Hydro • Maio/Junho 2022
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Sumário
www.arandanet.com.br/hydro
Reúso
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Avaliação do efluente clarificado de descarga de filtros e decantadores de ETA O artigo analisa os potenciais quantitativo e qualitativo do efluente líquido proveniente da descarga, lavagem dos decantadores e filtros na ETA de Guaratinguetá, SP.
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Serviço Guia de reservatórios de água O levantamento detalha as versões construtivas de tanques, cisternas e reservatórios, como materiais, capacidades e tipos de tampas.
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Tratamento de água Síntese de carvão ativado magnético para remoção de manganês O artigo propõe a síntese de um adsorvente magnético a partir do carvão ativado comercial para a remoção do manganês. Resultados preliminares foram promissores, pois apresentaram magnetismo e remoção de 89%.
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Serviço Guia de válvulas redutoras de pressão (VRPs) Esta edição atualizada do guia traz os fornecedores de VRPs no Brasil e detalhes dos produtos, como materiais (aço, bronze, ferro fundido e plástico), faixas de pressão, tipo de engrenagem e atuador.
Gestão patrimonial
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Drones para monitoramento de invasões em faixas de servidão O trabalho mostra a aplicação da tecnologia VANT - Veículo Aéreo Não Tripulado, que produz vídeos e fotos de alta resolução, orto e georreferenciadas, sem a necessidade de entrada nas FS – Faixas de Servidão.
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Serviço Guia de medidores de vazão Veja onde encontrar os fornecedores de hidrômetros e medidores de vazão ultrassônicos, magnéticos e de pressão diferencial, bem como suas principais características técnicas.
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Abastecimento Membranas de ultrafiltração para produção de água potável As membranas de ultrafiltração devem ser levadas em consideração nos projetos de estações de tratamento de água para abastecimento público. O artigo analisa o estudo de caso real da ETA Lagoa do Norte, inaugurada pela Caesb em 2017.
Capa Foto: Shutterstock
Seções Carta ao leitor..................................04
Atendimento ao leitor................55
Notícias................................................06
Publicações.......................................57
Conexão..............................................50
Índice de anunciantes................57
Produtos.............................................54
Agenda.................................................58
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Editorial
Novas ações no combate a perdas de água
ARANDA EDITORA TÉCNICA CULTURAL LTDA. Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam)
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lém de estabelecer metas de universalização do saneamento até 2033, garantindo que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% à coleta e ao tratamento de esgoto, o marco legal do setor determina que todos os municípios brasileiros deverão reduzir suas perdas de água. Essa é uma condição para que tenham direito a repasses e financiamentos com recursos da União ou geridos por órgãos da Administração Pública, conforme prevê a Portaria 490 do MDR - Ministério do Desenvolvimento Regional, publicada no Diário Oficial da União em março de 2021, com validade para todos os órgãos federais que investem recursos em saneamento básico. Conforme um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil em 2021, a partir de dados do SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, ano base 2019, o índice de perdas de 39,2% no Brasil representa um volume equivalente a 7,5 mil piscinas olímpicas desperdiçadas diariamente. Ou seja, além das 35 milhões de pessoas sem serviço de água potável, as companhias perdem cerca de 40% de todo o volume captado e tratado. Analisando o histórico de perdas ao longo dos anos, é possível observar que os números só pioram. De 2017 até 2020, o índice cresceu 1,8% p.p. A redução dos indicadores, do ponto de vista ambiental, certamente ajudaria a manter mais cheios os rios e reservatórios no Brasil e atender uma parcela maior da população, em especial diante de recorrentes déficits hídricos. Diante de cenário, é importante reconhecer as ações realizadas com objetivo de reverter os números. É o caso do Programa de Redução de Perdas implementado pela Agesan-RS Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento do Rio Grande do Sul nos 24 municípios consorciados, detalhado na página 6. Em vez de simplesmente determinar metas genéricas e iguais para todas as prestadoras de serviços, a agência optou por desenvolver um programa personalizado para cada município, baseado em estudos, visitas, levantamento de dados e diagnósticos pontuais, com objetivos de eficiência progressiva nos anos de 2021 e 2022 até chegar a um nível ótimo. O projeto pioneiro, atualmente em implantação, recebeu a menção honrosa no Prêmio FGV Direito Rio – Melhores Práticas em Regulação, entregue no final de março. Uma outra matéria, também publicada nesta edição, mostra os resultados de uma prova de conceito com uso de software de inteligência artificial para a redução de perdas em Curitibanos, SC, pela Casan - Companhia Catarinense de Águas e Saneamento. Além da localização dos vazamentos na rede, a solução permitiu analisar os dados de forma integrada, com informações reunidas em um só local. Com isso, as tradicionais “ilhas” que geralmente existem dentro das empresas de saneamento foram integradas por meio de algoritmos, proporcionando uma visão total da área atendida. Consideram-se municípios com padrão de excelência em perdas aqueles que possuem indicadores inferiores a 25%. Algumas companhias de saneamento chegam a ter mais do que o dobro disso. Ou seja, há ainda um longo caminho a percorrer. Mas iniciativas como as descritas nas páginas seguintes mostram que as metas são difíceis, mas não impossíveis. Reconhecer o problema e implementar ações específicas para cada realidade são o primeiro passo para reduzir os desperdícios. Sandra Mogami – Editora sm@arandaeditora.com.br
REDAÇÃO: Diretor: José Rubens Alves de Souza (in memoriam) Jornalista responsável: Sandra Mogami (MTB 21780) Repórter: Fábio Laudonio (MTB 59526) SECRETÁRIA DE REDAÇÃO E PESQUISAS: Milena Venceslau PUBLICIDADE NACIONAL: Gerente comercial: Elcio Siqueira Cavalcanti Contatos: Cibele Tommasini (cibele.tommasini@arandaeditora.com.br) e Rodrigo Lima (rodrigo.lima@arandaeditora.com.br) REPRESENTANTES: Minas Gerais: Oswaldo Christo - Rua Wander Rodrigues de Lima, 82, conj. 503 - 30750-160 - Belo Horizonte - Tel./Fax: (31) 3412-7031 Celular: (31) 99975-7031 - oadc@terra.com.br Paraná e Santa Catarina: Romildo Batista - Rua Carlos Dietzsch, 541, conj. 204 - bl. E - 80330-000 - Curitiba-PR - Tel.: (41) 3501-2489 Cel.: (41) 99728-3060 - romildoparana@gmail.com Rio de Janeiro e interior de São Paulo: Guilherme Carvalho Cel.: (11) 98149-8896 - guilherme.carvalho@arandaeditora.com.br Rio Grande do Sul: Maria José da Silva - Tel.: (11) 2157-0291 Cel.: (11) 98179-9661 - maria.jose@arandaeditora.com.br INTERNATIONAL ADVERTISING SALES REPRESENTATIVES: China: Mr. Weng Jie - Hangzhou Oversea Advertising Ltd 55-3-703 Guan Lane, Hangzhou, Zhejiang 310003, China Tel.: +86 571-87063843, fax: +1 928-752-6886 (retrievable worldwide) ziac@mail.hz.zj.cn Germany: STROBEL VERLAG GmbH & Co. KG - Mr. Peter Hallmann Zur Feldmühle 9-11 - 59821 Arnsberg Tel.: +49 2931 8900-26, fax: +49 2931 8900-38 p.hallmann@strobel-verlag.de Italy: QUAINI Pubblicità - Ms. Graziella Quaini - Via Meloria 7 - 20148 Milan Tel.: +39 2 39216180, fax: +39 2 39217082 - grquaini@tin.it Japan: Echo Japan Corporation - Mr. Ted Asoshina Grande Maison Room 303, 2-2, Kudan-kita 1-chome, Chiyoda-ku, Tokyo 102-0073, Japan Tel.: +81-(0)3-3263-5065, fax: +81-(0)3-3234-2064 - aso@echo-japan.co.jp Korea: JES Media International - Mr. Young-Seoh Chinn 2nd Fl., ANA Building, 257-1 Myeongil-Dong, Gangdong-gu Seoul 134-070 Tel.: +82 2 481-3411, fax: +82 2 481-3414 - jesmedia@unitel.co.kr Switzerland: Mr. Rico Dormann, Media Consultant Marketing Moosstrasse 7, CH-8803 Rüschlikon Tel.: + 41 1 720-8550, fax: + 41 1 721-1474 beatrice.bernhard@rdormann.ch Taiwan: WORLDWIDE S Services Co. Ltd. - Mr. Robert Yu 11F-B, No 540, Sec. 1, Wen Hsin Road, Taichung Tel.: +886 4 2325-1784, fax: +886 4 2325-2967 - global@acw.com.tw UK: Mr. Edward J. Kania - Robert G Horsfield International Publishers Daisy Bank, Chinley, Hig Peaks - Derbyshire SK23 6DA Tel.: +44 1663 750 242, mob.: +44 7974168188 - ekania@btinternet.com USA: Ms. Fabiana Rezak - 2911 Joyce Lane, Merryck, NY 11566 USA Tel.: +(1) 516 476-5568 - arandausa@gmail.com ADMINISTRAÇÃO: Diretor administrativo: Edgard Laureano da Cunha Jr. CIRCULAÇÃO: São Paulo: Clayton Santos Delfino - tel. (11) 3824-5300 e 3824-5250 PROJETO VISUAL GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Helio Bettega Netto ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Talita dos Santos Silva e Vanessa Cristina da Silva SERVIÇOS: Impressão: Ipsis Gráfica e Editora S.A. Distribuição: ACF - Ribeiro de Lima
ISSN 1980-2218
Hydro é uma publicação da Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Alameda Olga, 315 - 01155-900 - São Paulo - SP Brasil Tel. (+55-11) 3824-5300 e 3824-5250 Fax (+55-11) 3666-9585 infohydro@arandanet.com.br - www.arandanet.com.br A revista Hydro é enviada a 12 mil profissionais envolvidos com instalações hidrossanitárias prediais, com o tratamento de água e efluentes em indústrias e complexos de serviços e com sistemas públicos de água e esgoto.
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Notícias Agesan-RS realiza trabalho pioneiro para reduzir perdas
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Agesan-RS - Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento do Rio Grande do Sul recebeu a menção honrosa no Prêmio Estação de tratamento de água FGV Direito Rio – Melhores Práticas - Projeto de Eficiência Energética no em Regulação pelo projeto pioneiro Abastecimento de Água, que é um sis“Implementação do Programa de Retema voltado tanto para a redução de dução de Perdas nos Municípios Conperdas de água quanto de energia. Em sorciados”. breve, a agência pretende também Fundada em 2018, com sede em desenvolver ações visando à redução Canoas, a Agesan é um consórcio que de gastos com energia que compõem abrange hoje 24 municípios gaúchos, a tarifa de água. “Atualmente, as pertotalizando 1,6 milhão de habitantes, das são bancadas pelos clientes. No atendidos pela companhia estadual momento em que se tiver maior eficiCorsan ou por autarquias, com índices ência e menor perda, obrigatoriamende perdas que variam de 25% a 56% te os valores serão diminuídos para nos sistemas de abastecimento de todos os usuários”, explica Gonzalez. água. De acordo com o novo marco A cidade de Rolante, com 20 mil do saneamento (Lei 14.026/2020), habitantes, localizada a 90 km da cao controle de perdas é uma atribuipital Porto Alegre, foi a escolhida para ção das agências reguladoras. Mas, ser o piloto do programa, devido às em vez de simplesmente determinar condições topográficas favoráveis e índices genéricos e iguais para todas por ter abastecimento independenas prestadoras de serviços consorciate, ou seja, não faz parte de nenhum das, a Agesan optou por desenvolver sistema integrado com localidades vium programa baseado em diagnószinhas. Com 4184 ligações ativas de ticos pontuais de cada município e água, o município registrou 48,7% de objetivos de eficiência progressiva até perdas em 2019 (345 L/ligação.dia). chegar a um nível ótimo. “Este é um O índice vem crescendo ano a ano. programa inédito do Brasil em termos Em 2018, era de 42,1%. O diagnóstide efetividade”, diz o diretor geral da co da Agesan foi realizado em RolanAgesan-RS, Demétrius Gonzalez. te em julho e agosto de 2021, com Dessa forma, cada um dos 24 muimplementação das ações previstas nicípios terá metas a serem definidas para durar entre janeiro e junho de em levantamentos realizados pela 2022. Os parâmetros analisados em equipe técnica da Agesan, baseada cada sistema são técnicos (macroem referências como o Plano Naciomedidores, hidrômetros, pressões de nal de Saneamento Básico, a matriz água das redes de distribuição, redes do balanço hídrico da IWA – Internado sistema de abastecimento de água tional Water Association, o Guia Prático e a gestão de ativos) e econômicos para Redução de Perdas da Aesbe – (gestão de ativos, tubulações e meAssociação Brasileira das Empresas Esdidores, consumo e balanço hídrico), taduais de Saneamento e o ProEESA
com indicadores das perdas reais e aparentes para a companhia. A agência espera que até o final deste ano os diagnósticos das 24 cidades estejam concluídos. “Com base no levantamento de cada município, será possível identificar as medidas a serem tomadas”, diz Vagner Gerhardt Mâncio, gestor do programa de redução de perdas da Agesan. As ações também são personalizadas conforme a realidade de cada município. A fórmula não é a mesma para todas. A substituição de hidrômetros, por exemplo, que geralmente é a prioridade número 1 nos programas de eficiência, não se aplica a municípios que já contam com um parque novo de medidores, demandando outras medidas, como detecção de vazamentos e troca de tubulações. “Cada realidade pede um plano diferente”, afirma Gonzalez. A menção honrosa à Agesan do Prêmio FGV Direito Rio – Melhores Práticas em Regulação foi entregue de forma on-line, durante o IV Seminário do Projeto Regulação em Números, no dia 29 de março. A premiação tem como objetivo reconhecer e dar destaque às melhores práticas de regulação adotadas pelas cerca de 70 agências no Brasil. A ação ressalta programas inovadores em matérias como transparência, governança, participação, gestão e proteção aos direitos dos consumidores ou usuários. Para tanto, a ideia é dar maior visibilidade a práticas regulatórias bem-sucedidas que vêm sendo desenvolvidas no contexto nacional. Dessa forma, dão oportunidade para que os projetos premiados sejam replicados e adaptados em outras instituições e agências com competência regulatória. Agesan – Tel. (51) 3075-9576 Site: www.agesan-rs.com.br
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Saint-Gobain Canalização planeja dobrar faturamento nos próximos cinco anos
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capacidade. Fabricante de uma linha extensa de tubos de ferro fundido dúctil para aplicação em redes de água, reúso, água salgada, rejeitoduto, redes de incêndio, esgoto e irrigação, com diâmetros de 80 a 1200 mm, a companhia atende, além do mercado interno, a América Latina com aproxi‑ madamente 25% da sua produção, totalizando aproximadamente R$ 1 bi‑ lhão de faturamento no mercado latino‑americano. Em 2021, dobrou a receita dos últimos cinco anos. E a meta até o fim desta década é ambi‑ ciosa: dobrar novamente de tamanho. Além dos tubos, a empresa produz em sua fundição em Barra Mansa co‑ nexões, tubos com flanges e possui uma linha de montagem de válvulas gaveta. Em outra planta, em Itaúna, MG, são produzidas conexões de me‑ nor porte (até 400 mm), corpos de válvulas e tampões. Além da produção própria, a Saint‑Gobain vem desde 2018 desenvolvendo fornecedores in‑ ternacionais de produtos que comple‑ mentam sua linha, como válvulas de PVC ISO, válvulas flangeadas e ven‑ tosas. “Todas as peças são testadas em nosso laboratório e validadas pela companhia”, ressalta o diretor. Uma outra novidade foi o desen‑ volvimento da área de serviços técni‑ cos especiais para a gestão de ativos e redução de perdas de água, que são prestados de forma totalmente inde‑
om o esperado aumento dos investimentos no setor de sa‑ neamento, a Saint‑Gobain Canaliza‑ ção, fornecedora de soluções em ferro fundido, utilizada em grandes obras de infraestrutura, está preparada para expandir em 50% a produção de tubos e acessórios. Atualmente ope‑ rando com um alto‑forno em Barra Mansa, RJ, a planta pode em menos de seis meses fazer as adaptações ne‑ cessárias para religar o segundo alto‑ ‑forno, parado há três anos, e ampliar a capacidade atual de 110 mil tonela‑ das para cerca de 150 mil toneladas. “Ao longo dos últimos 10 anos o setor de água e esgoto vem reali‑ zando aportes entre R$ 11 bilhões e R$ 13 bilhões. Em alguns anos tive‑ mos R$ 14 bilhões. De acordo com os principais estudos de mercado, com o novo marco do saneamento esses va‑ lores podem quadruplicar. Mas, mesmo que apenas dupliquem, o volume é muito elevado”, diz Pedro Taves, diretor comercial e marketing da Saint‑Gobain Canalização. O executivo também é presidente do conselho da Asfamas, entidade que reúne empresas que representam cerca de 80% do PIB do mercado brasileiro de saneamen‑ to. Segundo ele, a ex‑ pectativa nas indústrias é que os investimentos se tornem mais perceptí‑ veis a partir de 2023. Para responder a essa demanda, a Saint‑Gobain Canalização continuará a investir R$ 50 milhões por ano para preparar a fábrica para aumento de Fábrica da Saint-Gobain Canalização em Barra Mansa, RJ
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pendente da venda de produtos. Com conceitos de indústria 4.0 e que ele‑ vam a produtividade no saneamento, o portfólio compreende um total de 18 serviços, baseados em tecnologias de três parceiros: Pipers, uma startup canadense que produz esferas que passam pela tubulação e conseguem detectar, de forma preditiva, poten‑ ciais vazamentos, ar aprisionado, areia acumulada e garantir a excelência da manutenção dos pipelines; Memória magnética, de sensores que detec‑ tam áreas vulneráveis nas tubulações, próximas a ocorrer uma ruptura, por exemplo; e IBBX, uma startup que tem sensores que aproveitam a vi‑ bração do local, ou ondas eletromag‑ néticas para gerar energia e fazer o sensor funcionar. A empresa ainda in‑ veste em inovações, como o Filtralite, para garantir novas formas de promo‑ ver o processo de filtragem da água com qualidade. Além das fundições em Barra Man‑ sa e Itaúna, a Saint‑Gobain Canaliza‑ ção conta com dois escritórios, quatro unidades de negócio, dois centros de distribuição, representantes em todos os estados e distribuidores e reven‑ dedores que atendem os mercados de saneamento, indústria, mineração, irrigação e construção civil, além da operação florestal na região de Bom Jardim de Minas, em Minas Gerais, onde produz o carvão vegetal para abastecer o alto forno com um combustível 100% renovável. Recentemente, abriu um novo centro de distribuição em São Bernardo do Campo, SP, para reforçar a estrutura logística e atender pequenas revendas da região. Saint-Gobain Canalização Tel. (21) 2128-1600 Site: www.sgpam.com.br
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Notícias Cidade catarinense identifica perdas de água com IA da SmartAcqua
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cidade de Curitibanos, SC, foi a escolhida pela Casan - Companhia Catarinense de Águas e Saneamento para a realização de uma prova de conceito (PoC) da SmartAcqua. A iniciativa teve como objetivo comprovar a eficiência do software para a redução de perdas de água tratada e sua gestão. “Foi uma experiência muito positiva, que nos permitiu descobrir que havia não apenas vazamentos, um a cada 5 km de rede, como também furtos de água”, destaca José Heitor Maciel, coordenador da Agência Curitibanos da Casan.
Resultados das inspeções em um dos bairros de Curitibanos
Com uma população superior a 40 mil habitantes, dos quais 92,11% em área urbana e 7,89% em área rural, Curitibanos é contemplada pela Bacia do Rio Uruguai, tendo como principal manancial o rio Marombas e abastecida por mais três poços e nove reservatórios, contando com
uma rede de distribuição de 197 km de extensão. A cidade apresenta alto índice de perdas de água na distribuição (IPD), da ordem de 43,7%, e de 304 litros por dia de perdas por ligação (IPL). E justamente por essa razão, foi a selecionada para a prova de conceito. “É um dos maiores índices
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de perdas dentre os 195 municípios que têm o saneamento sob responsabilidade da Casan”, destaca Maciel. Fabrizio Campos, engenheiro da SmartAcqua, explica que a solução foi usada para fazer o planejamento de todas as etapas dos trabalhos que seriam realizados em campo. “Recebemos os dados da Casan relacionados a Curitibanos, que foram inseridos na solução SmartAcqua e tratados pelos algoritmos de IA, cuja função é identificar, potencializar e georreferenciar as perdas de água”. Com base nesse processamento, foi obtido um diagnóstico e prognóstico da cidade como um todo e do sistema de distribuição para verificar quais eram as regiões e os bairros a serem priorizados. O SmartAcqua permite identificar tanto as perdas físicas quanto as co-
merciais, mas na PoC de Curitibanos o trabalho se concentrou nas perdas físicas. “Utilizamos mapas de calor para o georreferenciamento, o que nos deu a visualização das informações no espaço geográfico que ajudaram no planejamento das ações”, explica Campos. Após essa etapa, foram escolhidos sete pontos da cidade em dois bairros. Contando com a parceria da Canumã, que forneceu os loggers de ruído instalados em alguns pontos dos dois bairros selecionados, e geofones, entre outros equipamentos, a meta era observar o consumo de água por ruas para localizar onde poderia haver vazamentos. “Nossa força-tarefa fez verificações por categorias de ocorrência para saber se havia vazamentos no cavalete (local onde ficam instalados os hidrômetros), ou nos ramais, ou
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ainda vazamentos na rede propriamente dita”, detalha Campos. No total, foram identificados cinco vazamentos por km de rede e um potencial de recuperação de 15.988 m³ de água por mês. E na cidade de Curitibanos como um todo o potencial de recuperação é de 52.488 m³ por mês. Na avaliação de Enéas Ripoli, CTO da SmartAcqua, o combate às perdas de água não é um trabalho simples. “Desenvolvemos nossa tecnologia também com o objetivo de unir todas as “ilhas” que existem dentro das empresas de saneamento. Tem equipe que cuida do comercial, e outra do operacional, mas essas pessoas não se falam. Por isso reunimos todas as informações num só local. O uso da IA fornece assertividade porque os algorit-
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Notícias mos processam todas as informações e têm grande capacidade de comparar dados que um ser humano não conse‑ gue, ou demora muito, ou a qualidade do trabalho não é boa”, destaca. Para Andréia May, engenheira sa‑ nitarista da Comissão de Gestão de Perdas da Casan, que coordenou a realização da PoC em Curitibanos, há negacionismo em vários setores da economia e inclusive no sanea‑ mento, quando se refere a perdas de água. Ela concorda com Ripoli sobre a falta de vinculação entre as áreas comercial e operacional nas empre‑ sas de saneamento. “Cada lado atua de forma isolada e assim não se atingem os resultados esperados, ou os resultados conseguidos são por tempo limitado. Ficam os dois lados brigando ao invés de trabalharem em conjunto. Com a solução SmartAcqua conseguimos finalmente unir os dois lados para termos uma visão total do município”, afirma Andréia. Hélio Samora, CEO da SmartAcqua, destaca que todo investimento em tecnologia só compensa se ele se pa‑ gar. “Para isso, nossa solução dispõe de um módulo para fazer o estudo de via‑ bilidade econômica, que permite ana‑ lisar, por exemplo, se em determinada situação valeria a pena trocar 2 km de tubulação, ou colocar redutores de pressão, entre outras opções”. Samora explica que a solução SmartAcqua pode ser integrada a qualquer siste‑ ma e inclusive, na pior das hipóteses, importar dados de uma planilha Excel. Mas para a PoC não foi feita uma in‑ tegração com outros sistemas porque a iniciativa teve duração de 90 dias e não haveria tempo hábil para isso. Para Heitor Maciel, o SmartAcqua é uma arma que pode ajudar bastan‑ te no trabalho de combate às perdas de água. “Ainda temos muito trabalho
a ser feito, porque Curitibanos possui redes de água com 40, 50 anos de idade. São ligações também muito an‑ tigas. O combate às perdas hoje é nos‑ so foco e é algo que tem que ser feito continuamente. Temos que nos orga‑ nizar mais para trabalharmos nesse sentido e realmente chegar à eficiên‑ cia. O primeiro passo já foi dado com o PoC e foi muito importante”, finaliza. SmartAcqua – Site: https://smartacqua.com Casan – Site: www.casan.com.br
tos que, para nós, são inegociáveis: o potencial das empresas de transforma‑ ção e geração de impacto positivo; a in‑ terdependência entre humanos e meio ambiente; e a capacidade de evolução das pessoas”, diz o CEO. O valor investido pela Rise será aplicado em diferentes frentes da em‑ presa, contribuindo tanto para buscar maior penetração no mercado de tra‑ tamento de efluentes industriais quan‑ to para permitir a expansão da atuação para novas áreas.
Okena recebe aporte de R$ 7 milhões
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Okena, empresa de serviços am‑ bientais especializada em tra‑ tamento offsite de efluentes e lodos industriais, sediada em Itapevi, SP, recebeu um aporte de R$ 7 milhões para investimentos em pesquisa e de‑ senvolvimento, infraestrutura e refor‑ ço em sua área comercial. O aporte foi feito pela gestora Rise Ventures e trará para a Okena o re‑ forço necessário para sua evolução a médio e longo prazos. A partir desse investimento, a empresa prevê cresci‑ mento anual composto entre 30% e 45% ao ano, nos próximos cinco anos. Segundo Francisco Teixeira de Goeye, CEO da Okena, 50% do resultado no quinto ano será proveniente dos novos serviços lançados com o aporte. Com 12 anos de mercado, a Oke‑ na faz parte do portfólio de empresas investidas da Rise desde 2019, uma parceria baseada no compartilhamen‑ to de valores e na convicção de que negócios devem promover impacto so‑ cioambiental positivo. “Desde o início, nossa busca por um investidor externo precisava estar alinhada com nossas crenças. Buscamos um fundo ou inves‑ tidor que acreditasse em três elemen‑
Planta da Okena em Itapevi, SP
Para isso, parte do montante será direcionada para desenvolver formas de transformar resíduos em produtos que possam ser usados para diferen‑ tes finalidades. Um dos projetos visa à fabricação de um novo produto a partir de fraldas usadas descartadas, em parceria com a Boomera. A área, chamada Okena Labs, também traba‑ lha no projeto de fabricação de produ‑ tos químicos e industriais a partir de resíduos de indústrias metalúrgicas, de papel e celulose e de tintas e resinas. Outra parcela do aporte será destina‑ da à infraestrutura, para modernizar o processo de tratamento e aumentar a capacidade de recebimento, armaze‑ namento e tratamento dos efluentes industriais.
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Notícias O terceiro pilar que será reforçado com o investimento é o de fortalecer a estrutura comercial, modernizando os processos e fluxos da área. “Plane‑ jamos também lançar novos serviços para atender as indústrias do estado de São Paulo, auxiliando‑as com pas‑ sivos ambientais e limpezas técnicas”, conta Goeye. A Okena trata anual‑ mente cerca de 6000 caminhões‑ ‑tanque de efluentes industriais de diversos clientes. Okena – Tel. (11) 3552-0101 Site: www.okena.eco.br
Até 2030, Petrobras reduzirá em 50% a captação de água doce
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de aproximadamente 1,6 milhão de habitantes por um ano. Além disso, a Petrobras investiu em 2021 cerca de R$ 30 milhões em pro‑ jetos de pesquisa & desenvolvimento relativos ao gerenciamento de recur‑ sos hídricos e efluentes, através de pesquisas internas e em parceria com oito instituições brasileiras (universi‑ dades e institutos tecnológicos). As li‑ nhas buscam otimizar os processos de tratamento de efluentes, além de viabilizar o avanço do reúso nas insta‑ lações em terra e a reinjeção de água produzida nas unidades off‑shore. Tam‑ bém está em curso a realização de es‑ tudos de avaliação de disponibilidade hídrica atual e futura, bem como de identificação de fontes alternativas de captação, em 16 bacias hidrográficas de onde 26 instalações da empresa captam ou recebem água. Além do investimento em proje‑ tos para aumentar o reúso e reduzir a captação de água doce, a Petrobras apoia voluntariamente, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, projetos que colaboraram para a pre‑ servação da água por meio de ações para a recuperação de nascentes, mananciais e cursos d’água, a recom‑ posição de matas ciliares e a gestão
o plano estratégico 2022‑2026, a Petrobras reafirmou o com‑ promisso de reduzir a captação de água doce nas operações em 50% até 2030, em relação a 2018. As ações são foadas no reúso e comple‑ mentadas por medidas de redução de perdas e adoção de fontes alternati‑ vas, que juntas permitirão uma econo‑ mia de cerca de 20 bilhões de litros por ano. Há vários anos, a Petrobras vem implementando projetos com o intuito de minimizar o uso e a captação de água para a operação e manutenção de suas unidades. Como resultado, em 2021 conseguiu reutilizar 69 bilhões de litros. Esse mon‑ tante corresponde a 31,4% da demanda total de água doce utilizada pela empresa e econo‑ mia anual de aproximadamente R$ 18,1 milhões nos custos de captação. O volume reutilizado Além das iniciativas de reúso, a companhia apoia seria o suficiente para abaste‑ projetos socioambientais para a preservação da água cer, por exemplo, uma cidade e a restauração de florestas
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de bacias hidrográficas. Esses projetos fazem parte da linha de atuação Flo‑ restas, pois têm foco na restauração de florestas e áreas naturais, além de contribuir para a redução de gases de efeito estufa por meio do sequestro de carbono realizado pelas árvores. Em 2021, foram apoiados 17 pro‑ jetos, que atuaram na recuperação ou conservação direta de mais de 175 mil hectares de florestas e áreas naturais, além do fortalecimento de mais de 25 milhões de hectares de áreas protegidas, abrangendo cerca de 3% do território nacional nos biomas Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga e Cerrado. De 2013 até 2021, esses projetos registraram, como resultado acumulado, uma contribuição poten‑ cial estimada de cerca de 1,3 milhão de toneladas de CO2 equivalente em
fixação de carbono e emissões evi‑ tadas. Em 2022, quatro novos projetos com atuação em manguezais e bacias hidrográficas importantes para as ope‑ rações da empresa serão adicionados à carteira, totalizando 21 iniciativas, que receberão investimento de aproxi‑ madamente R$ 69 milhões até 2025. Além disso, por meio de uma parceria no projeto Floresta Viva, a Petrobras e o BNDES investirão R$ 50 milhões cada, nos próximos cinco anos, em projetos de restauração florestal de espécies nativas, que devem estar alinhados a padrões de certificação internacional para possível certificação de carbono. O primeiro edital para seleção dos pro‑ jetos será lançado ainda em 2022. Petrobras – Tel. 0800 728 9001 Site: www.petrobras.com.br
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Projesan Water cresce 72% e projeta faturar R$ 270 milhões em 2022
A
Projesan, fabricante de coagu‑ lantes, floculantes, alcalinizantes e especialidades químicas, com sede em Gaspar, SC, registrou crescimento de 72% e receita de R$ 166 milhões no último ano. Para 2022, a com‑ panhia estima alcançar a marca de R$ 270 milhões. “O crescimento é resultado dos in‑ vestimentos do grupo em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento de pro‑ dutos com melhor custo/benefício. Investimos continuamente em nossos laboratórios, como o ProjesanLab, no qual desenvolvemos novas soluções e produtos químicos destinados ao
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Notícias
A
tratamento de águas”, diz o diretor Pedro Vieira. Além disso, a empresa estruturou a ProjesanLog, com foco na área logística, Unidade fabril da Projesan em Capivari, SP que oferece um sistema integrado para levar mais rapidez, flexibilidade e confiabilidade em cada entrega. “Para isso, contamos com uma frota de 50 caminhões do tipo tanques químicos”, afirma. A companhia atua com empresas no setor de tratamento de água, papel e celulose e frigoríficos. Entre seus clientes estão a Sanepar e Aegea Saneamento. Para este ano a estratégia é ampliar a presença da companhia nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e na América Latina, principalmente no Uruguai, Argentina e Paraguai. A Projesan possui escritório em São Paulo e duas unidades fabris e dois centros logísticos localizados nas cidades de Gaspar e Capivari, SP. Atualmente emprega 150 colaboradores. Projesan – Tel. (47) 3703-3000 Site: www.projesan.com
Cetric cresce com tratamento de resíduos industriais
O
Grupo Cetric – Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Industriais e Comerciais, com sede em Chapecó, SC, e unidade em Uberlândia, MG, atua no tratamento de resíduos e efluentes industriais em todas as fases do processo, desde a coleta, transporte, recepção, tratamento e destinação final de resíduos em aterros próprios. Com foco nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, o Grupo Cetric iniciou as suas atividades em 2001. Na matriz, com 900 mil m², emprega mais de 350 colaboradores. Atualmente, a companhia atende aproximadamente 10 mil clientes e conta com Centrais de Tratamento de Resíduos Classes I (perigosos), IIA e IIB (inertes) em Uberlândia e Chapecó. Já em Guarapuava, PR, possui uma central de tratamento de resíduos Classe II A e II B. Além disso, possui mais 17 unidades de transbordo e apoio logístico no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
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A Cetric conta com valas projetadas, impermeabilizadas e cobertas visando à correta destinação de resíduos perigosos
“Nosso principal diferencial é o gerenciamento 360º, diretriz que contempla todas as fases de destinação sem precisar contratar empresas terceirizadas, garantindo a rastreabilidade do material”, afirma Loana Defaveri Fortes, responsável técnica na Cetric. Para poder atender a todas as etapas, a Cetric utiliza uma estrutura de apoio completa. A frota inclui aproximadamente 200 veículos licenciados e autorizados para o transporte de resíduos. Nos casos de remoção a longa distância, por exemplo, utiliza caminhões próprios adaptados para o manejo e o transporte até uma de suas unidades de transbordo. Após formar a carga, veículos de maior porte seguem para o tratamento final. “Nosso principal foco são os resíduos industriais, porém em alguns municípios também coletamos resíduos residenciais”, explica Loana. Quanto aos tratamentos utilizados, são empregados processos como bioprocessamento, onde o biogás gerado é purificado, resultando em biometano, que serve como combustível para os veículos da empresa, tratamento terciário com membranas de ultrafiltração e tratamento térmico voltado para resíduos pastosos e lodos. No final de 2021, a companhia recebeu o Prêmio ACIC – Associação Comercial e Industrial de Chapecó, por meio do Núcleo de Sustentabilidade e da Unochapecó - Universidade Comunitária da Região de Chapecó. “Fomos reconhecidos pelas ações praticadas junto às comunidades, bem como pela sustentabilidade interna, como a geração de energia via biogás que alimenta a planta. Para 2022, nosso foco está em desenvolver novos projetos voltados para o tratamento de resíduos, promovendo a economia circular e reduzindo o consumo de recursos naturais”, finaliza Loana. Cetric – Tel. (49) 3905-3100 Site: www.cetric.com.br
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Reúso
Avaliação do efluente clarificado de descarga de filtros e decantadores de ETA Ailton César Teles de Barros, Paulo Ricardo Amador Mendes, Tatiane do Nascimento Lopes, Rafael Medeiros Ribeiro e João Vitor Pena de Souza, da SAEG – Companhia de Água, Esgoto e Resíduos de Guaratinguetá
N O artigo analisa os potenciais quantitativo e qualitativo do efluente líquido proveniente da descarga, lavagem dos decantadores e filtros na ETA de Guaratinguetá, SP, tendo em vista a utilização de efluente clarificado na recirculação ou reaproveitamento no processo de tratamento de forma a reduzir as perdas de água.
as ETAs - Estações de Tratamento de Água, durante o processo de purificação de água captada dos mananciais, periodicamente é necessário paralisar as unidades de decantação e filtração de forma intercalada para a lavagem e remoção das impurezas retidas nos equipamentos. Essa limpeza maximiza a eficiência das unidades durante a clarificação da água, tornando-a parcialmente potável para a sequência do tratamento, com posterior distribuição para consumo.
Durante as lavagens dos decantadores e filtros, ocorre o descarte de um grande volume de efluentes sólidos e líquidos no corpo hídrico adjacente ao local do tratamento. Este artigo traz os resultados de um estudo que avaliou os potenciais quantitativo e qualitativo do efluente clarificado resultante das operações de descarga e lavagem dos decantadores e filtros, de forma a melhor conhecer as características do material passível de recirculação ou reaproveitamento.
Fig. 1 – Unidade de decantação em operação na ETA
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Fig. 2– Unidade de filtração em operação na ETA
Fig. 3 – Unidade de filtração durante a lavagem na ETA
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• Quantificação dos volumes de água descartado nas unidades operacionais decantadores e filtros. • Geração de amostragens periódicas dos efluentes durante as descargas e lavagens dos filtros (diária) e dos de‑ cantadores (mensal). • Acondicionamento da fração do efluente para a realização do ensaio de sedimentação em intervalo de tempo de 3 horas. • Obtenção de amostras do efluente acondicionado para análise dos parâ‑ metros definidos para o estudo. • Determinação dos valores de cor, turbidez e pH a cada 30 minutos no laboratório da própria ETA para as amostras obtidas, até o fechamento do período de sedimentação. • Montagem de histórico dos valores obtidos para as análises realizadas, em formato de tabela para a posterior montagem gráfica (relação tempo de sedimentação x valor do parâmetro analisado), para posterior compara‑ ção com os mesmos parâmetros das águas bruta e decantada.
Metodologia Com isto, é possível reduzir as perdas Resultados internas inerentes ao processo de pu‑ Como forma de estudar o efluen‑ rificação da água, maximizando o vo‑ te líquido descartado nas descargas e Todos os registros foram feitos no lume tratado e ofertado à população. período de 1º de janeiro de 2020 a lavagens dos decantadores e filtros da A análise foi feita na ETA de Guaratin‑ 31 de maio de 2021. ETA, foram seguidas as seguintes ações: guetá, SP. Através dos ensaios A figura 1 apresenta de sedimentação, fo‑ a disposição das áreas ram obtidos os valores de floculação e decan‑ para cor, turbidez e pH dos efluentes dos de‑ tação, com um total cantadores e filtros. Os de quatro unidades. Já as figuras 2 a 4 re‑ gráficos das figuras 5 a 10 representam as presentam a forma curvas dos parâmetros de obtenção de fra‑ ção do efluente ge‑ de estudo qualitativo e em comparação com a rado durante as lava‑ água bruta e decantada. gens dos decantado‑ res e filtros para os Foram utilizados os valores máximos per‑ ensaios de sedimen‑ Fig. 4 ‑ Amostra de efluente do decantador durante o ensaio de sedimentação (início do ensaio e após 3 horas) tação. mitidos (VMP) de cor e
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Reúso
Parâmetro Cor - efluente dos decantadores
8.192
Efluente decantador 01
4.096
Efluente decantador 02
2.048
Efluente decantador 03
1.024
Parâmetro pH - efluente dos decantadores
7,10 7,08 7,00
pH
6,90
6,92
7,10
7,12
7,12
7,12
6,92
6,93
6,92
6,93
Efluente decantador 04
512
7,13
6,93
7,13
6,94
Água decantada
256
Cor (µC)
7,20
Cor 15 µC (VMP)
128 64 32 16
6,23
8 6,22
6,80
2
6,60
1 0:00
0:30
6,44 5,71
1:00
1:30
2:00
2:30
3:00
Tempo de sedimentação (h)
6,50
6,30 0:00
6,32
5,99
6,70
6,40
6,36
4
Efluente decantador 01
Efluente decantador 02
Efluente decantador 03
Efluente decantador 04
Água decantada
Água bruta
0:30
1:00
1:30
2:00
2:30
Fig. 6 – Comparativo dos valores de cor do efluente dos decantadores
3:00
Parâmetro Turbidez - efluente dos decantadores
Tempo de sedimentação (h) 4.096
Fig. 5 - Comparativo dos valores de pH do efluente dos decantadores
Efluente decantador 01
2.048
Efluente decantador 02
1.024
Efluente decantador 04
256
Cor (µC)
operacionais de decantação e filtração são retratados na tabela I.
Água decantada
128
Turbidez 5 ,0 NTU (VMP)
64 32 16 8
Análise e discussão
4 2 1,41
1,55
1,36
1,49
1,26
0,5 0:00
1,43
1,52
1 0:30
1:00
1:30
2:00
Tempo de sedimentação (h) Uma vez realizados os ensaios de sedimentação Fig. 7 – Comparativo dos valores de turbidez do efluente com os efluentes dos dos decantadores decantadores e filtros, foi Parâmetro pH - efluente dos filtros possível observar: 7,20 • Efluente dos decantadores 7,15 7,12 7,12 7,12 - aproximadamente 80 L dos 7,10 7,10 7,08 120 L (66,67%) do volume 7,05 amostral apresentou cor e 7,00 turbidez inferiores a 15 uC e 6,95 5 UNT, respectivamente. 6,93 6,92 6,93 6,90 6,92 6,92 • Efluente dos filtros - cer6,85 Efluente filtro 01 Efluente filtro 02 ca de 115 L dos 120 L Efluente filtro 04 Água bruta 6,80 (95,83%) do volume amos1:00 1:30 2:00 0:30 0:00 Tempo de sedimentação (h) tral apresentou cor e turbidez em torno de 15 uC e Fig. 8 – Comparativo dos valores de pH do efluente 5 UNT. dos filtros
2:30
3:00
7,13
7,13
pH
turbidez, conforme o anexo X da Portaria GM/MS nº 888/2011 – Potabilidade de água, como referência comparativa da qualidade final do efluente em relação à água tratada. Com os resultados obtidos, foram gerados os diagramas de frequência relativas simples e acumulada em comparação aos parâmetros da água decantada. O tempo médio de campanha ou de operação dos filtros é de 14 horas, calculado através dos vários registros operacionais da ETA. Todos os quatro filtros são lavados diariamente. Para dois períodos do ano foi necessária uma segunda lavagem em dois deles, totalizando seis limpezas. Já os decantadores são higienizados em períodos de 25 a 30 dias na maior parte do ano. Para épocas chuvosas, o intervalo varia de 15 a 20 dias, de forma que comprometa os filtros através do arraste de parte do material retido para a etapa seguinte do tratamento. Quando é feita apenas a lavagem dos filtros, a perda mínima diária de água na ETA é de 876 m³. Quando somada a higienização de um dos quatro decantadores (programação mensal, sendo um a cada dia). O valor pode chegar a 1846 m³. Os volumes descartados durante as descargas e lavagens das unidades
Efluente decantador 03
512
6,93 Efluente filtro 03 Água decantada
Tab. I – Volumes descartados durante as descargas e lavagens das unidades operacionais de decantação e filtração (m3) Unidade operacional
Decantadores Filtros Total
Volume mensal
Volume anual
Volume anual (%)
3880 28.424 32.304
46.560 341.088 387.648
12,01% 87,99% 100%
Volume mensal
Volume anual
Volume anual (%)
2547 27.239 29.786
30.562 322.077 352.638
8,67% 91,33% 100%
Água clarificada (m³) Unidade operacional
Decantadores Filtros Total
6,94
2:30
3:00
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Reúso Cor remanescente (µC)
Através da aplicação dos percentuais aos volumes mensal e anual, tem-se a quantificação do volume de água clarificado passível de reaproveitamento (tabela I). O volume médio mensal de água clarificada passível de reaproveitamento é de 29.786 m³, equivalente ao consumo de água tratada distribuída em 12 dos 121 bairros (9,92%) da área urbana de Guaratinguetá. A região é constituída por 2483 ligações e 2665 economias, conforme o histórico de consumo registrado em março de 2021. Para efeito de comparação, o volume médio perdido mensalmente seria capaz de preencher 12 piscinas olímpicas ou um reservatório cilíndrico de 14 andares, com 30 m de diâmetro e 42,11 m de altura. Considerando a vazão média de 2020 de 473,75 L/s, o volume mensal de água clarificada não aproveitado equivale à adução contínua por 17 horas, 27 minutos e 8 segundos. Utilizando o raciocínio análogo para o volume anual perdido, a adução contínua seria no tempo de 8 dias, 14 horas, 45 minutos e 55 segundos.
256
Parâmetro Cor - efluente dos filtros Efluente filtro 01 Efluente filtro 04
Efluente filtro 02 Água decantada
Efluente filtro 03 Cor 15 µC (VMP)
128
64 O volume de água 32 perdido apresentado para 16 as unidades filtrantes é 8 maior em comparação 6,44 6,22 6,23 6,36 6,32 5,99 4 com o de decantação 2 devido às lavagens diá1:00 0:30 1:30 2:00 2:30 0:00 Tempo de sedimentação (h) rias necessárias para a obtenção da eficiência de Fig. 9 – Comparativo dos valores de cor do efluente dos filtros tratamento para os parâo efluente do decantador foi inferior metros cor e turbidez, conforme a Pora 15 uC, enquanto para o dos filtros taria GM/MS nº 888/2011. ficou em torno de 8 uC.
Qualidade do volume clarificado pH Os resultados obtidos para ambos os efluentes nunca apresentaram acréscimos/decréscimos expressivos. Para tanto, o pH do efluente do decantador apresentou-se inferior ao da água decantada. Já para o resíduo dos filtros, o pH esteve entre o das águas decantada e bruta.
Cor Na primeira hora do ensaio de sedimentação, o parâmetro teve decréscimo expressivo de valor e estabilidade sequencial. O resultado para
Turbidez Apresenta o mesmo valor de decréscimo do parâmetro cor, ou seja, abaixo de 5 NTU ao final da sedimentação. Foi possível observar a qualidade dos efluentes dos decantadores e filtros após o ensaio de sedimentação em comparação à água decantada para parte dos intervalos de valores. Houve grande percentual para a cor máxima de 15 uC. Já para turbidez, houve equivalência ou superioridade dos efluentes para valores máximos de 2 NTU. Para o intervalo 2 ≤ turbidez ≤ 5 NTU, a água decantada apresentou quantidade de amostras superior à dos efluentes. Isto
5,71 3:00
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Parâmetro Turbidez - efluente dos filtros 128 64
Conclusão Para os parâmetros cor, turbidez e pH, o volume clarificado ou sobrenadante oriundo das lavagens dos decantadores e filtros apresentou valores que se aproximam aos da água decantada. Sendo assim, permitiria o retorno ao sistema de tratamento sem a necessidade de adicionar o coagulante PAC - Policloreto de Alumínio. Mesmo no período de chuva (novembro a março), em que a água bruta costuma ter valores de cor e turbidez elevados, a água decantada teve números relativamente baixos, com igual ordem de grandeza em re-
Efluente filtro 02 Água decantada
Efluente filtro 03 Turbidez 5,0 NTU (VMP)
lação aos resultados 32 do efluente clarificado 16 após o ensaio de sedi8 mentação. 4 Já o volume médio 2 de água perdido men1,55 1,49 1,36 1,52 1,43 1 1,41 1,26 salmente poderia ser 0,5 destinado, seja total ou 1:00 2:00 2:30 3:00 0:30 1:30 0:00 Tempo de sedimentação (h) parcial, para fins não potáveis, como limpe- Fig. 10 – Comparativo dos valores de turbidez do efluente dos filtros za de rede coletora de esgoto (desobstrução ou ramal e prefaz-se necessária uma contínua avaliaventiva) e lavagem de logradouros púção das diversas etapas do tratamento blicos. A comercialização da água de (coagulação, floculação, decantação e reúso para diversas entidades, sejam filtração) para maximizar a eficiência públicas ou privadas, poderia ser um operacional de cada unidade. Entre os dos destinos, de forma a agregar valor benefícios estão a melhor imagem da ao produto e incrementar a receita da companhia junto à sociedade com a empresa de saneamento. redução das perdas, a mudança nos Por se tratar de empreendimento padrões de produção e consumo, a dide porte industrial, referência na prominuição da captação de água superdução de água tratada no município, ficial e o menor descarte de efluentes. Turbidez remanescente (NTU)
evidencia que os efluentes apresentaram melhor qualidade (após o ensaio de sedimentação) em comparação à água decantada.
Efluente filtro 01 Efluente filtro 04
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Serviço
Guia de reservatórios de água Com a crise hídrica, as estruturas para armazenamento de água serão cada vez mais usadas nas companhias de saneamento, indústrias, empresas e residências. O levantamento detalha as versões construtivas de tanques, cisternas e reservatórios, como materiais, capacidades e tipos de tampas.
Tanque
Teto/tampa
Fundo
Material
Modular Reservatório Torre ou castelo d´água Estacionário Transportável Horizontal Cisterna Apoiada Cilíndrico Prismático Tronco de cone Encaixada Plano Semiplano Cônico Domo geodésico Cônico Apoiado Tubular PE – Polietileno PP – Polipropileno PRFV - Fibra de vidro PVC Concreto/alvenaria (1) Geomembrana de PEAD Inoxidável Soldado Dobra dupla Parafusado Pintado Vitrificado Revestimento em epóxi Outros material > 1000 L > 10000 L Capacidade > 30000 L
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Empresa / telefone / e-mail
Alphenz (19) 3302-9606 contato@alphenz.com.br
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BR Válvulas (21) 99888-8346 cvillela@brvalvulas.com
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Caixas D’ Água (19) 99784-2628 caixadaguacomercialsaopaulo@gmail.com
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Cristallite (31) 8582-2370 cristallite@cristallite.com.br
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Delta (11) 94922-0462 delta@deltasaneamento.com.br
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Dopp (11) 99876-0572 contato@dopp.com.br Fibrasan (11) 4543-6396 comercial@fibrasan.com.br
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Fogliene (15) 99656-9752 fogliene@fogliene.com.br
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Hidrotecno (11) 99235-5338 vendas@hidrotecno.com.br
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Fortlev (27) 2121-6700 marketing@fortlev.com.br
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(1) Concreto pré-moldado ou concreto moldado in loco; (2) Aço - Verinox - Dobra Dupla; (3) Concreto centrifugado; (4) Aço - Galvanizado; (5) Verinox, inox parafusado
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(1) Concreto pré-moldado ou concreto moldado in loco; (2) Aço - Verinox - Dobra Dupla; (3) Concreto centrifugado; (4) Aço - Galvanizado; (5) Verinox, inox parafusado Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 210 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, maio e junho de 2022. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
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Tratamento de água
Síntese de carvão ativado magnético para remoção de manganês Bianca Faceto Dias, encarregada de Sistemas de Saneamento na ETA Guaraú (Sabesp); Jean Jacques Bonvent, professor doutor na UFABC - Universidade Federal do ABC
O O íon metálico manganês (Mn), quando em elevadas concentrações, aumenta o nível de turbidez da água, além de causar problemas nos sistemas de distribuição. Este trabalho propõe a síntese de um adsorvente magnético a partir do carvão ativado comercial para a remoção do manganês. Resultados preliminares foram promissores, pois apresentaram magnetismo e remoção de 89%, em comparação a 72% do carvão inicial.
manganês (Mn) é um metal que possui ampla aplicação e ocupa papel importante no Brasil, sendo utilizado, principalmente, na indústria do aço. Além disso, é um componente essencial na fabricação de ligas de aços especiais. O principal setor consumidor do manganês é o siderúrgico, o qual, em nível mundial, representa 85% da sua demanda. No entanto, preocupações ambientais podem surgir com as operações de extração e beneficiamento de minérios de manganês. O minério está presente no solo e em minerais como dióxido mangânico. As formas de carbonatos insolúveis como rodocrosita (MnCO3) também são frequentes. As águas subterrâneas podem apresentar apreciáveis quantidades de dióxido de carbono dissolvido (30-50 mg L-1) e os carbonatos podem ser dissolvidos para formas solúveis, como o bicarbonato manganoso ou ainda na forma de sulfato. As tecnologias tradicionais de tratamento de água potável (coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfecção), muitas vezes, não são eficientes na remoção de traços de metais solúveis em água. Geralmente, os íons metálicos solúveis são removidos da água por precipitação. Porém,
a remoção dos metais, na forma de óxidos, hidróxidos, carbonatos ou sulfatos, obtida através da adição de coagulantes, apresenta algumas desvantagens, entre as quais podem ser citadas: precipitação ineficiente se os metais estão complexados ou na forma de ânions; a menor concentração do metal alcançada é limitada pelo produto de solubilidade; grande quantidade de lodo é gerada após a decantação; necessidade de uma posterior filtração para remoção dos sólidos suspensos e clarificação da água tratada. A aeração para remoção do manganês é um processo ineficiente e lento em valores de pH em torno do neutro. Comumente são requeridos oxidantes fortes como o permanganato de potássio (KMnO4) em valores de pH maiores que 7,5; cloro (Cl2) em valores de pH maiores que 8,5-9; e dióxido de cloro (ClO2) em valores de pH maiores que 7. Além disso, esses agentes oxidantes fortes (KMnO4, NaOCl, ClO2, O3) podem formar compostos indesejáveis, como por exemplo, trihalometanos, substâncias potencialmente cancerígenas. Ou, ainda, gerar resíduos com elevado teor de metais, especialmente o alumínio (Al), no caso da aplicação de coagulantes como Al2(SO4)3, que apre-
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Carvão ativado
Fe3+ (aq)
Filtração e secagem
NaOH (5%)
Objetivo Sonicação por 1h e repouso por 24h
Fe2+ (aq) Fig. 1 – Esquema da síntese do carvão ativado magnético
senta sérios riscos ambientais, além de estar associado a doenças como anemia microcítica e Alzheimer. Uma variedade de efeitos negativos, incluindo coloração, sabor e problemas em canalizações, pode ser atribuída à presença de ferro e manganês em sistemas de abastecimento de água. Apesar de, aparentemente, não causar inconvenientes relacionados à saúde, nas concentrações habitualmente encontradas, podem comprometer a confiabilidade pública quanto ao sistema de tratamento. Além dos problemas já apresentados, os metais causam problemas em unidades de abrandamento por se depositarem nas colunas trocadoras [4]. Vários outros métodos podem ser usados para remoção de metais em solução, dentre eles destacam-se: adsorção, troca iônica e precipitação. Adsorção é o processo de acumulação de uma substância designada adsorvato na interface de um sólido designado adsorvente. A capacidade de adsorção depende de características do material adsorvente. Um bom adsorvente é aquele que possui grande área superficial, como também uma rede de poros relativamente grande para o transporte do adsorvato para o seu interior. A adsorção com carvão ativado tem sido uma alternativa adotada pelas ETAs para complementar o processo de tratamento das águas, quando há toxinas dissolvidas e o tratamento convencional mostra-se ineficiente. O carvão ativado tem sido muito usado, principalmente devido à sua alta área
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de superfície, o que o torna um adsorvente eficiente. Além disso, o Brasil é um grande produtor desse material. O carvão ativado apresenta uma alta superfície interna e grande variedade de grupos funcionais em sua superfície, tornando-o ideal para adsorção. Um entrave no uso do adsorvente sólido é a remoção do meio após o tratamento; muitos dos materiais usados são particulados bastante finos, o que torna difícil sua remoção do meio por filtração ou centrifugação. Nesse contexto, os materiais magnéticos surgem como interessante alternativa para separação do adsorvente com uso de um campo magnético e seu reúso no sistema de tratamento. A aplicação de compósitos magnéticos para resolver problemas ambientais tem recebido considerável atenção nos últimos anos. Compósitos magnéticos podem ser usados para adsorver contaminantes de efluentes industriais e, após a adsorção, podem ser separados por um simples processo magnético. Alguns exemplos são a utilização de partículas magnéticas para acelerar a coagulação em esgoto, magnetita recoberta com polímeros para remoção de radionuclídeos do leite, e poli (oxi-2,6-dimetil-1,4-fenileno) para a remoção de corantes orgânicos. A utilização dos óxidos de ferro, principalmente, apresenta vantagens em relação a outros óxidos, por facilidade de síntese, magnetismo, baixa toxicidade, biocompatibilidade, alta capacidade de adsorção e baixo custo.
Este trabalho tem como objetivo utilizar o carvão ativado já comprado pelas ETAs - estações de tratamento de água, magnetizá-lo com a adição de nanopartículas de óxido de ferro sintetizadas previamente e avaliar sua eficiência para a remoção de manganês no meio aquoso.
Metodologia Os reagentes empregados foram usados sem purificação prévia. São eles: cloreto férrico hexa-hidratado; hidróxido de sódio 5%; sulfato ferroso P.A. reagente ACS ≥ 99%; e o carvão ativado pulverizado carboActiv K, que será denominado aqui como CA. As nanopartículas de magnetita foram preparadas usando-se o método da precipitação simultânea de íons de Fe2+ e Fe3+. Soluções contendo 0,25 mol L-1 de sal ferroso e 0,50 mol L-1 de sal férrico foram preparadas e misturadas. Uma solução de NaOH 5% foi adicionada lentamente à solução de ferro, sob agitação, até atingir o pH 11 para obter as nanopartículas de magnetita. O preto resultante apresentou magnetismo e foi denominado MG. Para a preparação do adsorvente, adicionou-se lentamente 20 g de carvão ativado sob agitação. Foi levado ao banho ultrassom por 1 hora e depois ficou em repouso por 24 horas. O precipitado foi lavado com água destilada, filtrado e seco a 60°C e foi denominado CM. A análise da eficiência na remoção do manganês foi realizada pelo método PAN Hach 1849, em um espectrofotômetro – modelo DR3900. O meio para a análises foi uma solução padrão de manganês 0,2 ppm, durante 24 horas. Na figura 1 está apresentado o esquema simplificado da síntese.
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Tratamento de água Análise e discussão dos resultados O carvão ativado utilizado foi comparado e aprovado em todos os testes realizados pela Sabesp e apresentou número de iodo > 800 min em todas as análises. Este número está relacionado à adsorção de moléculas de pequeno peso molecular e é usado como um índice representativo da
quantidade de microporos presente na amostra de carvão. Na figura 2 estão apresentados materiais depois das sínteses. Na figura 2(b) observa-se a alta magnetização das nanopartículas após a coprecipitação, um processo simples, que não precisou de aquecimento ou demais agentes redutores. Na figura 2(d) observa-se o CM em solução aquosa e sua magnetização residual, também indicando facilidade na sua separação após a aplicação.
Na figura 3 observa-se um comportamento usual da “nuvem” de metais que ocorre quando há inversão térmica por chuvas ou mudanças bruscas na temperatura dos mananciais. Logo, mesmo um manancial que normalmente não apresente concentrações mais altas de manganês, pode se encontrar nesta situação por um período específico de dias e é interessante que haja opções para quando o tratamento convencional não se mostrar adequado. A figura 4 reúne os resultados de remoção, tanto para o carvão comercial sem preparo prévio (à esquerda) como para o magnetizado (à direita).
95%
Remoção do manganês (%)
90% 85% 80% 75% 70% 65% 60%
Fig. 2 – Materiais sintetizados sem e com a presença de ímã. Em (a) e (b), as nanopartículas MG; em (c) e (d), o carvão CM em solução aquosa
CA
Fig. 4 – Resultados de remoção do manganês para o carvão ativado comercial (CA) e o magnético (CV)
0,14
Concentração de manganês (ppm)
CV
O material com as nanopartículas magnéticas apresentou não só a vantagem de poder ser separado do meio, como também permitiu uma remoção de 89% de manganês em relação à solução inicial.
0,12 0,1 0,08 0,06
Conclusões
0,04 0,02 0
1
4
7
10
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Tempo (dias) Fig. 3 – Concentração de manganês em águas afluente e efluente de uma ETA
16
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Neste trabalho foi sintetizado um adsorvente magnético a partir de carvão ativado comercial e nanopartículas de óxido de ferro. A síntese se mostrou de fácil preparação e apresentou resultados
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satisfatórios. A análise da eficiência da remoção do manganês na água também se mostrou satisfatória e com resultados promissores para pesquisas futuras. Devido à pandemia, não foi possível realizar as caracterizações morfológicas do material. Logo, numa próxima etapa isso será feito, bem como os estudos cinéticos tanto da remoção do manganês quanto de outros contaminantes.
Referências [1] Figueiredo, J.L.; Pereira, M.F.R., Freitas, M.M.A., Órfão, J.J. Modification of the surface chemistry of activated carbons. Carbon, vol. 37. 1999. [2] Madeira, V.S.; José, H.J.; Moreira, R.F.P.M. Utilização de carvão adsorvente para a remoção de íons ferro em águas naturais. http://www. enq.ufsc.br. 2008. [3] Sicupira, D.C. Remoção de manganês de drenagem ácida de mina utilizando carvão de osso. Belo Horizonte, 2012. Dissertação de Mestrado - PPGEM-UFMG. 2012. [4] Jiang, W. et al. Chromium (VI) removal by maghemite nanoparticles. Chem. Eng. J. vol. 222. 2013. [5] Oliveira, L.C.A.; Rios, R.V. R. A.; Fabris, J.D.; Garg, V.; Sapag, K.; Lago, R.M. Activated carbon/iron oxide magnetic composites for the adsorption of contaminants in water. Carbon vol. 40. 2015. [6] Pang, Y.; Zeng, G.; Tang, Y. Preparação e aplicação de maior estabilidade nanopartículas magnéticas para remoção rápida de Cr (VI). J Chem Eng. vol. 175. 2011. [7] Park, H.; Koduru, J. R.; Choo, K.; Lee, B.. Activated carbons impregnated with iron oxide nanoparticles for enhanced removal of bisphenol A and natural organic matter. Journal of Hazardous Materials vol. 286. 2015. [8] Di Bernardo L; Dantas AD. Métodos e técnicas de tratamento de água, 2015. [9] Di Bernardo; L. and Dantas, Â.D.B. Métodos e técnicas de tratamento de água. Engenharia Sanitária e Ambiental, vol. 11(2). 2006. [10] De Julio M.; Neves E.F.; Trofino J.C.; Di Bernardo L. Emprego do reagente de fenton como agente coagulante na remoção de substâncias húmicas de água por meio da flotação por ar dissolvido e filtração. Engenharia Sanitária e Ambiental. vol. 11(3). 2006. Trabalho originalmente apresentado no 31º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan - Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 15 a 17 de setembro de 2020, de forma online.
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Serviço
Guia de válvulas redutoras de pressão (VRPs) Veja no guia a seguir quem fornece VRPs no Brasil e detalhes dos produtos, como materiais (aço, bronze, ferro fundido e plástico), faixas de pressão, tipo de engrenagem e atuador. O levantamento traz também os telefones e e-mails de atendimento ao cliente.
Aço inox
Bronze
Ferro fundido
Latão
CPVC
PVDF
PVC
PP
PE
Diâmetros (em polegadas)
Pressão de entrada (mca)
Pressão de saída (mca)
Pilotada
Ação direta
Manual
Elétrico
Hidráulico
Pneumático
Reto
Inclinado
Simples
Dupla
Design anticavitação
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1 a 40
640
1 a 640
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Cadval (54) 2123-1000 cadval@cadval.com.br
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Caleffi (11) 98779-3695 info.br@caleffi.com
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Georg Fischer (11) 94181-3908 viviane.marques@georgfischer.com
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Hidro-Ambiental (19) 99813-8383 hidro@hidroambiental.com.br
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Hidrodema (11) 98578-1760 hidrodema@hidrodema.com.br
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HW Comercio (11) 96428-5276 hw.saopaulo@uol.com.br
•
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Invel (11) 99681-4173 vendas@invel.ind.br
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Varb (19) 99769-1122 vendas@varb.ind.br VRP Premium (47) 99177-1686 vendas@vrppremium.com.br
Atuador Câmara
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Empresa / telefone / e-mail
Foxwall (11) 3454-0200 vendas@foxwall.com.br
Engrenagem
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Plástico
Aquestia (11) 3782-0255 comercial@arivalves.com.br
Comando
Materiais
Aço carbono
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2 a 12
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125
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90
90
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10 a 160 •
2 a 24
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5 a 12
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5 a 12 6 a 314
5 a 30
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Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 40 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, maio e junho de 2022. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
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Gestão patrimonial
Drones para monitoramento de invasões em faixas de servidão Daniel de Almeida Silva Gonçalves, engenheiro civil pela UMC - Universidade Mogi das Cruzes e gestor do Cadastro Técnico da Sabesp; Victoria Christina Betio de Almeida, engenheira civil pela UMC e MBA em Gestão de Projetos pela USP; Adcleison Sousa Alves, engenheiro civil pela UMC
C Uma das dificuldades das empresas de saneamento é fiscalizar as faixas de servidão (FS). Uma tecnologia de destaque na área de vigilância é o veículo aéreo não tripulado (VANT), que produz vídeos e fotos de alta resolução, orto e georreferenciadas, sem a necessidade de entrada nas FS. Este artigo analisa a viabilidade da tecnologia num trecho de uma adutora da Sabesp, identificando irregularidades e invasões.
om o crescimento e desenvolforma a garantir a segurança no envimento das cidades, tornoutorno e a possibilidade de entrada de -se necessário ampliar o sistema de equipamentos. Essa área requer deliabastecimento de energia, gás, água, mitações para o uso dentre o imposto esgoto e demais serviços. Para alocapela concessionária, ou seja, essas reção desses ativos lineares, as concesgiões são sujeitas a uso restrito, mantidas livres de construções [5]. sionárias tiveram de criar passagens As concessionárias detectam com de oleodutos, gasodutos, adutoras frequência invasões nas FS, desde de água e linhas de transmissão de barracos e favelas a extensões de energia elétrica, demandando espamuros, edículas ou piscinas. As ocuço tanto para sua construção quanto pações irregulares geram problemas para manutenção e segurança da população no entorno. à manutenção, operação e preservação do patrimônio, além de diminuir Essas passagens são denominadas Faixas de Segurança ou Faixas de Sera segurança das pessoas, que ficam vidão (FS). A largura de uma FS é definida durante a fase de projeto por parâmetros técnicos e de segurança. O intuito é delimitar a área onde possam existir danos ou acidentes, de Fig. 1 – Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT)
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As câmeras digitais posexpostas a choques, quedas suem o ângulo de coberde torres e rompimentos das tura bem reduzido, sendo adutoras com altas pressões. necessárias várias imagens No procedimento de idenpara compor a mesma área tificação das edificações presentes nas FS, é necessário da fotografia métrica anafazer o levantamento topológica. Desse processo surgráfico para a demarcação da giu o nome mosaico ou área invadida e, para isso, utimosaicagem [15]. lizam-se equipamentos como As câmeras convencioestação total e receptores de nais sempre capturam vasistema global de navegação Fig. 2 – Junção de fotografias obtidas através de VANT riações de escala dos obje(GNSS), de alto valor de mertos, representando-os com cado. de objetos em sua verdadeira posição algum tipo de distorção, que tendem geográfica. Por ser planimetricamente a ser maiores nas lentes dos VANTs Uma tecnologia que vem se descorreta, é utilizada em medições direpelo tamanho reduzido. Somam-se a tacando é a utilização dos veículos aétas de distâncias, ângulos e posições essas distorções os efeitos de persreos não tripulados (VANT), que per[11]. pectiva da inclinação da câmera dumitem a geração de vídeos e imagens rante a obtenção de cada foto. Porém, em alta resolução, orto e georreferenA ortofoto é feita por meio da capos aplicativos lidam com esses protura de imagens aéreas em voos realiciadas, sem a necessidade de levanblemas e corrigem as distorções de zados, em sua maioria, por VANT, por tamento topográfico tradicional com maneira praticamente automática [9]. estação total e GNSS. aviões ou por satélites. Por operarem A expressão VANT é oriunda do termais próximos ao solo, os VANTs conAs fotografias obtidas durante o mo em inglês UAV - Unmanned Aerial voo são classificadas de acordo com seguem ortofotos com maior riqueza Vehicle. Outras expressões podem ser a inclinação do eixo óptico em relação de detalhes. As fotos são transferidas ao terreno, podendo ser aéreas oblípara um aplicativo que as une por meio encontradas na literatura, como RPA quas altas; aéreas oblíquas baixas; ou de um algoritmo avançado, que identi- Remotely-Piloted Aircraft (Aeronave aéreas verticais (figura 3) [3]. fica objetos presentes em mais de uma Remotamente Pilotada). No Brasil, tamfoto e os associa a pontos de coordebém é amplamente conhecido como Para a geração de mosaicos devem “drone” (figura 1) [6]. ser utilizadas fotos aéreas verticais, nadas conhecidas para unir as fotos pois a partir delas podem ser retiradas em uma única ortofoto (figura 2) [12]. A definição de VANT tem sido atuarelações geométricas da área de estulizada constantemente pelas agências Atualmente podem ser utilizadas do como distâncias horizontais e verreguladoras. Para realização de aerolecâmeras digitais convencionais, pois ticais, áreas e ângulos. Não se usam vantamentos por empresas, é necestornou-se possível processar imagens fotografias oblíquas para geração de sário cadastro no Ministério da Defesa. e obter dados por meio de sistemas mosaicos devido às variações de escalibrados e com base em modelos Atualmente existem vários modelos cala e distorções [3, 4]. que absorvem as distorções sofridas. de VANT categorizados em relação ao Cada foto tirada durante tamanho, peso, material empreÂngulo gado na construção, entre ouo voo cobre uma área que de abertura Lente da tros aspectos. se superpõe com as fotos câmara Eixo ótico anteriores por volta de 60% longitudinalmente e 25% laVertical Baixa oblíqua Alta oblíqua Ortofoto teralmente (figura 4). Dessas Horizonte superposições é aproveitada Com o VANT é possível obsomente a porção central, na ter a ortofoto ou ortomosaico, qual o deslocamento devido que é uma fotografia aérea Vertical Baixa oblíqua Alta oblíqua ao relevo e as distorções são produzida em escala e livre de menores [15]. distorções, mostrando imagens Fig. 3 – Fotos aéreas de acordo com a inclinação do sensor
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Gestão patrimonial A escolha do modelo adequado de VANT varia conforme a aplicação. Para obtenção de ortofotos, os modelos mais comumente usados são VANT asa fixa e VANT asa rotativa (multirotores). A utilização dos multirotores tem aumentado, pois confere maior estabilidade à aeronave sobre o ponto de captura da fotografia, o que garante precisão de imagem quando comparado a outros métodos. O problema em utilizar esse modelo está na falta de aerodinâmica e no curto tempo de voo devido à dificuldade em armazenar carga em baterias. Diversos fatores influenciam na obtenção de resultados com boa qualidade, por isso um bom planejamento da coleta dos dados é imprescindível. Definida a área de estudo, é necessário avaliar a segurança das pessoas envolvidas, equipamentos e bens materiais utilizados no levantamento. Outros fatores, como condições legais de operação, obstáculos como torres e linhas de transmissão, condições de clima e locais para pouso e decolagem devem ser observados. Com a definição de todos os parâmetros, são definidas a altura de voo e a rota a ser percorrida [7].
A precisão da ortofoto está diretamente ligada ao conhecimento da posição de cada foto obtida durante o voo. A maioria dos VANTs com capacidade de realizar ma- Fig. 4 – Superposição longitudinal (1) e superposição lateral peamento aéreo possui (2) de fotos sistema GNSS, porém com baixa precisão, sendo equivalente das coordenadas das imagens e dos aos encontrados em telefones celula- pontos de controle, com alguns ajustes res, com erros de até 10 metros. Já exis- de observações, são obtidos parâmetros tem VANTs no mercado que contam de transformação. A imagem encontra-se ortorretificada quando passa por corcom sistema GNSS de alta precisão. Quando a posição cartográfica de reções relacionadas ao relevo e os elecada imagem se associa a algum sis- mentos encontrados na imagem estão tema de coordenadas, sendo o mais perpendiculares ao plano da imagem. comum o sistema de projeção UniOs aplicativos avançados e de simversal Transversal de Mercator (UTM), ples manipulação para geração de tem-se um georreferenciamento da imagem [8]. O conceito da geração de ortomosaicos é relativamente simples: o processo transforma a projeção central na imagem em projeção ortogonal (perpendicular) ao plano. A partir Fig. 5 – Nuvem de pontos gerada pelo software
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Fig. 6 – Ortomosaico gerado pelo aplicativo
ortofotos são os baseados em algoritmos SfM (Structure from Motion) [16]. Esses aplicativos permitem a reconstrução automática de uma cena tridimensional através do rastreamento de pontos notáveis entre as fotos inseridas no processamento. Cada ponto notável possui uma coordenada computada e todas as imagens passam a formar a chamada nuvem dispersa, que é a distribuição espacial dos pontos identificados. A partir daí
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Fig. 7 – Imagem em composição colorida (vermelha, verde, azul e infravermelha próxima)
são inseridos os pontos de controle para a geração de uma segunda nuvem de pontos, chamada nuvem densa (figura 5), e então o sistema é capaz de gerar uma superfície [16]. Da superfície gerada é obtido o MDS - Modelo Digital de Superfície, um modelo matemático que representa a superfície terrestre levando em consideração as cotas dos objetos nela contidos, como edificações e vegetação. A partir do MDS é ge-
rada a ortofoto da área de estudo (figura 6) [17]. Como mencionado, é cada vez mais comum a utilização de câmeras convencionais em aerolevantamentos, que utilizam um sistema de cores denominado RGB (Red, Green and Blue ou Vermelho, Verde e Azul, respectivamente), mostrando nas fotografias objetos e ambientes em suas cores reais, exibindo o que se vê a olho nu (figura 7). Cada uma des-
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Gestão patrimonial
Fig. 9 – Moradias instaladas dentro da faixa de segurança
Fig. 8 – Limites da faixa de servidão da Adutora Rio Claro a ser estudada
O plano de voo foi elaborado pelo aplicativo Mission Planner, dando cinco voltas sobre a FS, a uma altura de 20 m, distância de 50 m entre cada linha, sobreposição fronObjetivos tal de 80% e sobreposição Fig. 10 – VANT DJI Mavic 2 lateral de 85%. Para avaliar tecnicamente a tecnoFoi utilizado o VANT DJI Mavic 2 logia na gestão do uso e ocupação do sível obter um ortomosaico com alta Pro (figura 10), com bateria suficiensolo, este artigo obteve fotos em alta resolução e precisão. Ao realizar uma te para a realização das cinco voltas e resolução, orto e georreferenciadas aproximação no ortomosaico sobre a obtenção das fotografias de toda a FS. área da FS da adutora, é possível vigeradas a partir de voo sobre a FS da O modelo se enquadra na Classe 3 da sualizar em detalhes e identificar faAdutora do Rio Claro, pertencente à regulamentação da ANAC [1], sendo cilmente a adutora e as residências Sabesp, onde foram detectadas posdo tipo asa rotativa. irregulares sobre ela (figura 11). síveis invasões (figura 8). O VANT decolou do chão, sem A Sabesp disponibilizou a docuEsta FS está situada em Sapopemqualquer manipulação dos presentes, mentação cadastral elaborada a partir ba, Zona Leste de São Paulo. O baire levou em torno de 25 minutos para desse levantamento, cujo objetivo era ro é composto, em sua maioria, pela concluir o voo e aterrissar no mesmo comparar as coordenadas com aqueclasse média baixa. As extremidades local em que iniciou a sua decolagem. las obtidas através do VANT. laterais da FS são definidas com 15 metros de cada lado do eixo da aduOs levantamentos topográficos reatora, totalizando uma faixa de servidão lizados com a estação total e receptores Resultados e discussões com 30 metros de largura total. Em GNSS permitem determinar coordenaApós a realização do voo, a Sabesp um voo preliminar, vários imóveis fodas com precisão de até três metros, disponibilizou a ortofoto da área de ram identificados invadindo a FS em sendo que, para um posicionamento estudo. Com o equipamento foi posquestão, como mostra a figura 9. com alta precisão, é necessária uma combinação adequada entre o equipamento, o método de posicionamento e o programa de pós-processamento, eliminando erros de maneira aceitável, levando à aquisição de coordenadas de precisão centimétrica [10]. A figura 12 mostra a linha vermelha do levantamento topográfico colocada sobre o ortomosaico obtido pelo VANT, onde é possível notar que ela Fig. 11 – Aproximação no ortomosaico sobre a área da adutora coincide com o eixo da adutora. sas cores corresponde a um intervalo entre dois comprimentos de onda no espectro eletromagnético, chamadas de bandas espectrais [13].
Soluções Customizadas em Medição de Fluidos
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Gestão patrimonial Esta comparação foi realizada no AutoCAD e obteve uma diferença de apenas 5,38 cm em relação ao levantamento topográfico que a Sabesp realizou na EEA - Estação Elevatória de Água.
Tab. I - Padrão de exatidão planimétrico dos produtos cartográficos digitais 1:1000 1:2000 1:5000 PEC PEC-PCD PEC (m) EP (m) PEC (m) EP (m) PEC (m) EP (m) A 0,28 0,17 0,56 0,34 1,40 0,85 A B 0,50 0,30 1,00 0,60 2,50 1,50 B C 0,80 0,50 1,60 1,00 4,00 2,50 C D 1,00 0,60 2,00 1,20 5,00 3,00
Fig. 12 – Levantamento topográfico sobre o ortomosaico obtido com VANT
Tendo em vista que o objetivo deste artigo foi avaliar a precisão de imagens obtidas através de VANT para possibilitar a elaboração de documentação cadastral patrimonial que identifique invasões em faixas de servidão, é preciso comparar os resultados de precisão com os valores da tabela I. A documentação mencionada deve ser elaborada na escala 1:1000, de forma a apresentar o maior número de detalhes em um formato de papel que garanta a sua leitura. De acordo com a tabela I, a PEC PCD A – correspondente à maior precisão possível – e considerando a escala 1:1000, foi possível verificar um ótimo resultado obtido pela ortofoto (5,38 cm), já que o erro máximo para cada levantamento deve ser inferior a 17 cm no plano horizontal. O ortomosaico possui alta qualidade na resolução e precisão. A obtenção de informações por meio de VANT apresenta-se como uma alternativa promissora para o mercado, pois produz resultados precisos e satisfatórios em relação ao tempo de obtenção dos dados, podendo identificar com eficiência as edificações que
fazem divisa com faixas de servidão e áreas construídas inapropriadamente dentro da faixa. Ao olhar para a figura 13, é possível ver com detalhes o contorno feito sobre a ortofoto, mantendo a qualidade e precisão dos levantamentos topográficos tradicionais.
Conclusão A utilização de VANT para monitoramento de grandes áreas se mostrou eficiente, pois adquirem imagens em tempo muito curto, de alta qualidade, resolução e precisão. O levantamento mostrou dados confiáveis e com precisão equivalente ao método de levantamento topográ-
1:10000 PEC (m) EP (m) 2,80 1,70 5,00 3,00 8,00 5,00 10,00 6,00
fico tradicional para elaboração de cadastro patrimonial. De forma segura e rápida, a técnica estabelece um novo modelo de monitoramento, facilitando a aquisição de dados em tempo reduzido quando comparado ao método tradicional (até 48 horas). Outro ponto observado foi a facilidade em identificar e mensurar invasões na FS. Além disso, a técnica permite criar um histórico de fotos que pode ser utilizado na comprovação legal de posse, quando da necessidade de reintegração. Outras áreas podem se beneficiar da tecnologia VANT, como planejamento de novos projetos, monitoramento ambiental, identificação de perdas de água, clorofila em mananciais e turbidez, atualização cadastral de imóveis em prefeituras e aperfeiçoamento de dados cartográficos.
Referências [1] Agência Nacional de Aviação Civil, ANAC. Regulamento brasileiro da aviação civil especial RBAC-E no 94, Requisitos gerais para aeronaves não tripuladas de uso civil, 2017.
Fig. 13 – Aproximação da ortofoto para verificação dos imóveis invasores
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[2] Arruda Jr., E.R.: “Mosaicagem” de imagens digitais. 2002. Dissertação Mestrado. Universidade Estadual Paulista. [3] Carvalho, E.A.; Araújo, P.C.: As fotografias aéreas e sua utilização pela Cartografia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2009. [4] Cassemiro, G.H.M.; Pinto, H. B. Composição e processamento de imagens aéreas de alta resolução obtidas com drone. 2014. Monografia (Graduação) – Universidade de Brasília, UNB. [5] Cucco, J.: Gestão territorial em faixas de servidão de linhas de Transmissão propensas à invasão utilizando lógica difusa. Dissertação Mestrado em Engenharia Civil. Universidade Federal de Santa Catarina. 2011. [6] Departamento de Controle do Espaço Aéreo, DECEA. Aeronaves não tripuladas e o acesso ao espaço aéreo brasileiro. ICA-100-40. 2018. Disponível em: https://publicacoes. decea.gov.br/?i=publicacao&id=5250. [7] Ferreira, A.M.R. et al.: Utilização de aeronaves remotamente pilotadas para extração de mosaico georreferenciado multiespectral e modelo digital de elevação de altíssima resolução espacial. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. 2013. Foz do
Iguaçu: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. [8] Gripp Jr, J.: Ortorretificação de imagens de alta resolução para aplicação no cadastro técnico rural e mapeamento de área de preservação permanente e reservas legais. Tese Doutorado. Universidade Federal de Viçosa. 2009. [9] Januário, G.: Pontos de controle: o que são? www.geosensori.com.br/2019/04/25/pontos-de-controle-o-que-sao/>. [10] Loch, C.; Cordini, J.: Topografia contemporânea: planimetria. Florianópolis. Ed. da UFSC, 2000. [11] Lopes, J.A.: Ortofoto. Revista Brasileira de Cartografia, vol. 43, Jan./1989. [12] O que é ortofoto? GeoSensori, Salgueiro. Jun./2019. [13] Quartaroli, C.F.; Vicente, L.E.; Araujo, L.S.: Sensoriamento Remoto. Separata de: Tôsto, S. G; Rodrigues, C.A.G; Bolfe, E.L; Batistella, M. (ed.). Geotecnologias e geoinformação. Brasília: Embrapa, 2014. cap. 4. [14] Souto, J.Q.: Mapeamento de áreas de pressão à ocupação irregular da faixa de passagem: o caso da linha Anhanguera-Guarulhos. 2017. Dissertação Mestrado em Geografia. Universidade de São Paulo, 2017.
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[15] Tommaselli, A.M.G.; Hasegawa, J.K.; Galo, M.; Imai, N.N.; Ruy, R.S.: Sensoriamento remoto aerotransportado: uma abordagem usando câmeras digitais. In: Fernando Luiz de Paula Santil; Hélio Silveira; Maria Luzia de Souza; e Fernando Ricardo dos Santos. (Org.). Recursos tecnológicos aplicados à Cartografia. Maringá: Sthampa Gráfica e Editora, 2010. [16] Viana, C.D.: Análise estrutural de descontinuidade baseada em técnicas de structure from motion: aplicação em mina a céu aberto. Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. [17] Zanetti, J.: Influência do número e distribuição de pontos de controle em ortofotos geradas a partir de um levantamento por Vant. 2017. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Viçosa.
Versão resumida e adaptada do artigo Veículos aéreos não tripulados para monitoramento de invasões em propriedades e faixas de servidão, apresentado no 32° Encontro Técnico AESabesp/Fenasan - Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 14 a 16 de setembro de 2021, de forma online.
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Serviço
Guias de medidores de vazão A medição é o primeiro passo para reduzir as elevadas perdas de água no país, que chegam a 70% em algumas regiões. O levantamento detalha a oferta nacional de hidrômetros e medidores de vazão ultrassônicos, magnéticos e de pressão diferencial, bem como suas principais características técnicas.
Medidores de vazão Hidrômetro
Tipo
Empresa / telefone / e-mail
Accell Solutions (19) 3471-8475 marcos.revelin@accellsolutions.com
Área variável
Ultra-sônico
Clamp on
Leitura remota
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Alfacomp (51) 3029-7161 alfacomp@alfacomp.ind.br
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Bermad (11) 3074-1199 bermad.br@bermad.com
Danfoss (11) 2135 5400 sac.brasil@danfoss.com
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Digimat (11) 98464-6648 digimat@digimat.com.br Eletra Energy (85) 99199-8896 vendas.agua@eletraenergy.com
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Clean Environment (19) 98182-3744 clean@clean.com.br Conaut (11) 97295-0972 saneamento@conaut.com.br
Outros produtos
Magnético
Comercial Industrial Residencial Gerenciamento da rede Ultrassônico Protocolo Mbus Protocolo Pulse Radiofrequência SMS Celular GPRS Deslocamento positivo Turbina Placa de orifício Pressão Tubo venturi diferencial Tubo Pitot Rotâmetro Acoplamento magnético Turbina axial Mola e pistão Thermal Mássico Coriolis Doppler Tempo de trânsito Intrusivo Beam Canal aberto Macromedidor Inserção (c/ ou sem válvula) Dosagem de produtos químicos Vortex (flangeado) Visor de fluxo Sensor de fluxo Célula de carga Registrador Sonda portátil Medidor de nível de água Medidor tipo rotor (roda d´água) Medidor de nível e volume 3D Detector de gases
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Fluid Brasil (11) 98242-0185 comercial@fluidbrasil.com.br
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Gaiatec (11) 98954-2866 gaiatec@gaiatecsistemas.com.br
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Hidrometer (11) 98516-4367 vendas3@hidrometer.com.br
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Serviço Medidores de vazão Hidrômetro
Ultra-sônico
Outros produtos
Magnético
Comercial Industrial Residencial Gerenciamento da rede Ultrassônico Protocolo Mbus Protocolo Pulse Radiofrequência SMS Celular GPRS Deslocamento positivo Turbina Placa de orifício Pressão Tubo venturi diferencial Tubo Pitot Rotâmetro Acoplamento magnético Turbina axial Mola e pistão Thermal Mássico Coriolis Doppler Tempo de trânsito Intrusivo Beam Canal aberto Macromedidor Inserção (c/ ou sem válvula) Dosagem de produtos químicos Vortex (flangeado) Visor de fluxo Sensor de fluxo Célula de carga Registrador Sonda portátil Medidor de nível de água Medidor tipo rotor (roda d´água) Medidor de nível e volume 3D Detector de gases Tipo
Empresa / telefone / e-mail
Área variável
Clamp on
Leitura remota
Hirsa (21) 2467-9200 hirsa@hirsa.com.br Hydrom (51) 99988-1350 comercial@hidrometro.com.br
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Isoil Lamon (31) 99200-0155 vendas@isoil-lamon.com.br
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Ituflux (11) 93259-4180 vendas@ituflux.com.br
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Metroval (19) 2127-9400 vendas@metroval.com.br
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Omel (11) 95666-7458 vendas@omel.com.br
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Schneider Electric (11) 2165-5400 instrumentacaobrasil@schneider-electric.com
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Tecnosan (47) 99983-8331 tecnosan@tecnosan.com.br
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Vika Controls (11) 91101-1587 vendas@vikacontrols.com.br Zenner (51) 3035-5530 comercialrs@zenner.com.br
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Pase Hidrometria (41) 3569-0622 contato@pasehidro.com.br
USE (21) 98835-6524 consulta@use.com.br
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MS Instrumentos (21) 2493-0588 vendas@msinstrumentos.com.br
Techmeter (11) 5071-1630 vendas@techmeter.com.br
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Kit Nível (11) 97376-4019 kitnivel@kitnivel.com
SDB Metering (11) 98473-0713 emerson@sdbmetering.com.br
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Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 189 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, maio e junho de 2022. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
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Abastecimento
Membranas de ultrafiltração para produção de água potável Claudia Patricia Pereira Simões e Claudia Morato Alvares, Analistas Operacionais da Caesb; Fabio Pereira de Carvalho, Lead Technical Specialist da DuPont; Cristina Celia Silveira Brandão, Professora Associada do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UNB
A
As membranas de ultrafiltração devem ser levadas em consideração nos projetos de estações de tratamento de água para abastecimento público. Essa alternativa tem se mostrado atraente tanto do ponto de vista econômico quanto em relação à qualidade da água produzida, como mostra o artigo a seguir, que analisa o estudo de caso real da ETA Lago Norte, inaugurada pela Caesb em outubro de 2017.
crise no abastecimento de água nas grandes cidades tem ganhado as manchetes dos principais meios de comunicação. Em 2014, o Estado de São Paulo vivenciou o racionamento, inclusive a capital paulista e região metropolitana. Dois anos depois, o Distrito Federal passou pela mesma experiência, com seus principais sistemas atingindo os piores níveis já registrados. O racionamento foi iniciado em janeiro de 2017 nos municípios abastecidos pelo reservatório do Descoberto e em março do mesmo ano atingiu o reservatório de Santa Maria. Para evitar o colapso, a Caesb Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal ampliou sua capacidade de produção. Entre os novos sistemas implantados, destaca-se o Sistema Produtor de Água do Lago Paranoá. Em apenas sete meses foi elaborado termo de referência, realizada a contratação de obras e iniciada a operação de uma nova ETA - Estação de Tratamento de Água, denominada ETA Lago Norte, com vazão de até 700 L/s. Equipada com mem-
branas de ultrafiltração, a unidade foi inaugurada em outubro de 2017. Os bons resultados com a ETA Lago Norte, seja em termos de qualidade da água produzida, ou em relação ao baixíssimo prazo de implementação, confirmaram as vantagens dos PSMs - processos de separação por membranas apresentadas na literatura ([1], [8], [5], entre outros), como: • Sistema mais compacto e modular, de rápida implantação e ampliação. • Baixa demanda de área construída. • Qualidade da água tratada, por meio da remoção de turbidez, bactérias e vírus, micro-organismos resistentes à desinfecção (Giardia, Cryptosporidium). • Redução da geração de lodo e custos de tratamento e disposição. • Facilidade de automação e consequente monitoramento dos parâmetros de qualidade e de processo. Assim, os PSMs têm se tornado uma opção tecnológica interessante para complementar ou substituir sistemas de tratamento de água existentes. Isso tem ocorrido, principalmente, pelas vantagens já mencionadas, e
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por garantir elevados níveis de remoção de contaminantes, permitindo o atendimento aos padrões de qualidade cada vez mais rigorosos das legislações. Também colabora para a disseminação dos PSMs, em vários países, o desenvolvimento de membranas mais eficientes e seletivas, com custos de aquisição e operação cada vez menores, tornando a tecnologia mais atraente do ponto de vista econômico [9], [4].
Metodologia O estudo foi realizado na ETA Lago Norte, equipada com membranas de ultrafiltração no processo de tratamento, composto pelas seguintes etapas: • Captação de água bruta. • Pré-tratamento da água bruta em sistema de filtro a disco. • A água pré-filtrada alimenta os módulos de ultrafiltração. • A água ultrafiltrada é conduzida para o reservatório de equalização. Na adutora é realizada a desinfecção com hipoclorito de sódio, fluoretação e correção de pH. • Estação elevatória de água tratada. Para uma melhor avaliação dos custos operacionais, a ETA Lago Norte foi comparada com outra estação de porte semelhante, com 640 L/s e dupla filtração, que neste trabalho será denominada ETA 1, com as seguintes etapas: 1) A água bruta recebe o coagulante diretamente na adutora por meio de injetor. A mistura rápida ocorre por meio de uma malha instalada na tubulação. 2) A água coagulada é enviada para a câmara de carga. 3) A água dessa câmara entra no fundo dos filtros de fluxo ascendente para executar o primeiro estágio de filtração.
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4) A água filtrada do primeiro estágio é
coletada e enviada aos filtros descendentes (segundo estágio de filtração). 5) A água filtrada é conduzida para o tanque de contato onde é realizada a desinfecção (gás de cloro), fluoretação e correção de pH. Foi feita também uma comparação com outra estação, com capacidade nominal de 190 L/s. Essa unidade foi incluída no estudo porque possui o mesmo desinfetante usado na ETA Lago Norte, o hipoclorito de sódio. Tem como principal processo de tratamento a filtração direta, que neste trabalho será denominada ETA 2. Seguem as etapas de tratamento: • O coagulante é adicionado a água bruta na calha Parshall, onde ocorre a mistura rápida. • A água coagulada é enviada aos filtros de fluxo rápido descendentes. • A água filtrada é conduzida para desinfecção (hipoclorito de sódio), fluoretação e correção do pH. Para composição dos custos de operação, foram considerados os seguintes itens: produtos químicos utilizados no tratamento e limpeza de membranas, serviços de limpeza e conservação, vigilância, mão de obra e custos de energia elétrica. Os custos referentes à manutenção não foram considerados. Já os custos de tratamento e disposição dos resíduos foram considerados apenas na ETA 1. No caso da ETA Lago Norte, os resíduos são encaminhados para uma ETE - estação de tratamento de esgotos. Em relação ao custo da eletricidade: • ETA Lago Norte – O sistema conta com dois medidores de energia elétrica horo-sazonal, sendo um deles na captação e elevatória de água bruta (EAB) e outro na ETA utilizado para quantificar a energia utilizada na ETA
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Abastecimento Tab. I - Vazão média referente a 2019 (L/s) e na elevatória de água tratada (EAT). A EAB é responsável pelo recalque Vazões de janeiro Unidades a dezembro 2019 da água bruta até a ETA Lago Norte ETA Lago Norte 505 e também para manter a pressão de operação nos módulos de membrana. ETA 1 416 A partir dos dados de perda de carga ETA 2 120 e altura manométrica entre a captação e ETA, foi calculado o percentual de • ETA 1 – Foram considerados 12 energia gasto em cada processo, com operadores e um supervisor e os vao seguinte resultado: 36% da energia lores foram os mesmos utilizados no é utilizada no recalque da água bruta item anterior. e 64% como força motriz para o PSM. Foi avaliado o período de janeiro a Os mesmos cálculos foram realizados dezembro de 2019. As comparações para separar a energia gasta no recal- ocorreram quanto ao custo por metro que da água tratada e demais proces- cúbico de água tratada por cada ETA sos da ETA (dosagem de produtos avaliada. A tabela I apresenta as vaquímicos, compressores, sopradores, zões médias de cada unidade. entre outros). Neste caso o resultado O custo envolvido com o trataobtido foi de 81% para o recalque e mento de resíduos foi considerado 19% para o tratamento da água. apenas para a ETA 1, uma vez que a • ETA 1 – O custo total de eletricidade ETA 2 não conta com esse sistema. da unidade, que já está separada das No caso da ETA Lago Norte, a água unidades de bombeamento de água de limpeza química das membranas bruta e tratada. passa por um processo de neutrali• ETA 2 – Assim como no caso da zação. Esse resíduo, juntamente com ETA Lago Norte, o custo energético a água de backwash (retrolavagem, de tratamento foi dissociado do cus- sem adição de químicos), é direcioto de bombeamento, uma vez que a nado para a rede coletora de esgoto e unidade tem apenas uma medição de tratada em uma ETE de nível terciário, energia para recalque de água bruta e já existente. tratada e para o tratamento. O resultaVale destacar ainda que as três esdo obtido foi de 95% para o bombea- tações de tratamento de água apremento e 5% para o tratamento. sentam procedimentos operacionais Em relação aos custos de mão de bem definidos, executados em um obra: regime de normalidade. O processo • ETA Lago Norte e ETA 2 – Foram con- de tratamento, no tocante à qualidasiderados seis opePercentuais de custo ETA Lago Norte radores e um supervisor e utilizados 1% como referência os 6% 30% Produtos químicos valores médios dos 25% Pessoal salários de técnicos Energia elétrica em sistemas de saVigilância neamento (super38% Limpeza visores) e agentes de operação (operadores) praticados Fig. 1 – Composição dos principais custos operacionais da ETA pela empresa. Lago Norte
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Tab. II – Comparação de custo/m³ em 2019 2019 Percentuais de custo ETA 01 6%
7% 6%
8%
ETA 1
0,55 0,59 0,56 0,58 0,54 0,53 0,51 0,49 0,51 0,54 0,55 0,56 0,54
ETA 2
0,75 0,93 0,78 0,89 0,92 0,89 0,85 0,83 0,88 0,89 1,22 0,91 0,90
Produtos químicos
ETA Lago Norte
0,40 0,54 0,43 0,44 0,43 0,42 0,48 0,40 0,44 0,45 0,42 0,44 0,44
Pessoal
ETA Lago Norte * 0,47 0,61 0,50 0,51 0,50 0,49 0,55 0,47 0,51 0,52 0,49 0,51 0,51
Energia elétrica
73%
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
Vigilância Limpeza
ETA Lago Norte * 0,49 0,64 0,53 0,54 0,53 0,51 0,58 0,50 0,53 0,55 0,51 0,54 0,54 * Incluído custo de reposição de membrana em sete anos ** Incluído custo de reposição de membrana em cinco anos
operação da ETA Lago Norte são apresentados na figura 1, da ETA 1 na figura 2 e da Percentuais de custo ETA 02 ETA 2 na figura 3. 2% Os resultados mostram 2% 7% 13% que o custo mais represen‑ Produtos químicos tativo em todas as unidades Pessoal é a mão de obra. No entan‑ Energia elétrica to, quando comparado com Vigilância 76% as outras duas estações, seu Limpeza impacto é menos significativo para a ETA Lago Norte. Con‑ Fig. 3 – Composição dos principais custos operacionais da ETA 2 siderando a possibilidade de operação autônoma dessa de da água produzida, é satisfatório e unidade com monitoramento remoto, atende ao estabelecido na legislação o percentual de custos de mão de obra vigente. pode ser reduzido ainda mais em re‑ lação a outras despesas. Em relação à eletricidade, na ETA Resultados Lago Norte o custo é mais represen‑ Os percentuais referentes aos prin‑ tativo, o que já era esperado, uma cipais custos operacionais mensais de vez que o processo de separação por Fig. 2 – Composição dos principais custos operacionais da ETA 1
membrana utiliza a pressão como for‑ ça motriz. Como mencionado anteriormente, as ETAs Lago Norte e ETA 2 utilizam o hipoclorito de sódio para desinfec‑ ção, enquanto a ETA 1 adota o cloro gasoso. Ao analisar o peso de cada produto químico na composição dos custos, o hipoclorito representou 82% dos custos com produtos químicos na ETA Lago Norte e 70,6% da ETA 2, enquanto o cloro gasoso da ETA 1 foi apenas de 37,3%. A operação com hipoclorito de sódio é mais cara quan‑ do comparada ao gás cloro, devido à diferença de concentração entre os produtos, mas permite automação e minimiza os riscos para trabalhadores e ambientais. A tabela II apresenta a compara‑ ção custo operacional por m3 de água produzida em cada empreendimento
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Abastecimento analisado. No caso da ETA Lago Norte, foi avaliado também o custo de substituição de todos os módulos de membranas a cada sete anos (garantia mínima). Para esse cálculo, foi utilizado o preço comercial dos módulos e o câmbio do dólar de R$ 4,70 (cotação na data do estudo), totalizando R$ 7.402.500, referentes à substituição de todos os módulos de membranas de ultrafiltração instalados na ETA Lago Norte. É importante destacar que a literatura adota como tempo de vida útil das membranas o período de cinco anos ([6], [3], entre outros). Porém, no caso da ETA Lago Norte foram previstos sete anos, principalmente em função das características da água bruta do lago Paranoá. O manancial que abastece a estação apresenta baixíssimos valores de turbidez, variando entre 16,5 e 1,1 UT, com média de 3 UT. Para condições mais extremas de operação com turbidez elevada, espera-se maior frequência de limpezas e, consequentemente, maior desgaste das membranas e menor vida útil. Assim, esses dois períodos foram avaliados no estudo. O custo operacional do ETA Lago Norte foi o menor entre as unidades avaliadas, mesmo quando incluído o custo de substituição da membrana, diluído no tempo de vida estimado para o empreendimento. É importante mencionar as diferenças entre a capacidade de produção das estações avaliadas. As unidades de menor vazão tendem a ter custos operacionais mais altos, o que pode ser constatado com os valores da ETA 2, que produziu em 2019 uma vazão média 4,2 vezes menor do que a ETA Lago Norte. As ETAs 1 e Lago Norte com vazões mais próximas tiveram custos operacionais similares ao considerar o tempo de vida útil da literatura e pouca diferen-
ça quando o tempo de reposição de membranas estimado para a unidade foi avaliado. Mierzwa et al. [6] compararam os custos de investimento e operação, entre os sistemas de ultrafiltração, convencional e convencional com carvão ativado. Os autores utilizaram a equação de Hirschfeld [2] e os resultados para ultrafiltração são apresentados na tabela III. Tab. III – Comparação de custo de tratamento em função do período de retorno de investimento. (Modificada. Fonte: Mierzwa et al. [4]) Custo de tratamento (R$/m3) Período de retorno (anos)
Sistema de ultrafiltração
1 5 10 15 20 25 30
1,15 0,51 0,44 0,42 0,41 0,40 0,40
Este estudo foi desenvolvido considerando os dados do segundo ano de operação da ETA Lago Norte. Realizando-se uma interpolação nos valores apresentados na tabela III, o custo correspondente ao segundo ano seria de R$ 0,99/m3, bem superior ao obtido aqui, porém vale destacar que os autores utilizaram vários componentes do sistema de tratamento para definir o investimento (membranas e vazo de pressão, bombas, pré-filtração, estrutura metálica, instrumentação e controle, sistemas de dosagem e limpeza química, custo de construção e terreno), enquanto neste trabalho foi considerado apenas o custo das membranas.
Conclusão O custo com pessoal foi maior para as três unidades avaliadas, porém no caso da ETA Lago Norte pode ser reduzido, considerando que a unidade é
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automatizada e os PSMs possibilitam a operação remota. Entre as unidades avaliadas, o custo com produtos químicos foi mais representativo na ETA Lago Norte. O hipoclorito de sódio utilizado para desinfecção foi responsável por 82% dos custos totais com químicos. Como já era esperado, a energia elétrica também teve maior peso na ETA Lago Norte, uma vez que os PSMs utilizam a pressão como força motriz. O custo operacional da ETA Lago Norte foi o menor entre as unidades avaliadas, mesmo quando considerada a substituição da membrana, diluído no tempo de vida estimado para a unidade. Porém, quando considerados cinco anos de vida útil, valor recomendado pela literatura, obteve-se o mesmo valor do custo operacional da ETA 1. Com base no estudo, com dados em escala real, podemos dizer que o custo mensal de operação da ultrafiltração é aproximadamente 5,6% menor que a dupla filtração, para o caso avaliado. Apesar da diferença não ser tão expressiva, é importante levar em consideração a estabilidade da qualidade da água produzida. No caso dos PSMs não são verificadas variações significativas, enquanto nos processos convencionais de tratamento podem ocorrer alterações, a depender da água bruta. A partir dos resultados apresentados, pode-se concluir que as membranas de ultrafiltração devem ser levadas em consideração nos projetos de estações de tratamento de água para abastecimento público. Essa alternativa tem se mostrado atraente tanto do ponto de vista econômico quanto em relação à qualidade da água produzida.
Referências [1] Braga, F.M.G.; Simões C.P.P.; Brandão, C.C.S.: Avaliação em escala piloto da aplicação
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de ultrafiltração no tratamento da água do lago Paranoá para consumo humano. 35º Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental – Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental. 2016. [2] Hirschfeld, H. Engenharia Econômica. 2ª edição, Editora Atlas. São Paulo. 1982. [3] Liikanen, R.; Yli-Kuivila, J. e Laukkanen, R.: Efficiency of various chemical cleanings for nanofiltration membrane fouled by conventionally-treat ed surface water. Journal of Membrane Science 195. 2002. [4] Mierzwa, J.C.; Silva, M.C.C.; Rodrigues, L.D.B.; Hespanhol. I.: Tratamento de água para abastecimento público por ultrafiltração: avaliação comparativa através dos custos diretos de implantação e operação com os sistemas convencional e convencional com carvão ativado. Engenharia Sanitária Ambiental, v. 13, n. 1, 2008. [5] Mondal, S. e Wickramasinghe, R.: Produced water treatment by nanofiltration and reverse osmosis membranes. Journal of Membrane Science 322. 2008. [6] Pickerin e Wiesner: Modelo de custo para filtração por membrana de baixa pressão. Journal of Environmental Engineering. Volume 119, Edição 5. 1993. [7] Sampaio, A.E.: Avaliação econômica comparativa da estação de tratamento de água de Maranguape tratando água de dois distintos mananciais: Açudes Acarape do Meio e Gavião. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil. 2014. [8] Simões, C.P.P.: Avaliação operacional e remoção de bisfenol-A no tratamento de água por diferentes tipos de membranas: avaliação em escala piloto. Dissertação mestrado, UnB, Brasília, DF. 2016. [9] Van Der Bruggen, B; Everaert, K.; Wilms, D.; Vandecasteele, C.: Application of nanofiltration for removal of pesticides, nitrate and hardness from ground water: rejection properties and economic evaluation. Journal of Membrane Science, 193. 2001.
Versão resumida e adaptada do artigo Viabilidade econômica da ultrafiltração para produção de água potável - Estudo de caso no Brasil, apresentado no 31° Encontro Técnico AESabesp/Fenasan - Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente.
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Poço de visita com decantação e retenção de sólidos Este projeto consiste em reter ao máximo os resíduos sólidos e materiais flutuantes no poço de visita. O objetivo é atuar na conservação e manutenção preventiva da rede coletora de esgoto, evitando possíveis indenizações decorrentes de sinistros causados pela obstrução e refluxo aos imóveis. José Eduardo dos Santos Marques, Irineu Delatorre Júnior, Rodrigo Rodrigues de Camargo, Silvio de Lima Nicolau e Milton G. Nascimento, da Sabesp
E
ste trabalho apresenta uma nova forma de analisar o sistema de coleta de resíduos e uma mudança no processo operacional de desobstrução de esgoto adotado atualmente, visando novas técnicas e redução de gastos. Após analisar problemas frequentes, ficou evidente a necessidade e a preocupação da Sabesp em investir em novas ações, a fim de promover algumas melhorias dos processos, utilizando-se do conhecimento adquirido, de programas informatizados e indicadores de controle, apresentados na sequência: • ISC: Índice de Satisfação do Cliente. • IEAM: Índice de Eficácia no Atendimento às Manifestações. • ISCom: Índice de Satisfação da Comunidade. • IORC: Índice de Obstruções de Rede de Esgoto. Foram identificadas e apontadas áreas que apresentam altos índices de entupimentos, seguindo modelo anteriormente testado e aprovado. De imediato foram escolhidas as áreas
das Bacias Córrego Mandaqui TC-14 (Tietê - Centro) e Cabuçu de Cima (TC-28), no município de São Paulo. Dentro do plano, buscou-se manter os custos de manutenção baixos e direcionar os recursos para soluções e tecnologias inovadoras. A presença de resíduos sólidos na rede de esgotamento sanitário deve-se ao descarte indevido, por parte dos usuários [6]. Observa-se ainda que a maior parte dos problemas pertinentes às obstruções de esgotos é proveniente de materiais sólidos, como pedras, areias, madeiras, pedaços de ferro e tecidos. Diante desse fato, os materiais mais encontrados nas redes coletoras de esgoto durante o serviço de desobstrução realizado pelas equipes da concessionária são: garrafas PET, sacolas plásticas, tecidos ou partes de vestuários, entre outros. Isso ocorre porque algumas residências possuem ramais de esgotos clandestinos ligados às redes coletoras, ou têm suas caixas de inspeção danificadas ou sem tampa. Assim, a poluição
generalizada incorporada com grande parte de material granular se encarrega de causar os danos nas redes coletoras – algumas vezes, esses problemas são tão crônicos, que é necessário substituir tais redes, além de causar refluxo de esgoto sanitário nos imóveis, principalmente naqueles com soleira negativa (abaixo do nível da via trafegável), contaminando rios e córregos.
Metodologia Em busca de soluções para os problemas de esgotamento sanitário, a companhia utilizou uma ferramenta empregada na gestão da qualidade dos processos chamada PDCA (Plan, Do, Check and Act ou Planejar, Fazer, Verificar e Agir). Concomitantemente, os profissionais operacionais foram a campo para determinar as técnicas a serem implantadas e a melhor localização quanto às possíveis interferências a serem superadas. Em seguida, foram definidas duas áreas com grande reincidência de obstruções para a implan-
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tação dos projetos piloto, como citado anteriormente.
PV com decantação e retenção de sólidos flutuantes • 1a fase: Foi montado um grupo de profissionais na concessionária em busca da melhoria do processo de esgoto no município de São Paulo. Esse grupo reuniu gerentes, encarregados, técnicos e agentes de saneamento operacionais. Na etapa foram definidas as áreas que sofreriam intervenções, os equipamentos e materiais a serem utilizados e os tipos de ações para os métodos de controle e acompanhamento. • 2a fase: As equipes visitam os locais selecionados para levantamento e escolha mais assertiva da instalação do novo PV de decantação com retenção de sólidos flutuantes, evidenciando todas as possibilidades e possíveis restrições que possam interferir, como galerias de águas pluviais, alta tensão subterrânea, redes ou ramais de gás, cabos de fibra óptica, telefonia e redes de água.
Fig. 1 – PV de decantação com curva para retenção
• 3a fase: Implantação do projeto propriamente dito, obedecendo todas as normas e diretrizes que regem a lei vigente do saneamento básico (11.445/2007). • 4a fase: Acompanhamento através de indicadores e visitas técnicas esporádicas para analisar e determinar quais ações devem ser tomadas ou se necessitam de algum tipo de ajuste/ adaptação.
Resultado Este trabalho traz como inovação a melhoria do desempenho do PV com retenção de detritos sólidos pesados em sua base (fundo), onde são alocados restos de materiais de construções, de vestuários (inteiros ou
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partes), pedaços de madeiras, ferros, fios e os mais variados detritos. Depositam-se, pelo menos, a 1 m abaixo do nível da rede coletora de esgoto. Logo, neste novo poço de visita, com 2 m a montante da chegada, deve-se fazer um by-pass de esgoto – ramal passando lateralmente pelo PV de decantação, instalado com retorno do mesmo a 3 m a jusante. Trata-se de um modelo de ramal de interligação que sai da rede coletora antes do PV e retorna para a rede após o PV, com uma angulação acima de 55º e abaixo de 125° de inclinação, em perspectiva da rede coletora antes do PV, e com diâmetro de 100 mm. Assim, evita-se que os sólidos sejam projetados para o PV e que não ocorra o transbordamento a montante, e nem possíveis refluxos com retorno para os imóveis da região, durante a limpeza preventiva periódica. Na calha de saída do esgoto deve ser colocado o PV de decantação com curva de retenção em direção ao fundo (270º) (figura 1) – pela perspectiva da rede coletora de esgoto. Dessa forma, será conduzido muito mais líquido aos resíduos sólidos, a fim de reter os
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sólidos flutuantes (garrafas PET, madeiras, sacolas, bolinhas plásticas, etc.). Já prevendo um transbordamento desse PV, principalmente pelo excesso de água de chuva lançada na rede, mesmo que ilegalmente por parte de grande parte de usuários, foi instalado um cesto de retenção dos sólidos flutuantes que poderiam sair do PV. Inicialmente para testes e análises foi colocada uma tela hexagonal galvanizada, tipo viveiro dobrada ao meio, mantendo uma altura de 60 cm e fiFig. 2 – Tela de retenção de sólidos xada com lacres de náilon ao redor da tampa articulada do PV para mantê-la suspensa. Sua durabilidade de vida útil no esgoto é de apenas 72 dias (trocada em 12 de abril de 2021), mas com custo bem baixo (figura 2). Conforme exposto na bacia TC-28 Cabuçu de Cima, em período com grandes quantidades de chuvas na Região Sudeste, houve 128 obstruFig. 3 – PV de decantação ções com transbordamento da rede coletora de esgoto, necessitando de 2021, sem nenhum registro de desointervenções imediatas. Foi utilizada bstrução ou quaisquer outra corretiva mão de obra própria e terceirizada, (figura 5). A manutenção e a limpeonerando despesas e todo o sistema za preventiva foram executadas em de esgotamento. 12 de abril de 2021, com retirada de Após este projeto, que entrou em quase 0,5 m de sólidos diversos retioperação em 1° de outubro de 2019, dos na decantação e na tela de retenhouve apenas uma intervenção de ção dos sólidos flutuantes (figura 4). desobstrução pelo motivo dos sólidos flutuantes acumulados no PV a jusanConclusão te até 17 de maio de 2021. Já na bacia Córrego Mandaqui TCOs resultados planejados e espe14, o projeto entrou em operação em rados dependem exclusivamente do 10 de outubro de 2020. Os estudos levantados no período chuvoso antecedente à sua implantação mostraram um total de 57 obstruções com transbordamento da rede coletora de esgoto, levando muitos transtornos e riscos às comunidades atendidas. Portanto, o projeto se mostrou eficaz, apresentando um resultado surpreendente até meados de Fig. 4 – Detritos retidos no PV
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Bacia 28 Bacia 14
Fig. 5 – Gráfico de execução de desobstrução da rede coletora de esgoto
planejamento e da sintonia entre todas as partes envolvidas. Dados dos acompanhamentos semanais para avaliações e registros fotográficos indicam ao menos uma visita técnica ao mês e a execução de uma manutenção preventiva a cada seis meses, utilizando caminhão modelo vácuo para extração dos resíduos sólidos decantados e flutuantes, além da limpeza ou troca da tela de retenção de flutuantes, dando a destinação correta do material retirado à ETE ou aterro sanitário certificado.
Referências [1] ABNT NBR 9649/1986 – Projeto de redes coletoras de esgoto. [2] ABNT NBR 8160/1998 - Sistemas prediais de esgoto sanitário. [3] Lei de Saneamento Básico no 11.445/2007 Art. 1º. [4] NTS 044 - Norma Técnica Sabesp. Tubos Pré-Moldados de Concreto para Poços de Visita e de Inspeção. Especificação. São Paulo. [5] NTS 018 - Norma Técnica Sabesp. Elaboração de projetos. Considerações gerais. [6] Prado, G. S.: Concepção e estudo de uma unidade compacta para tratamento preliminar de esgoto sanitário composta por separador hidrodinâmico por vórtices e grade fina de fluxo tangencial, 2011. (Dourado). Departamento de Hidráulica e Saneamento, Universidade de São Carlos. [7] Santos, Claudio F. dos: Planos e programas para eficiência operacional de esgotamento sanitário. Fenasan 2017.
Trabalho originalmente apresentado no 32º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 14 a 16 de setembro de 2021, de forma online.
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Produtos Tanques Os tanques Toruz em PRFV – Plástico Reforçado com Fibra de Vidro são desenvolvidos para atender aplicações de filtragem, abrandamento ou desmineralização de água em sistemas residenciais, comerciais e industriais. Os produtos são dimensionados para
solução customizada para viabilização da cloração dos mananciais de poços com alto teor de ferro, sem o uso de energia elétrica e bombas dosadoras. O produto envolve os sistemas de dosagem das pastilhas conjugadas por meio de cloradores pressurizados e um produto composto de dicloroisocianurato de sódio e ortopolifosfatos de sódio em pó, que são prensados em pastilhas de 200 g. A solução conta com um precursor de cloro que atua como desinfetante e ortopolifosfato. Site: www.sabaraquimicos.com
suportar a fadiga do material gerada ao longo de anos de operação e, ainda assim, aguentar uma pressão de trabalho de 150 psi. A Toruz é uma marca da Liter. Site: www.liter.com.br
Cloração A Sabará Químicos e Ingredientes, unidade de negócio do Grupo Sabará, fabricante
e distribuidora de soluções com foco no tratamento de água para consumo humano, animal e industrial, desenvolveu, em conjunto com o corpo técnico da Cosanpa, uma
Sensores A galax.ia, com o apoio da companhia municipal Águas de Joinville, desenvolveu três produtos baseados em telemetria, atuação/controle e análise de dados: Órion, dispositivos que coletam dados de vazão, pressão e ruído da rede, podendo ser instalados em cavaletes (micromedição) ou adutoras, poços e reservatórios (macromedição); Hydra, dispositivos para controle de VRPs – válvulas redutoras de pressão e boosters, que podem ser configurados para monitorar a pressão em pontos críticos, operando com regras preestabelecidas ou sob demanda, remotamente; e Volans, algoritmos de big data e analytics para detecção de anomalias, predição de problemas na rede e previsão de consumo ou
comportamento. Os sensores são alimentados por bateria, dispensando conexão à rede elétrica. Os módulos, de 8 × 8 × 6 cm, ficam acoplados na tubulação e são produzidos por um parceiro com tecnologia própria da startup. Site: www.galax-ia.com
Impermeabilizante O impermeabilizante à base de poliuretano vegetal da Imperveg pode ser aplicado em ETAs e ETEs, reservatórios de água potável, pisos industriais, canaletas de efluentes, ambientes confinados, diques de contenção, lajes de cobertura e bacias de contenção química. Isento de solventes e insolúvel em água, apresenta resistência a intempéries e a substâncias agressivas como sais, ácidos e álcalis. Site: www.imperveg.com.br
Cobrança A 4C Digital fornece uma ferramenta de cobrança que pode ser utilizada por empresas de saneamento. No momento, a solução é ofertada em três modelos: Light Cob, Pro Cob e Enterprise Prevent. O primeiro alerta os usuários depois de 10 dias do venci-
mento da fatura. Já o segundo comunica a pendência no dia seguinte ao prazo do pagamento. Por fim, o terceiro avisa sobre a data-limite com três dias de antecedência, reduzindo o número final de pessoas que serão contatadas pós-vencimento. Por ser uma ferramenta digital, as mensagens direcionam a operação para uma forma de pagamento, seja por boleto ou passando uma conta para depósito. A solução é integrada com o ERP da concessionária, permitindo a emissão de faturas em atraso via aplicativo. Site: www.4cdigital.com.br
ETEs A Tecitec fornece ETEs compactas para tratamento de esgotos e efluentes industriais.
São estações que oferecem até 100% do reúso do efluente tratado no próprio processo produtivo, nas torres de resfriamento, rega de jardim, sanitários, lavagem de pátios, entre outros. Como resultado, obtém-se redução de despesas com água e tratamento de efluentes, além de conservar os recursos naturais. Site: www.tecitec.com.br
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A revista Hydro é enviada gratuitamente para profissionais e empresas devidamente qualificados. Se você está interessado em receber a revista, preencha todos os campos pertinentes deste formulário e envie-o para: Aranda Editora Al. Olga, 315 01155-900 São Paulo, SP Tel. (11) 3824-5300
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Sim, desejo receber a revista Hydro gratuitamente. Nome: __________________________________________________________________________________________ Empresa: ________________________________________________________________________________________ Endereço da empresa: ______________________________________________________________________________ Complemento de end. ou Depto. ______________________________________________________________________ CEP _____________ Cidade ______________________________________________________________ UF ______
A remessa da revista será ou não efetivada após análise dos seus dados. Alternativamente, você pode preencher a ficha de qualificação via Internet: www.arandanet.com.br/revista_hydro/ hydro_assinaturas.htm Cargo Diretor Gerente Supervisor Chefe Consultor Engenheiro Outro. Especifique:
Tel. ( ______ ) _____________________ Ramal _____________
Fax ( ______ ) ___________________________
E-mail: __________________________________________________________________________________________ Web site da empresa: ______________________________________________________________________________ Data: _____ / ______ / ______ Assinatura: _____________________________________________________________
Área Comercial/vendas Marketing Produção Compras/suprimentos Projetos Instalações/Montagens Operação Manutenção Outra. Especifique: ______________________________
Número de empregados da empresa/divisão
Formação profissional Engenheiro. Modalidade: ______________________________ Tecnólogo. Modalidade:
Até 50 51 a 100
______________________________
101 a 500
Técnico (2º G). Modalidade:
501 a 1000
______________________________
Acima de 1000
Outra. Especifique: ______________________________
Perfil da empresa. Indique abaixo a opção que melhor descreve as atividades de sua empresa / organização: 1. Engenharia – Serviços técnicos especializados Tipo de serviço: consultoria projetos instalações, montagens manutenção, reformas outros
Mercados em que atua: instalações hidrossanitárias prediais tratamento de água tratamento de esgotos sanitários tratamento de efluentes industriais redes públicas de distribuição
2. Empresa / concessionária de serviço público de saneamento Empresa estadual de saneamento Empresa / autarquia municipal de água e esgotos Concessionária de serviço público de saneamento 3. Indústria(ver também seção 4) Setor em que a empresa se enquadra: Mineração Alimentos Bebidas Têxteis Vestuário, confecções Produtos de couro, calçados Papel e celulose
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Refino de petróleo, álcool Petroquímica Química Farmacêutica Produtos de limpeza, perfumaria Tintas, vernizes e produtos afins Borracha e plásticos Vidro, cimento, cerâmica Metalurgia de metais ferrosos Siderurgia Metalurgia de metais não-ferrosos Fundição Tratamento de metais, trefilação e afins Automotiva e autopeças Geração de energia elétrica Outro. Especifique: __________________________________ 4. Fabricante de produtos para o mercado de água e saneamento Segmentos em que atua: instalações hidrossanitárias prediais tratamento de água tratamento de esgotos sanitários tratamento de efluentes industriais redes públicas de distribuição drenagem urbana
5. Construção civil & Setor imobiliário Empreendedor / incorporador imobiliário Construtora Escritório de arquitetura Administração imobiliária / condominial Empresa de gestão predial (facility) Outro. Especifique: __________________________________ 6. Comércio & Serviços Revendedor de material hidráulico Shopping center, hipermercado Hotel e assemelhados Hospital Clube, balneário, centro de lazer, parque Outro. Especifique: __________________________________ 7. Outros Instituto de pesquisa, laboratório, serviços de ensaios e de certificação Escola Agência / Comissão de serviços públicos Administração federal, estadual, municipal Associação Outro. Especifique: __________________________________
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Publicações Infraestrutura – Em Facilities – Gestão & Manutenção de Infraestrutura (editora Ciência Moderna, 424 páginas, https://bit.ly/3xDJDjY), o autor Mário Jorge Pereira analisa como as organizações estão em constante busca por inovação em um cenário altamente competitivo. Por essa razão, cria-se a necessidade de melhorias nos seus processos e a gestão de infraestrutura precisa ser capaz de manter ambientes funcionais e de qualidade para os usuários. A obra tem como foco a manutenção, mas do ponto de vista das facilities, abordando questões mais técnicas incluindo torres de resfriamento, tratamento dos resíduos e uso da energia solar. Resíduos sólidos – A obra Resíduos Sólidos: Gestão Responsável e Sustentável (editora Blucher, 174 páginas, https://bit.ly/3KXp9qz) apresenta os pontos principais e comentários sobre a PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos, com suas definições e proibições, bem como informações sobre o
Marco Regulatório do Saneamento Básico. Escrito por Dirceu D’Alkmin Telles, o livro apresenta ilustrações, minutas de acordo, termos de compromisso e sugestões de vídeos ilustrativos por meio de QR Codes. Saneamento básico – A CNI – Confederação Nacional da Indústria disponibilizou o estudo Saneamento Básico: a Relevância do Setor para o Crescimento Econômico e a Melhoria do Bem-Estar. Com 80 páginas, a análise estima que o país precisa investir R$ 42,7 bilhões para reduzir o índice de perdas de água para níveis satisfatórios. Atualmente, a média nacional de desperdício de água, que é o quanto se perde no caminho entre a companhia de distribuição
e a torneira de casa ou da empresa, é de 40%, o que significa que 4 em cada 10 litros de água ficam pelo meio do caminho, em razão de canos furados, tubulações defeituosas e dos chamados gatos, que são os furtos de água. O documento completo pode ser acessado pelo link: https://bit.ly/3rEU17z. Patentes – O INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial disponibilizou o guia Saneamento Básico: Panorama dos Pedidos de Patente de Abastecimento de Água e Tratamento de Esgoto. Com 73 páginas, o trabalho destaca as principais tecnologias e sua origem, depositantes e a situação legal destes pedidos de patente. A análise também procura identificar os estados brasileiros dos depositantes residentes no país relativos às tecnologias de saneamento, a fim de levantar possíveis clusters de inovação. O estudo completo pode ser baixado pelo link: https:// bit.ly/3uWPrUg.
Índice de anunciantes Alfacomp ....................................................31
Hidrofiltros .................................................21
Netzsch.......................................................35
B&F Dias .....................................................12
Hobeco.......................................................34
Pumps Brasil ..............................................13
Biosis ..........................................................29
Ideu ....................................................4ª capa
Retesp.........................................................51
Chohan........................................................46
Imperveg....................................................15
Tanks BR.......................................................5
Clarifil .........................................................48
Improv........................................................11
Tech Tank....................................................24
Dopp............................................................23
IWT.............................................................46
Tecniplas ....................................................25
Fenasan ......................................................53
Krona..........................................................19
Tecnosan ......................................................8
Gardner Denver...........................................45
Liter....................................................2ª capa
VazFlux .......................................................49
Gemü.............................................................9
Maquimp ....................................................14
Water Warehouse........................................48
H2O Ambiental ............................................20
MC Fluid.....................................................47
Watson-Marlow..........................................39
Hércules Motores ...............................3ª capa
Metroval.....................................................37
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Agenda Cursos Cursos – A Cetesb programou uma série de cursos e treinamentos para 2022. En‑ tre os temas oferecidos estão Tratamento de Água de Piscina e Desinfecção de Caixas D’Água, Poços e Bebedouros (25 a 28 de julho em São Paulo), Técnicas de Investigação de Áreas Contaminadas: Solo (25 de julho a 5 de agosto, no for‑ mato online) e Monitoramento, Geração de Índices e Diagnóstico da Qualidade da Água (8 a 12 de agosto em São Paulo). Site: https://bit.ly/3L28jH4. Estações de tratamento – A Ecologic está com inscrições abertas para o curso Desvendando sua ETE. O treinamento, que acontece de 8 a 12 de agosto em Jaú, SP, abordará temas como conceito, dimensionamento, monitoramento e ope‑ ração de ETEs – Estações de Tratamento de Efluentes. Site: https://bit.ly/3KZhpnt. Bombeamento solar – A Neosolar Energia, de São Paulo, oferece cursos voltados à aplicação de energia fotovol‑ taica. Um deles é o Bombeamento de Água com Energia Solar, que apresenta conceitos sobre o tema, novas tecnolo‑ gias e modelos de bombas disponíveis. Site: www.neosolar.com.br. Cursos – A Sistemas Urbanos Engenha‑ ria, de Indaiatuba, SP, promove diversos cursos, tais como Avaliação de Impactos Ambientais, Métodos e Relatórios; Saneamento Ambiental em Áreas Litorâneas; Sistemas de Tratamento de Água Convencionais e Simplificados; Gerenciamento de Recursos Hídricos, entre outros. Site: www.sistemasurbanos.com.br.
Eventos Brazil Water Week – Organizada pela ABES – Associação Brasileira de Enge‑ nharia Sanitária e Ambiental, a terceira
edição da Brazil Water Week ocorre entre os dias 23 e 27 de maio. Reali‑ zado no formato online, o simpósio reunirá profissionais de diversos países para discutir questões relativas ao uso da água e saneamento básico. Site: https://bit.ly/3xJbLlV.
InovaPlastic – A feira sobre plásticos InovaPlastic/Feiplastic acontece de 13 a 16 de setembro no São Paulo Expo. O evento é um dos principais do setor para a apresentação de tendências e demonstração de lançamentos. Infor‑ mações no site https://bit.ly/3Iy7OlQ.
Automação – Entre os dias 13 e 16 de junho acontece em Orlando, EUA, o ROKLive 2022, evento promovido pela Rockwell Automation e a Plex Systems. O simpósio terá mais de 125 sessões exclusivas para debater os principais temas em tecnologia industrial e de fabricação. Site: https://bit.ly/3jU1ivO.
Águas urbanas – A ABRHidro – Associação Brasileira de Recursos Hí‑ dricos promove, de 19 a 23 de setem‑ bro, o XIV ENAU – Encontro Nacional de Águas Urbanas em Brasília, DF. O evento conta com diversas palestras técnicas e estudos de caso sobre temas como processos hidrológicos em meio urbano, governança e participação de comunidades para implementação de soluções de drenagem, monitoramento e avaliação de cargas difusas e con‑ taminantes emergentes, entre outros tópicos. Site: https://bit.ly/3MgfFqp.
Águas subterrâneas – O XXII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas acontece de 2 a 5 de agosto em São Paulo. Com o tema Águas Subterrâneas: Invisível, Indivisível e Indispensável, o evento organizado pela ABAS – Asso‑ ciação Brasileira de Águas Subterrâneas contará com diversas palestras técni‑ cas e acontece simultaneamente com a Fenágua 2022: Feira Nacional da Água. Site: https://bit.ly/3rFXu5A. Mecânica dos fluidos – A ABRHidro – Associação Brasileira de Recursos Hídricos organiza, entre os dias 22 e 24 de agosto, o 1º Simpósio Nacional de Mecânica dos Fluidos e Hidráulica – FluHidros. O evento acontece em Ouro Preto, MG, e trará debates sobre trabalhos técnicos e pesquisas que estão sendo feitas, com trocas de experiências e discussão de temas relevantes no setor. Site: https://bit.ly/37BVX9x. Fenasan – O 33º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan será realizado entre os dias 13 e 15 de setembro no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento reunirá diversos profissionais para debaterem sobre assuntos pertinentes ao setor, além de apresentar uma feira com a exposição de produtos. Site: www.fenasan.com.br.
Meio ambiente – O 19º Congresso Nacional de Meio Ambiente será re‑ alizado de 20 a 22 de setembro em Poços de Caldas, MG. O tema central será “Planeta Terra, Água e Ar – Consci‑ ência, Conservação e Educação”. Infor‑ mações no site https://bit.ly/3tu6Z9B. Tecnologias – A WSI – Water Smart Innovations acontece de 4 a 6 de outubro em Las Vegas, EUA. O evento reúne feira e congresso e vai destacar as tecnologias, produtos e soluções voltadas ao setor de água. Informações no site https://bit.ly/3rDIt4d. Tubos – Realizada pela Abitam – Asso‑ ciação Brasileira da Indústria de Tubos e Acessórios de Metal, a Tubotech – Feira Internacional de Tubos, Válvulas, Bombas, Conexões e Componentes acontecerá no período de 25 a 27 de outubro no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center. Informações no site: www.tubotech.com.br.
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