Transformadores por sopro estão usando mais plástico reciclado
Nova sondagem feita junto aos transformadores por sopro mostrou que as empresas do setor estão intensificando o uso de materiais reciclados e de bioplásticos na fabricação de seus produtos. O uso de manufatura aditiva (impressão 3D), principalmente para o desenvolvimento de produtos, se tornou unanimidade entre as empresas listadas no guia.
GUIA IPÁG. 14
Produção de veículos sustentáveis traz mais desafios ao setor de plásticos
O uso crescente de materiais reciclados na fabricação de automóveis está impondo desafios aos fornecedores de resinas. Estudo de caso mostra como o departamento de pesquisa e desenvolvimento avançado da Bosch na Alemanha lida com a substituição de materiais e a reciclagem.
AUTOMOTIVA
Resinas termoplásticas
PÁG. 16
U ma relação dos fornecedores de resinas termoplásticas do tipo commodity – normalmente usadas na fabricação de embalagens e bens de consumo – e também plásticos de engenharia, destinados a aplicações técnicas e fabricação de bens duráveis.
GUIA IIPÁG. 24
Análise da performance mecânica e morfológica de embalagens de eletroeletrônicos
Estudo contextualiza as dificuldades no desenvolvimento de bioplásticos biodegradáveis e compostáveis usados na fabricação de embalagens para eletroeletrônicos, abordando os desafios inerentes a essa transição tecnológica, tais como o desempenho dos filmes, custos de produção e questões ambientais.
BIOPLÁSTICOS PÁG. 30
Equipamentos para reciclagem
E ste guia traz informações sobre os equipamentos utilizados nas instalações de reciclagem de materiais plásticos, incluindo desde os moinhos e lavadoras, necessários a todas as empresas do setor, até sofisticados sistemas de separação e triagem.
GUIA IIIPÁG. 36
Pág.
Editorial4
Notícias e curtas6
O plástico na embalagem40
Reciclagem44
Aplicações46
Produtos48
Anunciantes50
- Aquecimento de pré-formas de PET em máquina sopradora.
Foto: Pixel B/Shutterstock. Layout de Alvaro Luiz Alves Piola e Pedro Franco de Moraes.
As opiniões expressas nos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por Plástico Industrial, podendo mesmo ser contrárias a estas.
EDITORIAL
Os próximos doze meses prometem ser intensos para as empresas do setor de plásticos, com novas perspectivas de mercado e grandes eventos impulsionando a atualização e capacitação dos parques fabris.
O ano de 2025 se inicia trazendo oportunidades para a indústria de plásticos. O cenário complexo formado por pressões ambientais e mudanças nos hábitos de consumo não impede a projeção de crescimento e investimento em inovação baseada especialmente nos eventos que estão programados para este ano.
Como ocorre apenas a cada seis anos, teremos a Plástico Brasil (a cada dois anos), de 24 a 28 de março, e a K (a cada três anos)–a vitrine mundial de tecnologia para a cadeia dos plásticos –, de 8 a 15 de outubro. Esses acontecimentos que vão fomentar a adoção de novas tecnologias e movimentar o mercado de máquinas e insumos para o setor.
Além deles, a agenda para este ano inclui a realização de conferências setoriais sobre tecnologia para segmentos como a reciclagem, os bioplásticos, o grafeno e também o processo de sopro. Todos esses assuntos serão temas de encontros concebidos a partir da parceria da Plástico Industrial com a organizadora de eventos Markeplan.
No âmbito macroeconômico, as projeções de crescimento do PIB brasileiro entre 2% e 2,5% para 2025 podem não sugerir um ano sem dificuldades, mas também não o tornam especialmente ruim. Será necessário seguir em frente com a mesma cautela a que o empresariado do setor já está habituado, e aprimorar o planejamento estratégico para garantir bons resultados mesmo diante de fatores que podem impactar negativamente investimentos e demanda.
Buscar crescimento no mercado externo continua sendo uma alternativa diante das projeções da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), que estima que as exportações totais do Brasil devem aumentar em 5,7% em relação a 2024, incluindo produtos manufaturados, cuja penetração também será favorecida pela expansão dos BRICS e novos acordos comerciais, como o recente tratado entre o Mercosul e a União Europeia.
Diante do desafio de aliar crescimento ao uso de materiais sustentáveis, será necessário acompanhar de perto todo o desenvolvimento tecnológico com foco na inovação e na eficiência de processos. Para isso, convidamos nossos leitores a continuar conosco, acompanhando em nossas edições, nas newsletters e no portal da Plástico Industrial a atualização constante sobre o desenvolvimento tecnológico e a dinâmica da cadeia de plásticos. Informação precisa é um instrumento para equilibrar crescimento econômico e compromisso ambiental.
Que seja um bom ano para todos!
Hellen Corina de Oliveira e Souza – Editora hellen.souza@arandaeditora.com.br
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PLÁSTICO INDUSTRIAL , revista brasileira sobre o processamento de materiais plásticos, é uma publicação mensal de Aranda Editora Técnica Cultural Ltda.
É enviada mensalmente a 12.000 pessoas-chave de empresas de transformação e processamento de materiais plásticos, fabricantes e importadores de máquinas, equipamentos e matéria-prima para a indústria do plástico e também para usuários de peças e produtos plásticos em todo o Brasil e demais países do Mercosul. ISSN 1808-3528
Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Alameda Olga, 315, 01155-900, São Paulo (SP), Brasil. Tel.: + 55 (11) 3824-5300 info@arandanet.com.br – www.arandanet.com.br
Unifiqi, com sede em São Paulo (SP), desenvolveu o revestimento cerâmico nanoestruturado para a proteção de superfícies metálicas Nanorelease, que é aplicado como desmoldante no ferramental para produção de peças plásticas. O uso da nanotecnologia aplicada aos revestimentos tem sido objeto de pesquisa da empresa nos últimos 20 anos.
Os mais recentes projetos estão voltados para o revestimento de moldes em clientes do setor de eletrodomésticos de linha branca. Nestes casos, o produto facilita a desmoldagem e melhora a qualidade superficial das peças, em especial as que têm acabamento de alto brilho. Além de atuar como desmoldante, o Nanorelease proporciona mais precisão à reprodução de superfícies do molde na peça, sejam elas espelhadas, texturizadas ou foscas.
Julio Blanco, diretor de operações da Unifiqi, explicou que o revestimento foi desenvolvido inicialmente para a desmoldagem de componentes em plásticos reforçados com fibra para o setor náutico (foto ao lado), mas logo foi observada a sua adequação para o tratamento de superfícies de moldes metálicos, em processos envolvendo temperaturas de até 300°C.
na forma líquida, é aplicado com tecido de microfibra descartável, formando uma película em escala nanométrica cerca de cem vezes mais fina do que um fio de cabelo, mas que assegura a repelência em nível químico, evitando a adesão das peças moldadas ao ferramental. Para peças com geometria complexa, pode ser necessária a aplicação com hastes de algodão nos pontos de difícil acesso.
Imagem: Unifiqi
O composto cerâmico contém sílica (SiO2), que garante a repelência, e também titânio (Ti), que lhe confere resistência mecânica. Como é típico nos materiais nanoestruturados, possui grande capacidade de cobertura superficial: 100 ml do produto recobrem uma área de 20 metros quadrados. Cada camada aplicada exige um período de cura de quatro horas em temperatura ambiente ou cerca de 40 minutos se for possível aquecer o molde a 60°C. Neste caso, o aquecimento pode ser iniciado 30 minutos após a aplicação.
Peçamoldadaemplástico reforçadoparaosetornáutico,e desmoldada com o auxílio do Nanorelease.
O revestimento pode ser depositado em moldes para processos de injeção, sopro, extrusão, termoformação e moldagem de silicone, entre outros. Fornecido
LHC Metrolchem (Cachoeirinha, RS), resultante de uma parceria entre engenheiros brasileiros e alemães, está trazendo para o Brasil uma tecnologia que permite o escaneamento preciso de peças com geo-
O revestimento desmoldante permanece eficaz por muitos ciclos de moldagem. Julio relata casos na indústria automobilística em que foram moldadas 1.300 peças com uma única aplicação, em contraste com o desmoldante convencional, que exigia reaplicação a cada 50 ciclos. O momento ideal para reaplicação varia conforme o molde e o material processado, sendo determinado pelo monitoramento da força de desmoldagem aplicada a cada ciclo.
metria complexa, para fins de controle da qualidade, engenharia reversa ou para a conclusão de projetos envolvendo a criação de produtos virtuais totalmente fiéis às suas contrapartes físicas.
Imagem: Unifiqi
Unifiqi Unifiqi – https://unifiqi.com.br
A técnica se baseia na aplicação de um spray sobre a peça a ser digitalizada, seguida da varredura feita pelo scanner 3D da empresa parceira Shining. A camada de spray ajuda a revelar pontos escuros e transparentes na peça que está sendo trabalhada, permi-
tindo obter informações claras sobre a superfície escaneada.
Denominado Reflecon, o spray foi desenvolvido pela empresa alemã MR Chemie e já está sendo fabricado no Brasil, podendo ser empregado também no controle da qualidade quando do recebimento de peças de engenharia antes da montagem de equipamentos críticos, assim como no escaneamento para efeito de documentação.
Após a aplicação, a camada de revestimento permanece por cerca de quatro horas na superfície, período após o qual ela sublima (passa do estado sólido para o gasoso), deixando a peça livre de resíduos, pois não passa por fase líquida. O spray é compatível com superfícies de diferentes materiais, incluindo os plásticos sensíveis a alterações de acabamento.
O scanner recomendado para atuar juntamente com o spray é o modelo Shining 3D EinScan
Revestimento permanece por quatro horas na superfície de peças a serem digitalizadas, que é o tempo necessário para o escaneamento. Ao final, sublima sem deixar vestígios ou contaminantes.
LIBRE, que possui cinco câmeras com resolução de 5 megapixels, capazes de registrar texturas e cores com absoluta precisão. No caso da indústria de produtos plásticos, as aplicações da tecnologia se concentram no escaneamento de amostras de peças injetadas para efeito de controle da qualidade e do desempenho dos moldes. Deformações e trincas podem ser identificadas com precisão, oferecendo subsídios a operações de medição e try outs.
Projetos em CAD podem ser comparados com as peças escaneadas , evitando a produção de grandes séries de itens nãoconformes. A aceleração da fase de protótipo de peças também pode ser beneficiada pelo uso do equipamento.
A digitalização de peças e moldes é útil também na indústria metal mecânica e nas ferramentarias. Alterações de geometria de estampos e a deformação elástica de chapas durante o processamento podem ser precisamente medidas e documentadas, para comparação no tryout de ferramental, ou ainda, para avaliação instantânea sobre a continuidade ou não da produção. Além de comercializar os scanners e os sprays, a LHC também presta serviços de digitalização, consultoria técnica e treinamento sobre o uso das ferramentas de digitalização na indústria.
Neuman & Esser (NEA), empresa global de origem alemã, anunciou a ampliação de sua fábrica de geradores para usinas de hidrogênio de baixo carbono, também chamado de hidrogênio verde.
Localizada em Belo Horizonte (MG), a unidade teve sua capacidade quadruplicada, atingindo uma produção capaz de gerar 70 MW/ano de hidrogênio verde.
As instalações passam a ocupar uma área de 3.500 metros quadrados, e a expectativa da empresa é aumentar a produção em até sete vezes em relação aos níveis atuais, além de expandir a capacidade de empacotamento de compressores de gases industriais, tais como H 2 e CO 2 e movimentar uma parte importante do setor de plásticos de engenharia. “Nossa estratégia de fortalecimento abrange quatro frentes de atuação: fabricação de unidades compressoras para gases, sistemas de moagem e classificação de materiais sólidos, geradores de hidrogênio e
serviços especializados”, afirmou o diretor presidente da NEA Brasil, Marcelo Veneroso.
Os eletrolisadores são o coração dos sistemas de geração de hidrogênio e são produzidos pela NEA sob rigorosas especificações. São dispositivos que convertem água em hidrogênio e oxigênio utilizando eletricidade. Seus componentes mecânicos são projetados para resistir a ambientes corrosivos e suportar altas pressões. São fabricados por usinagem, corte, estampagem, dobra e caldei-
Imagem: LHC Metrolchem
NOTÍCIAS
raria, o que deve aumentar a demanda por estes serviços, visto que a empresa adquire boa parte desses itens de fornecedores locais.
Para armazenar e movimentar o hidrogênio a ser comercializado são necessários vasos produzidos com aços de alta resistência ou inoxidável, além de tubulações às quais são conectadas as flanges. A necessidade de montagem rápida desses sistemas representa uma demanda por processos mais eficientes e materiais mais resistentes, aumentando a demanda por aços especiais e plásticos de engenharia.
Os vasos de pressão para armazenamento e transporte do hidrogênio podem ser produzidos em aços especiais ou por enrolamento filamentar ( filament winding), que combina o uso de resinas termofixas e fibras de alta resistência. Esses materiais são escolhidos com base na sua resistência química, condutividade elétrica, durabilidade e custo, podendo variar em função das especificidades de operação.
O fortalecimento do mercado de hidrogênioverdelevouaNeuman& Esser a investir R$ 70 milhões na ampliaçãodasuaunidadedeprodução de eletrolisadores em Belo Horizonte (MG).Aexpansãomovimentatodaa cadeia de fornecimento de componentesusadosnasinstalações, incluindoosmoldadoscomplásticos reforçadosedeengenharia.
A Neuman & Esser é a única empresa produtora de eletrolisadores na América Latina e mantém atualmente uma parceria com a Universidade Federal de Itajubá (MG), onde está instalada uma planta operacional de hidrogênio verde em pequena escala. Além de fortalecer a aliança com a academia, os investimentos anunciados vão promover a criação de 200 novos postos de trabalho dire-
tos e indiretos, empregando uma mão de obra qualificada e bem remunerada. “Vamos promover também a multiplicação do conhecimento de produção de eletrolisadores, pois não há no mercado mão de obra qualificada ou sequer estrutura para qualificá-la”, comentou Rafael Serpa, gerente de vendas e aplicação Neuman & Esser no Brasil. Rafael explicou ainda que há dois perfil para a clientela das usinas de hidrogênio verde: o mercado de exportação, que visa suprir a demanda de países que atualmente enfrentam restrição da oferta devido a problemas climáticos ou geopolíticos, a exemplo da Alemanha e Japão; e o mercado interno, movido pela necessidade de descarbonização de atividades industriais.
As empresas locais podem tanto se interessar por iniciar ações neste sentido quanto substituir o chamado hidrogênio cinza, produzido a partir do gás natural e com maior pegada de carbono, pelo hidrogênio verde, obtido por eletrólise da água. “A produção a partir do gás gera
Imagem: Neuman & Esser
de 10 a 12 quilos de CO2 para cada quilo de hidrogênio, enquanto a eletrólise zera totalmente as emissões”, explicou Rafael. A nova fonte de energia é uma solução potencial para indústrias de intensa demanda energética, tais como a química e petroquímica.
A agenda ESG na indústria, que implica a descarbonização de processos produtivos, também deverá favorecer o ciclo econômico ligado ao hidrogênio, com a estruturação de um parque fabril que vai movimentar toda a cadeia de fornecedores e ferramentas de financiamento, além de promover a formação de mão de obra qualificada.
Neuman & Esser & – www.neuman-esser.com
m material supostamente frágil poderá revolucionar a fabricação de moldes para a indústria de plásticos. Este é o objetivo de um esforço que está sendo empreendido por três empresas alemãs: a BCE Special Ceramics GmbH, a Kramski GmbH e a fabricante de fresas Zecha Hartmetall-Werkzeugfabrikation GmbH. Juntas, elas estão pesquisando o uso de elementos cerâmicos na confecção de um molde de 16 cavidades, em um projeto a ser concluído em 2025. De acordo com comunicado divulgado pela Zecha, fabricante de ferramentas de corte
que desenvolveu as fresas para usinagem dos materiais cerâmicos, os três parceiros do projeto estão convencidos de que a fabricação de moldes com este material oferece vantagens significativas em relação ao aço. A Kramski, fornecedora global de ferramental, já utiliza revestimentos cerâmicos, entre outros recursos, para aprimorar moldes para o setor de plásticos, tendo em vista especialmente evitar a adesão do material a ser moldado, assim como o desgaste das cavidades ocasionado principalmente pelos plásticos reforçados com fibra de vidro. Melhorar a desmoldagem das peças plásticas é também um dos objetivos do projeto. “Mesmo
NOTÍCIAS
quando usamos aços na faixa acima de 54 HRC, muitas vezes há um desgaste enorme, especialmente na área dos pontos de injeção. Isso leva ao aparecimento de rebarbas no componente, que devem ser evitadas a todo custo, principalmente porque acabam por levar a uma manutenção excessiva do equipamento. Para a ferramenta de 16 cavidades que queremos otimizar no projeto atual, planejamos fazer uma cavidade em cerâmica e vamos realizar testes com ela”, explicou Jörg Carle, diretor técnico da Kramski.
Três empresas se uniram em um projeto que prevê a construção de um ferramental para o setor de plásticos em material cerâmico. Os resultados serão anunciados no início de 2025.
cliente e, por fim, sugerimos a cerâmica adequada. O grupo de materiais cerâmicos é tão diverso quanto os plásticos ou os metais. Só nós podemos escolher entre cerca de 20 tipos ou qualidades de cerâmica”, explicou Torsten Prescher, engenheiro de aplicação da BCE.
Imagem: Kramski
A especialista em cerâmica técnica BCE Special Ceramics GmbH é a parceira no fornecimento do material para a confecção do molde. A empresa processa cerâmicas de óxido de óxido de alumínio (Al 2O 3 ) e óxido de zircônio (ZrO2), bem como materiais mistos, e defende a escolha correta do material em relação à aplicação específica do cliente e às opções de fabricação. “Não fabricamos cegamente de acordo com desenhos do cliente, mas questionamos o que se espera da peça e quais serão as condições de trabalho. Se necessário, revisamos a geometria com o
Já a Zecha HartmetallWerkzeugfabrikation GmbH desenvolveu a linha de fresas denominada Marlin 3D, especial mente para processamento de cerâmica sinterizada e metal duro, que serão usadas no projeto.
Graças à tecnologia laser de última geração, materiais de corte altamente duros, como PCD e CVD, recebem geometrias de ferramentas que antes eram impossíveis de alcançar. Ao ajustar a geome-
tria com extrema precisão, obtém-se maior eficiên cia, o que se reflete na formação de arestas, dimensões e formas precisas, bem como na excelente qualidade superficial da peça. “As fresas 3D Marlin também oferecem algumas vantagens para a indústria de materiais cerâmicos: o processamento não se limita mais à retificação. Em vez disso, agora podemos obter superfícies com brilho espelhado ou contornos delicados na faixa de micra por meio de fresamento”, afirmou Stephen Rapp, gerente de produto da Zecha, enfatizando vantagens como tempos de ciclo reduzidos devido ao resfriamento mais rápido do ferramenta de moldagem por injeção. “Como a maioria dos tipos de cerâmica não são condutores e, portanto, não podem ser processados por eletroerosão, a fresagem no estado sinterizado é um enorme avanço e abre novos mercados, como aplicações na fabricação de moldes”, concluiu.
m sistema de controle de robôs manipuladores e colaborativos que conta com inte-
ligência artificial (IA) para desenvolver estratégias de processos industriais como a manipulação de peças plásticas, por exemplo, foi lançado pela Yaskawa Motoman, com matriz no Japão e filial brasileira em Diadema (SP).
O nome do novo sistema é “Motoman Next”, o qual faz parte de uma geração de controladores que deve ser lançada no mercado brasileiro em 2025. Atualmente, o sistema está sendo utilizado em testes que
envolvem operações fabris no Japão e nos Estados Unidos.
Icaru Rocco Sakuyoshi, diretor-presidente da Yaskawa Motoman, em entrevista concedida à Plástico Industrial, explicou como a tecnologia funciona e deu exemplos de como os profissionais do setor de transformação de plásticos podem usá-la.
A série de controladores conta com processador da Nvidia, empresa especializada em tecnologias digitais. O processador de alta capacidade atua na simulação de processos industriais a partir de recursos da tecnologia de inteligência artificial, o que faz com que o sistema de controle se torne capacitado para aprender conforme novas informações sejam adicionadas pelo operador do robô, por exemplo.
Icaru comentou: “Isso significa, na prática, que o
programador vai inserir novos dados e informar ao sistema Motoman Next quais são as ações que devem ser executadas diante dos possíveis cenários, que serão analisados pela tecnologia. O primeiro passo é realizar a entrada dos dados e depois o robô poderá avaliar a situação, por meio de um sistema de câmeras, por exemplo. Tudo é baseado nas premissas estipuladas pelo programador”. Em se tratando de processos no setor de plásticos, o sistema pode ser usado para simular e definir a melhor estratégia para o robô executar tarefas de manipulação de peças plásticas e de insertos, e também para a triagem de plásticos em linhas de reciclagem, por exemplo. Também foi comentado por Icaru que o sistema recém-lançado proporciona uma redução significativa do tempo necessário para a implementação de programação de robôs feita de maneira tradicional, o que também reduz os custos desse processo. O executivo sugeriu que o sistema pode ser usado, em um primeiro momento, por exemplo, para a criação de estratégias para a produção de peças sob encomenda. Os clientes poderão contar com assistência técnica e treinamento fornecidos pela Yaskawa Motoman.
Imagem: Yaskawa Motoman/Divulgação
o final de novembro de 2024, a Fundação Alemã de Pesquisa (DFG, de Deutsche Forschungsgemeinschaft) aprovou o financiamento para criação do novo Centro de Pesquisa Colaborativa (CRC, do inglês Collaborative Research Centre) denominado
“Tecnologias de produção inteligentes para estruturas plásticas leves com classificação 3D dedicada à carga da arquitetura de reforço”. A Faculdade Técnica da Renânia-Vestfália (RWTH) da Universidade de Aachen – que sedia o Instituto para o Processamento de Plásticos IKV –, e as Universidades Técnicas de Chemnitz e de Dresden participam de forma conjunta do projeto pioneiro que pode garantir até doze anos de pesquisa tecnológica de alto nível voltada para a criação de estruturas construídas com materiais plásticos visando à mobilidade sustentável. O novo centro de pesquisa visa criar componentes plásticos leves e eficientes que se destaquem pela arquitetura de reforço adequada à carga. A iniciativa poderá fomentar o surgimento de novos materiais
poliméricos, especialmente para as indústrias automotiva e de aviação, que se beneficiarão de novos componentes leves, estáveis e recicláveis.
Na primeira fase de financiamento, o CRC se concentrará na pesquisa de tecnologias e processos de fabricação que integram reforços de fibra contínua e descontínuos. Essa combinação permite um projeto de material apropriado para carga e torna os componentes adequados para produção em massa. Ao mesmo tempo, grande importância é atribuída à sustentabilidade: a pesquisa considerará estratégias de reciclagem já durante a fase de desenvolvimento para otimizar todo o ciclo de vida dos produtos.
Também nesta fase, a equipe de pesquisa desenvolverá dois demonstradores – um elemento estrutural perfilado e um plano – que servirão como ambiente de teste para as novas tecnologias. A cada ano subsequente de financiamento, a complexidade dos componentes aumentará, de modo a atender aos requisitos da indústria a longo prazo.
DFG DFG – https://www.dfg.de/pt
Nova sondagem feita junto aos transformadores por sopro mostrou que as empresas do setor estão intensificando o uso de materiais reciclados na fabricação de seus produtos. O uso de manufatura aditiva (impressão 3D), principalmente para o desenvolvimento de produtos, também é unanimidade entre as empresas listadas neste guia.
Uma pesquisa realizada no setor de transformação de plásticos por sopro, para atualização do guia de empresas que atuam nesta área, apontou aumento do uso de materiais reciclados na fabricação de produtos soprados. Pelo levantamento foi constatado que 77,77% das empresas listadas adotaram o uso de materiais reciclados ou de bioplásticos em seus processos produtivos devido a metas de sustentabilidade de clientes/brandowners. Este percentual era de 64% na sondagem anterior.
Ainda de acordo com essas empresas, entre os materiais reciclados utilizados por elas estão o polietileno de alta densidade (PEAD), PET pós-consumo (PCR), polipropileno (PP) e o polietileno (PE) verde.
eletrodomésticos (linha branca), 0,95%, fornecedores de brinquedos e artigos para lazer, 0,62%, e os fabricantes de utilidades domésticas consomem 0,56% do montante.
A manufatura aditiva (impressão 3D) é utilizada por todas as empresas constantes deste guia para o desenvolvimento e a validação de novos produtos. Fazendo um paralelo com a pesquisa anterior, no que se refere a este tema, 64% das empresas que participaram dispunham de equipamentos de impressão 3D em suas instalações industriais e 36% contrataram serviços de terceiros para a produção de protótipos. Além disso, a atual sondagem mostrou que 72,22% das entrevistadas estão usando tecnologias para a redução da espessura dos frascos e garrafas que produzem.
O principal segmento consumidor de produtos soprados é o de embalagens, que absorve 51,38% do volume produzido pelas empresas constantes deste guia. Conforme foi apontado por elas, atualmente, 21,94% dos seus produtos são consumidos por um grupo de segmentos formado pela construção civil, indústria de produtos de limpeza, alimentos, bebidas, suplementos hospitalares, fornecedores de peças técnicas e autopeças, com igual representatividade. Já a agroindústria é responsável pelo consumo de 15,94% do volume de produtos soprados fabricados, ao passo que o setor automobilístico absorve 8,61%, os fabricantes de Vol. de sopro de 0 a 1 Litro Vol. de sopro de 1,1 a 5 Litros Vol. de sopro de 5,1 a 20 Litros Vol. de sopro acima de 20,1 Litros
O consumo mensal de resinas de 61,11% das empresas listadas a seguir varia de 3 até 100 toneladas e 22,22% delas consomem entre 150 e 300 toneladas, enquanto 16,67% estão consumindo de 350 a 450 toneladas por mês.
Quando foram questionadas sobre o índice mensal de sobras provenientes de seus processos produtivos, 75% das companhias disseram que o volume de refugo vai de 1 a 9 toneladas e 16,66% revelaram que o montante de sobras fica na faixa de 10 a 13 toneladas, ao passo que 8,34% contabilizaram até 20 toneladas.
Quantidade de máquinas sopradoras
2RC(19) 99725-1477 n comercial@2rcembalagens.com.br15
Cipla Condor (47) 99941-8658 n roberson@cipla.com.br12225
Desenvolve o produto
105 •
Engeplastic (11) 99833-3718 n contato@engeplastic.com.br521 5
Farmaplast (11) 91415-1872 n l.ferreira@grupomwr.com25 1412
Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 444 empresas pesquisadas.
Revista Plástico Industrial, dezembro de 2024/janeiro de 2025. Este e muitos outros Guias de PI estão disponíveis online, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/pi e confira.
Também é possível incluir a sua empresa na versão online de todos estes guias.
AUTOMOTIVA
A União Europeia tem dado passos decisivos sobre o uso de materiais plásticos reciclados na fabricação de automóveis. Essa reviravolta impõe grandes desafios aos fornecedores de resinas. Este estudo de caso mostra como a equipe do departamento central de pesquisa e desenvolvimento avançado da Bosch lida com a redução de emissões de CO2, a substituição de materiais e a reciclagem.
G. Hülder, D. Kugele, I. Wachendorfer, A. Harbord e S. Apelt
Com a publicação do projeto da portaria da União Europeia sobre veículos em fim de vida, em julho de 2023, foi dado um passo decisivo em direção à economia circular no setor automotivo. O projeto prevê uma cota de material reciclado pós-consumo (PCR) igual a 25% que será usado na fabricação de peças para veículos, sendo ele proveniente de processos de circuito fechado,
Gerrit Hülder (gerrit.huelder@de.bosch.com) é líder do grupo responsável pela tecnologia de materiais e processamento de plásticos do departamento central de pesquisa e desenvolvimento avançado da Robert Bosch GmbH, na Alemanha. Também compõem esse grupo Daniel Kugele, engenheiro-pesquisador da área de plásticos sustentáveis e economia circular; Ilonka Wachendorfer, especialista em plásticos altamente funcionalizados e sustentáveis; Anika Harbord, engenheira-pesquisadora da área de plásticos sustentáveis e economia circular; e Stefan Apelt, engenheiro-pesquisador da mesma área. Esse artigo foi originalmente publicado na edição de novembro de 2023 da revista alemã Kunststoffe. Copyright by Carl Hanser Verlag. Direitos para o português adquiridos por Plástico Industrial. Tradução e adaptação de Antonio Augusto Gorni.
ou seja, proveniente da reciclagem de veículos em fim de vida.
A necessidade de soluções sustentáveis para o plástico cresce de forma contínua. Desencadeada pelos desafios globais da crise climática e pelas condições de enquadramento polí tico dela derivadas, tais como o Acordo Verde da União Europeia, ela fez surgir a necessidade de a indústria definir metas correspondentes para redução das emissões de CO 2 Muitos gases causadores do efeito estufa, como o metano ou o óxido nitroso, liberados pelos processos industriais, muitas vezes são mais prejudiciais do que o CO 2 puro. Seus efeitos prejudiciais ao clima são convertidos nos chamados equivalentes de CO 2 (CO 2 e). Neste estudo as menções às emissões de
CO 2 se referem aos equivalentes de CO 2 calculados.
A redução das emissões de CO 2 está firmemente incorporada às respectivas estratégias corporativas como prioridade. A empresa Robert Bosch GmbH pretende ser pioneira na proteção climática. Desde 2020 a Bosch é a primeira empresa industrial global a ser neutra nas suas emissões de Escopo 1 e Escopo 2. Até 2030, as emissões
Fig.1–DistribuiçãodasemissõesdeCO2: a Bosch é neutra em CO 2 desde2020(Escopos1e2).Fonte:Bosch;gráficos:Hanser
do Escopo 3 deverão ser reduzidas em 15% (assumindo-se o ano base de 2018) (figura 1).
Metas de redução de CO 2 da indústria automotiva
As atividades a jusante incluem principalmente as emissões que resultam do uso de produtos como, por exemplo, combustível e eletricidade. Algumas das emissões só podem ser influenciadas indiretamente. Só os fabricantes de automóveis podem exercer uma influência direta como, por exemplo, aumentando a eficiência dos seus veículos. Para alcançar esses
objetivos, também devem ser reduzidas as emissões de gases causadores do efeito estufa nos processos anteriores. Uma visão geral dos objetivos dos fabricantes de automóveis é mostrada na figura 2 (situação referente a 2021).
Foram desenvolvidas estratégias de compras adequadas, as quais levam em conta as metas de redução definidas ao longo de toda a cadeia de valor e que também são repassadas aos fornecedores. Mais detalhadamente, isso é feito pela definição de especificações como, por exemplo, a proporção das matérias-primas primárias sus-
tentáveis (de origem biológica, recicladas quimicamente) ou secundárias (materiais reciclados) que serão usadas. O foco também se concentra na pegada máxima de CO 2 dos materiais (Material Carbon Footprint, MCF) que são usados nos componentes fabricados.
Muitas evoluções ocorreram ao longo dos últimos anos. Embora o uso de materiais reciclados tenha sido efetivamente excluído das especificações dos fabricantes de automóveis até 2019, essas, agora, incluem requisitos gerais para a utilização de até 100% de materiais reciclados. Caso a utilização de
material reciclado não seja possível por motivos técnicos, tal condição deverá ser comprovada pelo fornecedor.
Competição pelo fornecimento de materiais reciclados
Essa situação faz com que haja disputa para fornecer materiais reciclados adequados. A questão da disponibilidade surge especialmente com os plásticos de engenharia. Os reciclados pós-industriais frequentemente apresentam qualidade muito alta, mas são limitados em quantidade, o que significa que as altas quotas de reciclagem exigidas pelos fornecedores de equipamento original (OEM) dificilmente poderão ser cumpridas de forma duradoura. Plásticos de engenharia como PA ou PBT dificilmente estão disponíveis na forma de materiais reciclados pós-consumo porque, ao contrário dos plásticos para embalagens, quase não existem ciclos de reciclagem estabelecidos para essas resinas. Os plásticos podem contribuir significativamente para a redução das emissões de gases, reduzindo consistentemente o peso dos
componentes dos veículos. O desafio aqui consiste em minimizar a pegada de CO 2 de um produto por meio de medidas específicas.
Este estudo aborda principalmente as possibilidades para plásticos sustentáveis. Há essencialmente três importantes direções estratégicas a serem mencionadas aqui. Além do uso de materiais reciclados, está inclusa a adoção de plásticos com origem não fóssil. Esses incluem materiais com origem biológica e balanceados em biomassa, visando, acima de tudo, a substituição sustentável de materiais, em que os plásticos com a menor pegada de carbono (MCF) possível são especificamente selecionados no
processo de desenvolvimento do produto. Particularmente para produtos já estabelecidos no mercado, muitas vezes pode ser obtida uma redução significativa na pegada de carbono do produto (PCF) ao desenvolver uma geração subsequente, substituindo materiais estabelecidos por outros com menor pegada de carbono (MCF). A seguir são apresentadas duas aplicações, cujo desenvolvimento seguiu os princípios anteriormente descritos, indicando o potencial para redução das emissões de CO 2
Substituição sustentável de materiais
A pegada de CO 2 de um produto pode ser diminuída pela
seleção de materiais. A fabricação de componentes complexos da Bosch requer o uso de uma alta proporção de plásticos de engenharia, tais como poliamidas. Esses materiais geralmente apresentam uma pegada de CO 2 maior do que a das poliolefinas, por exemplo (figura 3). A Robert Bosch GmbH processa anualmente mais de 142.000 toneladas de plástico. Mais de 80% desse volume corresponde a plásticos de engenharia e mais de 50% a poliamidas. O potencial para a redução nas emissões de CO 2 pela seleção de materiais apropriados torna-se óbvio. Naturalmente, isso só será possível se os requisitos do produto forem atendidos. A mudança do tipo de polímero nem sempre é possível quando as temperaturas envolvidas na aplicação são muito altas. No setor automotivo a mudança rumo à eletromobilidade oferece um potencial adicional, uma vez que as solicitações impostas pelas altas temperaturas e presença de fluidos são significativamente reduzidas.
encontram no mercado, especialmente plásticos de engenharia que antigamente eram bastante críticos, cuja pegada de carbono (MCF) pôde ser significativamente reduzida. Futuramente, pode-se esperar progressos adicionais nesta área, razão pela qual a análise rotineira do mercado deve ser uma parte essencial dentro do processo de seleção de materiais.
Novos materiais, redução de peso e melhores propriedades acústicas
Outra frente surge devido às múltiplas abordagens de otimização na indústria química, especialmente na síntese de plásticos. Os valores de pegada de carbono constantes (figura 3) foram extraídos dos “Ecoprofiles” da PlasticsEurope. Eles representam os valores médios para os respectivos materiais e ainda não levam em consideração as últimas inovações feitas por alguns fabricantes de materiais. Graças a abordagens adequadas (mudança para energias renováveis, sistemas de redução de óxido nitroso, uso de biogás e, no futuro, também a captura de CO2), alguns graus de plástico já se
Um exemplo de substituição bem-sucedida de material: hélice da ventoinha (figura 4) desenvolvida para o veículo Q6 e-tron da Audi AG, lançado em 2024. No passado, ventiladores axiais com mesma potência eram feitos com poliamida reforçada com fibra de vidro devido às altas solicitações mecânicas decorrentes das altas forças centrífugas que surgem durante seu funcionamento. Em parceria com a fabricante de resinas LyondellBasell foi possível, pela primeira vez, criar uma hélice desse tipo feita de PP-GF, reforçada com fibras de vidro e resistente à fluência (série Advanced-Copo), com um aro circunferencial para direcionamento do ar. Além do desenvolvimento do novo material, foram necessários ajustes no
projeto. Por um lado, as tensões na área das linhas de união foram otimizadas ajustando-se adequadamente o alinhamento das pás do ventilador. Por outro, a introdução no projeto de nervuras de suporte no aro do ventilador permitiu obter uma redução adicional e significativa das cargas nas linhas de união.
O peso do componente foi reduzido em 20% e as propriedades acústicas foram melhoradas em 10 dB(A). Simultaneamente, a pegada de CO 2 foi reduzida em 72%. A Lyondellbasell agora também oferece o grau desenvolvido resistente à fluência balanceado em biomassa, de modo que a pegada de CO 2 poderia, teoricamente, ser reduzida ainda mais. Esse conceito foi premiado com o segundo lugar no SPE Automotive Award 2022, na categoria “Nova mobilidade”, instituído pela Sociedade Internacional de Tecnologia de Plásticos/SPE –Europa Central.
Reciclagem em circuito fechado: da bateria de partida ao sensor
A reciclagem constitui uma tecnologia fundamental para os plásticos sustentáveis, especialmente se for possível criar uma economia circular em que o impacto no clima seja o mais baixo possível –e isso não apenas no contexto da nova diretriz para veículos em fim de vida (End of Life Vehicles, ELV). A reciclagem mecânica de resíduos pós-consumo é uma boa solução devido às suas baixas emissões de gases, mas chega rapidamente aos seus limites quando se trata de componentes tecnicamente sofisticados. Os altos requisitos em relação às
propriedades, qualidade e disponibilidade dos materiais são apenas alguns dos desafios. A Bosch trabalha e desenvolve estudos nessas áreas para poder estabelecer materiais sustentáveis no maior
número de aplicações possível.
O invólucro de um sensor ultrassônico montado no parachoque (figura 5) pode ser feito com PPGF em vez de PBT-GF (ambas resinas reforçadas com fibras de
vidro) e com uma pegada de CO 2 significativamente menor. Os sistemas de assistência ao condutor são relevantes para a segurança porque, em caso de avaria, podem ocorrer danos aos transeuntes. Assim, o invólucro do sensor deve apresentar alta confiabilidade durante a vida útil do veículo.
Com o objetivo de substituir o material de forma sustentável, em uma primeira etapa a resina da série original PBT-GF foi substituída por material virgem PPGF. Isso levou à redução das emissões de CO 2 em 44%. O próximo passo consistiu no uso de
um material reciclado pós-consumo (PCR), à base de PP-GF, que já se encontrava em desenvolvimento. O objetivo aqui é identificar uma fonte adequada de suprimento de resina reciclada com qualidade e disponibilidade suficientes. A Bosch aliou-se a um
parceiro externo especializado na reciclagem de baterias de partida para desenvolver esses materiais. Além do chumbo, que também é reciclado, obtém-se copolímero de PP relativamente puro, não reforçado, a partir dos invólucros das baterias sucateadas. A partir
desse material-base foi desenvolvido, no centro de pesquisa e desenvolvimento avançado da Robert Bosch GmbH (Alemanha), um plástico de engenharia reforçado com fibras de vidro, PP-GF, utilizando aditivos adequados. Essa formulação contém diversos estabilizantes, pigmentos coloridos e materiais para reforço. Ela passou a ser produzida em grande escala e agora se encontra disponível como material de série. Além disso, essa formulação consiste em um material 100% em “laço-fechado”, de acordo com a nova diretriz de veículos em fim de vida (ELV) (figura 6). Esse material reciclado pósconsumo está sendo usado na fabricação de novos invólucros de sensores experimentais (foto no início do artigo).
As emissões reduzidas correspondem a 4,4 milhões de quilômetros
Foi feita uma análise sobre a energia necessária para o processamento e o cálculo da pegada de carbono para essa resina pósconsumo reciclada. Para deixar clara a influência real da substituição e uso de material reciclado pós-consumo (PCR), foram plotadas as emissões de CO 2 calculadas ao longo de toda a vida útil do produto em relação ao número previsto de peças, para cada variante de material usada no invólucro. Os resultados dessa análise são mostrados na figura 7. Em média, é possível reduzir anualmente 820 toneladas de CO 2 emitido pelo uso de PP reciclado em vez de PBT virgem. Isso corresponde às emissões geradas por um carro médio que percorreu aproximadamente 4,4 milhões de quilômetros.
Parachoques recicláveis
Olhando todo o panorama de forma holística, o uso de PP na fabricação de parachoques tem um valor agregado adicional: como os parachoques em si também são feitos de PP, aqui o conceito de circularidade fica completo. Isso significa que, no futuro, todo o sistema poderá ser desmontado e reciclado, não sendo necessária nenhuma etapa complexa de separação de materiais. Atualmente, as etapas de separação frequentemente inviabilizam a recuperação total de materiais valiosos devido à presença de frações de materiais mistos que não podem ser separados e que, por isso, já não permitem qualquer aplicação técnica ou até mesmo nenhuma utilização.
Conclusão
O contexto das futuras quotas de reciclagem impõe que a abor-
dagem da substituição sustentável de materiais não deve ser negligenciada. Em certos casos, essa medida pode até ser mais eficaz na redução das emissões de CO 2 do que o uso de materiais reciclados. A disponibilidade de materiais reciclados pós-consumo (PCR) com alta qualidade para plásticos de engenharia constitui um desafio. Neste caso específico, a reciclagem química poderá se tornar mais importante. Simultaneamente, muitas soluções inovadoras já se encontram no mercado ou em desenvolvimento, desde resinas com origem biológica até a utilização de CO 2 como matériaprima para a síntese de plásticos.
Provavelmente, a exigência de utilização de materiais reciclados em circuito fechado, provenientes de veículos em fim de vida, será particularmente desafiadora. Os atuais processos de trituração e a grande variedade de materiais existentes tornam quase impossível efetuar reciclagem com alta qualidade. Uma fragmentação prévia mais intensa torna-se necessária para garantir a pré-seleção do material no nível do componente e, assim, melhorar a uniformidade da resina reciclada.
Atualmente, há uma carência de conhecimento sobre as características que os materiais plásticos apresentam ao final da sua vida útil, e até que ponto eles são adequados para utilização posterior. A degradação e contaminação dos materiais com uma ampla variedade de fluidos durante a fase de utilização requer processos de reciclagem especificamente desenvolvidos. Estes temas terão de ser objeto de futuras atividades de pesquisa e desenvolvimento, tanto no meio acadêmico como na indústria.
Uma relação dos fornecedores de resinas termoplásticas do tipo commodity –normalmente usadas na fabricação de embalagens e bens de consumo – e também plásticos de engenharia, destinados a aplicações técnicas e fabricação de bens duráveis.
ABS, PA, PC, EVA, POM, PSAI, TPE, vendas@petroresinas.com.br Blendas, Compostos de PP, Outros Place (11) 4352-7393 Chevron, LyondellBasell, EUA, Emirados Árabes,
ABS, PC, PSAI, SAN placeresinas@placeresinas.com.brFormosa, Total, Sinopec,China, Israel, Argentina, Carmel, Petroken, Essentia, Colômbia Asia Chemical
BRASIL LIDER A A REVOLUÇÃO ENERGÉTIC A GLOBAL: THE
SMARTER
Power2Drive South America
Infraestrutura de carregamento
Baterias de tração
Mobilidade elétrica
E SOUTH AMERICA ENFOCA INOVAÇÕES EM ENERGIA RENOVÁVEL E ELETR OM OBILIDADE
Na vanguarda global da transição energética, o Brasil utiliza seus vastos recursos de energia renovável com soluções avançadas de armazenamento de energia, tecnologias inovadoras de rede e um crescente setor de eletromobilidade. A abundância de seus recursos solares, eólicos e hidrelétricos permite que o país expanda expressivamente sua capacidade de energia renovável, de modo a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e diminuir as emissões de carbono, ao passo que a incorporação de sistemas avançados de armazenamento de energia aprimora a estabilidade da rede, resultando em um aumento na confiabilidade do fornecimento de energia a partir de fontes renováveis intermitentes. O aproveitamento desse potencial permitirá que o Brasil alcance a sustentabilidade energética, estimulando o crescimento econômico e criando um poderoso exemplo para outros países. The smarter E South America – a maior plataforma latino-americana para a nova realidade energética e de mobilidade – se dedica a explorar toda questão da nova realidade energética,
abrangendo energia renovável, armazenamento de energia, redes inteligentes e eletromobilidade.
Nossa missão é inspirar e facilitar a troca de ideias, tecnologias e práticas que definirão o futuro da energia. Realizamos evento mais abrangente para o setor latino-americano de energia renovável, reunindo inovadores, especialistas e líderes do mundo todo para fazer avançar a pauta da energia sustentável. Os quatro congressos deste ano prometem ser um evento marcante, tendo como pano de fundo o dinamismo de um setor energético em rápida evolução:
Intersolar South America – O congresso para o setor solar latino-americano ees South America – O congresso para baterias, sistemas de armazenamento de energia e hidrogênio verde
Power2Drive South America – O congresso para eletromobilidade e infraestrutura de recarga Eletrotec+EM-Power – O congresso para infraestrutura de eletricidade e gestão de energia
O EIXO LATINO-AMERICANO DE INOVAÇÕES PARA O NOVO MUNDO DA ENERGIA
Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 292 empresas pesquisadas. Revista Plástico Industrial, dezembro de 2024/janeiro de 2025.
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BIOPLÁSTICOS
Este estudo tem como objetivo contextualizar as dificuldades acerca do desenvolvimento de inovações, em particular no mercado de bioplásticos biodegradáveis e compostáveis usados na fabricação de embalagens para eletroeletrônicos. Essas inovações envolvem uma análise multifatorial, composta primeiramente por organizações que estão dispostas a inovar, e os desafios inerentes a essa transição tecnológica como, por exemplo, a performance de biofilmes em ensaios técnicos, biodegradação de materiais, custos de produção e questões ambientais, entre outros temas que são abordados aqui.
I. C. S. Dinóla, N. L. Félix, J. Graton, O. A. R. L. Paes e F. A. de Freitas
Asustentabilidade tem se tornado um pré-requisito para a aquisição de alguns produtos. Devido a isso, indústrias de diferentes setores têm buscado remodelar as etapas de sua cadeia produtiva. No setor de embalagens, por exemplo, é visível a mudança de cenário, já que um
Isabel Cristina Souza Dinóla (isabelcristina.dinola@fittecnologia.org.br) atua no Fit – Instituto de Tecnologia, no Amazonas. Natália Liliane Félix (contatonataliafelix@gmail.com) é graduanda em Engenharia Química da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Josué Graton é gerente de ESG de Economia Circular do Fit – Instituto de Tecnologia. Orlando Amazonas da Rocha Loureiro Paes e Flávio Augusto de Freitas atuam no Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA). Reprodução autorizada.
grupo crescente de empresas tem buscado alternativas de menor impacto ambiental para a comercialização de seus produtos. As matérias-primas de embalagens biodegradáveis e compostáveis podem ser provenientes de recursos renováveis e não renováveis, como pode ser observado na figura 1, e suas características químicas podem alterar sua interação com o meio em que estão inseridas. Biofilmes biodegradáveis e compostáveis, por exemplo, podem se degradar completamente em até seis meses. Essas soluções podem ser integradas em um modelo de economia circular, onde as embalagens
são concebidas para serem compostadas, em vez de serem descartadas como resíduos. Porém, a produção de bioplásticos não representa nem 1% da produção mundial de plásticos (1) , uma realidade que precisa mudar, pois a oferta atual é insuficiente para atender à demanda de clientes atraídos pela redução da pegada de carbono e/ou pela biodegradabilidade desses materiais. É necessário incentivar a produção de bioplásticos para que este setor gere massa crítica para influenciar na melhoria da infraestrutura de produção. Devido à baixa produção, os preços podem ser três a quatro vezes superiores aos dos polímeros convencionais, sendo mais um motivo para inibir o aumento da demanda. Com um preço similar, o transformador provavelmente não hesitaria em usar um bioplástico.
Este artigo traz para discussão mais um ponto, que é o da performance dos biofilmes em ensaios técnicos, pois além de todos os desafios citados, os biofilmes precisam ainda atender a requisitos de similaridade com os filmes convencionais (2-3) . Para entender, comparar e sugerir mudanças foram realizadas medidas
de resistência à perfuração, resistência à propagação do rasgo, cálculo da taxa de permeabilidade ao vapor d’água, umidade, solubilidade, grau de intumescimento e medidas de tração.
Objetivo
Este estudo tem como objetivo discutir resultados de medidas de bioplásticos biodegradáveis e compostáveis para aplicação no setor de embalagens de eletroeletrônicos.
Para a realização do estudo foram usados os materiais e métodos mencionados a seguir.
Tab. 1 – Identificação dos bioplásticos
que é utilizado na indústria de eletroeletrônicos, e as identificações dos bioplásticos são mostradas na tabela 1, da qual também constam as composições dos
Identificação quanto a composição e espessuraIdentificação para a pesquisa
Os bioplásticos foram adquiridos na forma de filmes oferecidos por diferentes fornecedores. Para a comparação foi usado um filme como referência
filmes e as identificações usadas para facilitar as comparações durante a pesquisa. O bioplástico que serviu como referência é identificado pela palavra “referência”.
Tab. 2 – Resultados obtidos para os testes de resistência à perfuração
Amostras
Caracterização dos filmes
Os filmes foram caracterizados quanto a resistência à perfuração, resistência à propagação do rasgo, taxa de permeabilidade ao vapor d’água, umidade, solubilidade, grau de intumescimento e medidas de tração.
Resistência à perfuração
A resistência à perfuração foi determinada de acordo com a norma ASTM F1306 (2021), em máquina universal de ensaios Instron, modelo 5966E2, usando célula de carga de 100 N. A velocidade de perfuração, realizada com uma ponteira metálica de ponta esférica, com diâmetro de cerca de 3,2 mm, foi de 25 mm/min. A perfuração foi realizada da face externa até a face interna dos materiais. O ensaio foi conduzido em ambiente a 23°C ± 2°C e (50 ± 5)% de umidade relativa, após condicionamento dos corpos de prova neste mesmo ambiente por no mínimo 48 horas.
Resistência à propagação do rasgo
A resistência à propagação do rasgo das amostras foi determinada de acordo com a norma
Resistência à perfuração
Força na ruptura (N)Deformação na ruptura (mm)Energia na ruptura (mJ)
ASTM D1938 (2019), em máquina universal de ensaios marca Instron, modelo 5966-E2, operando com célula de carga de 10 N e 100 N. Neste ensaio, corpos de prova com 25 mm de largura e 75 mm de comprimento, nos quais foi realizado um corte inicial, foram tracionados a uma velocidade constante de 250 mm/min, de maneira que se promova a propagação do rasgo inicial. O ensaio foi conduzido em ambiente a 23°C ± 2°C e (50 ± 5)% de umidade relativa, após condicionamento dos corpos de prova neste mesmo ambiente por no mínimo 48 horas.
Taxa de permeabilidade ao vapor d’água
A taxa de permeabilidade ao vapor d’água foi determinada por meio do método gravimétrico, baseado na metodologia ASTM E96/E96M-22 (2022). A metodologia foi aplicada com as seguintes especificações:
• Área de permeação: 50 cm²;
• Balança – resolução: 10 - 4 g.
Condições de ensaio:
1) Condições – 1: 38°C ± 0,5°C e 90% ± 2,0% UR
2) Condições – 2: 23°C ± 0,5°C e 90% ± 2,0% UR
Dessecante: cloreto de cálcio anidro (CaCl2).
Umidade
Placas de Petri foram aquecidas a 105°C por três horas. Em seguida, as placas foram resfriadas em dessecador com sílica gel, sendo o ar interno removido com auxílio de uma bomba de vácuo. Os filmes plásticos foram então cortados em quadrados de 4 cm² de área, pesados em balança analítica juntamente com placas
de Petri e levados à estufa a 105°C por três horas. Os filmes foram deixados em dessecador até a temperatura ambiente, sendo pesados na mesma balança ao término do tempo determinado.
A variação de massa ( Δmassa) foi obtida pela diferença entre a massa inicial e a final (equação 1), e o percentual de umidade (%umidade) foi realizado conforme a equação 2.
Solubilidade
Placas de Petri foram aquecidas a 105°C por três horas. Em seguida, elas foram resfriadas em dessecador com sílica gel, sendo o ar interno removido com auxílio de uma bomba de vácuo. Os filmes plásticos foram cortados em quadrados de 4 cm² de área, os quais foram pesados em balança analítica juntamente com as placas limpas e secas. Em seguida, foram levados à estufa a 105°C por três horas. Os filmes foram deixados em dessecador até a temperatura ambiente, sendo pesados ao término.
Os filmes foram transferidos para balões Erlenmeyers de 250 mL, onde foram submersos em 30 mL de água destilada. Depois foram levados à uma incubadora Shaker, onde permaneceram sob lenta agitação por 24 horas a 25°C. Por fim, os filmes foram secos em estufa a 105°C por três horas. Ao apresentarem temperatura ambiente (em dessecador), foram pesados. A massa foi obtida pela diferença entre a massa inicial e a final (equação 1), e o percentual de solubilidade (%solubilidade) foi realizado conforme a equação 3.
Tab. 3 – Resultados obtidos para os testes de resistência à propagação do rasgo
Amostras
Grau de intumescimento
Placas de Petri foram aquecidas a 105°C por três horas. Depois, as placas foram resfriadas em dessecador com sílica gel, sendo oar interno removido com auxílio de uma bomba de vácuo. Os
filmes plásticos foram cortados em quadrados de 6,25 cm² de área e pesados, juntamente com as placas de Petri limpas e secas, em balança analítica. Cada filme foi submerso em água destilada e mantido, sem agitação, por dois
minutos. Em seguida, o filme foi seco com papel de filtro e pesado. O cálculo do grau de intumescimento (GI) foi realizado conforme a equação 4.
Tab. 4 – Resultados obtidos para os testes de taxa de permeabilidade ao vapor d’água (TPVA), umidade e solubilidade
BIOPLÁSTICOS
Medidas de tração
A propriedade mecânica de resistência máxima à tração foi determinada de acordo com a norma ASTM D882-2012. Para cada filme, sete corpos de prova de 80 mm de comprimento e 25 mm de largura foram armazenados por 24 horas, em temperatura de 23°C ± 2°C e umidade relativa de 55 ± 5%. Os corpos de prova foram então ensaiados em máquina universal de ensaios (Modelo: 3367, Marca: Instron) com distância inicial de separação das garras e velocidade de realização do teste
d’água, umidade, solubilidade, grau de intumescimento e propriedades de tração são mostrados nas tabelas 2, 3 e 4, respectivamente.
Ensaios de tração: máxima carga e Módulo de Young O biofilme F-02/24 apresentou as melhores propriedades quanto a máxima carga e ao Módulo de Young. Esse biofilme comparado aos outros biofilmes em estudo pode suportar maior força antes de se romper, possui maior valor para a máxima tensão que ocorre em um ponto es-
de Tração
F-05/24 6,91 ± 0,792,45 ± 0,36
F-06/24 9,11 ± 1,672,51 ± 0,59
F-07/24 10,59 ± 1,591,57 ± 0,1
fixadas em 25 mm e 20 mm/min, respectivamente. As amostras de filmes foram submetidas a três ciclos térmicos de -20°C até 80°C, mantendo-se em um período de 2,5 horas a 20ºC, e em seguida por 2,5 horas a 80ºC, e também por uma hora com mudança de temperatura de 20ºC a 80ºC (um ciclo). O ensaio foi feito com uma câmara de ensaios climáticos (Modelo: se-300-2-2, Marca: Thermotron).
Resultados e discussões
Os resultados obtidos durante a caracterização dos filmes quanto a resistência à perfuração, resistência à propagação do rasgo, taxa de permeabilidade ao vapor
pecífico do material durante o ensaio de tração, independentemente de ser o ponto de ruptura, e possui maior Módulo de Young. Quanto mais alto o módulo, mais estresse é necessário para criar a mesma quantidade de deformação. As características carga-deformação são dependentes do tamanho do corpo de prova. Por exemplo, serão necessárias duas vezes a carga para produzir um mesmo alongamento se a área da seção transversal do corpo de prova for dobrada. Com base nisso, é possível obter resultados de força máxima para diferentes espessuras. O biofilme F-02/24 usado para substituir o F-01/24 (referência) deverá sofrer alterações na sua espessura.
Tab. 5 – Resultados obtidos para os ensaios de tração: máxima carga e Módulo de Young
Usando uma regra de proporcionalidade foi verificado que:
• 30,93 N - 20 µ;
• 85,49 N - X µ.
Para o F-02/24 substituir o F01/24 com características aproximadas às propriedades mecânicas do ensaio de tração será necessária uma nova espessura de aproximadamente 55,3 µ.
Nas tabelas 2, 3, 4 e 5 são mostrados os valores médios dos testes realizados e o respectivo desvio padrão. Em relação à determinação de grau de intumescimento para as amostras estudadas, nenhuma delas apresentou valores que indicaram intumescimento, sendo todos os valores iguais a zero, indicando baixa absorção de umidade.
Conclusão
Diversificar as soluções, incluindo os bioplásticos, é crucial para enfrentar o “desafio do plástico”, promovendo uma abordagem eficaz e impulsionando a inovação e a transição tecnológica com alternativas mais sustentáveis. Nos testes realizados, os biofilmes apresentaram resultados bastante distintos em praticamente todos os pontos de análise em relação aos filmes convencionais. Entretanto, ajustes deverão ser realizados para alcançar a similaridade entre os materiais. Para suportar a mesma carga, alguns dos filmes avaliados devem sofrer ajustes na espessura como, por exemplo, o F02 e F05. Comportamentos diferenciados também podem ser observados nos filmes F03, F06 e F07 em relação à medida de propagação do rasgo, pois os mesmos não permitem que ocorra a sua propagação. A justificativa está no tipo de matéria-prima do qual estes biofilmes são constituídos.
Algumas medidas podem ser tomadas como favoráveis em relação à biodegradação. O desempenho dos biofilmes F02, F04 e F05 no quesito de solubilidade em água, por exemplo, se mostra muito interessante para embalagens de uso único, pois já apresentam um grau de degradação diferenciado quando entram em contato com a água. Existe ainda um desafio tecnológico a ser superado, que é a taxa de permeabilidade ao vapor d’água. Sobre todos os biofilmes, os valores são muito superiores aos dos filmes convencionais.
Os bioplásticos aqui estudados são capazes de substituir os filmes convencionais na aplicação de interesse deste artigo, com adaptações e ajustes. Os materiais são ecologicamente corretos e podem desempenhar com êxito a principal função da embalagem: proteger os produtos que vão para o mercado. Porém, há tópicos que precisam ser discutidos e melhorados.
Agradecimentos
Os autores deste estudo agradecem ao Instituto FIT da Amazônia pelo apoio financeiro e auxílio para a execução das pesquisas.
1) A promessa dos bioplásticos. Frances Jones, da Revista Pesquisa FAPESP. Edição 290. Abril. 2020.
2) V., E. B. Macêdo. Desenvolvimento e caracterização de filmes à base de amido de banana verde (Musa paradisíaca L.) nativo e modificado por tratamento hidrotérmico. Itapetinga: UESB, 2020.
3) M., J. Oliveira de. Produção e caracterização de filmes de amidoglicerol-fibras de celulose elaborados por tape-casting. Florianopólis, 2013.
Este guia traz informações sobre os equipamentos utilizados nas instalações de reciclagem de materiais plásticos, incluindo desde os moinhos e lavadoras, necessários a todas as empresas do setor, até sofisticados sistemas de separação e triagem.
Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 313 empresas pesquisadas.
Revista Plástico Industrial, dezembro de 2024/janeiro de 2025.
Este e muitos outros Guias de PI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/pi e confira.
Também é possível incluir a sua empresa na versão on-linede todos estes guias.
O na embalagem
Termotécnica, com sede em Joinville (SC), vai fornecer embalagens de poliestireno expandido (EPS) para a Abrafrutas –Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados –, as quais serão usadas para acondicionar uvas que serão exportadas para a China.
A fabricante de embalagens de EPS e a associação firmaram um acordo que abrangeu a assinatura de ambas as partes do Protocolo sobre Requisitos Fitossanitários para a Exportação de Uvas Frescas do Brasil para a China, assinado também por autoridades brasileiras e chinesas.
O acordo vai intensificar os trabalhos que já são realizados em parceria pela Termotécnica e a Abrafrutas no que se refere ao uso de embalagens de EPS para a exportação de frutas. De acordo com Nivaldo Fernandes de Oliveira, diretor superintendente da Termotécnica, as embalagens da linha DaColheita têm sido utilizadas para transportar frutas a países da Europa, Ásia e do Oriente Médio, entre outros.
Foto:
Um acordo firmado entre a Termotécnica e a Abrafrutas tem como premissagarantiraqualidadedeuvas queserãoexportadasparaaChina.
As estratégias das partes en volvidas no acordo incluem esforços para atender à demanda por alimentos do país de destino das frutas que serão exportadas. Segundo Eduardo Brandão, diretor executivo da Abrafrutas, atualmente, 70% do volume de frutas do Brasil são exportados para a Europa.
T T Termotécnica ermotécnica ermotécnica – tel. (47) 3451-2607
Nova fábrica de placas de PEBD expandido vai operar no Grande ABC
Uma planta industrial voltada para a fabricação de placas de polietileno expandido (PEBD expandido), que serão usadas para a produção de calços usados, por exemplo, para proteção de eletroeletrônicos e posicionamento de urnas eletrônicas, será inaugurada em 2025 em Ribeirão Pires (SP).
A nova unidade fabril, que já está em construção, é uma extensão da fábrica da Maximu’s Embalagens Especiais, empresa especializada no desenvolvimento de embalagens flexíveis,
como plástico bolha, para aplicações nos setores automotivo, construção civil, de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, entre outros. A companhia tem sede no município mencionado acima e filial na cidade mineira de Varginha.
Os investimentos realizados pela empresa incluem a aquisição de uma nova máquina que será utilizada para a fabricação de placas de PEBD expandido, que vai operar na futura unidade. Esse e outros assuntos foram comentados por Marcio Grazino,
CEO da Maximu’s Embalagens Especiais, que concedeu entrevista à Plástico Industrial. Marcio explicou que um dos motivos que levou à implantação da unidade fabril, que segundo ele tem inauguração prevista para fevereiro de 2025, foi o aumento da demanda por calços feitos com materiais plásticos. O executivo revelou que a decisão de comprar uma máquina para a fabricação das placas de polietileno expandido é parte das estratégias da companhia para a centralização de processos. “Antes, nós comprávamos as placas de PEBD expandido de fornecedores, mas
Termotécnica/Divulgação
quando veio a pandemia de Covid-19, nós iniciamos a elaboração de estratégias centradas na nossa auto suficiência. A nova máquina, que faz parte de uma de nossas estratégias, vai operar na planta que vamos inaugurar”, comentou.
Equipamento da Maximu’s EmbalagensEspeciaisusado para a fabricação de plástico bolha.
Investimento em automação, reciclagem e treinamento.
A implantação de sistemas digitais, sistemas para reciclagem de sobras de processo e treinamento interno são algumas das frentes de trabalho que já estão sendo realizadas na Maximu’s Embalagens Especiais. Marcio comentou que um braço robótico está sendo usado para a manipulação de plástico bolha: “O nosso
braço robótico retira as folhas de plástico bolha da máquina onde foram fabricadas e as encaminha para a esteira de produção. A partir daí, o operador se encarrega de embalar o plástico bolha”.
Além disso, a companhia investiu em automatização de soldagem de plásticos: “Contamos com um equipamento que realiza automaticamente a soldagem de calços de polietileno expandido. Ele consiste em uma mesa que comporta as peças de PEBD expandido que serão usadas para fabricar os calços, essa máquina conta com um robô que faz a soldagem. Antes, isso era feito manualmente, com um dispositivo para aquecimento, e produzíamos uma peça por vez. Agora, com o sistema robotizado, são fabricadas vinte peças no mesmo ciclo de trabalho”, concluiu.
Atualmente, a empresa produz de 700 kg a 1 tonelada de materiais reciclados ao mês, provenientes de sobras de processos (aparas, por exemplo). O CEO também contou que um trabalho de reciclagem de filmes esticáveis ( stretch), que são convertidos em sacos para lixo, está sendo realizado em parceria com uma rede de supermercados. De acordo com Marcio, são recicladas de 4 a 7 toneladas de filmes stretch por mês.
Imagem: Maximu’s Embalagens Especiais
O na embalagem
Treinamento interno com as equipes da empresa também está sendo realizado. Nesse sentido, os colaboradores são orientados para o uso de tecnologia digital na produção de calços de polietileno expandido. Marcio disse que a empresa está aberta a parcerias com universidades e
escolas técnicas: “Fazemos trabalhos conjuntos com instituições de pesquisa e ensino, mas trata-se de trabalhos pontuais. Pretendemos realizar projetos com universidades e escolas técnicas de maneira contínua”, complementou. De acordo com Marcio, a área total ocupada da fábrica situada
fabricante de embalagens Alpla, de origem austríaca e com unidades em diversas cidades brasileiras, desenvolveu uma garrafa para vinho em poli(tereftalato de etileno) (PET), e já está conquistando mercados com
em Ribeirão Pires será de 12 mil metros quadrados com a conclusão da futura unidade, e o novo galpão será feito com materiais reaproveitados, provenientes de unidades produtivas que foram desativadas.
menor em comparação com uma garrafa de vidro tradicional, de acordo com informações da Alpla.
Além disso, a produção de garrafas de PET requer temperaturas muito mais baixas (260°C) em comparação com o vidro (1.500°C), resultando em menor consumo de energia e emissões. As garrafas de PET para vinho estão disponíveis em diversos formatos, tama nhos e designs, permitindo que os produtores atendam às demandas de individualização do mercado.
um apelo de sustentabilidade, algo inusitado neste momento em que a opinião pública em geral condena o uso dos plásticos.
As garrafas apresentam como vantagens o peso reduzido, associado à redução de custos de transporte e armazenamento, além de aspectos de sustentabilidade.
Uma garrafa feita com 30% de PET reciclado tem pegada de carbono 42%
A vinícola austríaca Wegenstein adotou as embalagens de PET para os seus vinhos, reduzindo suas emissões de CO 2 em cerca de 50%, de acordo com um comunicado de imprensa da Alpla. “A garrafa PET cumpre o que promete. É visualmente atraente, garante a nossa qualidade e é prática”, comentou Herbert Toifl, diretor administrativo da Wegenstein.
Alpla Alpla Alpla Alpla – www.alpla.com
Imagem: Alpla
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Parte de 26–28
A M A IO R F E I R A & C ONGR E SS O D A A M É RIC A L AT I N A
PA R A O S E T O R SOL A R
L ATA M’ S L AR GE S T EX HIB ITIO N A N D C ONFERENC E
F O R TH E SOL A R I ND U ST RY
IN TE R S O LA R: CO N EC TAND O O SE TO R S O LA R
A Intersolar é a principal feira para o setor solar, com foco em fotovoltaica, tecnologias termossolares e usinas de energia solar. Desde sua fundação mais de 30 anos atrás, a Intersolar tornou-se a mais importante plataforma para fabricantes, fornecedoras, distribuidoras, instaladoras, prestadoras de serviços, desenvolvedoras de projetos, planejadoras, além de novas empresas no setor solar.
RECICLAGEM
Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) desenvolveu um sistema que realiza a separação das camadas de plástico e de alumínio que compõem embalagens multimateriais. Denominado Tecnologia ReAl (Recycling aluminium), ele executa a separação e o processamento dos materiais em uma solução alcalina, sendo realizado atualmente na planta industrial da companhia, na cidade paulista de Alumínio.
O novo sistema permite que o material plástico proveniente de embalagens flexíveis e cartonadas seja reaproveitado e inserido na fabricação de resinas recicladas, que podem ser usadas, por exemplo, na fabricação de filmes e embalagens secundárias. O alumínio também é reciclado e retorna como matéria-prima às linhas de produção da CBA.
Em um primeiro momento, as embalagens multimateriais são submetidas a um processo de limpeza, sendo trituradas em seguida. O material triturado é
destinado a um reator químico, onde entra em contato com uma solução alcalina. Nesta etapa o alumínio é solubilizado, enquanto o plástico, que não é solubilizado, é submetido posteriormente à lavagem e destinado a um equipamento de desumidificação em seguida.
A capacidade produtiva anual da unidade onde opera o sistema de separação é de 1,3 bilhão de embalagens. De acordo com informações divulgadas à imprensa, a unidade fabril também tem capacidade para gerar hidrogênio durante o processo de separação de materiais, o qual passou a ser aproveitado nos processos produtivos da companhia. “O ReAl chega ao mercado para potencializar o processo de reciclagem de embalagens multimateriais e proporcionar novas soluções para embalagens flexíveis e cartonadas”, comentou Fernando Varella, diretor do Negócio de produtos transformados, inovação e transformação digital da CBA.
A CBA prevê que no primeiro trimestre de 2025 a unidade de separação de materiais apresente capacidade produtiva em escala industrial.
CBA CBA CBA – tel. (11) 4715-5800
m levantamento realizado pelo Instituto de Embalagens (Barueri, SP) junto a empresas do setor de embalagens e produtos de consumo traz um panorama de práticas alinhadas com os conceitos de sustentabilidade que passaram a fazer parte da rotina delas.
O estudo, denominado “Levantamento do atual estágio de iniciativas e metas de redução de impacto ambiental na indústria de embalagens e de consumo no Brasil”, traz informações sobre trabalhos que envolvem o reaproveitamento de materiais reciclados na fabrica-
ção de embalagens, monitoramento do ciclo de vida de embalagens, ações a favor da economia circular e otimização do uso de recursos, entre outros temas. Os desafios da reciclagem de embalagens também fazem parte dos tópicos abordados pelo Instituto de Embalagens. De acordo com o levantamento, que contou com a colaboração de mais de
150 empresas do setor de embalagens, e mais de 400 profissionais dessa área, apesar de muitas empresas terem obtido avanços na rotina operacional e redução do consumo de recursos a partir da adoção de práticas ligadas à sustentabilidade, ainda há uma falta considerável de conhecimento sobre processos de reciclagem e logística reversa de embalagens, por exemplo.
Também foi detectado que 80% das empresas que participaram da pesquisa utilizam materiais reciclados na fabricação de embalagens. Além disso, 17% delas já conseguiram obter um índice de reciclagem de 81% a 100% em seus processos produtivos. Ainda sobre este tema, 24%
das empresas informaram que 20% das matérias-primas usadas na produção de suas embalagens têm origem em materiais reciclados. A promoção de embalagens reutilizáveis também é uma das práticas inseridas nas estratégias de 13% das companhias do setor de embalagens, ao passo que 18% passaram a utilizar energia renovável nos processos produtivos e 25% concentraram esfor-
roduzir bioplásticos a partir do processamento de bagaço de malte, derivado da produção de cerveja, e usá-los para a fabricação de filmes e embalagens, além de outros produtos, é a meta do Aimplas – Instituto Tecnológico del Plástico.
Esse trabalho passou a fazer parte das linhas de pesquisa do projeto “Polymeer”, pelo qual a equipe do instituto espanhol vai usar matériaprima proveniente de bagaço de malte (foto ao lado) na produção de filmes para uso no setor agrícola e embalagens rígidas para utilização em diferentes tipos de aplicações.
O projeto também tem como premissa o desenvolvimento de produtos com características que facilitem a sua
ços na minimização da geração de resíduos e no desperdício de materiais. “Essa pesquisa mostra que há esforços importantes em andamento, como o uso de materiais reciclados e a adoção de práticas que contribuem para a redução do impacto ambiental. No entanto, o levantamento também evidencia lacunas significativas como a falta de clareza sobre metas e prazos, o que pode limitar o avanço em direção à economia circular”, comentou Assunta Camilo, diretora do Instituto de Embalagens. Mais informações podem ser obtidas no site do Instituto de Embalagens.
Instituto de Embalagens Instituto de Embalagens Instituto de Embalagens Instituto de Embalagens – https:// institutodeembalagens.com.br
reciclagem. Os pesquisadores que estão à frente do programa vão explorar as possibilidades de criação de produtos biodegradáveis e com design que facilite o reaproveitamento de materiais, por exemplo.
Neste sentido, os estudos que serão realizados pelo Aimplas envolverão ainda processos de reciclagem dos biomateriais usados por solvólise, assim como a biodegradabilidade de filmes para uso agrícola e estudo do ciclo de vida de produtos fabricados a partir do processamento do bagaço de malte.
O instituto espanhol Aimplas iniciou pesquisas voltadas para a produção de bioplásticos a partir do processamento de bagaço de malte.
O objetivo é desenvolver filmes para uso agrícola e embalagens.
Também participam do projeto Polymeer empresas, centros de pesquisa e instituições do meio acadêmico da Europa. O projeto contou com investimento de 4,9 milhões de euros, de acordo com informações divulgadas à imprensa.
Aimplas Aimplas – www.aimplas.net
Imagem: Freepik
Imagem: Aimplas/Divulgação
PU Europe, associação
que representa a indústria de poliuretano (PU) para isolamento, junto com mais oito associações da indústria envolvida com a construção civil, assinou uma carta endereçada à autoridade do
crescentes desafios de moradia e implica a tomada de decisões imediatas por parte da Comissão, para solucionar o problema.
A carta das associações da indústria descreve prioridades e recomendações que visam orientar a Comissão em seus esforços, enfatizando a necessidade de encontrar um equilíbrio entre a construção de novas casas acessíveis e energeticamente eficientes e a renovação da reserva habitacional existente.
continente europeu responsável pela resolução dos atuais desafios da construção de moradias acessíveis.
A proposta é que diferentes segmentos da indústria, incluindo a de janelas de poli(cloreto de vinila (PVC), participem ativamente da execução do Plano Europeu de Moradia Acessível, proposto pela Comissão Europeia e que visa oferecer moradias energeticamente eficientes, acessíveis e confortáveis para todos os cidadãos da União Europeia. O plano é uma resposta aos
Ford, receberam reconhecimento pelo uso inovador de plásticos no setor automotivo, na categoria “Materiais” da 53ª Competição Anual da Sociedade de Engenheiros do Plástico (SPE). O prêmio contempla o desenvolvimento de um tubo e um difusor para recirculação de gases de escape em polissulfeto de fenileno (PPS) da marca Xytron, uma resina termoplástica com alta resistência química e térmica.
Tanto a construção quanto a modernização de residências contam atualmente com os recursos oferecidos pelos materiais como PU, PVC e demais sistemas de isolamento térmico, tendo em vista reduzir os gastos com energia relacionados ao aquecimento das residências, tornando-as também mais resistentes às atuais variações extremas de temperatura e eventos climáticos, além de possibilitar o uso de energias renováveis.
O PPS passou a substituir o aço inoxidável no componente crítico projetado pela Ford, possibilitando uma redução de 28% no peso da peça, além de oferecer resistência química superior, que a torna resistente às condições de trabalho extremas típicas do interior de motores automotivos.
fornecedora alemã de materiais de engenharia Envalior, juntamente com a montadora norte-americana
Com o uso do Xytron, o tubo e o difusor agora podem suportar um ambiente altamente ácido, com níveis de pH de 2,2 e temperaturas de até 200°C. O novo projeto também eliminou a necessidade de componentes adicionais, dentre os quais estão junta, anel de vedação e fixadores, resultando em uma peça simplificada que se integra diretamente ao conjunto de admissão de ar. A mudança definiu um novo padrão para a eficiência do sistema de recirculação de gases do motor, com processos de fabricação e montagem mais simples e economia de custo significativa.
Envalior – www.envalior.com
Imagem: PU Europe
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26 –28 AGO 2025
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ELETROTEC+EM POWER destaca-se como a feira para o segmento de infraestrutura elétrica e gerenciamento de energia. Desenhada para profissionais de projeto, montagem, manutenção & amp; operação de instalações industriais e prediais de média e baixa tensão, abrange materiais, equipamentos e serviços, inclusive para subestações, SPDA e aterramento, além de sistemas para edifícios inteligentes.
PRODUTOS
norte-americana Avient Avient Avient Avient Avient, com subsidiária brasileira em Itupeva (SP), fornece os aditivos bloqueadores de luz da linha Colormatrix Lactra, para aplicação na formulação de poli(tereftalato de etileno) (PET) destinado à fabricação de garrafas para envase
de laticínios processados sob alta temperatura (UHT). Estes produtos têm uma vida útil mais longa, e são, por isso, mais suscetíveis à oxidação induzida pela luz devido às condições de armazenamento ambiente. Os aditivos permitem a substituição de embalagens multicamadas pelas suas versões em PET, material transparente e facilmente reciclável, e estão em conformidade com a legislação referente ao contato com alimentos na União Europeia, FDA e Mercosul. Tel. (11) 4593-9200.
Advanced P Advanced P Polymers olymers olymers olymers olymers, com matriz na cidade de São Paulo (SP), comercializa termoplásticos que podem ser utilizados em diversos tipos de aplicações como, por exemplo, processos de injeção e sopro. A linha de produtos da empresa é composta por grades de poliamida (PA), policarbonato (PC), acrilonitrila-butadieno-estireno (ABS), poli(metacrilato de metila) (PMMA), aditivos e masterbatches, entre outros
tipos de resinas. Os clientes também poderão obter informações sobre os produtos fornecidos pela companhia em sua filial inaugurada recentemente no município paranaense de São José dos Pinhais. A nova unidade está situada na Rua Antônio Mallon, 443, Arujá. Tel. (41) 3382-6008.
T T Tecno T ecno T ecno ecno Taglio aglio aglio aglio, empresa de origem italiana que conta com representante comercial no Brasil, fornece equipamentos para corte de bobinas de plástico. A linha Imesa, por exemplo, é composta por máquinas em versões com recursos para corte automático de bobinas. Entre elas está a máquina Série 558 (foto),
que é recomendada para o corte de materiais como o poli(cloreto de vinila) (PVC), espumas e borracha, entre outros tipos de polímeros. Ela conta com CLP com tela de 10 polegadas sensível ao toque (touch screen), e sistema de regulagem eletrônica da velocidade de rotação da bobina e da lâmina de corte, que também possui recursos
para a realização do ajuste da velocidade de penetração do corte no material. Outros recursos do equipamento incluem um sistema automático de regulagem de ângulo de corte e, inclusive, de afiação e lubrificação do corte. Os clientes podem contar com assistência técnica local.
Tel. (11) 9.5330-3233.
Soma Solution Soma Solution Soma Solution Soma Solution Soma Solution, com sede na cidade paranaense de Curitiba, integrou ao seu portfólio uma linha de dispositivos de sinalização que pode equipar máquinas industriais como, por exemplo, injetoras, assim como ser utilizada em outras aplicações realizadas em parques fabris. Um dos produtos fornecidos pela empresa é o “Botão multifuncional”, que é recomendado para a sinalização do status de operações realizadas em máquinas operatrizes, por exemplo. Trata-se de um dispositivo que possui
três botões com LED, cada um deles com uma cor diferente (foto). Também são comercializados indicadores luminosos, recomendados para a sinalização durante o funcionamento de máquinas, bem como para indicar áreas específicas em fábricas, além de braços articulados, que podem ser usados em trabalhos que requeiram iluminação direcionada como, por exemplo, reparo e polimento de paredes de moldes usados para fabricação de peças plásticas. Tel. (41) 3023-0656.
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oi lançado o livro “R R R Reciclagem de A eciclagem de eciclagem de A de a Z – Circularidade de recursos Z – Circularidade de a Z – Circularidade de recursos Z – Circularidade de para um futuro sustentável um sustentável para um futuro sustentável um sustentável sustentável”, cujo conteúdo foi organizado por Marcelo Souza, químico e engenheiro de produção mecânica, e também especialista em economia circular. A obra é resultado da contribuição de 29 autores. A publicação possui 434 páginas e tem 18 capítulos nos quais são abordados temas relacionados à economia circular e aos conceitos de sustentabilidade, incluindo a reciclagem de plásticos, tais como o polietileno (PE), poli(tereftalato de etileno) (PET), poliestireno expandido (EPS), polipropileno (PP), poliestireno (PS), poliuretano (PU) e acrilonitrilabutadieno-estireno (ABS), além de diferentes tipos de materiais. No capítulo 1, intitulado “Economia circular, um novo caminho”, Marcelo Souza faz considerações sobre os impactos das revoluções industriais que ocorreram nos últimos séculos, assim como sobre a mais recente delas, a 4a revolução industrial. Ele aborda como esses fatores influenciaram e continuam a impactar o comportamento humano no que se refere ao consumo de produtos, abrangendo também as mudanças climáticas e temas ligados ao reaproveitamento de resíduos, legislação ambiental no Brasil e à preservação do meio ambiente, entre outros. O papel da logística reversa na ampliação da reciclagem e da economia circular no
ANUNCIANTES
Alcaplas---------------------------21
BBC------------------------------- 23
Chen Hsong -------------------- 05
Dynaflow-------------------------32
Emanuplast ----------------------34
Endex ----------------------------- 39
Entec/Ravago --------------------25
Haitian ---------------------4ª- Capa
Krisoll -----------------------------35
País é o tema principal do capítulo 2, ao passo que o capítulo 3 tem como título “O papel dos catadores na reciclagem”. Nesses dois capítulos, o leitor vai encontrar informações sobre a história da logística reversa no Brasil, o mercado informal de reciclagem, indicadores produtivos de cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis, além de reflexões a respeito dos desafios do setor de reciclagem. Nos capítulos 7 e 8, intitulados, respectivamente, “Reciclagem de plásticos” e “Reciclagem de isopor”, o conteúdo é distribuído em temas que vão desde as tendências de comportamento do consumidor de plásticos, passando pelas motivações do setor de reciclagem e a evolução histórica da reciclagem do plástico, até características do poliestireno expandido (EPS) e considerações que envolvem a versatilidade desse material no que se refere ao seu reaproveitamento. Do capítulo 9 ao 17, a abordagem se concentra em tópicos referentes à reciclagem de materiais provenientes de baterias, pneus e lâmpadas, incluindo também materiais usados na construção civil, além de outros setores. A compostagem é o assunto principal do capítulo 18. Os tipos de compostagem e de materiais aplicados nesses processos, bem como os benefícios proporcionados, são alguns dos temas abordados nesta parte. A obra possui formato físico e é comercializada pelo preço sugerido de R$ 94,90, conforme informações disponíveis no link: https://clubedeautores.com.br/livro/ reciclagem-de-a-a-z.
livro “ Mulheres na Indústria – Mulheres na Indústria –
Leader. A obra, lançada por meio do Selo Editorial Série Mulheres, idealizado e coordenado por Andréia Roma, conta com coautoria de diversos autores, mencionados a seguir. A publicação traz informações sobre trabalhos realizados por mulheres no meio industrial, além de histórias que abrangem a jornada e os desafios com os quais elas se depararam. As histórias incluem exemplos de liderança feminina e inovação aplicada em, por exemplo, parques fabris, assim como os bastidores que fizeram parte dos projetos realizados e a necessidade de mudança de paradigmas, o que também traz para a discussão algumas reflexões acerca dos estereótipos que giram em torno das ações executadas no setor industrial. A produção deste livro também contou com a coordenação de Cristiane Crucelli e Érica Navarro Costa, e com coautoria de: Andréia Fukuda de Freitas, Andrea Rangel Terranova, Audrey Andres Marcondes, Bianca Almeida Brandão Martins, Bruna Alcântara Perpétuo, Cristiana Lapa, Wanderley Sarcedo, Fernanda Caroli Leite Tashiro, Francine Bolutavicius, Juliana Cassilha Andrigueto Sitta, Juliana Patti, Leticia Podcameni, Patricia Behmer, Patricia de Sousa Santos, Renata Moraes Machado, Roberta Ribeiro Leal e Valeria Sueko Tanaka. Ele possui formato físico e é comercializado pelo preço sugerido de R$ 79,90 pelo link: https://editoraleader.com.br/catalog/ product/view/id/582/s/mulheres-naindustria-volume-1/.