Mobilidades Expandidas Ano XIV – novembro|dezembro 2014 E11,00 (continente) – 2 600 Kwanzas (Angola)
arqa
arqa116 ARQUITETURA E ARTE
Mobilidades Expandidas Foster + Partners Dietmar Feichtinger Mcdowell + Benedetti Falcão de Campos Miguel Figueira Mackow Pracownia NL Architects Miguel Arruda MXTstudio KWK Promes Ole B. Jensen Carlo Ratti Wulf-Holger Arndt Arijit Sen Marcel Smets Gregers Tang Thomsen Susan Claris Bruno Moser BUSstop Krumbach Unknown Fields
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013727
ISSN: 1647- 077X
nov.|dez. 2014 | E11,00
Propriedade:
R. Alfredo Guisado, 39 – 1500-030 LISBOA Telefone: 217 703 000 (geral) 217 783 504/05 (diretos) Fax: 217 742 030 futurmagazine@gmail.com
ÍNDICE
matérias Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos autores
Diretor Geral Edmundo Tenreiro etenreiro@revarqa.com
arqa
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arte
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MIGUEL FIGUEIRA – Percurso Pedonal Assitido Montemor-o-Velho Foto capa: Márcio Oliveira
Diretor Luís Santiago Baptista lsbaptista@revarqa.com
Angola
Redação Paula Melâneo (Coordenação) apmelaneo@gmail.com Baptista-Bastos (Opinião), Bárbara Coutinho (Design), Carla Carbone (Design), David Santos (Artes), Margarida Ventosa (Geração Z) Mário Chaves (Livros), Nádia R. Bento (Tradução), Sandra Vieira Jürgens (Artes)
Info – Boletim Informativo da Ordem dos Arquitetos de Angola (0A)
News Atualidades e agenda
Editorial Luís Santiago Baptista – Mobilidades Expandidas
Entrevistas
Paginação e Imagem Nuno Silva Bruno Marcelino (desenhos)
Perspetivas Críticas – Ole B. Jensen, Wulf-Holger Arndt, Arijit Sen, Marcel Smets, Carlo Ratti, Susan Claris, Bruno Moser, Gregers Tang Thomsen
Edição Digital Ricardo Cardoso
011 013 016
Projetos
Comunicação e Marketing Maria Rodrigues (Diretora) – mrodrigues@revarqa.com Carmen Figueiredo – cfigueiredo@revarqa.com Publicidade – PORTUGAL Tel. +351 217 783 504 Fax +351 217 742 030 futurmagazine@gmail.com cfigueiredo@revarqa.com ANGOLA Parceria Futurmagazine – NAMK, Lda. Rua Major Marcelino Dias, nº 7 - 1º andar-D Bairro do Maculusso, Distrito da Ingombota, Província de Luanda namk-limitada@hotmail.com Tel. +244 222 013 232 Publicidade – BRASIL Jorge S. Silva Tel. +55 48 3237 - 9201 Cel. +55 48 9967 - 4699 jssilva@matrix.com.br
Biografias Foster+Partners – Aeroporto Internacional Queen Alia, Amã Dietmar Feichtinger – Passagem, ponte e aterro “The jetty” para Mont-Saint-Michel Mcdowell + Benedetti – Ponte Scale Lane no rio Hull, Kingston-upon-Hull Falcão de Campos – Percurso Pedonal Assistido da Baixa ao Castelo de São Jorge, Lisboa Miguel Figueira – Percurso Pedonal Assistido de Montemor-o-Velho Mackow Pracownia – Estação integrada de comboio e elétrico, Wroclaw NL Architects – Estação de Comboios Barneveld Noord Miguel Arruda – Ponte Pedonal Malvarosa, Alverca MXTstudio – Ponte Superior Pedonal Forte da Casa, Vila-Franca-de-Xira KWK Promes – Casa Auto-Family, Polónia Central Investigações
030 032 040 048 056 064 072 078 084 090 096
Miguel Eufrásia – Think Locally, Act Globally
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Fotografia Fernando Guerra – FG+SG: Metro do Porto
Dossier
Impressão Jorge Fernandes, Lda. Rua Quinta Conde de Mascarenhas, 9 2825-259 Charneca Caparica
BUSstop Krumbach Unknown Fields
Livros
Distribuição Logista Portugal Área Ind. Passil, lt 1-A, Palhavã 2894-002 Alcochete
Mário Chaves
Artes Sandra Vieira Jürgens – Colapsos e alvos em movimento
Design
Tiragem 10.000 Exemplares
Carla Carbone – Mickael Boulay: Design para a inclusão
News Maketing
Periodicidade Bimestral ISSN: 1647- 077X ICS: 124055 Depósito Legal: 151722/00
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Materiais fornecidos pelas marcas Apoio:
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II N F O NFO
Boletim Boletim da da Ordem Ordem dos dos Arquitectos Arquitectos de de Angola, Angola, Conselho Conselho Nacional Nacional –– Ano Ano IIIIIIIII--––Nº Nº 3312 ––14janeiro|fevereiro janeiro|fevereiro 2013 2013 2014 Nº 12 –––julho|agosto julho|agosto 2014 2014 –Nº Nº Novembro|Dezembro Boletim da Ordem dos Arquitectos de Angola, Conselho Nacional – Ano I - Nº 3 – janeiro|fevereiro 2013
Eventos Eventos realizados realizados II II Fórum Fórum Internacional Internacional de de Arquitectura Arquitectura Arquitectura e Actualidade Agenda Agenda
O HOMEM O programa Ee aOadequação TERRITÓRIO
Eventos realizados
oo território. território.As As prelecções prelecções obedeceram obedeceram àà seguinte seguinte ordem ordem temática: temática: 1. 1. Acessibilidade Acessibilidade “to “to be be or or not not to to be” be” Dra. Dra. Águeda Águeda Gomes Gomes (Angola) (Angola) 2. 2. Plano Plano Director Director de de Luanda Luanda Arq. Arq. Hélder Hélder José José (Angola) (Angola) Ordem dos Arquitectos Ordemser dosfeito Arquitectos deverá deverá ser feito um um balanço balanço 3. 3. Plano Plano de de Reconversão Reconversão Urbana Urbana do do Cazenga, Cazenga, A A cidade cidade portuária portuária do doevento Lobito Lobito acolheu acolheu com com êxito, êxito, de Angola. demandato Angola. Neste do do mandato que que agora agora Sambizanga Sambizanga e e Rangel Rangel de de 5deverá 5 aa 99 de deser Junho Junho do do ano ano corrente, corrente, o o II II Fórum Fórum feito um balanço termina. termina. de Internacional Internacional de Arquitectura Arquitectura 50ª Reunião Reunião Arq. Arq. Ilídio Ilídio Daio Daio (Angola) (Angola) doVity mandato que agora ee aa 50ª Por Claude Nsalambi do do Conselho Conselho da da União União Africana Africana de deArquitectos. Arquitectos. 4. 4.Projecto Projectode deReabilitação ReabilitaçãoeeRestauração Restauraçãodo do termina. REALIZOU-SE REALIZOU-SE DE DE 88 A A 12 12 DE DE DEZEMBRO, DEZEMBRO, EM EM ABIDJAN, ABIDJAN, COSTA COSTA DO DOdo MARFIM, MARFIM, aa 39ª 39ª reunião reunião do do Conselho Conselho O O evento evento contou contou com com aa presença presença de de arquitectos arquitectos Conjunto Conjunto do Património Património Industrial Industrial --Central Central Térmica Térmica da da União União Africana Africana de de Arquitectos Arquitectos (AUA) (AUA) e e o o encontro encontro de de Desenvolvimento Desenvolvimento Profissional Profissional Contínuo Contínuo (CPD). (CPD). Este Este vindos vindos do do Brasil, Brasil, Cabo-Verde, Cabo-Verde, Quénia, Quénia, Uganda, de de Ferro Ferro da da MSP, MSP, Ponferrada, Ponferrada, León León Espanha Espanha O crescimento das comunidades é umaUganda, constante REALIZOU-SE DE 8 A 12 DE DEZEMBRO, EM ABIDJAN, COSTA DO MARFIM, a 39ª reunião do Conselho Egipto, Egipto, Portugal, Portugal,variação. Sudão, Sudão, República República Democrática Democrática Arqta. Arqta. Carolina Carolina Martinez Martinez (Espanha) (Espanha) último, último, foi foi uma uma organização organização conjunta conjunta entre entre a a AUA AUA e e a a UIA UIA (União (União Internacional Internacional de de Arquitectos). Arquitectos). Na Na reunião reunião em permanente da União Africana de Arquitectos (AUA) e o encontro de Desenvolvimento Profissional Contínuo (CPD). Este do do Congo, Congo, Ruanda, Ruanda, África África do do Sul, Sul,das Zimbabué, Zimbabué, 5. 5. O OInternacional Ordenamento Ordenamento do Território Território do do Conselho Conselho da daorganização AUA AUA foram foram aprovadas aprovadas varias varias resoluções resoluções concernentes aa organização organização interna interna da daNa União. União. A dinâmica do desenvolvimento comunidades último, foi uma conjunta entre a AUA e a UIAconcernentes (União dedo Arquitectos). reunião Tanzânia, Tanzânia, Nigéria, Tunísia, Tunísia, República República doNo Congo, Congo, Arq. Arq.António António Gameiro Gameiro (Angola) (Angola) No encontro encontro do do CPD, foram foramaprovadas feitas feitas apresentações apresentações de de trabalhos trabalhos desenvolvidos desenvolvidos por por grupos grupos de de arquitetos arquitetos reflecte-seNigéria, em todas as esferas da vidado do Conselho daCPD, AUA foram varias resoluções concernentes a organização interna da União. bem bem como como arquitectos arquitectos de de Angola. Angola. 6. 6.desenvolvidos Projecto Projectourbana de de Construção Construção da da Mediateca Mediateca de ivoariences, ivoariences, em parceria parceria com comfeitas oo governo governo de de Abidjan, Abidjan, sobre requalificação requalificação urbana de zonas zonas degradadas. degradadas. •• No encontroem do CPD, foram apresentações desobre trabalhos porde grupos de arquitetos de quotidiana, e remete para as diferentes áreas As As fortes fortes pressões pressões políticas políticas ee sociais, sociais, oo ivoariences, em parceria com o governo de Abidjan, sobre requalificação Luanda Luanda urbana de zonas degradadas. • do saber, o desafio de uma resposta proactiva acentuado acentuado crescimento crescimento demográfico, demográfico, aa Arq. Arq.Alexandre Alexandre Icaia Icaia (Angola) (Angola) e enérgica, face aos novos e cada vez mais consequente consequente expansão expansão desordenada desordenada das das cidades cidades 7. 7. De De Museke Museke às às Centralidades. Centralidades. Como Como e necessidades. AsOpinião Opinião eediversificados os os diferentes diferentesanseios fenómenos fenómenos naturais naturais resultam resultam Construir Construir aa História História de de Angola Angola com com Betão Betão Opinião respostas deverão,do sempre que possível, a na na transformação transformação do território território como como se se de deter uma uma Antropólogo, Antropólogo, Patrício Patrício Batsikama Batsikama (Angola) (Angola) 90, 90, verificou-se verificou-se como como um um período período de de estagnação estagnação FALAR FALAR DE DE LUANDA LUANDA éé também também falar falar dos dos ciênciaindelével - conjunto conhecimentos, princípios, marca marca indelével se sede tratasse. tratasse. Daí Daí aa necessidade necessidade Ainda Ainda no nocomo evento, evento, Comissão Comissão Instaladora do 90, verificou-se umaaperíodo deInstaladora estagnaçãodo FALAR DE LUANDA é também falar dos no no crescimento crescimento da da cidade cidade de de “betão”, “betão”, mas mas também também musseques, musseques, assim assim como como os os “Slums” “Slums” em em Londres Londres valores acumulados ao longo do de de dotar dotareaahabilidades, actividade actividade humana humana de de estratégias estratégias ee DOCOMOMO DOCOMOMO -- ANGOLA, ANGOLA, fez fez uma uma exposição exposição no crescimento da cidade de “betão”, mas também musseques, assim como os “Slums” em Londres foi foi nesse nesse mesmo mesmo período período que que se se registou registou oo fenómeno fenómeno ou ou em em Nova Nova Iorque, Iorque, os os “bidonvilles” “bidonvilles” em em Paris, Paris, recursos recursos que que permitam permitam utilização utilização sustentável sustentável ee sobre sobremesmo oo Cine Cineperíodo -- Esplanada Esplanada Flamingo, Flamingo, situado na na tempo - como base; ouaaseja, assumir queouseem trata foi nesse que se registousituado o fenómeno Nova Iorque, os “bidonvilles” em Paris, de de migração migração do do interior interior para para a a capital capital (cidade (cidade de de as as “favelas” “favelas” no no rio rio de de Janeiro, Janeiro, os os “bustees” “bustees” em em aade preservação preservação deste deste «património «património comum», comum», cidade cidade do do Lobito. de migração doLobito. interior para a capital (cidade de as “favelas” no rio de Janeiro, os “bustees” em um “problema científico”. Luanda). Luanda). O O “Boom” “Boom” das das construções construções desordenadas desordenadas Calcutá, Calcutá, as as “villas “villas de de misérias” misérias” em em Buenos BuenosAires, Aires, Luanda). O “Boom” das construções desordenadas Como consequência do crescimento da Calcutá, as “villas de misérias” em Buenos Aires, começava começava a a uma uma velocidade velocidade descontrolada descontrolada e, hoje, hoje, ou ou os os “bairros “bairros de de caniços” caniços” em em Lourenço Lourenço Marques, Marques, começava a uma velocidade descontrolada e, e, hoje, ou os “bairros de caniços” em Lourenço Marques, população, variação das suas características, 22 2DE DEMARCO MARCO 2013 2013 DE MARCO 2013 espelha espelha oo o mosaico mosaico ee e aa a diversidade diversidade da da nova nova estrutura estrutura pois pois espelham espelham as as assimetrias assimetrias da da evolução evolução social. social. espelha mosaico diversidade da nova estrutura pois espelham as assimetrias da evolução social. Opinião Opinião surgimento de novos hábitos, usos e formas de Terceiras Terceiras Eleições Eleições Terceiras Eleições urbana urbana que que Luanda Luanda apresenta. apresenta. Com Com os os seus seus 437 437 anos anos de de existência, existência, Luanda Luanda urbana que Luanda apresenta. Com os seus 437 anos de existência, Luanda utilização da interacção, Gerais da Ordem dos Geraisdos daespaços, Ordemresultantes dos Existem de Existem alguns alguns planos planos de de urbanização urbanização que que estão estão de hoje hoje éé oo palco palco das das atenções atenções de de arquitetos, arquitetos, cada vez maior entre de processos Arquitectos de Angola. Arquitectos depovos, Angola. a ser implementados para aliviar a pressão urbana sociólogos e antropólogos, pois apresenta a ser implementados para aliviar a pressão urbana sociólogos e antropólogos, pois apresenta a ser implementados para aliviar a pressão urbana sociólogos e antropólogos, pois apresenta Nestas eleições eleições deverá ser socioeconómicos dedeverá “invasão-sucessão”, e Nestas ser deverá Por PorNestas M. M.Arq. Arq.eleições Amélia Amélia Gay Gay ser que cidade vive. Ainda bem que existem estes características únicas onde se verificam novas que características queaaacidade cidadevive. vive.Ainda Aindabem bemque queexistem existemestes estes característicasúnicas únicasonde ondese severificam verificamnovas novas eleito próximo Presidente daseleito inovações da técnica e tecnologia; tornaeleito oo o próximo próximo Presidente Presidente planos mas, não querendo ser pessimista, perguntodinâmicas sociais, culturais e económicas. Se planos planos mas, mas, não não querendo querendo ser ser pessimista, pessimista, perguntoperguntodinâmicas dinâmicas sociais, sociais, culturais culturais e e económicas. económicas. Se Se antiquados, antiquados, ainda ainda praticados praticados nas nas nossas nossas aspecto aspecto técnico técnico do do projecto projecto como como a a vertente vertente Metodologia Metodologia de de ensino, ensino, tecnologia tecnologia e e recursos recursos do Conselho Nacional, em marcante peça se arquitectónica que “a brinda a cidade ampliaçãodaem curso.era Trata-se de no um edifício de -me se se do imperiosa a actualização dos programas de do Conselho Conselho Nacional, Nacional, em em uma cidade faz com planos retalho” até 1940 expansão cidade lenta, foi escolas escolas de de arquitectura. arquitectura. Ainda Ainda temos temos 60 60 alunos alunos ambiental ambientalda ee humana. humana. didácticos, didácticos, implementação implementação de de estágios, estágios,até -me -me se se uma uma cidade cidade se se faz faz com com planos planos “a “a retalho” retalho” até 1940 1940 aa a expansão expansão da cidade cidade era era lenta, lenta, foi foi no no substituição do arq. Antonio e marca a paisagem. referência obrigatória no contexto local, tanto funções e a adequação dos espaços, para que substituição substituição do do arq. arq. Antonio Antonio como tenho verificado por exemplo com o plano do período da 2º guerra mundial onde se verificou o ou ou mais mais por por instrutor, instrutor, nalguns nalguns estúdios estúdios das das Numa Numa era era tecnológica tecnológica como como a a nossa, nossa, o o participação participação em em projectos projectos tanto tanto públicos públicos como como como como tenho tenho verificado verificado por por exemplo exemplo com com oo plano plano do do período período da da 2º 2º guerra guerra mundial mundial onde onde se se verificou verificou oo Gameiro, bem como do A necessidade de ampliação da edificação, pela função, como pela expressão arquitectónica as Gameiro, edificações nãocomo caiam em desuso e semaior tornem Gameiro, bem bem como do escolas escolas de de arquitectura arquitectura pelo pelo país, país, quando quando ensino ensino dacidade arquitectura arquitectura deve deve estar estar formatado formatado Cazenga, privados… privados… Apenas Apenas citei citeido alguns alguns elementos elementos que quecrescimento Sambizanga, Zango, entre outros, ou se da com uma arquitetura Cazenga, Cazenga, Sambizanga, Sambizanga, Zango, Zango, entre entre outros, outros, ou ou se se maior maior crescimento crescimento da da cidade cidade com com uma uma arquitetura arquitetura Presidente do Conselho aapara razão razão devia devia ser ser de de aproximadamente aproximadamente acolher funções, ou todo, aumentar nasum já particular. registos,ao amoderno, construção teve se deve obsoletas. para para evoluir evoluirSegundo paralelamente paralelamente ao desenvolvimento desenvolvimento Presidente Presidente do dopara Conselho Conselho podem podem contribuir contribuir para aa melhoria melhoria da da formação formação pensar a mais cidade como um criando fortemente caracterizada pelo movimento provincial de Luanda, se se deve deve pensar pensar anão cidade cidade como como um um todo, todo, criando criando um um fortemente fortemente caracterizada caracterizada pelo pelo movimento movimento moderno, moderno, 1:20. 1:20. Assim Assimacomeça não se seaensina ensina nem nem se aprende aprende arquitectónico. arquitectónico. Os Os estudantes estudantes de dechegou arquitectura do do arquitecto, arquitecto, para para que que esteja esteja preparado preparado existentes, dar lugar a se uma faltaonde de início em 1967, para simbolizar aarquitectura passagem porplano Inúmeros sãode os exemplos a referenciar. já, provincial provincial de Luanda, Luanda, estratégico de crescimento sustentável, aPara arquitetura “Corbusiana”. Esse movimento o arq. Helvecio daaaCunha. plano plano estratégico estratégico de de crescimento crescimento sustentável, sustentável, onde onde a arquitetura arquiteturadevem “Corbusiana”. “Corbusiana”. Esse Esse movimento movimento chegou chegou arquitectura. arquitectura. Porque Porque éé que que não não há há acesso acesso devem estar estar preparados para para criar criar projectos projectos aainteressa enfrentar enfrentar desafios desafios nível nível nacional e aa entre novo, ou seja, quemharmonia sai a ganhar éoaexistente cidade e eoso seus utilizadores. Benguela da preparados Imagem peregrina de Nossa Senhora mostrar oda caso da nacional Igreja Sé eCatedral Luanda pelas mãos de arquitetos talentosos oA o arq. arq. Helvecio Helvecio da Cunha. Cunha. convocatória para os dois aos aos estúdios estúdios 24/24h 24/24h ee porque porque não não equipar equipar as as excelentes excelentes tanto tanto para para meios meios rurais rurais como como internacional. internacional. quem quem sai sai a a ganhar ganhar é é a a cidade cidade e e os os seus seus utilizadores. utilizadores. ada a Luanda Luanda pelas pelas mãos mãos de de arquitetos arquitetos talentosos talentosos pensar Luanda é um exercício muito Vasco Vieira Costa, Castro a falta de diálogo entre as duas “linguagens de Fátima, aporque 13 da denão Outubro de 1947. Com a Na verdade, Nossa Senhora depara Fátima, localizada na Ruaépoca como A Aconvocatória convocatória para os os dois nossas nossas escolas escolas com com salas salas de de computadores computadores eventos foi feita a outro 17 dedois urbanos. urbanos. E E porque não projectar projectar para para o o mundo? mundo? Tal Tal como como qualquer qualquer outro ramo ramo de de estudo, estudo, Na Na verdade, verdade, pensar pensar Luanda Luanda éé um um exercício exercíciopela muito muito da da época época como como Vasco Vasco Vieira Vieirade da daCarvalho Costa, Costa, Castro Castro e ao mesmo tempo apaixonante sua Rodrigues, Fernão entre arquitectónicas”. Será esta a melhor resposta instabilidade resultante daarquitectos luta de outros. libertação Antóniofoi Agostinho Neto, noestá coração eventos eventos foi aa 17 17 de deque que que tenham tenham programas programas arquitectónicos arquitectónicos Para ParaSimões podermos podermos formar formar arquitectos capazes capazes complexo aaDr. arquitectura arquitectura éfeita éfeita uma uma área área que está em em do Janeiro, pelo atual Presidente complexo complexo e e ao ao mesmo mesmo tempo tempo apaixonante apaixonante pela pela sua sua Rodrigues, Rodrigues, Fernão Fernão Simões Simões de deoCarvalho Carvalho entre entre outros. outros. diversidade cultural e social e nunca terá o consenso Foi um período notável, onde urbanismo e a própria instalados? instalados? a este processo de dinâmica social? nacional, a construção sofreu algumas paragens. município de Benguela, em Benguela; quede de de competir competir a a nível nível internacional, internacional, devemos devemos Janeiro, Janeiro, pelo pelo atual atual Presidente Presidente constante constante desenvolvimento. desenvolvimento. Os Os métodos métodos de da Ordem. diversidade diversidade cultural cultural e e social social e e nunca nunca terá terá o o consenso consenso Foi Foi um um período período notável, notável, onde onde o o urbanismo urbanismo e e a a própria própria de todos os que pensam nela. • arquitetura ainda hoje têm algo a dizer à cidade. A A nossa nossa preocupação preocupação devia devia ser ser de de formar formar começar seguir seguir padrões padrões internacionais de de conceitualização conceitualização ee criação criação de denão um umpela edifício edifício A imponência da Obra existente e a Contudo,aaapós trabalhos deinternacionais construção faseada mereceu a especial atenção, imponência começar da da Ordem. Ordem. de de todos todos os os que que pensam pensam nela. nela. •quantidade. • Mesquita, Arquiteto arquitetura arquitetura ainda ainda hoje têm têm algo algo aa dizer dizer à à cidade. cidade. Jaime entrehoje finais dos anos fins dos métodos anos com com qualidade qualidade ee não não em emse quantidade. ensino ee desfazermo-nos desfazermo-nos de de alguns alguns métodos passam passam por processos processos que queaos envolvem envolvem tanto tanto descaracterização a que assiste, merecem feitos de um tempo a 70 estaaté parte, tem-se hoje a inegável,por mas sim, devido trabalhos deOooperíodoensino
99Agenda DE DEFEVEREIRO FEVEREIRO2013 2013
OAA OAA –– A A Terceira Terceira 9 DE FEVEREIRO 2013 Assembleia Assembleia Geral Geral da da OAA Terceira OAA –– A A Terceira Ordem Ordem dos dos Arquitectos Arquitectos Assembleia Geral da Assembleia Geral da de de Angola. Angola. Neste Neste evento evento
de espaços
‘Delirious ‘Delirious in in Luanda’ Luanda’
Formar arquitectos para Angola e para o mundo
CC
O O período período entre entre finais finais dos dos anos anos 70 70 até até fins fins dos dos anos anos
Jaime Jaime Mesquita, Mesquita,Arquiteto Arquiteto
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CONCURBA, 2ª EDIÇÃO
Estatuto
A Rotunda do Africano, no Lobito, é o tema para a segunda edição do Concurso Urbano de Arquitectura
ARTIGO 3.º (Atribuições) Artigo 56° (Participação pela administração pública e outras entidades) 1. A administração pública e quaisquer autoridades devem dar conhecimento a Ordem dos Arquitectos da prática por arquitectos ou urbanistas de factos susceptíveis de constituírem infracção disciplinar. 2. O Ministério público e as entidades com poderes de investigação criminal ou policial devem remeter a Ordem dos Arquitectos certidão das participações apresentadas contra arquitectos e urbanistas.
D
epois do Parque dos Namorados, no Kuanza Sul, a Rotunda do Africano foi apresentada no segundo Fórum Internacional de Arquitectura como sendo o tema da segunda edição do Concurso Urbano de Arquitectura. Bem situada na convergência entre o acesso de e para Luanda, bem como de e para Benguela, no
caso de ser Lobito o destino; é local de conflitos em horas de ponta e não só, provocando grandes transtornos à circulação rodoviária. O choque do cruzamento com a linha férrea, o surgimento de um comércio informal e a necessidade de se colocar travessias para peões, faz deste local um desafio para os participantes.
a reflexão e a advocacia de todos. As intervenções ‘Faça o melhor devem estar revestidas de tamanha responsabilidade, CENAS DO QUOTIDIANO DO LOBITO no sentido de salvaguardar aquilo que pode ser, que puder. Seja eventualmente, património histórico-cultural, parte a o Conquistaram melhor que da herança colectiva, bem como, os direitos de autoria e de propriedade intelectual. Para tal, torna-se paisagem urbana como puder. O resultado urgente o investimento cada vez maior na formação uma marca que não na pesquisa e na divulgação da importância virá nadespercebida, mesma os integral, passa da história das cidades e suas edificações, tendo em moto – táxis, vulgarmente proporção de seu vista a sustentabilidade a todos os níveis. Assim, com chamados de kupapatas, algum cuidado, será possível entender o que deveesforço’ se manter, o que não deve ou não manter-se, como
disputam Ghandi
Ordem dos Arquitectos de Angola
Rua Aníbal de Melo, nº 109, 1º andar Vila Alice, Luanda Tel. +244 926 975 502 geral@arquitectos-angola.org
programas funcionais e adequação dos espaços será, igualmente, a melhor possível. Aos arquitectos, fica a reflexão quanto ao seu papel perante as comunidades. Que não se apresentem como meros “reprodutores” de espaços e de soluções descontextualizadas ou, ainda, como simples observadores perplexos e passivos. Não despidas de responsabilidades estarão as Instituições que velam pelo Licenciamento e Fiscalização de Legalidade na execução de Obras, que deverão salvaguardar a qualidade das edificações, para o bem comum, e fazer cumprir os diplomas legais e normas do bem construir.
no território um manter e, com certeza, a resposta aos ajustes dos lugar na movimentação Legislação da economiaARTIGO local.38.º a) A demissão ou suspensão nos termos do artigo 80.º (Exercício da em território nacional) cancela o direito ou uso do título e a prática dos actos Possuem a profissão vantagem práticos dos actos próprios da profissão de arquitecto de 1. Sópenetrar os arquitectos eem urbanistas com inscrição em vigor ou de urbanista, nos termos do presente estatuto. na Ordem dos Arquitectos podem, em todo o território 3. Os actos próprios da profissão de arquitecto ou de zonas ondea qualquer os táxis nacional e perante instância, autoridade ou urbanista materializam-se em estudos, projectos, planos entidade pública ou privada, usar o título profissional de e actividades de consultoria, gestão direcção de obras, convencionais não arquitecto ou de urbanista e praticar actos próprios da planificação, coordenação, nos termos descritos neste profissão; número, implicando uma responsablidade de natureza alcançam e permitem 2. É considerado uso individo do título profissional de pública e social. arquitecto ou de urbanista e como a) O dominio da arquitectura reporta-se a edificação, ao maior mobilidade emtal punivel criminalmente, a sua utilização por quem não esteja resgistado urbanismo, a concepção e desenho do quadro espacial todo odos território. na Ordem Arquitectos; de vida da população, visando a integração harmoniosa
das actividades humanas no território, a valorização do património construído e do ambiente. 4. A intervação do arquitecto ou do urbanista é obrigatória na elaboração ou avaliação dos projectos de arquitectura e dos planos urbanisticos e de ordenamento do território.
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Projecto Nova Vida Rua 50 • edifício 106, 3º andar, apto 3.2 • Luanda - Angola Telf. +244 923 609 573 • +244 921 548 455 pranchetalda@hotmail.com
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atualidades
Paula Melâneo
Exposição sobre o SAAL em Serralves Processo SAAL: Arquitetura e Participação 1974-1976 é o nome da exposição apresentada, desde 1 de novembro no Museu de Serralves, comissariada por Delfim Sardo, Diretor Artístico da Trienal de Arquitetura de Lisboa de 2010 e com a consultoria científica de José António Bandeirinha. Apontada como a primeira grande exposição dedicada ao SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local), um projeto arquitetónico e político, pioneiro na Europa do seu tempo, criado poucos meses depois do 25 de Abril de 1974. Centra-se em 10 projetos exemplares e de contextos muito diversos onde se procurou dar resposta às necessidades de populações desfavorecidas de várias regiões portuguesas: Porto (Bairro São Vítor de Álvaro Siza; Bairro Antas de Pedro Ramalho; Bairro Miragaia de Fernando Távora, Bernardo Ferrão e Jorge Barros e o Bairro Leal de Sérgio Fernandez), Lisboa (Bairro Curraleira – Embrechados de José António Paradela e Luís Gravata Filipe; Bairro Quinta da Bela Flor de Artur Rosa; Bairro Bacalhau-Monte Côxo de Manuel Vicente e o Bairro Quinta das Fonsecas – Quinta da Calçada de Raúl Hestnes), Setúbal (Bairro Casal da Figueira de Gonçalo Byrne) e Algarve (Bairro MeiaPraia-Apeadeiro em Lagos de José Veloso). Com desenho de Barbas Lopes Arquitetos, a exposição apresenta estes projetos através de maquetas, fotografias históricas, gravações sonoras, documentários e filmes de 8 e 16mm. O legado histórico é complementado com uma visão contemporânea pelas narrativas fotográficas do estado atual destes espaços feitas por André Cepeda, José Pedro Cortes e Daniel Malhão. Um catálogo publicado pela Fundação de Serralves vem juntar estes conteúdos expositivos e informações de arquivos a incontornáveis textos antológicos determinantes na formação ideológica do processo, incluindo também ensaios inéditos de Alexandre Alves Costa, José António Bandeirinha, Pedro Gadanho, Vittorio Gregotti e Delfim Sardo, constituindo-se como um novo documento de estudo sobre o SAAL. Especialmente criada para esta exposição é ainda apresentada uma instalação da artista plástica Ângela Ferreira, que pretende ser “lida com a memória histórica e política de um dos momentos mais marcantes para a sociedade e para a arquitetura portuguesas”. A exposição estará patente até 1 de fevereiro de 2015, no Porto, viajando depois para o Centro Canadiano de Arquitetura, Montreal, onde é apresentada entre 12 de maio e 4 de outubro de 2015. www.serralves.pt
Miguel Marcelino vencedor da extensão da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa O jovem arquiteto Miguel Marcelino foi o vencedor do concurso de conceção do novo edifício pedagógico da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, com a proposta de um volume em “L” que complementa o edifício original de 1972, integrado no recinto do Hospital de Santa Maria. O novo conjunto em “U”, tem a sua estrutura fragmentada nos dois vértices, criando a ideia de três corpos justapostos (o existente e os dois novos). Miguel Marcelino explica na memória descritiva que “o edifício é constituído por grandes lajes sobrepostas irregularmente, gerando ligeiras torções e variações de profundidade e ensombramento para as janelas panorâmicas recuadas em redor de todo o edifício. A variação de implantação gera também envidraçados não paralelos e reflexos com orientações diferentes, quebrando a rigidez de um bloco tradicional. A altura varia de piso para piso, em função do programa.” A zona envolvente é densamente arborizada, característica que vai ser mantida na nova praça que se forma, “criando um filtro de proteção das pesadas redes viárias adjacentes ao lote”. Em 2º lugar ficou a proposta de CVDB Arquitectos (atelier de Cristina Veríssimo e Diogo Burnay) e em 3º a de ARIPA - Ilídio Pelicano Arquitectos. Para mais informações e acesso ao relatório do júri consultar www.esel.pt www.marcelino.pt
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news
atualidades
Escola do Porto: Lado B / Uma História Oral (1968-1978) em Guimarães Esta é uma exposição que parte de uma pesquisa do curador Pedro Bandeira (também ele finalista da FAUP em 1996) mostrada ao público por desafio de Nuno Faria, o diretor do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG). É fruto da investigação e de diversas entrevistas feitas por Bandeira, sobre práticas menos conformadas com a produção da Escola Superior de Belas Artes do Porto, dentro da chamada “Escola do Porto”. O período abrangido, entre 1968 e 1978, com uma data inicial que marca, não só o seguimento da saída de Carlos Ramos da direção do curso de Arquitetura, em 1967, como também as vivências de Maio de 68, passando pelos anos de contestação política e perseguições a alunos e professores, até aos anos que sucederam o 25 de Abril, acompanhando o consequente processo SAAL (1974-76). A exposição mostra-nos alguns dos projetos que são representativos de “uma contracultura, de uma pedagogia radical ou de percursos autodidatas identificados com uma crítica do quotidiano e evidenciado em projectos, em ações interventivas, em gestos performativos e na insurreição ou na ironia”, na prática docente e discente. Uma narrativa que se constrói com grande base nos depoimentos recolhidos e incluídos no projeto “Organização Insurreccional do Espaço” – ironizando com o título do livro de Távora, Da Organização do Espaço – de Fernando Barroso e Mário Ramos, onde é proposto soterrar locais icónicos da Baixa do Porto ou o Centro Comunitário do Trabalhador, de Edgar Castro, um projeto de índole utópica não pensado para um local específico, onde o desenho e o texto assumem um papel preponderante na formalização da própria arquitetura. Também Eduardo Souto de Moura tem lugar na exposição com o desenho de monumentos pós-modernos pois, segundo Bandeira, reivindica nessa altura “pensar a Arquitectura independentemente das questões ideológicas e políticas”, num claro posicionamento do lado B da Escola. A exposição pode ser visitada até 11 de janeiro de 2015, no CIAJG, em Guimarães. Em paralelo foi editado um livro/catálogo que documenta os resultados da pesquisa, para que a “oralidade” não se perca. www.ciajg.pt
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CVDB ganhou o concurso para Residência Universitária em Lisboa A proposta de CVDB Arquitectos (atelier de Cristina Veríssimo e Diogo Burnay) foi a vencedora do concurso público para a Residência Universitária do Pólo da Ajuda, lançado pela Universidade de Lisboa. O júri, composto por Maria Luísa Pacheco Viana, Rui Sérgio Dantas Magalhães Coelho e António Maria Maciel de Castro Feijó, atribuiu a segunda classificação ao atelier AND-RÉ e a terceira a ARX-Portugal. O novo projeto está localizado no lote, onde se encontra já a Cantina Universitária, e a nova proposta cria uma ligação pedonal entre as ruas, às cotas altas. O júri no seu relatório refere que a proposta está muito bem estruturada e apresenta uma imagem contemporânea marcante, salientando a existência de um interessante jogo de transparências conseguido entre o exterior e o pátio central privado. A relação com a envolvente bem conseguida e uma organização funcional e distribuição espacial simples e eficiente. O edifício, constituído por três blocos interligados e de funcionamento autónomo, correspondentes a três fases de construção, desenvolvese em torno do pátio interior. Segundo a memória descritiva “O projeto baseia-se na utilização de uma unidade modular, equivalente a um quarto simples, para definir todos os tipos de unidades habitacionais e espaços necessários. Os espaços coletivos e de serviço e suporte da dinâmica de funcionamento do edifício, localizam-se no piso inferior, à cota da rua de baixo. Este piso é caracterizado pela permeabilidade visual entre a rua e o pátio, a sul.” www.cvdbarquitectos.com
Timothy Soar
Mobilidades Expandidas
Mcdowell + Benedetti, Ponte Scale Lane, Kingston-upon-Hull, Inglaterra, 2005-2013
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EDITORIAL
temático
Mobilidades Expandidas
O desafio da intensificação do movimento nas estruturas urbanas e arquitetónicas
Luís Santiago Baptista|lsbaptista@revarqa.com
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“A «revolução industrial» não existiu, apenas a «revolução dromocrática»; não existe democracia, apenas dromocracia; não existe estratégia, apenas dromologia”, afirmava Paul Virilio em 1977.1 Com o ensaio Speed and Politics, o pensador francês dava início os seus estudos da “dromologia”, a dita “ciência da velocidade”, que o levaria dos processos de aceleração mecânica da industrialização até ao limiar da velocidade da luz na sociedade de comunicação generalizada. Ao centrar-se na velocidade, imaterial e abstrata, como força estruturante da sociedade, Virilio alterava radicalmente a lógica de compreensão do mundo. Serve isto de preâmbulo à questão da mobilidade urbana que tem estado na ordem do dia. Da pedonalização dos centros históricos à promoção dos transportes públicos, da mecanização das circulações à acessibilidade das redes virtuais, das vias cicláveis aos automóveis teleguiados, a vida da cidade contemporânea encontra na mobilidade um dos seus desafios mais prementes. Se o fenómeno metropolitano não deixou de se expandir desde os alvores da modernidade, a questão da mobilidade foi-se tornando um problema de maiores proporções. Perante o horizonte de crescimento vertiginoso da população urbana no planeta, com a consequente explosão em tamanho e densidade das áreas metropolitanas, as questões da mobilidade e da acessibilidade emergem hoje como essenciais. De facto, a intensificação da circulação de pessoas e bens pelas estruturas urbanas e infraestruturas territoriais tem-se deparado com fenómenos de dispersão, fragmentação e congestionamento. Dir-se-ia que os arquitetos e urbanistas têm que assumir um papel na resolução dos problemas de organização e distribuição dos grandes aglomerados urbanos. Desde logo, grande parte da complexidade do problema reside precisamente na difícil delimitação e circunscrição do território de análise. O urbanismo, a sociologia, a geografia, as engenharias, principalmente a viária e de tráfego, a ecologia e sustentabilidade participam nesta problemática central ao funcionamento da cidade contemporânea. O sociólogo John Urry, diretor do Centre for Mobilities Research, define esse novo paradigma emergente como a “mobility turn”, uma “viragem pós-disciplinar” que “está a alastrar nas e através das ciências sociais, mobilizando análises que têm sido historicamente estáticas, fixas e relacionadas com «estruturas sociais» predominantemente a-espaciais”. Acrescenta que “a viragem da mobilidade relaciona a análise de diferentes formas de viagem, transporte e comunicação com os múltiplos modos como a vida económica e social é realizada e organizada através do tempo atravessando vários espaços.”2 Esta espacialização das ciências sociais e humanas parece então apontar uma potencial aproximação aos campos da arquitetura e do urbanismo. A arquitetura pode ser esse lugar atravessado pelas mais diversas áreas do conhecimento e por múltiplos campos disciplinares. Porém, uma questão de carácter estritamente disciplinar emerge quando abordamos o tema da mobilidade. Os arquitetos materializam obras que são, por natureza, formas de estabilização e formalização do movimento, controlando a deslocação corporal e a orientação dos fluxos humanos. Neste sentido, em tempos de intensificação e transformação da vida urbana, desde os fluxos migratórios laborais e turísticos aos processos de segregação e gentrificação social, a permanência física da arquitetura parece estar destinada, cada vez mais, a colidir com a dinâmica real e virtual das atividades humanas tanto individuais como coletivas. Quando as sociedades se reconfiguram
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globalmente, quando as cidades mudam em frente aos nossos olhos, não será a questão da mobilidade urbana uma das chaves para uma efetiva melhoria da qualidade de vida nas cidades?
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Ao longo da modernidade, a cidade tem estado estruturalmente ligada à questão da mobilidade. As novas acessibilidades são inerentes ao desenvolvimento de uma cultura urbana dinâmica, que negoceia permanentemente os horizontes do próximo e do distante, do local e do global, do real e do virtual. Sendo a arquitetura fundada disciplinarmente na ideia de permanência e continuidade, o desenvolvimento das tipologias da mobilidade exacerba as dinâmicas de transitoriedade e movimento que sustentam e alimentam os fluxos urbanos pelo território. Mas a questão da relação entre mobilidade e arquitetura está longe de ser nova. Num certo sentido, a história da arquitetura moderna pode ser compreendida como uma exploração do potencial inerente à mobilidade. Desde logo, é difícil não ver o papel das mobilidades mecânicas no cerne do fenómeno metropolitano, desde o plano de Haussmann para Paris, com o rasgamento dos boulevards e a estrutura perimetral das novas gares ferroviárias, até à metrópole norteamericana, assente na implantação territorial da grelha para distribuição dos fluxos urbanos e na génese do arranha-céus com a invenção do elevador. Expansão horizontal e crescimento vertical estruturam-se na mecanização do movimento humano. Mas o próprio projeto arquitetónico moderno pode ser entendido como uma procura de um modelo alternativo à metrópole, embora exponenciando a mesma lógica de mobilidade. Procurando neutralizar a lógica capitalista e inverter a lógica de densificação e artificialização metropolitanas, a cidade moderna propôs a dispersão da estrutura urbana pelo território natural, potenciada pelas novas velocidades mecânicas. Isto está bem patente na Garden City de Ebenezer Howard, na Cite Industrielle de Tony Garnier, na Ville Radiuese de Le Corbusier, nas cidades lineares dos Construtivistas Russos ou mesmo em Broadacre City de Frank Lloyd Wright. Em todos estes modelos, são as velocidades mecânicas que permitem a extensão da cidade e a lógica do zonamento Torna-se significativo que, no âmbito dos Congrès Internationais d’Architecture Moderne, a circulação se torne uma função em si mesma, equiparada às funções do “habitar”, “trabalhar” e “recrear-se”, presente nas “chaves urbanas” da célebre Carta de Atenas de 1933: “a circulação, essa quarta função não deve ter senão um fim: pôr as outras três em comunicação, de uma forma útil.”3 Mas esta relação fundamental da arquitetura moderna com a questão da mobilidade desenvolveria-se, em novos sentidos, no pós Segunda Grande Guerra. Focando a sua atenção nos espaços de mediação e circulação, estes modelos modernos reinvestiram na ativação da vida metropolitana, conciliando a lógica circulatória, mecânica e pedonal, com o espaço público, real ou virtual. Das propostas mega-estruturais europeias do Team X às mega-formas metabolistas japonesas, das estruturas programáticas aéreas de Yona Friedman aos habitats informais sobre-elevados de Constant, das plataformas lúdicas dos Archigram até à superfície infraestruturada dos Superstudio, todos estes modelos visionários subentendiam uma realidade urbana em transformação permanente e um habitante em movimento. As mais radicais anunciam mesmo um indivíduo nómada errando eternamente num habitat infraestruturado, climatizado artificialmente e conectado
Mapeamentos, cartografias, diagramas, estatísticas, inquéritos, portefólios, workshops e debates são os meios privilegiados por essas investigações das transformações na mobilidade nas áreas metropolitanas consolidadas e emergentes. Mas diríamos que essas pesquisas precisam de se aproximar do projeto arquitetónico e urbano, mantendo a perspetiva aberta e abrangente embora focada na resolução de um problema e na resposta a um lugar específico
Foster+Partners, Aeroporto, Amã, 2013 • NL Architects, Estação, Barneveld, 2013 • M. Figueira, Acesso Mecânico, Montemor-o-Velho, 2013 • M. Arruda, Ponte, Malvarosa, 2007
pelas emergentes tecnologias de informação. Uma verdadeira promessa “dromológica” que a contemporaneidade haveria de cumprir, mesmo que distorcidamente. Koolhaas chamar-lhe-ia generic city e caracterizaria-a depois como junkspace, convocando a imagem universal do terminal de aeroporto: “Será a cidade contemporânea como o aeroporto contemporâneo «igual a todos os outros»?”4
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Em entrevista por email à arqa, a socióloga Saskia Sassen, presidente do Committee on Global Thought da Universidade de Columbia, não teve meias medidas: “A mobilidade é uma questão crítica para as cidades. Os padrões atuais são insustentáveis. E as recomendações para melhorar a situação são na sua maioria muito modestas, meras adaptações à situação, uma espécie de atualização. Precisamos de opções muito mais radicais e inovadoras.”5 A questão que se coloca é qual o papel dos arquitetos e urbanistas nessas “opções”, uma vez que “precisamos de pensar fora da caixa, muito para além da caixa, e este facto significará aproximar formas de conhecimento muito diferentes, tanto as relacionadas com a mobilidade, como aquelas relacionadas com a imobilidade.”6 A verdade é que a questão da mobilidade é um dos temas onde se manifestam as atuais dicotomias disciplinares. Pressente-se no contexto da arquitetura um extremar de posições entre um retorno à disciplina, apoiado na história e centrado no projeto arquitetónico, e uma exploração mais performativa das margens da arquitetura, assente no atravessamento interdisciplinar. Uma lógica disciplinar centrípeta opõe-se a uma outra centrífuga. O hardware confronta-se com o software. Apesar de algumas felizes contaminações entre ambas, é no segundo posicionamento que a questão da mobilidade urbana tem surgido com maior insistência. O cruzamento com as ciências sociais e humanas e as práticas artísticas será certamente uma das razões. O resultado são investigações de equipas multidisciplinares, envolvendo arquitetos e urbanistas, que procuram compreender a condição urbana contemporânea, de uma perspetiva mais politica, ideológica e social. Mapeamentos, cartografias, diagramas, estatísticas, inquéritos, portefólios, workshops e debates são os meios privilegiados por essas investigações das transformações na mobilidade nas áreas metropolitanas consolidadas e emergentes. Mas diríamos que essas pesquisas precisam de se aproximar do projeto arquitetónico e urbano,
mantendo a perspetiva aberta e abrangente embora focada na resolução de um problema e na resposta a um lugar específico. É este intervalo entre uma consciência das mutações nas sociedades e as propostas localizadas na cidade que urge transpor, criando ligações que aproximem reflexão e ação com vista à transformação efetiva do território.
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A aproximação dos arquitetos á questão da mobilidade urbana tem sido feita essencialmente através de programas relacionados com as infraestruturas de transportes. A investigação das tipologias de acessibilidade tem apontado de forma mais ou menos direta aos problemas das práticas de mobilidade contemporâneas. O Aeroporto Internacional Queen Alia de Foster + Partners expressa a crescente mobilidade intercontinental através da configuração do espaço em trânsito. O viaduto Jetty de Dietmar Feichtinger apresenta a solução paisagística do complicado acesso territorial ao Mont Saint-Michel. O elevador do percurso pedonal da Baixa para o Castelo em Lisboa, de Falcão de Campos, e o acesso mecânico ao Castelo de Montemor-o-Velho, de Miguel Figueira, demonstram a pertinência do uso dos meios mecânicos nos centros históricos. A Ponte Scale Lane em Kingstonupon-Hull de Mcdowell + Benedetti explora as possibilidades dinâmicas e lúdicas do atravessamento do rio. As pontes pedonais do Forte da Casa em Vila-Franca-de-Xira, de MXTstudio, e da Malvarosa em Alverca, de Miguel Arruda, enfrentam e marcam contextos suburbanos de grande complexidade circulatória. A estação em Wraclow de Makcow Parcovnia e a paragem em Harselaar dos NL Architects propõem a resolução, respetivamente mais formal ou lúdica, de importantes pontos de interceção na rede de transportes. A Auto-Family House em Poznan de KWK Promes interioriza no habitar a mobilidade automóvel. n Paul Virilio. Speed and Politics. New York: Semiotext(e), 1986 [1977], p. 46, tradução livre. John Urry. Mobilities. Cambridge: Polity Press, 2007, p. 6, tradução livre. Le Corbusier. «Carta de Atenas: Pontos de Doutrina», in José Miguel Rodrigues (edit.), Teoria e Crítica de Arquitectura: Século XX. Lisboa: Ordem dos Arquitectos / Caleidoscópio, 2010, p.232. 4 Rem Koolhaas. «A Cidade Genérica», in Rem Koolhaas: Três Textos sobre a Cidade. Barcelona: Gustavo Gili, 2010 [1994], p. 31. 5 Saskia Sassen em entrevista por email à arqa em Dezembro de 2014. 6 Idem.
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ENTREVISTA
arquitetura
Mobilidades Expandidas Perspetivas Críticas
Luís Santiago Baptista Paula Melâneo
Ole B. Jensen
Professor Aalborg Univ.; cofundador Center for Mobilities and Urban Studies C-MUS; Coautor “Making European Space. Mobility, Power and Territorial Identity”; Autor Staging Mobilities; Designing Mobilities arqa: Tendo em conta a sua atividade, de que forma lhe interessa a questão da mobilidade urbana? OBJ: Como um urbanista e académico no âmbito do projeto de mobilidade, tenho trabalhado de modo cruzado entre a sociologia e o desenho urbano, com um enfoque particular na questão da mobilidade. Em termos gerais estou interessado nas “situações de mobilidade” atuais e concretas do quotidiano, dentro da cidade em rede contemporânea. A minha formação é em ciências sociais, mas, há mais de uma década, que investigo e ensino num curso de planeamento urbano. Neste contexto aprendi como a arquitetura e o urbanismo têm vocabulários muito sensíveis aos materiais, à forma, aos espaços e, ao que eu chamaria de “habitabilidade urbana” Por outro lado, também passei a última década dando a minha contribuição no campo predominantemente social e científico dos estudos de mobilidade, por vezes chamado de “viragem da mobilidade”.A partir deste trabalho tenho desenvolvido teorias e conceitos que nos colocam em melhor posição para compreender as repercussões culturais, sociais e ambientais da mobilidade urbana do quotidiano. Então acabei por entender que o urbanismo e a arquitetura podem contribuir para a investigação social e vice-versa. Por outras palavras, a investigação sobre a mobilidade tem ensinamentos para a arquitetura e para o desenho urbano. Exploro esta relação particular no âmbito da temática do “projeto de mobilidade”, que considero ser uma área de investigação nova e emergente. As pessoas com mais interesse neste assunto podem procurar o meu mais recente livro Designing Mobilities, publicado em
Sistema de Mobilidade, Berlim, 2012
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2014 pela Aalborg University Press, e perceber como esta questão está a ser articulada. Para apoiar estas atividades de investigação explorei e investiguei, com o meu entendimento concetual e teórico, um programa de Master of Urban Design, bem como o nosso novo Master Program of Mobily and Urban Studies, ambos da Universidade de Aalborg. Também participei ativamente na criação do Mobilities Design Group (C_MUS), na Universidade de Aalborg em 2008 (no qual sou codiretor e membro do Conselho) e, no ano passado, no subgrupo temático intitulado o Mobilities Design Group (MDG). Para o futuro, um livro, algumas publicações e workshops estão também na calha. O meu objetivo, com estas atividades, é criar ligações importantes entre entendimentos teóricos/concetuais e o projeto prático/experimental. A filosofia pragmática subjacente implica que temos de romper com o mal-entendido de que teoria e prática são entidades separadas - ou pertencem a mundos diferentes, como era até aqui. Pelo contrário, e isso eu ensino aos meus alunos de mestrado e de doutoramento, da mesma forma, precisamos de projetos teoricamente informados e teorias e conceitos aplicados no projeto. Ou como aquele velho provérbio diz: “não existe nada tão prático como uma boa teoria”! arqa: Perante as transformações do processo global de modernização, como têm as cidades contemporâneas respondido às novas mobilidades e acessibilidades? OBJ: A cidade contemporânea enfrenta imensos desafios. Alguns são explicáveis pelos desafios ecológicos em grande escala, como o aquecimento global, outros por questões geopolíticas de conflitos regionais e jogos de poder. No entanto, comum a todos estes motivos é o facto de que eles acontecem na vida real, nos espaços urbanos e na rede das infraestruturas da cidade. Então ao invés de separar “o global” do “local” como dois domínios diferentes, precisamos entender a conectividade complexa e multiescalar que está a acontecer nas nossas cidades. Assim podemos começar a pensar em lugares e cidades como estruturas de relações interdependentes. Isto significa que cidades, regiões, bairros, e até mesmo edifícios, são apenas o que são em função da conectividade e disconetividade dos fluxos que a atravessam (ou a ultrapassam). Independentemente disto, se pensamos em energia, resíduos, transportes, comunicação digital ou práticas quotidianas móveis é a mobilidade/ imobilidade que explica o modo como o nosso ambiente construído e cidades funcionam. Além disso, as cidades são governadas e controladas por múltiplos agentes que nunca são entidades homogéneas (mesmo que a tendência seja falar da “cidade” como um objeto bem-definido). Em vez disso, vários atores e interesses se misturam e convivem na cidade em rede contemporânea. A chave para entender como lidar com os desafios urbanos do século XXI está em compreender a cidade em rede, como um complexo conjunto de agenciamentos humanos, poderes e interesses, bem como tecnologias, infraestruturas e sistemas sociotécnicos complexos. No centro de tudo isto está a questão da mobilidade/imobilidade. Isto é assim, independentemente de estarmos a olhar para “territórios desligados” dentro da cidade ou para capacidades
Um paradigma emergente de captura em alta resolução por “computadores” em movimento, anuncia um novo regime de cartografia - um que seja apresentado, de forma dinâmica na dimensão temporal - para mostrar como a nossa sociedade e os seus artefactos percorrem o espaço digital/ físico. Com os recentes desenvolvimentos, cada fluxo humano e material pode ser potencialmente mapeado, indiciando amplas ramificações: é o início de uma Internet of (Moving) Things Carlo Ratti
Carlo Ratti
Arquiteto Carlo Ratti Associati; Professor Massachusetts Institute of Technology (Senseable City Lab) arqa: Tendo em conta a sua atividade, de que forma lhe interessa a questão da mobilidade urbana? CR: A mobilidade está no centro das nossas cidades. O sonho dos situacionistas, na segunda metade do século XX, era apreender a cidade como uma rede de mobilidades individuais: pensem nas psicogeografias de Guy Debord, ou na New Babylon de Constant - a ideia de uma cidade em rede, em que um cidadão se poderia movimentar em todo o lado, sem fronteiras nem limites. Hoje, graças às novas tecnologias, podemos pela primeira vez capturar e mapear a mobilidade. Como a computação se torna omnipresente e inunda o ambiente, cada vez mais centros de dados geoespaciais são assinalados por todo o planeta. Um paradigma emergente de captura em alta resolução por “computadores” em movimento, anuncia um novo regime de cartografia - um que seja apresentado, de forma dinâmica na dimensão temporal - para mostrar como a nossa sociedade e os seus artefactos percorrem o espaço digital/ físico. Com os recentes desenvolvimentos, cada fluxo humano e material pode ser potencialmente mapeado, indiciando amplas ramificações: é o início de uma Internet of (Moving) Things. Como arquiteto, estou altamente interessado neste tópico que, como qualquer melhoramento no campo da mobilidade, tem o poder de mudar a configuração do modo de vida urbano - e da configuração urbana.
arqa: Perante as transformações do processo global de modernização, como têm as cidades contemporâneas respondido às novas mobilidades e acessibilidades? CR: O carro modelou a cidade do século XX. Hoje as ICT (Information and Communication Technologies) promete ter um efeito semelhante… A informação em tempo real permite-nos alterar os nossos padrões de mobilidade pelo território.. Isto parecia sci-fi quando o propusemos na Bienal de Veneza, com o projeto Real Time Rome em 2006 - agora podemos fazê-lo todos os dias no Google maps. Olhando para o futuro, acho que vamos ver muitas novas formas de partilha de mobilidade. Recentemente, trabalhamos num projeto chamado Hub Cab que investiga como e quando os táxis pegam ou deixam passageiros, de forma exata, identificando as zonas de maior atividade de tomada ou largada de passageiros. Permite navegar aos locais do início e final das viagens de táxi e perceber como muitas outras pessoas na nossa área seguem os mesmos padrões de viagem. A nossa análise possibilita a programação e otimização das oportunidades de partilha eficiente de viagens, mostrando que a partilha de táxi poderia reduzir o número de viagens em 40%, com o mínimo de incómodo para os passageiros. No futuro, veículos sem condutor ou auto conduzidos produzirão uma outra revolução. Veículos auto conduzidos prometem ter um impacto impressionante sobre a vida urbana, porque vão esbater a distinção entre o modo privado e o modo público de transporte. O “seu” carro poderá dar-lhe boleia para o trabalho, na parte da manhã e, de seguida, ao invés de ficar parado num estacionamento, pode dar boleia a alguém da sua família - ou, porque não, a qualquer outra pessoa do seu bairro, da sua comunidade em rede, ou da cidade.. Isto também significa que haverá menos carros na rua e grandes áreas urbanas poderão ser transformados em espaços verdes e espaços públicos. arqa: No âmbito das mudanças na experiência urbana e nas práticas de mobilidade, qual o papel do arquiteto e do urbanista na configuração da cidade futura? CR: Como arquitecto penso que a arquitetura no futuro vai concentrarse menos em colocar tijolos e muito mais em redesenhar experiências urbanas. Por conseguinte, trabalhar sobre a mobilidade é um tópico interessante! O arquiteto tem de colaborar nas questões de mobilidade, começando por criar um ponto de vista multidisciplinar. Isso é o que fazemos, tanto no City Lab SENSEable, o nosso laboratório de pesquisa no MIT, como no nosso atelier Carlo Ratti Associati. Envolvemos sempre arquitetos, engenheiros e designers de diferentes áreas e culturas. Acho que o arquiteto está bem posicionado para desempenhar um papel orquestrador neste debate - como alguém que pode coordenar várias vozes, harmonizando-as, num lugar melhor para viver. No nosso mais recente livro Open Source Architecture (Thames and Hudson, 2015) definimos esta personagem como o “arquiteto coral”. n
Projeto Hub Cab
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Os arquitetos e urbanistas têm de considerar que estamos face a uma mudança geral na nossa mobilidade. O século do automóvel nas áreas urbanas está a esgotar-se. As cidades devem alterar o domínio das infraestruturas dos automóveis no sistema, o que quer dizer apoiar mais as alternativas e ajudar a um comportamento do tráfego flexível e multimodal. Wulf-Holger Arndt
Wulf-Holger Arndt
Engenheiro, Investigador “Mobility and Space” Center of Technology and Society (CTS) Technical University of Berlin arqa: Tendo em conta a sua atividade, de que forma lhe interessa a questão da mobilidade urbana? WHA: Um dos meus campos favoritos de investigação é o problema dos transporte nas megacidades, em países emergentes, como a China, Índia, América Latina ou região de MENA (Middle East Asia - North Africa). Em foco está a relação entre a formação de estruturas urbanas e de tráfego. Tento responder ao modo como esses países podem desenvolver uma mobilidade urbana sustentável, sem copiar a fórrmula orientada para o automóvel, das cidades ocidentais. Conceitos como «cidades de atalhos», o apoio aos transportes públicos e à utilização da bicicleta são estratégias para atingir esse objetivo. Outro campo de pesquisa é a mudança de comportamentos de mobilidade nos países industrializados. Desde há cerca de 10 anos que vemos em muitos dos países industrializados uma estagnação ou mesmo redução do uso de automóveis. Em especial os jovens até aos 40 anos, utilizam o carro menos que a mesma faixa etária em períodos anteriores. Por outro lado, o número de transportes públicos e de utilizadores de bicicletas nas cidades, está constantemente a aumentar. As pessoas mais jovens são mais flexíveis, menos orientadas para o carro e multimodais. Os novos serviços digitais de informação de transportes multimodais como www. qixxit ou www.moovel.com apoiam estes comportamentos flexíveis, orientados para a partilha.
arqa: Perante as transformações do processo global de modernização, como têm as cidades contemporâneas respondido às novas mobilidades e acessibilidades? WHA: As cidades deveriam apoiar, prioritariamente, os serviços de transporte público. O transporte público é o núcleo da mobilidade urbana moderna e a única forma de salvaguardar a mobilidade sustentável para todos. Tal facto deveria estar associado a um sistema seguro e confortável de bicicletas que ligaria todos os bairros. O comportamento multimodal devia ser promovido no apoio à partilha de automóvel e de boleia, no aluguer de bicicletas, etc. As cidades podem promover serviços de informação de transportes digitais, numa política de base de dados aberta, disponibilizando dados geográfcos urbanos ou dados de empresas de transportes públicos como p.e. www.vbb.de/livekarte. Mas é claro que a principal tarefa das cidades modernas face à mobilidade e acessibilidade é a implementação de um tecido urbano de percursos curtos, construindo uma estrutura compacta, com uso misto do solo. arqa: No âmbito das mudanças na experiência urbana e nas práticas de mobilidade, qual o papel do arquiteto e do urbanista na configuração da cidade futura? WHA: Isto significa, por exemplo, dar prioridade à criação de estações de partilha de bicicletas, acesso à internet, paragens de transportes públicos ou zonas para troca/entrega de veículos, em detrimento de parques de estacionamento. O veículo indivídual obtém uma nova definição: um veículo elétrico e autónomo, que pode ser partilhado pelas pessoas e não objeto de posse. Este sistema precisa de tecnologias TIC, bem como do apoio dos gestores da cidade. n
Walk 21 Conference, 2013
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Arijit Sen
Arquiteto, Historiador; Professor University of Wisconsin Milwaukee; Coeditor “Landscapes of Mobility: Culture, Politics and Placemaking”, “Making Place: Space and Embodiment in the City” arqa: Tendo em conta a sua atividade, de que forma lhe interessa a questão da mobilidade urbana? AS: Vivemos num mundo intensamente móvel. Bens, dinheiro, pessoas, informação e ideias atravessam o globo a velocidades cada vez maiores. Neste novo século, tudo o que é estável dissolve-se em fluxos. Consequentemente, a forma como lemos e experienciamos o lugar mudou drasticamente. Não só experienciamos os sítios de forma transitória, à medida que nos movemos através deles como vetores, como igualmente os próprios lugares também se transformam a grande velocidade. As propriedades trocam de dono e aparecem novas funções nas antigas localizações. A dar resposta a esta cultura da mobilidade temos novos materiais de construção, novos processos de projeto, bem como novos sistemas de modelação da construção. A minha investigação investiga os mundos sociais, culturais e físicos, que são gerados neste contexto contemporâneo. Denomino-os de “paisagens de mobilidade“ (Arijit Sen; Jennifer Johung. Landscapes of Mobility: Culture, Politics, a1nd Placemaking. London: Ashgate, 2013). Mas não é suficiente compreender ou delinear estas paisagens de mobilidade; precisamos também encontrar novos enquadramentos epistemológicos, de modo a capturar as nuances destas geografias. Os novos modelos das histórias urbanas e arquitetónicas procuram analisar o carácter incessantemente emergente, performativo e transformador do nosso mundo. No meu trabalho sobre culturas imigrantes explorei o modo como a memória, as práticas incorporadas, experiências viscerais e formas de ritmos temporais
Buildings-Landscapes-Cultures field school, métodos usados para leitura das paisagens de mobilidade devem ser móveis e flexiveis
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moldam a forma como os seres móveis experienciam e interpretam o lugar. Mapeei objetos, pessoas e ideias, à medida que viajavam pelos vários locais, e situei o seu movimento nas múltiplas escalas geográficas, no limite reproduzindo as redes de histórias-lugar. Estas narrativas multi-situadas do lugar multi-situadas, ou, como prefiro denominá-las, etnografias espaciais, ajudam a descrever a arquitetura como parte de um sistema maior de locais, movimentos e relações sócio-espaciais. arqa: Perante as transformações do processo global de modernização, como têm as cidades contemporâneas respondido às novas mobilidades e acessibilidades? AS: A resposta a esta pergunta é longa e complexa. Mas vou destacar duas questões que me interessam. A primeira tem a ver com o reaparecimento do estranho no espaço urbano e, a segunda, o assunto concomitante da ação social/coletiva. Ambas as questões influenciam o projeto, a história e a análise do ambiente construído urbano, e a forma como e o que valorizamos, construímos e preservamos. O incessante movimento de pessoas e imagens despertou-nos para um mundo longínquo e deixou-nos em contacto direto com os estranhos desses mundos distantes. No entanto, como afirmam académicos como Ash Amin, falta-nos a capacidade de nos envolvermos com esses estranhos (Ash Amin. Land of Strangers. New York: Polity, 2012). Apesar de existirem novas formas de espaços públicos que substituem as antigas praças e parques, no entanto, as atuais condições económicas, políticas e sociais têm produzido cada vez mais locais privatizados, vigiados e controlados. A falta de espaços públicos em que a diferença seja visível, tolerada e aceite desencorajou a solidariedade coletiva e a ação social. No entanto, as paisagens de mobilidade abriram novas formas de colaboração, invocaram novas dependências e abrigaram formas alternativas de coletividades e contendas. Vejo a retirada da arquitetura dominante da ação política para a manipulação estética, como se tem vindo a observar nas recentes obsessões sobre produção fabricada de formas, como uma oportunidade perdida. Os artistas contemporâneos debruçaram-se sobre estas novas possibilidades através de práticas artísticas assentes no lugar, práticas artísticas sociais e construção performativa de lugares. Em todos os casos, o corpo humano tornou-se parte do processo de construção de lugares, um processo que denomino de “construção incorporada do lugar” (Arijit Sen; Lisa Silverman. Making Place: Space and Embodiment in the City. Bloomington: Indiana University Press, 2014). arqa: No âmbito das mudanças na experiência urbana e nas práticas de mobilidade, qual o papel do arquiteto e do urbanista na configuração da cidade futura? AS: Imaginem nós e pontos de interseção dentro de um mundo de fluxos e vetores - estes locais criam turbilhões em que vários mundos colidem, trocam e se enriquecem mutuamente. Os arquitetos e urbanistas têm uma posição única na ligação dos múltiplos agentes e contextos. Estes profissionais, quer tratem de práticas transnacionais, de formas inovadoras de construção de lugares ou de projetos de interesse público, têm estado
Marcel Smets
Urbanista, Engenheiro Civil, Professor Universidade de Lovaina, Presidente CSO Institut pour la Ville en Mouvement, Coautor “The Landscape of Contemporary Infrastructure” arqa: Tendo em conta a sua atividade, de que forma lhe interessa a questão da mobilidade urbana? arqa: Perante as transformações do processo global de modernização, como têm as cidades contemporâneas respondido às novas mobilidades e acessibilidades? arqa: No âmbito das mudanças na experiência urbana e nas práticas de mobilidade, qual o papel do arquiteto e do urbanista na configuração da cidade futura? MS: As “passagens” e o seu conteúdo, hoje. Com vista de uma aplicação adequada, é importante estabelecer uma noção contemporânea do termo “passagens” e de especificar os critérios que lhe permite ter um impacto significativo na qualidade do movimento na cidade atual. A referência (ou perceção) do significado da palavra em períodos diferentes da história, terá sido útil para este fim, visto que o enquadramento que queremos propor é inclusivo. Não é uma reação contra um período anterior, como no caso do modernismo. É inspirada por tudo o que já foi pensado e produzido, retendo os elementos fundamentais de uma abordagem contemporânea. Comparando antigas com novas passagens, encontramos profundas semelhanças. Em ambos os casos, a ideia de atalho, de um lugar sujeito às normas ditadas pelos utilizadores e o efeito de transição revelado pelo seu percurso, retornam. O que difere, sobretudo, é a posição hierárquica das rotas: as passagens antigas mostram a necessidade de
Escadaria na Comuna 13, Medellin, Colômbia
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transposição de barreiras naturais como obstruções que impedem um caminho estabelecido. Concentram-se nos troços em falta no sistema de vias. Inversamente, as passagens modernas mostram a criação de uma nova tipologia de vias. Esta forma é uma alternativa às ruas em redor do quarteirão que atravessam, e que não afetam nem o estado, nem a configuração dessas ruas. Esta diferença entre a ideia de prolongar o caminho para além de uma barreira e a ideia de criar uma via secundária de modo a melhorar a qualidade da circulação, sugere duas aplicações diferentes do conceito atual de passagem. No primeiro caso, a passagem torna o trajeto possível (ou facilitá-las, por exemplo, com a inserção de sistemas mecânicos). No segundo caso, a abertura de uma passagem oferece a possibilidade de uma escolha, distinguindo uma via principal, vocacionada para o tráfego, e um itinerário associado a atividades recreativas, de lazer ou de descontração. No entanto, para evitar que a falha de qualquer troço numa rede viária seja considerado como uma “passagem”, é preciso recorrer a um outro critério. É por isso que propomos imperativamente que este tipo de “passagem” - que prolonga a hierarquia viária existente - deva implicar transições significativas. Ao cumprir essa condição, estas “passagens” irão distinguir-se da aparência uniforme da infraestrutura em que estão inseridas. Constituirão exceções, momentos de que nos lembramos e que marcam o itinerário: atravessar cidades, grandes rios, montanhas; ou lugares em que fisionomia do percurso muda e assume um caráter diferente; quando se transforma num túnel ou numa via desnivelada, num imenso viaduto, numa portagem ou área de serviço. Em “passagens” que funcionam como uma via secundária à rede primária, esta ideia de transição realiza-se mais naturalmente. Está ligada à mudança de um sistema de circulação para outro. A escolha deliberada de passear pelo “percurso turístico”, em vez de ir diretamente pela autoestrada, ou a de seguir um caminho que atravessa o interstício entre estradas principais, é feita devido à qualidade do itinerário alternativo. Expressam uma preferência em fazer a “passagem” evitando a via principal. A introdução de novos sistemas de transporte ao longo da era moderna tem gradualmente levado à criação de barreiras e, portanto, à necessidade de interligações. Facilitar o movimento neste modelo de vida urbana contemporânea, exige portanto formas de resolver os conflitos e de estabelecer conexões entre sistemas de transporte de diferentes naturezas e hierarquias. Hoje, confrontamo-nos com situações que foram causadas por aquilo que eram essencialmente “passagens tecnocráticas”, mas temos agora consciência dos problemas que elas produziram. Para atender às expectativas de um público informado, as “passagens contemporâneas” terão de ser de fácil acesso, inclusivas a todos os extratos sociais e caracterizadas pelos ambientes contrastantes que acabam por unir. Elas exigem que se gere um verdadeiro espaço público, dinâmico, estimulante e seguro, capaz de gerir conflitos entre habitantes e visitantes. A partir da análise dos modelos históricos, conseguimos formular os pontos fortes para uma conceção equilibrada do que é hoje uma “passagem”. Em primeiro lugar, é necessário que responda às
A mobilidade tem, obviamente, uma profunda influência no desenvolvimento da cidade, do valor e usos de solo. Novos corredores de transportes podem facilitar o desenvolvimento de novas zonas ou revitalizar áreas negligenciadas e, como tal, são poderosos instrumentos de planeamento espacial, bem como da política e da economia. Temo-nos interessado em olhar para a mobilidade de uma perspectiva quotidiana. Como é que estes sistemas partilhados funcionam? Gregers Tang Thomsen
Gregers Tang Thomsen
Arquiteto Superpool, Participante Audi Urban Future Award 2012, Exposição “Uneven Growth: Tactical Urbanisms for Expanding Megacities” MoMA arqa: Tendo em conta a sua atividade, de que forma lhe interessa a questão da mobilidade urbana? GTT: Em Istambul, estamos interessados em aprender com as práticas que “a cidade inventou” no seu rápido crescimento e urbanização. Desde 1950, que Istambul tem crescido, em grande parte, de forma não planeada e as infraestruturas chegam, geralmente, a seguir aos problemas - depois da cidade já lá estar - sejam elas de água, eletricidade ou de transportes públicos. Os moradores organizaram as suas próprias redes de transportes, tal como haviam construído as suas próprias casas; e muitos de táxis partilhados de propriedade individual (dolmus), mini-buses e serviços de autocarro servem Istambul. Embora o transporte público municipal tenha agora mais autocarros, linhas de trânsito rápido e metro, os veículos partilhados ainda servem grande parte da cidade, devido à sua incrível flexibilidade para adaptar-se a obras rodoviárias, engarrafamentos e necessidades de procura. A mobilidade tem, obviamente, uma profunda influência no desenvolvimento da cidade, do valor e usos de solo. Novos corredores de transportes podem facilitar o desenvolvimento de novas zonas ou revitalizar áreas negligenciadas e, como tal, são poderosos instrumentos de planeamento espacial, bem como da política e da economia. Temo-nos interessado em olhar para a mobilidade de uma perspectiva quotidiana. Como é que estes sistemas partilhados funcionam? Estivemos mesmo interessados em mapear o dolmus e os mini-buses para mapear a sua capacidade. Seria possível promovermos ainda mais este hábito de partilha? Istambul tem assistido ao aumento da dependência do automóvel e ao modo como congestionam a cidade, não só pela condução nas estradas, mas mais ainda quando estão estacionados em bairros de ruas estreitas, tornando a vida dos peões um
desafio. Para a Audi Urban Future Initiative, em 2012, imaginamos um “jogo” que iria incentivar a utilização de modos de transporte partilhado, para aliviar o espaço público. Partilhar, nesse sentido, é uma importante lição aprendida a partir de Istambul. arqa: Perante as transformações do processo global de modernização, como têm as cidades contemporâneas respondido às novas mobilidades e acessibilidades? GTT: Os núcleos mais antigos de cidades de todo o mundo têm sofrido com a introdução de automóveis nas suas ruas, que não tinham sido projetadas para este tipo de tráfego. Mesmo que hoje, sempre que possível, esses bairros mais antigos passem a ser pedonais quando é possível, ainda é difícil propor alterações que limitem o acesso ao automóvel privado. Mas, ao mesmo tempo, muitos especialistas promovem a diversificação de opções de transporte urbano para tentar reduzir a dependência do veículo particular. Nenhum sistema pode resolver todas as necessidades. E há muito trabalho a ser feito para que sistemas diferentes se tornem mais integrados, seguros e ambientalmente sustentáveis. arqa: No âmbito das mudanças na experiência urbana e nas práticas de mobilidade, qual o papel do arquiteto e do urbanista na configuração da cidade futura? GTT: Como profissional, o arquiteto é treinado (quase condenado) a prever a mudança e o futuro da realidade. Se existe um terreno baldio; o arquiteto precisa prever um edifício e planear um processo “perfeito” para a sua execução. Na escala da cidade, embora seja difícil ter qualquer capacidade real, a tendencia de imaginar o futuro ainda lá está. A cidade é o mais fascinante artefacto cultural e nós gostamos de ponderar sobre isto e sonhar futuros alternativos. A esperança é que, por mais pequenas que as possibilidades sejam, talvez possamos articular um desejo coletivo ou inspirá-lo. n
Superpool, Audi Urban Future Award 2012, transformação das ruas de Istambul do verão para o inverno baseada nas negociações e preferências comunitárias
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Os transportes podem ser o principal modo das pessoas se manterem fisicamente ativas. A escolha de caminhar ou andar de bicicleta é fortemente influenciada pelas estruturas urbanas e políticas de transportes – quem planeia tem um papel crucial. O ambiente construído deveria apoiar escolhas saudáveis. Precisamos de projetar a atividade física de novo nas nossas vidas quotidianas – incentivar e facilitar andar a pé e de bicicleta, como uma forma regular de transporte diário Susan Claris
Susan Claris
Mundial de Saúde mostra-nos que a falta de atividade física é responsável por 9% de mortes prematuras por todo o mundo. Doenças do coração, cancro do cólon, diabetes, enfartes e cancro da mama estão todos ligados à inatividade física. E não se trata só de saúde física. As pessoas inativas têm três vezes mais tendência para depressões graves ou moderadas em comparação com as pessoas ativas. Ser ativo é uma peça central para a nossa saúde mental e bem-estar em geral.
Antropóloga, Diretora Associada Arup
© Hufton+Crow
arqa: Tendo em conta a sua atividade, de que forma lhe interessa a questão da mobilidade urbana? SC: Estou interessada na forma como o planeamento de transportes pode contribuir para a integração das comunidades e apoiar o crescimento económico ao criar sistemas de transporte sustentáveis e eficientes com benefícios ambientais. Os transportes podem moldar as comunidades ao invés de simplesmente as servir. Tenho um interesse particular na forma como a mobilidade urbana pode promover saúde ativa nas deslocações. Os transportes podem ser o principal modo das pessoas se manterem fisicamente ativas. A escolha de caminhar ou andar de bicicleta é fortemente influenciada pelas estruturas urbanas e políticas de transportes - quem planeia tem um papel crucial. O ambiente construído deveria apoiar escolhas saudáveis. Precisamos de projetar a atividade física de novo nas nossas vidas quotidianas - incentivar e facilitar andar a pé e de bicicleta, como uma forma regular de transporte diário. A Organização
King’s Cross Station, de John McAslan+Partners, Londres, 2012
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arqa: Perante as transformações do processo global de modernização, como têm as cidades contemporâneas respondido às novas mobilidades e acessibilidades? SC: Há alguns ótimos exemplos de como os transportes podem, em várias áreas, dar apoio às políticas de uma cidade: desenvolvimento económico, ambiente, saúde, etc. Um dos meus favoritos é Freiburg na Alemanha. A cidade passou os últimos 40 anos a fazer mudanças progressivas que a levam em direção à sua visão de longo prazo como uma cidade que promove o caminhar, o andar de bicicleta e a utilização dos transportes públicos. Nas últimas três décadas, o número de viagens de bicicleta triplicou, a utilização de transportes públicos dobrou, enquanto que a proporção de viagens de automóvel diminuiu. A cidade seguiu uma visão de longo prazo, mesmo que esta se tenha adaptado ao longo do tempo, e implementou a maior parte das suas estratégias de modo faseado. Se todos os moradores de uma rua queriam medidas que diminuíssem o tráfego, a cidade implementava-as naquela rua em particular - o que levou a que as pessoas das outras ruas, ao verem-nas em ação, também passassem a querer aplicar aquelas medidas. Zurique é também uma das minhas situações favoritas, como uma das cidades onde mais se circula a pé. Caminhar incluía 46% de todas as viagens dentro da cidade em 2010 - e a utilização do automóvel desceu, em todas as viagens na cidade , de 24% em 1994 para 17%, em 2010. De resto, 6% das viagens são de bicicleta. E claro, Copenhaga, no que toca à bicicleta. O número de habitantes da cidade que circula de bicicleta está acima dos 50% e um estudo recente sugere que, mesmo quando se acrescentam as pessoas que iniciam a sua viagem fora da cidade, 41% chega ao seu local de trabalho ou de estudo através da energia do pedal. De facto, existem em Copenhaga mais bicicletas do que pessoas, cinco vezes mais bicicletas do que automóveis, e 400km de ciclovias - não partilhadas com carros ou peões - numa cidade com cerca de 600 000 pessoas. Nova Iorque tem feito um ótimo trabalho com experiências arrojadas que são baratas e fáceis de implementar, em vez de tentar modelar e prever todos os pequenos pormenores, por exemplo, com ciclovias, partilha de bicicletas e mesmo tornando a Times Square pedonal. E gosto também do exemplo de Oklahoma, onde o Presidente da Câmara declarou em 2007 que queria que os cidadãos perdessem coletivamente meio milhão de quilos. Desde essa altura a cidade construiu novos passeios para ligar escolas com bairros e abrandou o tráfego ao transformar ruas de um sentido em vias com dois sentidos. Na minha própria cidade , Londres, a população irá atingir os 8.6 milhões de pessoas no início de 2015 - igualando o último pico em 1939. Isto irá significar uma exigência maior do sistema
Bruno Moser
Urbanista Foster + Partners arqa: Tendo em conta a sua atividade, de que forma lhe interessa a questão da mobilidade urbana? BM: Em termos de mobilidade, o nosso trabalho pode ser dividido em duas categorias: o contexto urbano e as infraestruturas de mobilidade. Como urbanistas e projetistas, estamos interessados na criação de comunidades que circulam a pé e que estão ligadas, pensadas numa escala humana. Isto pressupõe considerar a organização de diferentes funções numa cidade, bem como disponibilizar espaços adequados para andar a pé e de bicicleta. É muito difícil dar a importância de um espaço público altamente qualificado na criação de cidades bem sucedidas e sustentáveis. Intervenções aparentemente modestas, como tornar pedonal uma zona de Trafalgar Square, podem ter um tremendo impacto na forma como esse importante espaço público é percebido e utilizado. Estas intervenções de planeamento e de desenho urbano são complementadas pelo nosso trabalho de concepção de infraestruturas de transportes - projetos muitas vezes realizados numa grande escala e que representam conquistas de engenharia de grande complexidade. No entanto, acreditamos que os arquitetos e designers têm um papel importante a desempenhar, desenvolvendo as interfaces desses sistemas - os pontos onde o público se conecta aos transportes, que nos revelam o modo como são experienciados. Na concepção do sistema do metro de Bilbau, na estação de metropolitano de Canary Wharf ou na expansão do novo Canary Wharf Crossrail, por exemplo, o nosso objectivo tem sido a criação de ambientes de fácil circulação e que promovam o transporte público como espaço cívico relevante.
Foster + Partners, Canary Wharf Crossrail, Londres, 2008
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arqa: Perante as transformações do processo global de modernização, como têm as cidades contemporâneas respondido às novas mobilidades e acessibilidades? BM: As formas mais sustentáveis de transporte tendem a ser as mais antigas formas de mobilidade - andar a pé e de bicicleta. Mas hoje, muitas cidades ocidentais ainda estão a lidar com as consequências de um período em que o foco estava no automóvel. Nos últimos anos, foi feito um progresso substancial para criar veículos mais inteligentes, que produzam menos emissões, utilizem menos espaço e que se integrem no ambiente construído, tal como foi demonstrado por um projeto de investigação que realizamos para um veículo, baseado em esboços de Buckminster Fuller. Embora seja provável que se mantenha no futuro a necessidade de veículos privados, as cidades devem oferecer a opção por um estilo de vida que não seja dependente do automóvel. Isto pode ser conseguido através da criação de um ambiente que junte em casa trabalho e lazer, proporcionando espaço público de grande qualidade para andar a pé e de bicicleta e com ligações a sistemas de transportes públicos multimodais e a a várias escalas. Nas últimas décadas, houve um grande investimento para demolir viadutos e auto estradas nas áreas urbanas, ligando as cidades com suas zonas ribeirinhas, como no caso de Barcelona, ou restruturando o tecido de uma cidade como Boston. Além disso, atualmente em Londres, a relação dos automóveis, per capita, é cerca de um terço mais baixa, comparando com a média nacional, à medida que cada vez mais pessoas optam por tirar partido dos transportes públicos ou por esquemas de partilha de automóvel. No entanto, quando olhamos para as cidades que mais crescem na Ásia, o quadro é bem diferente. Apesar de haver menos proprietários de automóveis , estas
DFA | Dietmar Feichtinger Architects é um atelier fundado em Paris, em 1993. Com cerca de 30 empregados entre Paris e Viena, a equipa opera principalmente na Europa. DFA construiu reputação pelas suas estruturas inventivas e a sua abordagem de investigação ao projeto. O seu trabalho faz a ligação da arquitetura e engenharia, ao mesmo tempo que explora a dinâmica entre estas duas disciplinas. Num esforço constante DFA procura um desenvolvimento sustentável e de itegração ambiental, de uma arquitetura elegante e sensível, que respeita a natureza e os humanos. Dietmar Feichtinger Architects tem sido reconhecido internacionalmente com diversos prémios de arquitetura e publicações dos seus projetos e obras construídas. www.feichtingerarchitectes.com
PROJETOS
© Zé Pedro Alvarez
biografias
JOÃO PEDRO FALCÃO DE CAMPOS (n. Lisboa, 1961) é arquiteto pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa, em 1984. Em 1987 abre o seu próprio atelier. Colabora como atelier associado com Álvaro Siza, de 1993 a 2003, e com Gonçalo Byrne, desde 1993. É professor convidado no curso de Arquitetura do Instituto Superior Técnico, desde 2004, e no curso ETS de Arquitetura da Universidade de Navarra, Pamplona, desde 2010. O seu projeto Casa Saraiva Lima, em Alcácer do Sal, foi finalista do Prémio Secil 2002 e do Prémio Mies 2003. A Casa Carlos Barros, em Castro Marim, foi nomeada para a V BIAU (2006) e foi também nomeado para o Prémio Mies 2007 e para o Prémio Secil 2007 e selecionado para a VI BIAU 2008 com a Requalificação da Zona Envolvente ao Mosteiro de Alcobaça (co-autoria com Gonçalo Byrne). Foi ainda finalista do Prémio FAD 2013 com a Remodelação da Sede do Banco de Portugal. Foi o vencedor do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana na categoria de Melhor Intervenção na Cidade de Lisboa com o Percurso Assistido da Baixa ao Castelo, em Lisboa e Menção de Melhor Intervenção de Restauro com a Sede do Banco de Portugal, em Lisboa. Mais recentemente foi selecionado para a IX BIAU, em 2014 e vencedor do Prémio FAD 2014, com o Percurso Assistido da Baixa ao Castelo, em Lisboa. www.falcaodecampos.pt
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© Marcin Gola
MIGUEL FIGUEIRA (n. Coimbra, 1969) é arquiteto pela FAUP (1993), teve a sua primeira experiência profissional no atelier Bugio, com Pedro Maurício Borges (1992/93) e frequentou o Taller D’Urbanisme na ETSAB (Barcelona, 1993). Manteve escritório com Pedro Maurício Borges e Paulo Fonseca (Lisboa, 1993/97). Foi responsável pelo Gabinete Técnico Local de Montemor-o-Velho (1997-2002) e, até 2013, pelo Projeto Urbano na autarquia. Atualmente vive e trabalha em Montemor-o-Velho, leciona na Universidade Católica de Viseu e integra o Conselho Científico do Centro de Estudos do Mar - CEMAR. Desde 2009 coordena o projeto CIDADESURF. Foi distinguido com o “American Institute of Architects Award” em 1990, o prémio Nacional de Arquitetura “Alexandre Herculano”, com a intervenção no espaço urbano de Montemor-o-Velho em 2003, e com o prémio MovimentoMilénio para as cidades com o projeto CIDADESURF em 2011. O conjunto da sua obra foi ainda distinguido com o prémio da Associação Internacional de Críticos de Arte - AICA 2011. www.miguelfigueira.info
KWK | Robert Konieczny é arquiteto pela Silesian University of Technology em Gliwice. Em 1996 obteve o certificado do New Jersey Institute of Technology. Responsável e fundador do atelier KWK Promes, em 1999. Konieczny foi oito vezes nomeado para o European Award da Mies van der Rohe Foundation (com Aatrial House, OUTrial House, Komoda House, Broken House, Safe House, Auto-Family House, Living-Garden House em Katowice e Living-Garden House em Izbica). Recebeu o prémio House of the Year 2006, com a Aatrial House, no concurso organizado pelo World Architecture News. Em 2007, o atelier KWK Promes integrou a lista dos 44 melhores jovens arquitetos mundiais, publicada pela ‘Scalae’. No mesmo ano, a revista Wallpaper referiu a prática de Konieczny como um dos 101 estúdios de arquitetura mais emocionantes do mundo. Em 2008, foi-lhe atribuído o prémio do The European Center for Architecture Art Design and Urban Studies e do The Chicago Athenaeum for Europe’s Emerging Young Architects ‘Europe 40 under 40’. Também nesse ano o Júri Internacional do Museu de Arquitetura e Design de Chicago colocou a Aatrial House e a Hidden House na lista de melhores casas do mundo. Em 2009, a Safe House foi finalista do World Architecture Festival Awards e a OUTrial House finalista dos LEAF Awards, em Berlim, pelo seu projeto inovador. Em 2011, Robert Konieczny foi distinguido pelo Ministério da Cultura polaco, pela sua produção arquitetónica, o segundo arquiteto a receber esta honra. www.kwkpromes.pl
© Jean pierre jans
NL Architects é um atelier sedeado em Amsterdão desde 1997. Os responsáveis, Pieter Bannenberg, Walter van Dijk e Kamiel Klaasse, formados pela Universidade Técnica de Delft, já partilhavam espaço de trabalho desde o início dos anos 90. NL Architects tem por objetivo catalizar a vida urbana. Procura constantemente alternativas para os modos de vida e de trabalho, questionando como intensificar a interação humana. Entendem a arquitetura como um processo especulativo de investigação, revelando e reconfigurando as maravilhosas complexidades do mundo em que vivemos. Levantam as questões: Podemos comprimir a banalidade em beleza; extrair o sublime do óbvio? Como transformar, mudar, torcer, dobrar, empilhar, esticar, potenciar ou remontar os componentes que constituem o nosso ambiente em configurações novas e melhoradas? Muitas vezes os seus projetos centram-se em aspetos comuns do quotidiano, incluindo o que não é apreciado e o negativo, que é potenciado ou modificado de modo a realçar as possibilidades inesperadas das coisas que nos rodeiam. Juntando fragmentos da realidade e recombinado-os em novas combinações coerentes, mostram que a sua arquitetura pode ser entendida como O Remix da Realidade: o arquiteto como Deejay. www.nlarchitects.nl
MXTstudio é a parceria que os arqs Telmo Cruz e Maximina Almeida mantêm desde 1990. Diplomados pela FAUTL em 1991, têm-se, desde então, envolvido no exercício profissional, no ensino universitário e investigação, e na vida associativa, acumulando uma experiência alargada nos domínios da arquitetura, desenho urbano e de produto. O seu trabalho tem sido publicado nacional e internacionalmente e recebido diversas premiações, destacando o prémio ENOR Portugal 2009 para o Mercado Público da Comenda. No mesmo ano o atelier vence o Concurso por Convites para o Centro Náutico de Abrantes, e o 1.º Prémio no Concurso Internacional para a Nova Ponte Ciclável sobre a 2ª Circular, em Lisboa, obra atualmente em conclusão. www.mxtstudio.com
Habitável” no CCB em Lisboa e em 2012 a Triennale de Milão promoveu uma exposição sob o tema da “Escultura Habitável” na sua vertente arquitetónica, escultórica e de design. Em 2013 o MUDE realizou uma exposição retrospetiva da sua obra, nas diferentes áreas. Atualmente desenvolve projetos de design na Suíça, Bélgica, Portugal e Itália com a Movecho, Dark, Sofalca e Martinelli Luce respetivamente. www.miguelarruda.com
© Marysia mackow
McDowell+Benedetti é um atelier formado por Jonathan McDowell e Renato Benedetti. McDowell, nascido em Brunei, estudou em The Downs, Colwall and Bootham, York. Estudou arquietura na Cambridge University e Harvard Graduate School of Design. Trabalhou para Julyan Wickham, Sansom Cross and Terry Farrell Partnership, antes de se tornar sócio de Munkenbeck & Marshall. Estabeleceu a Jonathan McDowell Architects, em 1991, e concluiu diversos projetos, alguns com Benedetti, antes de fundar McDowell+Benedetti em 1996. Renato Benedetti nasceu e estudou no Canadá. Estudou arquitetura na University of Waterloo. Trabalhou em ateliers no Canadá, Itália e também para BDP e YRM em Londres. Antes de se juntar a McDowell para formar o atelier McDowell+Benedetti, trabalhou 7 anos como sócio do David Chipperfield Architects, onde foi responsável de projetos premiados, como o River & Rowing Museum, em Henley, e a Christian Science Church, Richmond. www.nlarchitects.nl
Coordenação da Pós-Graduação em Desenho Urbano (Centro Português de Design, Centro de Design de Barcelona, FBAL e Univ. de Barcelona). De 1995 a 2008 coordenou o Curso de Design e foi Presidente do Conselho Diretivo da FBAL (2004-08). A sua obra como designer tem sido apresentada em exposições na Europa e EUA e o atelier Miguel Arruda Arqts Ass. tem recedido diversas premiações. Em 2010 expôs “Escultura
© TIM SOAR
MIGUEL ARRUDA (n. Lisboa, 1943) completou os cursos de Escultura (ESBAL, 1968) e de Arquitetura (FAUTL, 1989) e tem desenvolvido trabalho nos campos da Escultura, Design Industrial e Arquitetura. É docente universitário desde 1969 Professor Auxiliar em 1993 e em 2000 e 2003, Professor Agregado e Catedrático, respetivamente, da Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Em 1999 integrou a Comissão de
FOSTER + PARTNERS é um dos ateliers de projeto integrado e de arquitetura mais inovador, a nível mundial. Nas últimas quatro décadas foi pioneiro na abordagem sustentável à arquitetura através de uma ampla variedade de trabalho, desde planos urbanos, infraestruturas públicas, aeroportos, edifícios cívicos e culturais, escritórios e espaços de trabalho, a casas particulares e design de produto. Com sede em Londres e escritórios em variados países, a sua prática é reconhecida internacionalmente, com construções em 6 continentes. Desde a fundação, em 1967, esta empresa já recebeu mais de 620 prémios pela excelência do seu trabalho e foi vencedora de mais de 100 concursos internacionais. www.fosterandpartners.com
MACKOW PRACOWNIA PROJEKTOWA é um atelier fundado em 1995 em Wroclaw (Breslávia), que conta atualmente com mais de 50 arquitetos. Entre os seus principais projetos estão: Green Towers, Integrated Tram Station, Thespian, Sports Hall in Bytom, Renoma Departament Store ou a Faculty of Law and Administration. Receberam diversas nomeações e prémios, entre os quais a nomeação para “Polityka Magazine”, por três vezes o Grand Prix “Beautiful Wroclaw”, também por três vezes foram finalistas do World Architecture Festival, Best Public Space of Silesian Voivodaship, por duas vezes o Grand Prix DOFA, o Prize of the year SARP, nomeação polaca para o Mies van der Rohe Award, o final ECOLA Award e também a Gold Medal Leonardo Award. www.mackow.pl
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PROJETOS
Jord창nia
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arqa novembro|dezembro 2014
Foster + Partners
Aeroporto Internacional Queen Alia, Am찾
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PROJETOS
França
Dietmar Feichtinger
Passagem, ponte e aterro “The jetty” para Mont-Saint-Michel
Arquitetura Dietmar Feichtinger Architectes Equipa de concurso Christian Schmölz, Gabriel Augier, Rupert Siller, Ulrike Plos, Barbara Feichtinger-Felber, Michael Felder, Wolfgang Juen, Frank Hinterleithner; Paul-Eric Schirr-Bonnans, José-Luis Fuentes (renderings); Armelle Lavalou (texto) Equipa de projeto José Luis Fuentes, Christian Wittmeir, Guy Deshayes, Mathias Neveling, Arne Speiser Cliente Syndicat Mixte Baie du Mont Saint-Michel Construção e supervisão Dietmar Feichtinger Architectes Mathias Neveling, José Luis Fuentes, Pavel Rak, (assistidos por) Patrik Uchal, Ricardo Martinez Campos, Etienne Sigros Engenharia schlaich bergermann und partner, Stuttgart (co-contratante) Andreas Keil, Michael Zimmermann, Pierre-Yves Olivier; (subempreiteiro) AIA Management; (assistência direção de obra) Guillaume Bachelier, Mathias Boullé Engenharias de especialidades Antéa (estudos geotécnicos) Olivier Bril, Anne-Sophie Rouen; INEX (eletricidade, águas e esgotos) Patrick Dorvillius, Philippe Angelot, Richard Wozak; Artélia (hidráulica) Jean Viguier; Technosol (supervisão geotecnia) Philippe Bajart Custos 31 M€ s/ IVA Data 2002-2014 Texto Dietmar Feichtinger Architectes Fotografia Michael Zimmermann, Mathias Neveling, Barbara Feichtinger
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Pavel Rak
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PROJETOS
Inglaterra
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Mcdowell + Benedetti
Ponte Scale Lane no rio Hull, Kingston-upon-Hull
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PROJETOS
Portugal
Falcão de Campos
Percurso Pedonal Assistido da Baixa ao Castelo de São Jorge, Lisboa
Arquitetura João Pedro Falcão de Campos Data 2009 – 2013 Fundações e Estrutura A2P. Estudos e Projectos Lda. – João Appleton, Vasco Appleton Instalações Elétricas, Equipamentos de Segurança e Elevadores Joule, Projectos, Estudos e Coordenação, Lda. – João Caetano Gonçalves, Luís Caetano Gonçalves AVAC e Instalações Mecânicas José Galvão Teles, Engenheiros, Lda. Instalações Hidráulico–Sanitárias Campo d’água, Engenharia e Gestão, Lda. – Marta Azevedo Segurança e Saúde A2P. Estudos e Projectos Lda.– Nuno Manuel Appleton, António Portugal Cliente Câmara Municipal de Lisboa Localização Rua da Vitória; Rua dos Fanqueiros, 170 a 178; Rua da Madalena, 147 a 155 Empreiteiro geral Construtora UDRA lda; Fitonovo, S.A. Área 1 440 m2 (construção) Valor do investimento €2 300 000 + IVA Fotografia José Manuel Rodrigues
A ligação ao Rio Tejo, através dos principais eixos ortogonais de direção norte-sul, é predominante na organização da Baixa Pombalina. São estruturantes na dinâmica deste espaço urbano as ligações nascente poente entre as colinas do Castelo e do Chiado, com destaque para o eixo viário da Rua da Conceição, que liga o Castelo ao Chiado respetivamente através das Ruas da Madalena e da Calçada Nova de São Francisco. O elevador de Santa Justa garante uma ligação mecânica entre a cota mais alta do Chiado e a cota da Baixa Pombalina, entre o Largo do Carmo e a Rua de Santa Justa. A nascente, a ligação entre a Baixa e a Colina de Alfama/Castelo sempre foi feita através das ruas existentes, com destaque para a Rua da Madalena localizada a nascente da malha ortogonal da Baixa. No presente, a intervenção do Metro, da autoria do Arquiteto Siza Vieira, permitiu vencer de forma subterrânea o desnível existente entre a Baixa e o Chiado, ficando mais uma vez por fazer uma ligação mecânica da Baixa à sua Colina Nascente. O Metro veio acentuar a importância da Rua da Vitória como rua de atravessamento transversal da Baixa, uma vez que apresenta uma posição central nesta malha urbana. É neste contexto que surge a intenção de estabelecer um acesso pedonal assistido entre a Baixa e a colina do Castelo de S.Jorge. O projeto tem como objetivo a articulação de diferentes cotas segundo uma estratégia integrada que, facilitando a subida, potencie a revitalização e requalificação da envolvente. n
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PROJETOS
Portugal
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Miguel Figueira
Percurso Pedonal Assistido de Montemor-o-Velho
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PROJETOS
Polónia
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Maćków Pracownia
Estação integrada de comboio e elétrico, Wroclaw
Lewandovski Thomas
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PROJETOS
Holanda
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NL Architects
Estação de Comboios Barneveld Noord
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PROJETOS
Portugal
Miguel Arruda
Ponte Pedonal Malvarosa, Alverca
Arquitetura Miguel Arruda Arquitectos Ass. Coordenação de projeto Pedro Pereira Equipa de projeto Miguel Arruda, Pedro Pereira, Pedro Nogueira, João Lisboa Colaboração Catarina Lino Gaspar (designer), João Castro Pereira (designer), Maria Cristina Branco (arqtª) Instalações elétricas Integralux, Actividades de Engenharia, Lda – Afonso Santos (engº) Cliente Obriverca Construções e Projectos, S.A. Construtor Socobre – Soc. Construções, S.A. Dimensões 150m (extensão); 1,85m (dimensão exterior do objeto); 1,25m (altura máx. na ponte); 12m (altura máx. do chão) Materiais chapa micro perfurada de alumínio (exterior); chapa metálica quinada sob pintura (interior); estrutura metálica Data 2005-2007 Texto Miguel Arruda Fotografia Luís Pavão, Miguel Arruda
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PROJETOS
Portugal
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MXTstudio
Ponte Superior Pedonal Forte da Casa, Vila-Franca-de-Xira
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PROJETOS
Polónia
Robert Konieczny KWK Promes Casa Auto-Family, Polónia Central
Arquitetura Robert Konieczny KWK Promes Colaboração Katarzyna Furgali´nska, Magdalena Adamczak, łukasz Marciniak Estruturas Kornel Szyndler Instalações Tb-projekt Cliente Privado Áreas 5055m2 (do lote); 990m2 (implantação útil) Datas 2007-2012 Fotografia Juliusz Sokołowski, Olo Studio
A Casa Autofamily representa uma nova forma de pensar a entrada de uma residência suburbana. Normalmente entramos na casa de carro, utilizando a garagem integrada no volume principal. A entrada principal raramente é utilizada. Atualmente, os carros estão a ficar mais limpos e mais amigos do ambiente, de modo que surgiu a ideia de incluir a garagem na zona de entrada representativa. Como resultado, surgiu um novo tipo de residência familiar. Na Casa Autofamily a zona de entrada e a entrada da garagem transformam-se num espaço multifuncional único e o momento de chegada a casa de carro, torna-se uma experiência agradável. O piso é nivelado de modo a obter duas zonas: o espaço de entrada da garagem e o jardim privado. A entrada de automóvel fica no piso 0 e a casa com o seu jardim intimista é elevada 3 metros e separada por uma parede de contenção. De modo a permitir um acesso confortável ao edifício, no sentido de estacionar o carro no piso da sala de estar, projetou-se um trajeto que liga os dois pisos. No entanto, para evitar dividir o jardim, a entrada do automóvel foi dotada de uma cobertura verde e acabada com paredes que atuam como fronteiras. O resultado é um túnel que emerge no jardim e se transforma numa casa. O proprietário é colecionador de arte por isso o túnel á também utilizado como galeria para a sua coleção de pintura. n
Conceito
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Esquema concetual
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INVESTIGAÇÕES
arquitetura
Think Locally, Act Globally Ecologia/Globalização, Transgressão/Recomposição
Miguel Eufrásia
Na introdução de The Sniper’s Log, Alejandro Zaera-Polo refere que a geopolítica é a “nova forma de genius loci ultra-historicamente indeterminada”1. Para os arquitetos portugueses, esta referência deve causar um certo efeito de ressonância. Em primeiro lugar, porque o conceito de genius loci2 foi explorado até à exaustão para enquadrar a produção da arquitetura Portuguesa durante a década de 80 e 90. Em segundo lugar, porque nos últimos tempos temos assistido em Portugal a um renascido interesse pela politização do debate sobre a arquitetura do pós-revolução, nomeadamente, em relação às operações SAAL3. Contudo, apesar do reconhecimento da pertinência em empreender investigações arquitectónicas que cruzam política e contexto sociocultural num período memorável que indubitavelmente colocou a arquitetura portuguesa no mapa internacional, verifica-se uma certa resistência em estender esta género de análise de largo espectro à arquitetura contemporânea. Esta questão parece ser problemática porque estamos precisamente no momento em que o impacto da teia de forças da globalização nos modos de produção e divulgação da arquitetura parece estar a atingir a sua apoteose. O dedo Mas talvez o recente apontar de dedo de Frank Gehry seja emblemático do caráter paradoxal e hiperbólico que caracteriza a arquitetura de hoje: “Let me tell you one thing. In this world we are living in, 98 percent of everything that is built and designed today is pure shit. There’s no sense of design, no respect for humanity or for anything else. They are damn buildings and that’s it.” 4 É indubitavelmente irónico constatar que quem acusa ferozmente as práticas contemporâneas de se divorciarem de preocupações tradicionalmente entendidas como nucleares da disciplina e de se refugiarem nas suas qualidades individuais é precisamente o arquiteto
Frank Gehry expõe desta forma o seu descontentamento relativamente ao rumo da prática profissional
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que está na origem da arquitetura icónica e do rótulo de arquiteto-vedeta (starchitect). Todavia, Gehry parece ter razão. Uma parte significativa da arquitetura contemporânea, na procura de se adequar às novas realidades da Globalização, procura providenciar respostas rápidas e eficientes que evitem introduzir elementos de discórdia e dissonância no projeto. Como consequência favorece-se ativamente rumos que minimizem riscos, quando o ato de tomar riscos faz parte integrante das práticas criativas inovadoras e da dinâmica dos mercados mundiais que faz movimentar o Mundo5. Ao abortar possibilidades de experimentação, privilegiam-se opções projetuais inócuas (homogéneas, coerentes e seguras) e autorreferenciais (previamente testadas e validadas), fazendo com que a arquitetura responda apenas a um campo muito limitado da realidade. Em Portugal, o modo como o debate arquitetónico está, de alguns anos a esta parte, centrado de uma forma quase fetichista na questão da reabilitação é também em si um sintoma da paralisia nas convicções sobre o futuro da urbanidade e sobre o rumo da profissão. Porventura mais inquietante é a percepção de que uma certa tendência mais conformista tem proliferado na arquitetura camuflada de vanguarda, através da apropriação de uma narrativa que reifica a arquitetura como projeto (modernista) redentor universal da humanidade ao mesmo tempo que neutraliza o debate sobre o papel da arquitetura na sociedade6: a narrativa da sustentabilidade. O sustentável Debrucemo-nos sobre um dos mais divulgados projetos de arquitetura sustentável da atualidade - a nave espacial que aterrou no Yosemite National Park, o Campus 2 da Apple de Norman Foster. Trata-se de uma autêntica “machine in the garden”7 que reaviva os espectros
Guggenheim Bilbau. Um polo atrator de turistas que celebra a espetacularização da forma. Com o passar do tempo o entusiasmo pelo edifício esmoreceu, sendo acusado de promover gentrificação e imperialismo cultural
Apple Campus 2. Um dispositivo tecno-bucólico para uma paisagem de um futuro pastoral
do modernismo heroico com uma visão ambiciosa e clarividente, precisamente no momento de crise aguda do projeto moderno. Porém, ao mesmo tempo, o projeto parece evocar o urbanismo arcadiano-futurista de filmes de ficção científica, cuja arquitetura trata a sociedade como um participante passivo num projeto de otimização tecnocrata intensamente regulado, controlado e inspecionado. Desta forma, parece ser legítimo suspeitar se por detrás destes projetos não haverá uma certa ansiedade em gerar modelos visuais convincentes que legitimem a recodificação da arquitetura através dos novos standards da eficiência performativa8. De facto, apesar do conceito de sustentabilidade estar revestido por uma capa de aparente consensualidade (afinal, o que pode ser mais unânime do que defender os direitos dos nossos filhos a usufruírem dos recursos do planeta? 9), é surpreendente constatar que no domínio da arquitetura existe uma radicalização de pontos de vista10. Exemplificando, enquanto que Norman Foster declara que a sustentabilidade não é uma apenas
uma tendência, mas uma “questão de sobrevivência”11, Eduardo Souto de Moura numa entrevista em 200712 defendeu que “a preocupação com a sustentabilidade denota mediocridade”, qualificando-a como um “complexo da má arquitetura”. Se por um lado é estimulante verificar a ousadia destes argumentos, por outro, a polarização dos posicionamentos não deixa espaço para negociação. Os argumentos colapsam sobre si mesmos, impossibilitando um debate construtivo. O insustentável “A arquitetura não ‘tem’ que ser sustentável. A arquitetura para ser de qualidade, é implicitamente sustentável.”13 Para Souto de Moura, se a responsividade às exigências do clima e contexto são um componente da arquitetura desde tempos remotos, as relações entre natureza e a tecnologia, o foco central da sustentabilidade, têm uma longa história e estão bem documentadas no legado patrimonial da arquitetura14. Desta
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With the project BUS:STOP Krumbach seven selected international architecture offices engage in a dialogue with the people, the landscape, the local culture of building and the traditions of skilled trades in the Bregenzerwald. With the help of architects from the region and skilled local craftspeople small functional buildings in public space are created.
DOSSIER BUS:STOP
KRUMBACH
delights that the Bregenzerwald offers were not neglected. The international architects enjoyed the lively local inns often until late in the night – and on many an evening they ended up at the regulars’ table together with the skilled workers, the people of Krumbach and the inn-keepers. Architects from throughout the world came as guests, these guests then made architecture – in the process providing plenty of material for discussion
The construction phase By summer 2013 all the architects‘ designs had been provided and the selected regional craftspeople could start work, Beginning in autumn and working until just before the opening on 1 May, with the generous support of more than 70 sponsors and suppliers the 20 handcraft businesses involved in the project made the impossible possible. With their skills the craftspeople of the Bregenzerwald transformed good ideas into works of high quality. And, as is the tradition in the Bregenzerwald, the neighbours in Krumbach organised a topping-out ceremony for each of the seven bus shelters.
The idea and the first steps in implementing it The architecture of Vorarlberg enjoys widespread recognition in the international architecture scene. But why not change the perspective for once? Why not deliberately turn the gaze outwards and invite international architects to come to the Bregenzerwald, get an idea of the special regional characteristics, and engage in an intensive dialogue with Vorarlberg’s traditions, architecture and handcraft? This was the idea behind the project BUS:STOP Krumbach. With professional partners in the shape of the Architekturzentrum Wien, above all Director Dietmar Steiner as curator, and vai Vorarlberger Architektur Institut, the association “Kultur Krumbach” invited seven architects’ practices from all around the world to design seven new bus shelters for the village of Krumbach. All the architects gladly accepted the invitation to familiarise themselves with the Bregenzerwald and to design bus shelters for the region that has a public bus service that operates on an hourly basis. Their fee: a week’s holiday in the Bregenzerwald.
The study trips In April 2013 the invited architects visited Krumbach for three days, where they formed an idea of the landscape, the people, their traditions and the culture of building. They watched craftspeople at work and were amazed by their skills and the materials used, they met regional architects and building clients and were highly impressed by the combination of tradition and modernity that is characteristic of this region. In the process the culinary
Visible symbols of the infrastructure in a rural area It is most unusual in a rural area to have a bus service that operates on an almost hourly basis. Now seven unmistakeable symbols of this infrastructure form a part of the appearance of Krumbach. In addition to promoting an unconventional, border-crossing exchange of ideas between architecture and skilled craftsmanship, the project also drew attention to a well-functioning daily mobility service.
MAP © 2013, Frank Broger
BUS:STOP Krumbach – a chronology
images © 2014, ADOLF BEREUTER
The project Vorarlberg has an international reputation as a region for architecture. Each year thousands of architecture tourists visit the “little province”, as Vorarlberg is known, and enjoy the landscape, culture and way of life there. This was the setting in which the project BUS:STOP Krumbach was made. We invited 7 international architects’ practices to design small bus shelters for our village of Krumbach. These designs were carried out by skilled craftspeople from the region.
kultur krumbach Az W | Architekturzentrum Wien vai | Vorarlberger Architektur Institut
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Smiljan Radic (Chile) Smiljan Radic was clearly inspired by the handcraft and traditions in the Bregenzerwald. The result: a design with references to the Bregenzerwald house “parlour”. Radic transfers the intimacy to the exposed situation of a bus stop. A cut-out piece of “parlour” placed in the landscape, disengaged from the context of the interior. A precisely detailed glass pavilion with a coffered ceiling of black concrete. Rural wooden chairs are provided as seating. A bird-house provides a playful aspect that both attracts attention and provides distraction, at one and the same time. Partner architect: Bernardo Bader Architekten Dornbirn Structural engineer: Mader Flatz Bregenz Skilled trades: Felder Metall Andelsbuch, Holzwerkstatt Markus Faißt Hittisau, Oberhauser & Schedler Bau Andelsbuch, Spenglerei Manfred Baldauf Doren Material suppliers: EHG Dornbirn, Glas Marte Bregenz
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Architecten De Vylder Vinck Taillieu (Belgium) dvvt – Jan De Vylder, Inge Vinck and Jo Taillieu are among the main protagonists of the Flemish architecture scene. dvvt made their site visit on their way back to Belgium from the furniture fair in Milan, by breaking their journey in Krumbach. Crossing Alpine passes in a car made a strong impression on them. And then there was a chance encounter with a picture on a wall somewhere in Ghent. The geometric abstraction of a triangular form could have been made by Sol Lewitt. But at the centre of it was an irritation: a handyman had mounted a doorbell in this wall painting. Disrespectful. Now we look at the location of the BUS:STOP: an acuteangled situation, where three directions meet. And dvvt bring together their impressions and influences to make an object precisely for this place. A poetic act of folding triangular surfaces. A narrative about the place, about Sol Lewitt and about the Alps – called “April”. Partner architect: Thomas Mennel / MeMux Schwarzenberg Structural engineer: gbd Dornbirn Skilled trades: Waldmetall Dietmar Bechter Hittisau, Haller Bau Sulzberg, Malerei Raid Krumbach Material suppliers: EHG Dornbirn novembro|dezembro 2014
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Ensamble Studio (Spain) AntĂłn GarcĂa-Abril | DĂŠbora Mesa Ensamble Studio sees itself also as a research institute for architecture. Time and time again they test materials by taking them to their limits. Ensamble Studio were fascinated by the elementary quality of rough, untreated oak planks and they way they are stacked to dry in timber workshops in the Bregenzerwald. The challenge was to make this into a spatial situation for the BUS:STOP. Just by layering the rough planks, arranged and positioned in way that produced a space that was both protected and open. The architects regard it as most important that the oak planks should remain untreated, their smell and the process of ageing makes the place somewhere specific. Partner architect: Dietrich|Untertrifaller Architekten Bregenz Wien Structural engineer: Mader Flatz Bregenz Skilled trades: Zimmerei Gerhard Berchtold Schwarzenberg
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Sou Fujimoto (Japan) Sou Fujimoto’s architecture derives its strength from the dream of a new unity of architecture and nature. Here architecture should not adapt itself to nature, should not imitate it but through its own geometric laws ensure for nature the space it deserves. With this philosophical approach architecture no longer has a protecting function. It is an open dialogue with nature. For this Sou Fujimoto offers spatial frames as possible forms for interaction. A further development of this concept is his BUS:STOP for Krumbach. A “wood” of thin, steel rods. In this open structure a staircase winds upwards. No, this BUS:STOP offers no protection against the weather, but instead opens up new dimensions in the perception of place, space and nature. Partner architect: Bechter Zaffignani Architekten Bregenz Structural engineer: gbd Dornbirn Skilled Trades: Eberle Metall Exclusiv Hittisau, Malerei Raid Krumbach, Zimmerei Gerhard Berchtold Schwarzenberg, Haller Bau Sulzberg Material suppliers: EHG Dornbirn, Collini Hohenems
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Alexander Brodsky (Russia) Alexander Brodsky was confronted with a difficult site for his BUS:STOP. A small left-over area at the edge of a site occupied by a neat single-family house stands. But he reacts in a fundamental and sovereign ay to this restriction and places a radically simple but precisely built wooden tower on the site. At the same time his tower has a striking archaic quality. Openings on all sides, glazed on three of them. And then there is the “first floor� with its small unglazed windows. Here the wind blows and birds can fly through. With a table and bench Alexander Brodsky provides a relaxed atmosphere to wait in, if the bus should happen to be late. Partner architect: Hugo Dworzak / Architekturwerkstatt Lustenau Structural engineer: Merz Kley Partner Dornbirn Skilled trades: Zimmerei Gerhard Bilgeri Riefensberg, Spenglerei Manfred Baldauf Doren, Oberhauser & Schedler Bau Andelsbuch, Malerei Raid Krumbach, Raum in Form Raimund Fink Krumbach Material suppliers: Tischler Rohstoff Hohenems
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Rintala Eggertsson Architects (Norway) Sami Rintala, Dagur Eggertsson and Vibeke Jenssen move along the boundaries between architecture, design and art. Their “objects” respond to the place with densification to create a special narrative. This is the background to their decision to use the tennis-court site. It was only here that they could augment the BUS:STOP with an additional social function. It is both a shelter for people waiting for the bus and a small, metaphorical, yet entirely functional, spectator stand for the tennis courts. Very reduced and traditional, timber-built, shingleclad. The special aspect of the interpretation is the combination of need and possibility. Partner architect: Baumschlager Hutter Partners Dornbirn Structural engineer: Mader Flatz Bregenz Skilled trades: Tischlerei Steurer mit Krumbacher Handwerkern, Schindeln Peter Lässer Lingenau, Malerei Raid Krumbach, Musikverein Krumbach und Offroader Krumbach Material suppliers: Mario Sutterlüty Hittisau, Tischler Rohstoff Hohenems, Glas Marte Bregenz
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Amateur Architecture Studio (China) Wang Shu | Lu Wenyu Pritzker prizewinners Wang Shu and Lu Wenyu from Hangzhou, China addressed the special location of this BUS:STOP with an unobstructed view in both directions.They designed a camera obscura, a conical space that opens to the street and, with a window in the rear wall, frames the visual axis to the mountains. In this way they created a space with a special, focused perception of the landscape, which in all their projects is always more important than the buildings themselves. Partner architect: Hermann Kaufmann Schwarzach Structural engineer: Merz Kley Partner Dornbirn Skilled trades: Kaufmann Zimmerei Reuthe, Haller Bau Sulzberg, Spenglerei Manfred Baldauf Doren Material suppliers: Glas Marte Bregenz
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DOSSIER
THE UNKNOWN FIELDS DIVISION
PROLOGUE Far from the metropolis lie the dislocated hinterlands that support the mechanizations of modern living. A city like London is thoroughly embedded in a global network of landscapes and infrastructures that are too often forgotten, unseen or ignored. The Unknown Fields Division is a nomadic design studio that ventures out on bi-annual expeditions to the ends of the earth to explore extreme landscapes, alien terrains and industrial ecologies. With groups of students and embedded collaborators the division reimagines the complex realities of the present as a site of critical and speculative futures. The division aims to remap the city and the technologies it contains not as discrete, independent collections of buildings and technologies but as a networked object that conditions and is conditioned by a wide array of local and global landscapes. By developing an atlas
of these supply chains, from consumption all the way back to their source in the ground we can begin to understand the complex connections that exist between our everyday lives and a wider global context.
“Hunters for gold, pursuers of fame, they had all gone out on that stream… what greatness had not floated on the ebb of that river into the mystery of an unknown earth!... The dreams of men, the seed of commonwealths, the germs of empires.” Conrad, Joseph. Heart of Darkness. Penguin classics 2007, London, P5
In Heart of Darkness Joseph Conrad sets the narrator of the story, Marlow, on a boat on the Thames, with the city glistening serenely behind him, recalling a voyage into
the unknown. In doing so he sets the familiar world of the city in direct relation to the distant continent in which his voyage into darkness unravels. The exact location of this voyage remains obscure in Conrad’s text, uncertain next to the certainty of the departure point. The “biggest and the greatest town on earth” , the site from which he embarks – the known from which we relate to the unknown – might be read as the true ground for the narrative. It is both departure point and backdrop; “and this also,” says Marlow suddenly, “has been one of the dark places of the earth.” Here and there are woven together, and when the familiar is implicated in the framing of the unfamiliar, where do we come from? is as important as where are we going? It is this dialogue between the immediate and the remote that is always at the center of the work of the Unknown Fields Division.
Arctic Ice Shelf, Barrow Alaska, Christina Seely, 2011 Unknown Fields stands on the frozen Arctic Ocean as their expedition plane makes its landing run in the sky above
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The emphasis of this research is to catalogue these sites as a productive process. In order to speculate on how design may play a role in developing new cultural relationships with the inevitable by-products of industry, a changing climate and the ‘anthropocenic’ world, we should first attempt to understand that world by bearing witness to some of these emerging infrastructural landscapes. These territories must be lived, experienced and chronicled but ultimately they must also be reimagined. This complex web of interconnections and landscapes that give shape to our world is too intricate to fully understand but through storytelling and designed scenarios we can start to relate to that complexity in meaningful ways, and we can use these imaginative leaps to test our responses to possible futures. For ‘Unknown Fields’ the journey is the site, along which
we construct a series of parallel narratives and partial fabrications, chronicling some probable fictions we have imagined in response to the improbable truths we have witnessed. As architects, we have the ability to construct realities for others to inhabit, to help shape cultural narratives and inform the way we collectively think about the world. When considering these landscapes it is critical that we engage with the stories we construct as a culture around them. Whether through political spin, science fiction, nature documentary, environmental protest, disaster film, fairy tale, folklore, or scientific analysis, these narratives are many and varied. By understanding the mythology and stories of these distant landscapes and disrupting or intervening within them as a ‘second site’, we can bridge a gap between the here and there.
TRAVERSING A SPECULATIVE SUPPLY CHAIN We narrate here a scenic journey with The Division along a speculative supply chain. It is a field guide through the science-fictional landscapes of the present, the landscapes of technology and the technologies of landscape. It is a trajectory woven from some of the very real physical sites the division has explored across the last few years. Stitching these places together forms a new territory for us to inhabit, a city of logistics and trajectories, of shifting resources and distributed ground. It is a space that is at once nowhere and everywhere.
Wiluna Gold mine, Wiluna Western Australia, Oliviu Lugojan-Ghenciu, 2010 On their Western Australia expedition Unknown Fields stands 1km below the ground at Wiluna gold mine, a huge hole in the ground that is a material consequence of a culturally constructed fiction: the gold price
The Unknown Fields supply chain begins 1km below the surface crust of the earth. The ground steams and rumbles as the division stands in a new shaft of the Wiluna Gold mine, on the edge of the Western Desert in Outback Australia. Unknown fields will follow the material of this excavated landscape of caves and canyons as it is scattered across the earth. We each have a little piece of Wiluna on us now, in our pockets, 0.034grams of it is locked away
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in our mobile phones. We travel up through the gold fields and monster iron ore mines, following the two-kilometer trains that drag the mountains out of the Australian outback and onto colossal ships bound for China to build cities for a rapidly urbanizing population. Here lies the shadow of those cities, the silent twin: the void where a landform once was. These are the dislocated resource sites that support the world that we are more familiar with. Australia is a land-
scape who’s material has been exploded into a global constellation, from iron-ore for the popup cities in China, to bauxite for aluminum smelting in Iceland, uranium powering UK nuclear reactors, gold plated connections in supercomputers modeling climate change in Alaska, food grade titanium paint marking ‘m&m’ on confectionary in a convenience store in Los Angeles and diamonds for sharpening knives in a sushi restaurant in Tokyo.
Kalgoorlie Superpit, Kalgoorlie Western Australia, Liam Young, 2010 During the Unknown Fields Never Never Lands expedition the division stands on the edge of the Kalgoorlie Superpit Gold Mine in Western Australia
This vast infrastructural geology is cut out of the narrative landscape that embodies the creation stories of the Australian Aboriginals. Aboriginal dreamtime narratives speak of a time when the ground was soft and creation beings shaped mountains and rivers. When the rainbow serpent slinked across the ground to create a river, and a wild dog came to rest to form a mountain. Stories and ceremonies of dreaming beings that once shaped the sacred sites of ranges and riverbeds are now spun with the ghosts
of modern technologies. Explosives, diggers, and drills have replaced the slow erosion of rivers and winds. The division follows a railway to Port Headland where iron-ore is stockpiled for export to China. Here we meet the aboriginal painter Lorraine Sampson, standing in the red dust blown from the carriages, ‘watching the trains take her country away’. Mining survey planes track back and forth, laser-scanning the earth searching for the topographic anomalies that indicate pock-
ets of undiscovered minerals on the ground. The scans locate a field to be core sampled, creating a geological map of the ore body below ground, a void in waiting. Traditional paintings of dreamtime stories have often been used to support land rights claims, set in relation to the narrative of a fluctuating market that also lays claim to this landscape. The technologies with which this ground is surveyed and recorded also become the political means through which groups claim ownership over it.
Superpit night mining, Kalgoorlie Western Australia, Oliviu Lugojan-Ghenciu, 2010 Unknown Fields watches the mining operations continue uninterrupted throughout the night in an effort to maximize production
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Irone Ore Shipping Port, Port Headland Western Australia, Oliviu Lugojan-Ghenciu, 2010 Unknown Fields films from their expedition sailboat as tankers are loaded with Iron ore to be shipped to the instant cities of China
As the division heads further along the supply chain we visit the Wiluna mine design office in Perth and watch the shape of the excavation change as the variable gold price is entered into the engineering software. As the gold price rises it becomes more economical to mine areas of lower gold ore concentration. As the price drops the virtual mine shrinks as the software focuses the next cut around deposits of richer gold ore. Cut by cut the fluctuations of the gold price are etched into the ground of Western Australia at the scale of the Grand Canyon. This steamy black void in which the division previously stood in is a live graph, a wormhole shaped by the frequency of electronic trades in London and New York. The gold is extracted from this ancient ground so it can be quantified and weighed. It is then shipped across the world from one hole in
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the ground to another as it is stored below the surface once more in the vaults of HSBC or the federal reserve, Here the majority of this material remains, to be traded virtually. The gold’s value is a fiction, embodied by a block of material wrung like blood from a stone from vast tracts of earth to end, sitting trapped, back in the earth. This is a landscape of conflicting narratives and value systems that raise difficult questions about our role as custodians. We continue along the mineral train line, rumbling toward to the vast ports of the Western Australian Coast. Everything in Port Headland is painted red. Everything is dusted in the rich ochre of the interior, blown from the top of stockpiles and the loaders that are filling immense ships bound for distant lands. Tanker by tanker an ancient landscape is being atomized and redistributed.
From here, Bauxite mined in the Western Australian outback, is shipped as Alumina to the edge of the Arctic to harvest Iceland’s outpouring of energy for aluminum smelting. We travel with it to this next stop on the supply chain, a landscape mined for its energy. In Iceland, an excess of geothermal energy means that this island is an oasis in a region shaped by power consumption. They are harvesting energy at 3 cents per Kwh in relation to the rest of the world where production ranges from 7 – 20 cents per Kwh and Iceland is rushing to create new industries to put it to use. This ‘clean’ energy means it is economically viable to ship raw material, extracted half a world away, here for processing only to send it back across the planet again. Alcoa runs a plant near the town of Reyðarfjördur, which contains a hydropower station with twice the energy output as all those used to power the rest of the country put together. Iceland’s unique resources mean the conversation about energy is at odds with the usual narratives.
Hellisheidi Geothermal Power Plant, Iceland, Liam Young, 2009 Unknown Fields is lost in geothermal steam as the station harnesses the energy now that fuels Iceland’s growing Aluminum smelting and data server industries
Jökulsárlón Iceberg Lagoon, Iceland, Liam Young, 2009 Unknown Fields clamber across broken fragments of the Vatnajökull glacier as they drift back and forth, trapped in a lake of melt water
Iceland is 30 milliseconds from Alaska via the FARICE-1 and ARCTIC FIBRE undersea data cables. The division clicks “cheap flights Alaska” two price-comparison windows open and we contemplate our carbon footprint, but not for the reasons you might think. The servers that enact this search consume approximately the same amount of energy it takes to boil water for a cup of coffee, The carbon footprint of the IT in-
dustry is set to overtake the airline industry by 2020 and internet giants and their server farm empires are the other new industries starting to capitalize on Iceland’s ‘guilt free’ energy. These machines need little beside cool temperatures and cheap power. Here the cloud of digital technology is caught feeding, and the arctic north is becoming the home of the world’s data. The ephemera of the cloud, the invisible
web of connections finds an extraordinary physical form in the volcanic deserts of Iceland. Standing beside the vast server racks our faces are illuminated by thousands of blinking LEDs, flashing with every email, search, naughty chat and magnum opus. This ethereal landscape laced with folklore and boiling beneath with energy in abundance is the incubator for new stories we may tell ourselves.
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Pacman Supercomputer, Fairbanks Alaska, Mond Qu, 2011 At the University of Fairbanks the division listens to the Pacman Supercomputer calculate the possible climate futures of the Arctic Refuge
The Arctic region is more familiar as the protagonist in current environmental narratives and a territory in which we find the complexities and contradictions of the energy debate playing out. Unknown Fields follows the data stream, an information supply chain, from one Arctic information hub to another, from geothermal warehouses to a large white room in Fairbanks, Alaska. At the Arctic Region Supercomputing Centre we meet a supercomputer called ‘Pacman’ with its banks of par-
allel processors, performing trillions of operations per second, flanked by entire rooms full of data tapes, each one full of readings and measurements, extrapolated figures and complex computational models. Mind boggling numbers are involved as these computational behemoths carry out their task of predicting the future. This is a major hub in a global feedback system, assessing and predicting the affect of human activity on the planet’s ecology. Reminding us that now as never before our ac-
Satellite Dish Array, Barrow Alaska, William Gowland, 2011 An array of communications dishes on the edge of town beam data back to the cities in the South
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tions in a city like London have huge implications on a far away landscape we may never visit. Pacman computes climate and weather forecasts, modeling sea-ice formation, arcticocean dynamics, ecological systems and resource depletion. It is from places like these that we are relayed news of pressing environmental concerns as the complexity of the natural world and our thirst for certainty about long and short-term futures requires ever-finer resolution and ever-greater computing power.
Living on the edge of the World, Barrow Alaska, Dessi Lyutakova, 2011 For the Winter Solstice Unknown Fields stays in the scientist quarters on the coast of the Arctic Ocean
In a cafĂŠ in Anchorage we meet an oil lobbyist for Arctic Power. He discusses the future of the Arctic National Wildlife Refuge (ANWR) arguing that the US has no option but to drill there. To support his claim, he reels off an exhausting list of products made from oil; the plastic spoon in his hand, the fertilizer for the food we are eating, our medicines, cosmetics and clothes among others. The computed figures and predictions convince him that the ANWR will one day produce a million barrels a day. Others interpret the same figures very differently. What is revealed to us is a stretch of landscape in northern Alaska caught in a state of becoming. That is, becoming part of a supply chain. It is an irreplaceable haven for wildlife earmarked as a future oil field. It is monitored by environmentalists and speculators alike and is a space woven with conflicting forecasts for its future.
Our supply chain comes to an end in a landscape in limbo at the top of the world. The division lands on the icy runway at Barrow, on the far north coast of Alaska, at winter solstice and we slip into the darkness of an endless night. We stand on the frozen Arctic Ocean, its landward edge illuminated by streetlights along the shorefront. This is the landscape Pacman is thinking about. Here climate scientists and Inuit work together to divine the future of this landscape. They watch this place. The Inuit compile ice diaries from careful observation and share ancestral knowledge and scientists consult delicate instrumentation and they differ in their outlook fundamentally. There is a thick streak of determined pragmatism from the Inuit community whose attitude as a culture is
to approach change with confidence in their own ability to adapt and so embrace multiple future scenarios with openness and resourcefulness. At the same time environmental scientists assemble their observations into climate forecasts with the hope of predicting the future as precisely as possible. The Far North is a landscape as a science experiment, a predictive model of itself that informs the future strategies of global environmental and energy policies that are penned back in the metropolises it supports. A distant landscape conditioned by and conditioning the cities closer to home. A landscape mined for data as well as resources. A landscape measured in retreating ice and remaining barrels of oil. It is a supply chain territory, precious and fragile, violent and terrifying.
Research Station, Barrow Alaska, William Gowland, 2011 The division approaches a distant scientific research station on the coast of the Arctic Ocean
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RETURNING HOME As we come to the end of our travelogue, from the ‘Antipodes’ to the ‘North West Passage’, we are reminded again that our point of view - the here from which we relate to there - is a large part of the story. It is interesting to note that both of these terms presume an origin in Northern Europe. Antipodal being the point diametrically opposite a given location on the globe and North West assuming a South East from which to view it. We are aware that connections may tell a more accurate story than the nodes. This has been a narrative voyage through just a few of the sites we have visited with The Division over the last 4 years. Sites that
offer us a new perspective from which to understand the emerging conditions we are designing for; landscapes where we find the future in the present tense and that act as condensers of wider issues that we relate to only in an abstract sense in our more familiar cities. They are places on the margins of our knowledge where issues such as climate change, depleting resources, declining biodiversity, pervasive technologies, and so on play out with more immediacy and more urgency. They provide us glimpses into alternative futures and form test beds for a designer to critically evaluate the implications of emerging technologies. Architects operate in the fertile ground be-
tween culture, nature, and technology. We are in a unique position to synthesize diverse and complex factors, to pose alternate scenarios and counter narratives and communicate them with imagination and precision. An aim of Unknown Fields is to prototype alternative ways of thinking about and acknowledging this complexity. If we can reveal this hidden cartography, we can begin to acknowledge the interconnected nature of ‘place’ and explore new ways to start to navigate through a complicated planet. We are a generation privileged enough to be able to bear witness to this emerging world and this is a powerful place to be, on the very edge of the potential for change.
The Unknown Fields Division is a nomadic design studio operated out of the Architectural Association in London. The Division is directed by Liam Young and Kate Davies.
Liam Young is an architect who operates in the spaces between design, fiction and futures. He is founder of the think tank Tomorrows Thoughts Today, a group whose work explores the possibilities of fantastic, speculative and imaginary urbanisms. He also runs a graduate studio at Princeton and is co founder of the ‘Unknown Fields Division’, a nomadic studio based at the Architectural Association in London that travels on annual expeditions to the ends of the earth to investigate extreme landscapes, alien terrains and industrial ecologies. Liam’s projects develop fictional speculations as critical instruments to survey the consequences of emerging environmental and technological futures.
Kate Davies is a designer, writer and educator. She is founder of the multidisciplinary group LiquidFactory. Kate creates objects, texts and drawings that deal with obscure territories of occupation. Her work explores the psychological aspects of extreme landscapes and notions of wilderness. Kate teaches diploma Architecture courses at the Bartlett School of Architecture, regularly runs international design workshops and is co founder of the nomadic design studio the Unknown Fields Division based at the Architectural Association in London.
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fotografia
arquitetura
Metro do Porto
Arquitetura: Eduardo Souto Moura, Ă lvaro Siza e Adalberto Dias
Fernando Guerra - FG+SG | www.ultimasreportagens.com
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livros
Campo BAEZA
recensões
A ideia Construída Caleidoscópio ISBN 978-989-658-222-7
Construir uma ideia, tal como a linguagem, é a nossa pátria. Não há ambição maior do que sendo capazes de efabular, o fruto da invenção, raciocínio, inteligência e relativização das coisas, permitir que aconteçam. A ideia construída no âmbito da arquitectura, é formalizar no seu tempo, a projecto cultural e de sociedade, que se materializa na forma, na função, na utilidade. A capacidade do projecto social se rever na arquitectura é impressionante, tanto mais que quanto mais forte é a organização politica, mais se faz rever nessa construção presente da memória futura, que é a sua imagem de progresso, de valor, de regra. A história do Mundo tem-se feito, pela arquitectura; e só alguns se dão conta disso. Todos se subjugam à política, à economia, aux fait divers correntes, mas é nas formas de arquitectura que se consolida na poeira do tempo e se resolve algum do mistério do passado. É nos edifícios, nas praças, na urbanidade, que revelamos como é que o presente passado, se afirma e consolida, e como o passado presente se legitimou para o futuro. A arquitectura é a nossa pátria, dirão as sociedades e é muito interessante como a globalização se tem afirmado, baralhadamente, por algumas formas de construção, que ainda não foram inteiramente trabalhadas, assimiladas, filtradas e depuradas; consequência da sua rápida e ainda não consolidada aprendizagem. A ideia construída é assim, depuração de ideia, reflexão e necessidade, que teve um fim feliz.
Mário Chaves|mario.chaves@qualitas.pt
Laura Dushkes
Palavra de Arquitecto GG ISBN 978-856-598-548 2
A celebração da Arquitectura é o propósito de enunciar um qualquer e todo, sentido com a vontade criar formas para a humanidade, porque toda a sociedade e civilização é Arquitectura. Por algum motivo se entendeu Deus como o arquitecto cósmico, como também toda a arquitectura de sistemas,
representa a forma correcta de sistematizar uma ordem e um propósito. Deste modo, todos podem emitir um pensamento, que outro modo de sistematizar o mundo, e falar do acto de arquitectar. A palavra de arquitecto, que tem sempre algo que opinar, reflecte muito do sentido de oportunidade que a profissão tem para além de resolver programas e necessidade; podemos ambicionar falar de arquitectura como uma disciplina que resolve, que organiza, que decide, que estrutura, que é capaz. É verdadeiramente interessante ver o modo como toda a sociedade se organiza em torno das arquitecturas, e que fazem a sua história real e legada, e de como os arquitectos tiveram algo a dizer sobre o seu trabalho e sobre a sociedade. Interessantes citações, ironias e doses de sabedoria, por quem vai construindo ‘realmente’ o nosso mundo. Palavra de Arquitecto.
Marquerite YOURCENAR
Memórias de Adriano Ulisseia ISBN 978-972-568-685-0
Adriano, nestas memórias a Marco Aurélio, revela as todas subtilezas e valores de um mundo, o Romano, que veio a marcar e definir delevelmente o Ocidente, nestes 2 500 anos seguintes e faz conhecer como a suas estruturas e sistemas nos colocam neste estádio de evolução social. Somos marcadamente Romanos. Revemos na arquitectura, na urbanidade, na política, no direito, na língua, na religião, na comida, numa miríada de vertentes, somos Romanos. Este escrito, faz mais pelo nosso reconhecimento dos genes passados, que 20 séculos de história e sobretudo, e faz mais pela luz de Adriano, que nos conforta pelas agruras da sua vida social e politica, num tempo turbulento e singular, tal como o nosso. As revelações tornam-nos cúmplices dessa elegância de
saber viver e sobrevier. É de facto o meu livro singular, pela capacidade que teve em fazer-me anunciar que a glória da vida, é o que dela fazemos.
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Artes
ensaio
Colapsos e alvos em movimento Práticas críticas sobre as cidades contemporâneas
Sandra Vieira Jürgens
sandravieirajurgens@gmail.com
Sendo muitas as hipóteses de abordagem ao tema das dinâmicas e das mobilidades expandidas na arte contemporânea e vários os pontos de reflexão – a mobilidade profissional e geográfica empreendida pelos criadores, agentes e instituições culturais, as experiências de emigração e as residências artísticas que oferecem aos criadores pontes entre realidades locais e globais –, tentarei retratar a obra de alguns artistas que nos fazem experimentar a mobilidade na paisagem e contexto urbanos através de diferentes práticas artísticas, promovendo e incentivando reflexões críticas sobre os aspetos mais característicos do planeamento e desenho das cidades contemporâneas. Dois desses artistas são Francis Alÿs e Jordi Colomer, que este ano, entre 28 Junho e 31 Outubro, participaram na Manifesta 10, em São Petersburgo, na edição que marcou o 20º aniversário desta bienal europeia de estrutura flexível e móvel que transita de sede de dois em dois anos, tentando estabelecer uma distância em relação aos centros de produção artística dominantes e representar diferentes contextos artísticos e situações sociais, políticas e geográficas. Francis Alÿs tem a particularidade de ser arquiteto de formação. Frequentou os cursos de Arquitetura e Urbanismo no Institut Supérieur d’Architecture Saint-Luc, em Tournai, na Bélgica, realizando depois uma tese de doutoramento em Itália, no Istituto di Architettura di Venezia. Não obstante a sua formação em arquitetura, a partir da década de noventa dedica-se a projetos associados mais concretamente à prática artística. De nacionalidade belga, Alÿs vive na Cidade do México desde a segunda metade da década de oitenta e aí tem vindo a explorar, em muitas das suas intervenções, diferentes dinâmicas e formas de existência na grande capital mexicana, sobretudo no seu centro histórico. Em 1994 Alÿs concebe Turista, um trabalho sobre a economia informal na cidade, retratando-se enquanto gringo ao lado de um conjunto de trabalhadores precários, representativos do comércio local no centro da capital. Entre eletricistas, canalizadores e pintores enfileirados com um cartão anunciando os serviços oferecidos e à espera de serem contratados, o artista faz-se representar no papel de Turista, num retrato fotográfico de conjunto. É importante referir que esta obra surge depois de as autoridades governamentais mexicanas terem iniciado um processo de gentrificação, requalificação e revitalização urbanísticas da zona central e histórica da cidade, destinado a torná-la atraente para o turismo cultural e criado subcentros urbanos para as atividades administrativas, económicas e financeiras. Distante da condição desse turista europeu, cosmopolita, Alÿs direcionou a sua atenção para situações urbanas que de alguma forma resistiam à ordenação patrimonial do centro e para as vivências agora anacrónicas dos habitantes que continuavam a fazer um uso informal e não institucionalizado do espaço urbano. Ele havia encontrado as práticas e modos de vida dos vendedores ambulantes que persistem em transportar mercadorias empurrando todos os tipos de carrinhos de mão ao longo das ruas da cidade e dos sem abrigo e animais que dormem nas ruas e calçadas (Dormientes, 1999), sobrevivendo e resistindo pela sua dinâmica quotidiana à modernização e às transformações mentais
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que a acompanham – e que gradualmente “normalizam” os processos de gentrificação e de globalização económica e cultural, a consequente política de requalificação das cidades, apoiada num planeamento que instaura a ideia de ordem e de controlo cívico das zonas públicas nos meios urbanos contemporâneos. Inteligente é o modo como Alÿs fotografa estas pessoas, escolhendo sempre um ponto de vista rente ao solo que não contraria a relação formal e hierárquica de observação do transeunte nas ruas. De resto, no momento em que Alÿs procede à exposição destes trabalhos em espaços museológicos e galerísticos, fá-lo respeitando essa mesma linha de perceção da realidade, colocando as obras fotográficas e a projeção de vídeos ao mesmo nível. Paralelamente a estes trabalhos, o artista desenvolveu ainda muitas ações baseadas em caminhadas, desvios e derivas situacionistas pelas ruas e praças da cidade, em gestos que contrariam os percursos fixos, a acessibilidade e as rotinas, permitindo a descoberta e encorajando o pleno sentido de vivenciar e experimentar, sensorialmente, os espaços da cidade. Em certo sentido Alÿs recupera a noção de “construção de situações” aplicada originalmente ao pensamento urbano situacionista, e que pressupunha fundamentalmente uma crítica ao funcionalismo e ao planeamento moderno das cidades. Em oposição ao urbanismo moderno, os situacionistas pensavam que cabia à sociedade mudar as cidades e defendiam uma construção realmente coletiva do meio urbano através do contributo e participação dos habitantes que deveriam transformar e vivenciar os seus próprios espaços. Ou seja, de acordo com o pensamento
Francis Alÿs, Esboço para Lada “Kopeika” Project, 2014. Colagem. Cortesia do artista e da David Zwirner Gallery. MANIFESTA 10, São Petersburgo.
Não prescindindo de uma perspetiva crítica sobre as relações complexas entre o passado e o presente do país, no final do caminho Francis Alÿs decidiu apresentar na Manifesta 10 o carro sinistrado, tornando-o símbolo do colapso, uma representação da falta de correspondência entre o passado e o presente, e entre os ideais e a realidade; e da não concretização (e respetivas consequências) dos sonhos de adolescência, equiparáveis à fragilidade das alternativas políticas
Francis Alÿs, estudo para Lada “Kopeika” Project. Bruxelas – São Petersburgo, 2014. Cortesia do artista e da David Zwirner Gallery. MANIFESTA 10, São Petersburgo.
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Francis Alÿs, Lada “Kopeika” Project. Bruxelas—São Petersburgo, 2014. MANIFESTA 10, São Petersburgo
situacionista qualquer construção dependeria da mobilização dos cidadãos, e isso do seu ponto de vista só seria possível através de uma verdadeira revolução da vida quotidiana. A par da prática de “construção de situações”, o pensamento urbano situacionista desenvolveu ainda outros procedimentos que podem relacionar-se com a prática artística de Francis Alÿs: a psicogeografia, termo pelo qual designavam a observação sistemática dos efeitos produzidos pelas diferentes ambiências urbanas sobre o estado de espírito; e a deriva, uma técnica da passagem apressada através das ambiências variadas para induzir à entrega ao lugar e aos encontros, ou seja, à participação na vida da cidade. Na Manifesta deste ano, o artista realizou o Lada “Kopeika” Project (2014), efetuando uma viagem de Bruxelas a São Petersburgo num Lada Kopeika de 1977, acompanhado pelo irmão. O projeto era antigo: os dois irmãos já acalentavam a ideia de realizar essa viagem há muitos anos, ainda no tempo da União Soviética, imaginando que o seu sistema político era uma alternativa ao capitalismo ocidental. Se na altura a continuação da viagem foi cancelada pela avaria do automóvel no trajeto, desta vez chegou ao fim, apresentando-se um vídeo do seu registo bem como documentação vária sobre o desenvolvimento do projeto. Não prescindindo de uma perspetiva crítica sobre as relações complexas entre o passado e o presente do país, no final do caminho Francis Alÿs decidiu apresentar na Manifesta 10 o carro sinistrado, tornando-o símbolo do colapso, uma representação da falta de correspondência entre o passado e o presente, e entre os ideais e a realidade; e da não concretização (e respetivas consequências) dos sonhos de adolescência, equiparáveis à fragilidade das alternativas políticas.
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Se no âmbito das artes o pensamento sobre o desastre, os limites e os fracassos volta a encontrar bastante repercussão, em São Petersburgo, num contexto de conflito e de censura perante práticas e posições que criticam o sistema, essas ideias ganham uma real evidência política e cultural, especialmente à luz dos acontecimentos que rodearam o julgamento e condenação de três membros do coletivo Pussy Riot, o recrudescimento de legislação que na Rússia passou a ostracizar e punir a homossexualidade e a crise na Ucrânia. Na Manifesta, Thomas Hirschhorn apresentou a instalação Abschlag (2014), que funcionava como uma metáfora para a história, materializando numa peça cenográfica a semiruína de um bloco de apartamentos entulhados, sem fachada, e que no seu interior mostrava obras originais de Malevitch e El Lissitzki penduradas na parede, referências que nos remetiam para o passado radical e revolucionário das vanguardas históricas soviéticas dos anos 20. Na Manifesta estavam também fortemente representados os artistas que colocam o presente em perspetiva, e que, em alguns casos, usam a mobilidade e o nomadismo como estratégia de intervenção artística, caso de Jordi Colomer. Foi em 2007 que vi pela primeira vez, na feira Arco, o seu projeto No? Future! (2006/2014), um vídeo filmado em Le Havre, em 2004, que registava os percursos noturnos de um carro a circular pela cidade com as palavras “No?” e “Future?” num néon intermitente, a iluminarem-se no tejadilho, num jogo de pergunta e resposta inconclusivo. Se a intervenção – cujas palavras faziam eco da canção “God Save the Queen” (1977) dos Sex Pistols –, já era pertinente nessa altura, ela ganha hoje uma nova atualidade ao apresentar-se no certame passados
Francis Alÿs, Lada “Kopeika” Project. Bruxelas – São Petersburgo (video still), 2014. Vídeo, 9 min. MANIFESTA 10, São Petersburgo.
estes anos. No vídeo, o carro percorre as estradas e ruas da cidade pela noite dentro, sugerindo simultaneamente a campanha publicitária de um evento circense e uma ação de propaganda ou intervenção de cunho político. Seguindo este modelo, durante os quatro meses da Manifesta 10, um carro preto percorria diariamente, ao anoitecer, as ruas de São Petersburgo, realizando trajetos diferentes, num total de 122 itinerários, repetindo-se a certa altura um mesmo procedimento: a condutora saía do carro e tocava às campainhas das casas, tentando acordar os habitantes. É uma peça que evoco pela referência implícita ao tema do deslocamento e da mobilidade urbana, e também por ser a obra de um artista que realiza e pensa as suas intervenções cruzando cenários e aspetos da arquitetura e do urbanismo, que convoca a par de fatores históricos, sociológicos e psicológicos experimentados pelos cidadãos na paisagem citadina contemporânea. De resto, o mesmo já ocorrera com Anarchitekton (2002–2004), um projeto itinerante que Colomer realizou em quatro grandes cidades (Barcelona, Bucareste, Brasília e Osaka), colocando uma personagem solitária a percorrê-las transportando maquetas de edifícios significativos dessas cidades como se fossem estandartes. Porque falamos de projetos itinerantes e de práticas artísticas reflexivas, não poderia deixar de referir o nome de Santiago Sierra, que escolheu a palavra “Não” (NO) em forma de escultura monumental para desenhar uma Global Tour por muitas cidades. Através dela, a expressão da negação e da recusa ia sendo assim transportada num camião, ganhando e mudando de sentido consoante as cidades – Lucca, Milão, Berlim, Roterdão, Bruxelas, Londres, Nova Iorque, Miami, Madrid, etc. – e
os contextos em que a peça foi apresentada – comerciais, industriais, financeiros ou de entretenimento. Mais otimista foi a viagem que Doug Aitken organizou com Station To Station: A Nomadic Happening (2013), reunindo criadores de diferentes áreas numa viagem ferroviária que cruzou os Estados Unidos, de Nova Iorque a São Francisco, com o propósito de procurar novos horizontes culturais [i]. Constituindo-se como homenagem à cultura underground e experimental, a jornada fundamentava-se segundo Doug Aitken em algumas questões fundamentais: “Quem somos? Para onde vamos? E como nos podemos expressar neste momento?”. No comboio, descrito como uma escultura cinética, as carruagens estavam sinalizadas por milhares de leds e no seu interior existiam todas as condições de habitabilidade, não faltando salas de ensaio e gravação. Nas nove paragens efetuadas, realizaram-se diferentes happenings multidisciplinares que congregaram concertos, performances, exposições, projeções, leituras e encontros de proximidade entre o público e os criadores envolvidos no projeto. Talvez por isso, ao enaltecer a mobilidade em detrimento do estático, Doug Aitken salientou a propósito da natureza itinerante do projeto: “Por um curto período de tempo, o lugar mais interessante no país vai ser um alvo em movimento.” n
[i] Reuniu uma extensa lista de participantes, artistas, músicos, escritores, cineastas e performers: Allora & Cazadilla, Beck, Bruce Connor, Carsten Höller, Cat Power, Chris Ware, Christian Jankowski, Ed Ruscha, Ernesto Neto, Jack Pierson, James Turrell, Kenneth Anger, Lawrence Weiner, Olafur Eliasson, Patty Smith, Raymond Pettibon, Rirkrit Tiravanija, Ryan Trecartin, Stephen Shore e Urs Fischer, entre muitos outros.
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ensaio
Mickael Boulay Design para a inclusão
Carla Carbone|carlacarbone@yahoo.com
Quando se fala de mobilidade em design, há um longo e sério debate sobre discriminação e inclusão. Uma importante convenção de nome “Americans With Disabilities Act”, realizou-se nos Estados Unidos, em 1990. Num excerto do congresso, publicado na edição oficial Public Law, surgem descriminados, por essa altura, alguns dos princípios que protegem os indivíduos com deficiência. Os princípios são claros e inequívocos e, segundo Carma Gorman, este congresso surtiu óbvios e imediatos efeitos na construção. Como princípio legislou-se que os “espaços públicos e serviços de vária ordem” (incluindo comunicação e transporte) fossem criados e concebidos na condição de “serem acessíveis a pessoas com deficiência motora”(Gorman). Até então os edifícios modernos (ou pós modernos), que Gorman designa por “formas tradicionais de arquitetura”, não apresentavam as condições óbvias para a deslocação efetiva de pessoas com deficiência. Gorman refere no texto publicado na edição “The Industrial Design Reader, o seguinte: “Although many designers interest in universal design, barrierfree design or design for disability predated the 1990 act (as early as the 1940s, Henry Dreyfuss and the others had been working on designs for those with disabiliteis, and much of the work of the well-known Swedish Ergonomi Design Gruppen occurred in the 1970 and 1980s), it was not until the 1990s that household products designed for use by persons with limited strength and/or mobility – such as OXO´s Good Grips line – became common on store shelves”. Gorman relembra Henry Dreyfuss, de facto uma figura extremamente importante para este estudo. Devemos destacar a preocupação deste designer pelo bem-estar das pessoas. Não raras vezes, e sobretudo no seu livro Designing for People, Dreyfuss demonstra a preocupação que tem em desenhar a pensar nas pessoas e antecede aquilo que, décadas mais tarde, veio a ser defendido como primordial, um design para a vida. Este desenhar para as pessoas, para o bem das pessoas, esta preocupação social, manifesta-se em Dreyfuss no capítulo “Rise in the level of public taste”. Dreyfuss procurava dar o melhor para as pessoas, na sua condição de designer para o grande consumidor, embora não
Modelos iniciais de talheres, projeto Transitions, 2013
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fosse uma afirmação dirigida para a deficiência, não deixa de ser uma frase que espraia a preocupação de Dreyfuss em levar o melhor para as pessoas: “The evidence also shows that the American people will listen to good music”. Esta preocupação em trazer a qualidade e o bem estar ao maior número de pessoas estende-se, obviamente, ao tema da inclusão de indivíduos com deficiência e consequente qualidade na sua mobilidade. Dreyfuss referia a música e a instrução para as massas, de melhor música, de melhor cultura com preocupações de inclusão e integração social. Uma “locomotiva” com quadros lá dentro, a girar, com pessoas a vê-los todos os dias, é o que Dreyfuss considerava uma difusão cultural. Também olhava para a televisão como agente de cultura, serviço pedagógico para as massas: “For many years appreciation of the arts was limited to the privileged classes. Except for the impact of the church, where awe really supplanted appreciation, the average man rarely came in contact with beauty other than the everpresent beauty of nature. He had no Access to fine paintings, sculpture, and furnishings. These were the exclusive property of wealthy patrons.” O congresso “Americans with Disabilities Act” manifesta essa preocupação do todo, de chegar ao maior número de pessoas com deficiência e, numa perspetiva inclusiva, proporcionar o mais possível a esses indivíduos, em igualdade de oportunidades, as mesmas experiências que são vividas pelos indivíduos sem deficiências motoras. Vamos então definir algumas, de acordo com a lista divulgada por Carma Gorman, e que fazem parte dos princípios estabelecidos pelo congresso Americans With Disabilities Act – 1990: – “Historicamente, a sociedade, tendencialmente, tem isolado e segregado indivíduos com deficiência e, apesar de se terem já feito alguns avanços, essas formas de descriminação contra indivíduos com deficiências continua a ser um problema social sério”. – “A descriminação contra indivíduos com deficiências persiste em áreas tão críticas como o emprego, a habitação, espaços públicos, educação, transportes, comunicação, diversão, institucionalização, serviços de saúde, mesas de voto, e acesso a serviços públicos”. – “De modo diferente dos indivíduos que de certa forma sofreram descriminação com base na raça, cor, sexo, origens nacionais, religião, ou idade, os indivíduos que experienciaram descriminação com base em deficiências não tiveram proteção legal para resolver essa descriminação.” – (…) os efeitos de descriminação provocados pela arquitetura, transporte, barreiras comunicacionais, regras superprotetoras, falham no sentido de produzir modificações nas acessibilidades (…) – “Inquéritos e censos, e outros estudos documentaram que pessoas com deficiência, como grupo, ocupam um estatuto inferior na nossa sociedade, e que são severamente desfavorecidas socialmente, vocacionalmente, economicamente, e educacionalmente.” – “Os indivíduos com deficiência são uma minoria discreta e insular, que tem enfrentado restrições e limitações, e submetida a um tratamento desigual, e relegada para uma posição de impotência política, na nossa sociedade, baseada em características que operam fora de controlo desses indivíduos e resultado de assunções estereotipadas que nada têm a ver
Modelos do elementar ao elaborado, a fim de evoluir gradualmente na agilidade e uso
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“140 anos de prata”
Presença na Bienal de Arquitetura de Veneza
A coleção “Topázio – 140 anos de Prata” foi apresentada no Torreão Nascente do Terreiro do Paço, numa cerimónia que assinalou o aniversário da marca e na qual marcaram presença Paulo Portas, Vice-PrimeiroMinistro, administradores e acionistas da Topázio, os autores das peças, bem como vários convidados da marca. O icónico Jarrão D. João V foi o ponto de partida. Com inspiração nesta peça emblemática, 14 autores foram desafiados a criar uma peça para comemorar e enaltecer a história da Topázio. Os arquitetos Cristina Santos e Silva, Didier Faustino, Dino Gonçalves, os estilistas Dino Alves e Nuno Baltazar, os designers Fernando Brízio, Marco Sousa Santos, Sam Baron, Teresa Lundahl e Toni Grilo, os artistas plásticos Joana Vasconcelos e Rodrigo Oliveira, a designer de interiores Nini Andrade Silva e o street artist Vhils aceitaram o repto. www.topazio.pt
O Grupo Cosentino, líder mundial na produção e distribuição de superfícies inovadoras para a arquitetura e o design, esteve presente, pela primeira vez na sua história, na Bienal de Arquitetura de Veneza, como patrocinador técnico do Pavilhão de Veneza, representado pelo arquiteto Daniel Libeskind. “A nossa participação na Bienal de Arquitetura de Veneza foi uma experiência extraordinária e enche-nos de orgulho colaborar com uma das organizações mais prestigiosas do mundo”, afirma Santiago Alfonso, Diretor de Marketing e Comunicação do Grupo Cosentino. “O projeto Sonnets in Babylon fortaleceu a nossa relação com o Daniel Libeskind, uma relação que continua ano após ano a alcançar metas cada vez mais altas. No caso da Bienal de Veneza, oferecemos a nossa contribuição a um entorno vanguardista de investigação e promoção das novas tendências de arte”. www.cosentino.pt
Lançamento de novo catálogo
A Knauf Insulation lançou um novo catálogo sobre a temática da Reabilitação Energética, onde apresenta um estudo de eficiência tendo por base uma moradia unifamiliar. O projeto foi apresentado na Ordem dos Arquitectos, pelo Director Técnico da Kanuf Insulation, Luis Pozo, e concluiu poupanças económicas anuais de
1.241 euros, no primeiro ano, e 1.855 euros a partir do 15º ano, com a aplicação de produtos de isolamento térmico e acústico na cobertura e fachadas do edifício. O estudo “Reabilitação Energética de uma Moradia Unifamiliar”, foi baseado numa moradia portuguesa típica, construída nos anos 70 e reabilitada nos anos 90. Este estudo permitiu ainda perceber que a medida adoptada com maior impacto energético e económico foi a aplicação de isolamento na fachada de uma moradia. A supressão do efeito de parede fria tem também uma influência significativa na sensação de conforto e habitabilidade do edifício. http://www.knaufinsulation.pt
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Reforço no mercado francófono
A CIN encerra o ano de 2014 com mais 11 lojas inauguradas no mercado francófono – França, Bélgica e Suíça –, fruto de um plano de expansão internacional com um investimento associado de um milhão de euros. “Prevemos encerrar o ano de 2014 com vendas de dois milhões de euros e, até 2016, estimamos atingir os cinco milhões de euros. Estes resultados só são possíveis graças ao nosso know-how e experiência acumulados no mercado das tintas decorativas e gestão de lojas.”, assegura Pedro Cerquinho, administrador da CIN. Com um crescimento exponencial em 2014, este projecto de expansão deu origem a seis novas lojas em França – Dijon, Dunkerque, Annecy, Meximieux, Toulouse e Marselha –, três na Bélgica – Bruxelas, Namur e Liège – e uma na Suíça – Genebra –, todas em regime de parceria/franchising. Nos próximos três meses, a CIN prevê ainda a abertura de três novas lojas em França. www.cin.pt
3ª edição do Lisboa Open House No âmbito do já famoso evento lisboeta, o Roca Lisboa Gallery acolheu o debate “Arquitetura Portuguesa: Outros Pontos no Mapa”, que contou com a moderação do crítico e curador Luís Santiago Baptista, no qual participaram José Mateus (Diretor Executivo da Trienal de Arquitetura de Lisboa), Luís Pedra Silva (Pedra Silva Arquitectos) e Pedro Belo Ravara (Vice-presidente da Ordem dos Arquitectos). O debate teve como pano de fundo o tema da internacionalização e cruzou a
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opinião de três vozes relevantes do panorama arquitetónico nacional, sobre aquela que é umas principais problemáticas do setor em Portugal: a necessidade de abandonar o país para procurar trabalho. Apesar da qualidade e do reconhecimento, a arquitetura portuguesa tem sido confrontada com os diversos constrangimentos socioeconómicos do país, obrigando arquitetos de diferentes faixas etárias a procurarem oportunidades no estrangeiro. www.rocalisboagallery.com
O material que ilumina
Aposta no PVC de máxima qualidade Os sistemas de PVC da Cortizo são uma aposta na qualidade. Os perfis produzidos pela multinacional galega na sua nova fábrica de Padrón obtêm a máxima categoria em todos os ensaios definidos pela norma EN 12608 para a fabricação de perfis para sistemas de PVC. A Cortizo produz perfis Classe A. A espessura das paredes exteriores dos perfis principais é superior a 2,8 mm, o máximo exigido. Falamos de perfis com a maior resistência estrutural, pelo que se enquadram na Classe II, o que significa que resistem a um impacto 50% superior aos perfis da Classe I. Para além disto, os sistemas Cortizo PVC estão desenhados para suportar as exigências climáticas mais severas. Por isso os perfis englobam-se na Classe S e suportam a maior incidência solar definida pela norma. www.cortizo.com
A VMZINC® lançou recentemente o AZENGAR®, o 1.º zinco gravado no mercado, confirmando, com este novo aspeto exclusivo, a sua procura pioneira e o seu lugar de referência na produção de novos aspetos de superfície. Este material expressivo e original, em rutura com o aspeto tradicional dos prépatinados, transcende a imagem do zinco e renova a sua estética. Eco produzido, graças a um processo original inédito, é o zinco mais claro do mercado e também o mais mate. Distingue-se pela sua superfície heterogénea
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pontuada por asperezas, que joga com a luz e dá um toque de intemporalidade aos projetos. Este produto é o resultado de um estudo com a participação de 400 arquitetos internacionais, que confirmaram e confirmam as tendências atuais para materiais vivos e rudes. A sua textura ligeiramente rugosa capta a luz e reflete subtis tons de cinzento claro de acordo com a intensidade dos raios solares. Este proporciona vida ao edifício, que se ilumina e se transforma, valorizando os materiais. www.vmzinc.pt / www.umicore.com
“Pendureiro” O Projecto Martins desenvolve e produz mobiliário que arquitetos e designers desenham para este projeto da Paularte. Neste final de 2014 acrescentamos mais uma peça à sua coleção de móveis de autor. O Pendureiro, desenhado pelo arquiteto João Azinheiro e pela artista plástica Silvia Krivosikova, é a última criação: um cabide em caixa, com um desenho imaginado pela artista – a sugerir uma escultura da sua autoria – apurado pelo lápis rigoroso do arquiteto. O material utilizado foi o valchromat, nas cores vermelho, violeta e castanho chocolate, que foram combinadas de forma harmoniosa e requintada: vermelho por fora, excepto nos topos onde é violeta, e castanho por dentro. É afixado na parede e tem uma presença elegante e sóbria, colorida e original. A produção do Pendureiro é numerada, como todas as peças do Projecto Martins, e a sua comercialização em Portugal é feita em lojas de design e mobiliário. www.projectomartins.com
Semana Empresarial Angola Portugal 2014 A Fundação AIP, através da AIP – Feiras Congressos e Eventos, organizou a Semana Empresarial Angola Portugal, na qual participaram mais de 40 empresas portuguesas dos sectores da construção imobiliário, energia, ambiente, segurança, decoração e mobiliário. Do programa fizeram parte: uma visita a Benguela, para encontros com autoridades e empresários locais; o Encontro Empresarial Angola Portugal, promovido pela AICEP, a Embaixada de Portugal e a Fundação AIP; a participação na 12ª edição da Projekta, com o Pavilhão Tektónica. O certame conta já com a presença de 11 países, perto de 600 expositores. Este ano, a representação portuguesa foi premiada como a “Melhor Participação Internacional”. www.tektonica.fil.pt
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Rita+João Santa-Rita, Erasmus, Miguel Vieira Baptista, Pedro Cabral Santo. arqa 9 • Vitor Figueiredo, Alberto Campo Baeza, Rita Amado+Jorge Estriga, Nuno Alão, DesignOperandi, Pedro Portugal. arqa 10 • Massimilano Fuksas, Rui Valada+Manuel Guedes+Jorge Carvalho+Luis Niza+Manuel Vieira, G. V. Soumitri, Miguel Palma. arqa 11 • MVRDV, ARX Portugal, Paulo Tormenta Pinto, Fernando Brízio, António Olaio. arqa 12 • J. L. Carrilho da Graça, J. M. Carvalho Araújo, Jorge Mealha, Miguel Soares. arqa 13 • Carlos Duarte, Carlos Ferrater+J. M. Cartañá+J. Guibernau, José Gigante+João Gomes+Vítor Silva, José Maçãs de Carvalho, Pedro Amaral. arqa 14 • Peter Eisenman, Isabel Furtado+João Pedro Serôdio, Henrique Ralheta, Paulo Mendes, Fernando José Pereira. arqa 15 • Fuensanta Nieto+Enrique, Sobejano, Ricardo Aboim Inglez, PO2, Joana Morais+Joana Tordo, Paulo Mendes, Inês Pais. arqa 16 • Cristina Guedes+Francisco, Campos, Tony Fretton+Jim MacKinney, Carlos Ballesteros, Susana Soares, João Fonte Santa. arqa 17 • Bureau des Mésarchitectures - Didier Fiuza Faustino+Pascal Mazoyer, BAAS, Topos, Hugo Silva, Francisco Queirós. arqa 18 • Livio Vacchini, António Cassiano Neves+Gonçalo Marçal Grilo, Tibiletti arquitectos, Silva Fernandes, Ingo Maurer, Alice Geirinhas. arqa 19 • Bugio Arquitectura, Luis Vilhena, Ana Filipa Abrantes, Rui Campos Matos+Vasco Cardoso Marques, Fátima Roberto+Nuno Fideles, Porta 33, Daciano Costa. arqa 20 • Mansilla + Tuñón, Matos Gameiro + Carlos Crespo, Fernando Salvador + Margarida Nunes, Rigo arqa 21 • Eduardo Souto de Moura, Josep Lluís Mateo, Wiel Arets, JAM, Filipa César, Vasco Araújo. arqa 22 • João Mendes Ribeiro, Carlos Sant’ Ana, João Santa Rita, Nadir Bonaccorso+Sónia Silva, J. P. Falcão de Campos, José Guedes Cruz, Manuel Santos Maia. arqa 23 • Carmen Pinós, Inês Lobo, Sarah Wigglesworth, Manuela Braga, Lina Bo Bardi, Muf, Hella Jongerius, Ângela Ferreira. arqa 24 • Duncan Lewis, Sauerbruch Hutton, Cannatà & Fernandes, Schlaich Bergermann, Pedro Gomes arqa 25 • Álvaro Siza Vieira, a.s*, J. L. Carrilho da Graça, Cristina Mateus. arqa 26 • Paulo Mendes da Rocha, spbr, Andrade+Morettin, Marcio Kogan, Héctor Vigliecca, Irmãos Campana, José Damasceno. arqa 27 • Toyo Ito, Steven Holl, emiteflesti, Proap, Batlee i Roig, FOA, Pedro Tudela. arqa 28 • MVRDV, João Álvaro Rocha, Acebo+Alonso, UN Studio, Krzysztof Wodiczko, João Louro. arqa 29 • David Chipperfield, Nuno Brandão Costa, Ricardo Vieira de Melo, Shinichi Ogawa, O´Donnell+Tuomey, KCAP, Joana Vasconcelos, Ilya Kabakov, James Turrell, LOMOgrafia. arqa 30 • Daniel Libeskind, Aires Mateus, Sejima+Nishizawa, NOX, Zaha Hadid, marcosandmarjan, Cero9, Lama, Matthew Barney, Rui Toscano. arqa 31 • OMA, F. Valsassina, Promontório,
Jean Nouvel, Foster and Partners, Renzo Piano, PTW, Estúdio Demarkersvan, Cindy Sherman, João Maria Gusmão e Pedro Paiva. arqa 32 • Sadar Vuga, Andrés Jaque, AllesWirdGut, Procter-Rihl, Bottega+Ehrhardt, Périphériques, Plot, Didier Fiuza Faustino, Tokujin Yoshioka, Erwin Wurm, Rodrigo Oliveira. arqa 33 • Souto de Moura+Siza Vieira, Topos, Paula Santos, Paulo Tormenta Pinto, Francisco Vieira de Campos+Cristina Guedes, João Mendes Ribeiro, Ed Annink, Tony Oursler, Isabel Carvalho. arqa 34 • medusa group, dum, nsMoonstudio, minusplus, D3A, KWK Promes, OFIS, Andreas Gursky, Mafalda Santos. arqa 35 • Enric Miralles+Benedetta Tagliabue, Ábalos & Herreros, Manuel Bailo+Rosa Rull, Eduardo Arroyo, Daniel Díaz+Belén Martín-Granizo López, Alberto Campo Baeza, Marti Guixé, Antoni Muntadas, Juan López. arqa 36 • Chetwoods, Brendeland & Kristoffersen, Caramel, Querkraft, Delugan Meissl, Sebastian Bergne, Ângelo Pereira de Sousa. arqa 37 • Carvalho Araújo, Barbosa & Guimarães, José Gigante+Vitor Silva, António Portugal+Manuel Maria Reis, Guilherme Machado Vaz, Irisarri+Piñera, Vier, Alfonso Penela Fernandez, Carlos Quintáns, Sabin+Blanco, Carlos Pita, Wieki Somers, Filipa César, Luís Alegre. arqa 38 • Expressões Contemporâneas Manuel Graça Dias + Egas José Vieira, Álvaro Siza Vieira, Nuno Brandão Costa, SAMI, Coop Himmelb(l)au, Office dA, Jay Bierach, ShoP + Junsung Kim, hANd, Miguel Palma, Pedro Valdez Cardoso, Maarten Baas, DARQ-Universidade de Coimbra. arqa 39 • Formas Críticas ARX Portugal, J. L. Carrilho da Graça, Nuno Grande+Pedro Gadanho, UN Studio, Morphosis, Shuhei Endo, SanchoMadridejos, Marcel Duchamp, Eduardo Matos, Droog Design, Universidade Lusíada Lisboa. arqa 40 • Realidades Metropolitanas Promontório, Nadir Bonaccorso, OMA, Neutelings Riedijk, Nio, BKK-3, Atelier Tekuto, Barbara Kruger, Jenny Holzer, Gustavo Sumpta, Luísa Codder, José Russell, Universidade Autónoma. arqa 41 • Abstracções Radicais Gonçalo Byrne, Atelier Central, Sousa Santos, Carlos Veloso, John Pawson, Valerio Olgiati, Christian Kerez, Shigeru Ban, Alexander Rodchenko, José Luís Neto, Ronan e Erwan Bouroullec, ESAP. arqa 42 • Abstracções Radicais Aires Mateus, Frank Gehry, Issey Miyake, Gerhard Richter, DAAUM- Universidade do Minho. arqa 43 • Programas Híbridos OMA, SANAA, NL Architects, Neil Denari, EDGE Design, Tezuka, King Roselli, Holodeck, Marcel Wanders, Carla Cruz, Douglas Gordon, IST. arqa 44 • Programas Híbridos a.s*, Zaha Hadid, Hussein Chalayan, Bruce Nauman, ESAD. arqa 45 • Memórias Difusas Siza Vieira, Souto de Moura, Topos, Bernando Rodrigues, Peter Eisenman, Edouard François, Josep Llinàs, Kengo Kuma, ARCA. arqa 46 • Memórias Difusas João Mendes Ribeiro, Daniel Libeskind, John Angelo Benson, Alice Geirinhas, DAUE Universidade de Évora.
arqa 47|48 • Vazios Urbanos Trienal de Arquitectura de Lisboa OMA, Herzog & De Meuron, NL Architects, PLOT, Nuno Brandão Costa, Stefan Eberstadt, Zaha Hadid, Álvaro Siza Vieira, Gonçalo Byrne, William Alsop, MVRDV, Naya Architects, BAR, AllesWirdGut, Lacaton & Vassal, MUF, 6 Architects, Didier Fiúza Faustino, ONL, Andreas Angelidakis, Martin Ruiz de Ázua, Jeff Wall, Paulo Catrica. arqa 49 • Paisagens Sintéticas FOA, Souto de Moura, Tadao Ando, MGM Morales+Giles+Mariscal, LAR/Fernando Romero, Frederico Valsassina, Ricardo Bak Gordon, West 8, Diller & Scofidio+Renfro, Universidade Lusíada Porto. arqa 50 • Paisagens Sintéticas Paulo David, RCR Arquitectes, NUCLEO, Filipa César, 8 SIA Universidade Autónoma. arqa 51 • Ecologias Alternativas Norman Foster, J. L. Carrilho da Graça, Edouard François, Duncan Lewis, Cloud 9, Ash Sakula, Sarah Wigglesworth, Alberto Lage+Paola Monzio, Ecosistema Urbano, Tord Boontje, Alberto Carneiro, Hugo Canoilas, MOOV-MOOVLAB. arqa 52 • Ecologias Alternativas S’A arquitectos, MVRDV, Peter Marigold, Ana Mendieta, NAUBI - Universidade da Beira Interior. arqa 53 • Materialidades Ambíguas the nextenterprise, Nikolaus Hirsch & Wolfgang Lorch, Tezuka Architects, Dick Van Gameren, Aires Mateus, ARX Portugal, Périphériques, Correia/Ragazzi, Vilém Flusser, Lourdes Castro, Ivo Andrade, AtelierMOB. arqa 54 • Materialidades Ambíguas Serôdio Furtado, Herzog & de Meuron, Tokujin Yoshioka, Richard Serra, Universidade Católica: Pólo de Viseu. arqa 55 • Linguagens Alusivas PTW, Jürgen Mayer H., 3deluxe, Micha de Haas, Siza Vieira, Tekuto, Meixner Schlüter Wendt, EZZO, Studio M+Thom Faulders+Proces2, Malin Lundmark, Inês Botelho, Féliz González Torres, Red. arqa 56 • Linguagens Alusivas Bernardo Rodrigues, Steven Holl, Polka, Franz West, Faculdade de Arquitectura de Lisboa-UTL. arqa 57 • Habitar Colectivo Riken Yamamoto & Field Shop, Risco A4, BKK-3, Edouard François, AART, CVDB, Périphériques, Menos é Mais, Irmãos Bouroullec, Arlindo Silva, Ana Vieira, Plano B. arqa 58 • Habitar Colectivo Álvaro Siza Vieira, BIG, Daniela Pais, Universidade Fernando Pessoa. arqa 59|60 • Herança Le Corbusier J. L. Carrilho da Graça, Aires Mateus, António Belém Lima, OMA, UNStudio, Cloud 9, Embaixada, José Cadilhe, Jin Otagiri, Giancarlo Mazzanti, Delugan Meissl, Jorge Pardo, Stefan Zwicky, John Angelo Benson, Inês Moreira. arqa 61 • Intervenções Informais Zaha Hadid, ARX Portugal, Coop Himmelb(l) au, R&Sie(n), FAR frohn&rojas, Meixner Schlüter Wendt, Susana Chiocca, Andres Serrano, Atelier Data arqa 62 • Intervenções Informais Bak Gordon, Lacaton & Vassal, Viktor & Rolf, Robert Morris, ESAD arqa 63 • Performances Artísticas Herzog & de Meuron, Pedro Gadanho+a.s*, Gigon/Guyer, Unsangdong, Zaha Hadid, UNStudio, Marcelo Dantas+Olga Sanina, Office dA, Mendes Ribeiro, Pieke Bergmans, Gonçalo Barreiros, Peter Fischli e David Weiss, Kaputt! arqa 64 • Performances Artísticas
Didier Fiúza Faustino/Bureau des Mésarchitectures, Diller Scofidio+Renfro, Demakersvan, Vito Acconci, Instituto Superior de Agronomia-UTL arqa 65 • Silêncios Espaciais Carrilho da Graça, Grafton, Francisco Mangado, Atelier da Bouça, Rocha Tombal, PM-ARQ, Takao Shiotsuka, Josep Maria Montaner, Peter Marigold, Ana PérezQuiroga, Olafur Eliasson, Demakersvan, Vito Acconci, AUZprojekt arqa 66 • Silêncios Espaciais Inês Lobo, Sou Fujimoto, Juan Herreros, Andrea Branzi, Donald Judd, World Architecture Community arqa 67 • Condições Periféricas Delugan Meissl, Promontório, OTH, VHM, Contemporânea, DosMasUno, Atelier Central, Miguel Serra, Pepe Heykoop, Eduardo Matos, Edgar Martins, Augmented Architectures arqa 68 • Condições Periféricas equipo4d, OFIS arhitekti, Tetê Knecht, Robert Smithson, FA.UTL arqa 69 • Mediações Tecnológicas Neutelings Riedijk, Shuhei Endo, Ensamble Studio, Ventura Trindade, FARE, Plano B, Xefirotarch, Oyler Wu, Electroland, Nacho Carbonell, Edgar Martins, Victor Palla, Arquitectos Anónimos arqa 70 • Mediações Tecnológicas menos é mais, UNStudio, Neil Spiller Bernd & Hilla Becher, Milan Design Week 09, Anywhere Door Archi-Expo–Processo (In)visível arqa 71|72 • críticos-arquitectos.pt Manuel Graça Dias, José Manuel Fernandes, Victor Neves, Paulo Martins Barata, Jorge Figueira, José Adrião, Luís Tavares Pereira, Nuno Grande, Pedro Gadanho, Pedro Bandeira, Luís Santiago Baptista, Ricardo Carvalho, Diogo Seixas Lopes, Pedro Machado Costa, Gonçalo Furtado, André Tavares, Pedro Baía, Mathieu Lehanneur, Thomas Hirschhorn, Paulo Mendes. arqa 73 • Espaços Públicos Diller Scofidio + Renfro, AllesWirdGut, FOA, Miguel Arruda, Alejandro Aravena, Recetas Urbanas, feld72, Rafael Lozano-Hemmer, Antoine et Manuel, Marta Traquino, Thomas Struth, Sambarquitectura. arqa 74 • Espaços Públicos Carme Pinós, Risco, EXD09, Candida Höfer, Universidade Lusíada Lisboa arqa 75|76 • GERAÇÃO Z #1 MOOV, Arquitectos Anónimos, Kaputt!, AUZprojekt, TOSCA.lab, João Maria Gusmão e Pedro Paiva, Catarina Botelho, Evento 2009 arqa 77 • Produções Efémeras REX, AMO*OMA, LOT-EK, SANAA, Baixa Atelier, wuda*, dass, raumlaborberlin, Recetas Urbanas, Adriano C. Domingues, Arne Quinze, Pedrita, Christo e JeanneClaude, Nuno Ramalho & Renato Ferrão, Walkshop, Ternullomelo arqa 78|79 • Práticas Sustentáveis Steven Holl, Renzo Piano, Lacaton & Vassal, José María Sánchez García, Diébédo Francis Kéré, Ateliermob, 2012 Architecten, Triptyque, Carlos Castanheira, Michael Rakowitz, Kacey Wong, Hannah Starkey, João Serra, Armadilha Solar, Universidade Lusófona arqa 80|81 • Mercados Criativos Souto Moura, Herzog & de Meuron, equipo4d, Aires Mateus, Barbosa & Guimarães, WOHA, Nuno Brandão Costa, Thomas Heatherwick, Neil Leach, Bolon, Rineke Dijkstra, João Urbano, Arquitectura Acessível, Extrastudio arqa 82|83 • Acções Patrimoniais Atelier15, Carrilho da Graça, João Mendes
Ribeiro + Cristina Guedes, C. Rebelo, P. T. Pimentel + S. F. Barbosa, Alberto Campo Baeza, Li Xiaodong, MAD, Knerer und Lang, Reiulf Ramstad, Xavier Costa, Marcel Wanders, José Maçãs de Carvalho, Sandro Resende, Os Espacialistas, Dass arqa 84|85 • GERAÇÃO Z #2 Plano B, José Pedro Sousa, Extrastudio, Atelier Data, Catarina Pestana, Manuel Santos Maia, Pedro Barateiro, Once Upon a Place, Projecto Pluridisciplinar 97 arqa 86|87 • Trienal de Arquitectura Bak Gordon, Andrés Jaque, Tham & Videgård, Bevk Perović, HŠH architekti, Suppose Design Office, SPBR, Pezo von Ellrichausen, Supersudaka, José Mateus, Delfim Sardo, Peter Cook, Kenneth Frampton, Miguel Arruda, Carlos Bunga, Nuno Cera arqa 88|89 • Ambientes Formativos SANAA, aNC, Sousa Santos, Frederico Valsassina, Baupiloten, njiric+, Tezuka, Helen & Hard, PT Bambu, GERAÇÃO Z #2, WAF, Andrew Ballantyne, Raw-Edges, Fernando José Pereira, Bruno Pelletier Sequeira, Matéria Sensível, André Campos+Joana Mendes arqa 90|91 • Experiências Participativas Herzog & de Meuron, BIG, Dorte Mandrup, Karo*, AAA, raumlaborberlin, Recetas Urbanas, Inês Lobo, Louro+ Prudêncio+Ferreira+João, Cedric Price, Nicolas Bourriaud, Teresa Carneiro, Super Nature, Contentores, Urbanouveau arqa 92|93 • Reabilitações Urbanas Snøhetta, Irisarri+Piñera, ecosistema urbano, Carrilho da Graça, Inês Lobo Pedra Líquida, LIN, Köebberling & Kaltwasser, Atelier van Lieshout, Philipp Oswalt, Álvaro Domingues, Gabriela Vaz Pinheiro, Michael Collins, Basic Initiative, Pedro Amaral, Nuno Cera, Pré-Existências Recicladas, Embaixada arqa 94|95 • Contrastes Sul-Americanos Fernando Romero, Mendes da Rocha, Grupo SP, Isay Weinfeld, Marcio Kogan Cadaval & Solà-Morales, Husos, Urban Think-Tank, Juhani Pallasmaa, Nada se leva, António Olaio, Alfredo Jaar, Vazio S/A, blaanc arqa 96|97 • Inserções Infra-estruturais Jürgen Mayer H., Zaha Hadid, Guedes Decampos, 51N4E, Bak Gordon ECDM, G. Machado Vaz, Assemble, Paolo Deganello, Dror Benshetrit, Ângela Ferreira, Pedro Portugal, FOR-A arqa 98|99 • Geração Z #3 Embaixada, Ateliermob, Dass, Blaanc, Joseph Grima, Hans-Ulrich Obrist, Jonathan Olivares, Rita Castro Neves, Duarte Amaral Netto, Utilitas Interrupta, Metagenix arqa 100 • Influências Ficcionais Ensamble Studio, R&Sie(n), Philippe Rahm, BIG, John Körmeling, Tham & Videgård, Jorge Figueira, Bernardo Rodrigues, Pedro Gadanho, Peter Zumthor, Bouroullec Brothers, Pedro Cabral Santo, Nuno Sousa Vieira, Filip Dujardin, Os Espacialistas arqa 101 • Persistências Rurais Kazuyo Sejima, Barozzi Veiga, Guedes+Decampos, Aires Mateus, Carlos Quintáns, de vylder vinck taillieu, Pedro Maurício Borges, Opéra Pagaï, Patrick Schols, Pedro Loureiro, Luís Costa, Álvaro Domingues, Guimarães 2012 arqa 102 • Portugal Turístico Promontório, Atelier Bugio, Cannatà & Fernandes, Carrilho da Graça, Inês Lobo, SPBR, AND-RÉ, João Bruno Videira, Casa GranTurismo, Guimarães 2012 arqa 103 • Contrastes Africanos Peter Rich, D. Francis Kéré, Tamassociati,
Próximo número – jan.|fev. 2015
Noero Wolff, José Forjaz, Costa Lopes, blaanc + Rootstudio, Architecture for Humanity, Matteo Ferroni, William Kentridge, Paulo Moreira, Guimarães 2012 arqa 104 • Guimarães 2012 Gabriela V. Pinheiro, N. Grande, P. Jordão, P. Gadanho, I. Moreira, Bandeira + Catrica, G. Pereira, P. Mendes, M. Menezes, Lewandowska + Fournier, Carlos Bunga, Mendes Ribeiro, Dantiope, Grilo Foyedo Pinho Tavares Sepúlveda Brito, Grupo IUT, LIKE + R. Dourado, Pedrita + R. Jacinto, M. Oliveira, Pitágoras, [A] ainda, Neiva+Areias, G. Gomes arqa 105 • Portugal Cultural Mendes da Rocha, Bak Gordon, Gonçalo Byrne, Barbas Lopes, Falcão de Campos, José Paulo dos Santos, Campos Costa, Artéria, Manuela Fernandes, Circuito Arte Pública Paredes, CPAM arqa 106 • Processos Digitais Zaha Hadid, Cloud 9, Shigeru Ban + Kyeong-Sik Yoon / KACI, Bearth & Deplazes + Gramazio & Kohler, EMBT, Snøhetta Ritchie + Aranda\Lasch, MOS arqa 107 • Novas Coletividades BIG+Topotek 1+Superflex, MVRDV, Druot+Lacaton & Vassal, Langarita-Navarro, churtichaga+quadra salcedo, Andrés Jaque, Hebbel am Ufer+raumlaborberlin, TYIN, NLÉ, Campo de Cebada, Colónia Lunar IST arqa 108 • Lugares Sagrados Ruta del Peregrino, Renzo Piano, Souto de Moura, Wodiczko+Bonder, kister scheithauer gross, Roseta Vaz Monteiro, Rodrigo P. Luna, Robbrecht en Daem arqa 109 • Portugal Escolar Aires Mateus, ARX Portugal, Carvalho Araújo, CVDB, José Neves, Nuno Brandão Costa, Pedro Domingos, Noutra Costa, ateliermob arqa 110 • Trienal de Arquitectura José Mateus, Beatrice Galilee, Liam Young, Mariana Pestana, José Esparza, Dani Admiss, Jimenez Lai, Bolsas Crisis Buster arqa 111 • Objetos Indefinidos Álvaro Siza, SANAA,Junya Ishigami, SOIL, Carla Juaçaba, Sou Fujimoto, Office Kersten Geers David Van Severen, Falcão de Campos + Appleton & Domingos, Tetsuo Kondo, Do Ho Suh arqa 112 • Ruínas Habitadas Peter Zumthor, BIG, Lacaton & Vassal, O&O Baukunst, Witheford Watson Mann, Aires Mateus, RAAAF + Atelier de Lyon, reMIX Studio, Punkto, FreshLatino2 arqa 113 • Revisitações Modernas OMA, Renzo Piano, Steven Holl, JKMM, Ibelings van Tilburg, FABG, Teresa Nunes da Ponte, Sergison Bates, Andrés Jaque, Ruptura Silenciosa, Tanto Mar arqa 114 • práticas-emergentes.pt Miguel Marcelino, FORA, fala atelier, Pedro Clarke, Homeland, Tanto Mar, Nuno Cera, Swars, Think Space arqa 115 • Portugal Internacional Álvaro Siza + Carlos Castanheira, Promontorio, Gonçalo Byrne + Pedro Sousa, Souto de Moura, OTO, Embaixada + Standardarchitecture, João Caeiro – b_RootStudio, Camilo Rebelo e Susana Martins, Estratégia Urbana, AN-Arquitectura arqa 116 • Mobilidades Expandidas Foster+Partners, Dietmar Feichtinger, Mcdowell+Benedetti, Falcão de Campos, Miguel Figueira, Mackow Pracownia, NL Architects, Miguel Arruda, MXTstudio, KWK Promes, BUSstop Krumbach, Unknown Fields
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julho|agosto 2014
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