revista arqa #105 by Futurmagazine Sociedade Editora

Portugal Cultural Ano XIII – janeiro|fevereiro 2013 €11,00 (continente) – €16,00 Espanha

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arqa105 ARQUITETURA E ARTE

Portugal Cultural

Paulo Mendes da Rocha Ricardo Bak Gordon Gonçalo Byrne Barbas Lopes Falcão de Campos José Paulo dos Santos Pedro Campos Costa Artéria Manuela Fernandes

Raquel Henriques da Silva Bárbara Coutinho Dalila Rodrigues Helena Barranha Flávio Lopes José Mateus André Tavares Nuno Faria

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ISSN: 1647- 077X

jan|fev 2013 | €11,00

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Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos autores

ARQUITETURA E ARTE

Portugal Cultural

R. Alfredo Guisado, 39 – 1500-030 LISBOA Telefone: 217 703 000 (geral) 217 783 504/05 (diretos) Fax: 217 742 030 futurmagazine@gmail.com

Paulo Mendes da Rocha Ricardo Bak Gordon Gonçalo Byrne Barbas Lopes Falcão de Campos José Paulo dos Santos Pedro Campos Costa Artéria Manuela Fernandes

Raquel Henriques da Silva Bárbara Coutinho Dalila Rodrigues Helena Barranha Flávio Lopes José Mateus André Tavares Nuno Faria

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Propriedade:

jan|fev 2013 |��11,00

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ISSN: 1647- 077X

Foto: Daniel Malhão - DMF

Portugal Cultural

matérias

Ano XIII – janeiro|fevereiro 2013 �11,00 (continente) – �16,00 Espanha

ÍNDICE

arqa105

BYRNE + BARBAS LOPES - RECONVERSÃO TEATRO THALIA

Diretor Geral Edmundo Tenreiro etenreiro@revarqa.com

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A R Q U I T E T U R A

A R T E

www.revarqa.com – futurmagazine@gmail.com

Angola

007 011

Info - Boletim Informativo da Ordem dos Arquitetos de Angola (0A) Dossier Cazenga | Sambizanga | Rangel - O Coração da Nova Luanda

In/Outdoors

015

Reabilitação

News

020

Atualidades e agenda

Editorial

026

Luís Santiago Baptista – Portugal Cultural: Reorientação estratégica do arquiteto

Entrevistas

028

Portugal Cultural: Perspetivas Críticas – Raquel Henriques da Silva, Bárbara Coutinho, Dalila Rodrigues, Helena Barranha, Flávio Lopes, José Mateus, André Tavares, Nuno Faria

046 048 062 072 080 090 100 106

Projetos Biografias Mendes da Rocha + Bak Gordon + MMBB – Museu dos Coches, Lisboa Gonçalo Byrne + Barbas Lopes – Reconversão do Teatro Thalia, Lisboa Gonçalo Byrne + Falcão de Campos – Remodelação Sede Banco de Portugal, Lisboa José Paulo dos Santos – Conservatório de Música e Escola Secundária, Coimbra Pedro Campos Costa – Extensão do Oceanário de Lisboa Artéria – Edifício-Manifesto, Mouraria, Lisboa Maria Manuela Fernandes – Pavilhão Expositivo do MNAA, C. C. Colombo, Lisboa

Investigações

110

Patrícia Marques – A Arquitetura em Exposição

Crítica

114

Gonçalo Furtado e Elza Lopes – Arquitetura Portuguesa face à Cultura Global

Design

118

Carla Carbone – Filipe Alarcão: A experiência do espetador - Tempo e fruição

Artes

122 126

David Santos – Emanuel Brás, O artifício e a natureza: uma poética de mutações Sandra Vieira Jürgens – Do it! Edit Yourself: A autoedição em Portugal

Fotografia

130

Fernando Guerra – FG+SG: Fotografia aérea de equipamentos culturais

Dossier

131 139

1 - Circuito Aberto de Arte Pública de Paredes 2 - CPAM - Concentração Portuguesa de Arquitectos em Mação

Livros

147 151 004

Materiais fornecidos pelas marcas

arqa janeiro|fevereiro 2013

Redação Paula Melâneo (Coordenação) apmelaneo@gmail.com Baptista-Bastos (Opinião), Bárbara Coutinho (Design), Carla Carbone (Design), David Santos (Artes), Gonçalo Furtado (Crítica), Margarida Ventosa (Geração Z) Mário Chaves (Livros), Nádia R. Bento (Tradução), Sandra Vieira Jürgens (Artes) Paginação e Imagem Raquel Caetano Bruno Marcelino (desenhos) Edição Digital Ricardo Cardoso Comunicação e Marketing Maria Rodrigues (Diretora) mrodrigues@revarqa.com Carmen Figueiredo - cfigueiredo@revarqa.com Publicidade – PORTUGAL Tel. +351 217 783 504 Fax +351 217 742 030 futurmagazine@gmail.com ANGOLA Parceria Futurmagazine - NAMK, Lda. Rua Major Marcelino Dias, nº 7 - 1º andar-D Bairro do Maculusso, Distrito da Ingombota, Província de Luanda namk-limitada@hotmail.com Tel. +244 222 013 232 Publicidade – BRASIL Jorge S. Silva Tel. +55 48 3237 - 9201 Cel. +55 48 9967 - 4699 jssilva@matrix.com.br Impressão Jorge Fernandes, Lda. Rua Quinta Conde de Mascarenhas, 9 2825-259 Charneca Caparica Distribuição Logista Portugal Área Ind. Passil, lt 1-A, Palhavã 2894-002 Alcochete Tiragem 10.000 Exemplares Periodicidade Bimestral

Mário Chaves

Marketing

Diretor Luís Santiago Baptista lsbaptista@revarqa.com

Apoio:

ISSN: 1647- 077X ICS: 124055 Depósito Legal: 151722/00

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EDITORIAL

temático

Portugal Cultural

A reorientação estratégica do arquiteto perante o conflito de culturas

LUÍS SANTIAGO BAPTISTA|lsbaptista@revarqa.com

A arquitetura é, por natureza, um dos campos privilegiados da cultura. Sempre o foi, embora habitando um campo ambíguo pela sua especificidade disciplinar e condição de existência. A arquitetura não é simplesmente um artefacto artístico, porque tem uma utilidade, nem um mero objeto técnico, porque tem qualidades estéticas. A singularidade cultural da arquitetura está, precisamente, nessa interceção de campos que minam, de ambos os lados, a sua autonomia. Não subentende a liberdade das artes, mas oferece-se esteticamente na experiência quotidiana. Não se circunscreve à técnica, mas amplia as suas possibilidades no próprio palco da vida. No entanto, ao contrário das outras práticas artísticas, literárias, performativas e visuais, a arquitetura requer fortes investimentos para se realizar. Investimentos esses, não simplesmente criativos e artísticos, nem meramente económicos e financeiros, mas igualmente investimentos humanos e coletivos. A sua realização não é apenas criativa e financeira mas igualmente participativa. A intervenção arquitetónica é um trabalho de equipa, avesso a empreitadas individuais. Para se concretizar envolve múltiplos agentes e intervenientes das mais diversas áreas disciplinares, seja para a pensar, seja para a projetar, seja para a construir, seja para a habitar. É neste sentido que a arquitetura é um trabalho eminentemente coletivo. Mas é também um trabalho de construção de comunidade, uma vez que organiza e distribui a nossa realidade vivencial. Espacializa-a sob a forma de ideias, narrativas, utopias, construções, materialidades, fluxos, etc. Perante este âmbito disciplinar abrangente, torna-se impossível negar a dimensão cultural da arquitetura. Em tempos de cultural studies, tendo em conta que no limite tudo pode ser manifestação cultural, a arquitetura não deixa de participar de alguma forma em todas essas práticas humanas e sociais. Dá-lhes espaço e configura-lhes a experiência e o uso. É pois esta conceção ampla do campo da arquitetura que hoje permite que se fale do arquiteto como alguém com instrumentos e capacidades para pensar espacialmente toda e qualquer atividade humana. Não apenas um arquiteto exclusivamente centrado no projeto, mas um “arquiteto expandido” com múltiplas valências para analisar, imaginar, debater, programar, projetar, construir e habitar espacialmente a complexa realidade vivencial e existencial. Como refere Mark Wigley: “O expanded architect retém e expande a capacidade nuclear do arquiteto que é pensar multidimensionalmente; de imaginar, quase ilegalmente, organizações que só são possíveis em espaços extraordinariamente multidimensionais, definidos pela colisão de forças incompatíveis. Somos terrivelmente corajosos ou ingénuos, não é claro, por conseguir ver a possibilidade da forma num caos de factores sobrepostos.”1

No âmbito do papel da arquitetura em Portugal, a questão da cultura arquitetónica portuguesa torna-se inultrapassável. Uma questão quente tendo em conta o confronto inevitável entre um discurso disciplinar dominante e a condição territorial contemporânea. Apesar da crescente pluralidade e diversidade do meio arquitetónico português, poder-se-ia dizer que permanece latente na nossa cultura arquitetónica um conflito estrutural entre uma sedimentada cultura disciplinar e uma emergente cultura urbana. Sintomaticamente, Varela Gomes, no início da década de noventa, apontava com acuidade as “duas posições alternativas” para o “problema do «enraizamento» da prática arquitetónica” portuguesa: “Uma delas parte

026

arqa janeiro|fevereiro 2013

do princípio que a arquitetura deve contribuir para consolidar paisagens e hábitos, ligando-se à tradição (Moderna ou pré-moderna) e construindo paisagens que favoreçam a pertença dos indivíduos a um lugar. A outra assume a inevitabilidade e irreversibilidade da mudança, encarando com otimismo o desenraizamento em relação a hábitos tradicionais, a mobilidade das culturas e dos gostos, as paisagens novas de uma nova ordem urbanoarquitetónica de contornos ainda mal definidos.”2 Diríamos que, duas décadas depois, se mantém este paradigma dicotómico entre culturas aparentemente inconciliáveis, apesar da questão ter extravasado a esfera estrita da “prática arquitetónica” para um conjunto mais aberto de práticas culturais. Uma cultura disciplinar, centrípeta, com o projeto arquitetónico como transformador da realidade, contra uma cultura urbana, centrifuga, com estratégias de intervenção abertas aos fenómenos do território urbano. Por um lado, a cultura disciplinar, dominante e de resistência, constrói-se centrada no ato projetual, a partir de uma forte lógica de continuidade histórica e na procura de uma síntese entre modernidade e tradição. É a arquitetura vista por dentro, na qual a realidade se projeta com dificuldade tendo em conta a sua desmesurada imperfeição e impureza. Por outro lado, a cultura urbana, fenómeno transdisciplinar às ditas áreas criativas, desenvolve uma atenção à condição metropolitana globalizada, com as suas realidades sociais em mutação e processos de urbanização generalizada. É a arquitetura vista por fora, na qual a intervenção criativa e crítica é lançada no turbilhão produtivo e mediático do real. A verdade é que estes dois universos raramente se têm tocado, salvo raras exceções. A complementaridade entre o autoral e o anónimo de Nuno Portas, o cruzamento do erudito com o popular de Manuel Graça Dias, o atravessamento da história pelo pop de Jorge Figueira, o interceção entre o arquitetónico e o urbano de Nuno Grande, a confluência da realidade e da ficção de Pedro Gadanho, o colapso do formal no informal de Álvaro Domingues, seriam alguns desses momentos críticos de contacto. Porém, a realidade disciplinar portuguesa continua agarrada a oposições entre continuidade e rutura, tradição e modernização, centro e periferia como se fossem realidades antagónicas e não lógicas simultâneas e complementares. Diríamos que é, finalmente, por esta incapacidade de comunicação entre diferentes culturas que os arquitetos restringem o seu foco de interesse a pequenas parcelas do tecido urbano, mantendo na sombra os territórios extensivos e fragmentados que habitamos. É também por isso que tendemos a focarmo-nos somente nesse território de pretenso conforto, escapando, sempre que possível, à expansiva “desurbanidade (…) que assusta”.3 O que explica, de certa forma, o nosso desconforto inconfessável perante A Rua da Estrada e A Vida no Campo.4

A crise financeira e social que se instalou em Portugal nos últimos anos tem fortes repercussões na arquitetura e na sua prática profissional. Muito se tem falado da emigração forçada dos arquitetos portugueses e da ausência de encomenda pública e respetivos concursos. Em terminologia contemporânea, assistimos à rarefação de hardware que leva à escassez de software. Quanto à redução do hardware, ou seja, de encomenda e construção de obras sabemos que as últimas décadas, as da abundância, foram de grande investimento em equipamentos públicos, com as vagas de construção de universidades, cineteatros, museus, bibliotecas, CMIAs,

Diríamos que, duas décadas depois, se mantém este paradigma dicotómico entre culturas aparentemente inconciliáveis, apesar da questão ter extravasado a esfera estrita da “prática arquitetónica” para um conjunto mais aberto de práticas culturais. Uma cultura disciplinar, centrípeta, com o projeto arquitetónico como transformador da realidade, contra uma cultura urbana, centrifuga, com estratégias de intervenção abertas aos fenómenos do território urbano.

Mendes da Rocha+Bak Gordon, Museu dos Coches, 2012 • Byrne+Barbas Lopes, Teatro Thalia, 2012 • Campos Costa, Ampliação Oceanário, 2011 • Artéria, Edifício Manifesto, 2012

escolas secundárias, etc. O país equipou-se num curto espaço de tempo, com programas de importante valia cívica e cultural. No entanto, com ou sem crise, o investimento no hardware estava destinado a contrair-se, tornandose mais pontual e cirúrgico. A crise simplesmente tornou esse processo mais rápido e violento. Neste sentido, o destino parece traçado para o crescente número de arquitetos portugueses que sai das faculdades públicas e privadas. Porém, isto só é verdadeiramente um facto, quando se pensa segundo a lógica disciplinar autoral que tem dominado a nossa cultura arquitetónica. Tal como Tiago Mota Saraiva apontou: “(…) torna-se claro quanto é errado declarar que não existe trabalho para os arquitetos em Portugal ou qualquer outro país a atravessar uma devastação financeira. Podemos imaginar quanto é ofensivo para a maioria da população, dizer que existem mais arquitetos do que aqueles que o país precisa. Há muito a fazer. Há muito a fazer em colaboração com as pessoas que não têm dinheiro para pagar os serviços da arquitetura. Há muito a fazer com aqueles que vivem nas piores condições.”5 Diríamos que, se a aposta nas grandes obras de hardware está destinada a rarefazer-se, se os arquitetos são obrigados a emigrar mesmo tendo consciência do muito trabalho para ser feito nas áreas negligenciadas do nosso território, o investimento para enfrentar esta situação tem que se dirigir necessariamente para o software. Este software não é mais do que o potencial criativo e organizativo dos próprios arquitetos orientado para a resposta às necessidades prementes das sociedades contemporâneas. Ricardo Carvalho encontra-o a emergir nas novas gerações: “Esta forma de atuação proposta pelas gerações mais jovens procura também contornar uma ideia que percorre a tradição em que os arquitetos portugueses foram formados – a da relação mestre/discípulo e a ambição da construção perene, a cultura da permanência. Essa aspiração hoje é apenas possível na transmissão das ideias e não do vínculo material, e muitas vezes formaliza-se em arquiteturas de grande fragilidade, muito distantes dos tradicionais contextos de encomenda.”6 Envolve assim uma criatividade mais orientada, uma maior abertura crítica e outras estratégias de atuação. Enfim, convoca os arquitetos “expandidos” e empenhados a reinventarem a profissão e por consequência o ensino, reorientando convictamente os seus campos de interesse e intervenção. Só assim o otimismo e voluntarismo dos arquitetos portugueses se pode continuar a manifestar no território, saindo do actual beco sem saída.

Os projetos que se apresentam neste número são um retrato da arquitetura portuguesa em mutação. Compreendem um espectro que vai dos exemplares derradeiros de um Portugal Cultural materializado em grandes obras de arquitetura até estratégias emergentes de intervenção social e associativa. Talvez marquem, sem falsos dualismos exclusivistas, a transição que se anuncia de uma cultura arquitetónica do hardware para uma outra do software. O novo Museu dos Coches de Paulo Mendes da Rocha + Ricardo Bak Gordon propõe uma nova centralidade eminentemente pública na Belém monumental. A reabilitação do Teatro Thalia de Gonçalo Byrne + Barbas Lopes oferece um novo espaço polivalente, tectónico e telúrico, à cidade. A recuperação da Igreja no edifício sede do Banco de Portugal de Gonçalo Byrne + Falcão de Campos musealiza um espaço desafiante, antes subtraído ao centro de Lisboa. A Escola de Música em Coimbra de José Paulo dos Santos demonstra as possibilidades arquitetónicas estruturantes de um ensino artístico integrado. A ampliação do Oceanário de Lisboa de Pedro Campos Costa revela o que pode ser a arquitetura espacialmente quando mergulha num imaginário específico. O Edifício Manifesto na Mouraria do coletivo Artéria mostra outros caminhos para uma atuação social e cultural empenhada do arquiteto na ativação dos bairros da cidade de Lisboa. O pavilhão do Museu de Arte Antiga no Centro Comercial Colombo de Manuela Fernandes explora o contacto inesperado entre os habitualmente antagónicos universos cultural e comercial. 

Mark Wigley, «Bem-vindos ao Vácuo», in J.A #239 – Ser Crítico. Lisboa, Ordem dos Arquitetos, 2010, p. 33. 2 Paulo Varela Gomes, «Pontos de Referência: A Exposição de Arquitetura Portuguesa na Europália» (1991), in J.A #218-219 – Antologia 1981-2004, Lisboa, Ordem dos Arquitetos, 2005, p. 132. 3 Manuel Graça Dias, «A Desurbanidade é que Assusta», in J.A #195 – A Cidade e as Serras, Lisboa, Ordem dos Arquitetos, 2000, p. 11. 4 Ver: Álvaro Domingues, A Rua da Estrada, Porto, Dafne, 2009; Álvaro Domingues, A Vida no Campo, Porto, Dafne, 2011. 5 Tiago Mota Saraiva, «The Place for Architecture in Portugal» (2012), in http:// www.domusweb.it/en/op-ed/the-place-for-architecture-in-portugal/, tradução livre. 6 Ricardo Carvalho, «Generosidade e Ressentimento», in Público - Ípsilon, 16 Dezembro 2012, p. 39. 1

janeiro|fevereiro 2013

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INFO Boletim da Ordem dos Arquitectos de Angola, Conselho Nacional – Ano I - Nº 3 – janeiro|fevereiro 2013

Agenda

Eventos realizados

9 DE FEVEREIRO 2013

OAA – A Terceira Assembleia Geral da Ordem dos Arquitectos de Angola. Neste evento

deverá ser feito um balanço do mandato que agora termina. REALIZOU-SE DE 8 A 12 DE DEZEMBRO, EM ABIDJAN, COSTA DO MARFIM, a 39ª reunião do Conselho da União Africana de Arquitectos (AUA) e o encontro de Desenvolvimento Profissional Contínuo (CPD). Este último, foi uma organização conjunta entre a AUA e a UIA (União Internacional de Arquitectos). Na reunião do Conselho da AUA foram aprovadas varias resoluções concernentes a organização interna da União. No encontro do CPD, foram feitas apresentações de trabalhos desenvolvidos por grupos de arquitetos ivoariences, em parceria com o governo de Abidjan, sobre requalificação urbana de zonas degradadas. •

Opinião

2 DE MARCO 2013 Terceiras Eleições Gerais da Ordem dos Arquitectos de Angola. Nestas eleições deverá ser eleito o próximo Presidente do Conselho Nacional, em substituição do arq. Antonio Gameiro, bem como do Presidente do Conselho provincial de Luanda, o arq. Helvecio da Cunha. A convocatória para os dois eventos foi feita a 17 de Janeiro, pelo atual Presidente da Ordem. C

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‘Delirious in Luanda’

FALAR DE LUANDA é também falar dos musseques, assim como os “Slums” em Londres ou em Nova Iorque, os “bidonvilles” em Paris, as “favelas” no rio de Janeiro, os “bustees” em Calcutá, as “villas de misérias” em Buenos Aires, ou os “bairros de caniços” em Lourenço Marques, pois espelham as assimetrias da evolução social. Com os seus 437 anos de existência, Luanda de hoje é o palco das atenções de arquitetos, sociólogos e antropólogos, pois apresenta características únicas onde se verificam novas dinâmicas sociais, culturais e económicas. Se até 1940 a expansão da cidade era lenta, foi no período da 2º guerra mundial onde se verificou o maior crescimento da cidade com uma arquitetura fortemente caracterizada pelo movimento moderno, a arquitetura “Corbusiana”. Esse movimento chegou a Luanda pelas mãos de arquitetos talentosos da época como Vasco Vieira da Costa, Castro Rodrigues, Fernão Simões de Carvalho entre outros. Foi um período notável, onde o urbanismo e a própria arquitetura ainda hoje têm algo a dizer à cidade. O período entre finais dos anos 70 até fins dos anos

90, verificou-se como um período de estagnação no crescimento da cidade de “betão”, mas também foi nesse mesmo período que se registou o fenómeno de migração do interior para a capital (cidade de Luanda). O “Boom” das construções desordenadas começava a uma velocidade descontrolada e, hoje, espelha o mosaico e a diversidade da nova estrutura urbana que Luanda apresenta. Existem alguns planos de urbanização que estão a ser implementados para aliviar a pressão urbana que a cidade vive. Ainda bem que existem estes planos mas, não querendo ser pessimista, pergunto-me se uma cidade se faz com planos “a retalho” como tenho verificado por exemplo com o plano do Cazenga, Sambizanga, Zango, entre outros, ou se se deve pensar a cidade como um todo, criando um plano estratégico de crescimento sustentável, onde quem sai a ganhar é a cidade e os seus utilizadores. Na verdade, pensar Luanda é um exercício muito complexo e ao mesmo tempo apaixonante pela sua diversidade cultural e social e nunca terá o consenso de todos os que pensam nela. • Jaime Mesquita, Arquiteto

Plano Nacional de Formação de Quadros, 2013-2020

Programa de acção, 2013-2014 O Plano Nacional de Formação de Quadros tem como meta o aumento quantitativo e qualitativo de técnicos médios e superiores e o enquadramento do sistema de ensino às necessidades do país. A formação e a qualificação de quadros vai corresponder às necessidades do desenvolvimento de Angola e na sua afirmação a nível regional e internacional. A Estratégia Nacional de Formação de Quadros (ENFQ) vai ser concretizada através de instrumentos adequados, onde o principal é o Plano Nacional de Formação de Quadros (PNFQ). O Plano abrangerá o período 2013-2020 e integrará um instrumento de intervenção de curto prazo, que é o Programa de Acção para o Biénio 2013-2014, que tem uma estrutura própria e uma natureza mais programática. O Programa de Ação está estruturado em três grandes domínios: • Um primeiro de enquadramento, onde se revê e atualiza o Quadro Geral de Recursos Humanos de Angola para o horizonte 2020, caracterizam-se os Objetivos e a Estratégia de Implementação do Programa de Ação, no contexto do PNFQ, e se estabelecem Metas Gerais para 2015, ano em que se poderão avaliar os efeitos das ações realizadas no Biénio anterior;

• Um segundo, onde se apresentam 2 tipos de resposta para as necessidades de formação identificadas na Estratégia Nacional de Formação de Quadros (ENFQ), estruturadas em Programas de Ação Fundamentais: Respostas integradas para as necessidades em Quadros Médios e em Quadros Superiores. Neste caso, com particular relevo para as necessidades de Docentes (Mestrados e Doutoramentos) para o Ensino Superior e de Quadros para o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação: Respostas para Domínios Específicos: Quadros Docentes e Especialistas e Investigadores em Educação (Ensino não Universitário); Quadros da Administração Pública; Quadros de Apoio ao Empreendedorismo e Desenvolvimento Empresarial. • Um terceiro, que inclui a programação das Medidas de Política. O Plano Nacional de Formação de Quadros (2013 – 2014), adota, mas atualiza, o Quadro Geral de Recursos Humanos no Horizonte 2020. Por outro lado, estabelece 2015 como ponto intermédio da trajetória até 2020, e também como horizonte-meta para o Plano 2013-2014.

Cenas do Quotidiano

Lombas SEGUNDO O DICIONÁRIO DA PORTO EDITORA, lomba é uma pequena elevação

a toda a largura de um caminho ou de uma estrada, erguida para obrigar os veículos a reduzir a velocidade. A altura que as lombas nunca deve ultrapassar a altura entre o pavimento e o início dos chassis do veículo mais baixo. Infelizmente, o que se tem vindo a observar, seja por falta de

regulamento ou por ignorância de quem coloca tais lombas, é que a altura que das lombas que vemos por toda a cidade e não só, pois na saída da barra do Kwanza também se pode verificar, são medidas e feitas a partir da altura de carrinhas e caminhões. Assim, os veículos de turismo estão limitados na sua circulação dentro da cidade e entre localidades. •

Legislação Estatuto da OA Diário da República 17 de Agosto de 2004 / I série/ Nº66 Artigo 9 (Apresentação da Candidatura) 1. A eleição para os órgãos da Ordem dos Arquitetos depende da apresentação de propostas de candidatura, que devem ser efetuadas para o Presidente da Ordem em exercício até 31 de Outubro do ano imediatamente anterior ao inicio do triénio subsequente. 6. Quando não seja apresentada qualquer candidatura para os órgãos cuja eleição depende desta formalidade, o Presidente da Ordem declara sem efeito a convocatória da assembleia ou o respetivo ponto de ordem do dia e, concomitantemente, designa data para a nova convocação da respetiva assembleia entre 90 a 120 dias após o dia anteriormente indicado para a eleição. A apresentação de candidaturas terá lugar até 30 dias antes da data designada para a reunião.

Ordem dos Arquitetos de Angola Rua Aníbal de Melo, nº 109, 1º andar Vila Alice, Luanda Tel. +244 926 975 502 ordemdosarquitectosdeangola@yahoo.com

Projecto Nova Vida Rua 50 • edifício 106, 3º andar, apto 3.2 • Luanda - Angola Telf. +244 923 609 573 • +244 921 548 455 pranchetalda@hotmail.com

DOSSIER

AAPaixão da Cidade Nova Paixão da Cidade Nova

O Cazenga e o Sambizanga são dois dos sete municípios O Cazenga e o Sambizanga que constituem a sete áreamunicípios urbana são dois dos que constituem a área urbana da cidade de Luanda, na província da cidade de Luanda, na província do mesmo nome., do mesmo nome. O Presidente José Eduardo dos Santos O Presidente José Eduardo dos Santos lançou, em 2010 as primeiras pedras lançou, em 2010, as primeiras pedras para o projeto de requalificação destes para o projecto de requalificação destes municípios que numa 1ª fase, farãofarão faceface municípios que, numa 1.ª fase, à carência de infraestruturas como falta à carência de infraestruturas como falta de água canalizada, rede eléctrica, de água canalizada, rede elétrica, esgotos, drenagem pluvial. Nesta altura esgotos, drenagem pluvial. Nesta altura as obras, de infra estruturas estão quase as obras, de infraestruturas estão quase concluídas. Na base dos trabalhos, concluídas. dos com trabalhos, sempre sempreNa embase contacto as comunidades em contacto a scomunidades visadas com e seus representantes, visadas está e seus representantes, estáTécnico o GTRUCS o GTRUCS – Gabinete de Reconversão e Sambizanga, Gabinete Técnico Cazenga de Reconversão dirigido pelo arquitecto Bento Soito Cazenga e Sambizanga, dirido pelo arquitecto Bento Soito

O GrandeProjecto Projecto de O Grande deReconversão Reconversão As grandes linhas orientadoras do do projecto reconversão Urbana de Cazenga As grandes linhas orientadoras projectodede reconversão Urbana de Cazenga

Projecto da nova sede GTRUCSno noCaazenga Cazenga Projecto da nova sede dodo GTRUCS

DOSSIER

José Eduardo dos Santos, Sua Excelência o Presidente da República de Angola

O G.T.R.U.C.S é um Gabinete de apoio técnico criado pelo Decreto Presidencial nº 266/10, de 29 de Novembro de 2010, e tem por missão fundamental a execução, coordenação, acompanhamento, controlo e fiscalização do processo de implementação dos projectos de Reconversão dos Municípios do Cazenga e Sambizanga; Funciona por delegação do titular do Chefe do Executivo, na directa dependência da Comissão Nacional para a Implementação do Programa de Urbanismo e Habitação (CNIPUH).

Como Vai Ser Realizado o Projecto A metodologia definida para a implementação da estratégia de reconversão urbana consiste, numa 1ª fase, na urbanização de uma área disponível, com o objectivo de acomodar a população residente nas áreas circunvizinhas (próximas ao terreno da primeira fase do projecto). Esta estratégia permitirá edificar novas urbanizações, nas áreas libertas, após a transferência da população dos espaços degradados. O processo, apelidado “bola de neve” permitirá que a estratégia definida para a reconversão urbana se configure num ciclo de acções sustentáveis, servindo de exemplo para a intervenção noutras localidades.

2 000 fogos de habitação social, edifícios mistos de comércio e serviços incluindo habitação de média e alta renda

DOSSIER Melhores Condições de Vida Cazenga|Sambizanga|Rangel COORDENAÇÃO

Arquitecto Bento Soito

ACOMPANHAMENTO

EXECUÇÃO

CONTROLO E FISCALIZAÇÃO

Competências do G.T.R.U.C.S. Coordenação

Execução

Por via do monitoramento e gestão das actividades administrativas, financeiras e técnicas.

Através de mecanismos de implementação física da reconversão urbana. Planeamento Urbano Implantação de Infra-Estruturas e Equipamento Social Promoção Imobiliária Geral Desenvolvimento Empreitada Imobiliária para habitação Social

Acompanhamento Garantindo a permanência de equipas técnicas especializadas nos momentos de execução de obras, nas diferentes fases, o apoio aos agentes e demais entidades responsáveis pelas tarefas concorrentes à viabilização da reconversão.

Controlo e Fiscalização Supervisionando todo o processo de implementação.

O director do G.T.R.U.C.S. do município de Cazenga e dos distritos de Sambizanga e Rangel, Bento Soito, afirmou que estão criadas as condições para a implementação do plano director para a requalificação destas localidades. Falando à imprensa, no final de um encontro com representantes das comunidades visadas para a apresentação do objectivo do programa, o responsável fez saber que é objectivo destes encontros colher comentários, impressões, perspectivas e preocupações no sentido de o plano poder enquadrar e responder ao contexto e identidade de todos. “Após a recolha destas contribuições marcamos este encontro de balanço com vista a apresentar a visão e o conceito final ou consensual do projecto, que vai garantir o início da elaboração deste plano director, o qual deve estar assente na participação de todos!”, Referiu o responsável. Acrescentou ainda que, além da elaboração do plano director geral, haverá um plano das infra-estruturas a serem criadas. Para Bento Soito, outro propósito destes encontros é fazer com que o Gabinete de Reconversão receba contribuições da comunidade.

GABINETE TÉCNICO DE GABINE RECONVERSÃO TÉCNICO URBANA RECONVERSÃ CAZENGA URBAN SAMBIZANGA CAZENG SAMBIZANG

1ª Fase DOSSIER de Reconversão 1.ª Fase Urbana de Reconversão do Cazenga Urbana do Cazenga

Área Area urbana urbana delimitada delimitada para 504 ha ha para reconversão reconversão – - 504 Area urbana urbana disponível Área fase 11 –- 59,5 fase 59,5 ha ha

Vista geral do Projecto Vista geral do Projecto

.ene..cios ..antitativos Benefícios Quantitativos Construção de infra-estruturas e habitações sociais

Construção de infra-estruturas e habitações sociais adequadas. Equipamentos sociais e serviços espaços verdes adequadas. Equipamentos sociais e públicos, serviços públicos, e de lazer. espaços e de lazer. Também a interacção e integração Tambémverdes a interacção e integração entre os agentes promotorese a comunidade do processo entre os agentes promotores e alvo a comunidade são de alvorecconversão. do processo de reconversão.

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Benefícios Qualitativos Melhoria na qualidade de vida.

A melhoria no comportamento urbano do munícipe, Melhoria na qualidade de vida. a promoção de emprego, crescimento económico da região, mútua satisfação de interesses Aamelhoria no comportamento urbano edonecessidades munícipe, da comunidade e dos promotores públicos. a promoção de emprego, crescimento económico da região, a mútua satisfação de interesses e necessidades da comunidade e dos promotores públicos.

In/outdoors

Reabilitação

Conservatório Regional de Música de Vila Real Sistema de Caixilharia Navarra

In/outdoors

Reabilitação CIN Avenida Dom Mendo, nº 831 Apartado 1008 – 471-909 Maia Tel. +351 229405000 Fax +351 229485661 custumerservice@cin.pt www.cin.pt

A gama Vinyl surgiu há 25 anos e é um dos melhores exemplos de capacidade de inovação e reinvenção da CIN. Mais nenhuma tinta consegue uma paleta tão completa capaz de criar mais de 4100 cores. Vinylmatt é o produto-estrela da marca. Esta tinta aquosa extra mate obteve a classiﬁcação máxima (A+) do Laboratório da Qualidade do Ar Interior (LQAI), no que refere o cumprimento das mais exigentes normas europeias de proteção da qualidade do ar interior, sendo a única em território nacional com esta distinção. Esta gama é composta por 3 produtos com diferentes níveis de brilho: Vinylmatt, Vinylsoft e Vinylsilk. Caracteriza-se pelo acabamento de elevada qualidade e resistência da película ao desenvolvimento de fungos.

Dyrup Rua Cidade de Goa, 26 2685-038 Sacavém Tel. +351 218410200 Fax +351 219414582 clientes@dyrup.pt www.dyrup.pt

Dycrilforce é uma tinta de base aquosa e acabamento liso, 100% acrílica e brilho mate, perfeita para a pintura e proteção de fachadas. Esta tinta apresenta uma excelente repelência à água e inclui um aditivo que proporciona uma maior resistência à formação de fungos e algas, contribuindo para a manutenção das fachadas limpas e protegidas por muito mais tempo. É de fácil aplicação e enorme durabilidade no exterior, mesmo nas condições mais extremas e adversas. 5 benefícios chave que garantem resultados imbatíveis na proteção de fachadas: enorme durabilidade no exterior; elevada repelência à água; eﬁcaz contra fungos e algas; excelente opacidade; não retém nem poeiras nem sujidades.

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In/outdoors

Reabilitação Listor Centro Empresarial Águas de Mouro Estrada da Atalaia, nº 6 2530-009 Atalaia - Lourinhã Tel. +351 261 980 500 correio@listor.pt www.listor.com

Reabilitar edifícios degradados não é tarefa ffá fácil, cil, por isso a escolha dos melhores materiais é essencial. Foi o que aconteceu com o Edifício da Rua da Miragaia, no Porto, a sua peculiaridade foi um desaﬁo quer para o Gabinete de Arquitectura J.Bragança, M.Marques, Lda quer para a construtora Eri, S.A. A LISTOR com os pavimentos da marca Quick-Step, da gama Perspetive, foi uma forte aliada para que este projeto fosse um sucesso, como o demonstra a Menção Honrosa do Prémio IHRU 2011.

Margres Chousa Nova 3830-133 Ílhavo – Portugal Tel. +351 234329700 Fax. +351 234329702 margres@margres.com www.margres.com

A Margres apresenta a nova coleçãoo Linea Party que interpreta em grés grés lamina as suaves gr cores da coleção Party, já existente em 9,5mm. Com Linea Party é dada uma nova polivalência às 5 cores desta coleção que mais procura têm no mercado. Assim, estas 5 cores para além de disponíveis nos formatos 30x60cm e 60x60cm, passam agora a estar também disponíveis em grandes formatos até 1x3m e com apenas 3mm de espessura. O objetivo é criar superfícies de cor uniforme com ligeiras nuances, de forma a criar um suave movimento visual na superfície. Esta nova linha da Margres vai ao encontro das modernas tendências da arquitetura minimalista, onde os pavimentos e revestimentos se querem discretos e suaves, adaptáveis aos mais diversos ﬁns do espaço a ser vivido.

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In/outdoors

Reabilitação Navarra Apartado 2476 4701-971 BRAGA Tel +351 253603520 Fax +351 253677005 geral@navarraaluminio.com www.navarraaluminio.com

Um sistema de caixilharia é constituído por perfis de alumínio estruturados entre si, tendo como principal função assegurar o encerramento de um vão de forma eficiente, permitindo iluminar e ventilar os edifícios, garantindo as condições de segurança e de conforto dos seus utilizadores. A marca navarra dispõe um vasto portfólio de sistemas de alumínio para arquitetura, com elevados níveis de isolamento térmico e acústico, aliando a funcionalidade dos sistemas para construções de reabilitação e/ou integração de novos projetos. Todos os sistemas de alumínio para arquitetura são testados e certificados de acordo com a marcação CE.

Sotecnisol Rua do Ferro – Fetais 2681-502 Camarate, Portugal Tel. +351 219488400 Fax +351 219470490 geral@sotecnisol.pt www.sotecnisol.pt

A reabilitação sustentável não se esgota na reabilitação “pura” de edifícios. cios. Poderão Poderão ser Poder também trabalhos de meras correções de patologia e/ou soluções, que visem a otimização do comportamento térmico e do consumo de energia. A Sotecnisol tem estado muito ativa na área da reabilitação da envolvente exterior de edifícios, quer com ﬁns domésticos quer industriais, nomeadamente com o sistema de isolamento térmico pelo exterior (ITE) resultado, não só da necessidade crescente de poupança de energia, bem como das maiores exigências ao nível do conforto térmico, atualmente procurado nos edifícios. Esta solução deixa de ser um custo para o cliente e passa a ser vista como um investimento, uma vez que a poupança de energia resultante deste tipo de intervenção se traduz num pay-back do investimento bastante atrativo.

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NEWS

atualidades

PAULA MELÂNEO|apmelaneo@gmail.com

Rem Koolhaas Diretor da Bienal de Arquitetura de Veneza A direção da Biennale di Venezia, presidida por Paolo Baratta, anunciou recentemente que Rem Koolhaas será o responsável pela próxima edição da Bienal de Arquitetura de Veneza. Após David Chipperfield ter lançado, na 13ª Exposição Internacional de Arquitetura, que teve cerca de 178.000 visitantes, o tema Common Ground, em 2014 será a vez de Rem Koolhaas escolher nova temática para reflexão. Baratta referiu: “As exposições de Arquitetura da Bienal têm crescido em importância internacional. Rem Koolhaas, uma das mais importantes personalidades entre os arquitetos do nosso tempo – que tem baseado o seu trabalho numa pesquisa intensa, agora uma reconhecida celebridade – comprometeu-se em mais uma pesquisa e, porque não, num novo pensamento”. Do seu lado, Koolhaas referiu: “Queremos lançar um novo olhar sobre os elementos fundamentais da arquitetura – usados por qualquer arquiteto, em qualquer lugar, em qualquer altura – para ver se descobrimos algo novo sobre a arquitetura.” Koolhaas (n.1944, Roterdão) fundou OMA (Office for Metropolitan Architecture) em 1975 com Elia e Zoe Zenghelis e Madelon Vriesendorp.

Foto: Guilherme de Carvalho

Foi distinguido com o Prémio Pritzker em 2000 e o Leão de Ouro pela sua contribuição para a Arquitetura na Bienal de Veneza de 2010. A Exposição de Arquitetura da Bienal de Veneza já tem data marcada, entre 7 de junho e 23 de novembro de 2014, no Giardini e no Arsenale. www.labiennale.org

Garagem Sul do CCB dedicada a Exposições de Arquitetura Abriu recentemente um novo espaço dedicado exclusivamente a exposições de arquitetura em Lisboa. Com cerca de 2.125m2, este será um dos maiores espaços europeus dedicados a este fim. A nova galeria chamase Garagem Sul e é a reconversão de uma parte do espaço inicialmente previsto para estacionamento do Centro Cultural de Belém (CCB), num espaço amplo de um único piso. Foram investidos 145 mil euros nestas obras e na programação de 2013.

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Na abertura, este novo espaço recebeu a exposição “O Ser Urbano: Nos Caminhos de Nuno Portas”, comissariada por Nuno Grande, que esteve já patente em Guimarães, durante a Capital Europeia da Cultura 2012. Esta exposição poderá ser visitada até 24 de fevereiro, período durante o qual acontecem diversas visitas guiadas com Nuno Grande e visitas temáticas com Nuno Portas. Paralelamente Lisbon Ground, a exposição que representou Portugal na Bienal de Arquitetura de Veneza em 2012, comissariada por Inês Lobo (designada pela DGArtes), vai também ser apresentada na Garagem Sul. Com inauguração no dia 24 de janeiro às 19h, vai poder ser visitada até 24 de fevereiro. Este projeto foi criado para responder ao tema – “Common Ground” – lançado pelo comissário geral desta edição da Bienal, o britânico David Chipperfield. De seguida, a Garagem Sul vai receber a exposição ARX 2:3:4 dedicada ao atelier ARX Portugal, de Nuno e José Mateus, e comissariada por Luís Santiago Baptista. Duas décadas depois de RealidadeReal, a primeira exposição do ARX no CCB, esta exposição vai decorrer entre 21 de março e 21 julho. www.ccb.pt

NEWS

atualidades

No Fly Zone. Unlimited Mileage Arte contemporânea Angolana no CCB O Museu Coleção Berardo apresenta a exposição No Fly Zone dedicada a um conjunto de seis artistas da nova cena angolana: Paulo Kapela (imagem em cima), Yonamine, Kiluanji Kia Henda, Edson Chagas, Binelde Hyrcam (imagem em baixo), Nástio Mosquito. A Direção artística é de Pedro Lapa, e a curadoria está a cargo de Fernando Alvim, Simon Njami e Suzana Sousa. A exposição No Fly Zone é um anteprojeto da III Trienal de Luanda 2013. Ela é não só sinal de uma nova vida que Angola experimenta depois da descolonização e da guerra, como define um posicionamento num quadro problematizado sobre as heranças culturais e a sua redefinição, as migrações dos conflitos e o seu feedback, o lugar do artista e da sua produção num mundo que continuamente extravasa os limites do seu conhecimento e reconhecimento e se experimenta, agora por estes novos protagonistas. Este aspeto é tanto mais pertinente quanto o presente histórico que vivemos assiste a uma profunda e radical alteração das coordenadas tradicionais dos lugares recorrentes da atenção prestada à produção artística. Paralelamente, terá lugar a mesa redonda “Unlimited Mileage”, no dia 1 de fevereiro, às 18h00, onde será discutida a exposição No Fly Zone e o contexto que justifica a sua realização tendo como plano alargado o artista africano na arte contemporânea e a terceira edição da Trienal de Luanda. Com Suzana Sousa, Simon Njami, Fernando Alvim e Pedro Lapa. A exposição inaugura dia 30 de janeiro às 19h00 e estará patente até ao dia 31 de março, com entrada livre. www.ccb.pt

Skinenergy vencedor do Prémio Cidades A iniciativa “Uma Cidade Perfeita” distinguiu o projeto Skinenergy com o Prémio Cidades, numa parceria da revista Visão, INTELI, SIEMENS e Sociedade Ponto Verde. Desenvolvido por Ricardo Sousa, juntamente com José Sousa e João Pereira, a investigação teve o apoio da Universidade do Minho. Trata-se de uma espécie de “pele” desenhada para revestir os tetos de infraestruturas urbanas que consegue aproveitar a energia do sol, da chuva ou do vento. Skinenergy assume um papel de destaque no mercado das energias renováveis em paralelo com o mercado dos materiais de revestimento de edifícios. É um produto flexível e adaptável à diversidade de propostas arquitetónicas, realizadas de raíz ou em reabilitação. O fato de se inserir no mercado dos materiais de revestimento e ao mesmo tempo nos equipamentos de microgeração de energia, faz-lhe abrir um vasto leque de possibilidades de aplicação, com a vantagem de ser um elemento capaz de se tornar diferenciador e inovador na área Clean Tech. Pode ser aplicado no revestimento de fachadas ventiladas, como lâminas de sombreamento de envidraçados e cortinas de vidro, pálas de sombreamento de vãos, revestimento de coberturas planas ou inclinadas sem fim de impermeabilização, pérgulas e coberturas de espaços exteriores como parques, mobiliário urbano, painéis de publicidade, estacionamentos ou mesmo como elementos de função decorativa aliada à capacidade de ser também gerador de energia. www.skinenergy.eu

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ENTREVISTA

arquitetura

Portugal Cultural

Perspetivas Críticas

LUÍS SANTIAGO BAPTISTA PAULA MELÂNEO

Raquel Henriques da Silva

Historiadora, Professora FCSH-UNL, Diretora Instituto de História da Arte arqa: Tendo em conta o seu trabalho/investigação, de que forma considera a arquitetura uma atividade de natureza cultural? RHS: Para a história da arte, área em que trabalho, a arquitetura é predominantemente uma “atividade de natureza cultural”. Gostamos mesmo de a encarar, ainda hoje, como uma das artes. Fundamental porque cria as paisagens, alimenta as cidades, articula-se com as outras artes mas também com muitas “não artes”, da construção à vida quotidiana. Este imenso espectro de atuação da arquitetura envolve não só a “grande arquitetura” ou “a arquitetura de autor” mas também as não arquiteturas e as anti-arquiteturas, pobres, correntes, feias, pirosas, mesmo destruidoras dos sítios, além do espaço urbano,

Revista de História de Arte “Museus e Investigação”, Nº8, 2011.

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anti-urbano, rural, das grandes e pequenas perspetivas. Envolve ainda as equipas dos serviços técnicos municipais e os seus trabalhos, mais ou menos anónimos, magníficos às vezes, outras, anódinos. Questões como estas são grandes, graves e complexos problemas de “natureza cultural” e devem ser pensados pelo próprio domínio disciplinar: ou seja pelos arquitetos, pela história e pela teoria da arquitetura. arqa: Perante a atual situação de crise económica e social em Portugal, como pode a arquitetura ter um papel numa política cultural de futuro? RHS: Não há campo privilegiado para ninguém. A arquitetura tem de sobreviver, como tudo o resto, e nós também. Para “o futuro” não haverá “um papel” mas a continuação de vários, confluentes ou antagónicos, nas suas disposições e opções, tal como hoje acontece. Mas… acreditando que a utopia é uma dimensão fundamental da cultura, bem gostaria que a arquitetura (ou seja alguns arquitetos, de preferência em equipas) fosse mais política! Quer dizer, crítica e propositiva em relação aos desacertos do mundo. Com preocupações ecológicas, não só para as encomendas de luxo mas para a edificação corrente, fomentadora de energias alternativas, no sentido técnico mas também social e espiritual. Resistente às encomendas dos novosricos, sobretudo quando são países que querem construir alamedas de bancos, como se estivéssemos nos anos de 1970. Resistente também à economia para-esclavagista dos grandes ateliers e escritórios. Reivindicadora da consistência das intervenções no tempo e cuidadora do espaço público. arqa: Sendo a cultura um dos principais ativos nacionais, quais as estratégias necessárias para uma mais forte internacionalização da arquitetura portuguesa? RHS: Não acredito muito “em estratégias necessárias”. Como se sabe, e constantemente se reverifica, quem constrói uma “forte internacionalização” na arquitetura, no cinema ou na literatura (é bom viver acompanhado…) são os próprios profissionais e os seus mais diretos agentes que vão à luta pela orgânica pulsão de existirmos. Claro que é preciso reivindicar que o Estado cumpra algumas obrigações e que as empresas e outras instituições apoiem iniciativas diversas, de premiações às encomendas. Ou que as universidades apoiem o estudo, em contextos internacionais, das histórias das nossas arquiteturas e que haja editoras que os editem e traduzam. E há temas recorrentes: um museu ou museus de arquitetura, o destino do Pavilhão de Portugal, na Expo, em Lisboa, etc., etc.. Todavia, o essencial vem dos próprios arquitetos, dos ateliers, dos organismos representativos do sector, quer os mais tradicionais, quer os mais recentes, mais ou menos institucionalizados. E de redes que se estabeleçam com o numero crescente de arquitetos e investigadores que emigram, por gosto e com desgosto. Mas um Siza, embora tendo o pai Távora e a mãe Escola do Porto, é ele mesmo… trata-se de génio que se tem ou não se tem. 

Para “o futuro” não haverá “um papel” mas a continuação de vários, confluentes ou antagónicos, nas suas disposições e opções, tal como hoje acontece. Mas… acreditando que a utopia é uma dimensão fundamental da cultura, bem gostaria que a arquitetura (ou seja alguns arquitetos, de preferência em equipas) fosse mais política! Raquel Henriques da Silva

Bárbara Coutinho

Historiadora, Professora IST, Diretora MUDE arqa: Tendo em conta o seu trabalho/investigação, de que forma considera a arquitetura uma atividade de natureza cultural? BC: A arquitetura é uma manifestação cultural e criativa, mas possui também uma dimensão política, social e ética que não pode ser esquecida ou negligenciada, em particular nos tempos que vivemos. Considero que quanto mais estas componentes estiverem interligadas e forem consideradas à priori no próprio projeto, mais a arquitetura ganha eficácia, enraizamento e capacidade de ação. Ou seja, a arquitetura faz parte e influencia a cultura de um povo (e o seu desenvolvimento), sendo uma das marcas caracterizadoras de uma sociedade, mas isso

é sobretudo verdade quanto maior for a consciência coletiva do seu significado social e da sua relevância económica/ambiental. Para tal, é preciso um forte compromisso ético e uma consciência crítica de todos nós, e não unicamente dos arquitetos. Isto só se consegue com uma maior cultura arquitetónica e com um debate transdisciplinar sobre o valor e o papel da arquitetura na construção do sentido de comunidade, na requalificação do espaço público, no desenvolvimento de uma participação cívica e enquanto recurso estratégico de um país. É fundamental levar a arquitetura a audiências e públicos mais vastos, de modo a contribuir para uma sensibilização da sua importância na vida quotidiana de cada um. Faze-la ser debatida e vivida não só por profissionais e especialistas. Nos diferentes campos de trabalho, procuro ter esta perspetiva em presença. Enquanto professora de história e teoria de arquitetura, procuro colocar em relevo as componentes políticas,

Comemorações do 25 Abril na Praça Camões em Lisboa, iniciativa C.M.L., 2007.

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PROJETOS

Foto: Ana Ottoni

biografias

PAULO MENDES DA ROCHA (n.1928, Vitória) é arquiteto e urbanista pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, em 1954. É autor de projetos como o Clube Atlético de São Paulo, o Museu de Arte de Campinas ou ainda, os que dividem a crítica especializada, o Museu Brasileiro da Escultura e o pórtico localizado na Praça do Patriarca, ambos em São Paulo. A sua obra, realizada em várias partes do mundo, foi distinguida com diversos prémios internacionais, nomeadamente o Prémio Mies van der Rohe para a América Latina, pelo projeto de reconversão da Pinacoteca do Estado de São Paulo (2000) e o prestigiado Prémio Pritzker (2006).

Foto: Rui Pinheiro

RICARDO BAK GORDON (n.1967, Lisboa) é licenciado pela FAUTL, em 1990. Conferencista e professor em diversas instituições, em Portugal e no estrangeiro, atualmente leciona no Mestrado Integrado em Arquitetura do IST Lisboa. Desde 2000 coordena o atelier Bak Gordon Arquitectos. O seu trabalho tem sido apresentado em exposições internacionais e publicado em prestigiadas edições. Foi vencedor do Prémio FAD 2011, representou Portugal na Bienal de Veneza 2010 e realizou o Pavilhão de Portugal, na ExpoZaragoza 2008, o Pavilhão de Portugal na Bienal de São Paulo 2007 e o Projecto Expositivo da Trienal de Arquitectura de Lisboa, em 2007. www.bakgordon.com

PEDRO CAMPOS COSTA (n.1972, Lisboa) é licenciado em Arquitetura pela FAUP, Doutorando do programa “Cultura Arquitectónica e Urbana”, na Universidade de Coimbra. Leciona no departamento de Arquitetura da UAL. Foi distinguido com vários prémios, entre os quais o “NEXT GENERATION” (revista Metropolis, Nova Iorque), em 2006, ou o “40 under 40 europe’s emerging young architects and designers”, em 2012. Em 2011 foi convidado a participar em Interni Mutant architecture & Design – Salone del Mobile, Milão. Atualmente é Membro do Conselho Editorial e Redação do JA. Em 2007 fundou Campos Costa arquitetos. www.camposcosta.com

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ARTÉRIA foi fundado em 2010 por Ana Jara e Lucinda Correia. Desenvolve projetos de reabilitação urbana em auto-proposta e numa perspetiva transdisciplinar, de colaboração. Defende a importância da educação para o Espaço e para a Arquitetura, construindo projetos educativos site-specific. Atualmente desenvolve um projeto participado com a Associação Recreativa dos Moradores e Amigos do Bairro da Boavista, reabilitando um edifício auto-construído num centro comunitário, e a reabilitação para a futura Casa da Mobilidade da Mouraria, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Comunitário da Mouraria, com apoio da Câmara Municipal de Lisboa. www.arteria.pt

MARIA MANUELA FERNANDES é licenciada em Arquitetura (FAUTL, 1991). Frequentou o Mestrado em Construção no IST. Colaborou com Raul Hestnes Ferreira, Manuel Vicente e Cabral de Melo. Desde 1991 desenvolve atividade profissional em atelier próprio. Entre 1993 e 1998 esteve ligada à C.M. Lisboa e C.M. Loures. A partir de 1999 integrou a Divisão de Projectos e Obras do IPM-Instituto Português de Museus e, atualmente, faz parte da DGPC-Direcção Geral do Património Cultural. Nos últimos anos centrou a sua atuação em projetos de museografia e montagem de exposições em instituições como: Museu Nacional de Soares dos Reis no Porto, Museu de Évora, Museu do Chiado em Lisboa e Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

FALCÃO DE CAMPOS (n.1961, Lisboa) é arquiteto pela FAUTL, em 1984, abre atelier próprio em 1987 e colabora como associado de Álvaro Siza de 1993 a 2003 e com Gonçalo Byrne desde 1993. Professor convidado no Dep. de Arquitetura do IST, desde 2004 e na Univ. de Navarra, desde 2010. Entre os vários prémios recebidos estão o Prémio Municipal de Beja 2000 (1997 e 1999) e Menção Honrosa na Trienal de Arquitectura de Sintra (1998). Os seus trabalhos têm sido selecionados para diversos prémios como Secil de Arquitetura; Mies Van der Rohe; Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo; European Prize Urban Public Space, BSI Swiss Architectural Award. www.falcaodecampos.pt

BARBAS LOPES foi fundado por Patrícia Barbas (n.1971, Luanda) e Diogo Seixas Lopes (n.1972, Lisboa) em 2006. Licenciados pela FAUTL, iniciaram o trabalho em conjunto em 2003. Patrícia Barbas colaborou com Aires Mateus, Gonçalo Byrne, Falcão de Campos e foi coordenadora de projeto no atelier Promontório, em Salvador da Baía, no Brasil, entre 2005 e 2006. Diogo Lopes foi co-director da revista Prototypo e publicou o livro Cimêncio com o artista-fotógrafo Nuno Cera. Professor convidado no DARQ da FCT da Univ. de Coimbra e Doutorando na ETH de Zurique. Para lá do trabalho regular do atelier, mantêm colaborações com outros arquitetos, como Peter Märkli e Gonçalo Byrne. www.barbaslopes.com

JOSÉ PAULO DOS SANTOS (n.1956) tem escritório no Porto desde 1984. Estudou Arquitetura em Canterbury e Design Ambiental no Royal College of Arts, Londres (1975-1981). Expôs na Emerging European Architects, nas universidades de Harvard e Columbia, e foi crítico convidado na Rhode Island School of Design, EUA. Recebeu uma menção no concurso para Renovação do Reichstag, Berlim; o prémio de Arquitetura da Bund Deutschen Architekten (1998), Berlim, pela obra do infantário nessa cidade, e ainda 3 nomeações no Prémio Secil Arquitetura. Na sua obra conta com diversas remodelações/reconversões e ampliações, destacando o Palace Hotel da Curia, Hotel do Buçaco e a adaptação do Convento dos Loios a Pousada, em Arraiolos. www.jpds-arquitecto.com

Foto: Luís Ferreira Alves

GONÇALO BYRNE (n.1941, Alcobaça) é licenciado em Arquitetura, pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Byrne é o autor de importantes obras como o edifício sede do Governo da Província de Vlaams-Brabant em Lovaina, na Bélgica; da Torre de Controlo de Tráfego Marítimo do Porto de Lisboa e da recente ampliação do Museu Nacional Machado de Castro em Coimbra. Foi Professor em Coimbra e também em diversas universidades estrangeiras, nas cidades de Lausanne, Mendrísio, Veneza e Harvard. Detém o título de Doutor Honoris Causa, conferido pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa. www.byrnearq.com

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PROJETOS

Portugal

Gonçalo Byrne + Falcão de Campos Remodelação do Edifício Sede do Banco de Portugal, Lisboa

Arquitetura e Construção Civil: Gonçalo Byrne e João Pedro Falcão de Campos Gestão, Planeamento e Controlo de Qualidade de Projeto: Consulbarra, Lda.: José Pedro Duarte Tavares Fundações e Estrutura: A2P. Estudos e Projetos Lda.: João Appleton, Vasco Appleton Instalações Elétricas: Joule, Projetos, Estudos e Coordenação, Lda.: João Fernando Caetano Gonçalves, Luís Miguel da Fonseca Caetano Gonçalves Iluminação (consultor): Raúl Serafim Instalações e Equipamentos de Segurança: Joule, Projetos, Estudos e Coordenação, Lda.: João Fernando Caetano Gonçalves, Luís Miguel da Fonseca Caetano Gonçalves Avac e Instalações Mecânicas: José Galvão Teles, Engenheiros, Lda.: José Galvão Teles, Miguel Galvão Teles Instalações Hidráulico-Sanitárias: G.R. Estudos, Projetos e Consultadoria, Lda.: Grade Ribeiro, Gorete Santos Elevadores: Joule, Projetos, Estudos e Coordenação, Lda.: João Fernando Caetano Gonçalves, Luís Miguel da Fonseca Caetano Gonçalves Segurança E Saúde: A2p. Estudos e Projetos Lda.: Nuno Manuel Appleton, António Portugal Condicionamento Acústico: João Barrento da Costa Cliente: Banco de Portugal Localização: Rua do Comércio, nº148, Lisboa Empreiteiro Geral: Hci - Construções, S.A.: Furtado Marques, Nuno Guerra, Rui Silva Arqueologia: Arqueohoje, Lda: Artur Rocha Restauro: Caco3, Conservação do Património Artístico, Lda., Teresa Silveira, Carlos Monteiro Intervenção Artística “Cortinas”: Fernanda Fragateiro Área: 14.300 m2 Data: 2007-2012 Texto: Gonçalo Byrne + Falcão de Campos Fotografia: José Manuel Rodrigues, Paula Melâneo

proj. 3

A remodelação do Edifício Sede do Banco de Portugal procura contribuir para o reforço da centralidade política, institucional, representativa e cultural da cidade de Lisboa, na Baixa Pombalina, no respeito pelo património, memória e identidade, como estímulos à transformação, criatividade e inovação. O projeto inspira-se na presença arquitetónica e urbanística da admirável ‘fábrica’ Pombalina, destacando: o conceito do edifício-quarteirão que integrando a igreja de S. Julião, não compromete a sua presença unitária; a importância da cenografia das fachadas e respetiva hierarquia; e a relevância da presença do saguão longitudinal no funcionamento e articulação de todo conjunto. A abertura à cidade do edifício, salvaguardando as questões de privacidade e de segurança inerentes ao funcionamento da instituição, esteve na base do projeto de arquitetura. O prolongamento do espaço público, Praças do Município e de S. Julião, e das suas características

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Localização

vivenciais de luz, permeabilidade e materialidade, para o interior do quarteirão Pombalino, através da sequência espacial da entrada da igreja, nártex, nave, altar-mor e ligação axial ao saguão, permite estruturar e ordenar a utilização de todo o edifício. As circulações verticais, elevadores e escadas e ductos de infraestruturas, adoçam-se a este eixo longitudinal principal. A espacialidade da antiga igreja, em todo o seu esplendor, proporciona excelentes condições para atividades representativas e culturais. A igreja funcionará como espaço de acolhimento e como espaço cultural polivalente, a grande sala de visitas do Edifício Sede do Banco de Portugal. O projeto procurou uma visão unitária de toda a intervenção, um desejo de continuidade e de complementaridade, em que o antigo e o contemporâneo, o original e a reparação, o restauro e a intervenção proposta se incorporam numa nova singularidade que responde às necessidades de utilidade e de beleza.

Alçado poente

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Foto: Paula Melâneo

Alçado sul

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PROJETOS

Portugal

Pedro Campos Costa Extensão do Oceanário de Lisboa

Arquitetura: Campos Costa Arquitetos – Pedro Campos Costa (coordenador) Colaboradores: Marta Onofre, Ivan Teixeira, Ana Mendes, Duarte Santo, Mário Ferreira, Francisco Lemos, Marta Onofre, Alessia Allegri e Daniela Figueiredo Consultores: Countant Aquariums Estrutura: Betar, estudos e projetos de estabilidade Especialidades: EPPE, estudo prévio , projetos de engenharia Instalações mecânicas: Promee Acústica: Dblab Resíduos sólidos urbanos: Laqre Construção: Teixeira Duarte (Fundações e contenção periférica); ACF – Arlindo Correia e Filhos; Ceramica Cumella; Disset Fiscalização: Promam Área: 3.800 m2 (de construção) Data: 2008-2010 Texto: Campos Costa Arquitetos Fotografia: Radek Brunecky; Daniel Malhão – DMF

Foto: Tiago Cantiga

proj. 5

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A extensão do Oceanário de Lisboa é um desafio complexo – trata-se de intervir num espaço público consolidado e de grande dinâmica, resolver a relação com um edifício existente de uma grande presença arquitetónica e com uma imagem marcante no imaginário dos Lisboetas, um espaço hoje em processo de qualificação como património arquitetónico. O desafio é criar um edifício que não seja simplesmente uma peça arquitetónica isolada mas que responda às problemáticas urbanas e dialogue com o edifício existente sem que a ele se sobreponha. A ideia de deixar o espaço público envolvente ao Oceanário aberto e sem nenhum tipo de obstáculo visual, foi uma das premissas principais na procura de localização, uma vez que a “praça” à frente do edifício existente funciona hoje de forma eficaz e agradável. É um dos pontos mais ativos do Parque das Nações, catalisador dum público de passagem e ponto de espera dum elevado número de visitantes do Oceanário. Este projeto de extensão não quer de forma alguma, interferir ou interpor-se a esta área urbana, pelo contrário procura “ampliar” as suas possibilidades ao propor um volume levantado do chão, teto de uma nova praça, agora coberta. A proposta arquitetónica é sensível na relação com o edifício existente, sem por isso, aparecer totalmente desanexada a ele ou “estranha”. O projeto funda-se sobre um ligeiro afastamento inclinado que evitando alterações substanciais no existente, permite criar uma estimulante dialética entre a construção projetada no 1998 por Peter Chermayeff e a nova proposta. A proposta resulta num prisma irregular, contido que faz o remate do edifício existente de apoio, funcionando como contraponto e complementaridade volumétrica ao edifício do Oceanário (o aquário na doca). Na zona de proximidade com o existente afasta-se através de dois planos oblíquos que permitem o diálogo e o “respiro” na relação entre as duas arquiteturas. A Poente e a Nascente, sendo estas frentes as de relação mais próxima com a praça e espaço público confinante, mantém a geometria e os alinhamentos do edifício existente. Esta é nova entrada no Oceanário de Lisboa, onde distribuição e circulação ocupa mais de 1/3 da área total do edifício, as escadas transformam-se no elemento arquitetónico essencial, com uma grande presença arquitetónica através de uma espacialidade construída por diferenças de pé direitos, ao longo de um espaço central de triplo pé direito. O edifício – para a sala de exposições temporárias, um auditório e serviços para o público - conecta-se através de uma ponte linear ao lobby de acesso ao Oceanário de Lisboa, resultando assim esta passagem como o único e singular momento de conexão entre as duas intervenções arquitetónicas. Sendo uma questão recorrente na atividade de investigação de Pedro Campos Costa, também aqui existe a preocupação de criar uma arquitetura que seja capaz de conjugar exigências estéticas com boas performances ao nível da sustentabilidade. A solução formal da fachada a implantação e distribuição funcional, pretendem responder eficazmente às questões térmicas, de forma passiva, permitindo ter ganhos energéticos, no arrefecimento e no aquecimento do edifício. 

1 Entrada da Exposição 2 Exposições Temporárias

Planta piso 2

1 2 3 4

Escadas Monta cargas Cobertura técnica Exposições Temporárias

Planta piso 3

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DESIGN

ensaio

Filipe Alarcão

A experiência do espetador – Tempo e fruição

CARLA CARBONE|carlacarbone@yahoo.com

Em Setembro de 2011, o designer português Filipe Alarcão expunha - em “Introspectiva”, no Museu de Design MUDE - as composições coloridas “Cubos”. Consistiam as mesmas numa derivação da representação de um cubo. Estes desenhos, da série Cubos I, II e III, impressão digital sobre papel, pareciam responder a um exercício gestaltiano, muito trabalhado e discutido no período abstracionista e minimalista das artes dos anos 60, e da experiência do espetador em apreender as formas de modo simples e quase imediato. Pela unidade, pela simplicidade formal, e sem ruídos. Porém, a série de desenhos de Cubos, que deu origem posteriormente à série Feltros I, II, III, IV, apresentam como que um ponto de rutura (com o modernismo), uma abertura que se estende até à desintegração da própria forma. O designer procura justamente essa leitura, aberta, da forma: “Uma das coisas que tenho explorado nos últimos tempos, e que é visível em muitas peças da exposição Introspetiva, é precisamente a capacidade de um determinado objeto poder possibilitar inúmeras leituras e perceções. Sou, por essa razão, muito sensível ao trabalho de uma série de artistas plásticos e designers que trabalharam no final dos anos 50 e início dos anos 60”. Estas inúmeras leituras, em obras “dotadas de uma certa «abertura»”1, e que se podem observar da série cubos, fazem com que o fruidor perceba que “cada figura é aberta para uma multiformidade de significados que ele deve descobrir, mais ainda, segundo a sua disposição de espírito, ele escolherá a chave de leitura que lhe pareça mais exemplar, e usará a obra no significado desejado (fazendo-a reviver, de certo modo, diferente da que poderia ter-lhe parecido numa leitura anterior)”2. Neste aspeto o autor parece-nos dizer que as obras serão usadas segundo significados desejados, mas aqui, mais precisamente nas composições do Cubo, não são tanto as composições desejadas como as composições que é possível abarcar. Mesmo Umberto Eco reforça a liberdade que se dá aos leitores para que descubram em cada frase uma diversidade

Banco solidário, 2011; Madeira, dimensões: 0,78x0,45x0,40.

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de leituras adequadas ao seu quadro de referências, ou à capacidade imaginativa que cada um detém para as poder fruir, porém sem esquecer que nessa liberdade de fruição exista “apenas uma série de resultados fruitivos rigidamente preestabelecidos e condicionados, de modo que a reação interpretativa do leitor não se afaste nunca do controlo do autor”3. E é, indubitavelmente, nesse controlo do autor que se evidenciam as formas abstratas da série Cubos. Filipe Alarcão parece renunciar, com esse controlo fruitivo sobre o leitor, da série Cubos, ao efeito ilusionístico da representatividade do cubo e à literalidade figurativista com que o cubo já nos familiarizou: a base simples do cubo e a sua imediata leitura, numa referência a Arnheim e a “influência do passado”, na medida em que, para este autor, a experiência visual é inserida num contexto de espaço e tempo” e que a “aparência dos objetos sofre influência dos objetos vizinhos no espaço, assim como também recebe influência do que viu antes”4Quanto aos cubos de Alarcão o espetador é convidado a demorar-se na apreensão da forma, sendo muitas vezes conduzido a uma tentativa de acomodação da forma, a uma tentativa de encerramento da forma mas sem grande sucesso aparente. Neste sentido estas peças, os “Cubos”, bem como os “Feltros” I, II, III e IV, e ainda a série “Desenho a duas dimensões e meia” I, II, III, IV de 2011, afastam-se das anteriores peças e objetos de Filipe Alarcão, peças que se manifestam na unidade, no todo. Foi intenção do designer em criar, de certo modo, este conflito no espetador, que frui as peças, fazê-lo demorar-se na sua fruição, na sua apreensão da estrutura: “ A representação do cubo é uma figura estável. As operações de adição e subtração “destabilizam” a forma ativando, da parte do espetador, um esforço de compreensão e de reconstrução visual que me interessou explorar. Ao propor peças de características mais bidimensionais, que são normalmente relegadas para um patamar inferior quando se pensa em design de produtos, quis criar novas possibilidades de interação com o observador, evitando uma abordagem meramente decorativa”.

Espelho que cai, 2011; Alumínio, vidro; dimensões: 0,70x1,00x0,28.

Fotos: Luís Silva Campos

III, I, II, IV, 2011; Módulo de Parede; Feltro de lã, cortiça, dimensões: 1,00x1,20x0,20.

apenas ruído histriónico. Não descuro nas minhas abordagens projetuais a questão semântica do objeto mas nem sempre isso se sobrepõe às outras qualidades intrínsecas do projeto”. Quanto à pergunta de uma possível existência de uma escola portuguesa que exprima uma linguagem de contenção distanciada de uma referência figurativista, o designer expõe: “Não sei se existe uma escola de design português. Não creio, até porque o design português continua a ter pouca expressão em termos de reconhecimento comercial. O que existe é uma grande proximidade entre a maior parte dos designers portugueses, que estudaram, ensinaram juntos, e colaboraram em projetos juntos”. A série Cubos, Feltro ostentam uma riqueza de cor inegável. O designer gosta de usar a cor como elemento de projeto. Não havendo um impulso especial ou razão para o seu uso. Primeiro o designer trabalhou a estrutura do desenho, “da representação isométrica do cubo, criando adições e subtrações de modo a criar novas geometrias percecionadas e a partir dessas novas figuras decidiu criar objetos com um corpo próprio tangível, cuja matéria é a cor”. 

ECO, U. 1989. Obra Aberta. Difel. Lisboa. Pág. 70. Ibidem 3 Ibidem 4 ARNHEIM. R. 1995. Arte e Percepção Visual – Uma Psicologia da Visão Criadora. Livraria Pioneira Editora. São Paulo. Pág. 41. 5 GOMBRICH. E. H. 2006. The sense of Order – A study in the psychology of decorative art. Phaidon Press Limited. London. Pág. 37. 6 Ibidem 7 Idem 8 Pág. 38 9 Pág. 210 10 Ibidem 11 GOMBRICH. E. H. 2006. The sense of Order – A study in the psychology of decorative art. Phaidon Press Limited. London. Pág. 61. 12 Ibidem. 13 Pág. 62. 14 BELL. C. 1982. The Debt to Cézanne. Modern Art and Modernism – A Critical Anthology. Paul Chapman Publishing. Pág. 76 15 Ibidem 16 TARABUKIN. N. 1982.From the Easel to the Machine. Modern Art and Modernism – A Critical Anthology. Paul Chapman Publishing. Pág. 136 1 2

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NEWS

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O’Clock time design, design time

um projeto de iluminação ambientalmente sustentável do arquiteto Souto de Moura, também responsável pela requalificação urbana do Centro Histórico de Valença. As luminárias Coroada – desenvolvidas e fabricadas em Portugal pela Schréder – foram distinguidas tendo em conta a redução das emissões de CO2, pela pertinência socioeconómica, pela integração na paisagem urbana, o respeito pelo património arquitetónico, originalidade e capacidade de adaptação às novas tecnologias. hbernardo@creativepress.pt

Product Design Award 2013

Depois do seu enorme sucesso em Milão, o Triennale Design Museum apresenta uma nova edição da exposição O’Clock - time design, design time no CAFA Art Museum, em Pequim, de 7 de março a 10 de abril. Comissariada por Silvana Annicchiarico e Jan van Rossem, o design e a organização da exposição ficaram a cargo de Patricia Urquiola. O objetivo da mostra é explorar a relação entre o tempo e o design tendo sido organizada em parceria com a Officine Panerai, uma marca de relógios de haute horlogerie, que irá apresentar, na cerimónia de abertura, uma instalação dedicada ao design dos seus relógios, concebida por Patricia Urquiola.

Luminária de Souto de Moura distinguida

A cidade de Valença trouxe para Portugal o segundo lugar dos Prémios Auroralia 2012, realizados este mês em Lyon, França. O galardão foi atribuído a

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O BeoPlay A9 foi selecionado como um dos vencedores do iF product design award 2013. O prémio chega apenas algumas semanas depois de ter recebido outra distinção, ao ser reconhecido com o International CES Best of Innovations 2013 Design and Engineering Award na categoria de High Performance Home Audio. O júri teve em consideração critérios como qualidade do design, acabamentos, escolha de materiais, nível de inovação, impacto ambiental, funcionalidade, ergonomia, visualização do uso pretendido, segurança, valor da marca e aspetos de design universal. vanessaandrade@youngnetwork.pt

Argamassas Técnicas A Saint-Gobain Weber acaba de lançar uma nova gama de argamassas técnicas, destinadas à reparação e regularização de betão. Com fórmulas mais ajustadas às necessidades e às elevadas exigências desta atividade, esta gama, disponibiliza produtos mais fortes - para utilização em situações exigentes, simples de aplicar - para uma fácil reparação do betão, e com boa rentabilidade para garantir economia em obra. Os novos produtos weber.rep rapide, weber.rep express e weber.rep basic foram desenvolvidos para responder às situações mais exigentes da reparação estrutural e não estrutural do betão, bem como ao cumprimento das normas europeias para a construção e reparações estruturais, nomeadamente a norma EN-1504-3. www.weber.com.pt

Silestone vence prémio Wallpapper A Silestone® venceu o prémio de “Melhor Tendência” nos prémios Wallpaper Design Awards 2013 com o projeto “Silestone® Slab Vases”. A revista anunciou esta distinção na sua atual edição, através de uma reportagem dedicada aos seus prémios anuais de design. “É um grande orgulho para toda a equipa da Cosentino e da Silestone® ter recebido este reconhecimento por parte de uma grande revista dedicada e especializada em design como é a Wallpaper”, afirma Santiago Alfonso, Diretor de Comunicação e Marketing do Grupo Cosentino. O projeto “Silestone® Slab Vases”, criado pelo estúdio de design sueco Form Us With Love (FUWL), consiste numa peça conceptual em que os diferentes anéis de Silestone® se montam sobre uma estrutura de metal com 40 centímetros de altura, originando um vaso em que é possível depositar água. Os anéis têm tamanhos e cores diferentes, fazendo com que o recipiente se altere em cada montagem. www.silestone.com

Pistas Check-Up Distinguidas na Bid’12 A LARUS foi distinguida, na Bienal Ibero-Americana de Design - BID’12, que decorreu recentemente em Madrid, com uma menção honrosa pelo projeto de Saúde Pública “Pistas Check-Up”. Para Pedro Martins Pereira, fundador da marca de mobiliário urbano, a distinção da mais importante mostra de design contemporâneo do mundo, “significa o reconhecimento das Pistas Check-Up, enquanto solução de defesa do bem público e de sensibilização da população para a necessidade da autoavaliação do estado de saúde. Entendemos ainda que este projeto se pode constituir como um complemento ao Sistema Nacional de Saúde, permitindo ganhos de economia para a nossa sociedade coletiva”. ad@adcommunication.net

MIGUEL REAL – NOVA TEORIA DO MAL – DOM QUIXOTE – 2012 – ISBN:978972-20-4895-8 A origem do Mal provém da dessacralização do valor do Homem, esse ser que, para além de ser património Natural consequente da evolução, é a face visível da grandeza elevada da alma pelo espírito, pelo pensamento, pela beleza, pela bondade, pelo amor. O Mal, que tem muitas faces, corrói essa generosidade maior com que o cosmos nos brindou, para além da origem da vida pelos aminoácidos. Não há de mais extraordinário, no Cosmos, que esta tenha bondade. O mal não é um mistério, ele é o que por toda a parte existe e substância mais universal não existe. E o mal está banalizado, basta verificar a celebração dos 7 pecados mortais. E porque das boas intenções está o inferno cheio, o Mal veste-se bem e fala melhor, vaidoso como ninguém e profundamente onanista. E conhecemolo, está próximo, arfa-nos ao pescoço. Esta é uma obra maior, extraordinária, poderosa, desconcertante, desconhecida. Entra por territórios minados onde o mal impera, reiterando a malícia social com que a sociedade se entretem e maravilha, enquanto consome o seu precioso tempo sem bondade alguma. Também aqui, neste ensaio de biopolítica, o Mal, numa nova teoria, parece triunfar.

LIVROS

recensões

MÁRIO CHAVES|mario.chaves@qualitas.pt

JUHANI PALLASMAA - OS OLHOS DA PELE – BOOKMAN – ISBN-978-047-0015-79-7

A arquitectura é também dos sentidos; todos, sem exceção, do corpo que se move incessantemente em redor. As formas só o são da arquitectura, depois de a matéria enformar a ideia e a exigência de função. É um ensaio confortável, este que explana, numa linha sequencial, outras interpretações sincréticas de Zévi, Alexander, Collunm, e onde se vislumbra o entendimento efetivo e afetivo da posição da arquitectura neste nosso mundo construído. Sobretudo pela visão e pelo conhecimento, o homem construtor tem a visão mais abrangente da espacialidade e da dimensão do mundo, e no equilíbrio sensorial tem-se obtido algum do consenso que enforma a herança das linguagens que ao longo de 3000 anos, legitimam a formalização institucional das forças civilizacionais. Este ensaio reconhece esta bondade de ação e, no toque de Tomé por Caravaggio, reconhece-se que a arquitectura sem sentidos não tem sentido. E atente-se da recomendação de Steven Hill sobre este texto tão claro e sucinto.

FERNANDO HIPÓLITO–SITIO, PROJECTO E ARQUITECTURA–TRUTEAM–ISBN 978-9898346-06-3 Este ensaio é catártico da atividade múltipla de um arquiteto irrequieto; sabendo-o, faz da profissão uma vantagem de vida; quem é arquiteto é o sempre, assume a inquietação da superação sempre possível, a leitura das exigências humanas pelos programas, das exigências sensoriais do reconhecimento dos sentidos, do esplendor da beleza pela bondade das formas. Hipólito já se atravessou em algumas gerações de arquitectos, pelo que o destino já permitiu que o toque do gene tivesse ondas de choque da sua inteligência, da sua subtileza, da sua argúcia. Neste meu texto de elogio, vem uma admiração pela força reconhecida na sua descoberta do fazer e do ler projetos [e formas] de arquitectura. Da sua insuperável vontade, determinação e snobismo, de quem quer sempre mais e melhor. Ensaio a conhecer e a entender, de quem sabe do assunto e anseia por uma boa arquitectura; e uma escrita muito assertiva.

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