revista arqa #101

Page 1

Persistências Rurais

arqa a101 ARQUITETURA E ARTE

arqa

Ano XII – março|abril 2012 €11,00 (continente) – €16,00 Espanha

Persistências Rurais Kazuyo Sejima

Barozzi Veiga Guedes + Decampos Aires Mateus Carlos Quintáns de vylder vinck taillieu Pedro Maurício Borges Opéra Pagaï Dewey Thorbeck Joshua Bolshover + John Lin Alexander Pfanzelt Teresa Marat-Mendes Aldo Cibic Vicente Guallart Álvaro Domingues Guimarães 2012

101

0 0 1 0 1

5 601073

013727

ISSN: 1647- 077X

mar|abr 2012 | €11,00


Persistências Rurais

arqa a101 ARQUITETURA E ARTE

Propriedade:

mar|abr 2012 |��11,00

ÍNDICE

matérias

arqa

Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos autores

R. Alfredo Guisado, 39 – 1500-030 LISBOA Telefone: 217 703 000 (geral) 217 783 504/05 (diretos) Fax: 217 742 030 futurmagazine@gmail.com

Kazuyo Sejima

Barozzi Veiga Guedes + Decampos Aires Mateus Carlos Quintáns de vylder vinck taillieu Pedro Maurício Borges Opéra Pagaï Dewey Thorbeck Joshua Bolshover + John Lin Alexander Pfanzelt Teresa Marat-Mendes Aldo Cibic Vicent Guallart Álvaro Domingues Guimarães 2012

101

� � � � �

� ������

������

ISSN: 1647- 077X

Foto: Alberto Plácido

Ano XII – março|abril 2012 �11,00 (continente) – �16,00 Espanha

Persistências Rurais

GUEDES DECAMPOS - REMODELAÇÃO ADEGA QUINTA DO VALLADO

003

Diretor Geral Edmundo Tenreiro etenreiro@revarqa.com

arqa

Indoors

A R Q U I T E T U R A

Banho/acessórios

www.revarqa.com – futurmagazine@gmail.com

E

A R T E

News

012

Diretor Luís Santiago Baptista lsbaptista@revarqa.com

Atualidades e agenda

Editorial

020

Luís Santiago Baptista – Persistências Rurais

Entrevistas

022

Persistências Rurais: Perspetivas Críticas – Dewey Thorbeck, Joshua Bolshover + John Lin, Alexander Pfanzelt, Teresa Marat-Mendes, Aldo Cibic, Vicente Guallart, Carlos Quintáns

040 042 052 060 070 078 082 088 094 100

Projetos Biografias Kazuyo Sejima – Projeto Inujima Art House Barozzi Veiga – Sede do Conselho Regulador da D.O. Guedes + Decampos – Remodelação e ampliação da Adega Quinta do Vallado Aires Mateus – Centro de Monitorização e Investigação das Furnas e Residências Aires Mateus – Casa na Comporta Carlos Quintáns – Casa em Paderne de vylder vinck taillieu – Casa “Rot-Ellen-Berg at O.” Pedro Maurício Borges – Capela de Santa Filomena Opéra Pagaï – Intervenção “La Maison sur l’Eau”

Investigações

102

Ivo Poças Martins – A cidade é contínua, o campo continua!

Crítica

106

Gonçalo Furtado e Rosa Macedo – Da Urbanização do Rural à Ruralização do Urbano

Design

110

Carla Carbone – Patrick Schols, entre outros

Artes

114 118

David Santos – Pedro Loureiro: A figura, o retrato e a fotografia Sandra Vieira Jürgens – Luís Costa: Nodar

Fotografia

122

Fernando Guerra – FG+SG: Centro Cultural de Palência

Dossier

123 131

1 - Álvaro Domingues – Vida no Campo 2 - Guimarães 2012 Mário Chaves Julia Albani – Equilibrando o “Higher Atlas”, Bienal de Marraquexe Paula Melâneo – Jeff Wall e Thomas Struth

Marketing

146 010

Materiais fornecidos pelas marcas

arqa março|abril 2012

Edição Digital Ricardo Cardoso Comunicação e Marketing Maria Rodrigues (Diretora) mrodrigues@revarqa.com Carmen Figueiredo - cfigueiredo@revarqa.com Publicidade – PORTUGAL Tel. +351 217 783 504 Fax +351 217 742 030 futurmagazine@gmail.com Publicidade – BRASIL Jorge S. Silva Tel. +55 48 3237 - 9201 Cel. +55 48 9967 - 4699 jssilva@matrix.com.br Impressão OffsetMais - Artes Gráficas, S.A. Rua Latino Coelho, nº 6 - Venda Nova 2700-516 Amadora Distribuição Logista Portugal Área Ind. Passil, lt 1-A, Palhavã 2894-002 Alcochete

Periodicidade Bimestral

Itinerâncias

140 142

Paginação e Imagem Raquel Caetano Bruno Marcelino (desenhos)

Tiragem 10.000 Exemplares

Livros

139

Redação Paula Melâneo (Coordenação) apmelaneo@gmail.com Baptista-Bastos (Opinião), Bárbara Coutinho (Design), Carla Carbone (Design), David Santos (Artes), Gonçalo Furtado (Crítica), Margarida Ventosa (Geração Z) Mário Chaves (Livros), Nádia R. Bento (Tradução), Sandra Vieira Jürgens (Artes)

ISSN: 1647- 077X ICS: 124055

Apoio:

Depósito Legal: 151722/00


Indoors

Banho/acess贸rios

BATH Collection, by Silestone庐


Indoors

Banho/acessórios GEBERIT Urb. Pólo Tecnológico à Estr. do Paço do Lumiar, Lt. 6 - 2º A 1600-542 Lisboa Tel +351 21 7815100 marketing.pt@geberit.com; www.geberit.pt

Uma casa de banho é um cartão de visita de uma casa. A utilização de objetos de design transformam-na em mais do que um local de higiene diária. A gama de módulos sanitários Geberit Monolith junta várias funções, para sanita, bidé e lavatório, transformando estas peças em elementos arquitetónicos. Disponível a partir de abril próximo, este novo módulo reflete o lavatório na sua superfície de vidro, dando-lhe assim protagonismo merecido. A opção das gavetas laterais permite arrumação e está disponível para um lado ou em ambos. À beleza e funcionalidade junta-se a facilidade de instalação. O módulo é colocado no local exato de forma a ser ligado à rede de distribuição de água potável e à drenagem de água residuais, sem qualquer ajustamento complicado.

Recer Apartado 20 3771-953 Oliveira do Bairro Tel: +351 234 730 500 www.recer.pt recer@recer.pt

No desenvolvimento de pavimentos e revestimento cerâmicos para casa de banho a Recer tem sempre em conta a capacidade de criar banhos luminosos, de grande amplitude visual, dotados de capacidade para receber complementos (sanitários, torneiras e acessórios) cada vez mais depurados e tão protagonistas quanto funcionais. Criar produtos cerâmicos mais puros, suporte para estilos decorativos diversos, na procura constante em responder a sensações quer em habitações novas, quer em reabilitação. Criar espaços de banho modernos integrados sem deixar que a beleza e funcionalidade entrem em conflito.

004

arqa março|abril 2012



Indoors

Banho/acessórios Roca Ponte da Madalena 2416-905 Leiria – Portugal Tel. +351 244 720 000 marketing.le@pt.roca.net www.roca.pt

A Roca, líder mundial na definição do espaço de banho, acaba de apresentar as novas soluções de banho e duche Victoria-T. Trata-se de uma nova geração de torneiras termostáticas que dão máximo conforto e absoluta segurança, mas reduzem o consumo de água e energia ao mínimo. O design elegante, que valoriza qualquer espaço de banho, e a qualidade durável, resultante de um rigoroso processo produtivo, combinamse em produtos acessíveis. As torneiras e a coluna de duche Victoria-T podem ser apreciadas nas exposições dos distribuidores da marca Roca em Portugal.

SANINDUSA Zona Industrial Aveiro Sul Apartado 433811-901 Aveiro Tel +351 234 940 250 Fax +351 234 940 266 www.sanindusa.pt

A série Advance, da Sanindusa, conhece agora a versão suspensa mantendo todos os padrões de conforto e funcionalidade que uma linha de sanitários exige. De formas sóbrias e lineares, confere à casa de banho um ambiente contemporâneo e prático. Na opinião de Ricardo Silva, Chefe de Vendas M. Nacional, Angola e Moçambique, “esta gama assume mais uma vez, a fantástica capacidade demonstrada pela Sanindusa…, em oferecer aos mercados soluções de elevado rigor estético, design e qualidade, Made In Portugal a preços competitivos.”

006

arqa março|abril 2012


50% ECO Oferece 50% de poupança de água

Security 38º

Safe touch

Segurança aos 38ºC

Banho agradável e seguro

VICTORIA TERMOSTÁTICA SINÓNIMO DE TORNEIRA Uma coleção básica, completa e sem complicações, porque Victoria é sinónimo de torneira e agora também da nova versão termostática. Uma torneira termostática da nova geração que nos permite gozar de forma constante e sem sobresaltos a temperatura e o caudal desejado, graças à exclusiva tecnologia que incorpora, oferecendo 50% de poupança de água.

Para conhecer as nossas Soluções para o Espaço de Banho solicite gratuitamente a publicação “Soluções de Banho” para: Roca, S.A. - Apartado 575 - 2416-905 Leiria, ou através do email: marketing.le@pt.roca.net Nome: Rua: C.P.:

Localidade:


SANITANA Apartado 45 3781-907 Anadia Tel: +351 231 519 574 Fax: +351 231 519 501 www.sanitana.com www.bellavista.com

A série Glam representa a sofisticação na conquista dos espaços. Cada peça Glam deixa a sua marca. As linhas fluidas e dinâmicas e a sua singularidade contagiam os espaços com formas únicas. Cada peça tem um valor decorativo que conquista os sentidos e qualquer estilo de decoração ganha um toque de sofisticação e elegância. Moderno é criar novas peças com materiais e componentes avançados. É aplicar tecnologia de última geração. Essa é a missão da Sanitana.

Sanitop Zona Industrial 2ª Fase Apartado 538 4935-232 Neiva - Viana do Castelo Tel +351 258 105 400 sanitop@sanitop.pt www.sanitop.pt

Teuco Seaside une design, conforto e relaxamento. Numa varanda, jardim ou num pátio, água morna, almofadas macias, luz ambiente e a música favorita. Um SPA adaptável ao espaço e a gosto. A Teuco, marca italiana representada em exclusivo pela Sanitop em Portugal, conta com 40 anos de experiência na investigação e desenvolvimento de novos produtos e materiais e detém as patentes dos sistemas “Hidrosilence” e “Hidrosonic”. O Teuco Seaside será apresentado no projeto Estúdio Água, presente em Lisboa e, a inaugurar em Abril, no Porto.

008

arqa março|abril 2012


Silestone Cosentino Porto Tel.: +351 229 270 097 info-porto@cosentinogroup.net Cosentino Lisboa Tel.: +351 219 66 62 21 info-lisboa@cosentinogroup.net

A Silestone®, marca líder em superfícies de quartzo, soma uma coleção exclusiva de equipamento para o banho. Esta linha é composta por lavatórios, bases de duche entre outros elementos, que permitem criar ambientes únicos e plenos de design. As soluções de lavatórios estão disponíveis nas mais variadas cores, e em oito modelos (Elegance, Excluisve, Armony, Simplicity, Equilibrium, Balance, Simmetry e Basic), com a possibilidade de serem realizados à medida e em diferentes acabamentos (polido e leather). A nova linha de Casas de Banho apresenta ainda uma inovadora linha de sete modelos de base de duche (Ducal, Kador, Fresh, Doppio, Freccia, Bubbles e Flow) disponíveis numa vasta gama de cores, em acabamento polido ou Leather® e, à semelhança dos lavatórios também existe a possibilidade de serem realizadas à medida.

Zazzeri Rubinetterie Zazzeri Spa Frazione Burchio N.55 50064 Incisa Valdarno (FI) www.zazzeri.it info@zazzeri.it

Em sintonia com o gosto de um público moderno e requintado, Trend expressa com elegância o desejo de essencialidade do nosso tempo. A colecção, caracterizada pela fusão de superfícies planas e formas cilíndricas, oferece uma grande variedade de artigos para todas as áreas de banho. A misturadora de lavatório também está disponível na configuração vertical. A abertura da água é activada por uma alavanca que opera a partir de uma tampa cilíndrica, limitando do desperdício (11l por minuto). Tend vem equipada com um novo silicone ventilado e anti-calcário, em latão com acabamento cromado, mate, branco e preto.

março|abril 2012

arqa 009


Foto: Alberto Plácido

Persistências Rurais Projeto de Guedes + Decampos de Remodelação e Ampliação da Adega da Quinta do Valado, Peso da Régua


EDITORIAL

temático

Persistências rurais

Entre a revelação crítica da realidade e a proposta ingénua da sua transformação

LUÍS SANTIAGO BAPTISTA|lsbaptista@revarqa.com

1

Para os arquitetos, a questão da ruralidade não pode deixar de estar marcada explicita ou implicitamente pelo texto seminal “Construir Habitar Pensar” de Martin Heidegger. Escrito em 1951, no imediato pós-guerra, e apresentado numa palestra para os futuros reconstrutores de uma Europa devastada, este texto teria um forte impacto na disciplina da arquitetura ao longo da segunda metade do século XX. O juízo do filósofo alemão, alicerçado numa rigorosa investigação etimológica, era perentório: “O que significa então bauen, construir? A palavra do inglês antigo e alto alemão para construir, buan, significa habitar. Isto quer dizer: permanecer, residir num lugar. O verdadeiro significado do verbo bauen, ou seja, habitar, perdemolo.”1 Para Heidegger, o “esquecimento do ser” afastara o homem moderno do verdadeiro habitar. A sua abordagem fenomenológica baseava-se na ideia central de que a razão instrumental e o progresso tecnológico tinham rompido os laços do ser humano com o seu ambiente existencial. Mais, o filósofo afirmava que a “crise do habitar não residia simplesmente na falta de casas” e que esta era, na verdade, “mais antiga do que as grandes guerras mundiais com a sua destruição, mais antigas também do que o crescimento populacional na terra e a situação do trabalhador industrial”. Com este ataque ao fulcro dos fundamentos da arquitetura moderna, Heidegger defendia que o problema residia no “desenraizamento” do habitante: “A verdadeira crise do habitar consiste em que, na sua busca sempre nova da natureza do habitar, os mortais têm sempre que aprender a habitar? E se o desenraizamento do homem consistisse nisto, no facto do homem ainda não pensar de modo algum a verdadeira crise do habitar como a crise?”2 Este ensaio pressupunha assim uma forte conotação anti-urbana, expressa nas referências a um mundo pré-industrial, desde a casa camponesa de madeira até à velha ponte de arcadas em pedra. Mas torna-se fundamental perceber que esta posição do filósofo era também autobiográfica. Algo que se pode testemunhar no seu texto “Porque vivo nas províncias”, remetendo para a sua célebre “cabana na floresta negra”. Retirando-se da metrópole, Heidegger procurava no mundo rural a autenticidade existencial perdida e o “poético habitar humano”. No entanto, como refere Iñaki Abalos, na sua interpretação da “casa existencialista”, referenciada na cabana de Todtnauberg do filósofo, “a casa de Heidegger é a manifestação dos conflitos existenciais com o tempo, aquilo que, simplificando, denominamos de nostalgia, o produto de uma idealização da densidade e da solidez do passado frente à banalidade do presente.”3 A verdade é que Heidegger, na sua crítica à modernidade arquitetónica, instaurou uma lógica conceptual dualista que tem persistido na teoria e prática arquitetónicas. Apesar de matizada por tentativas de harmonização com o urbano, esta conceção essencialista da ruralidade atravessaria o pensamento de alguns dos mais importantes teóricos da arquitetura do pós-guerra. Desde logo, isto revela-se nas ideias dos principais comentadores arquitetónicos das ideias de Heidegger, seja Norberg-Schulz com a sua recuperação da ideia de genius loci, seja Kenneth Frampton com a sua definição do “regionalismo crítico” e posteriormente de uma “cultura tectónica”. Nestas propostas teóricas existe uma adoção de estratégias de “resistência” às forças da modernização, através de uma valorização e preservação das presenças e práticas do território rural ameaçado. Na atualidade, ninguém encarna tão plenamente esta posição como Peter

020

arqa março|abril 2012

Zumthor. Nos seus escritos esporádicos, inspirados assumidamente no pensamento de Heidegger, e nas suas obras intensas existe essa procura incessante da autenticidade arquitetónica: “Penso que a arquitetura, hoje em dia, se deve recordar das suas tarefas e possibilidades genuínas. A arquitetura não é nenhum veículo ou símbolo de coisas que não fazem parte da sua natureza. Numa sociedade que celebra o insignificante, a arquitetura pode opor resistência, contrariar o desgaste de formas e significados e falar a sua própria linguagem.”4 Curiosamente, tal como o filósofo alemão, Zumthor refugiou-se da vida urbana na sua casa-atelier nos Alpes. Porém, a realidade sobrepõe-se ao ideal, a necessidade impõe-se à melancolia. Com uma lógica não muito distante do fenómeno do revivalismo medieval do século XIX, demasiadas vezes a autenticidade do habitar ancestral é comparada com a inautenticidade do habitar metropolitano, a harmonia existencial do mundo rural é confrontada com a tensão vivencial da realidade urbanizada. Poderíamos dizer que esta pretensa oposição não tem permitido aos arquitetos perceber as transformações e potenciais da realidade territorial contemporânea, para lá da simultânea idealização nostálgica de um mundo em inexorável desaparecimento e da recusa intempestiva de um novo mundo em implacável expansão. Forget Heidegger?

2

O conflito entre uma paisagem rural idealizada e a realidade de um território urbanizado tem sido uma das questões centrais da arquitetura portuguesa no século XX. Figuras incontornáveis como Keil do Amaral e Fernando Távora, com a sua crítica da ilusão ruralista da arquitetura do Estado Novo, e iniciativas determinantes como o Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal, com a sua vontade moderna de aprender com o vernáculo e o tradicional, tiveram um papel fundador na constituição da identidade da arquitetura portuguesa moderna e contemporânea. No momento de crítica à ortodoxia moderna, Nuno Portas, Alexandre Alves Costa e Manuel Mendes tornariam a denominada Escola do Porto num fenómeno internacional, exponenciado pelo génio criador de Álvaro Siza e depois continuado pelo pragmatismo sensível de Souto de Moura. Esta perspetiva identitária expandiu-se disciplinarmente a uma escala nacional, embora interiorizando indícios de uma crescente instabilidade. Mas este programa tem sido quase sempre testado contra a realidade da urbanização que vai transformando o território português. Apesar da evidência desta nova condição territorial, foi o trabalho crítico e irónico do geógrafo Álvaro Domingues que, com humor e assombro, tem exposto o desfasamento entre a informalidade da realidade existente e a formalidade das práticas dos arquitetos. Com os livros A Rua da Estrada e agora Vida no Campo, o geógrafo tem interrogado a posição do arquiteto perante o real.5 Algo que não deixou de lhe valer a crítica incisiva de Jorge Figueira, que apontou a diferença entre o distanciamento da leitura crítica e a exigência de intervenção efetiva.6 Entretanto, entre a denúncia irónica do real e a defesa das tarefas disciplinares, a arquitetura vai testemunhando, distanciada e passivamente, a mutação do urbanizado território rural, que urge compreender e debater.7

3

Em termos gerais, com o processo de modernização emergiu uma tendência para sobrevalorizar o urbano em detrimento do rural. O


ENTREVISTA

arquitetura

Persistências Rurais Perspetivas Críticas

LUÍS SANTIAGO BAPTISTA | PAULA MELÂNEO

Arquiteto, Co-editor Tectónica e Obradoiro

uma forma ou de outra, à secagem tem aumentado e, se pensarmos, veremos que as construções para secagem surgem em maior número do que poderíamos imaginar: secava-se o grão, a roupa, o peixe...

arqa: Tendo em conta a sua investigação teórica e prática, de que forma lhe interessa a temática do meio rural? Carlos Quintáns: Estou interessado por várias razões, a primeira por causa das minhas origens. Nasci numa pequena aldeia da Galiza, perto de Muxía, na Costa da Morte, e isso faz-me ver as coisas de uma perspetiva diferente da que teria se tivesse crescido na cidade. A consciência do que nos rodeia na infância torna-se evidente com o passar dos anos e não podemos nem devemos esquecê-lo. O rural permite-nos dar conta da presença da vegetação, da consciência do clima, da complementaridade necessária entre o construído e o espaço livre, da possibilidade de trabalhar o solo com o mínimo, com o necessário. O abandono do supérfluo. A segunda razão é porque a arquitetura que se desenvolve no mundo rural tem uma contundência volumétrica dificilmente alcançável na cidade, necessita de um rigor que por tradição está depurado. Mas, se analisamos para além da habitação, dar-nos-emos conta que há uma arquitetura poderosíssima que está vinculada aos procedimentos produtivos mais elementares: à agricultura, à pesca... E nessa arquitetura condensa-se uma rotundidade e um pragmatismo que me interessam especialmente. Ver os celeiros, os silos, os estábulos... permite-me assimilar conhecimentos que creio que podem e devem contaminar o que se constrói como habitação. Também devem ser os arquitetos a pensar os espaços que abrigam os animais, as máquinas, ou que servem de armazém... Nos últimos anos, e creio que com alguma lógica, o meu interesse pelas construções ligadas, de

arqa: Como manifestação de realidades geográficas, culturais e sociais específicas, qual a relação entre as práticas rurais e a paisagem contemporânea? CQ: Penso que a paisagem que me interessa é a transformada pelo homem e que nasce da necessidade e não do capricho, aquela que pode dar apoio à produção agrícola e florestal. Esta paisagem, transformada pela necessidade, é uma paisagem lindíssima e que resulta da transformação essencial, serve as grandes decisões: a presença da água, a orientação, a temperatura, o sol e logicamente a sombra e, para além disso, nunca esquece as outras espécies que podem compatibilizar-se. Uma paisagem que conhece a topografia e que só a domina quando necessita. Hoje em dia, esta paisagem pode parecer-nos falsamente natural, já que se trata de uma paisagem que tem estado na mão do homem, não restam apenas lugares por transformar, mas interessam-me, desde logo, quando estas transformações não obedecem a um capricho. Em sítios em que a paisagem que nos rodeia é tão forte como na Galiza (onde construo habitualmente), ela marca-nos quer queiramos quer não, fora da Galiza só construí num local especial, no Brasil. Mas em todas as situações vi a minha obra acompanhada de uma forte presença da vegetação e, talvez, de uma topografia variada. As minhas obras foram realizadas, em muitas ocasiões, em locais maravilhosos que, para mim, era impensável abordar sem o mínimo de respeito; espero que ao menos a minha obra tenha conseguido passar suficientemente despercebida, que não incomode.

Casa em Perbes na Corunha, Espanha

Escola infantil e Centro de dia na Corunha, Espanha 2010

Foto: Ángel Baltanás

Foto: Héctor Santos-Díez

Carlos Quintáns

038

arqa março|abril 2012


A consciência do que nos rodeia na infância torna-se evidente com o passar dos anos e não podemos nem devemos esquecê-lo. O rural permite-nos dar conta da presença da vegetação, da consciência do clima, da complementaridade necessária entre o construído e o espaço livre, da possibilidade de trabalhar o solo com o mínimo, com o necessário. O abandono do supérfluo.

Foto: Carlos Quintáns

Carlos Quintáns

Casa na Barra Grande em Salvador da Baía, Brasil 2010

arqa: Num momento em que os mundos rural e urbano se contaminam e hibridizam, qual o papel do arquiteto na conceção e construção do território do futuro? CQ: Entendo que o meu papel é, em primeiro lugar, o de criar a consciência de que existe um património rural, que estamos a deixar que se perca e se vê por vezes substituído por obras de má qualidade. Este património tem um alto valor arquitetónico e não nos esqueçamos do seu valor económico. Não podemos falar de reciclagem e de ecologia e continuar a construir de novo quando não é necessário. Devemos saber observar com atenção o passado, esta observação obriga-nos a saber até que ponto podemos chegar com tecnologias alheias ao local. Creio que devemos explicar que a ligação com o território (especialmente com aquele mais produtivo) é necessária e gera formas de vida altamente interessantes que, hoje em dia, quando já conhecemos os exageros a

que leva a vida na cidade, deve reconsiderar-se. Já é possível trabalhar a partir de uma casa numa zona rural e estar absolutamente ligado com o mundo. O arquiteto deve ajudar a conservar o contacto com a matéria, isto era fácil quando se conservavam os ofícios, hoje é preciso mais imaginação para que as pessoas valorizem novamente o toque de uma tábua de madeira e que não queiram substituí-lo por uma fotografia da madeira. Que se valorize o facto dessa tábua poder ser de uma árvore que está perto. O prazer que nos dá a visão de certos materiais e as formas de construir vem acompanhado de uma carga cultural gigantesca que herdámos e cuja valorização temos responsabilidade de passar aos nossos filhos. O tato, o olfato acompanharam o nosso olhar. Todos os nossos sentidos podem ficar mais aguçados. Porquê renunciar a isso? As falsas economias que abundam neste momento apontam na busca do distante para abandonar o próximo e essa dicotomia não deve existir.

março|abril 2012

arqa 039


Foto: Takashi Okamoto

PROJECTOS biografias

040

AIRES MATEUS é a dupla de Manuel Aires Mateus (n.1963, Lisboa) e Francisco Aires Mateus (n.1964, Lisboa). Colaboraram com Gonçalo Byrne desde 1983 e juntos como autores desde 1998. Foram docentes na Graduate School of Design, Harvard University, EUA, em 2002 e 2005, na Accademia di Architectura de Mendrízio na Suíça, desde 2001, e na Universidade Autónoma de Lisboa, desde 1998. Têm participado em inúmeras exposições e o seu trabalho distinguido por diversos prémios, dos quais os recentes: Prémio Internacional da Pedra na Arquitetura (Itália 2011) para o Centro de Investigação das Furnas; o Premis FAD - Intervenções efémeras (Espanha 2010) para WeltLiteratur; Premios ENOR 2006 (Espanha) para Centro de Artes de Sines. www.airesmateus.com

KAZUYO SEJIMA (n.1956, Ibaraki) é arquiteta pela Universidade para Mulheres do Japão, Tóquio, em 1981. Em 1987 abriu o Kazuyo Sejima & Associates e fundou SANAA com Ryue Nishizawa, em 1995, em Tóquio. Esta dupla foi distinguida em 2010 com o prestigiado Pritzker Prize. Sejima foi nomeada Diretora da área de Arquitetura da Bienal de Veneza, da qual foi curadora da edição de 2010, a primeira mulher seleccionada para esta função. Sejima é Professora da Universidade de Keio, em Tóquio, desde 2001 e juntamente com Nishizawa, de 2005 a 2008, integrou a Escola de Arquitetura da Universidade de Princeton, Nova Jersey, onde participou no conselho consultivo por vários anos. ww.sanaa.co.jp

GUEDES + DECAMPOS foi fundado em 1994, no Porto, por Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos. Ambos licenciados pela FAUP, lecionam na FAULP e na FAUP, respetivamente. Têm sido críticos convidados no dARQ (Coimbra), Academia de Mendrisio e ETH-Zurich. Conferencistas em instituições nacionais e internacionais, têm obra publicada em inúmeros livros e revistas. Participaram em exposições como a Trienal de Arquitetura de Lisboa 2007 e 2010, Portugal Now – New York (2007), Bienal de Arquitetura de São Paulo (2007), V Bienal Iberoamericana de Arquitetura (2006), Bienal de Arquitetura de Veneza (2004). A sua obra tem sido nomeada para vários prémios nacionais e internacionais. www.guedesdecampos.com

BAROZZI VEIGA foi fundado por Fabrizio Barozzi e Alberto Veiga em 2004 em Barcelona. O estúdio (EBV) é uma prática dedicada à arquitetura, urbanismo, para clientes do setor público e privado. EBV tem sido distinguido com numerosos prémios em concursos nacionais e internacionais. São projetos singulares que incluem diferentes temas, como a reabilitação do Convento de Santa Clara no centro histórico da cidade de Úbeda, Andaluzia (em construção); o Centro de Congressos de Águilas, Murcia (construído); a sede de Ribera de Duero em Roa, Burgos (construído) e a Filarmónica de Szczecin, na Polónia (em construção). Em 2011 EBV venceu o concurso internacional Plate-Forme Pôle Muséal Lausanne, Musée Beaux-Arts. www.barozziveiga.com

arqa março|abril 2012


Foto: Luis Díaz

Fotos: Filip Dujardin

CARLOS QUINTÁNS (n.1962, Muxia) é arquiteto pela Escola Técnica Superior de Arquitetura da Corunha em 1987. Em 1990 foi Professor no Departamento de Construções arquitetónicas da Escola de Arquitetura da Corunha. Entre 2002 e 2005 foi Professor na Escola Internacional de Arquitetura da Catalunha em Barcelona. Fundou atelier na Corunha em 2002. É co-editor responsável das publicações espanholas Tectónica e Obradoiro (tectonicablog.com). Entre os seus trabalhos destacam-se Casa em Gandarío, La Coruña (2005); Casa em Barreiros, Lugo (2005); Mixing Shop, La Coruña (2006); Infantário, La Coruña (2010); Casa em Salvador da Baía, Brasil (2010). Recentemente foi galardoado com o prémio FAD Opinión. www.carlosquintans.es

DE VYLDER VINCK TAILLIEU foi nome adoptado em 2010 por “jan de vylder architecten”. Isto deveu-se à vontade de expansão e desejo de trabalho conjunto com “jo taillieu architecten” e ainda Inge Vinck, também parceiro de “jan de vylder architecten”. Dos seus trabalhos destacam-se House 43; House BS; Les Ballets C de la B e LOD/ estúdios de produção para uma companhia de dança, música e teatro; House Ten Bos; Verzameld Werk; Kabinet Marcel Broodthaers no S.M.A.K.; Projeto chamado 64/ Instalação de escritórios para o teatro Bourla; Malpertuus, clínica veterinária. O seu trabalho tem sido nomeado para diversos prémios. Foram também incluídos na participação do Ordos 100 id 096 #001 na China. www.architectendvvt.com

PEDRO MAURÍCIO BORGES é arquiteto pela FAUTL em 1986. Foi Prémio Revelação dos Prémios Nacionais de Arquitetura - Primeiras Obras, em 1988, com o pavilhão da Secretaria Regional da Agricultura e Pescas, Feira, nos Açores. Recebeu o Prémio Secil 2002 com a casa Pacheco de Melo, nos Açores. Integrou a representação portuguesa à Bienal de São Paulo 2009 com a Escola do 1.º ciclo para o Cacheu, Guiné-Bissau. É docente de Projecto I e III no Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, desde 1991. Doutorado em História e Teoria da Arquitetura pela Universidade de Coimbra com a dissertação “O Desenho do Território e a Construção da Paisagem em S. Miguel, Açores, na segunda metade do séc. XIX, através de um dos seus protagonistas”, 2008.

OPERA PAGAÏ é um coletivo de comediantes de “geometria variável” (8 a 50 pessoas, dependendo do projeto) criado em 1999, em Bordéus. O espaço público é o principal campo de investigação da companhia, superando os habituais locais e formatos de representação. Faz intervenções urbanas surpresa ou implica o público em propostas teatrais “fora de portas”, sem normas, epopeias que podem durar uma noite, num vale inteiro. Os locais, de diferentes dimensões, são territórios urbanos ou rurais, espaços de liberdade, terreno de experimentação, sempre renovados. As criações em espaço público são sempre contextualizadas, sendo escritas com atenção à realidade física, geográfica, arquitetónica do território, mas também à sua dimensão cultural, humana e social. www.operapagai.com

março|abril 2012

arqa 041


PROJETOS

Japão

Kazuyo Sejima

Projeto Inujima Art House, Mar Interior de Seto

Arquitetura: Kazuyo Sejima & Associates Diretor de Arte: Yuko Hasegawa Artista convidado: Yukinori Yanagi Design team Estruturas: Sasaki Structural Consultants, Atelier Shimamura Mecânica: Scientific Air-conditioning Institute Plantação: Akaruiheya Inc. Empreiteiro geral: Ohmoto Gumi Co.,Ltd Cliente: Naoshima Fukutake Art Museum Foundation Áreas construídas: F-Art House 122.08 m²; S-Art House 63.85 m²; I-Art House 49.75 m²; Nakanotani Gazebo 62.70 m² Datas: 2008 abril – 2009 maio (projeto); 2009 junho – 2010 junho (construção) Texto: Kazuyo Sejima & Associates Fotografia: ©Kazuyo Sejima & Associates, Iwan Baab

proj. 1

Existe uma pequena aldeia em Inujima que é uma pequena ilha no Mar interior de Seto. O nosso projeto foi pensado de forma a dar nova vida à aldeia, ao concretizar espaços de exposição dentro e à volta da paisagem habitada existente. Os espaços de exposição foram criados a partir da renovação de casas abandonadas e da sua envolvente. Algumas das casas foram reconstruídas utilizando acrílico e alumínio porque a sua estrutura já não era viável. A ilha está coberta de pequenas colinas cheias de vegetação rica. Cada local espalhado um pouco por toda a aldeia tem características únicas. Os espaços de exposição estão projetados de modo a fundirem-se com a paisagem. Por exemplo, casas com boas estruturas de madeira foram abertas para as tornar mais luminosas, ao mesmo tempo que tira partido de toda a estrutura e da paisagem distante do mar. Consegue sentir-se o verde através das paredes transparentes de acrílico nos lugares entre as montanhas. Aplica-se alumínio com um acabamento espelhado nas zonas em que continuam as fileiras de casas, de modo a que as casas circundantes e as vidas que lhe são inerentes sejam refletidas nestes espaços de exposição. Uma nova paisagem, que inclui as várias residências já existentes, a arquitetura e arte unem-se ao pacífico cenário local. Tínhamos como objetivo criar um novo tipo de museu, onde toda a aldeia é um museu e o ambiente em si cria um novo cenário. 

042

arqa março|abril 2012


stone art (next phase)

S-Art House aluminum gallery (next phase)

Nakanotani Gazebo acrylic art (next phase)

wood gallely (next phase) public garden (next phase)

F-Art House

I-Art House

acrylic gallely (next phase)

Localização Foto: Iwan Baan

março|abril 2012

arqa 043


PROJETOS

Espanha

Barozzi Veiga

Sede do Conselho Regulador da D.O., Ribera del Duero, Roa

Arquitetura: Estudio Barozzi Veiga - Fabrizio Barozzi e Alberto Veiga Colaboradores: Paulo Lopes, Tanja Oppowa, Antonio Pinto, Agnieszka Samsel, Antonis Vourexakis Especialidades: ARDEVOLS - Roser, Salvador Segura, Ignacion Choliz (arquitetura técnica e restauração); BOMA - Diego Martin (estruturas); GRUPO JG - Secreteria (instalações) Cliente: Consejo Regulador Ribera Duero Área: 7.220 m² Custo: 1048,30 euros/m2 Datas: 2005-06 (concurso); 2008-10 (obra) Texto: Estudio Barozzi Veiga Fotografia: Estudio Barozzi Veiga

proj. 2

O lugar de intervenção, no extremo da cidade, foi esculpido pela própria cidade e pela paisagem e o projeto interpreta estas condições, revelando as características essenciais que nos levam a compreende-la. O edifício torna-se num elemento de transição. Consciente da recomposição do contexto de pequena escala, ao mesmo tempo estabelecendo monumentalmente um diálogo com horizonte e paisagem, através do volume da torre. Um monólito intemporal suspenso sobre a planície. A materialização do edifício, através da pedra, é entendida como uma intensificação da natureza do local, que permite a composição de uma invocação sensorial da paisagem. No entanto, a presença da diferença, em que o projeto exprimiu a sua condição, é radicalmente contemporânea. 

Localização

052

arqa março|abril 2012


Implantação

março|abril 2012

arqa 053


PROJETOS

Portugal

Guedes + Decampos

Remodelação e ampliação da Adega Quinta do Vallado, Peso da Régua

Arquitetura: Francisco Vieira de Campos Coordenação de Projeto: Francisco Vieira de Campos Equipa: Mariana Sendas, Cristina Maximino, Inês Mesquita, Luís Campos, Adalgisa Lopes, Francisco Lencastre, Joana Miguel, Tiago Souto e Castro, Ana Leite Fernandes, João Pontes, Miguel Brochado Cliente: Quinta do Vallado, Sociedade Agrícola, Lda Estruturas: Adão da Fonseca, Tiago Alves – ADFconsultores, SA Instalações: Fernanda Valente – Newton-C, Lda (hidráulica); Raul Bessa – GET, Lda (mecânica); Raul Bessa – GET, Lda (gás); Fernando Aires – GPIC, Lda (equipamentos eléctricos, segurança e telecomunicações); Daniel Bastos – Metalúrgica Progresso, Lda (equipamentos de viniação) Acondicionamento Acústico: Raul Calejo – SOPSEC, SA Arruamentos: Homero Correia Construtor: Ferreira Construções, SA Localização: Vilarinho de Freires, Peso da Régua, Portugal Datas: 2007-2010 (projeto); 2008-2011 (construção) Área: 4.142 m² Fotografia: Alberto Plácido

proj. 3

Implantação

A proposta de ampliação da Adega na Quinta do Valado concilia a necessidade de expansão da adega existente com a correta integração na paisagem natural. A intervenção prevê a manutenção dos edifícios existentes, complementando-os com a reestruturação necessária à construção de novos edifícios: Armazém de Fermentação, Armazém de Barricas e Receção. A resolução de uma adega que funciona por gravidade obriga ao entendimento de todo o sistema produtivo e a um grande rigor, disciplina e restrição na implantação das cotas dos edifícios. Os novos volumes criam uma relação de tensão e equilíbrio entre edifícios e topografia, integrando-se no terreno sem deixarem de afirmar a sua natureza artificial. O Armazém de Barricas, simultaneamente, autonomiza-se e dialoga com a paisagem, tomando como base a topografia dos socalcos do Douro. Uma grande massa encrostada no terreno remata numa consola. Assim o edifício ora se agarra ao solo, tornando-se rocha e barreira física, ora se solta, permitindo o seu atravessamento. O projeto concilia a estrutura e infraestrutura na conceção de uma forma ancestral abobadada. Com volume exterior paralelepipédico e espaço interior abobadado, o Armazém de Barricas apresenta uma massividade que permite um bom desempenho térmico. A omissão do material não resistente da parede possibilita a criação duma caixa-de-ar, simultaneamente túnel de infraestruturas e sistema de ventilação natural. Todos os volumes são construídos em betão com acabamento bujardado no interior enquanto no exterior são revestidos a pedra de xisto local. 

060

arqa março|abril 2012


marรงo|abril 2012

arqa 061


PROJETOS

Portugal

Aires Mateus

Casa na Comporta, Grândola

Arquitetura: Manuel e Francisco Aires Mateus Colaboradores: Maria Rebelo Pinto (coordenação), Humberto Fonseca Cliente: João Rodrigues Datas: 2008-2009 (projeto); 2009-2010 (construção) Paisagismo: Álvaro Manso Estrutura: Copreng Tratamento do Ar, Eletricidade, Águas e Esgotos: Copreng Área: 180m² Texto: Aires Mateus Arquitectos Fotografia: Aires Mateus Arquitectos proj. 5

O projeto responde a condições muito particulares. Recupera construções pré-existentes em madeira e alvenaria, unificando o conjunto com a cobertura em colmo. Desenha-se a partir das materialidades existentes em função de possibilidades de habitar. O programa propõe a recuperação de cada um dos volumes em alvenaria para quartos individuais, um dos volumes em madeira para dois quartos e outro para as áreas de convívio. A distribuição é feita pela rua, através do areal que liga todas as construções. Esta matéria, tratada, estende-se para o interior das áreas sociais procurando um conforto natural da condição já existente. A continuidade de um material tão forte como a areia do chão torna os espaços interiores numa outra escala e o habitar ganha uma poética própria de um tipo de uso pretendido. 

Localização

078

arqa março|abril 2012

Implantação


marรงo|abril 2012

arqa 079


DESIGN

ensaio

Patrick Schols, entre outros Ruralidade, Primitivismo e Autoprogettazione

CARLA CARBONE|carlacarbone@yahoo.com

Ao falar-se em ruralidade, e num contexto como o do design, não poderemos desenvolver um discurso sem mencionar as tensões existentes entre uma cultura dita de design, urbana, e uma cultura do rústico. Sobre este tema assomam várias questões. Em primeiro lugar a relação entre os aspetos práticos do design de artefactos e os aspetos sociais e culturais que estão associados a uma vivência de natureza rural do design. Depois o design não pode, neste contexto, aspirar a uma verdade universalista, dado que se baseia numa abordagem de cariz secular, mais do que de aspiração a uma verdade absoluta sobre o que é o design ou sobre a possibilidade de se superar a si mesmo histórica e culturalmente. Pois que de rural se pressupõe o manter de um valor tradicionalista, desde que funcionalista e económico. Outro dos aspetos a ter em consideração é o fosso cultural que se estabelece, talvez por erro de formação, na abordagem tradicionalista que os designers (ensinados nas grandes cidades) fazem dos temas da ruralidade e dos artefactos aí existentes e que testemunham esses modos de vivência do campo. A abordagem do design feita pelos designers que se formaram em culturas urbanas, de natureza essencialmente industrialista, com sistemas de valores assentes

“The Story Behind Maja”, Patrick Schols

110

arqa março|abril 2012

no artigo em série e na curta vida dos objetos, carecem de conhecimentos que permitam auferir ou descortinar, com clarividência, o verdadeiro valor das coisas no seio rural. Como por exemplo, conseguir olhar para os artefactos rústicos sem criar juízos de valor. Um dos aspetos dessa limitação poderá ser o de encararem o produto provindo do seio rural como sendo de inferior valor. Sempre se entendeu como superior o avanço e desenvolvimento tecnológico dos objetos resultantes da produção industrial, em série. Mas o que acontece é que as mentalidades estão a mudar. E o design, para existir, como definição, e como disciplina autónoma, já não depende da produção em série. Hoje é mais fácil dizer-se que um objeto único é design, sem que essa afirmação constitua uma heresia para quem a recebe, ou uma expressão de total loucura. Valores como o DIY (do it yourself) e as pequenas séries, de design de autor, trouxeram uma lufada de ar fresco na produção, quando falamos em design. Patrick Schols encarna essa preocupação, do objeto único. Da peça única feita pelo próprio autor. Sobre a peça única diz-nos o designer: “fui um autodidata quanto a construir as minhas peças e a minha mobília. Construo de uma forma pouco ortodoxa, o que torna os meus objetos mais autênticos e únicos. É uma combinação entre o que é escultura e construção geométrica. Para mim é muito importante construir os meus próprios objetos. Pelas minhas próprias mãos. A começar da base, e a acabar no topo. Isto permite-me fazer pequenos ajustamentos durante o processo de realização da peça. Em muitos dos objetos de Schols, o designer começa por formar o objeto, de camada em camada. Camadas finas de madeira, pequenas tiras que o designer vai colando umas sobre as outras. Depois de unidas, Schols molda a superfície, cavando o maciço. Algumas peças manifestam uma simplicidade enorme. As suas formas são, na maior parte das vezes, orgânicas. Em Pumpkin, de superfície branca e generosa pelas suas formas, as suas portas abrem e somos afrontados por uma visão colorida no seu interior, como se dum pequeno ovo se tratasse, com o seu recheio rico e fulgurante no interior. Pequeno móvel que serve para servir de minibar e de armário para conter bebidas ostenta uma plataforma circular que permite um fácil acesso às bebidas. Ainda a propósito de forma ovóide, a peça Golden Egg, de Schols revela também uma suave e subtil silhueta redonda em forma de ovo, dourado. As peças de Schols lembram as esculturas maravilhosas de Brancusi. Vários autores o mencionaram, e Schols responde: “sobre a dualidade entre a arte e o design. Eu realmente escolhi o design. Procuro o verdadeiro equilíbrio entre a forma e a função”. Schols não pode esquecer-se que foi um pintor “antes de começar a fazer mobiliário”. “Talvez seja esta história que faz o meu trabalho parecer autêntico. Não sou um designer per si. Ainda penso como um artista e ainda em muitos aspetos comporto-me como um artista. Não faço muitas concessões para realizar as minhas peças. Não penso de forma comercial. Não quero repetir o que faço. Não sou um empresário. Cada novo trabalho deve ser um desafio, e deveria ser o resultado natural da última pincelada” Schols é pintor, e são naturais as suas alusões ao imaginário artístico, da pintura à escultura. No entanto consegue perceber


“White Cliffs of Dover”, Patrick Schols


ARTES

diálogo

Luís Costa

Nodar, residência de práticas artísticas e arquiteturas rurais em contexto específico

SANDRA VIEIRA JÜRGENS|sandravieirajurgens@gmail.com

Luís Costa é presidente da direção da Associação Cultural Binaural, que desenvolve práticas artísticas em contexto específico numa pequena aldeia de montanha, Nodar, a norte do concelho de S. Pedro do Sul, no distrito de Viseu. Em 2012, o tema das residências artísticas que promovem é “arquiteturas rurais”. Durante o mês de Abril irão acolher trabalhos artísticos sonoros em espaços arquitetónicos da região nomeadamente em estruturas abandonadas – moinhos de água, azenhas, canais de rega, casas de habitação, eiras, poços, lavadouros, espigueiros, etc. – e convidar arquitetos portugueses a conceber projetos de arquitetura experimental, que possam questionar o sentido do abandono rural e contribuir positivamente para o surgimento de novas ideias para o território. arqa: Para começar, quais as circunstâncias e os processos que desencadearam a criação da Binaural em 2004? Luís Costa: Formalmente, a Binaural foi constituída em Lisboa no ano de 2004, por três artistas sonoros, Rui Costa, Paulo Raposo, André Gonçalves e eu próprio. Nessa altura, foi uma espécie de carta diletante fora do baralho, de um coletivo artístico que, num primeiro momento, quis valorizar no contexto português uma forma artística emergente, a arte sonora, que afinal não era mais do que uma refeição conceptual para a qual artistas como John Cage, R. Murray Schafer, Luc Ferrari, Dick Higgins, Brion Gysin, La Monte Young, Henri Chopin, Karlheinz Stockhausen e, tantos outros, aportaram a sua dose de ingredientes nas décadas precedentes. Ou seja, este coletivo interessouse num primeiro período, entre 2004 e 2006, por procurar dinamizar estas práticas híbridas baseadas na relevância do som enquanto matéria plástica, algures entre a instalação media, a música eletroacústica, a improvisação livre ou as paisagens sonoras, como forma de anular algumas fronteiras, de certo modo anquilosadas naquele tempo e, em Portugal, entre a música erudita, a música improvisada e as artes visuais. Em paralelo, eu e o meu colega de direção (e irmão) Rui Costa congeminávamos há pelo menos dez anos formas possíveis de retorno à nossa região de origem, a aldeia de Nodar – no maciço da Gralheira, concelho de São Pedro do Sul –, retorno não necessariamente definitivo, assim o pensávamos, mas pelo menos de, através de algum tipo de intervenção criativa, podermos ser uma parte um pouco mais ativa do que o mero ócio, de um território rural em transformação, ao qual sempre estivemos profundamente ligados através de raízes familiares antigas. Estes dois feixes de fatores coincidiram em setembro de 2006 na organização pela Binaural do primeiro evento na aldeia de Nodar, um festival/residência de arte sonora e “site-specifc” intitulado Pushing the Medium e que reuniu cerca de vinte artistas de diversas proveniências geográficas e estéticas. No final de 2006, várias circunstâncias pessoais – um novo amor –, profissionais – a decisão de abandonar a carreira de economista e de dedicar-me totalmente ao projeto – e reflexivas – que sentido fazia um projeto em espaço rural que não pressupusesse a sua vivência quotidiana? – trouxeram-me de vez para estas aldeias serranas. Em março de 2007 iniciámos o primeiro programa regular de residências artísticas de Nodar, momento que considero como o do fim do período “pré-histórico” da Binaural, em que a direção passou inclusive a assumir um caráter mais “familiar”: eu próprio, o meu irmão Rui e a minha companheira, a artista vocal e multimédia italiana, Manuela Barile.

118

arqa março|abril 2012

arqa: Muitos aspetos do vosso projeto fogem da ideia de refúgio ou de uma relação com a cultura do local baseada num passado idealizado. Quais foram, sob a vossa perspetiva, os objetivos principais que determinaram o desenvolvimento da vossa prática artística num contexto comunitário e rural? LC: Para além das tais raízes familiares que tornaram natural a escolha do contexto rural para epicentro da nossa prática artística, posso apontar algumas outras vontades que têm dado corpo ao projeto: a vontade de acompanhar um território em crise encarando esse mesmo território concreto como um laboratório infinito de possibilidades criativas, a vontade de escapar de uma certa tendência para o ensimesmamento do sistema da arte encarado enquanto universo reticular e codificado entre um conjunto bem preciso de atores – artista, galerista, público, crítico, etc. –, a vontade de colocar em contacto direto artistas com comunidades quase sempre alheadas do mundo da arte com o consequente sentimento de libertação que isso confere – o habitante rural que recebe o artista consagrado em sua casa sem saber de quem se trata ou o artista que percebe que tem que encontrar outras palavras que não o jargão de artista para explicar a sua obra a estas gentes –, a vontade de pensar e expressar o/ou a partir do real com métodos e ferramentas em contínua mutação pela diversidade de artistas acolhidos e pela nossa busca de propostas temáticas renovadas, a vontade de evidenciar e questionar certos aspetos ancestrais ainda presentes nas formas de vida nestas populações como a autenticidade, a hospitalidade, o sentido religioso, a ética do trabalho, a importância dos laços familiares, a relação entre homem e paisagem, a especificidade da cultura – oral, musical, artesanal – enquanto sistema espontâneo ligado em certa medida à necessidade de estar-em-comum, etc. Resumindo, digamos que, para além do interesse especificamente artístico, existem no nosso projeto motivações sociais/ antropológicas bem evidentes, acreditando nós que existe uma validade operatória no contacto/confrontação entre diferentes formas de pensar o mundo e até nos mal-entendidos e tensões gerados no processo. arqa: Gostaria que localizasse os conceitos específicos que passaram a formar parte do vosso projeto e os pressupostos em torno dos quais gira a vossa ação em Nodar. Tal como o apresentam, o termo “context-specific art” seria um conceito mais adequado do que o de “community-based art”, quanto aos objetivos sociais que o animam. Como distinguiria os fundamentos destas perspetivas associadas às artes em comunidades específicas? LC: Sendo certo que os conceitos que temos vindo a adotar, nomeadamente no texto introdutório do catálogo Três Anos em Nodar, resultam em grande medida de um exercício a posteri daquelas que foram as nossas intuições iniciais e da sua reformulação gradual a partir da análise regular dos impactos do projeto junto do território e junto das comunidades artísticas, creio ser relevante referir que percebemos as limitações de dois termos que serviram – inclusive para nós próprios – para catalogar alguns aspetos do nosso trabalho: por um lado, “site-specific art” enquanto prática artística pensada e executada em relação a um local preciso. Sendo verdade que todas as obras realizadas em Nodar foram de fato concebidas em/para


Duncan Whitley em residência artística 2011. Fotografia: Carina Martins, 2011

Duncan Whitley em residência artística 2011. Fotografia: Carina Martins, 2011


E

ARQUITETURA E ARTE

mar|abr 2012 |��11,00

Persistências Rurais

Ano XII – março|abril 2012 �11,00 (continente) – �16,00 Espanha

A R Q U I T E T U R A

Persistências Rurais

arqa

arqa a101

A R T E

arqa

www.revarqa.com

Kazuyo Sejima

Barozzi Veiga Guedes + Decampos Aires Mateus Carlos Quintáns de vylder vinck taillieu Pedro Maurício Borges Opéra Pagaï Dewey Thorbeck Joshua Bolshover + John Lin Alexander Pfanzelt Teresa Marat-Mendes Aldo Cibic Vicent Guallart Álvaro Domingues Guimarães 2012

101

� � � � �

� ������

������

90|91 013727

92|93

Architecture [IN] ]OUT[ Politics • Don’t Trust Architects • A Rua é Nossa... de Todos Nós! Price • Bourriaud • Teresa Carneiro • Super Nature • Dossier: Contentores • Connecting Stockholm

������

dis:place • Snøhetta • Arquitectura em Público Dossier: Pré-Existências Recicladas • Geração Z: Embaixada

ISSN: 1647- 077X

arqa 1 • Nadir Afonso, Eduardo Souto de Moura, Cândido Chuva Gomes, Barbosa e Guimarães, João Lúcio, Paulo Mendes. arqa 2 • Formozinho Sanches, João Álvaro Rocha, Graça Dias+Egas Vieira, João Lucas Dias, José Adrião+Pedro Pacheco, Ricardo Gordon+Carlos Vilela, Pedro Gadanho, Jorge Estriga+Rita Amado, Miguel Leal. arqa 3 • Ruy Athouguia, Aires Mateus, Pedro Mendes, Mário Louro, Bernardo Távora, Alberto de Souza Oliveira+Júlio Saint-Maurice+António Poças, João Tabarra. arqa 4 • Contaminantes/Comunicantes, R. Bak Gordon, ARX Portugal, C. Veríssimo+D. Burnay, J. Álvaro Rocha, J. P. Falcão, J. Santa-Rita, J. Adrião+P. Pacheco, P. Chorão Ramalho, P. Mendes, R. Amado, A. Estrela, D. Fiuza Faustino, Fernando Brito, Filipa César, João Fonte Santa, João Tabarra, Leonor Antunes, Miguel Leal, Miguel Soares, Miguel Palma, José Maçãs de Carvalho. arqa 5 • Atelier Van Lieshout, Gonçalo Byrne+Manuel Mateus, Elías Torres+Martínez Lapeña, Pedro Gameiro+Carlos Crespo, Alberto Caetano+Daniel Mateus, Leonor Antunes. arqa 6 • Adalberto Dias, José Nuno Beirão+Miguel Salgado Braz, Gabriela Gonçalves+Helena Botelho+Leonel Lopes, Prémio Pladur, Miguel BaptistaBastos+Mercedes Céron, João Onofre. arqa 7 • Álvaro Siza Vieira, Carvalho Araújo, Lima Gaspar+Lobato Santos, a.s*+Pedro Gadanho, Alessi, João Pedro Vale. arqa 8 • Fernando Távora, José SantaRita+João Santa-Rita, Erasmus, Miguel Vieira Baptista, Pedro Cabral Santo. arqa 9 • Vitor Figueiredo, Alberto Campo Baeza, Rita Amado+Jorge Estriga, Nuno Alão, DesignOperandi, Pedro Portugal. arqa 10 • Massimilano Fuksas, Rui Valada+Manuel Guedes+Jorge Carvalho+Luis Niza+Manuel Vieira, G. V. Soumitri, Miguel Palma. arqa 11 • MVRDV, ARX Portugal, Paulo Tormenta Pinto, Fernando Brízio, António Olaio. arqa 12 • J. L. Carrilho da Graça, J. M. Carvalho Araújo, Jorge Mealha, Miguel Soares. arqa 13 • Carlos Duarte, Carlos Ferrater+J. M. Cartañá+J. Guibernau, José Gigante+João Gomes+Vítor Silva, José Maçãs de Carvalho, Pedro Amaral. arqa 14 • Peter Eisenman, Isabel Furtado+João Pedro Serôdio, Henrique Ralheta, Paulo Mendes, Fernando José Pereira. arqa 15 • Fuensanta Nieto+Enrique, Sobejano, Ricardo Aboim Inglez, PO2, Joana Morais+Joana Tordo, Paulo Mendes, Inês Pais. arqa 16 • Cristina Guedes+Francisco, Campos, Tony Fretton+Jim MacKinney, Carlos Ballesteros, Susana Soares, João Fonte Santa. arqa 17 • Bureau des Mésarchitectures - Didier Fiuza Faustino+Pascal Mazoyer, BAAS, Topos, Hugo Silva, Francisco Queirós. arqa 18 • Livio Vacchini, António Cassiano Neves+Gonçalo Marçal Grilo, Tibiletti arquitectos, Silva Fernandes, Ingo Maurer, Alice Geirinhas. arqa 19 • Bugio Arquitectura, Luis

Vilhena, Ana Filipa Abrantes, Rui Campos Matos+Vasco Cardoso Marques, Fátima Roberto+Nuno Fideles, Porta 33, Daciano Costa. arqa 20 • Mansilla+Tuñón, Matos Gameiro+Carlos Crespo, Fernando Salvador+Margarida Nunes, Rigo arqa 21 • Eduardo Souto de Moura, Josep Lluís Mateo, Wiel Arets, JAM, Filipa César, Vasco Araújo. arqa 22 • João Mendes Ribeiro, Carlos Sant’ Ana, João Santa Rita, Nadir Bonaccorso+Sónia Silva, J. P. Falcão de Campos, José Guedes Cruz, Manuel Santos Maia. arqa 23 • Carmen Pinós, Inês Lobo, Sarah Wigglesworth, Manuela Braga, Lina Bo Bardi, Muf, Hella Jongerius, Ângela Ferreira. arqa 24 • Duncan Lewis, Sauerbruch Hutton, Cannatà & Fernandes, Schlaich Bergermann, Pedro Gomes arqa 25 • Álvaro Siza Vieira, a.s*, J. L. Carrilho da Graça, Cristina Mateus. arqa 26 • Paulo Mendes da Rocha, spbr, Andrade+Morettin, Marcio Kogan, Héctor Vigliecca, Irmãos Campana, José Damasceno. arqa 27 • Toyo Ito, Steven Holl, emiteflesti, Proap, Batlee i Roig, FOA, Pedro Tudela. arqa 28 • MVRDV, João Álvaro Rocha, Acebo+Alonso, UN Studio, Krzysztof Wodiczko, João Louro. arqa 29 • David Chipperfield, Nuno Brandão Costa, Ricardo Vieira de Melo, Shinichi Ogawa, O´Donnell+Tuomey, KCAP, Joana Vasconcelos, Ilya Kabakov, James Turrell, LOMOgrafia. arqa 30 • Daniel Libeskind, Aires Mateus, Sejima+Nishizawa, NOX, Zaha Hadid, marcosandmarjan, Cero9, Lama, Matthew Barney, Rui Toscano. arqa 31 • OMA, F. Valsassina, Promontório, Jean Nouvel, Foster and Partners, Renzo Piano, PTW, Estúdio Demarkersvan, Cindy Sherman, João Maria Gusmão e Pedro Paiva. arqa 32 • Sadar Vuga, Andrés Jaque, AllesWirdGut, Procter-Rihl, Bottega+Ehrhardt, Périphériques, Plot, Didier Fiuza Faustino, Tokujin Yoshioka, Erwin Wurm, Rodrigo Oliveira. arqa 33 • Souto de Moura+Siza Vieira, Topos, Paula Santos, Paulo Tormenta Pinto, Francisco Vieira de Campos+Cristina Guedes, João Mendes Ribeiro, Ed Annink, Tony Oursler, Isabel Carvalho. arqa 34 • medusa group, dum, nsMoonstudio, minusplus, D3A, KWK Promes, OFIS, Andreas Gursky, Mafalda Santos. arqa 35 • Enric Miralles+Benedetta Tagliabue, Ábalos & Herreros, Manuel Bailo+Rosa Rull, Eduardo Arroyo, Daniel Díaz+Belén Martín-Granizo López, Alberto Campo Baeza, Marti Guixé, Antoni Muntadas, Juan López. arqa 36 • Chetwoods, Brendeland & Kristoffersen, Caramel, Querkraft, Delugan Meissl, Sebastian Bergne, Ângelo Pereira de Sousa. arqa 37 • Carvalho Araújo, Barbosa & Guimarães, José Gigante+Vitor Silva, António Portugal+Manuel Maria Reis, Guilherme Machado Vaz, Irisarri+Piñera, Vier, Alfonso Penela Fernandez, Carlos Quintáns, Sabin+Blanco, Carlos Pita,

� � � � �

� ������

������

GERAÇÃO Z EXTRA #1 • Open Japan Lisboa Dossier: Vazio S/A • Geração Z: blaanc

ISSN: 1647- 077X

Wieki Somers, Filipa César, Luís Alegre. arqa 38 • Expressões Contemporâneas Manuel Graça Dias+Egas José Vieira, Álvaro Siza Vieira, Nuno Brandão Costa, SAMI, Coop Himmelb(l)au, Office dA, Jay Bierach, ShoP+Junsung Kim, hANd, Miguel Palma, Pedro Valdez Cardoso, Maarten Baas, DARQ-Universidade de Coimbra. arqa 39 • Formas Críticas ARX Portugal, J. L. Carrilho da Graça, Nuno Grande+Pedro Gadanho, UN Studio, Morphosis, Shuhei Endo, SanchoMadridejos, Marcel Duchamp, Eduardo Matos, Droog Design, Universidade Lusíada Lisboa. arqa 40 • Realidades Metropolitanas Promontório, Nadir Bonaccorso, OMA, Neutelings Riedijk, Nio, BKK-3, Atelier Tekuto, Barbara Kruger, Jenny Holzer, Gustavo Sumpta, Luísa Codder, José Russell, Universidade Autónoma. arqa 41 • Abstracções Radicais Gonçalo Byrne, Atelier Central, Sousa Santos, Carlos Veloso, John Pawson, Valerio Olgiati, Christian Kerez, Shigeru Ban, Alexander Rodchenko, José Luís Neto, Ronan e Erwan Bouroullec, ESAP. arqa 42 • Abstracções Radicais Aires Mateus, Frank Gehry, Issey Miyake, Gerhard Richter, DAAUM- Universidade do Minho. arqa 43 • Programas Híbridos OMA, SANAA, NL Architects, Neil Denari, EDGE Design, Tezuka, King Roselli, Holodeck, Marcel Wanders, Carla Cruz, Douglas Gordon, IST. arqa 44 • Programas Híbridos a.s*, Zaha Hadid, Hussein Chalayan, Bruce Nauman, ESAD. arqa 45 • Memórias Difusas Siza Vieira, Souto de Moura, Topos, Bernando Rodrigues, Peter Eisenman, Edouard François, Josep Llinàs, Kengo Kuma, ARCA. arqa 46 • Memórias Difusas João Mendes Ribeiro, Daniel Libeskind, John Angelo Benson, Alice Geirinhas, DAUE - Universidade de Évora. arqa 47|48 • Vazios Urbanos Trienal de Arquitectura de Lisboa OMA, Herzog & De Meuron, NL Architects, PLOT, Nuno Brandão Costa, Stefan Eberstadt, Zaha Hadid, Álvaro Siza Vieira, Gonçalo Byrne, William Alsop, MVRDV, Naya Architects, BAR, AllesWirdGut, Lacaton & Vassal, MUF, 6 Architects, Didier Fiúza Faustino, ONL, Andreas Angelidakis, Martin Ruiz de Ázua, Jeff Wall, Paulo Catrica. arqa 49 • Paisagens Sintéticas FOA, Souto de Moura, Tadao Ando, MGM Morales+Giles+Mariscal, LAR/ Fernando Romero, Frederico Valsassina, Ricardo Bak Gordon, West 8, Diller & Scofidio+Renfro, Universidade Lusíada Porto. arqa 50 • Paisagens Sintéticas Paulo David, RCR Arquitectes, NUCLEO, Filipa César, 8 SIA Universidade Autónoma. arqa 51 • Ecologias Alternativas Norman Foster, J. L. Carrilho da Graça, Edouard François, Duncan Lewis, Cloud 9, Ash Sakula, Sarah Wigglesworth, Alberto Lage+Paola Monzio, Ecosistema Urbano, Tord Boontje, Alberto Carneiro, Hugo Canoilas, MOOV-MOOVLAB. arqa 52 • Ecologias Alternativas S’A arquitectos, MVRDV, Peter Marigold,

Paolo Deganello Dror Benshetrit Ângela Ferreira Pedro Portugal

� � � � �

� ������

������

Manuel Vicente • Biennale di Venezia 2011 Dossier: Projecto Pluridisciplinar 99 • Geração Z: FOR A

ISSN: 1647- 077X

98|99

Jorge Figueira Pedro Pacheco Pedro Bandeira José Capela Pedro Machado Costa Eliana Sousa Santos Inês Moreira Jonathan Olivares Rita Castro Neves Duarte Amaral Netto � � � � �

� ������

������

ISSN: 1647- 077X

Ana Mendieta, NAUBI - Universidade da Beira Interior. arqa 53 • Materialidades Ambíguas the nextENTERprise, Nikolaus Hirsch & Wolfgang Lorch, Tezuka Architects, Dick Van Gameren, Aires Mateus, ARX Portugal, Périphériques, Correia/Ragazzi, Vilém Flusser, Lourdes Castro, Ivo Andrade, AtelierMOB. arqa 54 • Materialidades Ambíguas Serôdio Furtado, Herzog & de Meuron, Tokujin Yoshioka, Richard Serra, Universidade Católica: Pólo de Viseu. arqa 55 • Linguagens Alusivas PTW, Jürgen Mayer H., 3deluxe, Micha de Haas, Siza Vieira, Tekuto, Meixner Schlüter Wendt, EZZO, Studio M+Thom Faulders+Proces2, Malin Lundmark, Inês Botelho, Féliz González Torres, Red. arqa 56 • Linguagens Alusivas Bernardo Rodrigues, Steven Holl Polka, Franz West, Faculdade de Arquitectura de Lisboa-UTL. arqa 57 • Habitar Colectivo Riken Yamamoto & Field Shop, Risco A4, BKK-3, Edouard François, AART, CVDB, Périphériques, Menos é Mais, Irmãos Bouroullec, Arlindo Silva, Ana Vieira, Plano B. arqa 58 • Habitar Colectivo Álvaro Siza Vieira, BIG, Daniela Pais, Universidade Fernando Pessoa. arqa 59|60 • Herança Le Corbusier J. L. Carrilho da Graça, Aires Mateus, António Belém Lima, OMA, UNStudio, Cloud 9, Embaixada, José Cadilhe, Jin Otagiri, Giancarlo Mazzanti, Delugan Meissl, Jorge Pardo, Stefan Zwicky, John Angelo Benson, Inês Moreira. arqa 61 • Intervenções Informais Zaha Hadid, ARX Portugal, Coop Himmelb(l)au, R&Sie(n), FAR frohn&rojas, Meixner Schlüter Wendt, Susana Chiocca, Andres Serrano, Atelier Data arqa 62 • Intervenções Informais Bak Gordon, Lacaton & Vassal, Viktor & Rolf, Robert Morris, ESAD arqa 63 • Performances Artísticas Herzog & de Meuron, Pedro Gadanho+a. s*, Gigon / Guyer, Unsangdong, Zaha Hadid, UNStudio Marcelo Dantas+Olga Sanina, Office dA, Mendes Ribeiro, Pieke Bergmans, Gonçalo Barreiros, Peter Fischli e David Weiss, Kaputt! arqa 64 • Performances Artísticas Didier Fiúza Faustino/Bureau des Mésarchitectures, Diller Scofidio+Renfro, Demakersvan, Vito Acconci, Instituto Superior de Agronomia-UTL arqa 65 • Silêncios Espaciais Carrilho da Graça, Grafton, Francisco Mangado, Atelier da Bouça, Rocha Tombal, PM-ARQ, Takao Shiotsuka, Josep Maria Montaner, Peter Marigold, Ana Pérez-Quiroga, Olafur Eliasson, Demakersvan, Vito Acconci, AUZprojekt arqa 66 • Silêncios Espaciais Inês Lobo, Sou Fujimoto, Juan Herreros, Andrea Branzi, Donald Judd, World Architecture Community arqa 67 • Condições Periféricas Delugan Meissl, Promontório, OTH, VHM, Contemporânea, DosMasUno, Atelier Central, Miguel Serra, Pepe Heykoop, Eduardo Matos, Edgar Martins, Augmented Architectures arqa 68 • Condições Periféricas

No próximo número - maio|junho

Hans Ulrich Obrist • Joseph Grima Dossiers: Utilitas Interrupta - Metagénesix

equipo4d, OFIS arhitekti, Tetê Knecht, Robert Smithson, FA.UTL arqa 69 • Mediações Tecnológicas Neutelings Riedijk, Shuhei Endo, Ensamble Studio, Ventura Trindade, FARE, Plano B, Xefirotarch, Oyler Wu, Electroland, Nacho Carbonell, Edgar Martins, Victor Palla, Arquitectos Anónimos arqa 70 • Mediações Tecnológicas menos é mais, UNStudio, Neil Spiller Bernd & Hilla Becher, Milan Design Week 09, Anywhere Door Archi-Expo–Processo (In)visível arqa 71|72 • críticos-arquitectos.pt Manuel Graça Dias, José Manuel Fernandes, Victor Neves, Paulo Martins Barata, Jorge Figueira, José Adrião, Luís Tavares Pereira, Nuno Grande, Pedro Gadanho, Pedro Bandeira, Luís Santiago Baptista, Ricardo Carvalho, Diogo Seixas Lopes, Pedro Machado Costa, Gonçalo Furtado, André Tavares, Pedro Baía, Mathieu Lehanneur, Thomas Hirschhorn, Paulo Mendes. arqa 73 • Espaços Públicos Diller Scofidio + Renfro, AllesWirdGut, FOA, Miguel Arruda, Alejandro Aravena, Recetas Urbanas, feld72, Rafael Lozano-Hemmer, Antoine et Manuel, Marta Traquino, Thomas Struth, Sambarquitectura. arqa 74 • Espaços Públicos Carme Pinós, Risco, EXD09, Candida Höfer, Universidade Lusíada Lisboa arqa 75|76 • GERAÇÃO Z #1 MOOV, Arquitectos Anónimos, Kaputt!, AUZprojekt, TOSCA.lab, João Maria Gusmão e Pedro Paiva, Catarina Botelho, Evento 2009 arqa 77 • Produções Efémeras REX, AMO*OMA, LOT-EK, SANAA, Baixa Atelier, wuda*, dass, raumlaborberlin, Recetas Urbanas, Adriano C. Domingues, Arne Quinze, Pedrita, Christo e Jeanne-Claude, Nuno Ramalho & Renato Ferrão, Walkshop, Ternullomelo arqa 78|79 • Práticas Sustentáveis Steven Holl, Renzo Piano, Lacaton & Vassal, José María Sánchez García, Diébédo Francis Kéré, Ateliermob, 2012 Architecten, Triptyque, Carlos Castanheira, Michael Rakowitz, Kacey Wong, Hannah Starkey, João Serra, Armadilha Solar, Universidade Lusófona arqa 80|81 • Mercados Criativos Souto Moura, Herzog & de Meuron, equipo4d, Aires Mateus, Barbosa & Guimarães, WOHA, Nuno Brandão Costa, Thomas Heatherwick, Neil Leach, Bolon, Rineke Dijkstra, João Urbano, Arquitectura Acessível, Extrastudio arqa 82|83 • Acções Patrimoniais Atelier15, Carrilho da Graça, João Mendes Ribeiro + Cristina Guedes, C. Rebelo, P. T. Pimentel + S. F. Barbosa, Alberto Campo Baeza, Li Xiaodong, MAD, Knerer und Lang, Reiulf Ramstad, Xavier Costa, Marcel Wanders, José Maçãs de Carvalho, Sandro Resende, Os Espacialistas, Dass arqa 84|85 • GERAÇÃO Z #2 Plano B, José Pedro Sousa, Extrastudio, Atelier Data, Catarina Pestana, Manuel Santos Maia, Pedro Barateiro, Once Upon a Place, Projecto Pluridisciplinar 97 arqa 86|87 • Trienal de Arquitectura Bak Gordon, Andrés Jaque, Tham & Videgård, Bevk Perović, HŠH architekti,

Influências Ficcionais

GERAÇÃO Z #3

Inserções Infra-estruturais

96|97

Nov|Dez 2011 |��11,00

Embaixada Ateliermob Dass Blaanc

Ano XII – Janeiro|Fevereiro 2012 �11,00 (continente) – �16,00 Espanha

Keller Easterling Katrina Stoll Kelly Shannon Mason White Neyran Turan Jesse LeCavalier Laurent Gutierrez + Valerie Portefaix

ARQUITECTURA E ARTE

arqa

Juhani Pallasmaa Nada se leva António Olaio Alfredo Jaar

Guedes Decampos 51N4E Ricardo Bak Gordon ECDM Guilherme Machado Vaz Assemble

Ano XII – Novembro|Dezembro 2011 �11,00 (continente) – �16,00 Espanha

Jorge Mario Jáuregui Alexandre Cafcalas, Patricio Mardones Hiche Fernando Diez Mario Ballesteros Ariadna Cantis Juan-Pablo Corvalan, Alfredo Brillembourg + Hubert Klumpner Louise Ganz Ángela Bonadies + Juan José Olavarría

Set|Out 2011 |��11,00

Jürgen Mayer H. Zaha Hadid

arqa

Urban-Think Tank

ARQUITECTURA E ARTE

GERAÇÃO Z #3

Grupo SP Isay Weinfeld Marcio Kogan Cadaval & Solà-Morales Husos

Ano XII – Setembro|Outubro 2011 �11,00 (continente) – �16,00 Espanha

Contrastes Sul-americanos

94|95

|��11,00 Jul|Ago 2011 |��11,00 Jul|Ago

Fernando Romero Paulo Mendes da Rocha

Inserções Infra-estruturais

Basic Initiative Pedro Amaral Nuno Cera

Ano XII – Julho|Agosto 2011 �11,00 (continente) – �16,00 Espanha

Philipp Oswalt Álvaro Domingues Gabriela Vaz Pinheiro Michael Collins

� � � � �

� ������

ISSN: 1647- 077X

Inês Lobo Pedra Líquida LIN Köebberling & Kaltwasser Atelier van Lieshout

ARQUITECTURA E ARTE

arqa

Nuno Portas • Maria Manuel Oliveira • Malcolm Miles • Markus Miessen Andres Lepik • Markus Bader • Santiago Cirugeda • Jonathan Hill

Mai|Jun 2011 |��11,00

Snøhetta Irisarri + Piñera ecosistema urbano Carrilho da Graça

Contrastes Sul-americanos

Ano XII – Maio|Junho 2011 �11,00 (continente) – �16,00 Espanha

Inês Lobo • Louro + Prudêncio + Ferreira + João

ARQUITECTURA E ARTE

arqa

Reabilitações Urbanas

Dorte Mandrup • Karo* • AAA raumlaborberlin • Recetas Urbanas

0 0 0 9 0

5 601073

Mar|Abr 2011 |��11,00

Herzog & de Meuron • BIG

Reabilitações Urbanas

ARQUITECTURA E ARTE

arqa

Ano XI – Março|Abril 2011 �11,00 (continente) – �16,00 Espanha

arqa

arqa90 91 arqa92 93 arqa94 95 arqa96 97 arqa98 99 arqa100

Experiências Participativas

Experiências Participativas

ISSN: 1647- 077X

ARQUITETURA E ARTE

Jan|Fev 2012 |��11,00

Influências Ficcionais

Peter Zumthor

Ensamble Studio R&Sie(n) Philippe Rahm BIG John Körmeling Tham & Videgård Jorge Figueira Bernardo Rodrigues Pedro Gadanho Jane Rendell Jonathan Charley Neil Spiller Wes Jones Jimenez Lai Filip Dujardin Os Espacialistas

100

� � � � �

� ������

������

ISSN: 1647- 077X

Suppose Design Office, SPBR, Pezo von Ellrichausen, Supersudaka, José Mateus, Delfim Sardo, Peter Cook, Kenneth Frampton, Miguel Arruda, Carlos Bunga, Nuno Cera arqa 88|89 • Ambientes Formativos SANAA, aNC, Sousa Santos, Frederico Valsassina, Baupiloten, njiric+, Tezuka, Helen & Hard, PT Bambu, GERAÇÃO Z #2, WAF, Andrew Ballantyne, RawEdges, Fernando José Pereira, Bruno Pelletier Sequeira, Matéria Sensível, André Campos+Joana Mendes arqa 90|91 • Experiências Participativas Herzog & de Meuron, BIG, Dorte Mandrup, Karo*, AAA, raumlaborberlin, Recetas Urbanas, Inês Lobo, Louro+ Prudêncio+Ferreira+João, Cedric Price, Nicolas Bourriaud, Teresa Carneiro, Super Nature, Contentores, Connecting Stockholm-Urbanouveau arqa 92|93 • Reabilitações Urbanas Snøhetta, Irisarri+Piñera, ecosistema urbano, Carrilho da Graça, Inês Lobo Pedra Líquida, LIN, Köebberling & Kaltwasser, Atelier van Lieshout, Philipp Oswalt, Álvaro Domingues, Gabriela Vaz Pinheiro, Michael Collins, Basic Initiative, Pedro Amaral, Nuno Cera, Pré-Existências Recicladas, Embaixada arqa 94|95 • Contrastes Sul-Americanos Fernando Romero, Mendes da Rocha, Grupo SP, Isay Weinfeld, Marcio Kogan Cadaval & Solà-Morales, Husos, Urban Think-Tank, Juhani Pallasmaa, Nada se leva, António Olaio, Alfredo Jaar, Vazio S/A, blaanc arqa 96|97 • Inserções Infra-estruturais Jürgen Mayer H., Zaha Hadid, Guedes Decampos, 51N4E, Bak Gordon ECDM, G. Machado Vaz, Assemble, Paolo Deganello, Dror Benshetrit, Ângela Ferreira, Pedro Portugal, FOR-A arqa 98|99 • Geração Z #3 Embaixada, Ateliermob, Dass, Blaanc, Joseph Grima, Hans-Ulrich Obrist, Jonathan Olivares, Rita Castro Neves, Duarte Amaral Netto, Utilitas Interrupta, Metagenix arqa 100 • Influências Ficcionais Ensamble Studio, R&Sie(n), Philippe Rahm, BIG, John Körmeling, Tham & Videgård, Jorge Figueira, Bernardo Rodrigues, Pedro Gadanho, Peter Zumthor, Bouroullec Brothers, Pedro Cabral Santo, Nuno Sousa Vieira, Filip Dujardin, Os Espacialistas arqa 101 • Persistências Rurais Kazuyo Sejima, Barozzi Veiga, Guedes+Decampos, Aires Mateus, Carlos Quintáns, de vylder vinck taillieu, Pedro Maurício Borges, Opéra Pagaï, Patrick Schols, Pedro Loureiro, Luís Costa, Álvaro Domingues, Guimarães 2012 •••

Portugal Turístico


Com a sua assinatura oferta da edição Contrastes Sul-americanos em CD

* Válido para assinaturas novas e renovações ** Se já tiver esta edição, poderá optar por outra disponível, anterior a 2010

Nome

Email

Morada para envio

Tel

Cód Postal

Profissão

Fax Data de Nascimento

Nº Assin.

Assino a revista

por um período de um ano (menos 15%, portes incluídos)

Assino a revista

estudante* por um período de um ano (menos 35%, portes incluídos) * Junto com o meu pedido de assinatura envio uma fotocópia/digitalização do cartão de estudante

€56 €43

€ 110 Europa

€ 126 Outros Continentes

ONLINE: Envio de ficha e comprovativo de pagamento para: raquel.caetano@revarqa.com • Conta Futurmagazine, NIB 0019 0042 0020 0004 4300 5 A partir do nº inclusive VIA CTT: Envio de ficha e cheque (à ordem de Futurmagazine) para a morada: Futurmagazine – Business Center Vila Flor – R. Alfredo Guisado, 39 – 1500-030 Lisboa • Tel 217 703 000 (geral) - 217 783 504/05 (direto) • Fax 217 742 030 - futurmagazine@gmail.com - www.revarqa.com



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.