato@plastibras.ind.br

Techduto (12) 3202-1096 vendas@techduto.com.br

Termotécnica (31) 3308-7000 coordenacao.mkt@tel.com.br

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 78 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, julho de 2024

Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/

Comissionamento de usinas fotovoltaicas: a NBR 16274

É fundamental que as empresas adotem como processo não conectar os cabos aos inversores antes do ensaio de polaridade”

Na edição passada iniciamos nossa conversa sobre o comissionamento de usinas solares fotovoltaicas.

Nessa edição começaremos a tratar dos ensaios de comissionamento dos sistemas de corrente contínua (c.c.), estabelecidos pela ABNT NBR 16274

– Sistemas fotovoltaicos conectados à rede - Requisitos mínimos para documentação, ensaios de comissionamento, inspeção e avaliação de desempenho, e da importância desses ensaios, além de minhas considerações pessoais.

Quais são os ensaios e como são classificados?

A norma NBR 16274 determina que o regime de ensaios deve ser adequado para a escala, o tipo, a localização e a complexidade do sistema em questão, inclusive quanto aos ensaios adicionais.

Os ensaios são divididos nas categorias 1 e 2:

• Categoria 1 – conjunto padrões de ensaios que deve ser aplicado a todos os sistemas; e

• Categoria 2 – sequência expandida de ensaios que assume que todos os ensaios da categoria 1 já foram realizados.

Chamo a atenção a que, para todo e qualquer sistema de energia solar conectado à rede, devem ser realizados os ensaios da Categoria 1. Isso significa que todas as empresas integradoras

devem ter os equipamentos necessários e equipe treinada para realizar e avaliar os resultados dos ensaios.

Categoria 1

Os ensaios dessa categoria são:

a) Ensaios dos circuitos c.a., conforme ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão;

b) Continuidade dos condutores de aterramento de proteção e/ou de ligação equipotencial;

c) Ensaio de polaridade;

f) Ensaio das caixas de junção (string boxes);

g) Ensaio de corrente das séries fotovoltaicas (curto-circuito ou operacional);

h) Ensaio de tensão de circuito aberto (Voc);

i) Ensaios funcionais; e

j) Ensaio de resistência de isolamento. A princípio, esses ensaios deveriam ser realizados na sequência apresentada acima mas eu discordo. Apresento

a seguir a sequência que entendo ser ideal para a parte c.c. (os ensaios referentes à parte c.a. não serão abordados neste artigo).

1) Continuidade dos condutores de aterramento de proteção e/ou de ligação equipotencial – Esse ensaio visa garantir que todos os pontos que devem estar conectados à malha de terra estejam efetivamente conectados. Por se tratar de um ensaio para verificar requisitos de segurança, ele deve ser o primeiro a ser realizado. O ensaio precisa ser aplicado a todos os condutores de aterramento de proteção ou de ligação equipotencial.

O equipamento a ser utilizado deve ser um miliohmimetro com corrente de 10 A. Um erro comum é se usar multímetro, o que é desaconselhável.

Existem equipamentos específicos de fabricantes de equipamentos para ensaios de usinas solares que podem ser utilizados.

Pahang
Skills

2) Ensaio de polaridade – Ensaio simples mas de enorme importância.

Deve ser realizado, por razões de segurança e para prevenção de danos aos equipamentos, preferencialmente antes da conexão das séries (strings) aos inversores. Caso esse ensaio seja realizado após as strings estarem conectadas e for encontrada alguma inversão de polaridade, deve-se verificar nos módulos e nos diodos de by-pass possíveis danos que essa inversão possa ter provocado.

Em usinas de minigeração, principalmente aquelas na ordem de MW de potência de inversores, os ensaios de comissionamento são realizados um longo tempo após a instalação dos condutores. O ideal seria que a equipe de campo, ao terminar o serviço, realizasse um pré-comissionamento, ou seja, um conjunto de medições mínimas. Infelizmente essa não é a prática no mercado. Um alicate amperímetro que meça tensões em c.c. de 1500 V custa mais de R$ 5.000,00, e muitas empresas epcistas utilizam a mão de obra de pequenas empresas que não possuem condições de investimento.

Então, é fundamental que as empresas adotem como processo não conectar os cabos aos inversores antes desse ensaio. Em nossa última inspeção, verificamos um inversor com defeito que foi causado por polaridade invertida. Esse problema apareceu antes da conexão da usina e não será coberto pela garantia do fabricante.

3) Ensaio da caixa de junção (string box) – Basicamente visa garantir que todas as séries estão corretamente conectadas no interior da caixa. Deve ser realizado antes da instalação dos fusíveis. A sequência do procedimento descrita pela NBR 16274 é:

a) Colocar todos os fusíveis negativos para que as séries fotovoltaicas compartilhem um barramento negativo comum;

b) Não inserir fusíveis nos polos positivos;

Medir a tensão de circuito aberto da primeira série fotovoltaica, de positivo para negativo, e assegurar que é um valor esperado;

c) Deixar uma ponta de prova no polo positivo da primeira série fotovoltaica ensaiada e colocar a outra ponta no polo positivo da serie fotovoltaica seguinte. A tensão medida deverá ser próxima de zero; e

d) Continuar as medições nas séries fotovoltaicas subsequentes, usando o primeiro circuito positivo como a conexão comum de medição.

4) Medição de tensão de circuito aberto – Pela sequência dada na NBR 16274, o próximo ensaio seria o de corrente, mas eu entendo que o ideal é realizar primeiro o ensaio de tensão.

O objetivo do ensaio de tensão de circuito aberto é verificar se o número de módulos conectados em série é o previsto em projeto. Em projetos em telhados ou projetos que possuem séries em mesas diferentes é relativamente comum haver erros de conexão em campo. Esses erros resultarão em tensões maiores em algumas séries, muitas vezes acima dos limites do inversor, ou resultarão em correntes reversas entre séries em paralelo. É por isso que esse ensaio precisa ser realizado antes da conexão das strings ao inversor.

Tensões significativamente menores podem significar módulos ligados com polaridade errada, módulos não ligados ou faltas devido a mau isolamento. Tensões mais altas são normalmente resultados de erros de conexão.

Segue o procedimento de ensaio que adotamos:

a) Desconectar a série (string) do inversor, caso esteja conectada;

b) Colocar o multímetro na função Vcc, escala de 1500 V;

c) Colocar a ponteira do terminal positivo do multímetro no condutor positivo da série (string);

d) Colocar a ponteira do terminal negativo do multímetro no condutor negativo da série (string);

e) Realizar a medição;

f) Anotar o resultado;

g) Comparar com o resultado esperado – os valores obtidos devem estar dentro uma variação máxima de 5% do esperado.

O valor esperado pode ser obtido das seguintes formas:

a) Comparar os resultados obtidos com a informação da folha de dados técnicos dos módulos. Neste caso, será necessário a medição da temperatura dos módulos para se proceder à correção das tensões da folha de dados, que estão na condição STC;

b) Medir a Voc em um único módulo e, em seguida, utilizar o valor para calcular o valor esperado da série.

5) Ensaio de corrente de curto-circuito –O objetivo do ensaio de corrente de curto-circuito de uma série fotovoltaica é verificar se não há falhas graves nos condutores do arranjo fotovoltaico, não sendo um indicador de desempenho.

A principal dificuldade no ensaio de curto-circuito consiste no fato de que a formação e interrupção de correntes de curto-circuito em sistemas fotovoltaicos são potencialmente perigosas.

Nesse ensaio precisamos curto-circuitar as séries, medir a corrente e após isso retirar o curto-circuito. Será necessário utilizar um interruptor-seccionador auxiliar, com um dos lados curto-circuitado, para permitir o fechamento e a interrupção do curto-circuito de forma segura. Esse interruptor-seccionador deverá ser capaz de interromper uma corrente de pelo menos 1,5x a corrente de curto-circuito em STC esperada da série na tensão máxima do sistema (1000 ou 1500 V, a depender do projeto) e suportar mais de 100 operações diárias.

O equipamento a ser utilizado será um alicate amperímetro com possibilidade de medição de corrente c.c., na função de c.c., com escala de correntes superiores às máximas correntes esperadas.

A fim de permitir ajustes nas correntes esperadas, deverá ser medida a irradiância incidente na mesma inclina-

Projeto & Instalação

ção dos módulos da série, com o auxílio de um medidor de irradiância.

Dessa forma, um procedimento de ensaio adequado deve ser seguido, como sugerido a seguir:

a) Verificar que todos os seccionadores, interruptores e/ou disjuntores estejam na posição aberta, caso as séries (strings) estejam conectadas ao inversor;

b) Verificar a ausência de corrente nas strings, caso estas estejam conectadas ao inversor;

c) Desconectar as strings do inversor;

d) Verificar se o interruptor-seccionador a ser utilizado para curto-circuitar está na posição aberto;

e) Posicionar o medidor de irradiância no mesmo plano dos módulos da string;

f) Ligar os terminais da string ao interruptor-seccionador;

g) Fechar o interruptor-seccionador;

h) Medir a corrente e medir a irradiância;

i) Desligar o interruptor-seccionador;

j) Verificar se não há passagem de corrente; e

h) Desconectar os terminais da série do interruptor-seccionador.

6) Ensaio de resistência de isolamento – Terminando os ensaios tipo 1, temos o ensaio de resistência de isolamento, que visa verificar se os condutores após instalados apresentam baixa isolação, seja por problemas nas instalações, nas conexões ou defeitos de fabricação. Esse ensaio deve ser realizado em todas as séries e não por amostragem.

Os circuitos em corrente contínua de um arranjo fotovoltaico, na presença de irradiância, apresentam tensões, o que significa que os ensaios são realizados com a presença de tensão, apresentando riscos elétricos em potencial. Podem ser utilizados meggers, mas como são ensaios sob tensão, sugerimos o uso de equipamentos projetados para sistemas fotovoltaicos, os quais já levam essas condições em consideração.

O ensaio pode ser realizado entre negativo e a terra, seguido por ensaio entre positivo e a terra ou ensaio entre a terra e o curto-circuito entre positivo e negativo da série.

Na próxima edição, trataremos dos ensaios de categoria 2. Até lá.

* Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, com grande experiência em instalações fotovoltaicas, instalações de MT e BT e entradas de energia, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ - Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Rio de Janeiro, Vinícius Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos técnicos de projeto e execução das instalações fotovoltaicas. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: fv_projetoinstalacao@arandaeditora. com.br, mencionando em “assunto” “Coluna Projeto e Instalação”.

Segurança na recarga Modo 2

“ As recargas Modo 2 são seguras, desde que as instalações e equipamentos atendam às normas aplicáveis.

Portanto, há que se distinguir opiniões pessoais de fatos técnicos, pois as normas garantem níveis de segurança aceitáveis para essa operação”.

Otema “segurança nas recargas de veículos elétricos” está em alta devido à Consulta Pública do Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo. Essa é uma oportunidade importante para a comunidade debater os riscos e sugerir melhorias a fim de elevar os níveis de segurança nas instalações e operações com veículos elétricos. Porém, muito antes da publicação desta consulta, o assunto já era discutido em outros fóruns, como na elaboração das normas NBR IEC 61851 e NBR 17019, as quais apresentam, respectivamente, requisitos de fabricação de carregadores e instalações elétricas dos carregadores.

Pontualmente, na discussão sobre segurança contra incêndios, os carregadores portáteis (Modo 2) têm sido alvo de ataques por supostamente não oferecerem a segurança adequada para a recarga de um veículo elétrico. Apesar de evidentemente ser uma conclusão falsa, parte de uma premissa verdadeira: nem todos os circuitos de tomadas podem ser usados para alimentar uma recarga de veículo elétrico. Portanto, o objetivo deste artigo é apresentar os critérios de segurança existentes para as recargas de Modo 2 (com uso de carregadores portáteis).

Modo 2, conforme a NBR 17019

A definição da recarga Modo 2 é apresentada na norma NBR 17019, em A.1.7, Nota 2:

Modo 2 de recarga: recarga realizada em corrente alternada por meio de tomada de corrente, conforme a ABNT NBR 14136, da instalação elétrica fixa local, utilizando um cabo de recarga para VE – modo 2 (IC-CPD) conforme a IEC 62752.

É importante ressaltar que apesar de três diferentes modos de recarga permitidos para os veículos elétricos leves e pesados, todos são considerados pela norma SAVE – Sistema de Alimentação de Veículos Elétricos. Portanto, todos os critérios de proteção também são aplicáveis.

Do ponto de vista do dimensionamento do circuito alimentador, deve ser considerado fator de demanda igual a 1, e levada em conta a corrente nominal do carregador. Frequentemente para

carregadores portáteis são utilizadas potências de 3,6 kW (220 V monofásico e 16 A) e 4,4 kW (220 V monofásico e 20 A). Portanto, o condutor deve ter a capacidade de conduzir tal corrente, e o disjuntor tem de ser especificado a fim de proteger esse cabo. O circuito alimentador precisa ainda ser independente para cada SAVE, ou seja, cada ponto de tomada para uso em recarga de veículo elétrico deve estar em um circuito separado das demais utilizações.

O item 6.3.3.2.101 apresenta a obrigatoriedade de utilizar o DR (diferencial residual) com corrente diferencialresidual nominal igual ou inferior a 30 mA, sendo necessário que o dispositivo seja do tipo A para carregamento Modo 2. As proteções não podem ser suprimidas, ainda que o carregador Modo 2 já tenha proteções internas, conforme 6.3.103: O cabo de recarga para VE de modo 2 (IC-CPD) não dispensa a utilização dos dispositivos de proteção, seccionamento e comando da instalação elétrica fixa.

Além dos pontos apresentados, a NBR 17019 contém uma sessão de segurança para os casos em que o ponto de conexão seja uma tomada de corrente, vedando o uso de extensões, benjamins ou adaptador do tipo “T”,

Modo 2 ≤ 2,3 kW

Rede de distribuição Instalação conforme a ABNT NBR 5410

Tomada de corrente conforme a ABNT NBR 14136

Ponto de conexão

Cabo de recarga VE - modo 2 conforme a IEC 62752 (pertence ao VE) (IC-CPD)

ou uso da tomada por mais de um veículo simultaneamente. Além disso, exige que a tomada de corrente seja de acordo com a NBR 14136.

A NBR 17019 trata a recarga de Modo 2 com o mesmo rigor que qualquer outro modo, já que se trata de um SAVE. Portanto, não há nenhum ponto de omissão na segurança para o usuário ou a instalação elétrica.

A esta altura, um leitor frequente desta coluna já deve estar satisfeito com as exposições. Porém, a “criatividade” para ataques ao Modo 2 leva a argumentos de que as tomadas de corrente não foram feitas para enfrentar longos carregamentos, nem o “coloca e tira” de carregadores, o que poderia gerar desgaste acelerado e problemas nos contatos elétricos, sendo preferível a utilização de um carregador Modo 3, para garantir a segurança. Ora, será que a comissão internacional da IEC 603641, o grupo de trabalho da NBR 17019 e a plenária da NBR 54102 não se atentaram para este problema?

As tomadas e plugues brasileiros estão sujeitos à Portaria 85, de 3 de abril de 2006 do Inmetro, a qual dispõe sobre regras para a certificação de conformidade dos produtos e utiliza como base a NBR NM 60884-1 – Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo – Parte 1 – Requisitos Gerais, que é uma norma de ensaios e desempenho de tomadas e plugues. A portaria do Inmetro estabelece os requisitos de certificação e ensaios para produtos, enquanto a NBR NM 60844-1 dispõe sobre os métodos dos ensaios, incluindo ensaios mecânicos, de isolação, sobretensão e desgaste, entre outros.

Os ensaios preconizados visam garantir a segurança dos plugues e tomadas para as mais adversas condições de uso. Há ainda um ensaio de funcionamento normal, onde o plugue é conectado e retirado da tomada cerca de 5 mil vezes, com aplicação de corrente de ensaio para os casos de tomadas de 20 A, é a própria corrente nominal.

Após todos os testes, as amostras não devem apresentar:

• desgaste que impeça sua utilização posterior;

• deterioração dos invólucros, revestimentos ou barreiras isolantes;

• deterioração dos orifícios de entrada dos pinos que impeça o seu funcionamento satisfatório;

• folga nas ligações elétricas ou mecânicas; e

• escorrimento da massa de enchimento. O ensaio de funcionamento normal garante uma operação longa e segura do carregador portátil, sendo mais provável que o usuário troque o equipamento antes de ser necessária qualquer manutenção na tomada de corrente destinada ao SAVE.

Vale destacar que os carregadores portáteis também são normatizados, trazendo itens de segurança, e as instalações elétricas de tomada de corrente para alimentação de carregadores devem ter segurança específica, conforme a NBR 17019. Além disso, as próprias tomadas de corrente garantem a segurança na operação contínua para a recarga. Desta forma, qual seria o motivo para ataques ao carregador portátil?

Uma parte considerável das falhas em sistemas de recargas acontecem em circuitos de tomadas sem as devidas proteções, com negligência técnica por parte de quem executou. Ou seja, há diretivas, normas, métodos seguros de carregamento com o uso de tomadas. Proibir o método de carregamento por causa daqueles que não seguem as normas é surreal. Analogamente, seria propor a proibição de equipamentos de ar-condicionado ligados por tomada, pois muitas residências não possuem circuitos adequados para receber tais equipamentos, ou tentar proibir o uso do chuveiro elétrico, pois muitos ainda negligenciam o uso do DR de 30 mA.

Conclusão

A recarga de Modo 2 está normatizada e é amplamente utilizada na

maioria das vezes, o usuário recebe um carregador portátil na compra do veículo elétrico ou o adquire pela praticidade de uso em locais que não possuem serviços de recarga. Foram apresentados argumentos que comprovam a segurança da operação das recargas Modo 2, desde que as instalações e equipamentos atendam devidamente às normas aplicáveis, de aplicações obrigatórias. Portanto, há que se distinguir opiniões pessoais de fatos técnicos, pois as normas garantem níveis de segurança aceitáveis para essa operação, ainda que algumas pessoas possam achar inseguro ou arriscado por algum preconceito ou desconhecimento técnico.

Em tempos de ataque à segurança da tecnologia da eletromobilidade como um todo, é momento de jogar holofotes onde possa haver riscos reais, e não levantar problemas baseados em desinformação sobre itens já apaziguados e comprovadamente seguros.

Referências

[1] NBR 17019 – Instalações elétricas de baixa tensão – Requisitos para instalações em locais especiais – Alimentação de veículos elétricos

[2] NBR NM 60884-1 – Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo – Parte 1 – Requisitos gerais

[3] Portaria nº 85, 03 de abril de 2006 - INMETRO https://www.mpsp.mp.br/portal/page/ portal/cao_consumidor/acervo/legislacao/ leg_produtos_geral/Plugues_Tomadas/ Port-Inmetro-06-85%20-%20tomadas.pdf

* Rafael Cunha é engenheiro eletricista e COO da startup movE Eletromobilidade. Nesta coluna, apresenta e discute aspectos da mobilidade elétrica: mercado, estrutura, regulamentos, tecnologias, afinidades entre veículos elétricos e geração solar fotovoltaica, e assuntos correlatos. E-mail: veletricos@ arandaeditora.com.br, mencionando no assunto “Coluna Veículos Elétricos”.

Células de filmes finos: novo modelo aumenta eficiência

Físicos da Universidade de Swansea, no País de Gales, e da Universidade Åbo Akademi, na Finlândia, obtiveram um avanço significativo na tecnologia de células solares ao desenvolver um novo modelo analítico que melhora a compreensão e a eficiência de dispositivos fotovoltaicos (FV) de filme fino.

Por quase oito décadas, a chamada equação do diodo de Shockley explicou como a corrente flui através das células solares. No entanto, o novo estudo, publicado recentemente, desafia esse entendimento tradicional para uma classe específica de células solares da próxima geração, precisamente as células solares de filme fino. Estas células, feitas de materiais flexíveis e de baixo custo, têm tido eficiência limitada devido a fatores que os modelos analíticos existentes não conseguiam explicar completamente.

O novo estudo esclarece como essas células solares alcançam a eficiência ideal. Revela um equilíbrio crítico entre a coleta da eletricidade gerada pela luz e a minimização das perdas devido à recombinação, na qual as cargas elétricas se anulam.

“Nossas descobertas fornecem informações importantes sobre os mecanismos que impulsionam e limitam a coleta de cargas e, em última análise, a eficiência da conversão de energia, em dispositivos fotovoltaicos de baixa mobilidade”, disse Oskar Sandberg, da Universidade Åbo Akademi, Finlândia. A peça que faltava – Os modelos analíticos anteriores para essas células não explicavam os “portadores injetados”, cargas que entram no dispositivo a partir dos contatos. Esses operadores impactam significativamente a recombinação e a eficiência.

“Os modelos tradicionais simplesmente não capturavam a imagem completa, especialmente para células de filme fino com semicondutores de bai-

xa mobilidade”, explicou o professor Ardalan Armin, da Universidade de Swansea. “Nosso estudo aborda essa lacuna introduzindo uma nova equação de diodo especificamente adaptada para dar conta desses cruciais portadores injetados e sua recombinação com os fotogerados.”

Oskar Sandberg explicou que a recombinação entre cargas injetadas e fotogeradas não é um grande problema em células solares tradicionais, como as fotovoltaicas de silício, que são centenas de vezes mais espessas do que as fotovoltaicas de filme fino de próxima geração, como as células solares orgânicas.

Mas, como explicou Armin, as células solares de filme fino têm regiões interfaciais muito maiores por volume do que o silício tradicional, de modo que são afetadas mais drasticamente pela recombinação das cargas fotogeradas com cargas injetadas perto da interface.

O artigo foi publicado na “PRX Energy”: https://journals.aps.org/ prxenergy/abstract/10.1103/ PRXEnergy.3.023008

Usinas FV com controle de águas mitigam erosão, diz estudo

Painéis solares são impermeáveis à água, o que gera o receio de que uma grande quantidade deles possa aumentar o volume e a velocidade do escoamento de águas pluviais, de modo semelhante ao concreto e o asfalto. Mas com uma investigação realizada durante um ano sobre padrões de umidade do solo, radiação solar e vegetação em dois parques solares no centro da Pensilvânia, pesquisadores da universidade Penn State concluíram que tais instalações não devem apresentar implicações negativas para a gestão de águas pluviais.

Nos resultados publicados recentemente no “Journal of Hydrology”, a equipe relatou que vegetação saudável e solos bem drenados podem ajudar a gerenciar o escoamento em fazendas solares e, quando necessário, em paisagens mais desafiadoras, controles projetados de águas pluviais podem gerenciar qualquer escoamento.

“Estávamos especialmente interessados no movimento das águas pluviais em parques solares em terrenos complexos e encostas íngremes”, disse Lauren McPhillips, professora de engenharia civil e ambiental, cujo grupo de pesquisa conduziu o estudo.

A análise revelou a redistribuição da água em relação aos painéis solares, com a umidade sob as linhas gotejadoras (diretamente abaixo da borda inferior dos módulos de onde cai a precipitação) 19% maior que a da terra próxima, e a umidade do solo sob os painéis 25% menor do que nas proximidades, em média, em ambas as fazendas solares durante um ano.

Trincheiras de in ltração como a mostrada, cheias de cascalho, ajudam a gerenciar águas pluviais em fazendas solares Penn State

A monitorização micrometeorológica indicou uma redução da evapotranspiração, o processo pelo qual a água é transferida da terra para a atmosfera, sob os painéis. Descobriu-se que a evapotranspiração potencial sob o painel era 37% a 67% menor no verão, com uma diferença mínima no inverno. Um levantamento da vegetação revelou que ambos os parques solares no estudo tinham cobertura quase completa do solo sob painéis, o que é fundamental para apoiar a infiltração e reduzir a erosão.

Link para ler o artigo: https:// www.sciencedirect.com/science/ article/abs/pii/S0022169424008709

No Brasil

The smarter E – O The smarter E South America acontece de 27 a 29 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, congregando os eventos: Intersolar South America - A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; Eletrotec+EM-Power South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia; e Power to Drive South AmericaFeira de produtos e serviços para eletromobilidade. Organização de Solar Promotion International GmbH, Freiburg Management and Marketing International e Aranda Eventos & Congressos. Informações: www.thesmartere.com.br

360 Solar – Realizado pela Elektsolar Innovations, o 4º 360 Solar acontece em 7 e 8 de novembro em Florianópolis, SC, constituído por congresso e exposição de produtos e serviços para energia solar e tecnologias relacionadas. Mais informação: https://360solar.com.br/

Intersolar Summit NE – O Intersolar Summit Brasil Nordeste acontecerá no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, em 23 e 24 de abril de 2025. Constituído de congresso e feira, o evento enfocará energia solar, armazenamento de energia, H2V e outros assuntos. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https://www. intersolar-summit-brasil.com/nordeste

FIEE - A 32ª edição da FIEE – Feira Internacional da Industria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade, organizada pela RX Brasil e a Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, vai ser realizada de 9 a 12 de setembro de 2025, no São Paulo Expo. O evento, que apresenta equipamentos, produtos, soluções e tendências em instalações elétricas e eletrônicas para a indústria de todos os segmentos, pretende abordar a transformação digital da indústria, sustentabilidade, conectivi-

dade e tecnologia. Mais informações em https://www.fiee.com.br.

Intersolar Summit Sul – Em 28 e 29 de outubro de 2025 será realizado no Centro de Eventos FIERGS, em Porto Alegre, RS, a segunda edição do Intersolar Summit Brasil Sul, em formato congresso & feira, abordando entre outros temas solar FV com armazenamento, agrivoltaicos, FV off grid, etc. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https:// www.intersolar-summit-brasil.com/sul

Cursos

Armazenamento de energia – O SolaXP é um evento presencial, no formato roadshow, que foi lançado no mês de março, em São Paulo, e percorrerá até novembro 12 cidades em todo o País. Com o tema “Domine o mercado de inversores híbridos”, a iniciativa da SolaX Power visa capacitar distribuidores e integradores com informações sobre o mercado e a tendência do armazenamento de energia. Os próximos eventos acontecerão em Recife (9/8), Curitiba (13/9), Belo Horizonte (29/10), Florianópolis (13/11) e Porto Alegre (14/11). Informações: https://br.solaxpower.com.

Senai-SP – O curso de aperfeiçoamento profissional Energia Solar FotovoltaicaTecnologias e Aplicações, do Senai SP, com carga horária de 24 horas, visa desenvolver competências para a avaliação da viabilidade técnica e financeira da implementação de sistemas de energia solar fotovoltaicos, diagnosticando fatores de consumo de energia, identificando tecnologias e equipamentos, e propondo soluções de acordo com normas e determinações dos órgãos regulamentadores. Inscrições em www. sp.senai.br/curso/energia-solar-fotovoltaica-tecnologias-e-aplicacoes/89542.

Gratuitos - tecnologias, instalação – A Elgin, fabricante e distribuidora de equipamentos fotovoltaicos, oferece uma série de treinamentos gratuitos online sobre energia solar, com temas como aplicação técnica e comercial para sistemas FV,

tecnologias e boas práticas de instalação. Visite https://loja.elgin.com.br/ energia-solar/cursos-e-treinamentosde-energia-solar.

Projetos e instalação – A Sunhub oferece cursos voltados para o mercado de projetos e instalação de sistemas fotovoltaicos, por meio de uma plataforma educacional online. Segundo a empresa, a iniciativa tem o objetivo de ajudar no aprendizado para impulsionar vendas dos integradores e instaladores. Os cursos são desenvolvidos por especialistas de diversas áreas do conhecimento. Mais informações: https://www. sunhubeducacao.com.br/treinamentoonline

Eletricidade básica – A 77Sol, em parceria com a Oca Energia, lançou o curso Eletricidade Básica 2.0, gratuito e 100% EAD, destinado aos integradores parceiros. Com mais de 20 horas de conteúdo, o treinamento visa aprimorar a capacitação dos profissionais, desenvolvendo habilidades técnicas para vendas consultivas. O curso está disponível a todos que fazem parte da plataforma de integradores da 77Sol, e aborda fundamentos de energia e eletricidade, intensidade de corrente e resistência elétrica, circuitos e práticas de instalação, proteção elétrica e ferramentas para o eletricista. A 77Sol também disponibiliza gratuitamente o curso Introdução à energia solar. Mais informações: https://ocaenergiaead.com. br/produtos/universidade77.

No exterior

RE+ – A exposição e conferência de energias limpas RE+ acontece de 9 a 12 de setembro em Anaheim, Califórnia, EUA. O evento reúne os predecessores Solar Power International, Energy Storage International e Smart Energy Week. Esperam-se mais de 40 000 profissionais e 1350 expositores. Realização da Smart Electric Power Alliance (SEPA) e Solar Energy Industries Association (SEIA). Website: www.re-plus.com

Produtos

Inversores mono e trifásicos

Geração centralizada

Por meio de uma parceria com a Nansen Solar, a Soprano ampliou seu portfólio de inversores para sistemas fotovoltaicos, passando a oferecer dez novos modelos (inversores monofásicos de 4 kW, 5 kW, 6 kW, 8 kW e 10 kW (220 V) e inversores trifásicos de 12 kW, 15 kW, 17 kW, 20 kW e 25 kW (380 V)). Segundo a Soprano, a linha é compacta e leve, indicada para instalações residenciais, comerciais ou industriais. Possui vida útil ultralonga, de acordo com padrões industriais, e classificação de proteção IP66. Além disso, inclui dupla proteção AFCI para monitorar arcos elétricos e evitar incêndios, e alta eficiência energética, durabilidade, baixa manutenção com instalação fácil e rápida, afirma a empresa.

www.soprano.com.br

Armazenamento de energia

O sistema de armazenamento Apstorage da APsystems, fornecido pela Ecori, conta com carregador de bateria ELS5K. Segundo a Ecori, com a conexão de baterias de baixa tensão, torna-se uma solução de armazenamento de acoplamento CA para aplicações fotovoltaicas residenciais. Com recursos de gerenciamento automático de energia baseados em software inteligente e monitoramento integrado, os proprietários do sistema podem escolher entre os modos de backup, autoconsumo e produção pico para proteger cargas críticas durante quedas de energia e maximizar a economia de energia para suas casas, afirma a empresa. Possui potência nominal até 5000 VA, potência de backup até 7500 VA, eficiência máxima de 96,5% e bateria de baixa tensão de entrada 48 V. www.ecorienergiasolar.com.br

Os inversores da linha HT1500V (225/ 250 kW), fornecidos pela GoodWe, são indicados para usinas centralizadas de grande porte. Segundo a empresa, os modelos GW225KN-HT e GW250KN-HT possuem um mecanismo exclusivo e inteligente de interrupção para a proteção de strings contra curtos-circuitos e corrente reversa, evitando a perda de geração nessas situações. O monitoramento individual de strings possibilita a identificação de falhas, como cabos danificados, painéis obstruídos e outros problemas. A empresa destaca ainda que os equipamentos podem receber atualizações e configurações remotas, diminuindo a necessidade de visitas ao local, reduzindo custos de O&M. Além disso, possuem conexão PLC 2.0 e estão preparados para receber cabos de alumínio de 300 mm2 nas entradas CA. Contam com grau de proteção IP66 e C5, e são equipados com protetores de surto (DPS) do tipo II, nos lados CC e CA. Os modelos GW225K-HT e GW250K-HT possuem 12 entradas de MPPT e têm capacidade de 30 A por MPPT, com entradas para 2 strings – sendo 15 A por string. A corrente de curtocircuito suportada por string é de 25 A, oque torna o inversor compatível com os novos módulos de alta potência, garante a companhia. Já os modelos GW225KNHT e GW250KN-HT têm seis entradas de MPPT e capacidade de 60 A por MPPT, com entradas para 3 strings – sendo 20 A por string. A corrente de curto-circuito suportada por string é de 30 A, adequados para uso com módulos bifaciais de alta potência. Os inversores possuem tensão nominal de 800 V na saída em corrente alternada. A conexão é realizada por meio de três condutores e um condutor de proteção (aterramento). A corrente máxima de saída é de 178,7 A, nos modelos de 225 kW, e de 180,5 A, nos modelos de 250 kW. Os equipamentos possuem eficiência máxima de 99% e eficiência europeia entre 98,5% e 98,7%, conforme o modelo.

https://br.goodwe.com

Inversores trifásicos

Os inversores fotovoltaicos trifásicos Solis S6-GU(333-350)K-EHV têm potência de 333-350 kW, entrada de 1500 Vcc e saída de 800 Vca. A eficiência máxima chega a 99%, com 12/16 MPPTs e 32 entradas.

A corrente é de 20A, sendo compatíveis com módulos fotovoltaicos eficientes de alta potência. Segundo a Solis, a interface CC, CA otimizada e o modo de comunicação PLC são adequados para reduzir efetivamente ocusto de investimento em projetos de energia solar. Com nível de proteção IP66, conta ainda com monitoramento de alta precisão e varredura da curva I-V, que têm o objetivo de melhorar a operação da planta e a eficiência da manutenção, além de reduzir custos de O&M.

https://www.solisinverters.com/br

Inversores 75 kW

A Chint Power Brasil lançou no Brasil uma linha de inversores fotovoltaicos de 75 kW, que permite um overload de até 100%. Segundo a empresa, a solução possibilita que a potência de corrente contínua dos módulos fotovoltaicos tenha até o dobro da potência corrente alternada das máquinas, reduzindo ocusto do sistema. Os equipamentos apresentam disponibilidade para instalações 220 V e 380 V, que, de acordo com a Chint, é um diferencial no mercado.

São compatíveis com vários módulos FV disponíveis no mercado, baseado na corrente máxima de entrada de 30 A por MPPT. Os modelos têm 9 MPPTs (Maximum Power Point Tracking) e 18 entradas, utilizados em projetos de médio a grande portes, contando com eficiência máxima de 98,64%. Possuem interfaces de comunicação e app para monitoramento local e remoto; além de suporte para grid zero através de medidor e TC. Contam com dispositivos de proteção contra surtos (DPS) tipo II integrados tanto do lado CC e do lado CA do inversor, e proteção AFCI.

https://chintglobal.com.br

Atendimento ao leitor

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Motivos para adoção de sistemas FV Uma pesquisa realizada pela Descarbonize Soluções, empresa de soluções em energia, mostra que 92% dos entrevistados consideram a redução na despesa da conta de luz como a principal van tagem para adquirir a energia solar. O levantamento aponta que 76% dos brasileiros entre vistados gostariam de instalar sistemas fotovoltaicos em suas casas. Além da economia nas contas, foi identificado o in teresse por parte de 62% dos pesquisados em se aproximar de fontes de energia limpas. Também aparecem o desejo de se estar alinhado com as novas tecnologias (23%) e a inten ção de aumentar o consumo de energia (18%). 15% dos entrevistados disseram que já possuem os sistemas em suas casas, e outros 5% indicaram que não sabem como o siste ma funciona, por isso não con seguem dizer se gostariam ou não de possuir a instalação em suas residências. Desta forma, apenas 4% dos respondentes disseram que não gostariam de adquirir sistemas fotovol‑ taicos. No quesito investi mento financeiro, 40% dos pesquisados já fizeram uma simulação de investimento de sistemas fotovoltaicos, sendo que 34% dessa parcela fez simulações para suas casas; 7% buscaram as informações

para outras pessoas, como amigos ou familiares, e 5% fizeram para suas empresas. Em relação ao conhecimento sobre energia solar, 61% dos entrevistados disseram que en tendem o sistema superficial mente; 18% não sabem como osistema funciona; 16% afir maram que possuem bastante conhecimento sobre o tema, e 5% possuem conhecimento técnico ou aprofundado sobre oassunto. Já em relação às usinas solares e quem pode ter e administrar esse tipo de es trutura, 40% dos entrevistados mostraram conhecimento no assunto. Entretanto, os outros 60% indicaram, erroneamente, que, pelo que sabem, as usinas pertencem a empresas priva das (33%), que as estruturas são posse de órgãos gover namentais (5%), e o restante dos participantes do estudo não soube responder (23%). Em relação ao consumo dos produtos que poderiam trazer um impacto menor nas contas com a utilização de energia solar, os itens mais lembrados foram o chuveiro elétrico e a geladeira, ambos com 154 menções; a televisão, com 135, e o ar condicionado, indicado por 110 respondentes.

https://descarbonizesolucoes.com.br

Investimentos em ESG O re‑ latório do Energy Future, hub de inovação que envolve 40

empresas de energia e 10 mil profissionais do setor, aponta alta de práticas de ESG (do inglês environmental, social and governance) no setor elétrico. Em pesquisa que faz parte do estudo, 62% das empresas consultadas – de um universo de 42 – revelaram que vão investir mais de R$ 10 milhões em soluções ESG nos próxi mos três anos. A pressão dos stakeholders, em questionamen‑ to sobre os motivos que levam as empresas a adotarem práti cas ESG, foi o mais apontado pelos participantes da pes quisa (59,52%). Em seguida, a responsabilidade social e am biental foi indicada por 16,67% dos respondentes e o aumen‑ to do valor de mercado por 14,29%. O relatório também apresentou os resultados de chamada setorial realizada em 2023 para receber propostas de ESG. A iniciativa foi dividida em quatro desafios e visava selecionar os melhores proje tos para posterior encaminha mento de tratativas entre os agentes envolvidos para suas realizações. Ao todo foram recebidas 41 propostas para quatro desafios: valoração de impactos do ESG no valuation; relacionamento massificado com stakeholders; economia circular para o setor elétrico; e a descarbonização da cadeia de valor nacional. No primeiro desafio, houve sete propostas

finalistas, das quais duas fo‑ ram aprovadas: da Verum Partners, que criou rating ESG para novos investimentos, e da Escalab, com a proposta de criação de metodologia de ava liação de retorno sobre investi‑ mento (ROI) e valuation empre sarial considerando impactos de ações de ESG. O segundo desafio reuniu soluções que unem tecnologia e metodolo‑ gias sociais. O destaque foi pro‑ posta da startup PiniOn, com oprojeto de engajamento, pes quisa e informações de comu nidades. O terceiro, voltado para soluções inovadoras para a redução da extração de maté ria prima e reaproveitamento de materiais dos setores de geração e armazenamento de energia, teve quatro propostas, mas apenas uma selecionada: da Logtronic, que propõe tec nologia de limpeza a seco (sem água) de módulos fotovoltai cos. Por fim, o quarto desafio, que buscou soluções de eletri ficação da economia nacional, teve seis propostas finalistas, com dois destaques. A Volt Robotics propôs um sistema de tarifação dinâmica e inteli gente para a recarga de veícu los elétricos, e o Instituto Senai de Tecnologia, foi destaque com plataforma de simulação de cenários de veículos elétri cos e híbridos para o aumento da adoção.

https://www.energyfuture.com.br/

Índice de anunciantes

“ Onde tenha Sol, é para lá que eu vou

“ Era comum que os trackers não ultrapassassem os 75 metros de extensão, mas recentemente surgiram soluções que superam os 100 metros”

As tecnologias no setor fotovoltaico avançam de forma expressiva, no Brasil e no mundo. Nos últimos anos, os mercados internacionais têm visto, por exemplo, um aumento signi cativo da presença de rastreadores solares (também chamados de seguidores solares ou trackers) com extensões cada vez maiores. Esses equipamentos movimentam, de maneira sincronizada, os módulos fotovoltaicos de um sistema solar instalado sobre o solo, para que acompanhem a mudança da posição aparente do Sol no céu ao longo do dia, movimento parecido com o realizado pelo girassol. Com isso, os rastreadores solares conseguem aumentar signicativamente a geração de eletricidade de uma usina fotovoltaica, reduzindo o preço nal de sua energia elétrica e melhorando sua competitividade. Por um bom tempo, era comum que os trackers não ultrapassassem os 75 metros de extensão. No entanto, recentemente os sistemas fotovoltaicos passaram a contar com soluções de rastreadores que superam os 100 metros de comprimento total. Tal mudança nas especi cações dos rastreadores solares parece estar diretamente relacionada às evoluções mais recentes nos próprios módulos fotovoltaicos, que passaram a ter superfícies e potências maiores.

Essas novas con gurações no tamanho dos equipamentos trouxeram vantagens importantes às grandes usinas solares, como uma menor exposição ao vento, o uso de uma menor quantidade de aço por watt-pico (Wp) instalado e

uma otimização na con guração física da instalação. Em contrapartida, há um aumento signi cativo no número de estacas utilizadas por Wp. Embora essa desvantagem não possa ser diretamente compensada pelo aumento do comprimento do rastreador solar, ao m e ao cabo, ter menos balanços no nal do equipamento reduz o número total de estacas necessárias por sistema.

Adicionalmente, há o desa o de adaptação dos rastreadores solares ao terreno local. Em uma área com certo nível de relevo e inclinações, um equipamento mais longo terá mais desa os para se adaptar às mudanças de inclinação. Para mitigar esse efeito, estão sendo desenvolvidas soluções de adaptabilidade ao terreno local, com novos dispositivos acoplados que ampliam a exibilidade dos trackers Outra inovação dos rastreadores solares de maior comprimento total é a possibilidade de se reduzir a quantidade de acionamentos mecânicos de motores. Isso reduz os custos com atividades de manutenção, já que as usinas solares poderão ter um número maior de módulos fotovoltaicos por tracker, o que, por sua vez, reduz a quantidade total de elementos eletrônicos no sistema.

Independentemente do modelo utilizado, tanto os rastreadores solares longos quanto os curtos são elementos essenciais para melhorar o desempenho e a performance de uma grande usina solar. Na prática, ambas as opções devem ser avaliadas e consideradas ao

dimensionar corretamente um sistema fotovoltaico de grandes dimensões instalado sobre o solo.

Graças ao avanço da tecnologia e redução de preço dos seus componentes e equipamentos, a geração centralizada solar fotovoltaica tem avançado de forma signi cativa no Brasil, tendo se tornado a fonte mais competitiva nos últimos leilões do Governo Federal. Atualmente, há no País mais de 14 GW de potência instalada operacional em grandes usinas solares. Com isso, o setor solar fotovoltaico trouxe ao Brasil mais de R$ 60,7 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 424 mil empregos verdes, acumulados desde 2012.

As grandes usinas solares operam em todos os estados brasileiros, com liderança, em termos de potência instalada, da região Nordeste, com 59,8% de representatividade, seguida pelo Sudeste, com 39,1%, Sul, com 0,5%, Norte, com 0,3% e Centro-Oeste (mais Distrito Federal), com 0,3%.

Assim, a maior inserção da fonte solar fotovoltaica por meio de grandes usinas com tecnologias cada vez mais modernas para otimizar sua operação, aumentar sua performance e reduzir o preço nal da eletricidade limpa e renovável que geram para a sociedade é estratégica para o Brasil reforçar a sua economia, ampliar a competitividade de seus setores produtivos e impulsionar o necessário processo de transição energética sustentável em andamento no País e no mundo.

é Presidente do Conselho de Administração da Absolar.

* Javier Egea é Global Product Manager da Soltec, Rodrigo Sauaia é CEO da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, e Ronaldo Koloszuk
Javier Egea, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk *

Transformadores WEG para aplicações solares.

EFICIÊNCIA HOJE, sustentabilidade sempre.

Os transformadores WEG desempenham um papel crucial ao se conectar aos inversores solares elevando a tensão para níveis de média e alta tensão, integrando os parques solares ao sistema elétrico. Reconhecidos por sua robustez e confiabilidade, esses equipamentos asseguram um desempenho consistente mesmo diante das mais desafiadoras variações de carga e temperatura. Confira as principais características:

Blindagem eletroestática específica para aplicação fotovoltaica Óleo vegetal para maior suportabilidade e variação de temperatura Alto rendimento

Segurança e robustez para confiabilidade e durabilidade

Customização conforme especificações técnicas do cliente

A WEG convida você a conhecer essas inovações na Intersolar South America.

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