RTI Outubro 2024

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Ano25-Nº-293 Outubrode2024

Computaçãoemambientesseveros

Diversas empresas estão adicionando inteligência a fábricas, armazéns e outros ambientes industriais. O artigo examina os requisitos de infraestrutura para aplicações IIoT de edge em ambientes severos.

EDGEINDUSTRIAL20

Otimizaçãodaborda:fornecimentodeserviços empresariaisdealtacapacidadeparaPON

A nova tecnologia óptica XR ponto-multiponto permite que as operadoras capitalizem os investimentos em serviços residenciais baseados em PON para serviços de maior capacidade para clientes corporativos, xHaul móvel e backhaul.

REDESÓPTICAS26

AvaliaçãodedesempenhoderedeWi-Fi6E

O artigo mostra testes realizados para a aplicação da tecnologia Wi-Fi 6E no bloco de Engenharia Elétrica da UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso. Foram analisados diversos aspectos em um ambiente composto por mais de 30 salas de aula.

WIRELESS34

GuiaRTIdeswitchesparaLANs,KVMseindustriais

O levantamento traz a relação atualizada de fabricantes e importadores de switches para transporte, acesso, redes locais e data centers. Também inclui aplicações industriais e switches KVM, com informações como funcionalidades e recursos adicionais.

SERVIÇO44

Umguiaparainstalaçãobem-sucedidadePoE–Power overEthernet

Ferramentas de certificação permitam testar os pares de forma rápida e fácil, assegurando o desempenho da instalação conforme as especificações técnicas previstas nas normas.

CABEAMENTOESTRUTURADO46

Comomodernizarumdatacenterantigo?

Atualizar um data center demanda planejamento e um aporte financeiro que costuma ser alto. O artigo apresenta formas de evitar a modernização de última hora, bem como identificar se realmente chegou a hora de fazer um upgrade na infraestrutura.

INFRAESTRUTURA52

Guiadeserviçosdedatacenters(hostingecolocation)

O levantamento traz a relação de empresas que fornecem serviços de hosting e colocation no Brasil, com informações sobre a infraestrutura disponível, como área de piso elevado, segurança e adoção de padrões Tier, e tipos de serviços prestados.

SERVIÇO60

SistemadecontroledeacessoIP:oscuidadosnamigração

A migração para um sistema de controle de acesso legado para um sistema IP pode melhorar e proteger os investimentos em infraestrutura a longo prazo de uma empresa, ao prolongar a vida útil dos componentes existentes e aproveitar os novos recursos.

SEGURANÇAPATRIMONIAL64

Capa:HelioBettega Foto:Shutterstock

SEÇÕES

As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por RTI, podendo mesmo ser contrárias a estas.

EDITORIAL

om espaço territorial disponível e potencial para geração de energia limpa e renovável, o Brasil tem os requisitos básicos para aproveitar as oportunidades que a IA - Inteligência Artificial está proporcionando ao mercado de data centers. A disponibilidade de energia é essencial para rodar a IA, em especial para treinamento. Com altas cargas de pr ocessamento, a densidade deve passar de 5 kVA para 30, 50, 70 kVA e até 120 kVA por rack.

Um indicador de que o mercado já está se movimentando nesse sentido é o aumento significativo na demanda por projetos de data centers no MME - Ministério de Minas e Energia, com processos abertos para acesso à rede básica. Até 2035, a demanda máxima pode chegar a 9 GW, considerando 22 novos empreendimentos em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. Em maio deste ano, havia 12 pedidos com uma demanda máxima de 2,5 GW até 2037, mostrando um crescimento de 3,6 vezes em apenas quatro meses.

O ministro Alexandre Silveira destacou que o crescimento do setor reflete a capacidade do país de se consolidar como um hub tecnológico na América do Sul, impulsionado por um sistema elétrico robusto e predominantemente renovável. “Esse crescimento exponencial demonstra a nossa importância no cenário internacional como um centro de processamento e armazenamento de dados, atraindo investimentos em tecnologia eletrointensiva”, afirmou.

De fato, os anúncios de investimentos em data centers estão se multiplicando. No Rio Grande do Sul, o governo estadual e a Scala Data Centers assinaram um protocolo para construir a Scala AI City, em Eldorado do Sul, a maior obra de infraestrutura digital da América do Sul, com um investimento inicial de R$ 3 bilhões. Este projeto visa transformar a região em um polo central de IA.

Além disso, a AWS investirá R$ 10,1 bilhões até 2034 para expandir e manter data centers no Brasil, especialmente no Estado de São Paulo. Esse valor se soma aos R$ 19,2 bilhões já aplicados entre 2011 e 2023, que geraram cerca de 10 mil empregos por ano e contribuíram significativamente para o PIB nacional.

Com IA, há um grande potencial de negócios tanto para os sites hyperscale, que vão armazenar um elevado volume de dados e aplicações de treinamento, quanto para as instalações menores e próximas do ponto de consumo para rodar aplicações de inferência, que necessitam de baixa latência. A tendência é usar cada vez conceitos semelhantes aos das CDNs - Content Delivery Networks para expandir para a borda (edge), reduzir o tráfego de rede e melhorar a performance. Nesta edição, trazemos um guia de empresas de hosting e colocation que em breve poderão rodar cada vez mais aplicações de IA, abrindo novas perspectivas de negócios para toda uma cadeia de fornecedores.

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RTI Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias de Instalações, brasileira e de

RTI Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias de Instalações, brasileira e de comunicação, é é comunicação, é é uma publicação da Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Editora Técnica Cultural Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Editora Técnica Cultural Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Redação, Administração, Correspondência: Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Redação, Administração, Correspondência: Administração, Alameda Olga, 315 - 01155-900 - São Paulo - SP - Brasil. Tel.: + 55 (11) 3824-5300 e 3824-5250 inforti@arandanet.com.br – www.arandanet.com.br

A revista RTI Redes, Telecom e Instalações é enviada a 12.000 profissionais das áreas de telecomunicações; redes locais, informática e comunicação de dados; instalações; TV por assinatura; áudio e vídeo; segurança (CFTV e alarmes); automação predial e residencial; e sistemas de energia, aterramento e proteção elétrica.

FT T R F30.

T od a a cas a con ecta da co m fib ra .

Única solução para ter 1 GIGA em todos os cômodos

ordenamento da infraestrutura de postes é um dos maiores desafios para as distribuidoras de energia e empresas de telecomunicações. Mas soluções inovadoras podem ajudar a organizar o cenário caótico das redes aéreas nas cidades. A Eletrons Soluções, empresa com 25 anos de experiência na prestação de serviços para concessionárias de energia, desenvolveu e patenteou o SEUM, um dispositivo que resolve os problemas de compartilhamento de espaço, colaborando para reduzir as irregularidades e ocupações clandestinas.

O SEUM é um extensor de 50 cm para uso no espaço de servidão do poste e traz, em sua configuração básica, seis fixadores, que podem ser ocupados por diferentes operadoras, conforme prevê o regulamento Anatel/Aneel sobre o assunto. Porém, a grande novidade é a possibilidade de prolongamento horizontal da peça, aumentando a capacidade de abrigar um total de até 16 pontos (4 braços extensores x 4 roldanas).

suportar em média 80 kg de tracionamento, que serve para fixar os isoladores. Para a passagem dos cabos ópticos, utiliza acessórios como roldanas com duas ou quatro ranhuras, suporte para ancoragem, cinta BAP, entre outros. “Fizemos todos os testes de esforço, de tração e de peso. A estrutura está preparada para suportar até 16 cabos com segurança”, afirma o diretor. Segundo ele, o extensor é personalizável à realidade de cada distribuidora, variando conforme a quantidade de espaços, acessórios e projetos futuros nos postes.

Um outro diferencial da solução é o software, que garante a manutenção e organização da rede após a instalação em campo dos cabos. A ferramenta poderá ser usada de forma integrada pelas ocupantes, unificando os bancos de dados e permitindo uma comunicação eficiente. O software inclui georreferenciamento e registro de imagens, facilitando a identificação e atuação contra empresas clandestinas. O sistema funcionará online e em tempo real, com atualização dos dados continuamente.

“A delimitação do espaço de ser vidão já é um passo importante para a organização da rede. Hoje, quando olhamos para o poste, não conseguimos enxergar quem está fora ou quem está dentro desse espaço”, diz Mateus Farias, diretor e proprietário da Eletrons Soluções e responsável pelo desenvolvimento. O SEUM possui base e extensores em fibra de vidro, com proteção UV e antichama classificação V1 (alta resistência à propagação de chamas e sem geração de gotículas inflamáveis). Possui peso médio de 4 kg e é capaz de

O SEUM está em fase de obtenção de patentes, mas a Eletrons Soluções já está fazendo apresentações e provas de conceito em distribuidoras de energia na

Paraíba e Mato Grosso do Sul. “Já realizamos diversas apresentações e reuniões e vimos que nenhuma solução é tão eficaz e operacional no campo quanto a nossa”, assegura Farias. Segundo ele, a organização eficiente permite identificar quem realmente está operando na rede, abrindo espaço para novas empresas entrarem e serem homologadas, o que aumenta a receita da distribuidora. “Estamos falando de um potencial de bilhões de reais no Brasil. É muito dinheiro que as empresas estão perdendo devido às dificuldades de acessibilidade enfrentadas pelas concessionárias”, diz. Além das empresas de energia, os provedores e operadoras regularizadas também têm demonstrado interesse na solução como forma de retirar os clandestinos, que não pagam o aluguel pelo uso do poste. “Por isso também estão considerando a opção de ratear o custo com mais empresas que querem estar no mesmo poste”, afirma. Com clientes como Enel X, Neoenergia e CEB - Iluminação Pública e Serviços, a Eletrons Soluções oferece serviços de cadastro de redes, redução de perdas e mapeamento da arborização. Fundada por Mateus Farias, a empresa se baseia na experiência e inovação de seu pai, João Farias, que trabalhou por 30 anos e se aposentou como técnico administrativo na antiga Coelba, distribuidora de energia da Bahia. Durante seu tempo na Coeba, então estatal, ele implementou diversas inovações e desenvolveu centros de atendimento ao cliente que transformaram a qualidade e eficiência da empresa, utilizando os recursos disponíveis de maneira criativa. Inspirada por essa herança de inovação, a Eletrons foi criada para prestar serviços a concessionárias de energia, inicialmente focando na Coelba. Com o tempo, a empresa expandiu suas atividades para todo o país, operando atualmente em 18 estados. Agora, com o lançamento do SEUM, o setor de telecomunicações é o próximo passo.

Eletrons – Tel. (75) 99818-1595 n Site: www.eletrons.srv.br

ALGcom, fabricante brasileira de infraestrutura de telecomunicações sediada em Caxias do Sul, RS, está expandindo sua presença no mercado africano. A empresa, que já exporta para diversos países do continente, incluindo África do Sul, Quênia, Tanzânia, Líbia, Nigéria, Burkina Faso e Gana, conquistou um projeto significativo no Malawi. Em parceria com a CTN - Converged Technology Networks, um provedor local de Internet, a ALGcom fornecerá seu primeiro Edge Data Center para a capital, Lilongwe, que possui 2 milhões de habitantes. Financiado pelo governo norteamericano através do programa USAID, o projeto visa melhorar a conectividade da população e o acesso a serviços governamentais digitais. Após cinco meses de negociações, a ALGcom garantiu o contrato em abril e iniciou a fabricação do Edge Data Center, com conclusão prevista para setembro.

como racks e dispositivos de telemetria, são fornecidos pela alemã Rittal, empresa especializada em sistemas para painéis elétricos, distribuição de energia, climatização e infraestrutura de TI, com quem a ALGcom mantém uma parceria estratégica desde o início do ano.

Segundo Lucas Rossi, especialista em infraestrutura e responsável pelas exportações na ALGcom, o centro de dados faz parte de um esforço maior para atender a população do Malawi, proporcionando acesso à Internet e serviços governamentais, hospitais e escolas, inicialmente na capital, com planos de expansão para todo o país. Com uma população de 20 milhões de habitantes, o Malawi enfrenta o

A solução se destaca por sua modularidade, que permite uma rápida implementação no conceito plug and play , além de oferecer um custo de investimento mais atrativo em comparação às soluções convencionais de data center em alvenaria. “A agilidade na implantação e a integração de todos os equipamentos de energia, climatização e telemetria tornam o projeto altamente eficiente e acessível, atendendo perfeitamente às necessidades do país. A estrutura mecânica de alumínio é robusta e segura contra vandalismos e intempéries”, diz Lissandro Gerhardt, CTO da ALGcom.

Com projeto e fabricação própria, o Edge Data Center é montado em um contêiner de 6 x 2,4 m. Abriga quatro racks, com capacidade para instalar mais dois futuramente, além de uma sala de energia com retificadoras e baterias. Os equipamentos internos,

grande desafio de aumentar a inclusão digital, atualmente em apenas 14%. “Temos o compromisso com a responsabilidade social de oferecer produtos de alta qualidade a custos atrativos, atendendo às necessidades específicas dos clientes em mercados emergentes”, afirma.

No Malawi, durante a submissão de propostas, houve outros fornecedores, principalmente americanos e europeus, mas os custos estavam muito além do orçamento disponível. “A ALGcom, através de um trabalho conjunto de engenharia, desenvolvimento e procurement, conseguiu adaptar o projeto para a verba disponível, entregando uma solução com bom custo/benefício”, diz Rossi.

Fundada há 20 anos, a ALGcom produz antenas ponto a ponto para

rádios micro-ondas, retificadores e conversores de energia, com foco em provedores de Internet. Há cerca de oito anos passou a fabricar gabinetes outdoor e, no início de 2023, introduziu os shelters de maior porte e versões modularizadas em contêineres de 4, 6 até 12 metros, oferecendo maior flexibilidade, escalabilidade e agilidade na entrega, todos já prontos para instalação e capazes de oferecer elevada eficiência energética, durabilidade e resistência à corrosão. Em 2014, a empresa iniciou exportações para a América Latina, incluindo Argentina, Colômbia, México e Chile, onde os provedores de Internet apresentavam perfis similares aos do Brasil. Em 2018, começou a exportar para o continente africano, iniciando pela África do Sul. Hoje são mais de 60 países atendidos no mundo. Por conta do fornecimento do Edge Data Center no Malawi, além de novas oportunidades que visam o desenvolvimento de conectividade e inclusão digital em países africanos, a ALGcom recebeu a visita em suas instalações do ViceEmbaixador do Malawi, Vitus Gomamtunda Dzoole Mwale, acompanhado pelo Primeiro Secretário para Assuntos de Investimento, Yasin Mwachande e pela Primeira Secretária para Assuntos Políticos, Tadala Makato, nos dias 23, 24 e 25 de setembro. “A visita reforça a importância de parcerias internacionais para o desenvolvimento de soluções tecnológicas que promovam a inclusão digital. A ALGcom está comprometida em continuar explorando novas possibilidades de projetos que possam beneficiar outras regiões com infraestrutura de TI, contribuindo para o avanço da conectividade e do desenvolvimento socioeconômico, além de expandir o mercado potencial da região”, finaliza o CTO.

ALGcom – Tel. (54) 3201-1903 Site: https://algcom.com.br/

INFORMAÇÕES

om um investimento total de R$ 54 milhões, o Grupo ConectJá inaugurou no dia 30 de julho o Vix Data Center em Cariacica, ES. Desenvolvido com os conceitos de edge data center, o novo site oferece serviços de hospedagem, backup e disaster recovery para suprir as necessidades tecnológicas das empresas do Espírito Santo e de todo o território nacional.

“É um marco significativo para Cariacica, pois é o primeiro data center estabelecido na cidade, elevando a infraestrutura tecnológica do Espírito Santo a um novo patamar.

Estrategicamente posicionado na região metropolitana de Vitória, nosso centro de dados não só fortalece a economia local, mas também proporciona um hub tecnológico avançado para as empresas expandirem suas operações na região”, diz Rhonei Andrade Bergamin, CEO do Grupo ConectJá.

A estrutura civil, anexa à sede operacional do grupo, conta com piso elevado para 18 racks e instalações redundantes de refrigeração de precisão. O data center possui cinco níveis de acesso, porta-cofre, paredes antichamas, dois geradores de 150 kVA, além de UPS e outros requisitos de segurança e redundância, de acordo com os critérios estabelecidos pela norma TIA 942. O data center está em processo de certificação Tier IIII, juntamente com as certificações ISO 9001 e ISO 27001. “Será o primeiro data center comercial do estado a possuir a certificação Tier”, diz Bergamin. Segundo o executivo, o Vix Data Center não poupou esforços no que diz respeito à tecnologia para processamento de aplicações e armazenamento de dados. “A infraestrutura computacional de TI é equipada com o que há de mais moderno, preparada para executar sistemas que necessitem de inteligência artificial e alta disponibilidade, a um custo acessível”,

afirma. Além disso, conta com uma estrutura redundante seguindo os critérios técnicos e uma equipe qualificada, com mais de 20 anos de atuação no mercado de tecnologia. Fundado há 16 anos, o Grupo ConectJá atuava inicialmente com acesso via rádio a clientes residenciais. Em 2019, iniciou um processo de mudança de atuação para o mercado B2B, oferecendo desde conexões de Internet para clientes do varejo na Grande Vitória até serviços customizados como telefonia VoIP, PABX virtual, servidores dedicados virtualizados e cloud privada. Hoje o grupo abrange diversas subsidiárias e áreas de atuação relacionadas. Os investimentos no Vix Data Center foram realizados majoritariamente pelo CEO Rhonei, pela própria ConectJá e pelo mais recente sócio do grupo, Marcus Buaiz. “Somos 100% capixabas e estamos dedicados a apoiar empresas locais e multinacionais com infraestrutura de classe mundial e suporte técnico especializado. O Vix Data Center não apenas inaugura uma nova era para Cariacica em termos de tecnologia e segurança de dados, mas também representa um catalisador para o crescimento empresarial na região. Estamos orgulhosos de liderar essa iniciativa pioneira e de contribuir significativamente para o futuro digital e econômico de Cariacica e do Espírito Santo”, finaliza o CEO.

Vix Data Center – Tel. (27) 3281-6938 n Site: https://conectja.com.br/ vixdatacenter/

cada vez maior o interesse dos usuários brasileiros pelos aplicativos de canais e filmes. Mas o excesso de plataformas e os custos das assinaturas impedem o avanço

exponencial dos serviços de streaming no país. Novos modelos de negócios, baseados na inclusão de propagandas durante as programações, que passam a ser gratuitas para os assinantes, podem mudar esse cenário. Para os provedores de Internet, além de atrair e fidelizar os clientes, esta é a oportunidade de monetizar com a inserção de anúncios nos canais transmitidos por sua rede.

A NX TV, empresa brasileira especializada em plataformas e aplicativos OTT, está oferecendo aos provedores de Internet uma plataforma gratuita de canais e apps de filmes suportados por publicidade nos formatos FAST - Free Ad-Supported Television (canais de TV linear transmitidos via plataforma de streaming ou pela smart TV) e AVOD - Advertising Video on Demand. Lançada em outubro de 2023, a plataforma da NX TV já está rodando em 120 provedores, somando quase 4 milhões de usuários. Entre os clientes estão empresas como a Zaaz Telecom, Zarpou e Proxxima TV, que entregam o serviço de FAST e AVOD a 100% da base. Além de 23 canais FAST, a NX TV também conta com 400 títulos de AVOD. “Estamos negociando com as produtoras para chegar a 40 canais FAST e mais de 1000 títulos em pouco tempo”, diz Sergio Mancera, CEO da NX TV. Com a chegada de novos conteúdos, o perfil de crescimento de utilização de horas aumentou de 20 minutos por mês por usuário no início das operações para aproximadamente 1h20 minutos. “A tendência é chegar próximo de 4,5 horas”, afirma. Segundo o executivo, os provedores recebem apoio de marketing para a divulgação da NxTV na modalidade FAST, além do suporte técnico e treinamento para as suas equipes. Favorecido por fatores como Internet de alta velocidade, presença dos provedores regionais, popularização dos smartphones e diversidade de conteúdo, o mercado de streaming deve crescer 20% em 2024, chegando a 50 milhões de novas assinaturas ativas. O interesse é grande, “mas as pessoas estão fartas de tantas assinaturas”, disse Alexandre Viana, diretor de Plataformas da Abotts –Associação Brasileira de OTT e Streaming, durante o painel “Monetização no streaming: os casos de sucesso dos ISPs”, realizado no evento da Abrint em maio.

INFORMAÇÕES

Há informações de que os brasileiros estão gastando quase R$ 1000 por ano só com apps de streaming. Com o FAST e AVOD, a publicidade pode ajudar a bancar essa conta. Uma outra vantagem da programação gratuita é a redução da pirataria. “Basta assistir a alguns anúncios de poucos segundos para ter acesso a um conteúdo de qualidade”, disse Viana. Os canais grátis são 100% seguros e legais. Para os provedores, o FAST Channel possibilita ainda a monetização das propagandas. “Abre oportunidades para que possam ganhar receita adicional. Além disso, eles próprios podem fazer propaganda em grandes canais que estão adotando a tecnologia FAST, ou já estão na nossa plataforma, como CNN, Record News, e diversos outros canais, para fazerem divulgações de seus serviços em transmissões regionais. E isso gera um

engajamento muito maior, aumenta a credibilidade de marca, pois o usuário final verá a marca do seu provedor numa transmissora em sua área de atuação e cobertura”, diz Mancera.

Hoje a maior parte da monetização de vídeo fica por conta dos canais abertos de broadcast, mas estima-se que em cinco anos o valor monetizado pelo streaming deverá se igualar ao de broadcast. “Estamos em um processo evolutivo, a cerca de três, quatro anos atrás dos Estados Unidos, onde o processo de monetização na TV conectada já está bem avançado”, disse Yassue Inoki, presidente da Abott´s, que também atua com publicidade e vem percebendo que a cada dia mais campanhas são criadas para serem vinculadas na TV conectada no streaming. Um grande diferencial é a possibilidade de maior segmentação. “Na TV aberta no máximo se consegue segmentar por praça. Mas no streaming, na TV conectada, é possível segmentar por praça, bairro, por tipo de aparelho que a pessoa está assistindo e até mesmo por gênero do usuário. Muitas vezes o anunciante quer atingir somente um nicho específico. No streaming você consegue atingir mais nichos do que na TV aberta e obviamente com um valor menor”, concluiu.

NX TV – Site: https://lp.nxtvdigital.com.br

Grupo ClickIP inaugurou o ClickIP Data Centers no dia 22 de agosto. Atendendo às normas da TIA 942 Rated-3, o empreendimento garantirá alta disponibilidade e confiabilidade para empresas, indústrias, instituições e provedores de Internet com alta demanda de processamento e armazenamento de dados. Sua construção já recebeu investimentos superiores a R$ 20 milhões. Entretanto, ainda serão realizados investimentos dos ambientes de computação em nuvem.

Com uma área construída de 685 m² em um terreno de 1200 m², o data center tem capacidade para 500 kVA e 240 kW dedicados ao espaço de TI, onde operarão 49 racks. Com climatização de precisão, sistema de detecção e combate a incêndio e energia com sistemas de UPS e geradores redundantes.

Segundo os cofundadores do Grupo ClickIP, Maykon Souza e Neilson Reis, é o primeiro data center desse porte no Norte do Brasil e o projeto surgiu da própria demanda interna. Por já

INFORMAÇÕES

atuarem no mercado de serviços de Internet no Amazonas, perceberam a escassez desse tipo de serviço na região, que só podia ser contratado no Sudeste do país.

de precisão, e sistemas de detecção e combate a incêndio.

“Inicialmente, o intuito era hospedar nossa própria infraestrutura. No entanto, com as mudanças significativas no mercado, precisamos nos adaptar, especialmente pensando na experiência do cliente. Optamos por fazer algo mais robusto, e não apenas exclusivo. Enxergamos a oportunidade de comercializar e buscar a certificação, o que será um diferencial para o nosso serviço”, destacou Neilson Reis.

O Grupo ClickIP possui mais de 100 mil assinantes, divididos entre as empresas Intlink Fibra, Fiber Network, Wire Fibra e ClickIP Soluções. Juntas, elas fornecem serviços de Internet por meio de fibra óptica para Manaus e mais 22 municípios do Amazonas e Pará. Segundo a empresa, atualmente, o Grupo ClickIP ocupa o 1º lugar como operadora regional de Internet fixa no Amazonas e o 3º se comparado às operadoras nacionais.

De acordo com os cofundadores, alguns centros de dados privados já existem no Amazonas, mas o diferencial de um data center edge está em sua infraestrutura de alta performance, otimizada para estar mais próxima ao usuário final, proporcionando baixa latência e alto desempenho. Além disso, toda a infraestrutura segue as normas TIA942 (Rated 3), que exigem redundância na alimentação de energia, climatização

Com a inauguração, o ClickIP Data Centers iniciará oficialmente o serviço de computação em nuvem no Amazonas, cujo objetivo principal será a comercialização de processamento e armazenamento de dados para empresas de pequeno, médio e grande porte, além de provedores de Internet e operadoras de telecomunicações. A estrutura também diminuirá a latência para os usuários de Internet que estiverem na mesma rede.

Entre os serviços oferecidos estarão colocation (locação de espaço para hospedagem de servidores), bare metal (locação de servidores físicos), virtualização (criação de ambientes de máquinas virtuais) e backup.

A proposta do ClickIP Data Centers é se tornar um PIX do IX.br, um ponto de troca de tráfego entre os operadores de redes que compõem a Internet, facilitando a comunicação local e melhorando a qualidade da conexão para os usuários finais.

Click IP – www.clickip.com.br

ara rentabilizar espaços ociosos em seu data center, o Itaú Unibanco oferece desde 2021 soluções de colocation no CTMM - Centro Tecnológico de Mogi Mirim, SP. Inaugurado em março de 2015, o CTMM é um dos maiores data centers do mundo em termos de área construída, com cerca de 815 mil metros quadrados.

“Durante esse período, a instituição testemunhou uma rápida evolução tecnológica nos equipamentos de TI, que agora ocupam menos espaço e

consomem menos energia. A modernização dos workloads na nuvem e a manutenção dos data centers como ativos estratégicos foram decisões cruciais, considerando que parte dos workloads ainda operam on premises”, diz Fábio Napoli, diretor de Tecnologia do CTMM.

Segundo ele, o investimento no modelo de colocation visa criar um ecossistema integrado que beneficia tanto os parceiros quanto o banco. “Compartilhar a infraestrutura com empresas parceiras que buscam ambientes seguros e regulamentados para seus dados permite ao Itaú rentabilizar espaços ociosos em seu data center”, diz. Além de colocation, o CTMM oferece uma gama de serviços complementares, como hands & eyes, soluções customizadas de infraestrutura e produtos de tecnologia para monitoramento e gerenciamento de redes.

Projetado para garantir continuidade operacional mesmo em situações de falhas ou manutenções, o CTMM conta com rigoroso controle de acesso, monitoramento 24/7 e salas segregadas que asseguram a privacidade e proteção dos dados dos clientes. “O centro possui certificação Tier III e padrões internacionais como ISO 27001 e ISO 27701, reforçando o compromisso do Itaú com a segurança da informação e a qualidade dos serviços prestados. Além disso, o CTMM utiliza 100% de energia renovável e compensa integralmente suas emissões de CO2, demonstrando um forte compromisso com a sustentabilidade”, diz.

Em São Paulo, o Itaú Unibanco foca suas operações exclusivas do banco, como o centro de recuperação de desastres (DR) e pontos de presença para conectividade com clientes, parceiros e outros polos administrativos e de tecnologia.

“Estamos sempre em busca de inovações e de expandir a oferta de produtos. Nosso data center oferece uma gama de serviços complementares, além do serviço de colocation, para criar um ambiente seguro e eficiente para nossos parceiros”, afirma Napoli.

E-mail : itau_datacenter@itau-unibanco.com.br

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potencial do mercado de provedores de Internet motivou a Bequant, empresa especializada em software de otimização de redes, com sede em Madri, Espanha, a investir no Brasil, com a formação de equipe local, participação em eventos do setor e parcerias com distribuidores.

“A receptividade tem sido excelente. Muitos provedores têm problemas de latência e os assinantes não têm uma boa experiência”, diz Marta Borges, gerente comercial da Bequant no Brasil, contratada pelo grupo no fim de 2023 para desenvolver o mercado nacional. O software BQN agrega, em uma única solução, funcionalidades de otimização de TCP e UDP, gestão de largura de banda e visibilidade de rede.

“Nossa solução é única no Brasil”, afirma a gerente. Sem ela, o provedor precisa ter ferramentas separadas para cada função, como QoS, proxy e DDoS. “É tudo picado”, afirma.

Ao rodar o software da Bequant, mesmo sem ativar nenhuma das funcionalidades, a latência já melhora em cerca de 20% e as retransmissões são reduzidas em 20%. Em localidades remotas, como no Norte e Nordeste e até o Centro-Oeste do país, a empresa registrou melhorias de 130%. Um outro diferencial é o desenvolvimento de tecnologia que acrescenta inteligência (IA) às redes, para extrair o máximo desempenho da infraestrutura disponível.

No Brasil, a solução é comercializada por meio dos distribuidores que a Bequant está cadastrando. Quatro já assinaram contrato e estão rodando plenamente e outros dois estão em fase de homologação. A empresa oferece a possibilidade de realizar provas de conceito (POC) de 15 dias gratuitamente na rede do cliente. Os parceiros também podem disponibilizar o servidor para rodar o software, que requer duas saídas. A versão na nuvem trabalha com menor velocidade, aproximadamente 10 Gbit/s.

Criada pelos fundadores da Netspira Networks, uma empresa pioneira em Deep Packet Inspection adquirida pela Ericsson, a Bequant nasceu em 2011 e construiu um portfólio de patentes em gestão de congestionamento

de rede. Com base nessas patentes, e com financiamento da Inveready, desenvolveu o produto BQN, lançado na Espanha em 2016 e hoje usado por mais de 570 redes em todo o mundo, incluindo provedores de Internet via rádio, fibra, satélite e cable modem, redes móveis celulares e redes empresariais e de hotelaria. Além do Brasil, a empresa está presente em vários países.

Bequant – Site: https://pt.bequant.com/

OpenGlobe, empresa brasileira com sede na Flórida, EUA, está crescendo com soluções de redes abertas (Open Network, em inglês). Fundada em 2016, a companhia possui escritório de vendas e laboratório em São Paulo e galpões logísticos em sua cidade-sede e também em Santa Catarina.

Seu portfólio segue o conceito de soluções abertas e intercambiáveis com diversas marcas. No início, um dos primeiros produtos desenvolvidos foi uma ferramenta para redes que combina software MPLS e roteador.

“Em um tempo não tão distante, o provedor adquiria uma OLT e era

obrigado a utilizar uma ONU do mesmo fabricante. A situação se repetia com o Wi-Fi, na parte de pontos de acesso. O Open Network chegou para resolver a questão, permitindo ao comprador não se tornar refém de uma marca”, explica Victor Proscurchin, CEO da OpenGlobe.

A lista de fornecedores de hardware inclui fabricantes de switches, roteadores e pontos de acesso. Já o software é de uma empresa cujo controlador é baseado no SONiCSoftware for Open Networking in the Cloud, sistema desenvolvido pela Microsoft e pelo Open Compute Project, que reúne protocolos utilizados em data centers como VPN, VxLAN, BGP e OSPF.

Em 2024, a companhia fechou dois novos acordos para expandir seu portfólio. O primeiro foi com a Aprecomm, provedora de soluções de inteligência de rede e desenvolvedora de ferramentas de autocorreção e auto-organização baseadas em IA – Inteligência Artificial. Já o segundo envolve uma colaboração com a Aviz Networks, desenvolvedora de uma

plataforma de orquestração para data centers com a capacidade de gerenciar qualquer equipamento com sistema operacional SONiC, bem como controlar plataformas proprietárias de marcas como Arista, Cisco e Nvidia.

Segundo Proscurchin, apesar de o conceito de Open Network ter surgido em 2009 por meio de iniciativas do Facebook (Meta), a América Latina começou a abordar mais a fundo o assunto apenas em 2014 com a divulgação dos primeiros switches lançados pela Meta com a nova arquitetura. Já os Estados Unidos e a Europa, por perceberem um ganho imediato em escalabilidade e economia em grandes data centers, a adotaram de forma mais rápida. “Os mercados que mais aceitaram e adotaram a tecnologia na América Latina foram telecomunicações e governo, principalmente universidades. Em

2022, com a chegada dos transceivers QSFP-DD 400G OpenZR+, os provedores começaram a demandar um aumento na capacidade de suas redes de 100 Gbit/s. Tal movimento nos fez desenvolver um produto chamado MPLS IPoDWDM Ele integra todas as tecnologias L2, L3, MPLS e até BGP (peering) de um típico roteador de agregação, tecnologia de DCI com portas de 400 Gbit/s coloridas de 2 até 36 portas 400 Gbit/s com alcance de mais de 1000 km e uma plataforma de gestão única multivendor, tudo isso em um chassi extremamente compacto de 1U ou 2U, a depender do número de portas. Isso resulta em economia de energia, mais espaço no rack e um custo, a depender da topologia, que pode chegar à metade de uma solução de um fabricante tradicional”, pontua.

INFORMAÇÕES

Com mais de 1000 compradores atendidos, a OpenGlobe tem como principais clientes provedores, operadoras e governo, este último via integradores. “Unimos a compatibilidade do fornecedor único com a liberdade de escolha do multifornecedor. É o melhor dos dois mundos”, celebra o CEO.

OpenGlobe – Tel. (11) 5506-1326

Site: https://www.openglobe.io

exemplo, pode vir a desconfigurar o ambiente. Com a solução, o backup é feito de forma rápida, sanando o problema. Ela pode até mesmo clonar um ambiente de nuvem de um local e testá-lo em outro, apresentando o que pode ou não dar certo”, explica Márcio D’Alessandro, engenheiro de vendas sênior da Commvault.

Commvault, desenvolvedora de soluções de proteção de dados para ambientes corporativos híbridos, complexos e de missão crítica, ampliou seu portfólio de soluções de resiliência cibernética e proteção de dados para nuvem híbrida. Para mostrar as novas tecnologias, a empresa realizou a 3a edição do Partner Cyber Resilience Summit no final de agosto na Amcham – Câmara Americana de Comércio para o Brasil, em São Paulo. Durante o encontro, clientes e integradores puderam conhecer ferramentas que ampliam o escopo de proteção à nuvem oferecido pela marca. O maior destaque foi a solução de reconstrução de ambientes de aplicações na nuvem. A ferramenta, desenvolvida pela Appranix, passou a fazer parte do portfólio após sua aquisição pela Commvault, ainda no primeiro semestre de 2024.

De acordo com um comunicado emitido pela empresa, há dependências que são necessárias para reconstruir aplicações críticas em nuvem, os dados dos quais essas aplicações dependem e a infraestrutura de nuvem que a executa, incluindo rede, configuração de DNS, balanceamento de carga, acesso a grupos de segurança, entre outros. O Appranix automatiza os processos citados, reduzindo o tempo necessário para a reconstrução de dias ou semanas para horas ou até mesmo minutos.

“As companhias estão cada vez mais multicloud, ou seja, presentes em nuvens de fornecedores distintos. Com isso, o gerenciamento acaba sendo mais trabalhoso. O Appranix resguarda tais configurações e pode ser aplicado não apenas em casos de ataque, como também de erro humano. Um código gerado de forma errada, por

Segundo Luiz Pissinatti, executivo de contas da Commvault, a empresa, além do suporte multicloud, tem investido em integrações com aplicações de segurança que ofereçam resiliência cibernética. “O objetivo é conseguir cruzar relatórios e notificar, caso aconteça algum problema na nuvem, sobre o que aconteceu. É fazer a informação fluir de forma mais rápida em relação às ferramentas que os clientes já tem funcionando”, afirma.

“O processo de elaboração do DataFaz EDGE veio após uma análise de mercado em que constatamos que um produto inovador em borda (EDGE) seria adequado para uma tendência atual de adoção de data centers menores e mais próximos dos centros consumidores de dados”, explica Alecssandro José Broering, analista técnico comercial de canais e projetos da Specto.

Empresas de telecomunicações, por oferecerem serviços em nuvem, são potenciais consumidores da tecnologia. É o que aponta o executivo de contas. “Os provedores atuam com muitos clientes na nuvem, logo precisam ter soluções que recuperem ambientes o mais rápido possível. É um mercado que vemos com bastante potencial para a solução”, salienta.

Commvault – Site: https://www.commvault.com/br/

A união dos dois produtos (DataFaz DCIM+EDGE) é capaz de gerir uma vasta gama de parâmetros de equipamentos localizados em múltiplos espaços ou sites, bem como em ambientes pequenos ou grandes, sejam eles simples ou complexos. Para organizar as informações, o DataFaz DCIM+EDGE acessa as camadas física e de TI para se comunicar com equipamentos e dispositivos via protocolo disponibilizado por eles. Os dados coletados são viabilizados para aplicações de monitoramento, representação gráfica, emissão de relatórios, ordem de serviços, recomendação e dashboard, possibilitando ao gestor ter um controle completo do ambiente de missão crítica.

Specto, com sede em São José, SC, apresentou novidades na sua solução de DCIM para monitoramento de ambientes de missão crítica (data centers, salas técnicas, subestações, etc). O produto combina o DataFaz DCIM (RTIfevereiro de 2020, edição no 237) com o DataFaz EDGE, lançado em 2023.

Com interface intuitiva e informações emitidas em tempo real, a plataforma de hardware e software IoT – Internet das Coisas permite a comunicação com ativos de TI, dispositivos IoT, facilities, câmeras IP e leitoras de acesso. Conta ainda com dispositivos próprios para o monitoramento ambiental, como sensores de temperatura, umidade, inundação, fumaça, contato seco, detecção de energia e porta aberta.

Hoje, a Specto monitora mais de 100 sites no Brasil. A companhia preza pelo reaproveitamento dos equipamentos e dispositivos existentes no cliente, desde que eles permitam a integração. Além do formato usual de venda, a solução pode ser adquirida no modelo SaaS – Software

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como Serviço, cujas características incluem benefícios como redução do investimento inicial, possibilidade de manutenção e atualizações remotas, flexibilidade no número de usuários, bem como economia de tempo e recursos.

“Nosso programa de canais possibilita aos integradores credenciados acessar a tabela de preço, obter descontos especiais para projetos com registro de oportunidade, repasse de leads qualificados, contar com suporte direto da fábrica, entre outros benefícios”, finaliza o analista técnico comercial.

Specto – Tel. (48) 99694-0059 n Site: www.specto.com.br

considerada necessária para que as PPPs possam manter seu espaço de competição, muitas vezes em caráter regional, efetivamente com grandes operadoras e replicar a dinâmica competitiva observada na banda larga fixa no serviço móvel.

Para fins de exemplo, segundo pesquisas do TIC Domicílios da Cetic.br, em 2011 (período em que surgem as pequenas prestadoras), apenas 27% dos domicílios brasileiros tinham acesso à Internet, com 79% do mercado de banda larga fixa dominado por grandes prestadoras. Em 2023, 10 anos após o surgimento das PPPs, o número saltou para 84% dos domicílios conectados. Do mesmo modo, os relatórios da Anatel apontam que 93% dos acessos de banda larga em municípios com população inferior a 30 mil habitantes são ofertados pelas PPPs e, nos municípios entre 30 e 100 mil habitantes, 83%.

bramulti, Abrint, Apronet, Associação NEO, InternetSul, RedeTelesul e TelComp, principais associações representativas das PPPs - Prestadoras de Pequeno Porte, divulgaram recentemente o parecer do jurista Floriano de Azevedo Marques Neto, Doutor em Direito Público e do Estado e livredocente em Direito Administrativo pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e renomado parecerista e estudioso da evolução do quadro normativo do mercado de telecomunicações, sobre a conformidade do modelo de competição do PGMCPlano Geral de Metas de Competição com a Constituição e a LGT - Lei Geral de Telecomunicações. O documento apresenta dados e análises que reforçam que o regime assimétrico, atualmente fixado pela AnatelAgência Nacional de Telecomunicações, que equilibra a oferta de serviços do setor entre PPPs e demais operadoras, está de acordo com o princípio constitucional da isonomia e é notoriamente legal, porque atende a um objetivo de política setorial expresso no art. 2º, III da LGT- Lei Geral de Telecomunicações: o incentivo à competição e à expansão dos serviços.

O parecer destaca que as intervenções assimétricas têm alcançado seu objetivo, uma vez que tais dispositivos viabilizaram a competição no mercado de banda larga fixa e a ampliação da oferta de serviços de telecomunicações em municípios de baixa densidade demográfica (<100 mil habitantes). Além disso, a manutenção dessas assimetrias é

A análise técnica também desacredita a tese de que os consumidores das PPPs estariam desprotegidos, uma vez que todas as empresas de telecomunicações, incluindo as operadoras regionais, devem cumprir o Código de Defesa do Consumidor, com efetiva fiscalização dos órgãos reguladores. Portanto, os usuários estão adequadamente protegidos pela legislação. Vale destacar que o Índice de Satisfação Geral por Prestadora, também divulgado pela Anatel, indica que a satisfação média dos consumidores das PPPs é mais alta quando comparada aos grandes grupos dominantes do mercado de telecomunicações.

Outro argumento defendido por Marques Neto é que o critério de participação de mercado deve ser nacional, uma vez que as grandes operadoras, com suas economias de escalas, possuem vantagens que justificam a manutenção das assimetrias em favor das PPPs.

No campo tributário, o jurista também explica que o fato de alguns entes federativos utilizarem o conceito de PPP para conferir tratamentos tributários diferenciados não constitui motivo que justifica a extinção da assimetria regulatória estabelecida pela Anatel. Entre os motivos para esta posição, está a competência constitucional dos entes federativos para definirem suas próprias políticas fiscais utilizando ou não conceitos que são próprios da esfera regulatória.

Para conferir o documento na íntegra, o link é o https://bit.ly/4cCdWss.

MELHOR DO BITS

Infraestrutura digital – O governo do Rio Grande do Sul, por meio da Sedec - Secretaria de Desenvolvimento Econômico, e a Scala Data Centers, assinaram no dia 11 de setembro um protocolo de intenções para viabilizar a construção do maior empreendimento de infraestrutura digital da América do Sul, a Scala AI City. A “cidade de data centers” compreende um investimento inicial de cerca de R$ 3 bilhões (US$ 500 milhões) apenas na primeira fase, representando um passo decisivo para posicionar o Brasil como um polo central na revolução global da IA - Inteligência Artificial e na transformação do Rio Grande do Sul por meio do potencial econômico da infraestrutura digital. Com a assinatura do documento, o Estado assume o compromisso de viabilizar a estrutura do ponto de vista governamental, criando o primeiro distrito industrial de data centers do país. Site: https://abrir.link/vblAm.

Data centers - O BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social lançou uma linha de crédito específica para investimento em data centers no país. Com orçamento de R$ 2 bilhões, a medida integra a Missão 4 da Nova Indústria Brasil, que tem como finalidade a digitalização das empresas nacionais. A nova linha de crédito é formada por recursos do BNDES e do FUST - Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações, gerido pelo Ministério das Comunicações. Para projetos nas regiões Norte e Nordeste, a taxa de juros é a partir de 6,3%. Demais regiões, a taxa é a partir de 8,5%. O objetivo é investir na implantação de data centers. Até 2030, a estimativa é que o volume de dados alcance 600 trilhões de GB no mundo, exigindo cada vez mais infraestruturas para essa finalidade. Site: https://abrir.link/bDMvb.

Mercado - A OIW passou a contar com uma nova unidade de negócios em sua estratégia de atendimento de canais, focada exclusivamente no segmento Enterprise. Liderado por Jalles Vides, o time de consultores comerciais buscará oferecer as melhores soluções, completas e personalizadas, para integradores ou revendas de TI. A política de vendas do canal foi estruturada para que integradores obtenham vantagens ao optarem pela OIW como fornecedora de equipamentos. Site: https://abrir.link/equnC.

Centro de inovação - A IHS Towers, parte do grupo IHS Holding Limited, um dos maiores proprietários, operadores e desenvolvedores independentes de infraestrutura de comunicações compartilhadas do mundo em número de torres, inaugurou o Centro de Inovação Tecnológica em Santo André, região metropolitana de São Paulo, em parceria com o Centro Universitário Fundação Santo André. Por meio do Centro de Inovação Tecnológica, a IHS Brasil e a Fundação Santo André trabalharão juntas para explorar soluções inovadoras, como a potencial adoção de IA - Inteligência Artificial Generativa, com o objetivo de longo prazo de ajudar a tornar as cidades “mais inteligentes”. Site: https://abrir.link/YsfYW.

O melhor do Bits traz um resumo das principais notícias sobre o mercado publicadas no RTI in Bits, boletim semanal enviado por e-mail para os leitores de RTI. Mais notícias podem ser encontradas no site: https://www.arandanet.com.br/revista/rti/noticias.

Computação em ambientes severos

NDiversas empresas estão adicionando inteligência a fábricas, armazéns e outros ambientes industriais. De acordo com a consultoria McKinsey, a IIoT - Internet das Coisas Industriais, também conhecida como Indústria 4.0, gerará um valor entre US$ 1,2 trilhão a US$ 3,7 trilhões até 2025. O artigo examina os requisitos de infraestrutura para aplicações IIoT de edge em ambientes severos.

os últimos anos, os investimentos em tecnologias de fabricação inteligente, possibilitadas pela IioT – Internet das Coisas Industriais, têm crescido estavelmente na medida em que as indústrias buscavam maximizar instalações e a eficiência de suas linhas de produção.

A empresa de análise de mercado MarketsandMarkets projeta que as tecnologias de manufatura inteligente chegarão a US$ 220,4 bilhões em 2025, uma taxa anual composta de crescimento (CAGR) de 4%.

A necessidade de computação local

A IIoT conecta uma rede de sensores, equipamentos e plataformas de computação industrial para proporcionar visibilidade e controle de equipamentos e processos dos quais as fábricas e os armazéns dependem. Duas aplicações, em particular, estão impulsionando as implementações: o monitoramento de condições e os gêmeos digitais.

O monitoramento de condições coleta dados operacionais dos equipamentos industriais para possibilitar às empresas implementar estratégias de serviços proativos. Ao utilizar os dados recebidos, os intervalos de manutenção podem ser orientados pela necessidade ao invés de agendados por tempo determinado. Já

os componentes vulneráveis podem ser substituídos antes que falhem.

Um gêmeo digital é uma representação virtual de um ativo físico, produto, processo ou sistema do mundo real. Ao utilizar dados de fontes distintas, a tecnologia aprende e se atualiza continuamente para representar as condições de trabalho atuais do objeto ou processo, permitindo que as organizações otimizem processos e se adaptem a mudanças através da avaliação do impacto de diferentes soluções antes que elas sejam implementadas.

Sensores e outros dispositivos que habilitam essas aplicações geram grandes volumes de dados em um certo período. Com elevadas quantidades de dados, problemas como largura de banda e latência tornam impraticável contar apenas com a nuvem para dar suporte às análises em tempo real e à tomada de decisão que tais ferramentas demandam.

Compreendendo os desafios da computação de rede

O que distingue as aplicações IIoT em comparação com outros casos de uso de edge intensos em dados são os ambientes onde o edge computing é implementado.

Seja em uma fábrica, um armazém ou pequenas instalações de ambientes de

Vertiv

armazenamento, o edge computing como suporte à IIoT pode não ter as condições controladas com a precisão de um data center, atuando muitas vezes em condições severas.

Não contabilizar os desafios específicos de alimentação de energia, ambientais e de gerenciamento que existem nos ambientes de manufaturas e armazéns pode resultar em falhas nos equipamentos de edge de desempenho reduzido da rede.

Continuidade e qualidade da alimentação de energia

Como em qualquer local de edge, ter energia de backup dedicada é essencial para evitar que disrupções da rede elétrica impactem a disponibilidade do sistema. Essa proteção é proporcionada pela conexão dos equipamentos de TI a uma fonte de alimentação de energia ininterrupta (UPS) que, em aplicações de edge, é normalmente montada no rack do equipamento de TI.

Quando implementado em manufaturas inteligentes e armazéns automatizados, o edge computing pode não ter o respaldo de um gerador de backup. Nesse caso, o sistema de baterias do UPS determina por quanto tempo os equipamentos e aplicações podem continuar a funcionar no caso de uma falta de energia elétrica.

A autonomia típica para sistemas UPS com montagem em racks varia de 2 a 6 minutos com carga total. Ela será maior com carga parcial e pode ser estendida para mais de duas horas usando-se bancos de baterias adicionais. Na maioria das aplicações industriais, autonomias estendidas não são necessárias porque uma falta prolongada de energia da rede elétrica pararia a produção. Nessas situações, a bateria precisa fornecer apenas energia suficiente para garantir um desligamento suave dos sistemas de TI.

A outra função principal do UPS é condicionar energia. Isso pode ser extremamente importante em ambientes industriais pois o maquinário pode gerar ruído elétrico capaz de interromper ou avariar equipamentos de TI. Os tipos variados de UPS usam diferentes abordagens ao condicionamento de energia, e o modelo selecionado

determinará o quão eficaz ele será em remover os diversos distúrbios elétricos.

A capacidade de condicionamento de energia de um UPS é determinada por seu design interior ou sua topologia, sendo as duas principais a linha interativa e a dupla conversão online. Em ambientes severos, onde o equipamento industrial pode estar criando distúrbios elétricos, um UPS de dupla conversão online costuma ser a melhor escolha, uma vez que protege contra mais tipos de distúrbios elétricos do que um UPS linha interativa. Os UPS em questão também não dependem do sistema de baterias para condicionar energia, evitando que a capacidade da bateria seja usada para compensar as anomalias elétricas (figura 1).

Sistemas UPS online também ajudam a proteger equipamentos sensíveis de TI contra variações de energia que podem ser criadas por um gerador de backup. Um gerador pode produzir inconsistências e flutuações nas faixas de tensão e de frequência que

não são corrigidas por um UPS de linha interativa. Um UPS de dupla conversão online converte a saída do gerador em uma forma de onda de CA consistente e limpa sem depender da alimentação da bateria, garantindo uma operação de TI confiável quando o gerador estiver envolvido.

Distribuição de energia no rack

Outra consideração a respeito da alimentação de equipamentos de TI é a necessidade da distribuição de energia dentro do rack. Na maioria dos casos, o UPS não terá tomadas suficientes para dar suporte a todos os dispositivos.

PDUs de racks (rPDUs) estão disponíveis em uma variedade de configurações elétricas e receptáculos, mas deve ser seriamente considerado o valor proporcionado por uma rPDU inteligente com recursos de monitoramento remoto. Essas rPDUs possibilitam uma visualização abrangente do uso da energia no rack ou através de acesso remoto. rPDUs inteligentes chaveadas também estão disponíveis e podem entregar valor adicional. Além do monitoramento, elas proporcionam a capacidade de ligar e desligar o equipamento remotamente através da rPDU ou desativar determinadas tomadas para proteger contra uma sobrecarga.

Gerenciamento de temperatura e umidade

Em ambientes controlados de data centers, investimentos consideráveis são feitos em sistemas de gerenciamento térmico para controlar a temperatura e a umidade dentro da sala, garantindo que os equipamentos de TI operem dentro das especificações do fabricante. Mesmo em ambientes de escritórios, o ar condicionado predial pode proporcionar alguma refrigeração para racks de baixa densidade. Já em espaços de manufatura e armazéns, as temperaturas tendem a ser mais variáveis e extremas, criando o risco de falhas prematuras devido ao sobreaquecimento.

A refrigeração dedicada deve ser considerada um componente essencial na

Fig. 1 - Problemas de energia endereçados pela tecnologia de UPS de dupla conversão online

EDGE INDUSTRIAL

infraestrutura do edge industrial. Há uma variedade de soluções disponíveis para refrigerar sistemas de TI em pequenos espaços, tais como soluções com montagem em parede ou no teto, porém tais sistemas não são aplicáveis nos espaços amplos e abertos de uma fábrica ou de um armazém. Quando há a necessidade de colocar edge computing no chão de fábrica ou de armazéns, a refrigeração dedicada deve ser integrada aos equipamentos de TI através de um sistema de rack ou uma unidade montada na lateral.

Ao usar refrigeração dedicada integrada com o rack, será necessário decidir se a exaustão do calor será enviada diretamente para o espaço, removida

do servidor. Com uma refrigeração dedicada integrada no invólucro, pode ser mantido um ambiente limpo e com a temperatura controlada.

O padrão IEC 60529 para Proteção de Entrada (IP) classifica e estabelece o grau do nível de proteção contra água e partículas suspensas de um sistema fechado. Os invólucros podem ser equiparados ao ambiente da aplicação usando esse padrão.

Evitando o acesso não autorizado

A principal filosofia do edge computing é localizar a computação e o armazenamento perto das pessoas e dos equipamentos aos quais ela dá suporte. Na manufatura, isso geralmente significa ter equipamentos de TI em locais vulneráveis ao acesso de pessoas não autorizadas.

através de dutos para o sistema de HVAC do prédio, ou rejeitado através de expansão direta usando uma condensadora externa. Isto será determinado pelo tamanho e condições ambientais do prédio, se há um sistema de ar condicionado predial e a localização do rack dentro do edifício.

Integrar a refrigeração no rack traz a vantagem de permitir um ambiente autocontido que não está exposto a contaminantes presentes no ar. A maioria dos ambientes fabris tem uma concentração de poeira e partículas suspensas razoavelmente alta que pode impactar a confiabilidade e a vida útil dos equipamentos de TI se forem puxados para o equipamento pelos ventiladores

Gabinetes que podem ser trancados podem ajudar a evitar o acesso não autorizado. Uma variedade de fechaduras podem ser compradas para atender a um dos dois padrões industriais para recorte de portas. Outra boa prática é implementar sensores que disparam alertas, registram eventos e até capturam imagens de vídeo quando a porta é aberta.

Ganhando visibilidade à infraestrutura de rede

A maioria dos sites de edge computing estão localizados em ambientes onde recursos técnicos dedicados são escassos. Funções de monitoramento remoto dão aos administradores de TI centralizados visibilidade do desempenho dos

Fig. 2 - Vantagens das soluções de micro data centers

Eficiência e segurança para sua infraestrutura de TI.

D2W:

Fabricante brasileira de racks para infraestrutura de TI e telecom

Fabricante brasileira com ampla gama de soluções robustas e seguras, a D2W oferece sete linhas de produtos, incluindo opções sob medida e a pronta entrega. Com distribuidores em todo o Brasil, garantimos qualidade, rapidez e preços competitivos.

robustez definem a 3ª geração da linha W38 da D2Wprecisa

A nova geração da linha W38 eleva o padrão de racks para data centers e infraestruturas de TI, combinando capacidade de carga de até 1.000kg com design modular para diversas configurações.

Suas portas perfuradas e painéis removíveis facilitam a ventilação e manutenção, enquanto as normas de segurança garantem proteção e durabilidade superior.

Qualidade em Infraestrutura de TI

EDGE INDUSTRIAL

equipamentos e das condições ambientais, permitindo garantir que os equipamentos estejam operando conforme intencionado e dentro das faixas especificadas pelo fabricante. Quando equipado com sensores adicionais, o monitoramento remoto também pode gerar alertas para situações que coloquem em risco os equipamentos, como altas temperaturas, intrusão de água ou acesso não autorizado.

O monitoramento remoto costumava ser um empreendimento relativamente complexo, mas atualmente está simplificado. Equipamentos inteligentes e conectados, sensores simples e uma solução de monitoramento com base na web são fáceis de instalar e proporcionam uma interface única para múltiplos locais de edge. Esses sistemas emitem alertas e notificações através de texto e e-mail quando um evento inesperado ocorre, protegendo os dispositivos de TI e permitindo a rápida resolução do problema.

Sistemas UPS, de distribuição de energia e racks conectados também possibilitam que os dados sobre a energia e a refrigeração sejam integrados no sistema de gestão predial (BMS) existente ou outras plataformas de controle de infraestrutura de data centers (DCIMs).

Provedores de serviços gerenciados (MSPs) também podem dar suporte ao monitoramento remoto da infraestrutura de edge. Eles gerenciam a plataforma e garantem que apenas os alertas críticos sejam escalados, liberando as equipes de TI para se concentrar em outras prioridades do negócio.

Conclusão

Organizações que implementam manufatura inteligente e possuem tecnologia de armazéns podem especificar componentes individuais que enfrentam cada um desses desafios e construir uma solução capaz de lidar com as demandas destes ambientes. Mas a abordagem preferida é adquirir uma solução integrada completa de micro data center que tenha sido projetada e prétestada para proporcionar desempenho e confiabilidade superior. Essas soluções de micro data centers aproveitam componentes padronizados com grau de TI para possibilitar implementações rápidas e replicáveis de edge computing em ambientes industriais. Eles apresentam refrigeração integrada, distribuição de energia inteligente e gerenciamento remoto em um invólucro protegido que pode ser trancado. Além disso, são compatíveis

com uma variedade de sistemas UPS dependendo da capacidade e do grau de condicionamento de energia necessários. Ao avaliar uma solução de micro data center, certifique-se de que ela tenha a flexibilidade de aplicação para dar suporte à rejeição de calor que melhor se adeque a cada aplicação, seja rejeitando o calor para o espaço aberto, dutos aéreos ou exaustão para uma condensadora externa. Também é benéfico optar por dispositivos que sejam compatíveis com o monitoramento de diversos pontos de dados (data points) a partir de um único endereço IP. Isso pode simplificar o gerenciamento na medida em que a rede de edge expande, e manter os custos reduzidos pois há um valor real para cada endereço IP usado em uma rede.

Por fim, é preciso ter um plano de manutenção e serviços que cubra tarefas regulares de manutenção, como a troca das baterias do UPS, e também lide com eventos inesperados como falhas em equipamentos. A combinação de monitoramento remoto e um contrato de serviços com um fornecedor capaz de responder rapidamente à necessidade de manutenção no site pode minimizar o risco de inatividade no sistema.

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Otimização da borda: fornecimento de serviços empresariais de alta capacidade para PON

Andrés Madero, CTO da Infinera para América Latina e Caribe

VA nova tecnologia óptica XR ponto-multiponto baseada em subportadoras oferece suporte para óptica coerente de alta capacidade sobre a infraestrutura FTTH PON, permitindo que as operadoras de rede capitalizem os investimentos em serviços residenciais baseados em PON para serviços lucrativos de maior capacidade para clientes corporativos, xHaul móvel e backhaul de dispositivos OLT remotos.

ivemos em um mundo em rápida evolução, ávido por largura de banda e impulsionado pela tecnologia, que exige uma largura de banda cada vez maior para nossos escritórios e residências. À medida que a demanda de capacidade nas residências supera os recursos da antiga tecnologia de assinante digital (DSL - Digital Subscriber Line) baseada em cobre, a rede óptica passiva (PON) residencial baseada em FTTH - fibra até a residência está se tornando rapidamente a tecnologia de acesso preferida em todo o mundo. Os analistas do setor da Omdia preveem que as redes PON baseadas em FTTH atingirão 57% e 66% de penetração de mercado na Europa Ocidental e Oriental, respectivamente, até 2027. Na América do Norte, a penetração de mercado acrescerá para 35%, onde o acesso a cabo baseado em HFC – rede híbrida fibra-coaxial continua forte e a previsão é que mantenha 49% de participação nesse período.

Esse crescimento na infraestrutura PON é alimentado pelos bilhões de dólares que estão sendo investidos globalmente na infraestrutura FTTH PON, provenientes tanto de programas nacionais estratégicos de investimento liderados pelo governo, como dos US$ 42,5 bilhões do programa BEAD - Equidade, Acesso e Implementação de Banda Larga nos EUA, quanto de investimentos

privados substanciais. A análise publicada pelas operadoras de rede mostra que até 90% do investimento em uma rede de acesso PON vai para infraestruturas de fibra única (SFW) por meio de obras civis, dutos, cabos e divisores passivos. Apenas 10% vão para o hardware PON ativo. Essencialmente, a infraestrutura SFW na borda da rede óptica impulsionada por esse aumento nas implantações de PON veio para ficar, e as operadoras de rede precisam ser capazes de capitalizar essa infraestrutura de acesso para todos os serviços, não apenas para os residenciais.

Devido ao uso de SFW na rede de acesso PON, esse domínio é geralmente considerado pela equipe de transporte de uma operadora como um domínio de acesso separado do restante da rede de transporte óptico baseada em DWDM. Esses domínios de acesso PON são vistos de forma semelhante a uma rede de acesso por rádio. Normalmente, a principal tarefa da rede DWDM é apenas fornecer recursos de backhaul para o OLT - terminal de linha óptica PON. Da mesma forma, o domínio de acesso SFW é normalmente considerado pela equipe de acesso como uma rede de distribuição óptica (ODN) separada que dá suporte apenas à tecnologia PON, com uma transferência de backhaul para o domínio de transporte DWDM separado.

REDES ÓPTICAS

Isso cria um verdadeiro desafio para as operadoras de rede, que podem alavancar seus investimentos substanciais em infraestruturas SFW para clientes residenciais e de pequenas e médias empresas (PMEs) usando a mais recente tecnologia PON, mas podem ter dificuldades para usar esse mesmo recurso para serviços de maior capacidade, como 5G xHaul, serviços comerciais de alta capacidade para clientes corporativos maiores ou até mesmo backhaul de OLTs PON remotos. Esses serviços podem exceder a capacidade oferecida pela tecnologia PON e, normalmente, exigem DWDM usando óptica coerente. A implantação de um par de fibras dedicado por serviço pode tornar a implantação desses serviços de maior capacidade muito lenta e cara, além de caros para o cliente final. Deve haver certamente uma maneira melhor.

O desafio da óptica coerente convencional em uma rede PON

O desafio que as operadoras de rede enfrentam é que a óptica DWDM coerente de alta velocidade necessária para oferecer suporte a serviços de alta capacidade normalmente não pode ser usada em redes SFW. Isso ocorre porque

a óptica coerente precisa de um oscilador local no receptor, e quase todos os equipamentos modernos usam uma derivação do laser do transmissor para fornecer isso, o que bloqueia os comprimentos de onda do transmissor e do receptor na mesma frequência. As redes DWDM de 10G de menor capacidade baseadas em óptica de detecção direta podem usar um comprimento de onda diferente em cada direção em SFW, pois o receptor de banda larga pode receber qualquer

comprimento de onda na faixa DWDM. Mas a óptica DWDM de velocidade mais alta, acima das taxas de 10G, precisa ser construída usando óptica coerente e não pode usar a mesma técnica de dois comprimentos de onda porque o receptor está bloqueado no mesmo comprimento de onda que o transmissor. O DWDM de 10G pode fornecer uma solução paliativa, mas muitas taxas de serviço e backhaul já ultrapassam 10G e, com as demandas de largura de banda crescendo tão rápido, as

Fig. 1 - A arquitetura óptica XR em ação

REDES ÓPTICAS

operadoras precisam de uma solução que possa ser dimensionada além de 10G. No entanto, há uma luz no fim do túnel. A nova óptica XR ponto a multiponto baseada em subportadoras pode fornecer uma solução para esse dilema, e a tecnologia está despertando muito interesse por parte das operadoras de rede. A nova arquitetura oferece suporte para óptica coerente de alta capacidade sobre a infraestrutura SFW PON, permitindo que as operadoras de rede capitalizem seus investimentos significativos em serviços residenciais baseados em PON para serviços lucrativos de maior capacidade para clientes corporativos, xHaul móvel e backhaul de dispositivos OLT remotos.

Essas novas ópticas XR pontomultiponto usam processamento de sinal avançado no chip do DPSprocessador de sinal digital para modular um único laser em muitas subportadoras digitais individuais. Esse recurso permite que um único hub óptico de velocidade mais alta se comunique com vários sistemas de folha óptica de velocidade mais baixa. Por exemplo, em um ambiente de fibra dupla, um hub óptico de 400G teria um único laser, mas o DSP modularia o sinal em 16 subportadoras individuais de 25G. Essas subportadoras podem, então, ser roteadas para até 16 nós de folha diferentes pela infraestrutura de fibra subjacente, em que a óptica de 100G de velocidade mais baixa pode suportar de uma a quatro subportadoras que suportam serviços de 25G a 100G, conforme mostrado na figura 1.

Em um ambiente SFW, podemos aproveitar essas subportadoras e usá-las

seletivamente em cada direção para permitir que a óptica coerente de comprimento de onda único funcione em uma única fibra (figura 2). De maneira semelhante à forma como a óptica DWDM de 10G usa comprimentos de onda diferentes por direção, simplesmente agora fazemos o mesmo, mas no nível de granularidade das subportadoras. Podemos então sobrepor essa capacidade a uma rede SFW existente para permitir esses serviços de alta capacidade em paralelo aos clientes residenciais e PMEs existentes baseados em PON. A tecnologia coerente tem um preço diferente dos serviços baseados em PON, portanto, não se trata de uma tecnologia substituta para a rede PON. As duas tecnologias coexistem na mesma infraestrutura SFW para ampliar a gama de serviços possíveis na rede de acesso. Se forem necessários serviços de alta capacidade que precisam de óptica coerente, sobrepô-los à infraestrutura PON existente usando a tecnologia de subportadoras é substancialmente mais rápido e mais barato de implantar do que a alternativa de instalar um novo par de fibra dedicado do hub até o cliente apenas para suportar o requisito de fibra dupla da óptica coerente padrão.

Sobreposição de PON de alta capacidade na prática

A implantação de óptica XR baseada em subportadoras sobre PON requer simplesmente que os sinais DWDM possam ser combinados com a tecnologia PON existente e planejada em execução na SFW ODN (rede de distribuição ótica), normalmente por meio de um elemento de coexistência

(figura 3). Muitas ODNs contêm atualmente elementos de coexistência ou planejam incluí-los no futuro para permitir que ofereçam suporte a várias gerações de tecnologia PON, como GPON e XGS-PON.

Uma vez que o nó do hub óptico XR esteja conectado à ODN por meio do elemento de coexistência, os serviços coerentes de alta capacidade podem ser fornecidos aos nós de através da ODN usando as subportadoras coerentes. Um único hub óptico de 400G suportará até oito nós de folha com 25G por nó para o número máximo de nós, ou até dois nós de folha com 100G por nó para a maior capacidade por nó. À medida que a capacidade para nós de folha específicos aumenta, subportadoras adicionais podem ser simplesmente alocadas via software, até o máximo de 100G por folha. Como a solução se baseia na tecnologia DWDM, se for necessária uma capacidade total maior ou mais nós de folha, então, simplesmente precisamos adicionar mais hub ópticos usando diferentes comprimentos de onda DWDM. Uma vez que esse recurso tenha sido validado em um ambiente de teste para a satisfação da operadora, as equipes de vendas da operadora podem começar a promover e vender o novo recurso de serviço de alta capacidade. Nenhum hardware inicial precisa ser implantado até que um serviço seja vendido, supondo que a ODN esteja conectada ao cliente. Nesse ponto, os dispositivos ópticos hub e folha e os dispositivos host são instalados quando necessário, e as conexões são estabelecidas para oferecer suporte ao novo serviço. Todo o restante da infraestrutura SFW subjacente já está instalada a partir dos serviços PON residenciais e em PMEs.

Garantia de uma coexistência tranquila

A óptica DWDM opera no que é conhecido como banda convencional, normalmente abreviada para banda C. A banda C se sobrepõe ao espectro upstream NG-PON2 de 1530-1540 nm e ao espectro de vídeo RF de 1550-1560 nm. Como a óptica XR é totalmente

Fig. 2 - Óptica XR em ambientes de trabalho de fibra única

NE8000 F2A

Até 64 portas 100GE ou 36 portas de 100+8*400GE

13.6Tbps de capacidade de encaminhamento total

5 milhões de rotas IPV4

2 milhões de rotas IPV6 na FIB, 25 milhões IPV4

10 milhões IPV6 na RIB

OSPF, RIP, IS-IS, BGP, ACL, IPv4, IPv6, 6VPE, ARP, VLANIF, VXLAN e EVPN.

REDES ÓPTICAS

ajustável em toda a banda C, isso permite que muitos elementos de coexistência existentes utilizem essas portas para novos serviços de alta velocidade. Novos elementos de coexistência também podem ser projetados com portas ópticas XR específicas que podem otimizar ainda mais o desempenho da rede.

Transformação da teoria em realidade

Então, em que ponto estamos com essa nova tecnologia óptica XR? Esta é uma nova abordagem arquitetônica, e as primeiras implementações da tecnologia óptica XR estão chegando ao mercado agora, com os primeiros módulos já enviados aos clientes no primeiro trimestre de 2023. Enquanto a tecnologia estava sendo desenvolvida, vários estudos de rede foram realizados por operadoras de rede em todo o mundo para compreender o possível impacto positivo da óptica XR ponto a multiponto em suas redes, tanto em termos de economia no custo total de

Fig. 3 - Serviços de alta capacidade em um GPON/XGS-PON combinado com óptica XR baseada em subportadora

propriedade quanto na habilitação de novos serviços que anteriormente não eram possíveis de implantar. Paralelamente, muitas operadoras também realizaram testes de campo para comprovar que a nova tecnologia ponto a multiponto funcionava como eles esperavam. Esses testes incluíram testes de laboratório e de campo em aplicativos de sobreposição PON, abrangendo as redes GPON e XGSPON existentes, para provar que a tecnologia funcionava e que não afetava os serviços PON existentes. Tanto a Virgin Media quanto a American Tower apoiaram anúncios públicos de seus testes durante este período. No evento OFC 2023, a Infinera também demonstrou o aplicativo de sobreposição PON como parte da transmissão ponto-multiponto ao vivo. A demonstração apresentou serviços de alta capacidade usando óptica XR ponto-multiponto em uma variedade de aplicações, incluindo a operação em

um domínio SFW PON executando GPON e XGS-PON fornecidos pela DZS. Dentro da gama de discussões das operadoras de rede desencadeadas pela introdução da óptica ponto-multiponto, a sobreposição de PON para serviços de alta capacidade está provando ser um tópico altamente popular, uma vez que os benefícios são claros e a abordagem oferece uma solução para um desafio que muitas operadoras de rede enfrentam. A solução resolve o desafio de fornecer serviços de alta capacidade através da SFW sem a necessidade de implantar um novo par de fibras dedicado do hub para cada cliente de alta capacidade. Uma vez que a capacidade é validada pela operadora, as equipes de vendas podem promover e vender o serviço sem qualquer desembolso de capital inicial ou pré-implantação de equipamentos. Os novos recursos de serviço permitem que as operadoras de rede ofereçam suporte a uma série de recursos, incluindo:

• Dar suporte às suas próprias necessidades de transporte 5G xHaul ou oferecer isso como um serviço de atacado para operadoras móveis.

• Atender a grandes empresas com serviços de elevada capacidade.

• Considerar novas arquiteturas PON para a próxima geração de PON residencial, onde a OLT (Optical Line Terminal) é deslocada para a planta de fibra mais próxima do cliente, com backhaul coerente sobre a infraestrutura SFW.

Essencialmente, essa abordagem permite que as operadoras de rede capitalizem o seu investimento significativo na infraestrutura de acesso e ofereçam toda a gama de serviços através da rede de fibra, desde serviços residenciais/PME usando a tecnologia PON até os serviços de maior capacidade usando a óptica XR ponto-multiponto. O futuro parece brilhante para a óptica XR em aplicações de sobreposição PON.

Avaliação de desempenho de rede Wi-Fi 6E

Haroldo Zattar, Saulo S. dos Reis, João F. Ferraz e Eric Lousada, do Laboratório de Telecomunicações do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

AO artigo mostra testes realizados para a aplicação da tecnologia Wi-Fi 6E no bloco de Engenharia Elétrica da UFMT –Universidade Federal de Mato Grosso. Foram analisados diversos aspectos, como velocidade de download e upload, em um ambiente composto por mais de 30 salas de aula.

s redes wireless são um sistema de comunicação de dados extremamente flexível, que pode ser usado como extensão ou alternativa a redes cabeadas e PLC - Power Line Communication. Oferecem simplicidade de operação e instalação, bem como custo/benefício de aquisição. Nas últimas décadas, ocorreu um enorme crescimento da tecnologia wireless para redes LAN - Local Area Network, MAN - Metropolitan Area Network e WAN - Wide Area Network, motivando a aquisição de novos e modernos computadores portáteis, telefones celulares e tablets. Segundo a FGV - Fundação Getúlio Vargas, no Brasil existem aproximadamente 400 milhões de dispositivos digitais, sendo quase 260 milhões de celulares. Para confirmar o crescimento, em 2018 existiam aproximadamente 4,6 milhões de hotspots, número que chegou a 23,8 milhões em 2023 [1]. O aumento contínuo de acesso banda larga fixa aos principais bairros das grandes cidades e a expansão de redes via satélite de baixa órbita na periferia e regiões remotas possibilitam a utilização de roteadores

de redes sem fio em ambiente públicos, residencial, escolar, industrial e comercial. As redes sem fio evoluem muito rápido e continuarão crescendo no século XXI [2]. Atualmente, uma das mais modernas tecnologias é o WiFi 6E padrão IEEE 802.11ax, que é a designação para expansão do espectro na banda de radiofrequência de 6 GHz sob o padrão Wi-Fi 6/6E.

Essa expansão é a maior mudança no espectro disponível do Wi-Fi desde o seu início. Isso cria novas oportunidades para casos de uso de conectividade de alto desempenho. O avanço das tecnologias de mobilidade motiva a realização de trabalhos e pesquisas, além de ser um meio de disponibilizar acesso a dispositivos IoT – Internet das Coisas, bem como à Internet em locais onde é difícil ou mais onerosa a instalação de cabeamento.

Fig. 1 – Analisador de espectro em tempo real

O bloco de Engenharia Elétrica da UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso, onde a equipe de pesquisa trabalha, é um bom exemplo de local que demanda alta velocidade devido ao grande número de alunos, professores, técnicos, funcionários e pesquisadores. O curso de Engenharia Elétrica é ministrado em um prédio de dois andares, composto por mais de 30 salas.

No primeiro andar localizam-se os laboratórios de aula e pesquisa. Já no nível superior ficam as salas de aula e um ambiente de estudo para os alunos. A quase totalidade das salas de aula não tem ponto de rede cabeada e, pelo estudo do projeto da rede lógica, não é a melhor solução passar o cabeamento de rede. Por este motivo, o trabalho visa apresentar o resultado da análise e avaliação de desempenho da rede Wi-Fi 6E para atender as salas de aula e áreas externas próximas.

A tecnologia Wi-Fi 6E, utilizada em pouco mais de 70 países e aprovada pelo ato 1306 da Anatel em 2021, considera o valor médio da potência EIRP - Effective Isotropic Radiated Power, que descreve a potência efetiva de um sinal de rádio, transmitido por uma antena, limitado a 30 dBm. O valor médio da densidade espectral de potência EIRP deve ser no máximo de 5 dBm/MHz [3].

A motivação para uso do Wi-Fi 6E se deve à necessidade de mobilidade, segurança, alta velocidade, baixíssimo delay e elevado número de dispositivos móveis acessando a Internet simultaneamente. Os professores utilizam o ambiente virtual de aprendizagem MOODLE (AVA) para

disponibilizar capítulos das aulas, material de pesquisa e orientação dos roteiros de laboratório.

Outro fator que torna muito difícil a utilização da rede cabeada nas salas de aula é o custo de instalação do cabeamento e de outros equipamentos como hubs, switches, patch panels, além de tomadas de rede e conectores. Em contrapartida, a rede wireless propicia uma instalação rápida e fácil, escalabilidade e custo/benefício bastante satisfatório, precisando apenas da verificação do desempenho em todas as salas do bloco de Engenharia Elétrica em função do roteador selecionado e sua localização, imunidade à interferência, conectividade e eficiência.

A seleção do roteador Wi-Fi 6E utilizado, comparando com o Wi-Fi 6, foi baseado nas seguintes vantagens [4]:

• Maior capacidade - O espectro adicional do Wi-Fi 6E oferece mais canais sem sobreposição e comporta um ambiente denso de TI e IoT, sem degradação no desempenho.

• Menos interferência - Ao utilizar a banda de 6 GHz, os dispositivos Wi-Fi 6E não compartilham o espectro com Wi-Fi 4 (802.11n) ou Wi-Fi 5 (802.11ac).

• Maior taxa de transferência - O Wi-Fi 6 em 6 GHz permite mais canais de 80 e

Fig. 2 – Espectro do sinal e análise I/Q na frequência de 2,4 GHz
Fig. 3 - Espectro do sinal e análise I/Q na frequência de 5 GHz

160 MHz de largura. Isso significa que os usuários podem enviar e receber dados na velocidade mais alta possível em canais mais amplos, possibilitando melhor desempenho de aplicações de alta largura de banda, como realidade aumentada e virtual (AR/VR) e jogos imersivos em tempo real.

A tecnologia Wi-Fi 6E permite recursos importantes, como:

• Um amplo espectro pode ajudar a solucionar problemas de capacidade em locais espaçosos, com grandes aglomerações de pessoas e congestionados, como teatros, universidades e estádios.

Vale ressaltar que ainda nesta década provavelmente já estará disponível a tecnologia Wi-Fi 8. O roteador utilizado nesta pesquisa foi o Netgear Raxe500 Wi-Fi 6E. Suas principais características são:

• Streaming de vídeo com menor latência para assistir filmes em 4K ou 8K.

• Jogos AR/VR e videoconferência com baixa latência.

• Velocidades combinadas de até 10,8 Gbit/s, sendo 1,2 + 4,8 + 4,8 Gbit/s.

• Processador quad-core 64 bits e 1,8 GHz, que oferece conexões rápidas e confiáveis para até 60 dispositivos em uma área de 300 m2.

• Grandes blocos contíguos de espectro permitem uma alta taxa de transferência e transmissão de dados simultânea. Isso pode significar melhores experiências imersivas, como no aprendizado virtual.

• O espectro de alta frequência permite utilizar aplicações e serviços de latência ultrabaixa e emergentes, com uso intensivo de dados, como na telessaúde.

O Wi-Fi 6E oferece conectividade de baixa latência confiável e constante para aplicações essenciais, que não podem ficar sujeitas a atrasos nos dados.

Já o Wi-Fi 7 não foi utilizado pois no momento do início do projeto de pesquisa ainda não existia o roteador disponível comercialmente no mundo.

• Banda Wi-Fi de 6 GHz com possibilidade de selecionar um dos 48 canais apenas para dispositivos que suportam essa banda, o que significa menos congestionamento e maior velocidade.

• Mais canais Wi-Fi de alta largura de banda, sendo 3,5 vezes mais canais Wi-Fi de alta largura de banda de 160 MHz do que o roteador Wi-Fi 6.

• Até 200% mais espectro do que o Wi-Fi de banda dupla (2,4 e 5 GHz) para dispositivos Wi-Fi 6E.

• Segurança WPA3 de última geração.

• Internet com velocidade de até 2,5 Gbit/s com a conexão via cabo Ethernet.

• Processador quad-core otimizado com 1,8 GHz, que aumenta o desempenho da rede com e sem fio e WAN-to-LAN.

• Porta Ethernet Multi Giga de 2,5G o que possibilita 2,5 vezes a velocidade com cabo de porta Gigabit Ethernet típica para conectividade LAN ou Internet.

• 1024-QAM - Quadrature Amplitude Modulation, possibilitando uma eficiência de dados aumentada em 25% e velocidades mais rápidas do que um roteador 256-QAM.

• Duas portas USB 3.0, que possibilitam velocidade até 10 vezes mais rápidas que o USB 2.0.

• 12 fluxos Wi-Fi, sendo quatro de 6 GHz, quatro de 5 GHz e quatro de 2,4 GHz, o que proporciona mais largura de banda e menos congestionamento para todos os dispositivos Wi-Fi.

• Compatibilidade com versões anteriores de IEEE 802.11 Wi-Fi a/b/g/n/ac.

• 8 antenas internas de alto desempenho.

• Memória flash NAND de 512 MB e 1 GB SDRAM DDR3. Diferentemente da memória DRAM, que precisa ser ativada continuamente para reter dados, a NAND retém dados mesmo se a energia estiver desligada, tornando-a ideal para armazenamento de dispositivos portáteis.

• Canais DFS - Dynamic Frequency Selection adicionais, que reduzem a interferência de redes vizinhas. O serviço de DFS consulta periodicamente se existe algum dispositivo de rede primária solicitando acesso à rede DFS. Ao encontrar uma solicitação, automaticamente irá desalocar o canal selecionado, deslocando para uma faixa aleatória fora do DFS, onde este não poderá ser selecionado por um período mínimo de 30 minutos, tudo isso regulamentado pela Anatel.

• Suporte IPv6, que opera como uma rede separada para o IPv4 e tem capacidade para mais endereços IP.

• Suporte VPN - Virtual Private Network, que possibilita acesso seguro.

• Segurança Wi-Fi baseada nos padrões 802.11 com criptografia AES - Advanced Encryption Standard de 128 bits e PSK - Pre-Shared Key. O AES é um dos melhores e mais seguros protocolos para criptografar. Ele opera em blocos de dados, normalmente de 128 bits, e usa apenas uma chave (a mesma chave) de 128 bits para criptografar e descriptografar informações.

Fig. 4 - Espectro do sinal e análise I/Q na frequência de 6 GHz

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• Suporta WPA3 (Wi-Fi Protected Access Version Three). Representa o uso da criptografia com o modelo SAESimultaneous Authentication of Equals. Nesse novo protocolo, haverá a função do Wi-Fi Easy Connect, projetado para facilitar a conexão de dispositivos sem tela e com a tecnologia IoT conectada à rede sem fio [7].

• Recurso para habilitar o tráfego L2TP (Layer 2 Tunneling Protocol), protocolo VPN usado para transportar dados de um dispositivo para outro de forma segura pela Internet.

• Recurso para habilitar o tráfego IPsec, de modo a permitir que os dados criptografados/autenticados IPsec (IP Security Protocol) passem através do seu roteador, garantindo uma maior segurança.

• Normalmente, um roteador transmite o sinal Wi-Fi em todas as direções. Usando a tecnologia beamforming, esse roteador detecta onde seu dispositivo está e envia um sinal mais forte naquela direção, resultando em uma conexão melhor.

• Com QoS - Qualidade de Serviço, é possível otimizar o desempenho optando pelo tráfego que deve ser priorizado em caso de gargalo. É possível decidir qual tráfego é importante com base em elementos como endereço IP e o tipo de serviço de Internet.

• Roteamento dinâmico é útil quando precisa configurar vários roteadores, pois eles podem encontrar automaticamente destinos de rede e os melhores caminhos, bem como compartilhar informações entre roteadores. Eles podem reencaminhar automaticamente se existir uma falha em algum lugar.

• DoS - Denial of Service, que protege uma rede de conteúdo contra ataques que a inundam de solicitações do servidor, retardando o tráfego global e podendo potencialmente causar interrupções a longo prazo.

• OFDMA - Orthogonal Frequency Division Multiple Access.

A técnica de transmissão OFDMOrthogonal Frequency Division Multiplexing surgiu como uma evolução da técnica convencional de multiplexação por divisão de frequência FDM - Frequency Division Multiplexing. No lugar de utilizar bandas de guarda para a separação das subportadoras na recepção do sinal, trabalha-se com uma particular sobreposição espectral de subportadoras. A primeira avaliação da aplicação da técnica OFDM para redes locais sem fio foi apresentada em 1985 [8]. Em 1998, o IEEE 802.11 adotou a multiplexação OFDM como base para o padrão wireless LAN. O valor

do intervalo de guarda é um dos fatores mais relevantes da multiplexação OFDM que trata do modo como lida com o espalhamento de retardo do canal visando eliminar a interferência entre símbolos. Para os roteadores wireless, o valor do intervalo de guarda utilizada é de 800 ns, o que garante robustez para aplicações em ambientes indoor e evita que componentes multipercurso de um símbolo OFDM não possam interferir na recepção do símbolo OFDM subsequente. Nos sistemas wireless LAN são utilizadas nas subportadoras constelações com poucos níveis com maior eficiência de potência, tais como QAM-256 até QAM-1024.

A primeira avaliação do roteador Wi-Fi 6E foi realizada com um analisador de espectro em tempo real (figura 1). O dispositivo utilizado trabalha com frequências até 7 GHz e combina um analisador de sinal e espectro completo com um analisador de espectro em tempo real. Em funcionamento, o equipamento mede e exibe o espectro no domínio do tempo com um alcance de até 40 MHz. Foram realizadas análises do sinal nas frequências de 2,4 e 5 e 6 GHz em uma distância de 30 cm do roteador Wi-Fi.

A figura 2 mostra o resultado da medição realizada do espectro do sinal, o espectograma e a análise I/Q em 2,4 GHz, em que a máxima potência de -28,52 dBm foi obtida na frequência de 2,4 GHz. Já a figura 3 apresenta o resultado obtido da medição do espectro do sinal em que a máxima potência obtida foi de -25,88 dBm na frequência de 5,22 GHz. Por fim, na figura 4 é possível verificar o comportamento do roteador na frequência de 6 GHz, em que a máxima potência de 36,5 dBm foi obtida na frequência de 6,2 GHz.

Fig. 5 - Avaliação da taxa do sinal na rede Wi-Fi em função da distância

A continuação da pesquisa de avaliação de desempenho se caracteriza como um estudo básico de caso em um ambiente outdoor através da técnica de site survey. A melhor localização é obtida após a análise de medições com um canal automático para 2,4 GHz, o canal 44 para 5 GHz e 37 para a frequência de 6 GHz.

As medidas foram realizadas via um software analisador de rede e os medidores de velocidade Speed Test e Wi-Fi SweetSpots. Inicialmente, foram utilizados dois notebooks, dois adaptadores de rede tipo A e dois adaptadores tipo B. O tipo A trabalha com taxa máxima de 600 Mbit/s para 2,4 GHz e 1,2 Gbit/s para 5 e 6 GHz, largura de banda de 20/40/80 MHz, UM-MIMO, OFDMA, sistema de proteção WPA3 e tecnologia beamforming presente em roteadores Wi-Fi mais atuais, que garante

notebook, chamado de B, possui um Intel Core i7, 2,1 GHz, 8 GB de RAM, com placa de rede Wi-Fi 6e com largura de banda de 160 MHz, triband, taxa de transmissão de dados de 1 Gbit/s, Windows 11 versão 22H2.

A segunda avaliação de desempenho verificou o comportamento dos dois notebooks operando com suas placas de rede interna nativas, em seguida com um adaptador de rede USB de cada vez, depois com a placa de rede interna e o adaptador USB somados. Em seguida, realizou medições utilizando apenas os adaptadores somados e por último somando a placa interna e os dois adaptadores simultaneamente. A taxa máxima que entra na porta Ethernet do roteador é de 700 Mbit/s. Os resultados médios obtidos após 10 minutos de medição e com anotação dos valores a cada 30 segundos são apresentados na tabela I.

melhorar o alcance da rede. O sinal é direcionado para dispositivos específicos, mesmo que estejam mais distantes do que o roteador pode alcançar. É utilizado em conjunto com o MU-MIMO, propiciando benefícios como ampliar o sinal, evitar interferências e reduzir os pontos sem cobertura, tornando a rede mais estável. O tipo B trabalha nas frequências de 2,4 e 5 e 6 GHz, processador RTL8832CU, com duas antenas e ganho de 5 dBi, taxa máxima de transmissão de 5,4 Gbit/s em 6 GHz, largura de banda de 160 MHz, protocolo de segurança WPA3, MU-MIMO e OFDMA.

O primeiro dispositivo, designado como notebook A, apresenta processador Intel Core i7, CPU de 1,8 GHz, 8GB de RAM, placa de rede Wi-Fi dual band AC-3165, e trabalha com taxa de transferência de dados de 433 Mbit/s e Windows 11 versão 22H2. O segundo

Pela análise dos resultados das taxas de download e upload utilizando apenas as placas internas de rede, verificou-se que para o notebook B, cuja taxa de transmissão de dados da placa de rede é mais alta, o desempenho das medições realizadas fora superior, com taxas quase duas vezes maiores para frequência de 2,4 GHz e quase cinco vezes mais rápido em 5 GHz. A eficiência da rede utilizando o notebook B foi de 99,81%.

A segunda avaliação foi realizada com medições considerando apenas o adaptador USB tipo B em 2,4 e 5 e 6 GHz. Baseado na análise das medidas realizadas, pôde-se verificar que a aplicação de adaptador USB melhora muito o desempenho comparado à utilização das placas de rede nativa internas dos notebooks e que, independente dos dois notebooks utilizados, o desempenho foi semelhante em cada frequência e o desempenho em 5 e 6 GHz foi bem

Tab. I - Comparativo de desempenho utilizando apenas as placas de rede Wi-Fi internas

próximo e com resultados até superiores ao contratado com a operadora de 700 Mbit/s. Foi possível verificar que a taxa média obtida em 6 GHz foi em torno de 715 Mbit/s, o que representa uma eficiência de 102,14%.

A terceira avaliação é referente às medições realizadas com o adaptador USB tipo A em 2,4 e em 5 e 6 GHz. Pelos resultados obtidos, é possível confirmar que a utilização de adaptadores de rede USB melhora o desempenho das taxas de download e upload e o comportamento obtido foi semelhante para os dois notebooks. Os resultados atuando nas frequências de 5 e 6 GHz foram próximos, tendo alcançado taxas próximas a 300 Mbit/s. Foi constatado também que o adaptador tipo B proporcionou um desempenho melhor para ambos os notebooks. O notebook B, com o adaptador USB A em 6 GHz, obteve uma eficiência de 100,52%.

Para as medições realizadas com a placa de rede interna mais o adaptador USB externo tipo B operando simultaneamente, os resultados obtidos foram pouco superiores ao medido apenas com os adaptadores USB. É possível sugerir a utilização de adaptadores de rede USB, mas desde que estejam conectados numa porta USB 3.0 ou superior. Utilizando o notebook B com placa interna em 2,4 GHz e USB tipo B em 6 GHz, a eficiência obtida foi de 102,5%.

Em seguida foi realizada a avaliação de desempenho com a placa de rede interna de cada notebook em 5 GHz somado com o adaptador USB tipo B operando em frequências de 2,4 e 5 e 6 GHz. O adaptador USB externo tipo B em 5 e 6 GHz influencia no aumento de desempenho da rede, mas nessas frequências o resultado obtido é semelhante ao utilizando somente o adaptador USB tipo B em 5 ou 6 GHz. Não foi possível verificar vantagem significativa para uso da placa interna de rede com o adaptador de rede USB em operação simultaneamente. A aplicação apenas do adaptador de rede USB já garante um excelente desempenho. Para os dois notebooks com placa interna 5 GHz e adaptador USB B em 6 GHz, a eficiência obtida foi superior a 102%.

A próxima avaliação teve como finalidade apresentar o resultado das medições realizadas para os dois notebooks operando em 2,4 GHz e com o adaptador de rede USB externo tipo A em 2,4 e 5 e 6 GHz. Pela análise das medidas realizadas, foi possível confirmar mais uma vez que a utilização dual das placas de rede interna com a externa. O adaptador tipo A não proporciona um desempenho consideravelmente superior quando apenas o adaptador USB externo é aplicado. Considerando a pequena

distância do notebook com o roteador de 1 m, utilizar a frequência de 6 GHz possibilita atuar com maior desempenho que em 5 GHz. Quando muitos usuários acessarem simultaneamente a rede, quem estiver se comunicando em 6 GHz terá um melhor desempenho e uma diferença muito maior no resultado a ser medido. Utilizando o notebook B com a placa interna de 2,4 GHz e adaptador USB tipo A em 6 GHz, a eficiência foi de 102,3%. Mais uma vez o resultado mostrou que usar apenas o adaptador de rede USB proporciona um melhor desempenho.

Também foram realizadas medições quando os notebooks utilizaram a placa interna de 5 GHz e o adaptador de rede USB tipo A operando nas três faixas de frequência disponíveis. Mais uma vez, os resultados indicaram que a velocidade na rede é muito mais alta quando a avaliação foi realizada em 6 GHz e que utilizar apenas o adaptador de rede USB possibilita o melhor desempenho. Novamente, com o notebook B utilizando a placa interna de 5 GHz e o adaptador USB tipo A em 6 GHz, a eficiência obtida foi de aproximadamente 102%.

Em seguida, foram realizadas medições apenas com o notebook B, no qual possui recurso para a placa de rede interna, mais dois adaptadores USB atuando simultaneamente.

Pelos resultados obtidos, verificou-se que o desempenho com as três placas de rede simultaneamente foi semelhante aos números obtidos apenas com a placa interna de rede ou em conjunto com um dos adaptadores de rede USB.

Por último, foi realizada a avaliação de desempenho quando se utilizaram simultaneamente apenas os dois adaptadores USB de rede. Para essa situação, verificou-se que não é indicado utilizar os dois adaptadores de rede simultaneamente, pois o desempenho tem uma redução considerável de quase 50%.

Fig. 6 - Avaliação da potência do sinal na rede Wi-Fi em função da distância

Ao analisar todas as medidas realizadas nas configurações disponí veis, é possível concluir que, para acessar a rede Wi-Fi 6e avaliada, a melhor opção é utilizar adaptadores de rede USB.

A próxima avaliação de desempenho considerou a distância do equipamento do usuário em relação ao roteador Wi-Fi.

A figura 5 apresenta o resultado obtido da velocidade em função da distância. Quanto mais distante o dispositivo estiver do roteador, menor é a velocidade na rede. Mesmo a 120 m de distância com visada direta, a velocidade de acesso à rede na frequência de 6 GHz é de 545 Mbit/s, um valor bastante elevado. Para a frequência de 5 GHz, a taxa de transmissão de 120 m de distância também alcançou um valor alto, na média de 284 Mbit/s.

A figura 6 apresenta o resultado das medições do nível de potência do sinal em função da distância em 2,4 e 5 e 6 GHz. Pôde se observar, pelo histograma, que à medida que o dispositivo se afasta do roteador Wi-Fi 6E, a potência do sinal cai. Até -60 dBm pode-se considerar um nível bom de sinal.

A última avaliação foi realizada analisando o desempenho de dois computadores em uma sala de aula que possui configuração com processador de 13a geração, I9, 3 GHz, 64 GB de memória RAM, Windows 11 pró versão 23H2, placa de rede Intel Wi-Fi 6E AX211 160 MHz.

A figura 7 apresenta os resultados obtidos quando, a cada 30 segundos durante 6 minutos de transmissão de dados na rede Wi-Fi, 12 GB de dados são transferidos de um computador ao outro utilizando diversas configurações entre placas e adaptadores de rede USB. Analisando o resultado da taxa de transmissão, verificou-se que o melhor desempenho foi obtido com os adaptadores tipo B, atingindo uma taxa média em torno de 1,5 Gbit/s.

REFERÊNCIAS

[1] Celulares, tablets e computadores: País registra mais de 2 dispositivos digitais por habitante. Disponível em https:// noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2024/06/ 27/celulares-tablets-e-computadores-pais-registra-mais-de-2dispositivos-digitais-por-habitante.htm

[2] Uso de TI no Brasil: País tem mais de dois dispositivos digitais por habitante, revela pesquisa. Portal FGV.

[3] Ato nº 1306, de 26 de fevereiro de 202, Anatel.

[4] O que é Wi-Fi 6E? Disponível em https://www.cisco.com/ c/en/us/products/wireless/what-is-wi-fi-6e.html.

[5] Manual do roteador Netgear RAXE 500.

[6] Clerckx, B., Oestges, C. MIMO Wireless Networks: Channels, Techniques and Standards for Multi-Antenna, Multi-User and Multi-Cell Systems (English Edition) . Editora Academic Press, segunda edição.

[7] Campos. R. Segurança em Redes Sem Fio.

[8] Pinto. E, Albuquerque. C. A Técnica de Transmissão OFDM Revista Cientifica de Periódicos de Telecomunicação, volume 5, número 1, 2002.

SERVIÇO

Guia RTI de switches para LANs, KVMs e industriais

O levantamento a seguir traz a relação atualizada de fabricantes e importadores de switches para transporte, acesso, redes locais e data centers. Também inclui aplicações industriais e switches KVM, com informações como número de portas, funcionalidades e recursos adicionais.

Tipode equipamentoFuncionalidades

Empresa,telefone e-mail

Switches para redes locais e data centers

Switches locais e centers

Switches para redes locais e data centers

Switches locais e centers

Quantidademáximadeportasdeacordocomotipo 10/100Mbit/s1Gbit/s10Gbit/s

Segurança(1)Outrosrecursos

Serviços Metro Ethernet Suporta quadros estendidos (4) PoEPower over Ethernet Suporta IPv6 Acesso SSL/SSH-Admin Interface p/ equipamento de segurança Controle acesso baseado em porta (3) Classe carrier Auxílio à virtualização Módulo gerenciamento redundante Fonte redundante (2) Capacidade de roteamento

Dicomp(44)4009-2826 n •••••••••••••• cs@dicomp.com.br

Digicompany(11)98945-3033 n ••••••4848481224481616••••••••••••• comercial@digicompany.com.br

Fermion(21)3609-8890••••••4824482442•••••••••••••••• comercial@fermion.com.br

FiberX(48)3205-2275 n ••••484848483636••••••••••••• contato@fiberx.com.br

Greatek(12)99172-3899 n 5 comercial@greatek.com.br

HPE08007102029••4844842••••• solucoesaruba@hpe.com••4844844••••• •••••4844844•••••••• •••••4844841241••••••••• •••••48448412242••••••••• ••••••288288288288969624••••••••••• ••••••2562562562566448••••••••••• IK1Tecnologia(11)3258-2715 n •••486•••••••• comercial@ik1.com.br

Intelbras(48)2106-0006••••••••••••••

IP-COM(11)99285-9421 n

comercial.br@ip-com.com.cn O-Tech(11)98947-2334 n •••••4848484848484864•••••••••••••••• otech@terzian.com.br

Prime8(48)3279-0495••••••••••• contato@prime8.com.br

TendaTecnologia(11)99285-6091 n ••••••••••••••••• comercial.br@tenda.cn

TP-Link(11)2222-1245••••244••••••••• suporte.br@tp-link.com••••244•••••••••

WEG(47)3276-4000•• digitalesistemas@weg.net

Zyxel(11)3078-2345•••••••••••••••• suporte@zyxel.com.br

Switches para redes industriais

Quantidade máxima de portas de acordo com o tipo

Nível de proteção

Empresa

10 Mbit/s 100 Mbit/s1000 Mbit/s Telefone E-mail

Dicomp (44) 4009-2826 n cs@dicomp.com.br

Digicompany (11) 98945-3033 n comercial@digicompany.com.br888888

Fermion (21) 3609-8890 comercial@fermion.com.br8844

Fiberx (48) 3205-2275 n contato@fiberx.com.br

IK1 Tecnologia (11) 3258-2715 n comercial@ik1.com.br

Intelbras (48) 2106-0006

O-Tech(11) 98947-2334 n otech@terzian.com.br484848484848

Tellycom (85) 3111-5390 n comercial@tellycom.com.br82

WEG(47) 3276-4000 digitalesistemas@weg.net5

Zyxel(11) 3078-2345suporte@zyxel.com.br

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 81 empresas pesquisadas.

Fonte: Revista Redes, T Redes, Redes, T Redes, Redes, Telecom e Instalações elecom Instalações elecom e Instalações elecom Instalações , outubro de 2024.

Este e muitos outros Guias de RTI RTI RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira.

Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Um guia para instalação bem-sucedida de PoE – Power over Ethernet

Nos últimos anos, muitos dispositivos que fornecem e consomem energia e dados pelo mesmo cabo têm sido lançados, trazendo um desafio para os profissionais de instalação e manutenção do cabeamento. Nessas situações, é preciso contar com o suporte de ferramentas de certificação que permitam testar os pares de forma rápida e fácil, assegurando o desempenho da instalação conforme as especificações técnicas previstas nas normas.

Anos atrás, alguém teve a ideia de combinar energia e comunicações de dados em um cabo de par trançado e o PoE - Power over Ethernet nasceu. Nos anos seguintes, uma enorme variedade de dispositivos que fornecem e consomem energia e dados pelo mesmo cabo têm sido lançados.

Na maioria dos casos, o uso de PoE dispensa a necessidade de uma tomada CA, eliminando o custo e o trabalho dessa execução duplicada. Também pode eliminar o fornecimento de energia separado para o dispositivo, o que significa um ponto a menos de falha. E como o PoE usa tensões mais baixas e seguras, ele não precisa de requisitos rigorosos, como dutos e caixas elétricas.

Um circuito PoE é composto de três partes (figura 1):

• PSE - Equipamento de Fornecimento de Energia, que coloca a energia no mesmo cabeamento que os sinais de dados. Geralmente é um switch, mas também pode ser um injetor midspan usado em casos onde o switch não é capaz de fornecer energia.

• Cabeamento que transporta os dados e os sinais de dados. Os padrões IEEE para PoE especificam sistemas de cabeamento trançado de dois ou quatro pares.

• PD - Dispositivo Alimentado, que consome a energia fornecida pelo PSE. Nas implementações padrão IEEE de PoE, a energia é fornecida pelo PSE somente após ser solicitada pelo PD. Se

o PD for desconectado, o PSE removerá a energia. Isso torna o PoE consideravelmente mais seguro do que a energia CA típica, que está sempre presente na tomada. O PoE também usa uma tensão menor: 43 a 57 VCC. O primeiro padrão PoE, 802.3af, foi adotado em 2003 e forneceu até 15,4 W em dois pares. Adotado em 2005, o 802.3at (também conhecido como “PoE+”) suportava até 30 W. A Cisco desenvolveu seu “Universal PoE” (UPOE) usando todos os quatro pares, aumentando a potência máxima para 60 W. Em setembro de 2018, o IEEE aprovou o 802.3bt, aumentando a potência fornecida para 90 W (tabela I). Uma implementação bem-sucedida de PoE é um processo de três etapas:

1. Seleção de equipamentos

2. Certificação de cabo

3. Instalação e solução de problemas Vamos analisar o que é necessário em cada etapa.

Seleção de equipamentos

Embora o PoE ofereça uma grande oportunidade, há um problema significativo em torno da padronização. O termo “PoE” não é registrado, e qualquer fornecedor pode reivindicar capacidades de PoE. Atualmente, há três padrões IEEE aprovados (802.3af, at e bt). Esses padrões definem oito níveis ou classes de potência diferentes, que podem ser entregues por meio de quatro configurações: Tipo 1 e 2,

Fluke Networks

e nomenclatura de PoE

que usam dois pares, e Tipos 3 e 4, que usam quatro pares. Além disso, os fornecedores adotaram alguns termos, como PoE+ e PoE++, bem como o Universal PoE (UPOE) da Cisco. E embora todas essas abordagens se encaixem nos três padrões IEEE, há mais confusão com os fornecedores criando outras implementações de PoE que estão fora dos padrões. Por exemplo, implementações de PoE

metodologia para certificar seus produtos para interoperabilidade com outras soluções PoE baseadas em IEEE 802.3 e fornece rotulagem simples de tais produtos.

A certificação dos produtos é definida por um plano de teste de 300 páginas, usando equipamentos aprovados. Isso pode ser conduzido por fabricantes ou terceiros, como o Laboratório de Interoperabilidade da Universidade de

Certificação de cabos

O PoE foi projetado para ser executado em cabeamento estruturado de par trançado de categoria padrão. No entanto, adicionar esses sinais de alta potência a um cabo que transporta dados de alta velocidade coloca alguns requisitos adicionais no cabeamento.

Primeiro, a resistência geral do cabo deve ser baixa. Se for muito alta, a energia será dissipada entre o PSE e o PD, e o PD não receberá energia adequada. Segundo, o PoE é transmitido aplicando uma tensão de modo comum em dois ou quatro pares, o que significa que a corrente é dividida uniformemente entre os dois ou quatro condutores.

Para que isso aconteça, a resistência CC de cada condutor no par deve ser balanceada (igual), e qualquer diferença é chamada de desequilíbrio de resistência CC. Muito

Tipo 3 (802.3 bt)

PSE PSEClasse 1: 4 WClasse 2: 7 WClasse 3: 15,4 WClasse 4: 30 WClasse 5: 45 WClasse 6: 60 WClasse 7: 75 WClasse 8: 90 W Apenas 2 pares (Tipos 1 & 2)Sempre 4 pares 2 pares ou 4 pares (Tipos 3 & 4)

PDClasse 1: 3,84 WClasse 2: 6,49 WClasse 3: 13 WClasse 4: 25,5 WClasse 5: 40 WClasse 6: 51 WClasse 7: 62 WClasse 8: 71,3 W PoE+PoE++, UPOE

“passivas” fornecem energia “sempre ativa” que não é negociada entre o PSE e o PD. Outras implementações negociam níveis de energia em camadas mais altas do que o protocolo LLDP - Link Layer Discovery Protocol. Técnicos na área e até mesmo projetistas podem ficar rapidamente confusos sobre o que funcionará com o quê. Não é de surpreender que um estudo com mais de 800 instaladores, integradores e usuários finais descobriu que quatro em cada cinco entrevistados tiveram dificuldades na integração de sistemas PoE.

Programa de Certificação Ethernet Alliance

Para acabar com essa confusão e aumentar a interoperabilidade, a EA - Ethernet Alliance, um consórcio de fabricantes que representam provedores de 90% dos equipamentos de comutação PSE, anunciou um Programa de Certificação PoE. Este programa fornece uma

New Hampshire (UNH-IOL), EUA.

Tanto o equipamento PSE quanto o PD podem ser certificados. O equipamento que passa por esse rigoroso processo pode ser rotulado com as marcas aprovadas pela EA, conforme mostrado na figura 2.

Os projetistas ou instaladores de equipamentos PoE podem simplesmente comparar as marcas no PSE e no PD para determinar a compatibilidade. Se a classificação do PSE for igual ou maior que os requisitos do PD, a funcionalidade é garantida.

Fig. 2 - Marcas da Ethernet Alliance para PD - Dispositivos Alimentados (à esq.) e PSE - Equipamentos de Fornecimento de Energia

desequilíbrio pode distorcer os sinais de dados, causando erros de bits, retransmissões e até mesmo links de dados não funcionais. Terceiro, nas implementações dos Tipos 3 e 4, não é mais apenas o desequilíbrio de resistência CC em cada par com o que se deve preocupar. Desequilíbrio excessivo de resistência CC entre vários pares também pode causar estragos na transmissão de dados ou fazer com que o PoE pare de funcionar.

O IEEE reconheceu a importância dessas medições de resistência e incluiu requisitos para resistência de loop e desequilíbrio de resistência dentro de um par no padrão 802.3. A TIATelecommunications Industry Association também os incluiu na ANSI/TIA 568.2-D. Infelizmente, a maioria das instalações é certificada usando o padrão de teste de campo TIA 1152-A, que inclui essas medições apenas como opcionais. Terminações inconsistentes onde condutores individuais não são

Tab. I - Classes, tipos e normas de PoE
Fig. 1 - Projeto básico

Soluções digitais Padtec para infraestruturas de redes complexas

s redes de telecomunicações estão ficando cada vez mais complexas, com a incorporação de novos recursos e tecnologias que vêm surgindo para atender às novas demandas do mercado – e acompanhar a própria evolução tecnológica nessa área. Gerenciar essa complexidade, bem como o crescimento da infraestrutura de redes pelo país, é um desafio que requer soluções e serviços especializados capazes de manter a eficiência e a alta disponibilidade da operação.

A Expansão dos Serviços da Padtec

Com esse objetivo, a Padtec – que há mais de 20 anos atua na instalação de equipamentos para redes ópticas de comunicação –desenvolveu um portfólio de serviços e soluções digitais, que vem crescendo na medida em que o mercado evolui e as operadoras e provedores de serviços de internet (ISPs) apresentam novas necessidades. A empresa possui mais de 40 pontos de presença na América Latina, por meio dos quais já oferece, há alguns anos, diversos serviços de operação e manutenção de redes de operadoras e de provedores que utilizam seus equipamentos.

Diante da maior complexidade das redes, que passaram a incorporar cada vez mais ativos de fornecedores distintos, cresceu a

demanda por serviços de monitoramento e gestão que ofereçam uma visão mais ampla dessa infraestrutura. Para atender essa demanda, a Padtec lançou a solução Smart Site, plataforma em nuvem voltada para o gerenciamento remoto completo dos ambientes (sites) de operadoras e ISPs – para os quais está disponível no modelo de serviço. Com interface gráfica intuitiva, o Smart Site permite fazer a gestão de toda a infraestrutura em um único ambiente, proporcionando maior agilidade e eficiência na identificação e solução de problemas do dia a dia.

Parceria com a Trusted Data e Lançamento do Smart Edge

Neste ano, por meio de uma parceria firmada com a Trusted Data, a Padtec ampliou os benefícios do Smart Site também para o segmento de data centers. Com foco nesse mercado, foi lançada a solução Smart Edge, que combina os recursos de gestão do Smart Site com o Smart Edge, solução de data center em forma de rack da Trusted Data.

O portfólio de soluções digitais da Padtec cresceu também com o lançamento do Smart Workspot, plataforma online de gestão, alocação e despacho de equipes de campo (Workforce Management, ou WFM) que atuam na operação e manutenção de redes. Com software desenvolvido pela empresa, a

plataforma permite a gestão integrada das equipes e tempos de atendimento e pode ser customizada para cada operação. Possui também um aplicativo para acesso offline.

Outra novidade é a consultoria de inovação dedicada ao mercado de telecomunicações, prestada por uma equipe multidisciplinar que utiliza metodologia testada e aprovada pela Padtec ao longo dos anos. Além disso, a empresa colocou em operação uma plataforma de atendimento omnichannel, que recebe solicitações de clientes procedentes de canais distintos (e-mail, WhatsApp, etc). Já utilizada pela Padtec nos atendimentos de seus SAC e NOC, essa plataforma realiza uma primeira triagem, encaminhando a demanda para a área adequada, ao mesmo tempo em que dá uma resposta ao cliente sobre a providência tomada.

Ferramentas como essa tendem a evoluir rapidamente, a partir da incorporação de recursos de Inteligência Artificial (IA) por exemplo, que permitem agilizar o tempo de resposta e dar mais precisão à solução de problemas. Afinal, com a capacidade de análise e de aprendizado da IA, é possível reaproveitar soluções já adotadas em situações semelhantes - o que permite dar respostas mais rápidas e assertivas ao cliente.

adequadamente e consistentemente assentados dentro de IDCs podem causar desequilíbrio de resistência CC. Então, embora você possa ver uma especificação de desbalanceamento de resistência CC no cabo de um fornecedor, o teste de campo é realmente a única maneira de garantir o desempenho do desequilíbrio de resistência CC após a instalação.

Usar um testador de certificação de cabos que inclui essas medições de resistência permite testar de forma rápida e fácil o desequilíbrio da resistência CC dentro de um par e entre pares, assegurando que a planta de cabos funcionará em aplicações PoE de dois e quatro pares.

Instalação e solução de problemas

Conhecer a capacidade do PSE e os requisitos do PD torna a instalação e a solução de problemas muito mais simples. Infelizmente, no mundo real, os técnicos que dão suporte a dispositivos alimentados por PoE podem não ter acesso a essas informações. Eles podem facilmente verificar os requisitos de um PD certificado pela EA, mas na maioria dos casos o técnico trabalha a uma distância considerável do PSE, então eles

Fig. 3 - Equipamentos de teste podem detectar a potência oferecida pelo PSE, além da velocidade da rede

enfrentam uma longa caminhada de volta ao rack de telecomunicações ou data center para descobrir as capacidades do switch. Então eles enfrentam a tarefa de descobrir qual cabo vai para seu PD. Em muitos casos, eles podem não ter acesso ao PSE e precisariam entrar em contato com a equipe de TI para descobrir. Um técnico pode perder metade de um dia para rastrear o cabo e acessar o switch. Algumas ferramentas no mercado podem resolver esses problemas e poupar horas de frustração do técnico: basta conectar qualquer ferramenta ao cabo e, se estiver conectada a um PSE, exibirá a classe (0-8) de energia disponível no link. O

técnico pode então comparar isso com os requisitos do PD e saber se haverá energia suficiente disponível. Realizam ainda um teste adicional colocando uma carga no PSE para determinar se o switch e o link de cabeamento são capazes de fornecer a energia anunciada.

Esses testadores são úteis para o técnico de muitas outras maneiras. Eles identificarão a velocidade da porta de até 10 Gbit/s. Uma porta lenta pode limitar o desempenho de um ponto de acesso ou câmera. Se o cabo tiver sido danificado, eles exibem o comprimento de cada par, possíveis quebras ou outras falhas. Os cabos também podem ser desconectados ou roteados incorretamente – então esses testadores podem atuar como uma fonte de tom para rastrear o cabo. Identificadores podem ser conectados a cabos remotos para determinar para onde eles vão e oferecem recursos adicionais, como caracterizar o desempenho do cabeamento de até 10 Gbit/s, exibir o nome, a porta e o número da VLAN de um switch conectado, gerar relatórios para o cabeamento ou o switch e armazená-los ou imprimi-los.

Publicação com autorização da Fluke Networks. O artigo original em inglês se encontra disponível no site: https://www.flukenetworks.com.

Como modernizar um data center antigo?

MAtualizar um data center demanda planejamento e um aporte financeiro que costuma ser alto, o que faz com que muitas empresas posterguem a decisão até o momento em que uma falha aconteça. O artigo apresenta formas de evitar a modernização de última hora, bem como identificar se realmente chegou a hora de fazer um upgrade na infraestrutura.

odernizar um data center corporativo antigo é um desafio que envolve planejamento e compromisso, mas que traz benefícios como aumento da eficiência, da confiabilidade e da segurança, além da redução de custos operacionais.

Com tais fatores em conta, a atualização de sites que estão se tornando obsoletos é o caminho natural para melhorar a capacidade de suporte às necessidades de negócios em constante evolução. A mudança, porém, demanda compromisso da equipe de TI e um bom planejamento financeiro da empresa. Isso leva muitas corporações a procrastinar essa decisão até o limite. Ou, o que é pior, até que falhas comecem a causar prejuízos.

Como saber se chegou o momento de fazer um upgrade no data center?

Para muitas empresas, pode ser complexo enxergar com clareza a necessidade de atualizar um data center.

Identificar o momento certo para modernizar a infraestrutura de TI é crucial para garantir que ela continue atendendo de maneira eficiente e econômica. A atualização evita que um site corra riscos de paralisações e falhas que poderiam indisponibilizar dados e sistemas corporativos.

O desempenho está caindo?

Se o data center está enfrentando problemas de

Zeittec Data Center Solutions

desempenho, como lentidão, tempo de inatividade frequente ou dificuldades para atender às demandas de processamento, é um sinal de que a modernização pode ser necessária.

Os custos operacionais estão crescendo

Quando custos operacionais como energia, resfriamento e manutenção começam a aumentar constantemente, isso costuma ser um indicativo de que há problemas de ineficiência que precisam ser corrigidos. Certamente, é hora de avaliar a infraestrutura e definir maneiras de otimizar o trabalho do data center e economizar.

Falhas estão se tornando comuns

Sites antigos tendem a ter uma maior probabilidade de falhas e manutenção mais onerosa. Se a maioria dos componentes tem muitos anos de uso, a modernização deve ser considerada para reduzir riscos. Infraestruturas críticas mal projetadas, sem manutenção preventiva e operando fora das normas, são um campo fértil para falhas, como paralisações não programadas.

De acordo com o Instituto Uptime, períodos de inatividade costumam gerar às empresas custos que ultrapassam US$ 100 mil.

A TI e as redes ficaram ultrapassadas

Se a maioria dos componentes de um data center, como servidores, sistemas de armazenamento e equipamentos de rede são antigos e não estão mais sendo suportados pelo fabricante, isso representa um risco significativo de falhas e problemas de segurança.

Além disso, a infraestrutura de cabeamento estruturado pode não ter sido projetada para acompanhar a evolução e a velocidade crescente da comunicação digital. Por isso, atualizações podem ser necessárias para dar suporte ao alto desempenho de conexão requeridos agora e no futuro.

Incompatibilidade com novas tecnologias

Pode ser que uma corporação necessite implementar novas iniciativas de TI, como computação em nuvem privada, virtualização de processos, IA - Inteligência Artificial, big data ou IoT - Internet das Coisas. Nesse caso, o data center antigo pode não ter estrutura para suportar essas tecnologias de maneira eficaz. Para isso, será preciso modernizá-lo em termos de conectividade, redundâncias e capacidade de processamento.

Alto consumo de energia e resfriamento

Se o consumo de energia center estiver aumentando significativamente e não for possível melhorar a eficiência energética, isso pode indicar a necessidade de atualização, especialmente se houver pontos de aquecimento que estão exigindo muito dos equipamentos de refrigeração.

Além de elevar o consumo, esse problema pode significar riscos sérios à continuidade, afetando a confiabilidade da operação.

O data center está desatualizado quanto às regulamentações de segurança e conformidade

Com o passar do tempo, as regulamentações de segurança e conformidade tendem a se tornar mais rigorosas. Se o data center atual não atende a esses requisitos, é preciso considerar a modernização para garantir a proteção adequada dos dados.

Falta flexibilidade e agilidade?

Quando um site não permite a rápida implantação de novos serviços e aplicativos, isso pode dificultar a adaptação às mudanças de mercado e às necessidades dos clientes.

Talvez a infraestrutura tenha uma escalabilidade limitada. Com isso, não é possível dimensionar facilmente a capacidade para atender o crescimento das demandas de uma organização, um sinal que talvez seja preciso ter uma infraestrutura mais escalável.

Feedback da equipe de TI indicando mudanças

A equipe de TI que trabalha diretamente com o data center pode fornecer informações valiosas sobre sua eficácia, indicando quais áreas precisam de melhorias. Geralmente, a modernização de um site deve ser considerada quando:

• Não consegue mais atender às demandas dos negócios de forma eficaz.

• Os custos estão fora de controle.

• Há sinais claros de que a infraestrutura está se tornando obsoleta e vulnerável.

Uma avaliação cuidadosa da situação atual, das metas de negócios e tendências tecnológicas ajudará a determinar o momento propício para iniciar o processo de modernização.

O que atualizar durante o retrofit

O upgrade de um data center envolve reformas para ampliar a capacidade de processamento de dados diante de demandas crescentes, bem como os sistemas que dão suporte a essa atividade. Isso inclui a implantação de redundâncias de refrigeração e energia, além da modernização de redes e mecanismos de segurança, bem como sistemas de monitoramento da operação.

Infraestrutura e facilities

Em relação aos equipamentos que compõem a infraestrutura de um datacenter, um dos pontos mais importantes na atualização de ambientes antigos é a adoção de redundâncias que elevam o uptime da operação, entregando maior proteção contra falhas.

Para isso, o ideal é que o site ganhe a repetição de unidades de ar-condicionado de precisão e de fontes de energia, como UPS e geradores. Esses equipamentos sobressalentes são projetados para assumir a função em caso de falhas das unidades principais, garantindo a disponibilidade contínua de serviços críticos.

INFRAESTRUTURA

É possível aproveitar o projeto do retrofit para implementar um plano de backup e recuperação em casos de desastres robustos, bem como cogitar equipamentos mais modernos e integrados que elevam a eficiência energética, incluindo sistemas de climatização de alta eficiência e monitoramento ativo do consumo.

Segurança

O momento da atualização é uma oportunidade para reforçar as medidas de segurança de um data center corporativo. Isso é possível por meio da inclusão de firewalls de última geração, mecanismos de detecção de intrusões avançada e monitoramento constante de ameaças digitais.

Outro aprimoramento de proteção pode ser aplicado ao adotar uma política rigorosa de controle de acesso com barreiras físicas e digitais, como biometria e crachás, além de vigilância por câmeras.

É possível considerar ainda a implantação de um sistema de proteção conta incêndios moderno com detecção a laser e extintor à base de gases inertes não poluentes, como Ecaro 25 ou Novec, que não agridem os equipamentos.

Ferramentas de monitoramento e gerenciamento

Durante o retrofit, é possível aproveitar o momento para instalar ferramentas de monitoramento e gerenciamento, como o DCIM – Data Center Infrastructure Management. Esse tipo de plataforma de gestão recebe informações de sensores ambientais, equipamentos e ativos do site. Com isso, ela ajudará a monitorar o desempenho, a utilização e a eficiência da infraestrutura 24 horas por dia, mesmo remotamente e a partir de um tablet ou celular.

Atualização de hardware e software

Se for possível, atualize o hardware da infraestrutura de missão crítica substituindo servidores antigos por modelos mais eficientes em capacidade e eficiência energética. Para fazer mais com menos recursos, considere implementar sistemas hiperconvergentes que integram servidores, armazenamento e redes em uma única plataforma, pois oferecem maior grau de automação e facilitam a escalabilidade contínua da TI. Outro aprimoramento é a virtualização de

servidores e a consolidação de cargas de trabalho em menos hardware físico, reduzindo custos operacionais e de manutenção. Adotar soluções de armazenamento definido por software (SDS) também pode ajudar a consolidar e otimizar o espaço de armazenamento, melhorando a escalabilidade da TI.

Redes

Dificilmente a modernização de um site corporativo ocorre sem o upgrade da velocidade de conexão e da capacidade das redes. Nesse sentido, a organização pode considerar a migração para redes de alta velocidade, como 40G, 100G ou até 400G, capazes de suportar requisitos de largura de banda crescentes. Também é possível implantar redes definidas por software (SDN). Isso pode melhorar a flexibilidade e a eficiência da rede, permitindo a automação e o gerenciamento centralizado.

Como iniciar a atualização de um data center corporativo

O primeiro passo para que a atualização dos sistemas abordados ocorra com eficiência e tranquilidade é consultar especialistas em

INFRAESTRUTURA

infraestruturas de data center. Geralmente, um processo de modernização eficiente começa com um bom planejamento, que envolve diversas etapas.

Avaliação de riscos

Antes de começar, é preciso ter uma compreensão clara dos objetivos do site. Para isso, é necessário realizar uma avaliação abrangente da infraestrutura atual. Levante quais serviços ou cargas de trabalho estão hospedados, quais são os requisitos de desempenho, segurança, conformidade e escalabilidade disponíveis, bem como os pontos fortes e vulnerabilidades da operação.

Também é preciso verificar se o data center está em conformidade com as regulamentações da indústria e do governo. Se a organização estiver sujeita a regulamentos rigorosos, como os relacionados à privacidade de dados e segurança da informação, será fundamental para garantir que o data center modernizado esteja em conformidade.

Definição das demandas

Após realizar o levantamento da infraestrutura e seus pontos críticos, projete as demandas da corporação. Para isso, analise as necessidades atuais e futuras de recursos, como potência, espaço, resfriamento, conectividade de rede e capacidade de armazenamento e processamento. Outro passo é estabelecer metas claras para a modernização, como melhorar a eficiência energética, aumentar a capacidade, elevar a segurança e conformidade ou reduzir custos operacionais.

Escolha do local

Antes de colocar tudo no papel, é preciso definir qual será a localização do data center. Ele será reformado no mesmo local onde está instalado atualmente ou irá para um ambiente mais seguro?

Dependendo das mudanças, o site pode necessitar de mais espaço para geradores, por exemplo, ou de salas com pé-direito mais alto e lajes mais fortes. É preciso considerar fatores como latência da Internet, segurança

contra incêndios, interferências eletromagnéticas, riscos de alagamentos, acesso, espaço físico para escalar no futuro e disponibilidade de serviços como energia elétrica e conexões de rede.

Proteção da arquitetura do data center

Assim como na construção, a reforma de um site necessita de um projeto executivo que consolide todo o planejamento da arquitetura para atender aos requisitos definidos. O projeto deve incluir a seleção de hardware, sistemas de energia, resfriamento, redundâncias, segurança e controle de acesso que serão atualizados. Um planejamento bem elaborado garantirá que o investimento seja o mais correto para atender as necessidades da companhia agora e no futuro.

Realize as obras de reforma com especialistas

Conte com a ajuda de profissionais especializados, pois a reforma de um data center é diferente de uma obra civil comum. Isso porque infraestruturas de missão crítica envolvem requisitos construtivos específicos que vão do pé-direito alto a proteções antichamas, passando por piso elevado e instalação de sistemas complexos de refrigeração de precisão, energia, segurança e monitoramento. Por isso, devem ser projetadas por engenheiros de data center e executadas por equipes multidisciplinares com experiência nesse tipo de serviço.

Treinamento da equipe

Após a reforma, a equipe precisará se adaptar às novas tecnologias e processos implementados, além de compreender os procedimentos de manutenção, monitoramento, segurança e recuperação. Investir na atualização dos profissionais é uma boa medida para manter o sucesso da operação.

Para estabelecer um protocolo de operação, é preciso manter uma documentação abrangente de todos os aspectos do site, incluindo configurações de hardware, políticas de segurança, procedimentos de

manutenção, diagramas de rede e planos de recuperação de desastres.

Começar a manutenção preventiva

O ideal é estabelecer um protocolo de manutenção assim que o data center for atualizado. Isso garantirá que os equipamentos funcionem sempre no melhor de sua capacidade e conservará a vida útil da infraestrutura.

A prevenção pode ser incrementada interligando os sensores do site a um NOC - Network Operations Center, ambiente que recebe as informações desses dispositivos, monitorando a operação 24 horas, 365 dias por ano.

Pontos críticos da modernização de data centers e como contorná-los

Um dos aspectos mais importantes na atualização de um site é que a equipe de TI, gestores e funcionários envolvidos tenham conhecimento suficiente sobre as tecnologias a serem adotadas. Isso pode evitar a resistência às mudanças, bem como decisões inadequadas e implementações problemáticas.

Tempo de inatividade

A modernização de um data center geralmente requer interrupções temporárias nas operações, o que pode ser difícil para organizações que necessitam da disponibilidade contínua de serviços.

O retrofit pode envolver atualizações nos sistemas de resfriamento e energia para tornar o site mais eficiente e confiável, elevando a disponibilidade da TI. Implementar tais mudanças sem interromper as operações exige programação. Quando possível, as ações que envolvem desligamentos podem ser realizadas nos períodos noturnos ou finais de semana. Porém, em algumas empresas, a operação nunca pode parar. O que fazer nesses casos?

Retrofit a quente

Minimizar o tempo de inatividade é um desafio que pode ser solucionado com a utilização da técnica de retrofit a

Vigorous Networking Solution for SMEs

5G Router

Zero-Trust Network, VLAN, Authentication and Firewall

Deliver Robust Network, Cybersecurity VPN Gateway

Uninterrupted Network, High Density, Reliable DC Powered Switch

Fast, Efficient WiFi6 Connectivity

Network Management APP

ACS on the Cloud, SD WAN Edge Router

INFRAESTRUTURA

quente. Nela, a reforma é realizada com o data center em funcionamento. O desligamento necessário para a substituição de equipamentos, módulos elétricos ou redes de dados ocorre com a utilização de backups que assumem temporariamente a função dos componentes a serem substituídos.

Além do cuidado em não interromper as atividades, todas as reformas civis no ambiente, como a instalação de piso elevado, porta corta-fogo, fechamento de vãos e janelas ou pintura antichamas do site, são realizadas com o data center em operação e sem prejudicar os equipamentos ou hardware. Para isso, é necessário um controle rigoroso de cada etapa e uma execução muito técnica para evitar poeira, sujeira ou acidentes nos ambientes, já que isso poderia causar danos aos equipamentos.

Falta de espaço e infraestrutura

Muitas vezes, a empresa quer modernizar sua infraestrutura de TI, mas não possui espaço físico no data center atual para abrigar novos equipamentos, alguns bastante grandes, como geradores, UPS ou ar-condicionado de alta precisão.

Por vezes, a própria infraestrutura arquitetônica do edifício não comporta o peso de componentes mais robustos acrescentados ao site, especialmente quando o centro de dados foi implantado em local inadequado e sem planejamento para expansões. Nos casos em que o ambiente e a infraestrutura impedem o crescimento, dois caminhos podem ser tomados. Um deles é reformar a infraestrutura atual fazendo o reforço de lajes e o que for necessário para atender aos requisitos exigidos pela modernização. Outro caminho é transferir o data center para um outro local, implantando uma infraestrutura nova e preparada para receber os equipamentos antigos e novos que serão inseridos.

O novo espaço pode receber todas as redundâncias e proteções para cumprir as normas e conformidades regulatórias, elevando a eficiência, a resiliência e a confiabilidade das operações de TI corporativas.

Migração de ativos

Após atualizar o ambiente, será necessário reinstalar servidores e equipamentos. Migrar dados e aplicativos de um ambiente antigo para um novo pode ser extremamente complexo, especialmente quando há muitos sistemas

interdependentes. Afinal, um data center possui centenas de cabos e conexões que não podem ser trocados de porta, bem como dados e softwares que devem ser mantidos nas máquinas certas. Um pequeno erro durante a migração pode causar interrupções na operação da empresa.

Moving de ativos

Para evitar qualquer incidente, o transporte dos servidores e equipamentos, o chamado moving de ativos, precisa ser feito de acordo com o plano. Trata-se de um projeto que contempla o mapeamento dos equipamentos, incluindo portas, cabos e localização, para que tudo seja replicado corretamente no novo site. Além de espelhar a infraestrutura, o projeto deve conter estratégias de transporte seguro dos equipamentos e dados, com previsões sobre o que fazer em caso de chuva ou ausência de um funcionário.

Integração de sistemas legados

A modernização de um data center corporativo pode envolver a integração de sistemas digitais antigos com novos softwares, equipamentos ou ferramentas automatizadas. Garantir que eles sejam compatíveis e se integrem sem

problemas pode ser uma tarefa particularmente desafiadora para as equipes de TI internas. Como lidar com isso?

Mapeamento

É possível começar fazendo a avaliação dos sistemas legados para identificar suas funcionalidades, limitações e interfaces. Durante o processo, é preciso documentar os sistemas, incluindo suas arquiteturas, APIs, protocolos de comunicação e requisitos de dados.

Após tal etapa, é necessário escolher a abordagem de integração mais adequada para os sistemas legados. Ela pode ser com integração ponto a ponto, barramento de serviços (ESB), API gateway ou middleware de integração, por exemplo.

Os dados entre os sistemas legados precisam ser padronizados em formatos compatíveis com os novos em implantação. Para isso, a equipe pode utilizar técnicas de ETL (Extração, Transformação e Carga) para converter dados em um formato uniforme.

Gestão de riscos

É importante ter um planejamento com escopo claro e documentado desde o início do projeto de modernização. Para isso, é preciso identificar e gerenciar os riscos associados ao retrofit envolvendo segurança, operação e o investimento financeiro.

Como o retrofit de um data center envolve a substituição ou atualização de hardware, redes, sistemas de resfriamento, sistemas elétricos e outros componentes críticos, os custos podem ser obstáculo para organizações que não possuem uma boa gestão do processo. Como preparar técnicos e gestores para isso?

Planejamento adequado

É essencial que o projeto seja muito detalhado e realista. Afinal, um planejamento inadequado pode levar a atrasos, orçamentos estourados e problemas não previstos durante o retrofit.

Quando bem executado, o plano pode antever medidas para contornar dificuldades e englobar uma gestão financeira eficiente, prevendo inclusive a execução do retrofit por etapas, medida que dilui custos.

Conclusão

Para superar pontos críticos, é fundamental contar com uma equipe experiente e envolver todos os departamentos interessados em uma abordagem projetada para minimizar os impactos no negócio. Uma estratégia inteligente para enfrentar tais desafios de forma eficaz é considerar a contratação de consultores e parceiros especializados na modernização de data centers.

Esta é uma edição adaptada do artigo Como modernizar seu data center antigo? produzido pela Zeittec Data Center Solutions. A versão original pode ser acessada pelo link: https://zeittec.com.br/como-modernizar-seu-data-center-antigo/.

SERVIÇO

Guia de serviços de data centers (hosting e colocation)

O mercado de data centers está entre os de maior crescimento nos próximos anos, em especial com a expansão de IA – Inteligência Artificial. O levantamento a seguir traz a relação de empresas que fornecem serviços de hosting e colocation no Brasil, com informações sobre a infraestrutura disponível, como área de piso elevado, segurança e adoção de padrões Tier, e tipos de serviços prestados. Além de instalações hyperscale, o guia compreende os edge data centers.

Empresa, telefone e e-mail

Serviços Área de data hall (m 2 )

4Edge (14) 98127-7000 n Bauru80

contato@4edge.cloud

Angola Cables (85) 99645-4143 n Fortaleza193

Arena Data (11) 3132-5200DC Liberdade300

Asap(11) 2667-1208 São Paulo420

comercial@asaptelecom.com.br

Ascenty (11) 3508-8910 São Paulo 2.600

contato@ascenty.com

BRDrive (49) 3565-2000 n Videira40

contato@brdrive.net

Cirion Technologies (11) 3957-2200 Cotia 3.500

contato.br@ciriontechnologies.com Rio de Janeiro 2.000

Claro 0800 721 1021 DC Lapa 1.363

DC Ingleses 1.020

DC Mackenzie300

DC Brasília106

DC Vitória115

Clickip (92) 3306-4106 Manaus104

comercial@clickip.com.br

CMA Connect (11) 3053-2600 São Paulo600

Elea(21) 97114-7696 n Rio de Janeiro932

contato@eleadatacenters.com

Eveo0800 888 3836 Cotia 9.826

vendas@eveo.com.br

Recuperação de desastres

Serviços gerenciados de segurança (5) Colocation Simulações periódicas (4) Equipes técnicas de apoio Posto de trabalho Data center Acesso remoto (3) Firewall e QoS/MPLS Relatório estatístico/SLA Backup e storage Jogos Streaming Servidor banco de dados Servidor web/FTP, e-mail Virtual Cluster Balanceamento Exclusivo SaaS/CaaS (2) Cloud computing Hospedagem compartilhada (1) Controle de acesso biométrico DCIM Integração com retificadores Integração com geradores Controle de carga Detecção por aspiração Gases inertes Novec 1230 FE-25 FM200

Tier III (6) É um data center edge?

Global Gate 0800 591 93 16 Blumenau80 •••••••••••••••••••••••••• contato@globalgate.com.br

HostDime 4007-2085 São Paulo1.500

core.desk@hostdime.com.br João Pessoa 1.200 ••••••••••

Infraestrutura
Tipos de servidores Hospedagem dedicada
Monitoração e controle
Proteção contra incêndio
Cidade/país

Empresa, telefone e e-mail

Cidade/país

Infraestrutura

Proteção contra incêndio

Monitoração e controle

Serviços

Tipos de servidores Hospedagem dedicada

Área de data hall (m 2 )

Recuperação de desastres

Serviços gerenciados de segurança (5) Colocation Simulações periódicas (4) Equipes técnicas de apoio Posto de trabalho Data center Acesso remoto (3) Firewall e QoS/MPLS Relatório estatístico/SLA Backup e storage Jogos Streaming Servidor banco de dados Servidor web/FTP, e-mail Virtual Cluster Balanceamento Exclusivo SaaS/CaaS (2) Cloud computing Hospedagem compartilhada (1) Controle de acesso biométrico DCIM Integração com retificadores Integração com geradores Controle de carga Detecção por aspiração Gases inertes Novec 1230 FE-25 FM200

HostMídia (11) 2391-2407 São Paulo 3.000 ••••••••••••••

vendas@hostmidia.com.br

HostWeb (85) 3486-5700 n Fortaleza260

contato@hostweb.cloud

Megatelecom (11) 2110-1000 Ribeirão Preto(*)

contato@megatelecom.com.br São José do (**)

Rio Preto Presidente Prudente (***)

São Paulo (****)

Tier III (6) É um data center edge?

Odata (11) 4871-2851 São Paulo 1 2.393 ••••••••••••••• contato@odatacolocation.com São Paulo 2 6.394

São Paulo 3 1.845

Rio de Janeiro 1612

Scala (11) 4040-6555Tamboré 1

www.scaladatacenters.comTamboré 3

Tamboré 4

Tamboré 5

São Paulo

São João do Meriti

Carauma/Chile

Empresa, telefone e e-mail

Cidade/país

Infraestrutura

Proteção contra incêndio

Monitoração e controle

Área de data hall (m 2 )

Surfix (81) 2011-0031 n Recife150

contato@surfix.com.br

Telium (11) 4003-5800São Paulo200

comercial@telium.com.br150

Ultranet (11) 3544-4444São Paulo150

comercial@ultra.net.br

Serviços

Tipos de servidores Hospedagem dedicada

Backup e storage Jogos Streaming Servidor banco de dados Servidor web/FTP, e-mail Virtual Cluster Balanceamento Exclusivo SaaS/CaaS (2) Cloud computing Hospedagem compartilhada (1) Controle de acesso biométrico DCIM Integração com retificadores Integração com geradores Controle de carga Detecção por aspiração Gases inertes Novec 1230 FE-25 FM200

Recuperação de desastres

Serviços gerenciados de segurança (5) Colocation Simulações periódicas (4) Equipes técnicas de apoio Posto de trabalho Data center Acesso remoto (3) Firewall e QoS/MPLS Relatório estatístico/SLA

Tier III (6) É um data center edge?

Notas: (1) (1) (1) (1) Hospedagem de sites, hotsites, hosting revenda e servidor virtual; (2) (2) SaaS = Software as a service, CaaS – Communication as a Serivice; (3) (3) (3) (3) SSH, WTS, VPN, LAN e local; (4) (4) de contingência; (5) firewall no lado do cliente e no data center com contingência de redes (links) e serviços de service desk; (6) (6) Projetado e construído conforme padrões de Tier III do Uptime Institute ou TIA 942;

(*) Ribeirão Preto – área projetada para 150 racks; (**) São José do Rio Preto – área projetada para 100 racks; (***) Presidente Prudente – área projetada para 50 racks; (****) São Paulo –área com 50 racks (20 em operação); (*****) Goiânia – área com 50 racks projetados e 20 em operação.

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 111 empresas pesquisadas.

Fonte: Revista Redes, T Redes, Redes, T Redes, Redes, Telecom e Instalações elecom Instalações elecom e Instalações Instalações , outubro de 2024.

Este e muitos outros Guias RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira.

Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Sistema de controle de acesso IP: os cuidados na migração

Amigração de um sistema de controle de acesso existente (ACS) para uma tecnologia baseada em IPprotocolo de Internet facilita a operação, expansão e personalização da infraestrutura de controle de acesso físico de uma empresa.

A migração para um sistema de controle de acesso legado para um sistema IP pode melhorar e proteger os investimentos em infraestrutura a longo prazo de uma empresa, ao prolongar a vida útil dos componentes existentes e aproveitar os novos recursos do sistema e aplicações.

Uma migração bem-sucedida requer planejamento e consideração cuidadosa. Primeiro, é importante ter um conjunto claro de objetivos. Então, antes de começar a planejar uma migração, a empresa deve avaliar a situação existente para determinar os custos e o tempo necessários para concluir o processo.

Finalmente, ao lado de um integrador de sistemas, é importante que a empresa siga os principais passos para obter uma integração perfeita.

Razões para migrar

Migrar um sistema de controle de acesso legado centralizado ou distribuído (ACS) para um ACS baseado em IP torna mais fácil para uma organização personalizar seu sistema à medida

que suas necessidades evoluem, resultando em maior segurança e maior retorno do investimento.

Um ACS aberto e flexível baseado em IP permite às organizações:

• aproveitar a tecnologia IP para padronizar a infraestrutura de controle de acesso e substituir equipamentos proprietários;

• simplificar a futura expansão e modificação da infraestrutura para reduzir o custo total de propriedade (TCO);

• integrar toda a segurança, controle de acesso e vigilância por vídeo em uma plataforma unificada com uma única interface; e

Genetec

Entendemos a importância de um sistema confiável para o sucesso do seu negócio, garantindo que seus clientes tenham conexões de internet e telefonia que funcionem perfeitamente e sem interrupções.

É por isso que a GammaK está 100% focada em “proposta de valor agregado e uptime”, fornecendo componentes de altíssima qualidade e trabalhando em parceria com no s sos clie n t es, aj ud a n do - os a e x p andir seus negócios d e f orma r áp i da , com s i ste ma s ro b u sto s e e cono m i cam en te e fi cie n te s .

• obter um maior retorno do investimento através de utilizações que vão além de trancar e destrancar portas.

Com uma solução baseada em IP, a empresa também pode aproveitar as funcionalidades mais recentes que não estão disponíveis no sistema tradicional. Por essa razão, é importante considerar como aproveitar novos recursos ACS oferecidos por soluções baseadas em IP, incluindo:

• melhorar o gerenciamento e o monitoramento de vários escritórios e filiais;

• escalar para maiores quantidades de portas em uma rede;

• melhorar a segurança cibernética com criptografia de ponta a ponta e autenticação avançada; e

• ter o gerenciamento global dos titulares de cartão para migrar para um único cartão válido em todos os escritórios da empresa.

Os ACS físicos tradicionais também estão se tornando cada vez mais caros para manter. Quando os componentes legados do ACS chegam ao fim de seu serviço, os custos associados à manutenção ou peças de reposição aumentam.

Além disso, os ACS tradicionais não têm a capacidade de resistir a uma evolução no número de ataques cibernéticos, pois usam tecnologia desatualizada que os deixa vulneráveis a essas ameaças. Novas tecnologias de cibersegurança estão disponíveis, permitindo a uma organização melhorar as operações enquanto garantem a proteção.

Por último, como os sistemas legados normalmente operam entregando energia separada para cada leitor de cartão e fechadura, eles são mais caros do que um sistema ACS aberto e flexível baseado em IP que suporta PoE – Power over Ethernet para conectar e alimentar todos os controladores de porta baseados em IP, leitores e fechaduras.

Metas para migração

Depois de decidir migrar de um sistema antigo para um ACS aberto e

flexível baseado em IP, uma organização deve considerar os seguintes objetivos ao pesquisar um provedor de soluções.

Comprar um sistema com longa vida útil

Ao tentar determinar a vida útil de um ACS, existem diversos fatores a serem considerados:

• A solução é de arquitetura aberta e não proprietária? Uma arquitetura aberta e um ACS não proprietário facilitam a expansão e modificação do sistema no futuro.

• O fornecedor da solução possui um ecossistema desenvolvido de parceiros? Escolher um provedor de soluções com parceiros de tecnologia em áreas como gestão de ativos, recursos humanos e gestão de visitantes garante maior flexibilidade e mais opções durante migração e modificação futura.

• O fornecedor da solução oferece um kit de desenvolvimento de software pronto para SDK, do inglês Software Development Kit Um SDK pronto para uso permite integração e scripts personalizados e torna possível desenvolver plug-ins para o ACS baseado em IP no futuro.

Reutilizar equipamentos existentes

A migração para um ACS aberto e flexível baseado em IP pode melhorar e

proteger o investimento de longo prazo de uma organização em sua atual infraestrutura de segurança, estendendo a vida útil dos componentes existentes e aproveitando novos recursos e aplicativos do sistema.

Trabalhar em paralelo

Para alcançar uma migração perfeita, o trabalho de pré-teste deve ser feito em paralelo e offline para desenvolver no software a configuração do novo sistema baseado em IP, incluindo:

• mapear o sistema;

• importar as entradas e saídas (E/S) dos componentes do sistema; e

• integrar a lógica para controlar os componentes.

Reduza ao mínimo o tempo de inatividade (downtime)

Ao migrar um sistema existente, uma organização deve considerar o impacto que o tempo de parada terá sobre os usuários. Durante a fase de seleção é importante determinar:

• os horários de pico nos quais o ACS deve estar totalmente funcional;

• se o novo ACS baseado em IP permite ou não a pré-staging;

• se o novo ACS baseado em IP pode ser conectado a portas existentes em paralelo.

Certifique-se de que todas as funcionalidades cruciais permaneçam disponíveis

É importante para uma organização revisar o hardware e recursos de software atualmente usados no ACS legado para garantir que esses recursos também estarão disponíveis no novo sistema. Características que devem ser analisadas incluem:

• o número de portas que podem ser suportadas;

• gerenciamento de titulares de cartão;

• gerenciamento de direitos de acesso;

• design de crachá;

• necessidades do cliente web;

• necessidades de aplicativos móveis;

• gerenciamento de visitantes; e

• dispositivos de registro.

Além de analisar os recursos, uma organização também deve olhar em seu atual fluxo de trabalho de controle de acesso para garantir que o provedor de soluções será capaz de pelo menos manter, se não melhorar, o fluxo de trabalho no novo sistema.

Visão geral de considerações

As considerações a seguir têm como objetivo ajudar uma empresa a avaliar seu atual ACS legado.

Os resultados dessas avaliações têm um impacto direto sobre a decisão de conduzir uma migração com substituição total ou parcial, o custo e o tempo necessários para a migração.

Considerações de hardware

Qualquer migração de um ACS legado para um sistema aberto e flexível baseado em IP deve começar com a avaliação do sistema atual.

A migração para um ACS baseado em IP será simples se o sistema existente usa cartões e leitoras não proprietários. No entanto, se as leitoras existentes suportam comunicação proprietária, então uma substituição completa de leitoras provavelmente será necessária.

Também é importante determinar se os controladores inteligentes existentes e os painéis de interface downstream podem ser reutilizados. Se os controladores legados são de arquitetura aberta, então pode ser possível incorporá-los no novo ACS.

Considerações de software

É importante determinar exatamente o que precisa ser transferido para o novo sistema. Devem-se levar em consideração os dados nativos nas credenciais legadas, as ferramentas usadas para exportar essas informações do banco de dados atual e quaisquer componentes de terceiros integrados na configuração por meio do SDK.

Considerações de rede

As necessidades de rede do novo sistema baseado em IP também devem ser avaliadas na migração para uma solução de controle de acesso PoE. Além disso, uma organização deve considerar questões de latência e largura de banda em relação à comunicação do sistema distribuído com sites locais e remotos.

Considerações sobre cabeamento

O cabeamento em um ACS legado é outra consideração importante para qualquer migração, uma vez que pode ser possível reutilizar alguns dos recursos do cabeamento existente no novo ACS baseado em IP. Antes da migração, é importante comparar as características do cabeamento existente com os requisitos para o novo equipamento ACS baseado em IP. Além disso, se uma organização deseja expandir seu ACS atual durante a migração, deve-se considerar o cabeamento extra necessário.

Considerações de energia

Antes da migração, também deve ser considerado o tipo de energia instalada no ACS atual, especificamente se o sistema é 12 V ou 24 V e CC ou CA, e se pode fornecer energia suficiente atual para os novos componentes de hardware.

Considerações sobre treinamento

Qualquer migração bem-sucedida para um sistema aberto e flexível baseado em IP requer treinamento abrangente sobre como usar o novo software.

Portanto, deve-se considerar o tipo de treinamento exigido para os vários usuários do ACS, com base em suas tarefas e nos aplicativos do novo sistema.

Suporte durante a migração e posteriormente

Para uma migração bem-sucedida, é importante ter em conta o nível de suporte fornecido pelo integrador, bem como pelos fabricantes e fornecedores de soluções cujos componentes irão compor o novo sistema. A migração requer a experiência de engenheiros de prévendas, especialistas técnicos, especialistas

em campo, engenheiros de serviços e engenheiros de suporte.

Etapas do processo de migração

Existem várias etapas envolvidas para o sucesso da migração. Primeiro, o cliente trabalha com um integrador de sistemas e possivelmente fabricantes e fornecedores de soluções para obter uma cotação e um plano de migração. Conforme o plano é implementado, engenheiros de campo e suporte técnico irão projetar e configurar o novo sistema baseado em IP.

Conheça os fatos

O primeiro passo para o integrador de sistemas é criar a configuração do ACS atual, incluindo detalhes como a localização de instalações elétricas e armários de telecomunicações, cabeamento e tipo de energia no local. Também é importante desenvolver uma lista completa de componentes de hardware, servidores e equipamentos de rede atualmente em uso no sistema, bem como fornecer detalhes sobre os recursos do software.

Compreender os requisitos do novo sistema

Para desenvolver um plano de migração bem-sucedido, os seguintes requisitos do novo ACS aberto e flexível baseado em IP devem ser reconhecidos e confirmados:

• Componentes de hardware

• Componentes de software

• Configuração de rede

• Cabeamento

• Energia

Compreender esses requisitos é fundamental para projetar a arquitetura do novo sistema.

Levantamento do local (site survey)

A próxima etapa é uma visita guiada às instalações com o cliente, integrador de sistemas, e possivelmente com os fabricantes, para garantir que nenhuma parte do sistema existente foi negligenciada. O estudo também pode ser o primeiro passo no processo geral e tem os seguintes objetivos:

• desenvolver uma imagem clara da arquitetura e layout existentes do sistema atual;

• determinar onde os equipamentos estão concentrados; e

• medir as distâncias entre painéis de controle de acesso, fontes de energia e leitores.

Determinar componentes que podem ser reutilizados

Um quadro completo sobre o ACS atual de uma organização e os requisitos para o novo sistema é essencial para determinar que hardware, software, energia, cabeamento e componentes de rede podem ser reutilizados.

Testar componentes existentes

Depois de determinar quais componentes do sistema existente podem ser reutilizados, os componentes devem ser testados para garantir a compatibilidade.

Definir novas necessidades de equipamentos

Com uma compreensão clara do que pode ser reutilizado a partir do sistema legado e o que é necessário no novo sistema, o integrador deve agora determinar as novas necessidades de rede e controle de acesso.

Compreender os bancos de dados e dados existentes

Determinar como importar dados existentes de titulares de cartão e credenciais para o novo ACS baseado em IP é o próximo passo no processo de migração. Para aproveitar os dados existentes de software de terceiros, técnicos especialistas ou engenheiros de campo precisarão exportar dados de titulares dos cartões de acesso e credenciais do sistema existente em um formato de arquivo utilizável.

Planeje a migração

Para reduzir ao mínimo o tempo de inatividade, a migração do hardware deve ser cuidadosamente planejada para garantir que a instalação de software e hardware seja realizada em paralelo.

Teste o novo sistema IP

Para garantir uma migração perfeita, o integrador deve realizar um passo a passo completo do novo sistema IP antes de executar a migração.

Execute a migração e os testes de aceitação

Seguindo o cronograma desenvolvido como parte do plano de migração, o integrador de sistemas e a empresa agora podem iniciar a transição do antigo para o novo ACS. Neste momento é importante ter fabricantes em standby caso surja algum problema com qualquer um dos novos componentes ACS.

Há normalização brasileira vigente para cabeamento estruturado específica para ambientes industriais? Qual sua aplicação e suas principais características?

Sim. Existe normalização nacional (ABNT) para sistemas de cabeamento estruturado industrial. A nossa norma NBR 16521 –Cabeamento Estruturado Industrial é a revisão atual da norma brasileira de cabeamento estruturado industrial. Essa norma foi publicada em sua primeira edição em outubro de 2016 e, seguindo o ciclo de revisão de normas estabelecido pelo sistema ISO/ABNT, foi ratificada em julho de 2020. De acordo com as regras do sistema, a cada cinco anos no máximo, uma norma pode ser cancelada, retificada (revisada) ou confirmada (ratificada), como aconteceu com a NBR 16521. Portanto, trata-se de uma norma vigente. Aproveito para mencionar que estamos trabalhando atualmente no projeto de revisão da NBR 16521 na comissão de estudo do Cobei, responsável pelas normas brasileiras de cabeamento estruturado (CE-003:046.005).

Quanto à aplicação, como o próprio título da norma indica, ela tem como objeto de normalização a infraestrutura de cabeamento estruturado para ambientes industriais. É comum nos referirmos

Esta seção se propõe a analisar tópicos de cabeamento estruturado, incluindo normas, produtos, aspectos de projeto e execução. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: info rti@arandanet.com.br.

aos ambientes industriais como ambientes de automação (industrial). O que caracteriza os ambientes industriais é o fato de que podem ser muito agressivos, do ponto de vista de condições ambientais, em relação aos espaços tipicamente encontrados em edifícios comerciais e corporativos, para a instalação de cabos e hardware de conexão do cabeamento. Um sistema de cabeamento industrial deve ser projetado e instalado em conformidade com a classificação ambiental do local da instalação. Por exemplo, se o ambiente for sujeito ao ingresso de contaminantes líquidos, isso deve ser considerado na especificação de cabos, tomadas, plugues, adaptadores, caixas, etc. para essa condição. Da mesma forma, se o local for sujeito a interferência eletromagnética (EMI) relevante, cabos e demais

componentes do cabeamento devem estar aptos a operar sob essa condição. Sistemas de cabeamento blindados são opções para ambientes sujeitos à EMI.

Por se tratar de um sistema de cabeamento estruturado, ou seja, um sistema padronizado com uma hierarquia de distribuição bem definida, assim como meios físicos (cabos) e conectores também padronizados, o cabeamento estruturado industrial deve seguir a mesma topologia de distribuição de um sistema de cabeamento estruturado para edifícios comerciais ou qualquer outro ambiente, desde que seja um cabeamento estruturado.

O leitor deve ter notado certa ênfase no termo estruturado. Isto é proposital e importante, pois o termo técnico “cabeamento estruturado”, que nunca mudou em seus pouco mais de 30 anos de existência, inclusive no Brasil, muitas vezes é utilizado como referência a projetos e instalações que não seguem nem a hierarquia de distribuição (topologia) padronizada, nem utiliza os meios físicos e componentes (igualmente) padronizados. Nesses casos, trata-se de instalações que não podem ser classificadas como cabeamento estruturado.

É importante entender esse conceito, pois isso implicará um bom projeto de cabeamento estruturado, em conformidade com as normas (nacionais, regionais e internacionais) com os requisitos dos principais fabricantes do mercado para a aplicação de suas garantias estendidas e, acima de tudo, profissionalismo.

O critério do que pode ou não ser feito deve estar baseado em normalização técnica e não na rasa avaliação do “se funciona assim, então está tudo certo”.

Fig. 1 - Topologia padronizada do cabeamento estruturado industrial

Voltando ao cabeamento estruturado industrial, a topologia padronizada deve seguir o esquema apresentado na figura 1. Note que não se trata de um esquema detalhado de distribuição do cabeamento.

Na figura 1, os elementos funcionais que identifiquei são aqueles comuns a todos os sistemas de cabeamento estruturado, ou seja, o CD – distribuidor de campus, o BD – distribuidor de edifício e os subsistemas de cabeamento de backbone de campus, de edifício e horizontal. Como essa norma está passando por um processo de revisão e está em fase bastante avançada, não vou entrar em mais detalhes acerca dos elementos funcionais. Alguns elementos funcionais terão suas denominações modificadas. Isto será tratado aqui oportunamente.

O distribuidor identificado como “Distribuidor #4” é o industrial, ou seja, aquele a partir do qual o cabeamento estará, necessariamente, no ambiente de automação. Um ponto de consolidação (CP) opcional pode ser utilizado no cabeamento estruturado industrial. A tomada industrial (IO) é aquela à qual serão conectados os dispositivos de aplicação industrial ou as redes industriais.

recomendações e requisitos da NBR 14565 – Cabeamento Estruturado para Edifícios Comerciais. Contudo, as especificações dos cabos, hardware de conexão e demais componentes devem estar em conformidade com a classificação ambiental do local de instalação.

A NBR 16521 reconhece hardware de conexão de quatro pares, dois pares e também de um par. Este último, em suporte à tecnologia SPE - Single-Pair Ethernet com grande potencial de uso em sistemas de automação, será uma novidade na revisão em curso da norma.

O desempenho do cabeamento industrial em função da classificação ambiental é especificado para atender às diferentes condições sob as quais os enlaces e canais podem operar em instalações industriais. A classificação ambiental especificada na NBR 16521 deve ser utilizada como referência para a seleção dos componentes do cabeamento industrial. Isto determinará o padrão de conexão mais adequado para um determinado ambiente e seu nível de proteção correspondente (IP44, IP65, IP67, etc.).

Fig. 2 - Padrões de conexão reconhecidos pela NBR 16521: (a) RJ45, (b) GG45, (c) TERA, (d) M8 Tipo D, (e) M12 Tipo X

Quanto aos padrões de conexão de cobre, a NBR 16521 remete às especificações da NBR 14565, incluindo os conectores circulares M12 de quatro contatos. O padrão M12 de oito contatos para 500 MHz (Cat. 6A) será adicionado à nova revisão da NBR 16521.

A classificação ambiental à qual me refiro é a MICE, que estabelece critérios técnicos para as características mecânica (M), de ingresso de contaminantes (I), climáticas e químicas (C) e eletromagnéticas (E). Esse assunto será discutido de forma mais detalhada oportunamente.

Quando utilizados em ambientes industriais, os dispositivos de tecnologia da informação e comunicação (TIC) devem ser conectados às tomadas de telecomunicações (TO), instaladas nesses ambientes. O dimensionamento da TO deve estar em conformidade com as

Em termos práticos, os padrões de conexão ISO/IEC 11801-1 (RJ45), IEC 60603-7 (GG45), IEC 61076-3-104 (TERA) e IEC 61076-2-109 (M12) são reconhecidos para cabeamento estruturado industrial conforme a NBR 16521. A figura 2 mostra esses padrões de conexão.

Paulo Marin é engenheiro eletricista, mestre em propagação de sinais e doutor em interferência eletromagnética aplicada à infraestrutura de TI. Marin trabalha como consultor independente, é palestrante internacional e ministra treinamentos técnicos e acadêmicos. Autor de vários livros técnicos e coordenador de grupos de normalização no Brasil e EUA. Site: www.paulomarin.com.

IA – O grande oráculo

A área de segurança da informação, que atualmente chamamos apenas de cyber, uma redução do termo em inglês cybersecurity, o qual nunca usamos em português, que seria “segurança cibernética”, talvez por ser longo demais, padece de alguns problemas, e um dos principais é o gosto pela última moda tecnológica.

Na verdade, até chamar a área por seu diminutivo cyber já é um indicador desse gosto. Alguns poderão dizer que cybersecurity é uma coisa e information security é outra, mas, enfim, há um gosto por novos termos e tecnologias da moda. A última é a IA - Inteligência

Artificial e sua aplicação em segurança, que será tema desta seção.

O problema nunca é a tecnologia em si, mas como a tratamos para a obtenção de nosso objetivo, que é a segurança das informações, redes e sistemas que as manipulam, encarando-as como coisas totalmente novas e esquecendo do passado. Uma boa parte da culpa, é preciso dizer, é dos fabricantes, que usam qualquer termo novo como estratégia de marketing. Mas os consumidores, profissionais das empresas que consomem os produtos, são parceiros nessas grandes ondas, que não raro, levam a erros e ilusões que resultam em grandes prejuízos.

Antes de avançar, vou me aprofundar um pouco no significado do termo. De acordo com o Google, “a IA é um conjunto de tecnologias baseadas principalmente em machine learning e aprendizado profundo, usada para análise de dados, previsões, categorização de objetos,

processamento de linguagem natural, recomendações, recuperação inteligente de dados e muito mais”. Aqui se vê que qualquer IA está baseada em aprendizado e demanda treinamento. As máquinas ainda não chegaram ao nível humano, embora nós humanos também necessitemos de treinamento. Outro ponto é o passado. Passamos por um longo período de evolução até chegar aos recentes avanços em tecnologias generativas e preditivas. O primeiro feito de um sistema que pode ser chamado de IA foi o do Deep Blue, da IBM, ao vencer o então campeão do mundo de xadrez Garry Kasparov em 1996 e depois 1997. Muitos especialistas não o consideram uma IA porque estava baseado unicamente em algoritmos, sem capacidade de reter memória e aprender, mas sem dúvida foi um passo inicial até o momento que estamos hoje e o que chegaremos no futuro. Um dos pontos intermediários, e que ainda é a base dos modernos sistemas inteligentes, é a tecnologia de machine learning, presente em segurança cibernética há mais de 15 anos. Ou seja, aceitamos as histórias de que a IA é algo novo e esquecemos que ela existe há mais de uma década.

Quando se fala em aprendizado de máquinas, ou até mesmo nos modernos sistemas baseados em LLM - Large Language Model ou IA generativa, nunca se pode esquecer da base de dados utilizada para o seu treinamento. A “inteligência” da IA pode ser maior ou menor de acordo com a base de dados a ela submetida para o seu aprendizado. Ela pode ser mais limitada ou ter um viés, como já foi demonstrado várias vezes com experiências em que uma IA se mostra preconceituosa ou racista. Em segurança da

informação, isso significa uma IA que levará muito mais tempo para se tornar eficaz em sua missão ou será “preconceituosa”, ignorando sinais de determinados ataques. O terceiro ponto a comentar são as missões para as quais um determinado sistema de IA está sendo treinado: detecção de ataques em rede ao malware, passando por fraudes via correio eletrônico. Isso significa que sistemas de IA para uso na detecção de ataques são especializados e não genéricos. O quarto e último ponto é que sim, as IAs erram. Temos vários exemplos de IAs generativas que inventam uma resposta quando não as têm, e até isso pode ser treinado ou configurado. Em nossa área, isso significa, seja qual for a especialização, falsos negativos e positivos. Ou dados incorretos quando são utilizadas para fornecer informações em tempo real sobre um determinado ataque ou evento. Deixamos de fazer o básico cada vez que vamos por ondas tecnológicas. Os grupos profissionais do crime cibernético sabem disso, e provavelmente utilizam seus sistemas de IA melhor do que nós, defensores. Eles a aplicam para aperfeiçoar seus códigos maliciosos por meio da experiência adquirida em tecnologias de segurança que os bloquearam no passado, ou para formatar em linguagem perfeita, em que não são fluentes, mensagens e correio eletrônico. Para eles, a IA é uma ferramenta de apoio e aperfeiçoamento de técnicas.

Os profissionais de cybersecurity fazem o mesmo. A IA não é o grande oráculo que irá detectar ataques em qualquer situação, mantendo uma empresa finalmente livre dos hackers. O termo é velho,

mas ainda válido: não há bala de prata. Os sistemas de IA serão usados, talvez por bastante tempo, para acelerar ações que sem ela são quase impossíveis para o ser humano, como analisar milhões de conexões de rede ou correios eletrônicos em busca de padrões que indiquem um ataque, mesmo desconhecido, que a IA pode inferir a partir do que aprendeu. Sistemas de LLM são formidáveis para analisar mensagens de texto independentemente do idioma e detectar sinais de fraude. Já a IA generativa pode ser usada para compilar diferentes fontes de informação e gerar um sumário acionável, ou seja, com recomendações, sempre atualizado. Assim, quando estiver avaliando algum produto, faça algumas perguntas ao representante: “há quanto tempo o produto usa IA?”, “qual a função específica de cada módulo de IA da solução?”, “qual a base de dados usada para o treinamento de sua IA?”, “qual a experiência da equipe responsável pelo treinamento da IA?”, “qual a experiência da empresa no uso de sistemas de IA?”, “quais os planos (roadmap) para o desenvolvimento das capacidades de IA?”. Se a resposta for algo que leve a pensar na IA da empresa como o oráculo salvador, procure outro fornecedor.

Marcelo Bezerra é especialista em segurança da informação, escritor e palestrante internacional. Atua há mais de 30 anos na área, com experiência em diferentes áreas de segurança cibernética. No momento, ocupa o cargo de Gerente Sênior de Engenharia de Segurança na Proofpoint. Email: marcelo.alonso.bezerra@gmail.com.

Capacitação de novos talentos para o mercado de data centers na América Latina

Nos últimos anos, o mercado de data centers na América Latina tem experimentado um crescimento significativo impulsionado pela expansão digital e pela migração para serviços em nuvem, além da recém-chegada IA - Inteligência Artificial. Esta expansão contínua cria uma demanda crescente por profissionais capacitados em infraestrutura de data centers, que são essenciais para garantir a operação segura e eficiente dessas estruturas críticas.

A capacitação de novos talentos para o mercado de data center é crucial não apenas para suprir a demanda atual, mas também para preparar a região para os desafios tecnológicos futuros. Os profissionais precisam estar aptos a lidar com questões como segurança cibernética, eficiência energética e integração de novas tecnologias emergentes, como IA e edge computing.

Os data centers estão cada vez mais se tornando peças fundamentais para suportar toda essa evolução tecnológica. O setor possui uma alta demanda por profissionais que possam projetar, construir, operar e manter essas infraestruturas de missão crítica. Segundo uma pesquisa do Brazil Data Center Report, 16% dos profissionais que trabalham no setor

Esta seção aborda aspectos tecnológicos das comunicações corporativas, em especial redes locais, mas incluindo também redes de acesso e WANs. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: inforti@arandanet.com.br.

esperam se aposentar até 2025, enquanto nos EUA esse número chega a 33%. Por outro lado, a mão de obra jovem para substituí-los é baixa e demanda capacitação.

O estudo ainda aponta que a expansão do setor de data centers não para, atingindo um crescimento de 628% entre 2013 e 2023. O país é um mercado em alta ascensão na América Latina e todos os dados confirmam que a quantidade de oportunidades só irá aumentar.

Pensando nisso, a disputa por talentos qualificados deve se tornar ainda mais acirrada, uma vez que apenas um grupo limitado de profissionais com muita experiência no setor estará disponível. Ou seja, um dos principais desafios enfrentados na América Latina é a escassez de profissionais qualificados.

Muitas vezes, os currículos acadêmicos não acompanham a rápida evolução das tecnologias dos data centers, resultando em uma lacuna entre o que é ensinado nas universidades e as habilidades necessárias no mercado de trabalho.

A educação, o treinamento e a capacitação são investimentos cruciais que impulsionam a inovação, a eficiência e a satisfação no ambiente de trabalho. Estratégias que impulsionem o aprendizado e desenvolvimento serão essenciais para suportar o que está por vir, sendo esse um esforço coletivo de todas as empresas de data centers. Pensando nesse cenário, algumas estratégias podem ser adotadas.

• Parcerias com universidadesEstabelecer parcerias com universidades é fundamental. Isso pode incluir o desenvolvimento de currículos especializados em infraestrutura de data centers, workshops práticos ministrados por profissionais da indústria e programas de estágio em empresas do setor.

• Certificações e treinamentos especializados - Promover certificações reconhecidas internacionalmente e oferecer treinamentos especializados pode ajudar a preencher as lacunas de habilidades específicas necessárias para trabalhar em data centers.

• Eventos e conferênciasOrganizar eventos educativos, como conferências e seminários, onde estudantes e profissionais possam aprender sobre as últimas tendências e tecnologias no setor de data center, além de networking com especialistas da indústria.

• Apoio de empresas do setorIncentivar empresas de data center a participarem ativamente da educação e formação de novos talentos, oferecendo programas de mentoria e oportunidades de emprego para recém-formados.

É importante ressaltar que, por ser uma área específica, muitas vezes o ensinamento vem na própria empresa, sem a exigência de uma graduação superior. Muitos profissionais com cursos técnicos podem se aperfeiçoar e aprender funções nos data centers. Não à toa, o ensino técnico também tem sido o alvo do governo para incentivar jovens a trilharem carreiras. Segundo pesquisa do Itaú Educação e Trabalho, profissionais técnicos no mercado de trabalho ganham em média 32% a mais do que os que frequentaram o ensino médio tradicional.

Ao desenvolver programas educacionais e iniciativas de capacitação específicas para data centers, podemos não só suprir a demanda por talentos qualificados, mas também garantir que a América Latina esteja preparada para liderar na próxima era da transformação digital. Com uma equipe engajada e em evolução contínua, os processos só têm a ganhar.

Switch

A Zyxel lançou o switch de rede XMG1915-10EP. Com 8 portas PoE++(60W) de 2,5 Gbit/s e 2 portas de uplink de 10 Gbit/s, o produto é voltado para ambientes empresariais que demandam largura de banda robusta e conexão confiável para Wi-Fi 6, 6E ou 7. Apresenta duas portas SFP+ que permitem criar uma topologia em anel. Site: https://www.zyxel.com/br/pt.

online que dispõe de mais de 30 especialidades, o aplicativo pode ser acessado via Google Play ou App Store. Site: https:// www.ixer.com.br/.

Impressora portátil

A impressora M410, da Brady, é voltada para profissionais de elétrica e datacom. Com velocidade de impressão de 33,8 mm/s

Proteção de dados

O DPS New Rack , da Embrastec, é indicado para a proteção de comunicação de dados via cabo UTP, nos padrões Cat. 5 e Cat. 6, em tecnologias Fast Ethernet, Gigabit Ethernet. Com gabinete de alumínio, o

dispositivo está disponível em versões de 8, 16 e 24 portas e apresenta a tecnologia plug-in, que facilita possíveis substituições. Site: www.embrastec.com.br.

SVA de telemedicina

A IXER fornece um SVA de saúde que integra SulAmérica, Conexa Saúde e Psicologia Viva ao provedor. Com uma clínica

fumaça tóxica) e com elemento dielétrico para suportar a tração na instalação. Comercializado pela FiberSul. Site: https:// fibersultelecom.com.br/.

Cabeamento

A R&M expandiu a linha VARIOline de cabos de fibra óptica terminados. Utilizada em cabeamento de backbone, tronco e campus com fibras monomodo ou multimodo, a série agora conta com os modelos VARIOline Easy, voltado para ambientes protegidos e permite alta densidade de empacotamento em data centers e redes de dados para fábricas; VARIOline Classic,

hardware é composto por um conjunto de dispositivos e sensores instalados em veículos automotores comerciais, como câmeras 8K de 360 o de alta resolução, sensores LiDAR – Light Detection and Ranging e GNSS –Sistema Global de Navegação por Satélite. Desenvolvido pela Pix Force. Site: https:// pixforce.ai/.

Streaming para provedores

e resolução de 300 dpi para etiquetas, apresenta resistência a quedas de até 1,2 m e possibilita visualizar o cartucho em uso através da janela transparente. Site: www.bradyid.com.br/.

Cordão óptico

Os cordões ópticos de alta potência Opti Ultra são projetados com parâmetros otimizados para minimizar perdas de inserção e suportar até 6 W de potência. Compostos por

cabo de fibra óptica simplex (1 fibra), são revestidos com uma capa de proteção em LSZH (retardante a chamas e baixa emissão de gases e

solução mecanicamente estável para densidade de empacotamento média para cabeamento interno e alguns cabos externos como alternativa à emenda; e VARIOline OP, aplicável em ambientes externos com suporte a cargas mecânicas e térmicas extremas para FTTA, eventos, túneis e cidades inteligentes. Site: www.rdm.com.

Monitoramento de redes aéreas

O Pix 360 atua na gestão de ativos de redes. A plataforma integra tecnologia de visão computacional e IA –Inteligência Artificial capazes de interpretar as imagens coletadas por câmeras e vídeos automaticamente. O

A Goose, desenvolvedora de plataforma para OTT em white label, fornece a Doozy TV , serviço de streaming de canais de TV ao vivo, 100% legalizado e que funciona de forma online. O aplicativo está disponível para o usuário B2C (Google Play e App Store) e B2B, por meio de provedores de Internet que buscam uma solução completa de streaming como SVA – Serviço de Valor Agregado. A rede conta com mais de 100 canais abertos e fechados no catálogo, como Band, SBT, Record, incluindo variedades que vão desde desenhos infantis, esportes, clássicos do cinema, novelas, programas religiosos, entre outros. A plataforma permite ao usuário ass sitir em até três dispositivos simultaneamente em redes de Internet e locais distintos. Site: https:// doozytv.com.br/.

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edes de Hospedagem Neutras (NHN) são infraestruturas de comunicação sem fio compartilhadas que permitem que diversos provedores de rede ofereçam conectividade e cobertura. Para detalhar mais o assunto, a 5G Americas disponibilizou a publicação Neutral Host Opportunities for 5G and Beyond , que traz uma análise extensiva do potencial que as NHNs apresentam para ajudar as operadoras a atenderem a crescente demanda por melhor conectividade e cobertura. Entre os tópicos abordados estão oportunidades e benefícios das NHNs; tamanho, crescimento e tendências de mercado; arquiteturas de compartilhamento de rede e inovações tecnológicas; desafios econômicos e regulatórios, além de um capítulo abordando as perspectivas com o 6G. Com 22 páginas, a análise pode ser acessada pelo link: https://abrir.link/zinGL.

e prescritivo. Em Seja um Analista de Dados: Como Usar a Análise para Transformar Dados em Valor, Jordan Morrow traz o que organizações e indivíduos necessitam para compreender o verdadeiro potencial da análise de dados e sua posterior transformação em insights valiosos e na promoção de decisões mais inteligentes. Editora Alta Books (https://abrir.link/mMwMh), 224 páginas.

uitas empresas aspiram a uma cultura verdadeiramente orientada por dados, porém, muitas delas ficam estagnadas no estágio inicial e básico, desperdiçando a oportunidade de obter uma compreensão mais profunda e poderosa oferecida pelos quatro níveis de análise: descritivo, diagnóstico, preditivo

m Sistemática Integrada de Manutenção 360o, o leitor encontrará orientações que o direcionarão para o desenvolvimento de uma estratégia de manutenção e um caminho para a implantação de uma sistemática de gerenciamento de manutenção assertiva, moderna e que abrange todos os requisitos legais das normas vigentes no cumprimento das diretrizes das principais organizações mundiais. Escrita por Edson Gonçalves, a obra elucida os resultados pleiteados que nunca vêm de imediato, e sim de médio e longo prazo, desde que sejam cumpridas todas as etapas necessárias de gestão e planejamento. Editora Ciência Moderna (https://abrir.link/kpVYa), 88 páginas.

Brasil está em estágio inicial de desenvolvimento e implementação de ferramentas de IA - Inteligência Artificial na saúde. A conclusão é do estudo Inteligência Artificial na Saúde: Diagnóstico Qualitativo sobre o Cenário Brasileiro, lançado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br/ NIC.br), traz um mapeamento inédito das ideias emergentes, preocupações e expectativas sobre o tema. A partir de uma abordagem exploratória, foram investigadas oportunidades, riscos e desafios para o aproveitamento do potencial dessa tecnologia no setor. Para isso, a análise entrevistou gestores e especialistas da academia e de centros de pesquisa, do poder público, de empresas e estabelecimentos de saúde (públicos e privados), além de profissionais de saúde que usam essas tecnologias no atendimento a pacientes. O estudo também coletou informações sobre iniciativas e práticas em andamento em diferentes segmentos da saúde e opiniões sobre gestão de dados, segurança da informação, ética, regulação, entre outros temas relevantes. A pesquisa de 340 páginas pode ser consultada pelo link: https://abrir.link/JhjMO.

Índice de anunciantes

Abrint ............................73

AZLink ..........................67 Brady ............................24

C3 Consulting ..............22

Connectoway ...............31

D2W..............................23

Datacom .......................19

Dicomp .........................59

DZS...............................32

Embrastec ...................12

Expo ISP ......................77 Fibersul ........................43 Fibracem ......................13

Forte Telecom ..............17 Fujikura .........................25 Gamma-K......................65

Geraforte ......................15 Huawei ...........................5

iK1 Tecnologia .............57

Inventtis ......................41

Merkant TI......................9

Padtec ..........................49

Panduit EDGE ...............40

Panduit LAN .................62 Panduit WDC ................18 PE Tubos ......................55

Pematel ........................28

Proeletronic .................10 RBXSoft .......................54 Rosenberger .......3ª capa Slim Pack ......................58

SMH Sistemas .....4ª capa TecFiber .......................47

TGL Telecom ................51 TP-Link .................2ª capa UP2Tech ......................45

Vero ..............................61

Vertiv ............................37

Watch Brasil ................63 WDC Networks .............27 YOFC.............................29

ZielTec .........................50

Assimetrias regulatórias: vetor de competitividade e concorrência nas telecomunicações

Formalizado em 2012, o PGMC - Plano Geral de Metas de Competição é um regulamento que tem como principal objetivo promover a concorrência no setor de telecomunicações, conduzido pela Anatel. Nessa perspectiva, o programa impõe medidas diferenciadas a prestadoras que são qualificadas como detentoras de PMS - Poder de Mercado Significativo, além de determinar uma carga regulatória com condições específicas às PPPs – Prestadoras de Pequeno Porte.

Com sua implementação, o PGMC permitiu o crescimento e a consolidação das pequenas prestadoras, além do surgimento de diversas outras operadoras regionais, enfrentando um mercado restrito como o de telecomunicações. Hoje, as PPPs representam 54% do total de conectividade no Brasil, dado que demonstra a força e disseminação de empresas que levam Internet aos locais mais afastados, cidades que possuem pouca atratividade para as grandes operadoras.

Apesar da evidente relevância da manutenção do PGMC, tem-se debatido a possibilidade de revogação das assimetrias via Anatel, de modo que são questionadas a fundamentação legal e constitucionalidade das medidas, o tratamento diferenciado ofertado ao

Esta seção aborda aspectos técnicos, regulatórios e comerciais do mercado de provedores de Internet. Os artigos são escritos por profissionais do setor e não necessariamente refletem a opinião da RTI

setor, assim como os procedimentos, entrega de serviços e qualidade fornecida ao consumidor.

À vista disso, cabe destacar que LGT – Lei Geral de Telecomunicações prevê que a Anatel é competente para prevenir infrações à ordem econômica, também estabelecendo que a agência incentive medidas de competição via regulamentos. Nesse sentido, trata-se de uma assimetria que engloba tanto fatores econômicos das empresas como a capacidade de desenvolvimento dos serviços, abrangendo a possibilidade de conectividade em regiões remotas.

Outro argumento recorrente no debate introduz a ideia que os consumidores de serviços das prestadoras regionais estariam desprotegidos, considerando que as normas de qualidade não abrangem o setor de maneira direta.

Entretanto, ressalta-se que todas as empresas de telecomunicações seguem as jurisprudências estabelecidas no CDC - Código de Defesa do Consumidor, além de serem fiscalizadas pelos órgãos competentes. Outro ponto importante da discussão é que o Índice de Satisfação Geral por Prestadora, dado divulgado pela Anatel, descreve que a satisfação média dos usuários das PPPs é mais alta quando comparada à dos grandes grupos dominantes.

Cabe destacar, ainda, o debate envolvendo a tributação das empresas. É recorrente que estados utilizem o termo PPP para conferir tratamento tributário diferenciado às empresas.

Entretanto, entende-se que a legislação tributária pode utilizarse de conceitos estabelecidos nas regulamentações setoriais sempre que houver inexistência de definição própria na Constituição ou lei específica. O movimento, inclusive, é comum.

Pelos motivos expostos, a Abrint compreende que as assimetrias regulatórias ainda são fundamentais para um bom funcionamento do mercado, considerando que permitem uma competição mais justa e a ampliação da oferta de serviços de telecomunicações, principalmente em áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos. Nesse sentido, foi iniciado um inédito e importante movimento do setor das PPPs, de modo a defender a permanência das assimetrias.

Nesse contexto, a falta de diretrizes regulatórias assimétricas bem definidas e objetivas pode levar o mercado de acesso fixo em banda larga a um cenário de elevada concentração, o que geraria um monopólio no setor. Além disso, um fator marcante é a provável acentuação na discrepância de preços praticados em grandes centros em comparação a localidades do interior do país, ademais do impacto na qualidade dos serviços ofertados.

Se contempladas e formuladas de maneira eficiente pelos governos, as medidas assimétricas promovem acesso aos insumos e ofertas de atacado das grandes PMS, além de atender a critérios como impacto social e normas gerais de proteção à ordem econômica, e, acima de tudo, ao interesse público.

Entende-se, assim, que a regulação assimétrica é uma intervenção pró-competição em mercados que apresentam falhas em seu funcionamento, criando condições de atrair novos investimentos e corrigir imperfeições.

Oliveira é

fundador e atual diretor-presidente da Abrint. Graduado em engenharia elétrica e administração de empresas, tem vasta experiência no setor de telecomunicações. Desde 1997 atua como diretor da Interpira, provedor de Internet em Pirapora, MG.

Mauricélio
membro

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