O 35º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2024 - Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente acontece entre os dias 22 e 24 de outubro em São Paulo. Realizado em formato presencial, o simpósio terá novidades como os Jogos do Saneamento e o encontro das universidades.
Abastecimento
Localização de vazamentos de água em redes subterrâneas
Este trabalho propõe um modelo analítico, baseado em técnicas geofísicas vibro-acústicas, para a localização de vazamentos de água em redes subterrâneas. O modelo se detém à análise de informações recebidas por pares de sensores presentes na superfície do solo e, através de ferramentas estatísticas, prediz, de forma automatizada, o epicentro do vazamento.
Gestão pública
Comparação dos custos entre frota própria e terceirizada
A escolha do melhor modelo de gestão da frota, seja próprio ou terceirizado, é um desafio. O artigo apresenta um estudo prático realizado pela Companhia Águas de Joinville, uma empresa pública municipal, na avaliação da opção mais econômica e eficiente.
Esgoto
Estudo comparativo sobre a remoção de nutrientes
Visando o melhor custo/benefício operacional, este estudo testou diferentes métodos para a remoção de nitrogênio e fósforo dos efluentes domésticos, incluindo rotas aeradas em estações convencionais e em batelada, além do uso de coagulantes à base de alumínio e oxidantes à base de ferro.
Tratamento de água
Correlação entre turbidez, cor aparente e lodo gerado
O trabalho analisa a proporcionalidade entre a qualidade da água bruta (turbidez e cor aparente) e a quantidade de lodo gerada no tratamento de água. Com base em amostras de água coagulada de uma ETA em operação, os ensaios podem indicar estimativas mais efetivas da produção do lodo.
Capa
Foto: ShutterStock
Saneamento e mudanças climáticas
As mudanças climáticas estão se manifestando de forma cada vez mais intensa ao redor do mundo, evidenciando a urgência de ações globais coordenadas para mitigar seus efeitos. Recentemente, o estado da Flórida, nos EUA, foi devastado por uma série de furacões de alta intensidade, que causaram danos significativos à infraestrutura, desalojaram milhares de pessoas e resultaram em elevadas perdas econômicas. Ao mesmo tempo, o Brasil enfrenta uma grave crise com incêndios florestais de grande escala e uma seca extrema, afetando tanto as áreas urbanas quanto rurais e comprometendo a agricultura e os recursos hídricos, essenciais para a subsistência de milhões de pessoas.
Esses eventos não apenas destroem ecossistemas vitais, mas também têm impactos diretos na saúde e bem-estar das populações afetadas, agravando a crise humanitária e destacando a vulnerabilidade das comunidades frente às condições extremas. A combinação desses desastres naturais em diferentes partes do mundo sublinha a interconexão das mudanças climáticas e a necessidade de respostas abrangentes e eficazes.
Em sintonia com essas preocupações, o 35º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2024, evento de saneamento e meio ambiente que será realizado de 22 a 24 de outubro no Expo Center Norte, em São Paulo, traz como tema principal “Saneamento Ambiental: Condição fundamental para o enfrentamento das mudanças climáticas”. Promovido pela AESabesp - Associação dos Engenheiros da Sabesp, em parceria com a AESAN - Associação dos Especialistas em Saneamento, o congresso reunirá especialistas para debater o assunto
Um dos painéis abordará como as mudanças climáticas e o aquecimento global ocasionam flutuação no ciclo das doenças e como o saneamento inadequado aumenta os riscos de novas pandemias e doenças infecciosas, impactando na saúde e qualidade de vida da população. Outro painel tratará dos planos e projetos de drenagem urbana para enfrentar chuvas torrenciais e monções latino-americanas, o futuro das metrópoles em áreas alagadas, as novas diretrizes de urbanização para prevenir inundações e o papel das cidades inteligentes.
Alinhado ao tema, o talk show “Rio Grande do Sul: Atuação operacional e ação humanitária” será um dos destaques da Fenasan. A atividade especial contará com especialistas que trabalharam diretamente na maior catástrofe climática da história do estado do Rio Grande do Sul, quando chuvas entre abril e maio deste ano afetaram cerca de 2,4 milhões de pessoas.
As discussões no evento contribuirão para o desenvolvimento de soluções inovadoras e eficazes para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e levar saneamento básico para toda a população.
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ISSN 1980-2218
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A revista Hydro é enviada a 12 mil profissionais envolvidos com instalações hidrossanitárias prediais, com o tratamento de água e efluentes em indústrias e complexos de serviços e com sistemas públicos de água e esgoto.
Notícias
Dopp apresenta biodigestores com tecnologia alemã
Omercado de biogás está em crescimento acelerado. Em 2022, o país contava com 936 plan tas instaladas, das quais 885 estavam em operação, uma expansão de 15% em relação ao ano anterior. A produ ção de biometano, obtido a partir da purificação do biogás, registrou um aumento de 82% no número de uni dades em 2022. Segundo cálculos da ABiogás Associação Brasileira do Biogás, o Brasil tem o maior potencial do mundo para a produção do com bustível a partir da decomposição anaeróbia de resíduos. No entanto, menos de 2% é aproveitado. Se todo o volume de carga orgânica oriunda do saneamento e da agroindústria fosse utilizado, seria possível subs tituir 70% do consumo nacional de diesel e 34% da demanda por ener gia elétrica. Ou seja, o biogás, além de ser uma fonte limpa e renovável, também é capaz de dar uma destina ção adequada aos passivos ambien tais produzidos por estes setores.
Diante desse cenário promissor, a Dopp, de São Paulo, fundada em 2012, está estruturando no Brasil uma área de negócios para desenvol ver o mercado de biodigestores com tecnologia da alemã Lipp GmbH, sua parceira desde o início das ativida des. Na ocasião, as duas empresas assinaram acordo de transferência de tecnologia para a comercialização e instalação de tanques, silos e reser vatórios metálicos de grandes capa cidades para indústrias e empresas de saneamento. Além dessa linha de produtos, a Lipp é fabricante de bio digestores há cerca de 50 anos, tes tados em mais de 80 países, e desde
2021 passaram a fa zer parte do portfólio brasileiro com mais força.
“Estamos mostran do ao mercado que a Dopp faz o ciclo completo, que temos engenharia e produ tos para atuar direta mente em toda a ca deia, não apenas como fornecedores de equipamentos, mas de soluções completas”, diz Nattan Lima, gerente de Negócios em Energia da Dopp, executivo com vários anos de expe‑ riência no setor elétrico, recentemen te contratado para comandar a ope ração, que deverá receber o nome de Dopp Energy.
Cobertura plana de aço inox (frente) e de dupla membrana para armazenagem de gás (fundo)
Segundo ele, a Dopp pode fazer todo o desenvolvimento de um pro jeto de biogás para o cliente, desde a análise de viabilidade técnica, enge nharia, instalação dos biodigestores, comissionamento da planta e 100% da operação, até a utilização final do gás, em diversos modelos financei ros. “É um negócio muito mais amplo do que a venda dos tanques”, afirma.
A Dopp já está participando de concorrências públicas no Brasil. “Ga rantimos o desempenho real da pro dução de gases. Esse é o nosso gran de diferencial e o que vai fazer esse setor realmente ir para a frente”, diz o gerente.
O portfólio inicial de biodigestores da Lipp compreende quatro modelos padrão com capacidades que vão de 100 m3 a 10 mil m3. Todos são produ zidos em aço inoxidável, galvanizado ou Verinox, um material que combina as propriedades do aço inoxidável de alta qualidade com os custos do aço galvanizado, resultando em um produ to superior aos materiais tradicionais.
Para pequenas plantas, o reator indi cado é o KomBio Lipp, com capacida de de 100 a 3500 m3 de volume de biodigestão e armazenamento de gás integrado. Possui concepção modular, com um tanque de aço inoxidável em seu núcleo que integra um balão para armazenamento de biogás. “Desta for ma, o pulmão está protegido contra a ação do vento, do tempo e da radiação UV, enquanto a cobertura com isola mento térmico reduz adicionalmente a necessidade de aquecimento neces sária para o inverno”, explica.
O segundo modelo é o biodigestor universal de 100 a 7000 m3, indicado para quando não há um armazena mento de gás integrado. A produção de biogás neste caso é transferida também para o reator KomBio ou para um reservatório de gás separado. A unidade possui uma cobertura em membrana de aço inoxidável autopor tante, que não requer a utilização de parafusos. A Dopp também oferece sistemas de agitação patenteados pela Lipp, bem como outros equipamen tos e acessórios para a montagem da planta.
Já o UniCentralmix garante de 100 a 7000 m3 de volume de biodiges tão com um agitador central, e o Eco Lipp de 100 a 10 mil m3 com diver sas opções de cobertura para maio res volumes de armazenamento de gás, como a de dupla membrana:
uma externa resistente ao UV e uma membrana interna resistente ao bio gás, vedando a câmara de fermen tação. A cobertura é fixada no topo do tanque com um perfil especial da Lipp e estabilizada através de supor te central. Um soprador direciona ar para a região intermediária e mantém a forma da membrana externa.
Nos quatro modelos, o aqueci mento e o isolamento térmico do costado são montados na parte ex terna e, portanto, propiciam uma ins talação e manutenção mais fáceis.
A mesma tecnologia da dobra dupla usada nos reser vatórios metálicos da Dopp é aplicada na produção dos biodigestores. O sistema con siste em bobinas de aço inter ligadas a partir do sistema de dobra dupla que confere ao interior do tanque uma superfí cie lisa e sem cantos, por meio de maquinário proprietário, li gando as dobras de tal forma que substâncias agressivas ou contaminações existentes no interior ou exterior dos reser vatórios não entrem em contato com superfícies passíveis de corrosão. “Isso garante elevada resistência à pressão horizontal, maior estanqueidade, esta bilidade e segurança”, diz.
desbobinamento automático dos ro los de aço e envia para a segunda máquina, na qual o processo de do bra dupla é realizado. A partir daí, o tanque sobe helicoidalmente em um processo 100% automatizado até che gar na sua altura final. Como resultado, o tempo de instalação é muito infe rior ao convencional. Por exemplo, um biodigestor de 7000 m3 foi construído para um cliente no interior de São Paulo em 40 dias. Um sistema convencional de construção levaria de três a quatro meses.
Uma outra vantagem é a constru ção no próprio local de instalação, com equipamentos que realizam a conformação e montagem das cha pas ao mesmo tempo. Isso confere maior agilidade na execução, com grande flexibilidade em diâmetro má‑ ximo e altura e com menor necessi dade de pessoal em campo. Os cami nhões precisam transportar somente as bobinas, equipamentos ou módu los pré fabricados até a obra. A pri‑ meira máquina inicia o processo de
O biogás pode ser aproveitado para geração de calor, eletricidade e para a produção de biometano, utili zado como substituto do gás natural. A decomposição controlada de resí‑ duos orgânicos em biodigestores re‑ duz a liberação de metano direta mente na atmosfera, minimizando o impacto do gás de efeito estufa. Além disso, a captura e utilização do biogás diminuem a dependência de com bustíveis fósseis, contribuindo para a redução das emissões de gases po luentes e a transição para fontes de energia mais limpas.
No saneamento, há um grande potencial de produção e aproveita mento de biogás nas ETEs Estações
de Tratamento de Esgoto. Das mais de 4 mil ETEs no Brasil, apenas 11 fazem a recuperação energética do biogás e, dessas, três são da Sane par: a ETE Belém e a ETE Atuba Sul, em Curitiba, e a Ouro Verde, em Foz do Iguaçu. Por meio do Programa Pa raná Bem Tratado, em 2025, outras sete passarão a fazer a recuperação energética do biogás. A ETE Belém foi uma das pioneiras. A unidade recebe lodo de esgoto, restos de alimentos, óleos e outros compostos orgânicos do Ceasa, restaurantes e outros for necedores, faz a decomposi ção desse resíduo em diges tores, gerando biogás, que é armazenado e convertido em energia elétrica. Por dia, são destinados 900 m3 de lodo e 150 toneladas de outros materiais, os quais são trans formados em biogás, que é convertido em até 2,8 MW de energia elétrica. Essa energia é aproveitada na própria uni dade e o excedente é con vertido em crédito para uso em outras áreas da compa nhia. Em vez de destinar o lodo para aterros sanitários, a concessionária o transforma em energia elétrica. E os resíduos orgânicos que se somam ao processo também deixam de ir para aterros, beneficiando o meio ambien te e a população.
“São receitas que não estamos vendo diretamente, como créditos de carbono, créditos de não emissão de poluentes, certificação verde, fertili‑ zantes, CO2, ESG. Tem muito valor agregado na produção de biogás, mas ainda é pouco explorada hoje no Brasil. Mas com certeza será o novo ouro”, finaliza o gerente.
Dopp – Tel. (11) 2613-4479 Site: www.dopp.com.br
Reator Kombio
Notícias
Sistema de membranas garante 100% de reúso de água em indústria têxtil
Asolução de reúso de água implantada pela Hidrix Soluções Sustentáveis na UFO Way, indústria têxtil especializada no segmento de vestuário jeans, ambas com sede em Criciúma, SC, foi um dos destaques na Feira de Boas Práticas de Sustentabilidade, evento realizado em Florianópolis pela varejista Renner no dia 11 de setembro com o objetivo de estimular a cadeia de fornecedores a incorporarem os compromissos institucionais para 2030, como o Programa Pegada Hídrica, que visa ter 80% das peças de jeans com baixo consumo de água.
são realizadas para verificação dos dados.
Além da Renner, a UFO Way atende varejistas como Amaro e Animale, sempre na modalidade private label, ou seja, exclusivamente com produção terceirizada para as grandes lojas. Fundada em 1992, a UFO Way está estabelecida em uma área de 17 mil m², com 800 colaboradores e mais de 1 milhão de metros de tecidos em estoque, onde são cortados, costurados, lavados, etiquetados e transportados para seus clientes.
Especialista em projetos de tratamento de água e efluentes, a Hidrix atua há 13 anos no mercado, com soluções tecnológicas implementadas em mais de 150 empresas. Em 2021, implantou o sistema de reúso na UFO Way baseado em membranas de ultrafiltração, que possibilitam o polimento do efluente tratado e o retorno integral da água ao processo, em circuito fechado. Com capacidade de 60 m3/h, o complexo de tratamento compreende desde a captação do efluente bruto no tanque de recepção até a estação de ultrafiltração, passando por flotadores, lagoa de aeração por ar difuso, lagoas de decantação e de recepção. No passado, o efluente tratado era descartado após o tratamento secundário.
Hoje é 100% reaproveitado. “A grande maioria das lavanderias não tem a última etapa, a de polimento. Em geral, reutilizam somente de 30% a 50% da água”, diz Gustavo Bitencourt, diretor e um dos sócios da Hidrix.
Depois de incorporar o sistema de reúso, a UFO Way recebeu a classificação Alfa, a nota máxima do padrão de avaliação dos fornecedores criada pela Renner. “De acordo com essa nota, a empresa recebe mais ou menos produção de peças de roupa. O uso sustentável da água é um dos pontos cruciais”, diz. Em 2019, a Renner desenvolveu internamente uma metodologia própria para medição da pegada hídrica. Em 2020, depois de oferecer treinamento para apoiar os parceiros no novo processo, passou a exigir que os fornecedores de jeans utilizem a metodologia, monitorem e reportem seu consumo. Auditorias semestrais
Segundo Bitencourt, o sistema de reúso com emprego de ultrafiltração por membranas, combinado com a captação de água da chuva, praticamente elimina a necessidade de extração de novas fontes (como a captação superficial ou poços de captação subterrânea), além de eliminar o lançamento de efluentes no meio ambiente. Através de um telhado de alto poder de absorção, toda água da chuva que cai sobre as calhas é destinada para uma lagoa de retenção. Somada a esta captação de água, três poços tubulares abastecem o processo industrial e bacias sanitárias, fazendo com que apenas 200 m³/mês seja consumido de água potável.
Maior varejista de moda omni do Brasil, a Renner é considerada uma das companhias mais sustentáveis do mundo pelo ranking Most Sustainable Companies of 2024 da Revista Time. O encontro em Florianópolis reuniu todas as cadeias de fornecedores para reafirmar e envolvê-los nos compromissos da Agenda 2030.
Hidrix – Tel. (48) 9 9918-8900
Site: https://hidrix.com.br/
Lagoas de tratamento de efluentes
Sistema de membrana de ultrafiltração implantado na UFO Way: capacidade de 60 m³/h
Governo de Pernambuco vai instalar 43 ETAs compactas
OGoverno de Pernambuco vai instalar 43 estações compactas de tratamento de água com tecnologia de ultrafiltração em todas as regiões. As unidades, que são de rápida instalação e mais econômicas, terão capacidade para tratar até 2700 L/s e beneficiarão cerca de 1,2 milhão de pessoas. A previsão é que os primeiros equipamentos sejam instalados durante o primeiro trimestre de 2025. A estimativa é de um investimento superior a R$ 300 milhões.
Com capacidade para tratar 2700 L/s, equipamentos vão beneficiar 1,2 milhão de pessoas
“É mais um passo que damos em direção ao nosso compromisso de ampliar o abastecimento de água em Pernambuco. A iniciativa vai atender 43 municípios. Vamos conseguir ampliar a oferta de água, eliminando ou diminuindo o rodízio em localidades em que a dificuldade no abastecimento é um problema antigo”, afirmou a governadora Raquel Lyra.
O modelo de ETA de ultrafiltração possui diversas vantagens em relação ao equipamento tradicional. Essas unidades são modulares e instaladas dentro de um contêiner, facilitando a logística de transporte e instalação e permitindo ainda maior flexibilidade caso seja necessário o remanejamento das unidades para eventual utilização em outra região do Estado. As ETAs de ultrafiltração possuem tecnologia capaz de remover partículas muito pequenas. Essas estações de tratamento ainda utilizam menos água no processo de retrolavagem, que é a lavagem dos filtros realizada com frequência nas ETAs tradicionais.
Segundo o presidente da Compesa - Companhia Pernambucana de Saneamento, Alex Campos, a instalação dos equipamentos representará um novo momento do abastecimento no Estado. “Tudo isso de forma ainda mais rápida, pois são unidades que necessitam de poucas intervenções para instalação e funcionamento”, explicou. As novas unidades atuarão de forma integrada com outros sistemas de abastecimento, inclusive com os grandes empreendimentos hídricos em execução pela Compesa, que são as adutoras do Agreste, do Alto Capibaribe e de Serro Azul. Em Caruaru, com o avanço das obras da adutora do Agreste, que vão resultar no incremento de 600 L/s na vazão de água para o município, a Compesa já investe na instalação de uma ETA, neste caso, de dupla filtração. A ETA Bela Vista está sendo instalada no bairro Encanto da Serra. O equipamento terá capacidade para tratar 200 L/s e deve ser entregue à população até o final do ano.
Compesa – Tel. 0800 081 0195
Site: https://servicos.compesa.com.br
Eldorado Brasil gera energia com efluentes tratados
AEldorado Brasil Celulose inaugurou um sistema inédito para a geração de energia verde. Segundo a empresa, é a única indústria no
mundo a aproveitar efluentes tratados para reverter o fluxo de água e gerar energia, otimizando o processo antes da devolução ao rio Paraná, em Três Lagoas, MS. A tecnologia com bombas inversas, funcionando como turbinas, já é modelo no mercado de refluxo para águas, mas para fins de efluentes é uma inovação e reforça o alinhamento da empresa com práticas ESG - Ambiental, Social e Governança.
A idealização da mini-hidrelétrica surgiu do Diretor Industrial, Carlos Monteiro, que levou o desafio ao time de Inovação e Tecnologia e, em parceria com o professor Augusto Viera da Universidade de Itajubá, MG, desenvolveu o sistema único no mundo já instalado em fábrica. “Enxergamos potencial energético e decidimos avançar. O papel da indústria de celulose, ao trazer pesquisa e desenvolvimento, agrega para uma economia sustentável que resulta em benefícios ao planeta, como é o caso da energia verde”, resume.
Monteiro destaca ainda que a Eldorado Brasil possui rigoroso controle ambiental e desenvolveu o IPA - Índice de Práticas Ambientais com padrões internos superiores aos exigidos pela legislação e com monitoramento diário. A empresa, atualmente, possui um índice de devolução da água utilizada na fábrica de mais de 85%.
Duas turbinas foram instaladas para reverter o fluxo da água e gerar energia antes da devolução ao rio. Cada uma delas tem capacidade de bombear, em sentido anti-horário, em média, 2,5 mil m3/h. Assim, a geração acontece a partir do volume total de 5 mil m3/h. A geração de energia verde será destinada ao consumo próprio no prédio administrativo da empresa, que contempla os edifícios do RH/Florestal, auditório, restaurante e ambulatório.
Notícias
O impulsionamento reverso garan te a geração de energia e, de forma automatizada, passa por três etapas: acionamento do gerador enquanto há efluente; geração de energia elétrica; e transmissão da energia.
O modelo inédito fez surgir tam bém uma nova nomenclatura no setor. Os equipamentos são normal mente chamados de BFTs (Bombas Funcionando como Turbinas) e, com o pioneirismo da utilização dentro de uma ETE, passará a ser adotada a sigla BFTEs (Bombas Funcionando como Turbinas com Efluentes). Diferencia se, dessa forma, a especificação e a utilização das turbinas, que nunca ha
A Eldorado Brasil Ce lulose conta com mais de 5 mil colaboradores e produz, em média, 1,8 milhão de tonela das de celulose por ano. Em Santos, SP, opera a EBLog, terminal portuário que exporta o produto para mais de 40 países.
Site: www.eldoradobrasil.com.br/pb/
Biosis conquista o Prêmio Infrão 2024 na categoria Saneamento
ABiosis Saneamento Ambiental conqusitou o Prêmio Infrão 2024, na categoria Saneamento, pelo INEC Instituto Nacional de Engenharia Civil. O reconhecimento se deu graças ao sistema patenteado BioWasserTrack, que otimiza a remoção de lodos acu mulados em decantadores, melhoran do a qualidade da água tratada e os processos nas ETEs Estações de Tra‑ tamento de Esgoto e ETAs Estações de Tratamento de Água.
Raquel Dutra, diretora executiva da Biosis, destacou a importância do prê mio: “Este reconhecimento evidencia a excelência do nosso produto e o impacto positivo que estamos geran do na remoção de lodo em estações de tratamento de água e esgoto. Com uma tecnologia avançada, reduzimos a necessidade de intervenções manuais e diminuímos os custos operacionais, tornando o BioWasserTrack um aliado estratégico para as empresas de sa‑ neamento.” A cerimônia de entrega ocorreu no dia 27 de setembro no Minas Clube, em Belo Horizonte, MG. A tecnologia consiste em uma estru tura submersa de tubos, perfis e cabos de aço inoxidável, que se movem pela extensão do tanque de decantação das ETAs para remover o lodo sedimenta do. A inovação elimina a necessidade de esvaziar o tanque para limpeza, eco nomizando água tratada e melhorando a segurança no local de trabalho. A Bio sis já forneceu o removedor para diver sos projetos, incluindo recentes parce rias com a Sabesp na ETA Espírito Santo do Pinhal, e com a Sanepar na ETE São
ETE da Eldorado Brasil
“O BioWasserTrack representa um avanço significativo no manuseio de lodo em ETEs e ETAs. Sua capacidade de automatizar a operação de remoção de lodo não só melhora a eficiência operacional, mas também garante uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos”, afirma Raquel.
O BioWasserTrack será apresentado na Fenasan, de 22 a 24 de outubro, em São Paulo.
A Biosis levará uma réplica funcional para a feira. “É uma oportunidade para os visitantes verem de perto os equipamentos, que normalmente ficam escondidos por operarem submersos”, destaca.
Com sede em São Paulo e com mais de 15 anos no mercado, a empresa também apresentará na Fena-
san seus sistemas de aeração (difusores) e misturadores estáticos InLine, que realizam a mistura e homogeneização de cargas químicas dentro da própria tubulação, simplificando o layout e possibilitando a automação do processo com melhor controle do produto. Outra vantagem é a redução
dos custos operacionais, pois o equipamento utiliza a energia cinética do próprio fluxo da mistura, sem necessidade de energia elétrica.
Os produtos da Biosis incluem ainda filtros para remoção de ferro e manganês, filtros desferrizadores para água amarela ou com cheiro forte, abrandadores de cálcio e magnésio (tratamento de água dura), filtros de areia, filtros de carvão ativado e filtros de dolomita. “Estamos muito confiantes no mercado brasileiro. Temos crescido ano a ano e acreditamos que em 2025 alcançaremos resultados maravilhosos”, afirma Raquel, que prevê o aumento de pessoal e o desenvolvimento de novos produtos no próximo ano.
Biosis - Tel. (11) 2613-8928
Site: https://biosis.eco.br/
Sistema removedor de lodo submerso
Congresso AESabesp/Fenasan 2024
O 35º Encontro Técnico
AESabesp/Fenasan 2024
-Feira Nacional de Saneamento e Meio
Ambiente acontece entre os dias 22 e 24 de outubro em São Paulo. Realizado em formato totalmente presencial, o simpósio terá como novidades os Jogos do Saneamento, o Encontro das Universidades e a ampliação da premiação para os expositores, que destaca as práticas de sustentabilidade das empresas.
Com foco nas mudanças climáticas, o 35º Encontro Técnico AESabesp/ Fenasan 2024 - Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente acontece entre os dias 22 e 24 de outubro no Expo Center Norte, em São Paulo.
Assim como em 2023, a edição 2024 manteve a parceria com a Waste Expo Brasil, com visitação integrada à feira cujo foco são as tecnologias para o manejo de resíduos sólidos e que acontece paralelamente à Fenasan.
O simpósio terá como tema central Saneamento Ambiental: Condição Fundamental para o Enfrentamento das Mudanças Climáticas A AESabesp, organizadora do evento, divulgou que os mais de 25 mil m2 dos pavilhões verde e vermelho do Expo Center Norte estarão ocupados em sua totalidade por mais de 300 empresas nacionais e internacionais. Já a expectativa de público é superior a 22 mil pessoas.
“Investir em saneamento é essencial para melhorar a qualidade de vida e a saúde pública, além de trazer benefícios econômicos e sociais para o país. Muitos projetos e iniciativas específicas que estão sendo implementadas estarão presentes na Fenasan”, frisa Luciomar Werneck, presidente da AESabesp.
Uma das novidades são os Jogos do Saneamento, cujo objetivo é propiciar um ambiente alternativo de competição
saudável para os participantes, favorecendo uma maior integração entre os técnicos operacionais. As melhores performances serão destacadas e premiadas. Os organizadores acreditam que a iniciativa desta edição deverá gerar uma oportunidade para que técnicos operacionais demonstrem in loco a importância das atividades que desenvolvem nas ruas. Desta forma, empregados de empresas de saneamento públicas ou privadas e ainda de companhias de prestadores de serviços do setor de saneamento poderão participar, por meio de equipes ou de forma individual, das seguintes provas: pesquisa de vazamentos com geofone eletrônico, troca de hidrômetros e sinalização de vias em obras de saneamento.
Já o encontro técnico terá um total de 12 mesas redondas e oito painéis, apresentando inovações e tendências no saneamento com a presença de renomados especialistas do setor. Temas como ESG – Ambiental, Social e Governança; sustentabilidade e IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas são alguns dos destaques deste ano.
A entrada na feira é gratuita e as inscrições podem ser feitas pelo site https://fenasan.com.br/. Acompanhe a seguir algumas das novidades apresentadas pelos expositores.
Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente
ABB
A ABB levará a sua linha de acionamentos harmônicos ultrabaixos. Segundo a empresa, os dispositivos mantêm a rede elétrica limpa, reduzem o risco de distúrbios, evitam danos a outros equipamentos e interferências com dispositivos de comunicação, além de diminuírem o custo total de propriedade e o espaço ocupado pela instalação. https://new.abb.com/br
AGRU
Além do portfólio tradicional de tubos, conexões e máquinas de eletrofusão, a AGRU exibirá suas novas chapas de proteção de concreto, disponíveis em PEAD – Polietileno de Alta Densidade ou PP – Polipropileno. Esses revestimentos oferecem proteção contra influências ambientais e meios agressivos, aumentando significativamente a vida útil das estruturas de concreto. Os produtos são voltados para aplicações que exigem alta resistência química, ancoragem mecânica segura e durabilidade. www.agru.com.br
Akso
Fornecedora de instrumentos de medição, a Akso vai mostrar as linhas Tester e Max para testes de água. A primeira
é composta por medidores para análises de cloro livre e total, em altas concentrações, amônia e cor. Já a segunda apresenta analisadores portáteis que podem ser utilizados em campo ou na bancada a fim de avaliar cor, cloro livre e total, pH e turbidez. Ambos são fabricados pela Akso no Brasil e contam com suporte técnico permanente. https://akso.com.br/
Alpha Water
Amanco Wavin
O destaque da Amanco Wavin fica por conta do Amanco Wavin Serviços, voltado para a prestação de serviços em companhias de saneamento, indústrias
A Alpha Water, distribuidora de tecnologias canadenses para tratamento de água e eliminação de odores, exibirá o gel bloco floculante da Clearflow. Fabricado em uma composição sólida de liberação gradativa, o produto vem pronto para uso em reservatórios, calhas, pequenos rios ou canais.
O volume é dimensionado de acordo com a vazão e velocidade da água (0,3 a 1,5 m/s) e sua duração aproximada fica entre 8 e 10 mil m3 www.alphawater.com.br
Altus
A principal atração da Altus será a NX3008, CPU da série Nexto de controladores programáveis. Com funcionalidades de segurança e virtualização, o produto pode ser aplicado em máquinas e processos, entregando desempenho e conectividade para demandas da Indústria 4.0. A solução opera com base em um processador de alta velocidade ARM single core de 64 bits com 1 GHz de clock. www.altus.com.br
e cidades. O objetivo é oferecer soluções sustentáveis frente aos desafios enfrentados, como é o caso da reabilitação de tubulações existentes com métodos não destrutivos e a gestão de redes de água e esgoto com IA – Inteligência Artificial. www.amancowavin.com.br
Aqua Plastic
A Aqua Plastic apresentará a válvula gaveta em termoplástico PE 100 (SDR 11 PN 16 bar). Voltada para aplicações em água e gás, a solução dispensa o uso de flanges, porcas e parafusos, o que diminui a incidência de vazamentos.
https://aquaplastic.com
Aquastar
O Aquadige, da Aquastar, é um biodigestor projetado para proporcionar soluções de saneamento sustentáveis e eficientes em áreas rurais, urbanas ou industriais.
A solução oferece um sistema de tratamento
Especial
anaeróbio que separa lodo e água residual, resultando em esgoto tratado com baixo impacto ambiental. Um de seus diferenciais é o sistema de autolimpeza por gravidade, que dispensa o uso de energia elétrica.
https://aquastar.com.br/
Asvotec
A Asvotec exibirá o seu portfólio de acoplamentos especiais para união e abraçadeiras de reparo em tubulações. Desenvolvidos na Suíça, os produtos são fabricados no Brasil pela Asvotec Termoindustrial sob licença da STRAUB Werke AG. Entre as principais características das soluções destacam-se a possibilidade de utilização em diversos tipos de tubos, amortecimento de choques e oscilações, além de absorver vibrações, bem como sua aplicação como substituto de flanges e métodos convencionais. Acoplamentos disponíveis em tamanhos de 21,3 a 2032 mm e abraçadeiras de 48,3 a 4064 mm. www.asvotec.com.br
Atlas Copco
A Atlas Copco apresentará os sopradores de parafuso da linha ZS4VSD e ZS5VSD para estações de tratamento de efluentes. Fabricados no Brasil e comercializados em diversas versões, oferecem pacote plug and play que maximiza a eficiência do processo e reduz custos com instalação. www.atlascopco.com/pt-br
Augen
A Augen Engenharia apresentará o seu portfólio de soluções desenvol-
vidas para automatizar análises colorimétricas em fluxo, otimizar dosagens de insumos químicos e transformar dados coletados em informações durante o processo de tratamento de água. Os equipamentos possuem tecnologia integrada que contempla computação de borda, IA - Inteligência Artificial, IoT - Internet das Coisas e conceitos da Indústria 4.0.
https://augenengenharia.com/
Azud
A Azud Brasil mostrará a sua linha de filtragem de disco. Os equipamentos removem partículas inorgânicas e orgânicas suspensas maiores que 5-400 µm, com fornecimento ininterrupto de água filtrada devido à retrolavagem sequencial de cada elemento filtrante.
dados, precisão na dosagem de produtos químicos, telemetria, rastreamento de cargas e ferramentas de análise de performance e rentabilidade.
www.bauminas.com.br
Bentley
Os gêmeos digitais e IA – Inteligência Artificial da Bentley Systems auxiliam no monitoramento, antecipam necessidades de manutenção, identificam
vazamentos e podem ser aplicados no gerenciamento da demanda de água em sistemas de distribuição.
https://br.bentley.com/
BGT Controls
www.azud.com
Bauminas
A Bauminas mostrará os benefícios de sua Solução Integrada, que combina tecnologia e suporte especializado para a otimização de recursos hídricos. Sua principal característica é a Gestão 4.0, conceito que engloba análise de
A BGT Controls exibirá a válvula redutora de pressão flangeada de ação direta. Uma de suas características é não possuir diafragma o que, segundo a fabricante, acarreta em maior durabilidade e precisão, além de menor necessidade de manutenção. Disponível em tamanhos de 50 a 200 mm.
https://bgtcontrols.com.br/
Biosis
A Biosis levará para a Fenasan o BioWasserTrack, equipamento que remove lodo sedimentado. O produto dispensa o uso de bombas, mobilizações e limpezas manuais. Com estrutura em aço inoxidável, pode ser
Reinventando o controle de odores
Líder em Tecnologias
A Pi2 Technologies Brasil, uma inovadora Subsidiaria Canadense, está revolucionando o controle de odores com um sistema patenteado e ecológico que não requer eletricidade, produtos químicos ou supervisão. Seus versáteis aplicativos de controle de odores PODZ reduzem os odores em até 96% em ambientes como tanques de águas residuais, estações elevatórias, poçõs de visita e saídas de exaustão. Os principais clientes no Brasil incluem SABESP, Coca-Cola FEMSA, Nestlé e BRK Ambiental.
Filtros para Captação, Processo e Efluentes
Apresentamos os filtros autolimpantes para aplicações e remoções de areia fina incorporadas aos efluentes, de 75 microns até 150 mm, com uma performance de remoção de sólidos com eficiência de 98%. Podemos atender ao mesmo requisito dos filtros ACRS com vasos de FRP para má-
xima resistência à corrosão em água do mar ou aplicações de processo. Nosso projeto de filtro raspador não requer alimentação externa de água limpa para retrolavagem, a operação automática e os recursos de autolimpeza do raspador não exige a interrupção de operação do filtro.
BIOLOGIC® SR2: Tecnologia Avançada para Tratamento de Águas. Residuais
Apresentamos o BIOLOGIC® SR2, uma inovadora solução de micronutrientes da SCICORP, projetada para revolucionar o tratamento de águas residuais. Esta mistura de extratos naturais estimula o crescimento de bactérias anaeróbicas e facultativas, otimizando os sistemas biológicos das estações de tratamento. Com a aplicação do BIOLOGIC® SR2, é possível redu-
zir odores, diminuir a geração de lodo, fósforo, DQO e DBO, além de eliminar gorduras e melhorar a qualidade do efluente. Compatível com diversas instalações, o BIOLOGIC® SR2 aumenta a eficiência do tratamento e proporciona uma significativa redução nos custos operacionais, tornando-se a escolha ideal para ETEs e lagoas de decantação.
Visite nosso estande J02
Especial
adaptado em tanques de diferentes tamanhos.
www.biosis.eco.br
BR Group Ambiental
A BR Group Ambiental apresentará parte de suas soluções para tratamento de água, esgoto e efluentes industriais, além da divisão de Aquicultura.
Um dos destaques é a linha de Biorremediadores que atuam diretamente na redução de odores, gordura e carga orgânica, além de estabilizar sistemas biológicos de tratamento. www.brgroupambiental.com.br
Carvalhaes
A Calibre Scientific, representante da marca Macherey-Nagel no Brasil, mostrará o sistema NANOCOLOR de análises ambientais. O equipamento é capaz de avaliar mais de 200 parâmetros, dentre eles TOC - Carbono Orgânico Total com digestão em 1 hora, DQO - Demanda Química de Oxigênio, nitrogênio e fósforo totais com digestão rápida de 30 minutos. Os sistemas podem ser adquiridos em versões de bancada ou portáteis para análise em campo e apresentam recurso de medição de turbidez integrada. www.carvalhaes.net
Celta Brasil
O Watercel ZF, da Celta Brasil, é uma mídia filtrante à base de zeólita quimicamente modificada para remoção de
ferro e manganês de águas e efluentes. A solução facilita a retrolavagem devido à baixa densidade (0,98 kg/L), reduz a perda de carga em virtude da alta porosidade, promovendo maior capacidade de produção de água com altas taxas de filtração (10 a 30 m³/ m²/h) e promove alta capacidade de remoção de ferro e manganês (até 11 ppm Fe e 6 ppm Mn).
www.celtabrasil.com.br
Cetrel
A Cetrel apresentará suas soluções ambientais em águas e efluentes, com destaque para os produtos de tratamento on-site, que proporcionam maior segurança hídrica às instalações. Já os serviços incluem incineração de
resíduos industriais perigosos, gerenciamento e remediação de áreas contaminadas e gestão ambiental.
www.cetrel.com.br
Coester
A nova linha de atuadores elétricos CQT STD da Coester é composta por seis modelos ¼ de volta direto (CQT 02/06/15/30/75/170). Os produtos cobrem torques de 30 a 2300 Nm e
podem ser utilizados em diversas aplicações industriais.
www.coester.com.br
Columbus Saneamento
As luvas e conexões da Columbus Saneamento podem ser utilizadas em redes de água e esgoto em canalizações de alta ou baixa pressão. Os
acessórios são produzidos em ferro fundido, aço ou borracha e permitem unir tubos de diversos materiais e diâmetros externos.
www.columbussaneamento.com.br
Corr Plastik
Os tubos de PVC-O (cloreto de polivinila não plastificado orientado) da Corr Plastik são fabricados em diâmetros de 100 a 400 mm. Um dos seus destaques é a junta que evita deslocamentos do anel, impedindo vazamentos.
Dopp
www.corrplastik.com.br
A DOPP fabrica tanques e reservatórios com tecnologia de dobra dupla desenvolvida pela alemã Lipp GmbH. Com capacidades de até 15 mil m³ e diâmetros até 50 m (valores maiores sob consulta), a empresa utiliza materiais como aços inoxidável, galvanizado e Verinox (chapa de aço inoxidável na parte interna e galvanizado na parte externa).
www.dopp.com.br
Ecolab
A Ecolab desenvolveu a tecnologia 3D
TRASAR para desinfecção capaz de monitorar, gerir e otimizar em tempo real os resíduos de halógeno. Entre
BIOSIS conquista o Prêmio Infrão 2024 com Inovador
suas principais características estão o monitoramento 24 horas, estabilizador de amostras para evitar variações de fluxo e pressão, além de correção automática de temperatura.
https://pt-br.ecolab.com/
Eco Renova
A Eco Renova comercializa limpadores, desengraxantes, desengordurantes e saneantes à base de água e biodegradáveis. O destaque fica por conta do Economic, uma tecnologia em química verde capaz de limpar redes com até 100 m de extensão em uma hora com apenas 40 L do produto e 1260 L de água. Além de não agredir o meio ambiente, a solução reduz a frequência da limpeza em até quatro vezes.
https://ecorenova.com.br/
Ecosan
O sistema de ultrafiltração da linha
tomação e IA –Inteligência Artificial para redefinir o tratamento de água e efluentes. Além de oferecer um tratamento que antecipa e soluciona problemas antes que ocorram, a tecnologia promove a sustentabilidade ao reduzir o consumo de energia e aderir aos princípios ESG – Ambiental, Social e Governança.
https://ecosan.com/
ECTAS
A ECTAS Saneamento exibirá tecnologias compactas de seus sistemas para tratamento de água e esgoto. Com as soluções, o contra-
tante pode instalar estações em áreas urbanas mais próximas dos locais de geração, reduzindo gastos e riscos operacionais com redes coletoras extensas e bombeamento de esgoto.
Elipse Software
O Elipse Water, da Elipse Software, é uma evolução do sistema SCADA Elipse E3 para gerenciamento de sistemas de saneamento. Em busca de permitir o acesso às melhorias disponibilizadas pelo seu mais novo software, todas as aplicações do Elipse E3 podem ser migradas para o Elipse Water. Com uma série de objetos nativos de saneamento, a plataforma reduz o tempo para criação de telas em até 90% e padroniza medidas como vazão, pressão e nível.
www.elipse.com.br
Fluid Feeder
A Fluid Feeder, em parceria com a norte-americana Analytical Technology (ATI), levará para o evento o MetriNet, um sistema modular capaz de monitorar até oito parâmetros de qualidade de água final
Especial
ser transmitidos via redes móveis, Wi-Fi, Modbus com fio, Ethernet/IP ou Profibus DP, bem como armazenamento de dados baseado em nuvem. www.fluidfeeder.com.br
H2O
Ambiental
projetados para diversos níveis de vazão e demandam baixa manutenção.
Higra
https://hidrosolo.com.br/
de limpador, permitindo a medição
simultânea de parâmetros como pH, turbidez, temperatura, condutividade, oxigênio dissolvido e clorofila.
www.in-situdobrasil.com.br
A Balsa de Remoção de Lodo Automatizada do Grupo H2O Ambiental é gerenciada por controle remoto. Os projetos são feitos sob medida e há opções de fabricação em aço carbono ou inox 304, com flutuadores em polietileno à prova de corrosão. Apresenta programação de velocidade de movimentação da balsa na horizontal e da bomba na vertical. Segundo a empresa, a tecnologia pode ser instalada em lagoas de sedimentação de lodo para uma remoção contínua.
www.h2oambiental.com.br
Hidrodomi
O CLiM NANO, da Hidrodomi, é uma solução aquosa de nanopartículas inorgânicas que contribui para o tratamento de efluentes em ETEs. A solução pode ser aplicada em qualquer estágio do tratamento. www.hidrodomi.com
Hidro Solo
Os sistemas de filtração em discos da Hidro Solo atuam na remoção de sólidos suspensos e podem ser utilizados em etapas do processo de tratamento de efluentes. Compactos, podem ser
As bombas anfíbias da Higra podem ser aplicadas em drenagem urbana e na prevenção de cheias e situações de emergência, como enchentes. A tecnologia funciona tanto fora quanto dentro d’água em virtude de seu motor molhado que usa água para lubrificação, dispensando a necessidade de óleos e reduzindo riscos ambientais.
www.higra.com.br
Improv Equipamentos
O SBL – Sistema de Bombeamento em Linha (booster de esgoto) da Improv Equipamentos pode substituir elevatórias de esgoto convencionais de poço úmido. A solução utiliza poço seco e bombeia conectada diretamente na tubulação de chegada do efluente. Entre suas principais características destacam-se menor área de ocupação, ausência de odor ou gases, construção civil simplificada e facilidade de licenciamento ambiental.
www.improvequipamentos.com.br
In-Situ do Brasil
A In-Situ do Brasil, marca representada no país pela Sigma Sensors, apresentará a sonda multiparamétrica Aqua TROLL 800. O equipamento oferece seis portas de sensores e uma porta
Isoil Lamon
O SQ-R, da Isoil Lamon, é um medidor que combina dois sensores tipo radar, sendo um para determinação do nível da lâmina do fluido no canal e outro para medição de sua velocidade. A solução pode ser aplicada no monitoramento de vazão em canais de diversos tamanhos. www.isoil-lamon.com.br
Johnson Screens
O Passive Intake, da Johnson Screens, é um sistema de filtro de capacitação passiva que proporciona captação ininterrupta de água de lagos, rios e oceanos. A solução não demanda tempo de inatividade para limpeza ou manutenção de rotina e é projetada sob medida de acordo com o ambiente em que será instalada. www.johnsonscreens.com
Jopemar
A Jopemar desenvolve tanques de aço inox para diversos segmentos. A empresa fornece soluções customizadas e montagem in-loco com solda automatizada.
www.jopemar.com.br
Soluções para Monitoramento Meteorológico
Oferecemos soluções para monitoramento ambiental. Estações meteorológicas, estações pluviométricas e estações hidrológicas, pluviômetros e sensores de nível. Soluções integradas, incluindo de instalação, manutenção e calibração de sensores meteorológicos, até a gestão dos ativos de sua rede. Serviços escalonáveis.
vendas@romiotto.com.br www.romiotto.com.br
(11) 3976 - 4003
Combinando Meteorologia e Engenharia, a Sensorii proporciona aos seus clientes, segurança e credibilidade para a tomada de decisão, fornecendo escopo completo relacionado a monitoramento meteorológico, dispersão de poluentes, gestão de dados de estações meteorológicas, fornecimento de dados e previsão climática.
Especial
Kanaflex
O KANAWEHOLITE, da Kanaflex, é um tubo fabricado em PEAD – Polietileno de Alta Densidade em diâmetros de até 3 m. O produto conduz grande volume de líquido, tem baixa rugosidade na parede interna, elevada resistência à abrasão, compressão diametral e impacto.
Kemia
www.kanaflex.com.br
A Kemia apresentará suas inovações em tratamento de efluentes para o setor industrial. Entre os destaques
estão as tecnologias de lodos ativados e MBR – Membrane Bio Reactor.
https://kemia.com.br/
LG Sonic
O sistema de controle e monitoramento de algas MPC-Buoy, da LG Sonic, é alimentado com energia solar. A solução pode ser aplicada no controle de algas em lagos e reservatórios com uma combinação de gerenciamento remoto da qualidade
da água em tempo real e tecnologia de ultrassom.
www.lgsonic.com
Naqua
A NAQUA vai apresentar o Distribuidor Rotativo de Esgoto para Filtro Biológico com Braços em Calhas Vertedoras Os braços podem ser tubulares com bicos aspersores ou em calhas com vertedores reguláveis que permitem o ajuste da vazão distribuída ao longo das extensões.
ProMinent
O medidor de nível radar DULCOLEVEL, da ProMinent, pode ser integrado a sistemas de transferência, dosagem ou armazenamento de fluidos para gerenciá-los. A solução também pode ser aplicada para o manuseio de químicos em ETAs e ETEs.
Novus
https://naqua.com.br/
A NOVUS Automation irá expor o Datalogger IoT Multicanal Logbox LTE. O equipamento pode coletar dados em locais remotos e sem infraestrutura de rede através de tecnologia LTE NB IoT – Internet das Coisas, CAT M1 ou 2G. Apresenta duas entradas analógicas, bem como uma entrada e uma saída digital. www.novus.com.br
Prominas
A ETE Compact, desenvolvida pela Prominas em parceria com a E-Água, combina eficiência, durabilidade e flexibilidade em um sistema modular
capaz de atender até 5 mil habitantes. Construída em aço inoxidável, a solução tem uma vida útil estrutural superior a 20 anos e oferece sistema plug and play que simplifica a instalação. www.prominasbrasil.com.br
www.prominent.com.br
Sabará Químicos
A Sabará Químicos e Ingredientes, unidade de negócios do Grupo Sabará, irá destacar o Sany-Plus Powder, solução para a formação de dióxido de cloro ativo gerado a partir da mistura de insumos em pó. Por apresentar baixo custo de operação e ser 100% solúvel, o produto é indicado para aplicações em ETAs e ETEs. www.sabaraquimicos.com
Saga Medição
A Saga Medição fará o lançamento do Medidor com Relojoaria Eletrônica. Este novo modelo destaca-se pelo IDM - Índice de Desempenho Metrológico de 98%, garantindo precisão na medição de água com início de movimento a partir de 2,5 L/h. Apresenta saída pulsada incorporada.
https://www.sagamedicao.com.br/
Saint-Gobain Canalização
A Saint-Gobain Canalização apresentará a sua válvula borboleta flangeada bi-excêntrica. Fabricada em ferro dúctil, é compatível com diversos tipos de acionamentos e pode ser empregada em adutoras, estações de tratamento, elevatórias e em sistemas de água bruta ou tratada. https://www.sgpam.com.br/
Sancotec
A Sancotec estará na Fenasan representando duas marcas: a espanhola Toro, que fornece tanques e reservatórios modulares em PRFV – Plástico
Reforçado por Fibra de Vidro, e a norte-americana Tank Connection, conhecida no mercado por seus tanques de aço carbono revestidos em epóxi. www.sancotectank.com
Stattus4
O Ada, da Stattus4, é um sistema voltado para o monitoramento e gestão de perdas reais de água com sensores embarcados com tecnologia IoT - Internet das Coisas. A solução também possibilita analisar tendências de campo e indicar em mapas potenciais subáreas
Especial
de intervenção com a IA - Inteligência Artificial da Stattus4. Sua implantação demanda sensores de pressão na tubulação (aproximadamente um sensor por quilômetro de rede) que podem ser de mercado ou desenvolvidos pela própria Stattus4.
www.stattus4.com
TanksBR
O portfólio da TanksBR inclui reservatórios de 200 a 25 mil m³ com revestimento em epóxi e vitrificado. A em-
presa, que realiza obras de centros de reservação, entrou recentemente no mercado de ETEs com tanques de 15 L/s a 150 L/s.
www.tanksbr.com.br
Tecniplas
A Tecniplas apresentará tanques em PRFV - Plástico Reforçado por Fibra de Vidro para o setor de saneamento. Com dimensões de até 15 m e capacidade para armazenar até 4,5 milhões de L de água, os invólucros oferecem pontos de descanso, como plataformas intermediárias e escadas, além de serem fabricados
com pastas não reativas nas camadas iniciais, que previnem a translucidez do produto.
www.tecniplas.com.br
Toray
A Toray apresentará sua linha de membranas de osmose reversa (OR). Os produtos são aplicados em projetos de desmineralização de água oriunda do mar e salobra, podendo gerar água potável para processos industriais ou
em aplicações de reúso de efluentes municipais ou industriais.
www.water.toray
Veolia
A Veolia oferece soluções de gerenciamento de anomalias e medição para a otimização de redes municipais de água. Um de seus serviços é o He-Tracer, que detecta e reduz as fugas de água não visíveis por meio de um equipamento que injeta gás hélio nas tubulações. De natureza leve, o elemento se dispersa rapidamente para a superfície em casos de vazamentos, localizando-os com precisão e sem interferir na qualidade da água, inter-
romper o fornecimento ou afetar o tráfego, além de não gerar ruídos. www.veolia.com/latamib/pt
Watson Marlow
A WMFTS - Watson-Marlow Fluid Technology Solutions exibirá a bomba para dosagens químicas Qdos H-FLO, projetada para vazões de até 600 L/h. Podendo ser escalonável de acordo com o processo do usuário, seja em
tratamento de água ou efluentes, o produto opera com diversos tipos de cabeçote.
www.wmfts.com/pt-br/
XCMG
A XCMG Brasil apresentará diversos maquinários de seu portfólio. Um dos destaques é a perfuratriz direcional horizontal XZ360E. Com peso operacional de 10,5 ton, força empurra-puxa de 370 kN, velocidade máxima de empurra-puxa de 36 m/min e potência do motor de 154 kW/2200 rpm, o equipamento é projetado para oferecer eficiência e precisão em projetos de perfuração.
www.xcmg-america.com
Localização de vazamentos de água em redes subterrâneas
Matheus Silva Proença, doutorando em engenharia mecânica (PPGEM-UNESP); e Amarildo Tabone Paschoalini, professor da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (FEIS/UNESP)
Este trabalho propõe um modelo analítico, baseado em técnicas geofísicas vibroacústicas, para a localização de vazamentos de água em redes subterrâneas.
O modelo se detém à análise de informações recebidas por pares de sensores presentes na superfície do solo e, através de ferramentas estatísticas, prediz, de forma automatizada, o epicentro do vazamento.
Os índices de perda de água em muitos países ainda são preocupantes e exigem uma intervenção sistemática. No Brasil, por exemplo, aproximadamente, 40% da água tratada é perdida no processo de distribuição (SNIS 2022), e cerca de 60% deste volume não faturado é devido a vazamentos reais existentes na rede [4].
Para alterar este cenário, diversas técnicas de detecção/localização vêm sendo aprimoradas e aplicadas; dentre elas, as técnicas vibro-acústicas, por apresentarem boa sensibilidade e precisão, baixa taxa de falsos positivos e reduzirem o tempo de trabalho [16]. Em suma, estes métodos coletam e processam o próprio sinal vibro-acústico emitido pelo vazamento, que, em movimentos ondulatórios, propagam-se até a superfície do solo ou em pontos de acesso à tubulação enterrada [3].
Entretanto, apesar de serem promissores, alguns destes métodos, como o smart-ball, são invasivos, exigindo, para a sua aplicação, um tempo de inatividade em um ramo do siste-
ma, ou alterações em seus parâmetros de funcionamento [1]. Outros métodos, como os correlacionadores de sinais, exigem pontos de acesso direto à tubulação, como hidrantes e válvulas, sendo por vezes inviáveis em cidades com menor infraestrutura [11].
Além disso, alguns métodos vibro-acústicos existentes no mercado são caros devido à tecnologia embarcada em seus equipamentos e exigem uma alta qualificação e experiência da equipe de operadores envolvida para realizar o processamento e a interpretação adequada dos dados coletados. Alguns métodos ainda apresentam limitações em sua aplicação e têm sua eficiência prejudicada quando aplicados em redes com tubulações plásticas, por exemplo [2, 14].
Diante desse cenário, este estudo propõe um modelo analítico, vibro-acústico, para prever a localização de vazamentos em redes de distribuição subterrâneas, por meio da análise de pares de sensores na superfície do solo, eliminando interferências e paradas no sistema. O método apresentado requer mínima experiência e trei-
namento do operador, pois, com a superfície georreferenciada, automatiza-se a localização do sinistro com o fornecimento da distância entre um sensor e o epicentro do vazamento procurado. Além disso, a instrumentação utilizada é leve, portátil e relativamente barata.
Para realizar o processo de localização, o modelo considera dois caminhos sísmicos, através dos quais o sinal do vazamento irá se propagar até atingir os sensores na superfície. Como os ambientes geológicos representam sistemas multiparamétricos complexos, alguns parâmetros de entrada do modelo possuem incertezas epistémicas, então, são tratados estatisticamente. Para este fim, o trabalho utilizou o método clássico de Monte Carlo, uma técnica de simulação muito empregada para cálculos estocásticos devido à sua simplicidade conceitual e algorítmica, trazendo bons resultados [12].
A inferência estatística irá tanto descrever as observações experimentais, quanto verificar a qualidade de predição do modelo analítico proposto, com níveis de confiança conhecidos e com perda mínima de informações do fenômeno [15].
Objetivos
O objetivo deste trabalho é propor um modelo de localização analítico que facilite e reduza custos no processo de busca de vazamentos de água em dutos subterrâneos. O modelo baseia-se em técnicas geofísicas vibro-acústicas e se detém à análise de pares de sensores presentes na superfície do solo, tratando as incertezas existentes com inferência estatística.
Metodologia
Modelo analítico
Parte da energia vibro-acústica gerada pelo vazamento no subsolo irá se propagar ao longo do geomaterial e chegará à superfície através de ondas sísmicas, que são classificadas de acordo com o seu perfil de propagação. As ondas geradas internamente no maciço são conhecidas como ondas de corpo, podendo ser de compressão ou de cisalhamento. Já as ondas de propagação superficial são conhecidas como ondas de superfície. As ondas Rayleigh e as ondas Love são exemplares desse tipo [7].
Os caminhos de propagação do sinal do vazamento podem ser diversos. No entanto, a presente pesquisa considerou apenas dois tipos de caminhos sísmicos para gerar as predições de localização desejadas. O primeiro caminho adotado, representado na figura 1, pela linha tracejada amarela, considera ondas de corpo de compressão (P) propagando-se, diretamente, da fonte de excitação até os sensores na superfície. Este evento gera sucessivas compressões e extensões do meio.
O segundo caminho ponderado, por sua vez, representado pela linha tracejada azul na figura 1, considera que as ondas de corpo geradas pelo vazamento irão primeiramente se propagar até a interface da superfície e, em seguida, se converter em ondas de superfície do tipo Rayleigh, propagando-se, então, até os sensores. As interfaces existentes ao longo dos
caminhos de propagação, com diferenças de impedância, são responsáveis por este processo de transformação e decomposição das ondas sísmicas.
As ondas Rayleigh propagam-se em um movimento elíptico retrógado, gerando deslocamentos verticais no plano de propagação. A velocidade destas ondas de superfície (VR ) é, geralmente, inferior à das ondas P (VP ) [2].
Ao desenvolver as relações trigonométricas do problema e estimando o atraso de tempo entre pares de sinais da malha de sensores, a partir do pico da função de correlação cruzada, tem-se que a distância entre o sensor A e o epicentro do vazamento C. Pelo primeiro caminho de onda proposto, ������ é dada por:
Sendo o ângulo ; h, a profundidade do tubo enterrado; C��, a razão entre as velocidades das ondas ; e , o atraso de tempo entre os sensores A e B. A distância ���� pode ser obtida por um processo interativo simples (���� = ���� + ����) ou também pode ser tratada como um parâmetro com incertezas associadas (0 ≤ ���� ≤ ����)
Quanto ao segundo evento sísmico proposto, a distância entre o sensor A e o epicentro do vazamento C, ������, é descrita por:
Assim, a predição da localização do epicentro do vazamento (posição C da figura 1) pode ser obtida pelos caminhos sísmicos aplicados isoladamente, como apresentado pelas equações acima, ou de forma combinada. A ordem
Fig. 1 – Representação dos caminhos sísmicos adotados no modelo
Sensor (A)
Epicentro (C)
Vazamento (L)
Sensor (B)
Abastecimento
de associação dos eventos pode ser melhor investigada em estudos futuros, no entanto, para este trabalho, aplicou-se uma relação linear entre eles.
É importante salientar que, se o solo analisado apresentar alta heterogeneidade, gerando um grande número de interfaces internas refletivas, ou se a distância entre os pares de sensores for grande o suficiente para gerar mudanças significativas nas contribuições das ondas entre cada sensor, a correlação entre os sinais coletados será, de certa forma, prejudicada, desencadeando maiores erros nas predições. Todavia, o tratamento estatístico proposto ainda contribuirá para as melhores decisões neste cenário.
Caracterização
das incertezas dos parâmetros
Em um estudo geofísico sempre haverá um grau significativo de incertezas relacionado. No trabalho desenvolvido, as incertezas que o modelo apresenta são, essencialmente, de origem epistêmica, uma vez que estão ligadas à variabilidade das propriedades elásticas do solo, à possibilidade de desvios nas medições experimentais, e devido a erros associados às simplificações adotadas, a hipóteses de modelagem e a algum desconhecimento sobre o fenômeno físico abordado [14].
Assim, o modelo analítico desenvolvido foi tratado considerando um grau de incertezas associado à velocidade da onda Rayleigh (VR), à razão de velocidades CV – que é função do coeficiente de Poisson (υ) – e à profundidade do tubo (h). A velocidade da onda superficial do tipo Rayleigh, por exemplo, varia não só em função da dispersividade natural deste tipo de onda, mas também, com as heterogeneidades existentes no geomaterial ensaiado [6].
A FDP - Função de Densidade de Probabilidade da velocidade da onda
V elocidade da onda Rayleigh [m/s]
95% confiança
Função de densidade de probabilidade
Distribuição das amostras Estimador de Kernel Estimador pela
Índice de amostras Velocidade da onda Rayleigh [m/s]
Fig. 2 – a) Amostras experimentais de VR e seus parâmetros estatísticos; b) FDP empírica calculada
superficial foi estimada a partir de amostras experimentais obtidas em um ensaio prévio, de impacto, realizado na superfície do maciço, e através de abordagens probabilísticas não paramétricas, como o estimador de densidade de Kernel e a FDA - Função de Distribuição Acumulada empírica.
A figura 2a apresenta a distribuição das amostras coletadas e a figura 2b mostra um histograma dos conjuntos de dados experimentais e a respectiva distribuição de probabilidade ajustada. A FDP descreve a verossimilhança de uma variável aleatória assumir um determinado valor, permitindo, assim, uma maior precisão na descrição das incertezas dos parâmetros utilizados [10].
Como apresentado na figura 2, a distribuição das amostras experimentais tem suporte igual a [37,79; 426,67] m/s, e parâmetros estatísticos µ = 149,73 m/s; σ = 38,87 m/s.
Função de densidade de probabilidade
As velocidades da onda de corpo compressional (VP ) foram, então, associadas às velocidades da onda superficial por meio do coeficiente CV Já as funções de densidade de probabilidade do coeficiente de Poisson e da profundidade do tubo foram construídas por meio do Princípio da Máxima Entropia. Para um suporte finito positivo para o coeficiente de Poisson igual a [0,25-0,40] e uma expectativa µ = 0,35, tem-se que a distribuição maximamente não presumida consistente é uma distribuição exponencial truncada [17], como mostrado na figura 3a. Quanto às incertezas associadas à profundidade de instalação das tubulações subterrâneas, tem-se apenas um suporte conhecido, com uma variação ∆h = 10%. Assim, uma distribuição uniforme para o parâmetro é a mais adequada (figura 3b).
Com as incertezas de todos os parâmetros caracterizadas, uma grande
(a) (b)
Função de densidade de probabilidade
Suporte para o coeficiente de Poisson Suporte para a profundidade h [m]
Fig. 3 – a) Distribuição de probabilidade exponencial truncada para o coeficiente de Poisson (υ); b) Distribuição de probabilidade uniforme para a profundidade do tubo (h)
CDF
Amostras Média Mediana
Média ± dp (a) (b)
Abastecimento
variedade de cenários probabilísticos foi criada através da simulação de Monte Carlo. Tais informações foram combinadas e a solução probabilística do modelo foi obtida.
No cerne de qualquer simulação de Monte Carlo está o gerador de números aleatórios, que deve ser capaz de criar um grande fluxo de variáveis aleatórias independentes e distribuídas de acordo com uma função de distribuição de probabilidade preestabelecida [8]. Neste trabalho, para a geração das variáveis aleatórias utilizadas nas simulações, aplicou-se o método da transformada inversa.
com uma manta de poliéster, com 10 mm de espessura.
A 0,3 m da base, foi enterrada uma tubulação de PVC (Ø = 50 mm), preenchida por água. Para a simulação da excitação do vazamento, acoplou-se, ao tubo, um atuador mecânico instrumentado, como ilustra a figura 4. O sinal emitido pelo sistema foi um ruído branco, na faixa de 0 a 6400 Hz, ge-
Procedimentos experimentais
Os ensaios experimentais utilizados para a avaliação do modelo foram executados em uma bancada de teste. Conforme mostrado na figura 4, o setup foi constituído por um reservatório de madeira, com dimensões iguais a 1,6 m x 1,6 m x 0,8 m, preenchido com solo local, previamente peneirado e compactado. Todas as pare-
Tubulação Água
Luva plástica
Haste roscada
Atuador
Massa inercial
Acelerômetro
rado computacionalmente e amplificado por um amplificador de som.
A fonte estava a uma profundidade de 0,38 m da superfície, e em x = 0 m e y = 0 m.
Antes de calcular a função de correlação cruzada entre pares de sensores da malha, os sinais coletados foram filtrados aplicando-se um filtro passa-banda em uma faixa de frequência com boa coerência entre os sinais, reduzindo, assim, efeitos indesejados devido a ruídos de fundo e intrínsecos ao próprio geomaterial.
Nos testes, foram abordadas seis diferentes amplitudes de excitação,
Fig. 4 – Ilustração da bancada experimental de testes
Abastecimento
com valor quadrático médio (rms) da aceleração variando de 0,1 a 2 m/s2 Em cada teste experimental, a previsão final da localização do vazamento foi obtida a partir da média de 11 previsões geradas da combinação, em pares, dos seis sensores da malha.
Resultados e discussão
Todas as simulações numéricas deste trabalho foram desenvolvidas no software de programação MATLAB. A convergência da simulação de Monte Carlo foi previamente verificada usando uma estimativa do momento de segunda ordem. Ao todo, 25 mil amostras aleatórias foram utilizadas em cada caso abordado.
Enfim, a figura 6 apresenta os resultados estatísticos para a previsão da localização do vazamento, aplicando-se os eventos sísmicos, isoladamente, para uma excitação com rms = 0,5 m/s2 e rms = 1 m/s2.
Como pode ser contemplado, os resultados, de ambas as equações analíticas propostas, para ambas as amplitudes de excitação, forneceram uma boa previsão da localização do vazamento. Considerando o valor mais provável da FDP, o erro absoluto obtido foi de 15 e 16 cm para o primeiro evento, e de 6 e 9 cm para o segundo.
Em seguida, os dois eventos sísmicos foram combinados, linearmente, para cada ajuste de excitação. Os valores dos coeficientes FP e FR foram obtidos por meio de um estudo paramétrico e são função da distância dos sensores. A figura 7 mostra uma melhora significativa dos resultados com a combinação dos dois eventos, como já era esperado.
Para os casos abordados, a previsão teve uma melhora mínima de 66,7%, em relação às previsões anteriores com os modelos aplica-
Função de densidade de probabilidade
Função de densidade de probabilidade
Localização do vazamento [m]
Função de densidade de probabilidade
Localização do vazamento [m]
Função de densidade de probabilidade
Localização do vazamento [m]
Fonte: elaborado pelo póprio autor
Localização do vazamento [m]
Fig. 6 – Resultados estatísticos para o a) evento 1 (rms = 0,5 m/s²) e b) evento 2 (rms = 0,5 m/s²); c) evento 1 (rms = 1 m/s²); d) evento 2 (rms = 1 m/s²)
dos isoladamente. Levando em conta o valor mais provável das FDPs, o erro absoluto máximo obtido foi de 3 cm. Foram investigados nesta pesquisa 18 diferentes cenários, alterando-se o arranjo da malha de sensores e a amplitude da excitação do vazamento simulado, e, em todos os casos, o modelo apresentou boas predições [9].
Vale destacar que, em campo, na presença de um vazamento real, as propriedades do solo mudarão consideravelmente nas proximidades do fluxo de água. Estas variações substanciais de impedância gerarão, juntamente com as heterogeneidades naturais do maciço, um número maior de reflexões, reduzindo, provavelmen-
Abastecimento
te, a precisão do modelo. Combinar vários pares de sensores, como já foi proposto, é uma das estratégias para reduzir o impacto desses eventos; no entanto, testes futuros também devem ser realizados para melhor investigar e discutir a qualidade dos resultados.
Conclusões
No presente trabalho foi desenvolvido um modelo analítico, baseado em técnicas geofísicas vibro-acústicas, a fim de simplificar o processo de localização de vazamentos de água em redes de distribuição subterrâneas, a partir da simples análise da superfície do terreno acima da tubulação.
O método proposto considerou dois tipos de caminhos sísmicos para a propagação do sinal do vazamento até a superfície do solo – um direto percorrido por ondas de corpo de compressão e um percorrido por ondas superficiais de Rayleigh, a partir do epicentro do vazamento. Em suma, para obter a localização probabilística do vazamento de água, são utilizadas relações trigonométricas, pro-
cessamento de sinais e inferência estatística.
O modelo analítico de predição foi tratado considerando graus de incertezas associados à velocidade da onda Rayleigh (VR), à razão de velocidades das ondas (CV) – que é função do coeficiente de Poisson (υ) – e à profundidade do tubo (h). A Função de Densidade de Probabilidade da velocidade da onda superficial foi obtida de forma empírica e a FDP do coeficiente de Poisson e da profundidade do tubo foram deduzidas pelo princípio da entropia máxima. Então, a propagação de incertezas desses parâmetros geofísicos foi abordada usando a simulação de Monte Carlo. Em um ambiente experimental controlado, o modelo proposto foi validado. Seu desempenho foi analisado para cada evento sísmico isoladamente, e para um evento combinado. Os resultados estatísticos, de ambas as equações analíticas isoladas, forneceram uma boa previsão da localização do vazamento nos casos retratados. Considerando o valor mais provável da FDP, o erro absoluto máximo obtido foi de 16 cm para o primeiro
evento sísmico e de 9 cm para o segundo. A combinação dos eventos gerou uma melhora de 66,7% nos resultados.
Como observado, o modelo analítico apresentado facilita o processo de localização, requer mínima experiência e treinamento dos operadores, e utiliza uma instrumentação leve, portátil e, relativamente, de baixo custo. Ademais, os resultados atestaram a validade do cálculo das curvas de tempo de percurso da onda de corpo P em função de informações da onda superficial Rayleigh, evitando a necessidade de realizar tomografia sísmica intrusiva no maciço, o que geraria mais custos ao projeto, mão de obra especializada e maior tempo de serviço.
Referências
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Carlo simulation. Water Practice & Technology, vol. 18, no 3, 2023.
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[17] Udwadia, F.E. Some results on maximum entropy distributions for parameters known to lie in finite intervals. Society for Industrial and Applied Mathematics, vol. 31, no 1, 1989.
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Trabalho originalmente apresentado no 34º Encontro Técnico AESabesp/FenasanCongresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 3 a 5 de outubro de 2023, em São Paulo.
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Comparação dos custos entre frota própria e terceirizada
As companhias de saneamento utilizam um grande número de veículos para a prestação de serviços, fiscalização e transporte de materiais e colaboradores. A escolha do melhor modelo de gestão da frota, seja próprio ou terceirizado, é um desafio. Este trabalho apresenta um estudo prático realizado pela Companhia Águas de Joinville, uma empresa pública municipal, na avaliação da opção mais econômica e eficiente.
NRicardo Alexandre de Mello Oliveira, Thiago Zschornack, Sidney Marques de Oliveira Junior, Fernando Horst Harmel e Guirlei Dine Ruysam, da Companhia Águas de Joinville, SC
o saneamento muitas concessionárias fazem uso de grandes frotas de veículos para prestação de serviços. A decisão sobre a escolha do melhor modelo de gestão da frota, seja ele próprio ou terceirizado, é bastante desafiadora. Na literatura existem diversos métodos e modelos que auxiliam na definição da melhor estratégia a ser adotada. Este trabalho apresenta o estudo prático realizado pela Companhia Águas de Joinville, empresa pública municipal, na avaliação do melhor modelo de gestão de frota.
Introdução
Este estudo partiu da necessidade de incentivar uma gestão estratégica na área de transporte da administração pública, mais especificamente no âmbito do saneamento na GSLGerência de Suprimentos e Licitação da Companhia Águas de Joinville, em Santa Catarina [1].
A GSL tem registrado um aumento do uso dos veículos, seja para fiscalização de serviço, viagens e outros negócios, consequência da necessidade
de deslocamentos (colaboradores ou materiais). A GSL, através deste projeto, pretende melhorar a qualidade do gasto setorial, de acordo com o princípio da economicidade e, sobretudo, da eficiência, seguindo os princípios da administração pública. Para este estudo, usou-se o modelo Strategic Sourcing, que consiste numa metodologia adotada pelas áreas de suprimentos, em que se analisa o custo total de aquisição de cada família de produtos ou serviços, através de seu mapeamento, entendimento e avaliação das especificações desses materiais, níveis de serviço e de seu mercado fornecedor [4]. Através desse processo, é possível revisar todos os custos externos que afetam os produtos, bem como os custos internos de utilização, financeiro e de logística. Possibilita também avaliar otimizações na estrutura dos produtos, encontrar um ponto ótimo que atenda aos requisitos e níveis de serviço que maximizem o custo/benefício de determinada aquisição. Esse processo amplia ainda o conhecimento do mercado fornecedor, melhora a qualidade do
Gestão pública
material e agiliza o fluxo de atendimento do mercado.
Dessa forma, explorando o poder de compra e identificando uma vantagem competitiva, o método Strategic Sourcing oferece um maior potencial de redução de custos e aumento de desempenho da cadeia produtiva, com melhoria da qualidade e agilidade dos processos operacionais. Um profissional do Strategic Sourcing deve harmonizar a qualidade do serviço com garantia de redução de custos. A tecnologia, a capacitação dos profissionais de compras e o monitoramento dos resultados são fatores-chave na incorporação desse modelo funcional nas empresas. Neste caso, a Companhia Águas de Joinville vem realizando, periodicamente, estudo comparativo entre custos de frota própria e frota terceirizada à luz do Strategic Sourcing, a fim de levantar a viabilidade econômica de cada um e, assim, decidir pela opção mais vantajosa.
Metodologia
O método usado foi exploratório quanto aos objetivos de abordagem quantitativa. Quanto ao delineamento, a pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso. A empresa estudada é a Companhia Águas de Joinville, que trabalha com frota mista (na sua grande maioria, frota terceirizada). A coleta de dados foi documental, realizada no mês de outubro de 2021 e atualizada em maio de 2022, com o levantamento de custos para elaboração de uma análise comparativa entre frota própria e terceirizada. Para tal, foram considerados os seguintes itens: rota, modelos de veículos, quilômetros rodados, depreciação, remuneração de capital, custo de oportunidade (valores dos veículos vs Selic de 05/2022), mão de obra dos
funcionários (assistentes administrativos e coordenador de patrimônio), seguros, impostos, manutenção, combustível e custo de indisponibilidade (plotagem da frota, estrutura física, pneus, manutenção da frota, manutenção corretiva e revisão anual elevação do carro).
Etapas e dados utilizados
Na Companhia Águas de Joinville, o projeto foi desenvolvido em três etapas: diagnóstico, desenvolvimento e implantação. Foram selecionados quais os veículos de compra seriam estudados, mediante análise da situação atual acerca das aquisições da empresa, bem como orçamento de 2022, para apresentação das melhores práticas da gestão de suprimentos junto ao mercado privado. Depois disso, foram selecionados os melhores modelos para cada veículo e desenvolvidos editais para contratação dos itens, visando à implantação de cada novo modelo de aquisição.
Para estabelecer se esse tipo de locação predefinido seria adotado em detrimento da aquisição de veículos, foi usada análise de viabilidade econômica, desenvolvida através de uma ferramenta no formato Excel.
A avaliação de alternativas de investimento (adquirir ou locar) é feita a partir da análise dos fluxos de caixa de cada um. As técnicas mais usadas são a Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Valor Presente Líquido (VPL). Esta última foi a escolhida para as análises deste caso.
O Valor Presente Líquido (VPL) é uma técnica matemática onde todos os componentes de gasto e receita são referenciados ao período inicial (tempo zero), por meio de taxas de
desconto. O que se busca saber é quanto os pagamentos ou recebimentos em períodos futuros valem hoje [5].
Os fluxos de caixa estão sujeitos a reajuste, sendo assim, deverão ser corrigidos monetariamente, por determinada taxa quando da época do pagamento. Neste caso, se faz o orçamento usando o boletim Focus (Banco Central), para determinar inflação futura e a taxa Selic, para fins de cálculo do custo de oportunidade [3].
Dessa forma, cada variável de gasto dos modelos de locação e aquisição ao longo da vida útil do veículo são trazidos ao VPL, através da aplicação do índice de inflação (usa-se o Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo – IPCA/IBGE), a fim de analisar o custo total de cada um dos modelos.
Para um comparativo, é importante ressaltar que, em cada análise de investimento, deve-se ter como base o mesmo tipo de veículo, a mesma intensidade de uso (km rodados/mês) e o mesmo tempo de uso.
Para o modelo de aquisição de veículos, são utilizadas as seguintes variáveis de custos:
• Valor da aquisição: valor de compra do veículo, obtido através da cotação de mercado.
• Valor da oportunidade: valor equivalente ao montante financeiro que o governo receberia no mercado financeiro caso aplicasse o valor desembolsado na aquisição de veículos. Usa-se como índice de retorno do investimento a taxa Selic.
• Custo de indisponibilidade: refere-se ao custo gerado devido à ausência do veículo quando se encontra indispnível (por estar em manutenção, por exemplo). Tal custo foi estimado em 10% do valor da aquisição.
• Custo dos impostos (IPVA, licenciamento, placas e lacres, seguro obrigatório, seguro anual e rastreamento):
Gestão pública
referente ao pagamento dos impostos incidentes, cujo valor é unificado para os veículos adquiridos pela Companhia Águas de Joinville.
• Custo administrativo (pessoal): refere-se aos gastos administrativos (de rotina) dos veículos, estimado em R$ 2946,41 por assistente administrativo mês e do coordenador de patrimônio, de R$ 8979,75.
Ano 1 Mensal (R$) Meses Valor da locação anual (R$)
Custo total 1 2.216.351,76
Ano 2
Inflação
Valor da locação 184.695,98 12 12,13% 2.485.195,23
Custo total 2 2.485.195,23
Valor presente líquido (VPL) 4.429.457,01
Ranking do VPL R$ % Veículo locado 4.429.457,01 Veículo próprio 10.214.663,95
• Custo de manutenção: custos das manutenções e corretivas dos veículos, estimadas em R$ 0,08 l/km.
• Valor da venda: é a receita do veículo nos leilões administrativos. Tal valor é obtido através da tabela Fipe (referente à marca/modelo e ano do veículo), descontado o deságio do leilão, que é uma taxa estimada em 25% sobre o valor da Fipe mais 5% sobre o valor de venda.
Análise dos resultados
Após o estudo, a melhor opção é a locação de veículos, com uma economia superior a 130% (tabela I).
Conclusões/
recomendações
Esta pesquisa atendeu aos objetivos propostos, confrontando a frota própria com a frota terceirizada, resultando em dados relevantes para gestores da licitação e suprimentos. A verificação dos custos dos assistentes e do coordenador envolvidos, seguro, plotagem, revisão e outros foram essenciais ao planejamento para a melhor tomada de decisão em 2022.
O uso do transporte em saneamento, assim como em diversos órgãos do setor público, deve ser feito mediante o planejamento adequado com base em
dados consistentes em prol da sustentabilidade e seguindo o princípio da economicidade.
Por fim, o custo da frota própria, no valor de R$ 10.214.663,95, foi superior a 130% da frota terceirizada, no valor de R$ 4.429.457,01, principalmente pelo aumento das matérias-primas na produção dos veículos zero quilômetro, acentuado pela pandemia do Covid-19, com aumento da inflação e da taxa Selic (ambas acima de 12% ao ano).
O presente trabalho não tem a pretensão de esgotar o universo de modelos para o suprimento da frota de veículos no setor público, mas de consolidar brevemente o caso da Companhia Águas de Joinville e compartilhar com os demais pares da administração pública e a sociedade as possibilidades a serem obtidas no que tange à frota de veículos.
Em trabalhos futuros, devem-se estudar os custos fixos e variáveis unitários para frota própria como uma função linear, e os custos variáveis unitários para frota terceirizada como função linear para fins de cálculo do ponto de equilíbrio. O objetivo é saber que quando a frota própria está acima desse ponto de equilíbrio, ela torna-se economicamente favorável em relação à terceirizada. Pontos abaixo indi-
cam que a frota terceirizada se mostra mais viável. Em resumo, o estudo apontou que a locação de longo prazo (por período superior a 12 meses), também conhecida como terceirização de frota, era o modelo de compra mais econômico para veículos administrativos e de representação e embasou o processo licitatório do ano seguinte, sendo, inclusive, apresentada ao Tribunal de Contas do Estado.
Referências
[1] Aarão, Lucas Resende. Terceirização versus frota própria: uma análise da função transporte em uma instituição federal de ensino. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Viçosa, MG, 2016.
[2] Brito, Fernando Silvestre de et al Terceirização da frota de veículos oficiais: A experiência mineira com a locação de veículos administrativos, operacionais e de representação. In: VII Congresso de Convenções Ulysses Guimarães. 27/03/2014.
[3] Casarotto, Nelson e Kopittke, Bruno. Análise de investimentos: manual para solução de problemas e tomadas de decisão. 12a ed. São Paulo: Atlas, 2020.
[4] Candido, Marcio. O que é Strategic Sourcing Disponível em: administradores.com.br/ artigos/o-que-estrategic-source-ou-estrategic-sourcing, 29/04/2011.
[5] Hummel, Paulo Roberto Vampré e Pilão, Nivaldo Elias. Matemática Financeira e Engenharia Econômica: A teoria e a prática da análise de projetos de investimentos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.
[6] Silva, Juliana Lopes da et al. Comparação dos custos entre frota própria e terceirizada em uma transportadora do Vale do Paraíba - SP. In: Revista de Ciências Gerenciais da Uninhanguera, no 24. Ago/2012.
Trabalho originalmente apresentado no 34o Encontro Técnico AESabesp/FenasanCongresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 3 a 5 de outubro de 2023, em São Paulo.
Tab. I – Comparativo entre veículo próprio e locado
problema dos resíduos das pocilgas
Desobstrui ralos e caixas de gordura
Remedia locais contaminados com petróleo ou outros derivados
Produto fabricado por: Next Filtration Technologies Inc. EUA - Florida
Estudo comparativo sobre a remoção de nutrientes
Visando o melhor custo/ benefício operacional, este estudo testou diferentes métodos para a remoção de nitrogênio e fósforo dos efluentes domésticos, incluindo rotas aeradas em estações convencionais e em batelada, além do uso de coagulantes à base de alumínio e oxidantes à base de ferro. Todos os testes apresentaram resultados satisfatórios, mas o tratamento físico-químico com oxidante foi mais confiável e teve melhor custo operacional.
As águas residuárias lançadas nos corpos hídricos resultam em elevada contaminação ambiental devido aos efeitos causados por nutrientes, representados principalmente pelo nitrogênio e fósforo.
A matéria orgânica e o nitrogênio na forma amoniacal são responsáveis pelo consumo de oxigênio dissolvido em corpos hídricos, causando a mortandade da fauna aquática. Por outro lado, o fósforo e o nitrogênio, na forma de nitrato são responsáveis pelo supercrescimento de algas. Neste caso, substâncias adversas produzidas pelas cianobactérias, principalmente, podem causar sabor e odor em águas de abastecimento, toxicidade e mutagenicidade aos seres vivos que ali habitam.
O desenvolvimento urbano e o aumento populacional desordenado contribuíram para aumentar o consumo de recursos hídricos para o abastecimento público, e essa mesma ocupação acaba gerando resíduos que, muitas vezes, são lançados nesses próprios corpos hídricos.
O nitrogênio é um componente de grande importância em termos da geração e também do próprio controle da poluição das águas, devido, principalmente, aos seguintes aspectos relacionados à poluição da água e ao tratamento de esgoto [9]:
• o nitrogênio é um elemento indispensável para o crescimento de algas, podendo, por isso, em certas condições, conduzir ao fenômeno de eutrofização de lagos e represas;
• o nitrogênio, nos processos de conversão da amônia em nitrito e, em seguida, do nitrito em nitrato (nitrificação), implica o consumo de oxigênio dissolvido no corpo d’água;
• o nitrogênio na forma de amônia livre é diretamente tóxico aos peixes;
• o nitrogênio na forma de nitrato está associado a doenças como a metemoglobinemia.
• o nitrogênio é um elemento indispensável para o crescimento dos microrganismos responsáveis pelo tratamento de esgoto;
• o nitrogênio, nos processos de conversão da amônia a nitrito e, em seguida, do nitrito em nitrato (nitrificação), que eventualmente possa ocorrer em uma estação de tratamento de esgoto, implica o consumo de oxigênio e alcalinidade;
• o nitrogênio, no processo de conversão do nitrato em nitrogênio gasoso (desnitrificação), que eventualmente pode ocorrer em uma estação de tratamento de esgoto, resulta em: a) economia de oxigênio e alcalinidade (quando realizado de forma controlada);
Clodoaldo Jose Marques, Fabiano Ilkiu Bezerra, David Ida Junior, Edegar Morando e Sandro Luis Rolão, da Sanepar - Companhia de Saneamento do Paraná
Esgoto
b)deterioração da sedimentabilidade do lodo (quando não controlado), devido à aderência de bolhas de N2 aos flocos em sedimentação.
O fósforo presente nos detergentes e na água residuária bruta ocorre na forma de polifosfatos solúveis ou, após hidrólise, na forma de ortofosfatos. O fósforo originário dos detergentes pode representar até 50% da concentração de fósforo total no esgoto doméstico.
Os polifosfatos são moléculas mais complexas com dois ou mais átomos de fósforo. Os polifosfatos transformam-se em ortofosfatos pelo processo de hidrólise, que apesar de lento, inicia-se e ocorre parcialmente no próprio sistema de coleta de esgoto.
Uma possível classificação do fósforo presente no esgoto é quanto à sua forma como sólido:
• fósforo solúvel (predominantemente inorgânico) – principalmente polifosfatos e ortofosfatos (fósforo inorgânico), acrescidos de uma pequena fração correspondente ao fósforo ligado à matéria orgânica solúvel do esgoto;
• fósforo particulado (todo na forma orgânica) – ligado à matéria orgânica particulada do esgoto.
As preocupações quanto ao nitrogênio e fósforo presentes nos efluentes domésticos estão baseadas nas concentrações em que eles são encontrados nos esgotos, pois estão em níveis elevados (tabela I).
Diante do exposto, visando à melhor remoção versus o menor custo opera-
Tab. I – Contribuição per capita de nutrientes no efluente doméstico
Parâmetro Contribuição per capita (g/hab.d) Concentração (mg/L)
Nitrogênio
Nitrogênio orgânico 2,5 – 4 15 a 25
Amônia 3,6 – 6 20 a 35
Nitrito 0 0
Nitrato 0 - 0,2 0 a 1
Fósforo 0,7 – 2 04 a 12
Fósforo orgânico 0,2 - 0,8 1 a 5
Fósforo inorgânico 0,5 – 1 3 a 7
Fonte: Adaptado de Von Sperling (2005) [2]
cional, a unidade removeu nutrientes baseado em três vertentes, sendo elas a físico-química, utilizando coagulante e oxidante (policloreto de alumínio e cloreto férrico, respectivamente), sistema aerado convencional e sistema em batelada.
Objetivos
• Avaliar a remoção de nutrientes baseado em vertentes distintas.
• Quantificar o custo/benefício da operação para a remoção de nutrientes.
• Auxiliar a operação das estações no alcance de parâmetros de lançamento.
• Avaliar a melhor remoção em cada planta operada.
Material e métodos
O experimento foi dividido em duas etapas, sendo uma com remoção via biológica e a outra via dosagem química. Na via biológica, os sistemas utilizados foram o aerado convencional contendo tanque anóxico e SBR (reator sequencial em batelada). A via química ocorreu em estação anaeróbia, utilizando-se de coagulante durante uma semana.
A dosagem utilizando concentrações de policloreto de alumínio (PAC) e cloreto férrico (FeCl3) foi realizada em uma estação convencional com pré-tratamento, seguido de tratamento primário por reator anaeróbio do tipo UASB e filtro anaeróbio descendente. Como pós-tratamento foi instalada uma estação metálica contendo flocodecantador seguido de um decantador a partir de um leito de secagem modificado (figura 1).
Fig. 1 – Leito de secagem modificado para decantador
Esgoto
Com o mesmo objetivo, duas estações de lodos ativados – sendo uma convencional (figura 2) e a outra em batelada (figura 3) – foram avaliadas em relação à remoção de carga e nutrientes. A primeira composta por tanque de aeração, tanque anóxico e decantador; e a
outra com modelo de tratamento SBR, que consiste em um processo de lodo ativado em que vários eventos de tratamento ocorrem em um único tanque.
Discussão e resultados
Na estação anaeróbia escolhida para a realização das dosagens de químicos, foi utilizado o oxidante cloreto férrico comparativamente ao coagulante policloreto de alumínio e os resultados estão exibidos nas tabelas II e III. Nas estações aeradas, as análises foram realizadas em dias consecutivos, seguindo a ordem de tratamento da estação (tabelas IV e V).
Conclusões
Percebe-se que os sistemas, tanto convencional como em batelada, contendo tanque anóxicos, são capazes de remover nutrientes. Já em relação aos processos fí-
Tab. II – Dosagens de cloreto férrico para a remoção de carga e nutriente
ETE Cidade Candói
Dia Fósforo (Remoção 92,5%) DQO (Remoção pós-tratamento
Tab. III – Dosagens de policloreto de alumínio para a remoção de carga e nutriente
ETE Cidade Candói
sico-químicos com a utilização do PAC, não há garantia da remoção de nutrien-
Fig. 2 – Estação aerada convencional
Fig. 3 – Estação aerada SBR (reator sequencial em batelada)
Tab. IV – Remoção de carga e nutriente a partir de uma estação convencional
ETE Novas Laranjeiras Lodo Ativado
Dia Fósforo (Remoção 53%) DQO (Remoção 95%)
Afluente Efluente Afluente Efluente
1 7,00 2,02 869,90 65
2 5,23 3,9 788,50 30
3 4,76 2,72 464,50 12
4 5,93 2,21 693,60 74
4 3,68 1,73 394,90 7,00
5 3,76 2,07 393,70 5,00
tes, porém, o mesmo não ocorre com a utilização de cloreto férrico que, por sua vez, realiza a remoção de nutrientes de forma satisfatória.
Em relação às dosagens de policloreto de alumínio e de cloreto férrico, estas são praticamente as mesmas, porém algumas questões devem ser consideradas: o cloreto férrico é corrosivo, por isso, deve-se ter muito cuidado com as estruturas; já com o cloreto
Tab. V – Remoção de carga e nutriente a partir de uma estação SBR
férrico, a remoção de DQO/DBO é melhor, comparando-se ao policloreto de alumínio.
Em relação aos valores dos respectivos produtos químicos, novamente tem-se a vantagem do cloreto férrico, uma vez que seu valor é 32% inferior ao do policloreto de alumínio.
A remoção de nutrientes, bem como a queda na carga poluente, deve ser realizada de forma contínua onde exista constância, pois significa
passar o esgoto por processos químicos ou biológicos para retirar compostos nitrogenados e fosfatados até níveis permissíveis pela legislação vigente.
Referências
[1] Chernicharo, C.A.L. et al. Pós-tratamento de efluentes de reatores anaeróbios por sistemas de desinfecção. In: Pós-tratamento de efluentes anaeróbios. Belo Horizonte: Prosab/Finep, 2001.
[2] Mota, S. & Von Sperling, M. (2009). Nutrientes de esgoto sanitário: utilização e remoção Vol. 1. Rio de Janeiro: Prosab/Finep.
Trabalho originalmente apresentado no 34º Encontro Técnico AESabesp/FenasanCongresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 3 a 5 de outubro de 2023, em São Paulo.
Tratamento de água
Correlação entre turbidez, cor aparente e lodo gerado
Este artigo analisa a proporcionalidade entre a qualidade da água bruta (turbidez e cor aparente) e a quantidade de lodo gerada no tratamento de água. Com base em amostras de água coagulada de uma ETA em operação, os ensaios podem indicar estimativas mais efetivas da produção do lodo. Veja os resultados.
ARenan Felicio dos Reis e Miriã Camargo Felicio, professores do IFSP - Instituto Federal de São Paulo; Diego Gouveia Marques, especialista em Engenharia de Estruturas Hidráulicas e em Química Ambiental
s ETAs - Estações de Tratamento de Água são as responsáveis pelo fornecimento de água potável para abastecimento humano e industrial. Realiza-se a captação da água bruta, seja de água superficial ou subterrânea, e a partir de processos físico-químicos prepara-se a água em padrão de potabilidade, definido pela Portaria no 888, de 4 de maio de 2021, do Ministério da Saúde [3].
Trata-se de um serviço essencial, e a qualidade da água fornecida envolve questões de saúde pública de amplo espectro. Para a grande maioria dos mananciais disponíveis no Brasil, por questão de classificação em termos de recurso hídrico, o tratamento para que a água seja distribuída à população deve envolver o ciclo completo convencional, que compreende coagulação, floculação, decantação ou flotação, filtração e oxidação, podendo ou não ter mais processos, dependendo da demanda de cada sistema [7, 12]
Como parte do impacto ambiental gerado em tais sistemas produtores, a formação de lodo destaca-se como principal resíduo sólido do processo. A quantidade do lodo gerado está intimamente ligada à qualidade da água
bruta, visto que, no momento da captação, a água possui diversos componentes particulados, formando a grande massa do lodo. Na rotina prática das ETAs, os parâmetros básicos analisados que podem ser relacionados com a quantidade de lodo produzido são turbidez e cor. A turbidez está relacionada com as partículas coloidais do sistema, e a cor aparente, com compostos orgânicos ou metais dissolvidos.
A legislação define, por meio da ABNT NBR 10004/2004, que se trata de um resíduo sólido classe 2-A (não inerte). Logo, caso ocorra a disposição final desse resíduo ao invés de seu aproveitamento, ao contrário do que preconiza a PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12305/2010, é necessário que sua disposição ocorra em aterros sanitários [4].
O lodo deposita-se principalmente no fundo dos decantadores e na camada filtrante, sendo então redirecionado para as etapas de tratamento do resíduo. Geralmente, apresenta-se na forma fluida e com concentração de sólidos de cerca de 0,1% a 5%. Portanto, trabalhar esses resíduos consiste em buscar soluções para diminuição de seu volume (remoção da parte líquida).
Tratamento de água
Desconsiderando-se o fato de que muitas ETAs no Brasil ainda não fazem a destinação devida, o foco deste projeto é também no que a destinação acarreta às estações que a realizam corretamente. A quantidade de lodo produzido demanda tecnologia e estrutura para seu tratamento, bem como recursos para sua disposição em aterros. Sendo assim, estudos relacionados com a produção de lodo, mais especificamente com sua quantidade e qualidade, são de alto interesse das empresas do setor por questões ambientais e principalmente financeiras.
O projeto ocorreu por meio de uma parceria com uma ETA do Estado de São Paulo, que permitiu a coleta e aferição de parâmetros da água bruta. Essa estação possui um sistema de tratamento/desaguamento de lodo por filtros-prensa operando 24 horas por dia, para que o lodo tratado seja destinado a um aterro sanitário.
Este estudo foi pensado como ferramenta de estimativa simplificada de produção de lodo a partir de dados rotineiros da água bruta a ser tratada. Correlacionou-se, então, a qualidade da água bruta (turbidez e cor aparente) com a produção do lodo.
Objetivos
O objetivo geral desta proposta consistiu em estudar, por meio de ensaios de jar test, seguidos de filtração e secagem do filtrado, a quantidade de lodo gerada em amostras de água coagulada de uma ETA em operação, correlacionando com os parâmetros da água bruta.
A hipótese testada é de que há correlação entre fatores como turbidez e cor aparente com a quantidade de lodo produzido. Para tanto, levantaram-se dados para estimativas mais
efetivas e personalizadas de interesse da empresa parceira. Dentre os objetivos específicos, citam-se:
• Realizar o ensaio por metodologia não convencional, consistindo na coleta da água coagulada diretamente no sistema.
• Avaliar a produção em períodos de baixa e alta turbidez, compreendendo coletas em distintas épocas sazonais e consequente diferença na qualidade da água.
Metodologia
Coletaram-se amostras de 5 L, armazenadas em um galão de água vazio e limpo com uso de água deionizada, em um ponto logo após a calha Parshall da ETA parceira, após dosagem de coagulante cloreto de polialumínio (PAC) e alcalinizante.
Dessa mesma amostra, uma pequena parcela é imediatamente conduzida ao laboratório para análise de pH e potencial zeta, ambas as informações levantadas e registradas para conhecimento adicional. Paralelamente, na amostragem de água bruta do laboratório da ETA, coletou-se uma pequena amostra e foram verificados os valores de turbidez, cor, pH e potencial zeta da água bruta.
Cerca de 24 horas antes do início dos ensaios de jar test, usou-se o papel filtro na simulação da etapa de filtração na estufa (105ºC), de modo a eliminar possível umidade que pudesse interferir na aferição da massa de lodo.
Nos ensaios de jar test foram utilizados dois jarros de 2 L cada, em três etapas de 10 minutos cada uma, com frequência decrescente de 34, 27 e 18 rpm, consecutivamente. Os ensaios foram realizados em duplicidade.
Após a floculação com rotação decrescente, o tempo de decantação foi de cinco minutos. Realizou-se, em seguida, a filtração de toda a água tratada, na qual se utilizou papel filtro de diâmetro 12,5 cm previamente seco em estufa e uma bomba a vácuo.
A figura 1 ilustra a etapa de filtração.
Zeta
Massa papel filtro 1
Massa papel filtro 2 (g)
Papel filtro + lodo 1 (g)
Massa lodo 1 (g) -
Massa lodo 2 (g) -
Tab. I – Dados obtidos nos ensaios e análises realizadas
Fig. 1 – Filtração com papel filtro, balão kitassato e bomba a vácuo
STERAPORE TM
Membranas de Ultrafiltração a base de fibra oca para aplicação na tecnologia MBR para tratamento de efluentes e reúso de água. São fornecidas em módulos compactos de 50 a 2400 m2, compostos por elementos de 5 e 40 m2.
FÁCIL ARMAZENAMENTO
armazenado por até 36 meses em condições secas
NÃO HÁ NECESSIDADE DE RETROLAVAGEM apenas filtração e relaxamento
NÃO É NECESSÁRIO DRENAR O TANQUE DE MEMBRANA apenas CIP (limpeza in situ) sem drenar o tanque de membrana
SISTEMA MBR INTEGRADO
DISPONÍVEL sistema simples que reduz a demanda de aeração e a necessidadede bombeamento de lodo ativado retornado (RAS)
Tratamento de água
O filtrado clarificado indica passagem desprezível de sólidos, entretanto. Sugere-se a aferição da turbidez após as filtrações em papel filtro, para verificação da padronização da turbidez remanescente.
Após a etapa de filtração, o papel filtro foi mantido em estufa a 105ºC por 24 horas para posterior aferição da massa.
Resultados
Amostra
Fig. 2 – Relação entre valores de turbidez (NTU, eixo das ordenadas à esquerda) e massa de lodo seco (g, eixo das ordenadas à direita), por ensaio realizado
Os dados obtidos de maio a novembro de 2019 estão expressos na tabela I. O valor do dia 10 de maio foi desprezado por inconsistência procedimental, resultando em valores de massa negativa (destacados em vermelho), ou seja, papel filtro sozinho com massa superior à soma de papel filtro e lodo retido na etapa. Para os demais ensaios, foi incluída a etapa precedente de secagem do papel filtro utilizado durante 24 horas em estufa a 105ºC, evitando interferências da umidade no papel. Logo, o ensaio do dia 10 de maio não foi considerado em nenhuma representação de resultados deste documento.
A partir dos dados da tabela I, nota-se que a turbidez das amostras de água bruta resultou, na maioria dos ensaios, em valores abaixo de 5 NTU, com exceções pontuais (ensaios 1, 2 e 3). Os pontos com valores de turbidez e cor aparente mais elevados estão relacionados a períodos de incidência de chuvas no manancial de captação.
Amostra
Fig. 3 – Relação entre valores de turbidez (NTU, eixo das ordenadas à esquerda) e massa de lodo seco (g, eixo das ordenadas à direita), por ensaio realizado (desconsiderando-se valores discrepantes – ensaios 1 e 7)
O comportamento similar da cor aparente ao da variação de turbidez indica que a água bruta possui grande
Amostra
Fig. 4 – Relação entre valores de cor aparente (uC, eixo das ordenadas à esquerda) e massa de lodo seco (g, eixo das ordenadas à direita), por ensaio realizado (desconsiderando-se valores discrepantes – ensaios 1 e 7)
contribuição da turbidez no valor de cor aparente, em relação à cor verdadeira. A correlação de Pearson dos dois parâmetros é de 0,96.
Ao se relacionar os valores de turbidez (NTU) da água bruta com a média de lodo seco gerado (g) em cada ensaio, chegou-se à tendência expressa na figura 2. Nota-se que há divergência de tendência em pontos específicos, embora em alguns casos (ensaios) a proporcionalidade é visualmente perceptível.
Após visualização e análise da figura 2, sugere-se a eliminação das amostras dos ensaios identificados como 1 e 7 para observar se a tendência se torna mais coerente entre o aumento de turbidez e aumento da produção de lodo. Com a adoção de pontos desconsiderando os valores discrepantes, obteve-se outra relação entre os dados (figura 3).
A nova configuração mostrou uma maior correlação entre as variáveis. Do mesmo modo, para analisar a relação entre a produção de lodo e os valores de cor aparente de cada amostra de água bruta, foram utilizados também os mesmos sete ensaios/amostras da figura 3. O perfil obtido para a correlação entre cor aparente e lodo formado está representado na figura 4.
Verificou-se, por meio de um heatmap, a correlação de Pearson entre as três variáveis, turbidez, cor aparente e lodo gerado. O resultado é expresso na figura 5. Nota-se a correlação inter-
Fig. 5 – Heatmap da correlação de Pearson entre turbidez, cor aparente e lodo gerado
Lodo
Tratamento de água
mediária entre o lodo e as variáveis. O valor da correlação pode ser decorrente de amostras de água bruta com características distintas incorporadas pelos dados, e sua melhor associação pode indicar melhores resultados.
Com intuito de obter numericamente uma relação entre a produção de lodo e os parâmetros da água bruta, que pode colaborar para o melhor agrupamento dos resultados, definiu-se uma constante, denominada fator de proporcionalidade (Fp) para cada ensaio/amostra. Para o cálculo de Fp, foram divididos os valores de turbidez (NTU) pelos respectivos valores de lodo seco produzido (g). Os valores de turbidez estão expressos na tabela II. Reforça-se que a massa de lodo obtida (g) possui relação direta com o volume de 2 L das amostras em cada jarro do jar test
Tab. II – Obtenção de fator de proporcionalidade (Fp) relacionando turbidez e cor aparente e massa de lodo seco produzido
Ensaio/ amostra
Lodo seco produzido (g) Turbidez Cor aparente
2 0,0428 32,1 750 124 2897,196
3 0,0207 6,39 308,6957 5,5 265,7005
4 0,0072 2,16 300 4,5 625
5 0,015 2,89 192,6667 5,1 340
6 0,00625 3,58 572,8 20 3200
8 0,00595 3,02 507,563 17,8 2991,597
9 0,00995 2,94 295,4774 22 2211,055
Sugere-se não utilizar a amostra 2 para uma análise de divergência com fator de proporcionalidade médio por motivos da característica de alta turbidez (32 NTU), destoante das demais amostras, que possuem valores de turbidez entre 6 e 2 NTU.
Adotando-se, então, apenas os resultados dos ensaios/amostras (3, 4, 5, 6, 8 e 9), obteve-se o valor de fator de proporcionalidade médio (Fpm) de 326,8671.
Repetindo-se o mesmo procedimento com o parâmetro cor aparente, obtiveram-se os valores de Fp expressos na tabela II. Os dados foram agrupados em dois grupos, de acordo com a distribuição observada no histograma da figura 6, sendo amostras com cor aparente inferior a 15 uC e amostras com cor aparente superior a esse valor. A amostra 2 não foi incluída no histograma para melhor visualização dos dados, visto que o valor de sua cor aparente é de outra magnitude pelas características da água bruta.
to habitual de adição de químicos em água bruta diretamente no jar test Essa abordagem pode ser pertinente em situações de restrição ao acesso do reagente, e é uma forma de observar a desestabilização da água bruta de forma realista, após as agitações hidráulicas da ETA.
Cor aparente (uC) 05 2 1 0 10 15 20 25
Fig. 6 – Histograma de cor aparente (uC) das amostras de água bruta
Para os valores de cor aparente inferiores a 15 uC, obteve-se como Fpm o resultado de 410,233.
Por sua vez, a partir das amostras de resultados de cor aparente superiores a 15 uC, o valor do Fpm foi de 2824,96.
Assim, em termos de melhores resultados obtidos, classificam-se os de valores de cor superiores a 15 uC como os mais satisfatórios por estarem mais próximos da média, principalmente se forem considerados apenas os ensaios 2 e 8, com divergência inferior a 10%.
Conclusões
A metodologia baseada na coleta da água coagulada diretamente na ETA apresenta potencial aplicabilidade, em comparação ao procedimen-
Existem variáveis como fluxo preferencial dos reagentes, variação na agitação para diferentes vazões, divergência de concentrações verticalmente pela profundidade, que podem influenciar os resultados, sendo sugerido o levantamento de um maior número de amostras com intuito de diminuir as discrepâncias em uma visão média. Em termos da filtração, em razão dos valores de lodo em geral serem muito baixos, divergências oriundas de passagem de material pelo meio filtrante podem ser significativas. Sugere-se, portanto, a averiguação da turbidez do filtrado, a fim de confirmar e notificar a eficiência da filtração, bem como a passagem ou não de material pelo material filtrante.
Por sua vez, o objetivo principal de obter um fator de proporcionalidade entre a qualidade da água bruta e a quantidade de lodo gerada foi parcialmente observado. O melhor resultado foi observado a partir do valor de divergência entre os fatores de proporcionalidade (Fpm e Fp) na relação de cor com valores superiores a 15uC e lodo seco produzido. O melhor resultado foi de 2,557% na amostra 2 e o pior resultado foi de 21,7315% (amostra 9). Todavia, a quantidade de amostras que se encaixam na faixa considerada de melhor resultado ainda é pequena para conclusões de representatividade mais efetiva, sendo sugerida a conti-
nuidade destes ensaios para melhor averiguação da tendência. Como sugestão para aprofundamento futuro, cita-se que o comparativo do método tradicional, com a coleta de água bruta e adição de químicos em laboratório, com o método de coleta real diretamente no sistema, pode evidenciar a representatividade do procedimento.
[2] Barroso, M.M.; Cordeiro, J.S. Problemática dos metais nos resíduos gerados em Estações de Tratamento de Água. In: Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, João Pessoa. 2001.
[3] Portaria GM/MS no 888, de 4 de maio de 2021.
[4] Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Lei 12305, de 2 de agosto de 2010.
[5] Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Conama. Resolução no 357 de 17 de março de 2005.
[6] Cordeiro, J.S. Importância do tratamento e disposição adequada dos lodos de ETAs. In.: Reali, M.A.P. et al. (1999). Coord. Noções gerais de tratamento e disposição final de lodos de estações de tratamento de água. Rio de Janeiro: ABES. Projeto Prosab.
[7] Cordeiro, J.S. Processamento de lodos de estações de tratamento de água (ETAs). In.: Andreoli, C.V. et al. (2001). Coord. Resíduos sólidos do saneamento: processamento, reciclagem e disposição final. Rio de Janeiro: ABES. Projeto Prosab.
[8] Cornwell, D.A.; Bishop, M.M.; Vandermeyden, C. Handbook on water treatment plant wastes management. Denver: AWWA Research Foundation, 1987.
[9] Di Bernardo, L.; Di Bernardo, A.; Centurione Filho, P.L. Ensaios de tratabilidade de água e dos resíduos gerados em estações de tratamento de água. São Carlos: RiMa, 2002.
[10] Ethik Technology. Equipamento jar test
[11] Fontana, A.O. Sistema de leito de drenagem e sedimentador como solução para redução de volume de lodo de decantado-
res e reuso de água de lavagem de filtros –estudo de caso – ETA Cardoso. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de São Carlos/UFSCar. 2004.
[12] Reis, R.F. Estudo de influência de cobertura plástica na remoção de água de lodos de estações de tratamento de água em leitos de drenagem. Dissertação (Mestrado) –Universidade Federal de São Carlos/UFSCar. São Carlos, 2011.
[13] Reis, R.F.; Cordeiro, J.S. Remoção de água de lodos de ETAs em leito de drenagem coberto. Hydro, no 58, 2011.
[14] Sabesp. Princípios de Aplicabilidade do Jar test. Apostila do curso ETA – Escola. São Paulo, 2018.
Trabalho originalmente apresentado no 34º Encontro Técnico AESabesp/FenasanCongresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 3 a 5 de outubro de 2023, em São Paulo.
Felipe Vieira de Luca, Gerente de Faturamento e Gestão Comercial da Companhia Águas de Joinville
Hidrômetros operando em vazões próximas da vazão nominal e abaixo da vazão de sobrecarga geralmente apresentam erros muito baixos [3]. Para consumos em taxas de fluxo mais baixas que o mínimo, o erro (volume indicado pelo medidor menos o volume efetivamente escoado) será negativo e muito alto até atingir “-100%”, quando a vazão de trabalho for menor que a vazão inicial [4]. Como resultado, as perdas aparentes causadas pela submedição dependem da porcentagem de consumo do usuário que ocorre em vazões baixas e muito baixas (operação em campo inferior de vazões), bem como da capacidade do medidor de registrar com precisão o volume de água consumido, o qual varia para diferentes tipos de metodologia.
No contexto normativo, a ABNTAssociação Brasileira de Normas Técnicas apresenta em sua norma NBR 15.538 uma metodologia bastante interessante para apuração do desem-
Avaliação de eficiência de medidores de água conforme NBR 15.538 de 2014 e 2023
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas apresenta na norma NBR 15.538 uma metodologia de apuração da eficiência dos hidrômetros, quantificada por meio do IDM - Índice de Desempenho Metrológico. Este artigo compara o desempenho de diferentes tipos de hidrômetros através das metodologias presentes na NBR 15.538, nas versões de 2014 e na atualização de 2023.
penho de hidrômetros, quantificado por meio do IDM - Índice de Desempenho Metrológico. Este índice é um valor numérico percentual calculado pela subtração de 100% (minuendo) pelo subtraendo erro ponderado do medidor, em diferentes faixas de vazões previamente especificadas, baseadas no perfil de consumo dos usuários. A versão da norma de 2014 foi atualizada em 12 de julho de 2023, principalmente no que se refere aos pesos de cada faixa de vazão do procedimento para cálculo do IDM [1, 2].
Este artigo compara o desempenho de diferentes tipos de hidrômetros (taquimétricos unijato e volumétricos) por meio das metodologias presentes na NBR 15.538, em suas versões de 2014 e 2023.
Materiais e métodos
Para obter o IDM dos hidrômetros, estes foram submetidos a ensaios
utilizando a metodologia presente na norma NBR 15.538, em suas versões de 2014 e 2023 [1, 2], que define os procedimentos para avaliação da eficiência em medidores de água fria. Os medidores ensaiados foram do tipo taquimétrico unijato de classe metrológica B e volumétrico de classe metrológica C (dez unidades de cada tipo). Para eliminar vieses que eventualmente poderiam interferir nos resultados e conclusões da pesquisa, foram selecionados hidrômetros do mesmo fabricante, datas de fabricação similares e volumetria total registrada similar (entre 1000 e 1500 m³ totalizados). A avaliação dos medidores é quantificada por meio do IDM, pela equação 1: IDM = 100 + EP (1) em que:
• IDM = Índice de Desempenho Metrológico
• EP = Erro ponderado, ou seja, a parcela de água não registrada pelo
Felipe Vieira de Luca é Mestre em Engenharia Civil pela UDESC. Graduado em Engenharia Sanitária e Ambiental – UFSC. Pós-Graduado em Gestão Pública – UFSC. Pós-Graduado no Programa de Desenvolvimento de Dirigentes – Fundação Dom Cabral.
Tab. I - Resultado de IDM para hidrômetros volumétricos e taquimétricosVersão 2014 e 2023, e respectiva diferença. Fonte: Autor (2024)
medidor. Este é um parâmetro de avaliação de desempenho obtido pela associação entre o perfil de consumo típico descrito na NBR 15.538 [1, 2] e o erro relativo apresentado pelo medidor de água, em faixas de vazões previamente definidas, representado pela equação 2 [1, 2]:
EP = {∑[(erro * Qx) * ( peso * Qx)]} (2)
100
em que:
• Qx = vazões do ensaio: 10 faixas de vazões, cada qual com um respectivo peso percentual baseado no perfil de consumo típico, conforme tabela I e figura 1 (ABNT, 2014 e 2023).
O ensaio de IDM é um comparativo em que se defrontam os registros de volumes observados nos hidrômetros, com os registros reais obtidos em bancada de aferição devidamente calibrada, para as 10 vazões do ensaio da figura 1.
Ao final dos ensaios os resultados de IDM foram comparados, a fim de se observar o desempenho de ambos os tipos de hidrômetros nas diferentes versões da norma NBR 15.538. Os ensaios foram realizados no LabHidro - Laboratório de Hidrometria da Companhia Águas de Joinville.
Resultados
Os resultados da apuração de IDM dos medidores, com base na ABNT NBR 15.538 de 2014 e 2023, são apresentados na tabela I para os hidrômetros volumétricos e taquimétricos.
Pela análise dos resultados, pode-se perceber que os hidrômetros volumétricos apresentaram um IDM com valores muito próximos a 100% em ambas as versões da NBR 15.538, mas com perceptíveis quedas quando na migração de versionamento da norma. O hidrômetro volumétrico tem seu princípio de funcionamento baConexão
seado na medida real de volumes a partir do enchimento e esvaziamento, de forma cíclica, de sua câmara de medição. Nos hidrômetros de pistão rotativo, o mecanismo de medida consiste em dois cilindros, um menor, o qual se move dentro do outro maior, varrendo toda a câmara, de tal forma que um de seus raios oscila ao mesmo tempo, fazendo biela com um sistema biela manivela, e esta engenharia aplicada torna-o mais sensível a baixas vazões em relação aos hidrômetros taquimétricos.
Fig. 1 - Parâmetros para determinação do erro de indicação e IDM. Fonte: [1] e [2]
Os hidrômetros volumétricos, em média, têm uma vida útil longa e apresentam menores erros, com menores desgastes em relação aos taquimétricos, e por este motivo, foram menos impactados com a alteração dos pesos do perfil de consumo, quando estes foram redistribuídos com maior peso nas baixas vazões, com média de queda de -1,85%.
Os hidrômetros taquimétricos, também chamados de velocimétricos, inferencial, ou de turbina, convertem a velocidade de escoamento da água em números de rotações de uma turbina ou hélice que, por sua vez, é proporcional ao volume escoado através do medidor. A medição é obtida de forma indireta, por correlação entre o número de revoluções da turbina ou hélice e o volume de água. Como estes medidores apresentam como desvantagem uma vida útil menor em relação aos volumétricos, a alteração dos pesos do perfil de consumo, re-
distribuídos com maior peso nas baixas vazões, acabou por impactar de forma mais significativa e neste contexto a média de redução de IDM foi de -10,54%.
Na figura 2, apresenta-se o resultado compilado das médias de ambas as tecnologias nas diferentes versões da norma. Pode-se perceber que na versão de 2014 a diferença de desempenho das tecnologias de medição era, em média, de -10,69%. Contudo, com a redistribuição dos pesos do perfil de consumo, a diferença entre as tecnologias passou para -19,38%, com larga vantagem para o medidor do tipo volumétrico.
Conclusões
Dentro do contexto dos sistemas de abastecimento, o processo de micromedição constitui um instrumento indispensável, uma vez que é utilizado para medir o consumo dos usuários,
e com base nisso efe tuar o faturamento pela água consumida, além de avaliar o balanço hídrico do sistema de distribuição, identifican do falhas na rede, bem como comportamentos anômalos por parte do usuário. Dada a importância dos me‑ didores tanto do ponto de vista ope racional, como do comercial, as con cessionárias de saneamento em geral dispõem de programas de manuten ção do seu parque de medidores para assegurar seu funcionamento ideal. A importância da micromedição per passa ainda da possibilidade de uma gestão mais precisa das perdas de água nos sistemas de distribuição, im pactando na gestão da demanda no contexto da segurança hídrica.
Média dos volumétricos
Média dos taquimétricos
Fig. 2 Média dos resultados de ensaio de IDM segundo NBR 15.538, versões 2014 e 2023
e maximização do faturamento. Com este artigo possibilitou se um enten dimento atualizado, em vista da atuali zação normativa brasileira, da grande za de diferença de desempenho para diferentes modelos de medidores (os mais utilizados no cenário nacional).
Entender como se dá a perda de desempenho dos medidores e os dife rentes tipos de medidores disponíveis no mercado leva as concessionárias a otimizarem seus planos de gestão de ativos, com estabelecimento dos momentos ótimos de substituições, proporcionando redução de perdas
Ressalta se que a atualização da nor ma, para um novo perfil de consumo, acentuando o peso de baixas vazões, evidenciou a diferença de desempe nho metrológico entre as tecnologias de medidores estudadas, destacando a vantagem do volumétrico frente ao taquimétrico unijato.
Com um melhor equilíbrio do ba lanço hídrico obtido pela redução de perdas aparentes, em consequência da gestão do parque de hidrômetros, importantes recursos financeiros são gerados, e este caixa adicional permite,
por sua vez, investimentos, os quais são necessários para universalização dos serviços de água e esgoto, além de melhorias opera cionais que retroalimentam o sistema de geração de receitas, gerando um círcu‑ lo virtuoso.
Referências
[1] ABNT Associação Brasileira de Normas Téc nicas. NBR 15.538/2014: Hidrômetros para água fria Ensaios para avaliação de desem penho de hidrômetros em altas e baixas va zões em hidrômetro até 2,5 m³/h de vazão nominal para água fria. Rio de Janeiro, 2014.
[2] ABNT. Associação Brasileira De Normas Téc nicas. NBR 15.538/2023: Hidrômetros para água fria Ensaios para avaliação de desem penho de hidrômetros em altas e baixas va zões em hidrômetro até 2,5 m³/h de vazão nominal para água fria. Rio de Janeiro, 2023.
[3] Coelho, Adalberto Cavalcanti. Micromedição em sistemas de abastecimento de água João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2009.
[4] Fontanazza, Chiara M. et al. The apparent losses due to metering errors: a proactive approach to predict losses and schedule maintenance Urban Water Journal, v. 12, n° 3, 2015.
Produtos
Inversor
modular de frequência
A Engerey, fabricante de painéis elétricos de baixa e média tensão, anunciou a sua nova homologação pela Schneider Electric, multinacional francesa com tecnologia em automação e energia, para a produção de equipamentos com inversores de frequência modelo APM - Altivar Process Modular. Esses dispositivos têm a função de controlar a velocidade de motores de alto desempenho, podendo alcançar até 1000 kW de potência. Com tecnologia IoTInternet das Coisas integrada, os inversores otimizam e aprimoram o desempenho do parque industrial, gerando dados sobre os processos, reduzindo a inatividade e mitigando perdas financeiras e de tempo.
Site: www.engerey.com.br
Membrana de biogás
Fabricada pela Evonik, a SEPURAN Green G5X 11″ é uma membrana projetada para a conversão de biogás em GNR – Gás Natural Renovável em grandes projetos
de tratamento de aterros sanitários, agricultura, resíduos orgânicos e águas residuais. Utilizada nas configurações de três estágios da Evonik, patenteadas no Brasil, a solução se destaca por maximizar as taxas de recuperação de metano e possibilitar tempos elevados de operação.
Site: www.evonik.com.br
Selim ajustável
O selim ajustável da J.Kovacs foi desenvolvido para realizar conexões rápidas e seguras em tubulações de esgoto de
PVC ou cerâmica. Produzida em PP – Polipropileno, a peça articulada abraça a tubulação nas medidas exatas, mantendo a vedação com o apertar de dois parafusos de aço inox em vez de usar massa. Disponível em tamanhos de 150 × 100 mm, 200 × 100 mm, 200 × 150 mm, 300 × 100 mm e 300 × 150 mm.
Site: https://jkovacs.com.br/
Motobombas submersíveis
As motobombas submersíveis S-SUB, da Somar, podem ser aplicadas na drenagem e esgotamento de água proveniente de rios, córregos, galerias pluviais e
processos industriais, pois permitem a passagem de sujidades com diâmetro de até 28 mm. Disponível em duas versões: 400 W, com vazão de 7500 L/h de água e profundidade de imersão de 5 m; e 550 W, com vazão de 11 mil L/h de água e profundidade de imersão de 7 m.
Site: https://www.somar.com.br/
ETE compacta
A BR Ecosystem, da NM2, é uma ETE – Estação de Tratamento de Esgoto compacta e modular capaz de tratar ≥ 99% de DBO e fornecer água de reúso Classe 1, sem geração de lodo ou resíduos. É fornecida em contêineres de 20 ou 40 pés, com vazões de 0,34 L/s (para atendimento a até 240 pessoas); 1,3 L/s (933 pessoas); e 2,6 L/s (1867 pessoas). O sistema é composto de
reatores anaeróbios de fluxo ascendente (UASB) constituídos de diferentes estágios cinéticos e recirculação; unidade de insuflação de ozônio; duas etapas de filtragem; unidade de decantação secundária com recirculação de lodo por meio de três subsistemas acoplados em sua rede interna; desinfecção
complementar (quando necessário) via injeção de hipoclorito de sódio e radiação
UV – ultravioleta; e painéis elétricos, motores, sistemas de telemetria e operação.
Site: https://nm2.eco.br/
Infusão de O2
A Prosper Tech, empresa norte-americana de tecnologia com diversas patentes de GI – Gas Infusion, oferece no Brasil um sistema de oxigenação para tratamento de efluentes e recuperação
de água superficial e subterrânea. O processo GI é usado para infundir instantaneamente níveis supersaturados de oxigênio na água, atingindo taxas de eficiência de transferência de até 95%.
Simultaneamente, outros gases presentes na água são removidos, aumentando o potencial de supersaturação oferecido pela tecnologia. O módulo de infusão de gás consiste em membranas microporosas de fibra oca (MHF) hidrofóbicas que criam um fluxo líquido estável com níveis supersaturados de gás dissolvido, sem bolhas. Os módulos podem infundir vários gases, como O2, O3, CO2 e outros, em qualquer líquido.
Site: http://www.prosperth.com/
Gestão – A Bela Vista Cultural, editora e produtora paulistana, disponibilizou a obra Caminho das Águas no Brasil. Destinado a ser uma ferramenta peda‑ gógica, utilizado em salas de aula, o guia apresenta o vasto potencial hídri co do país, ao mesmo tempo em que discute a sua relevância nas esferas do consumo, energia, saneamento, logística, turismo, economia e saúde. Além disso, a publicação incentiva a sociedade a se en gajar com práticas de cidadania preservacio nista e sustentável. Com 144 páginas, o livro está disponível para compra pelo link: https://abrir.link/nszQI.
ESG – Sabesp, Ambipar e Iguá são as empresas mais bem colocadas do seg mento de água, saneamento e gestão ambiental na edição 2024 do Anuário Integridade ESG ocupando respectiva mente a 15ª, a 29ª e a 57ª posições em um ranking de 100. A publicação é resultado de um extenso levanta mento e análise de informações pú blicas sobre as iniciativas das maiores empresas do Brasil nas áreas ambien tal, social e governança, realizado pela Insight Comunicação com suporte tecnológico da Knewin Inteligência de Dados, empresa de monitoramento detentora de uma das maiores bases
de dados da América Latina, e com colabora ção institucional da Fundação Getulio Vargas e apoio Master do Bradesco. Com 156 pá‑ ginas, o guia pode ser acessado pelo link: https://abrir.link/ZEGVJ.
Publicações
Eleições – O IAS – Instituto Água e Sa neamento disponibilizou a publicação Municípios e Saneamento nas Eleições 2024. Com 27 páginas, a pesquisa traz dados gerais sobre a situação de água, esgoto, coleta de lixo e drenagem, os quatro componentes do saneamento básico, em quase todos os municípios do país. O material também relaciona atribuições e res ponsabilidades do município, reforçando a ideia de que ele deve ocupar um papel central no campo do saneamento. A publicação utiliza como fonte a ferramenta Municípios e Saneamento, do próprio IAS, com da dos de 5570 municípios do Brasil. Link: https://abrir.link/VbcjC.
Mercado – O Instituto Trata Brasil, em parceria com a EX Ante Consultoria Econômica, a ASFAMAS Associação
Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento e o CEBDS Con selho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, lançou o estudo Necessidade de Investimentos em Reformas da Infraestrutura Residencial de Saneamento no Brasil – Potencial Mercado e Políticas Públicas. De acordo com a análise, seriam necessários R$ 242,5 bilhões (valores a preços de 2023) para readequar toda a infraestrutura residencial de saneamento no Brasil. Se essas obras fossem realizadas ao longo de 10 anos, entre 2023 e 2033, deman dariam investi mentos adicionais de R$ 24,3 bi‑ lhões/ano. Esse valor representa um esforço financeiro bastante elevado, considerando que as famílias brasileiras despenderam cerca de R$ 13 bilhões com reformas da infraestrutura de saneamento em 2018 (valores a preços de 2023). Além disso, cerca de 75% do investi mento necessário para a readequação da infraestrutura de saneamento do país está concentrado em moradias com renda de até R$ 5724 mensais, ou seja, em famílias de baixa renda ou de classe média baixa. O documento completo pode ser consultado pelo link: https://abrir.link/EkwkG.
Índice de anunciantes
Saneamento em Pauta
AABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, entidade mais representativa e plural do setor, reafirma que o saneamento básico é um direito fundamental e essencial para a dignidade e qualidade de vida de todos os brasileiros. O acesso à água potável, a coleta e o tratamento de esgoto são pilares indispensáveis para a saúde pública e o bem-estar social.
Diante da atual proposta de Reforma Tributária, alertamos para os riscos iminentes que ela representa para o setor de saneamento. O aumento da carga tributária de 9,74% para 26,5% representa um ataque direto aos avanços conquistados ao longo dos últimos anos, reforçados pelas metas de universalização estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020), que estipula que 99% da população brasileira tenha acesso à água tratada e 90% à coleta e ao tratamento de esgoto até 2033.
Essa mudança não apenas onera os prestadores de serviços, mas também compromete drasticamente sua capacidade de investimento, ameaçando a meta de universalização do saneamento básico até 2033. Estudos apontam que essa mudança pode elevar as tarifas em até 18%, afetando diretamente todos os consumidores, inclusive os que dependem da tarifa social. Esse cenário é particularmente preocupante para as populações mais
vulneráveis, que já enfrentam desafios no acesso a serviços básicos. Nesse contexto, a reforma se traduz em uma perda coletiva, impactando especialmente quem mais necessita.
É inaceitável ignorar a realidade de um Brasil onde mais da metade da população ainda não tem acesso à rede de esgoto e cerca de 15% carece de água potável. A conexão entre saneamento e saúde é evidente. A precariedade de infraestrutura adequada é responsável por inúmeras doenças, que nos últimos três anos resultaram em cerca de 1 milhão de internações e 200 mil mortes. Cidades com melhores índices de saneamento apresentam taxas significativamente menores de internações, demonstrando a urgência de investimentos contínuos no setor.
Um estudo do Instituto Trata Brasil indica que a ausência de saneamento básico deixa de trazer mais de R$ 1 trilhão em benefícios socioeconômicos. Investir em projetos de saneamento não só garante acesso à água potável e tratamento de esgoto, como também gera empregos, estimula o crescimento econômico local e reduz custos de saúde. Melhores condições sanitárias promovem a educação, pois crianças saudáveis têm mais chances de frequentar a escola regularmente. A valorização das áreas com infraestrutura atrai investimentos, impulsionando setores como o imobiliário e o turismo. Priorizando o saneamento básico, o
Brasil não apenas melhora o bem-estar da população, mas também estabelece bases para um crescimento sustentável e equitativo.
Convocamos a sociedade brasileira a se mobilizar em defesa do saneamento básico com o objetivo de garantir que esse tema seja tratado com a seriedade que merece na nova regulamentação tributária. É fundamental que o setor de saneamento tenha um tratamento equivalente ao da saúde, com a proposta de redução de 60% do novo IVA - Imposto sobre Valor Agregado, assegurando a lógica da neutralidade tributária e possibilitando os investimentos necessários para a universalização dos serviços.
O saneamento básico não pode continuar sendo tratado como um privilégio de poucos. Ele é sinônimo de saúde, dignidade e um direito fundamental que deve ser protegido e fortalecido. A universalização do saneamento é o caminho para um Brasil mais justo e sustentável. A Reforma Tributária deve priorizar esse objetivo, e é hora de a sociedade e as instituições se unirem para consolidar e avançar nas conquistas essenciais que transformam a vida de todos.
Álvaro José Menezes da Costa é Engenheiro Civil, MSc em Recursos Hídricos e Saneamento, CP3P-F. Diretor nacional da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES.
Esta seção é dedicada a reflexões sobre o setor de saneamento no Brasil e seus desafios. Os artigos são elaborados pelo Corpo Diretivo da ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.
Álvaro José Menezes da Costa, diretor nacional da ABES
Soluções em Automação Industrial para o mercado de saneamento
O segmento de saneamento requer produtos de alta confiabilidade e disponibilidade que o alto padrão de qualidade japonesa nas soluções em automação industrial da Mitsubishi Electric podem oferecer. Soluções para redução de consumo de energia , controle e gerenciamento dos processos são fatores essenciais para este ramo.
Possuímos uma ampla linha de controladores programáveis, inversores de frequência, software SCADA, monitoramento de energia e dispositivos de baixa tensão que atendem às mais rigorosas aplicações e ambientes.
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