revista arqa #106 by Futurmagazine Sociedade Editora

Processos Digitais Ano XIII – março|abril 2013 €11,00 (continente) – €16,00 Espanha

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arqa106 ARQUITETURA E ARTE

mar|abr 2013 | €11,00

Processos Digitais

Zaha Hadid Cloud 9 Shigeru Ban + Kyeong-Sik Yoon/KACI Bearth & Deplazes + Gramazio & Kohler EMBT Snøhetta M. Ritchie + Aranda\Lasch MOS Alexandra Paio Brimet Silva Carla leitão João M. Rocha Nancy Diniz José Pedro Sousa João M. Sequeira José Nuno Beirão José Pinto Duarte Américo Mateus

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ISSN: 1647- 077X

matérias

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Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos autores

ARQUITETURA E ARTE

Processos Digitais

R. Alfredo Guisado, 39 – 1500-030 LISBOA Telefone: 217 703 000 (geral) 217 783 504/05 (diretos) Fax: 217 742 030 futurmagazine@gmail.com

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ISSN: 1647- 077X

Diretor Geral Edmundo Tenreiro etenreiro@revarqa.com

ZAHA HADID - ÓPERA DE GUANGZHOU

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Info - Boletim Informativo da Ordem dos Arquitetos de Angola (0A)

Indoors News Atualidades e agenda

Editorial Luís Santiago Baptista – Processo Digitais: Necessidade social e experimentação especulativa

Depoimento Alexandra Paio e Brimet Silva – Processos Digitais

Entrevistas Persistências Rurais: Perspetivas Críticas Portuguesas, Carla Leitão, João Magalhães Rocha, Nancy Diniz, José Pedro Sousa, João Menezes de Sequeira, José Nuno Beirão, José Pinto Duarte, Américo Mateus

Projetos Biografias

A R T E

Redação Paula Melâneo (Coordenação) apmelaneo@gmail.com Baptista-Bastos (Opinião), Bárbara Coutinho (Design), Carla Carbone (Design), David Santos (Artes), Gonçalo Furtado (Crítica), Margarida Ventosa (Geração Z) Mário Chaves (Livros), Nádia R. Bento (Tradução), Sandra Vieira Jürgens (Artes) Paginação e Imagem Raquel Caetano Bruno Marcelino (desenhos) Edição Digital Ricardo Cardoso

Zaha Hadid – Opera de Guangzhou Cloud 9 / Enric Ruiz-Geli – Edifício Media-TIC, Barcelona Shigeru Ban + Kyeong-Sik Yoon / KACI – Clube de Golf Haesley Nine Bridges, Gyenggi Bearth & Deplazes + Gramazio & Kohler – Adega Gantenbein, Fläsch EMBT – Pavilhão de Espanha, Exposição Mundial Xangai 2010 Snøhetta – Tverrfjellhytta, Pavilhão do Centro Norueguês de Renas Selvagens, Dovre M. Ritchie + Aranda\Lasch + D. Bosia – Instalação The Morning Line

Crítica Helena Barranha – Utopia, simulação e realidade: Arquitetura de museus de arte na era digital

Investigações Gonçalo Castro Henriques – Sistema responsivo TetraScript

Design Carla Carbone – Riccardo Bovo: O ato digital

Artes David Santos – António de Sousa: A luz do absurdo Sandra Vieira Jürgens – A Condição Digital

Itinerâncias Paula Melâneo – Soviet Modernism 1955-1991: Unknown Stories

Fotografia Fernando Guerra – FG+SG: Galaxy Soho, Pequim, China

Livros Mário Chaves

Comunicação e Marketing Maria Rodrigues (Diretora) mrodrigues@revarqa.com Carmen Figueiredo - cfigueiredo@revarqa.com Publicidade – PORTUGAL Tel. +351 217 783 504 Fax +351 217 742 030 futurmagazine@gmail.com ANGOLA Parceria Futurmagazine - NAMK, Lda. Rua Major Marcelino Dias, nº 7 - 1º andar-D Bairro do Maculusso, Distrito da Ingombota, Província de Luanda namk-limitada@hotmail.com Tel. +244 222 013 232 Publicidade – BRASIL Jorge S. Silva Tel. +55 48 3237 - 9201 Cel. +55 48 9967 - 4699 jssilva@matrix.com.br Impressão Jorge Fernandes, Lda. Rua Quinta Conde de Mascarenhas, 9 2825-259 Charneca Caparica Distribuição Logista Portugal Área Ind. Passil, lt 1-A, Palhavã 2894-002 Alcochete Tiragem 10.000 Exemplares

Dossier

Periodicidade Bimestral

1 - MOS Architects 2 - A Living System

arqa março|abril 2013

www.revarqa.com – futurmagazine@gmail.com

Diretor Luís Santiago Baptista lsbaptista@revarqa.com

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Foto: Iwan Baan

Processos Digitais Ano XIII – março|abril 2013 �11,00 (continente) – �16,00 Espanha

ÍNDICE

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Apoio:

ISSN: 1647- 077X ICS: 124055 Depósito Legal: 151722/00

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EDITORIAL

temático

Processos Digitais

Possibilidades entre a necessidade social e a experimentação especulativa

LUÍS SANTIAGO BAPTISTA|lsbaptista@revarqa.com

No editorial do recente J.A sobre o tema “ser digital”, Manuel Graça Dias desenvolvia uma posição crítica, algo que falta na nossa cultura disciplinar. Graça Dias manifestava, com a escrita sedutora a que nos habituou, a sua desconfiança pelo que denominou de “equívocos digitais”. Partilhando de algumas das suas dúvidas sobre a temática, não deixamos de sentir algum incómodo com a resistência a encarar a afirmação do digital de uma perspetiva mais construtiva e positiva. O foco dessa sensação estava no enquadramento da questão a partir de lógicas oposicionais: “a possibilidade de armazenar, processar e comunicar informação a partir de sistemas binários, opondo-se a essa outra forma de compreensão (analógica) do mundo, feita de forma direta, resultante da nossa observação”.1 Neste sentido, “analógico” versus “digital”, “poética” versus “estatística”, “inclusivo” versus “exclusivo” formariam universos referenciais distintos, como opções diferentes para uma mesma realidade. Esta colocação do problema limita mais do que expande a questão do digital, suscita mais obstáculos do que cria pontes entre domínios que hoje consideramos inultrapassáveis. A verdade é que esta conceção dualista continua a dominar a disciplina da arquitetura, impossibilitando uma contaminação mais produtiva entre estes territórios. Assim, a necessidade de quebrar as barreiras entre campos que tendem para a autonomia e a vontade de investigar as transformações trazidas com a afirmação insuperável do digital trouxe-nos a este tema. Mas a consciência da dificuldade em explorar um campo tão complexo como este, levou-nos igualmente a estabelecer, pela primeira vez, uma parceria editorial, convidando dois editores convidados a estruturar este número connosco. A colaboração da equipa redatorial da arqa com Alexandra Paio e Brimet Silva foi assim a base necessária e fundamental para a construção deste número sobre “processos digitais”. Ficam, desde já, os nossos sinceros agradecimentos aos dois professores e investigadores, sem os quais este número não teria sido possível.

A afirmação do digital no campo disciplinar da arquitetura fez-se ao longo da década de oitenta, através da mudança progressiva, embora generalizada, das ferramentas de desenho, substituídas mimeticamente pelos novos programas de desenho assistido por computador. No entanto, alguns arquitetos viram nestes novos instrumentos digitais não uma mera função pragmática de facilitar e acelerar o processo de representação e produção, mas uma possibilidade criativa de exploração projetual. Pode-se dizer que, ao longo dos anos 90, Frank Gehry e Peter Eisenman protagonizaram um importante confronto de perspetivas sobre a investigação do potencial do computador aplicado ao projeto arquitetónico, algo impensável sem o recurso às novas ferramentas digitais. Na verdade, estes arquitetos colocaram a questão da exploração criativa do digital nos dois extremos do campo de possibilidades que então se abria. Por um lado, Gehry era, por natureza, desconfiado e resistente em relação a essas novas ferramentas, como referia em meados da década de noventa: “O processo levou-me à coisa mais louca com a qual estive envolvido, que é o computador. (…) Sou um iletrado do computador. Não sei ligá-lo. Tenho medo dele. O meu atelier está agora cheio deles e não passo pela sala onde estão porque tenho medo que me engulam (…).”2 De facto, os instrumentos digitais entravam

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em conflito com a exploração criativa de Gehry, centrada na investigação percetiva da gestualidade do desenho e da materialidade da maqueta. No entanto, Gehry percebeu que se o computador não podia participar na criação dos seus projetos, poderia ser determinante para poder construí-los. Tal como Michael Sorkin afirmava: “(…) o computador para Gehry é usado não como dispositivo generativo mas como um instrumento de tradução (…). Para Gehry o computador é uma ferramenta não um parceiro, um instrumento para captar a curva, não para a inventar.”3 O digital torna-se um modo de “traduzir” a complexidade dos seus objetos escultóricos. Por outro lado, Eisenman foi o principal impulsionador da exploração projetual dos emergentes meios digitais ao longo da década de noventa. Não só aplicou, com a sua radicalidade conhecida, os instrumentos digitais como teorizou o que definiu como novo “paradigma eletrónico”. Como referia, este colocava em causa, pela primeira vez, a “visão perspética monocular“ lançando um “poderoso desafio à arquitetura”, afirmando que “é precisamente este conceito tradicional do olhar que o paradigma eletrónico questiona”.4 Para o arquiteto americano, o computador poderia assim produzir um espaço “excessivo” e “estranho”, fora do controle do arquiteto, atingindo um domínio de alteridade formal, não atravessado por mediação humana. Assim, os instrumentos digitais produziriam uma “outra” realidade arquitetónica a partir do funcionamento estruturalmente “arbitrário” e “aleatório” do computador. Nas suas palavras: “Acredito que o que tenho tentado fazer é restabelecer a experiência sensorial do corpo no espaço. Fora do controlo da mente e do olho.”5 Defende por isso que “o computador conceptualiza e desenha de maneira diferente.”6 Em suma, se Gehry tinha procurado nas ferramentas digitais um modo de traduzir e construir as superfícies complexas dos seus objetos surpreendentes, afinadas minuciosamente pelo seu olho clínico, ao invés, Eisenman encontrou nestes novos instrumentos digitais uma forma de produzir espaços formalizados não conceptualizáveis pela visão humana. Em conjunto, formam as duas grandes linhas de investigação iniciais do digital em arquitetura, diretamente focadas na investigação intensiva do projeto arquitetónico. O primeiro, a posteriori, mais pragmático e percetual, o segundo, a priori, mais generativo e conceptual. No entanto, Eisenman seria naturalmente o polo agregador e laboratório de investigação de toda uma nova geração de arquitetos envolvidos com o digital, em afirmação ao longo dos anos 90. Porém, esta afirmação realizar-se-ia não tanto em continuidade, mas contra o mestre, procurando vínculos mais frutíferos do projeto com a realidade, algo que Eisenman sempre desvalorizara teoricamente. Greg Lynn, figura de proa desta nova geração, assinalava assim essa mudança de orientação: “Ao contrário de uma arquitetura de contradições, sobreposições e colisões acidentais, os sistemas flexíveis são capazes de gerar conexões imprevisíveis, por vicissitude, com as contingências contextuais, culturais, programáticas, estruturais e económicas.”7 A evolução subsequente dos sistemas digitais, aplicados ao projeto arquitetónico, caminharia assim no sentido de explorar as possibilidades de interação com a realidade concreta.

Com o novo milénio, a afirmação do digital na arquitetura foi perdendo a sua centralização na formalização do projeto arquitetónico. Já não meramente uma ferramenta de criação e expressão formal do projeto como um

Num certo sentido, o digital está a entrar nas práticas arquitetónicas contemporâneas de forma transversal, refletindo, precisamente, as transformações do mundo digital em todas as esferas da nossa vida quotidiana. E este facto requer uma tomada de consciência plural e crítica, nem de recusa nostálgica, nem de apologia ingénua.

Zaha Hadid, Ópera Guangzhou, China, 2003-10 • Snohetta, Pavilhão Renas Selvagens, Noruega, 2011 • Matthew Ritchie + Aranda/Lasch, The Morning Line, Sevilha, Espanha, 2008

todo, mas também um instrumento com um potencial mais alargado, dirigido à resolução de problemas mais circunscritos e específicos. As investigações em volta da parametrização, da customização, da prototipagem, da fabricação, etc, revelam que hoje o digital atravessa de modo abrangente o campo da arquitetura, compreendendo a geração de novas morfologias, o cálculo de estruturas complexas, a definição de programas e fluxos, a organização do processo de projeto e obra, o interface com o industria da construção, a investigação disciplinar de exemplos históricos, a especulação de cenários urbanos futuros, a exploração de ambientes virtuais, etc. Num certo sentido, o digital está a entrar nas práticas arquitetónicas contemporâneas de forma transversal, refletindo, precisamente, as transformações do mundo digital em todas as esferas da nossa vida quotidiana. E este facto requer uma tomada de consciência plural e crítica, nem de recusa nostálgica, nem de apologia ingénua. Antoine Picon, arquiteto, professor e historiador que tem estudado estas temáticas, colocou a questão crucial “na articulação tanto da atenção à materialidade e inovação tecnológica como de uma mais claramente articulada preocupação política e social”: “O verdadeiro problema do contexto arquitetónico atual é, na minha opinião, não tanto a desmaterialização mas a falta de uma orientação política e social claramente definida, apesar de esta nunca ter sido tão necessária.”8 A relação da investigação digital com as múltiplas vertentes e patamares da realidade torna-se assim premente. Mas, por outro lado, alguns autores alertam que quando o digital entra no campo do habitual, corre o risco de se trivializar tornando-se meramente convencional. Marcos Cruz, atual diretor da Bartlett de Londres, salvaguarda esse território de investigação do “periférico” e mesmo do “supérfluo” em arquitetura, como condição de “descoberta” e “experimentação”, para lá da “otimização” do funcional e pragmático: “O projeto não pode ser só uma resposta racional, otimizada e hierarquizada, tem de conter outras virtudes e qualidades que muitas vezes lhe são inerentes, virtudes e qualidades inclassificáveis que vêm de outras fontes. Por isso, o lado da estrita otimização de processos no mundo digital pode ser arriscadamente limitativo, precisamente por eliminar essas outras qualidades.”9 De facto, grande parte da atual produção arquitetónica está refém de processos de banalização que simplesmente replicam lógicas estabelecidas, sem uma consciência do seu potencial e sem uma dimensão crítica.

A investigação digital habita hoje um campo amplamente aberto e plural de relação com o projeto arquitetónico. Zaha Hadid, com a impressionante Ópera de Guangzhou, demonstra o potencial dos instrumentos digitais na formalização espacial e estrutural da arquitetura. O desafiante edifício Media-TIC do Cloud 9 apresenta-se como uma plataforma multifuncional que insere ativamente numa área urbana experimental de orientação tecnológica em Barcelona. O Clube de Golf na Coreia do Sul de Shigeru Ban revela as possibilidades de sintetizar as dimensões espaciais, arquitetónicas, estruturais e ornamentais, através das novas ferramentas digitais. A sóbria Adega na Suíça de Bearth & Deplazes, aplica as investigações na área da robotização de Gramazio & Kohler na resolução criativa do controlo ambiental. O Pavilhão de Espanha, na Expo Shangai 2010, do estúdio EMBT compatibiliza afirmativa e criativamente técnicas tradicionais com métodos de composição digital. O Pavilhão das Renas Selvagens do Snohetta, na paisagem natural da Noruega, mostra as possibilidades materiais da fabricação digital aplicada na conceção espacial. A instalação urbana de M. Ritchie com Aranda /Lasch cria um espaço habitável desafiante a partir de processos generativos. 

Manuel Graça Dias, «Modos de Usar: Equívocos Digitais», in J.A #244 – Ser Digital, Lisboa Ordem Dos Arquitectos, 2012, p. 3. 2 Frank Gehry, «”Since I’m so Democratic I Accept Conformists”», in Frank O. Gehry: Individual Imagination and Cultural Conservatism, London, Academy, 1995, p. 41, tradução livre. 3 Michael Sorkin, «Frozen Light», in Gehry Talks: Architecture + Process, New York, Rizzoli, 1999, pp. 30-32, tradução livre. 4 Ver Peter Eisenman, «Visions’ Unfolding: Architecture in the Age of Electronic Media», in Kate Nesbitt (edit.), Theorizing na Agenda for Architecture: An Anthology of Architectural Theory 1965-1995, New York, Princeton Architectural Press, 1996. 5 Peter Eisenman, «Una Conversación com Peter Eisenman», in El Croquis #83 – Peter Eisenman 1990-1997, Madrid, 1997, p. 14, tradução livre. 6 Idem, Ibidem, p. 13, tradução livre. 7 Greg Lynn, «The Folded, the Pliant and the Supple», in Folds, Bodies & Blobs: Collexted Essays, La Lettre Volée, 1998 [1993], p. 113, tradução livre. 8 Antoine Picon, «Architecture and Virtuality: Towards a New Materiality» (2004), in Constructing a New Agenda: Architectural Theory 1993-2009, New York, Princeton Architectural Press, 2010, p. 286, tradução livre. 9 Marcos Cruz, «A Arquitectura é Lenta a Absorver Novos Conceitos», in J.A #244 – Ser Digital, Lisboa Ordem Dos Arquitectos, 2012, pp. 42-43. 1

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INFO Boletim da Ordem dos Arquitectos de Angola, Conselho Nacional – Ano I - Nº 4 – março|abril 2013

Agenda

Eventos realizados

23/02 Assembleia Geral da Ordem dos Arquitectos de Angola Realizou-se em Luanda, no Departamento de Arquitetura da Universidade Agostinho Neto (UAN), a terceira Assembleia da Ordem dos Arquitectos de Angola. A assembleia teve como objetivo fazer o balanço do funcionamento da Ordem no último mandato e prestar contas aos associados sobre o desenvolvimento que a Ordem teve neste período. 12/03 Fórum CIALP Com o objetivo de apresentar e �� no espaço dos países de expressão portuguesa, realizou-se em Lisboa, Portugal, no LNEC, o Fórum CIALP. Foram feitas apresentações de temas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Macau e Portugal. 09/03 Reunião de Direção e Assembleia Geral do CIALP Decorreu em Lisboa, Portugal, na Sede da Ordem dos Arquitectos de Portugal, a reunião de Direção e a assembleia ordinária do CIALP. A Assembleia serviu para aprovar alguns regulamentos de funcionamento, �� ao funcionamento do próprio CIALP. Estiveram presentes na Assembleia Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Macau e Portugal.

Arquiteto Victor Leonel

23/03 Devem realizar-se as terceiras eleições para a escolha da nova Direção da Ordem dos Arquitectos de Angola, para o período 2013/16. Para a sucessão de António Gameiro, concorre apenas uma lista encabeçada pelo arquiteto Victor Leonel que foi no mandato do arquiteto António Gameiro, secretário Geral da Ordem dos Arquitectos de Angola, Vice Presidente da União Africana de Arquitectos e Tesoureiro do Cialp.

Opinião

Falta ‘arquitetura’ no ensino da arquitetura

OS BELOS E EXUBERANTES exteriores de várias obras arquitetónicas desta nossa era, deixam tanta boa gente boquiaberta, entre leigos, arquitetos e �� “quase” comum, que a boa arquitetura se resume naquela exuberância exterior. �� infelizmente veio reforçar essa ideia errónea e de modo ridículo há mesmo quem pense que um computador faz arquitetura, e para não variar, “arquitetura moderna”. O belo é arte e a arte é bela. A arte comum é aquela que vezes sem conta emerge de modo inexplicável. Surgiu do nada e pronto, é arte! Não se explica, Sente-se o “feeling”. Até aqui, tudo bem!

�� ciência. Tem função. Não surge do nada e vem obviamente dar resposta a qualquer situação ou necessidade em concreto. A arquitectura não é apenas o exterior do edifício. É exterior. É interior. É relação. �� É toda uma poética de habitar a terra. É necessário voltar a ensinar isso nas escolas de arquitectura. Divulgar isso para que se evite num futuro muito próximo, viver no belo mas no desconforto. Celestino Chitonho, Arquiteto

Ensino

Legislação

A corrida para a formação de arquitetos e os números da UIA A UNIÃO INTERNACIONAL DOS ARQUITETOS�� cada 10 mil habitantes. Para o caso de Angola, é ainda quimérico pensar-se nessa cifra a breve trecho. Porém é expectável que tal se concretize, embora sejam necessários dez �� pela UIA, um cenário que pode ser conseguido, se olharmos para o recente surgimento de mais escolas de arquitetura e urbanismo no país, que se juntam à Faculdade de Arquitetura da UAN, a formar desde 1985. Com o “boom” da construção civil e a corrida para a construção de infraestruturas, a procura por arquitetos evidencia-se cada vez mais. O país tem 600 arquitetos para 20 milhões de habitantes, o que se traduz em um arquiteto para 33 mil pessoas, um quadro que faz ver bem a necessidade que o país tem em olhar com redobrada atenção para a questão da �� Com a população a atingir os quase 20 milhões, o ideal seria no mínimo dois mil arquitetos para todo o país, o que de resto, leva o seu tempo. Com o aparecimento de mais cinco escolas, um tal quadro é inteligível e alcançável. Se em cada uma delas, fosse possível formar, no mínimo 20 arquitetos, as cinco escolas mandariam para o mercado de trabalho

Cenas do Quotidiano Por Victor Leonel

Passadeiras O ESPAÇO URBANO rege-se por uma série de regras e códigos, algumas vezes �� entendidas. O caso aqui exposto faz referência a mobilidade no espaço urbano. Nas cidades existem pessoas e automóveis. De formas a regular a convivência entre estes dois �� e convivência. Assim, os peões usam os passeios e os automóveis as estradas. Nas travessias das estradas usam-se as passadeiras. Apesar de há um tempo a esta parte termos estado a assistir a pintura de passadeiras em vários locais da cidade, há quem não perceba a sua função. Vai daí colocar os contentores de lixo justo no limite da passadeira como as imagens documentam.

�� agora, daqui a 5 anos as universidades estariam a tirar os primeiros formados. Tal �� e em 10 anos, somar-se-iam 2.300 arquitetos. Com a formação a esta velocidade, ainda que a população aumente, 2 300 arquitetos seriam �� cada dez mil pessoas, numa altura em que a população angolana caminha para os 20 milhões. No espaço de dez anos, o país estará �� preciso que se olhe para estes níveis de formação de arquitetos para que não se abra outro precedente que é o subemprego, uma realidade que já é facto em alguns países lusófonos. Em tais situações, a procura de arquitetos tende a arrefecer diante da grande oferta ou seja, �� Luanda, atualmente com seis milhões de habitantes, detém os 90 por cento de arquitetos de todo o país, atualmente num número �� Para a capital do país já é possível fazer a distribuição de um arquiteto para cada �� o resto do país, numa altura em que a procura por trabalhos de arquitetura fora de Luanda já começa a ganhar corpo.

ARTIGO 3.º (ATRIBUIÇÕES) Constituem atribuição da Ordem: a) Contribuir para a defesa e promoção da arquitectura e do urbanismo, zelar pela função social, dignidade �� dos seus membros, a defesa e os respectivos princípios deontológicos; b) Efectuar o registo dos arquitectos e urbanistas, �� c) Elaborar e aprovar os regulamentos �� d) Representar os arquitectos e os urbanistas perante os órgãos de soberania e a admistração pública devendo ser ouvida sobre a lesgilação que abrange o domínio da arquitectura e do urbanismo dos actos �� e em geral sempre que estejam em causa matérias que se relacionam com a prossecução dos seus �� e) Contribuir para a elevação dos padrões de formação do arquitecto e do urbanista e pronunciar-se sobre os planos de estudos e funcionamento dos cursos de arquitectura e de urbanismo; f) Defender os enteresses, direitos e prerrogativas dos seus membros; g) Fazer respeitar o código deontológico e exercer jurisdição disciplinar sobre todos os arquitectos e urbanista nacionais e estrangeiros que exerçam �� h) Promover o intercâmbio de ideias e experiencias entre os seus membros e com organismos congéneres estrangeiros e internacionais, bem como acções de coordenação interdisciplinar, quer ao nivel de formação e investigação, quer ao nivel �� i) Colaborar, patrocinar e promover a edição de publicações conforme os objectivos da Ordem e que contribuam para um esclarecimento público sobre as implicações e a relevância da arquitectura; j) Colaborar com escolas, faculdades e outras instituições em todas as iniciativas que visem a formação do arquiteto e do urbanista; k) Participar na regulamentação dos concursos de arquitectura ou de urbanismo promovidos pela administração pública e nos seus júris; l) Organizar e desenvolver serviços úteis aos seus membros; m) �� e participar na sua avaliação; n) �� nos termos da lei; o) Filiar-se ou establecer acordos com organizações nacionais, internacionais e estrangeiras com �� p) Exercer as demais competências previstas na lei

Ordem dos Arquitectos de Angola Rua Aníbal de Melo, nº 109, 1º andar Vila Alice, Luanda Tel. +244 926 975 502

ordemdosarquitectosdeangola@yahoo.com

Projecto Nova Vida ��

Indoors

Banho e acessórios

Coleção Place, By Love Tiles

Indoors

Banho e acessórios IKEA

Afragide Zona Industrial de Alfragide EN 117 • 2614-520 Amadora Loures EN 250 Rua 28 de Setembro Frielas • 2660-001 Loures Matosinhos Av. Oscar Lopes • 4450-745 Matosinhos Call center: 707 20 50 50 www.ikea.pt

A IKEA é uma marca sueca de mobiliário e decoração com 3 lojas em Portugal. A gama de casas de banho da IKEA tem artigos que respondem a diferentes estilos, funções, tipologia de espaço e orçamento. Com um grande foco no design, funcionalidade e sustentabilidade, na gama IKEA destacam-se as soluções para pequenos (e muito pequenos) espaços, onde as ideias para arrumação são cruciais. Para que a casa de banho seja um verdadeiro espaço de cuidado e bem-estar.

Love Tiles

Zona Ind. de Aveiro, Apartado 3002 3801-101 Aveiro Tel. + 351 234 303 030 Fax. +351 234 303 031 email: lovetiles@lovetiles.com www.lovetiles.com

A coleção EMMA foi buscar a sua inspiração às texturas e padrões do papel de parede. Este produto resulta da utilização da tecnologia rotocolor e de uma seleção de esmaltes que permite ter um produto com acabamento mate mas onde se vislumbra um pequeno brilho. A perceção ao toque deste produto é aveludada, mas uma ligeira estrutura dada pela incisão de esmaltes, que acompanha a gráﬁca estriada, dá-lhe o requinte e o realismo do papel de parede. A gráﬁca estriada que as peças rectangulares apresenta confere ritmo e movimento aos espaços, permitindo a sua aplicação na horizontal ou na vertical. O pavimento, versátil, pode ser utilizado de forma independente do revestimento.

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Indoors

Banho e acessórios Margres

Chousa Nova 3830-133 Ílhavo – Portugal Tel. +351 234329700 Fax. +351 234329702 margres@margres.com www.margres.com

A coleção Share inspira-se nos microcimentos, produto utilizado no revestimento ou pavimento de edifícios com arquitetura moderna, onde o minimalismo, como tendência de decoração impera. A gráﬁca da coleção Share, foi cuidadosamente desenvolvida para enquadrar-se harmoniosamente nesta tipologia de espaço, de modo a reproduzir o verdadeiro aspeto das superfícies de microcimento, onde existe uma ligeira destonalização, marcada de onde a onde pelas manchas dos sais que normalmente ﬁcam à superfície após a secagem das massas de microcimento. A multiplicidade de formatos, particularmente o novo e distinto formato 90x90, constitui uma importante mais valia da coleção.

Roca

A Roca assume-se como pioneira em novas tecnologias para o espaço de banho, que proporcionam um maior bem-estar e uma maior poupança de água e energia. É da Roca o primeiro lavatório e sanita combinados na mesma peça. O W+W permite que a água utilizada no lavatório seja depois reutilizada na sanita. Outro exemplo é o Meridian In-Tank, a primeira sanita com tanque integrado de fácil instalação, poupança de água e de espaço e descarga silenciosa de 2 litros. A Roca, empresa líder na deﬁnição do espaço de banho, ﬁel aos seus valores de inovação, design, funcionalidade e sustentabilidade, é sinónimo de espaços de banho pensados e criados para o presente e para o futuro.

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Apartado 575 Ponte Madalena 2416-905 Leiria Tel. +351 244 720 000 Fax. +351 244 722 373 www.pt.roca.com

Indoors

Banho e acessórios Sanitana

Zona Ind. de Anadia, Apartado 45, 3781-909 Anadia (Portugal) Tel. +351 231 519 500 info@sanitana.com www.sanitana.com www.sanitanaproﬁssional.com

De inspiração minimalista as novas torneiras Balance, da Sanitana, impõem-se pelo equilíbrio geométrico das formas, mas também pela sustentabilidade e poupança. Uma gama, composta por 11 modelos distintos para diferentes utilizações, foi desenhada especiﬁcamente com a meta de redução dos consumos de água e energia elétrica em mente. Além de incorporarem as mais recentes tecnologias de poupança de água e energia, incluem também o sistema de segurança cold touch nas torneiras termostáticas de banho e duche. Com este sistema a temperatura da água é constante e não inﬂuencia a do corpo da torneira.

Silestone

Cosentino Porto Tel. +351 229 270 097 info-porto@cosentinogroup.net Cosentino Lisboa Tel. +351 219 666 221 info-lisboa@cosentinogroup.net

A nova Coleção de Banho Silestone reinventa o espaço de banho graças ao conceito de grande formato à medida. As superfícies de quartzo Silestone adaptam-se ao espaço, criando ambientes com poucas peças e de apenas um material. O tamanho grande das peças facilita que as juntas sejam praticamente invisíveis, garantindo uma maior continuidade visual e uma maior higiene. A Coleção oferece sete modelos de bases de duche (Ducal, Kador, Fresh, Doppio, Freccia, Bubbles e Simplicity) e oito modelos de lavatórios (Elegance, Armony, Balance, Equilibrium, Symmetry, Basic, Simplicity e Exclusive). O lavatório Exclusive constitui um marco na indústria do quartzo ao ser, tal como o lava-loiça Integrity da Silestone, um dos primeiros produtos tridimensionais fabricados apenas numa peça de Silestone. Este modelo é composto por duas famílias, ONE e DUE, de distintas geometrias.

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NEWS

atualidades

Imagem: KKLF

A par do atelier LIN (Paris/Berlim), como vencedor do concurso internacional para o projeto urbano “Strasbourg – Kehl, Cour des Douanes – Zollhofareal”, estão os alemães Kleyer, Koblitz, Letzel, Freivogel Architekten (KKLF). O concurso foi lançado em conjunto pela cidade de Kehl, na Alemanha, e a Communauté Urbaine de Strasbourg, em França. Desde o ano 2000 que estas duas cidades têm vindo a desenvolver um processo de reforço dos seus laços com o objetivo de estabelecer uma metrópole transfronteira Europeia ao longo do rio Reno. O concurso incidia na transformação do território em torno da fronteira histórica francoalemã, outrora dividido pelo Reno e agora aberto a desenvolvimentos futuros. O projeto de LIN tem ao mesmo tempo a visão de reunir as duas cidades/países em redor do rio e uma estrutura de urbanização do local. O projeto parte das qualidades existentes do sítio e propõe uma nova coerência geográfica. A estrutura urbana desenrola-se de e para o Reno, reforçando a sua presença física e simbólica. Ao mesmo tempo, permanece aberta para múltiplas funções e usos. Novas pontes e micro-passagens ajudam a superar as muitas fronteiras existentes no local e geram múltiplas situações urbanas singulares. A equipa KKLF funda a sua reflexão no diálogo entre as margens do rio. As entradas nas duas cidade são centrais no projeto, complementadas por uma nova travessia. Exprimem-se em edifícios de grande altura, como entidade única e epicentro da aglomeração. www.lin-a.com • www.lia.tu-berlin.de www.kklf.de

Imagem: LIN

Projeto urbano para Estrasburgo com dois primeiros prémios ex aequo

NEWS

atualidades

PAULA MELÂNEO|apmelaneo@gmail.com

Foto: Yoshiaki Tsutsui

Mediateca Sendai, 1995-2000, Sendai-shi, Miyagi, Japão

Foto: Nacasa & Partners Inc.

Meiso no Mori Municipal Funeral Hall, 2004-06, Kakamigahara-shi, Gifu, Japão

Toyo Ito nomeado para Pritzker Prize 2013

Museu da Arquitetura, 2006-11 Imabari-shi, Ehime, Japão

Za-Koenji Public Theatre, 2005-08 Suginami-ku, Toquio, Japão

O arquiteto japonês de 71 anos e com atelier em Tóquio desde 1971, é o nomeado para o prestigiado Prémio Pritzker deste ano. O laureado de 2012 foi o arquiteto chinês Wang Shu, sendo Ito o sexto arquiteto japonês a recebê-lo – os anteriores: Kenzo Tange (1987), Fumihiko Maki (1993), Tadao Ando (1995) e a dupla Sejima e Nishizawa (2010). O Júri, presidido por Lord Palumbo e composto por Alejandro Aravena, Stephen Breyer, Yung Ho Chang, Glenn Murcutt, Juhani Pallasmaa e Martha Thorne, referiu: “Toyo Ito é um criador de edifícios intemporais e ao mesmo tempo marca novos caminhos. A sua arquitetura projeta uma sensação de otimismo, leveza e alegria, inspiradas num sentido de singularidade e universalidade. Por estas razões e pela sua síntese do espaço, estrutura e forma que cria lugares convidativos, pela sua sensibilidade sobre a paisagem, por inspirar os seus projetos com uma dimensão espiritual e pela poética que transcende todas as suas obras, Toyo Ito é o premiado com o Prémio Pritzker de Arquitetura 2013.” Entre as inúmeras distinções recebidas por Ito está o recente Leão de Ouro para melhor Participação Nacional para o Pavilhão do Japão, da Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2012. Alguns dos seus trabalhos concluídos recentes são o Museu da Arquitetura Imabari-shi, no Japão; o Pavilhão Sumika, Utsunomiya-shi, no Japão ou o World Trade Center Square Landscape Design, Taipei, Taiwan R.O.C. www.pritzkerprize.com

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ENTREVISTA

arquitetura

Processos Digitais Perspetivas Críticas Portuguesas

LUÍS SANTIAGO BAPTISTA, PAULA MELÂNEO ALEXANDRA PAIO, BRIMET SILVA

Carla Leitão

Arquiteta AUMstudio, Umasideia e Speculatis Aeterna, Professora Pratt Institute Graduate School of Architecture e Rensseler Polytechnic Institute School of Architecture arqa: Tendo em conta a sua investigação na área da multimédia, de que forma a introdução de processos digitais baseados em sistemas multimédia têm sido um contributo importante para a arquitetura? CL: Dois principais conceitos parecem especialmente relevantes e inspiradores para o futuro próximo: objetos-Spime e Meta(-)materialidade. O conceito de “Spime” foi desenvolvido por Bruce Sterling (“Shaping Things”, 2005) e significa ‘objeto com história e capacidade de comunicação em rede’. Ajuda a denominar uma época contemporânea e de futuro próximo, que se segue à dos “gadgets”, onde objetos podem ser “lidos” através de incorporação “media” na sua materialidade, e desta forma, revelarem detalhes sobre a sua origem, fabricação, ingredientes ou materiais de composição, e, possivelmente, impressões sobre o seu potencial destino. Estes objetos podem comunicar entre si, e “computar” decisões acerca do seu futuro, baseados nas evoluções dos seus modelos virtuais. Meta-materiais são materiais fabricados pelo Homem a um nível microscópico, que poderão resistir à convenção de algumas leis bioquímicas e mecânicas de elementos considerados “naturais”. A revolução dos nano-materiais permite pensar e criar materiais a partir de bases fundamentais de ligação química. Os meta-materiais procuram escalas de estrutura que por vezes invertem comportamentos ditos normais em materiais clássicos – como por ex. a manifestação de refração negativa. Ambos estes conceitos têm profundas implicações para uma disciplina que desenha espaço através da sua caracterização por materiais, e organiza programa através da ligação e desconexão entre espaços. Por um lado, a sugestão de que espaços poderão vir comunicar entre si de forma ainda mais intensa, profunda e casual, questiona conceitos de sítio, local, interação, transparência.

Por outro lado, a performance de materiais que delimitam espaços vêm permitir novos modos de pensar a relação entre exterior e interior, e os corpos dos usuários em relação ao corpo dos espaços e seus programas. Uma terceira condição – talvez a mais importante – é a de que os metamateriais necessitam de conceitos espaciais que os explorem e metodologias de experimentação e interpolação de modelos geométrico-espaciais e das suas implicações a várias escalas – e a disciplina de arquitetura produz indivíduos e uma larga história de experiências tipológicas que relacionam modelos tectónicos, modelos estereotómicos e sistemas de significado ou relação. De momento, estou a editar um volume “Metamaterial: a Design Primer – a ser publicado pela Birkhauser – que estende a factualidade desta nova classe de materiais, para um novo conceito, também filosófico, de metamaterialidade. Em geral, existe uma nova capacidade de conceptualizar espaço como “ambiente”, e de ampliar os conceitos de envelope espacial, programa, estética, relação e evento. De momento, muitas das experimentações de interação em instalações multimédia, exploram a qualidade da interação em si mesma como conceito espacial. Este é um aspeto importante, complementar, ao que mencionei. O desenho de interação direta com conteúdos tem uma longa história informal em instituições de ensino. Sabe-se que a interação direta com um conteúdo através das suas possíveis manifestações – o resolver de problemas ou manipulação das características de um material, instrumento, teoria – facilita entendimento por ajudar à incorporação do mesmo. É fácil imaginar o potencial de arquiteturas cujo desenho procure a criação de ambientes que facilitem encontros onde esses entendimentos são facilitados. O uso de multimédia na criação de espaços é um primeiro passo no sentido de conceber de novo as capacidades do espaço arquitetónico e o modo envolvente como se pretende relacionar com os seus habitantes. arqa: No momento em que a arquitetura em Portugal enfrenta novos desafios, qual o papel dos sistemas interativos nas novas formas de pensar e fazer arquitetura?

Prémio Nacional da UIA, Concurso Urban Acupuncture - “Visibility”, Lisboa; Concurso Museu Nam June Paik, Coreia.

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A Arquitetura tem sido ao longo da sua história, um modo de criar pontes ou relações entre outras disciplinas. Mais que uma cultura, é um padrão de pensamento que procura ativamente sintetizar desejos, ambições, buscas e construções culturais e socias, assim como técnicas e aestéticas – por isso, a podemos denominar de agente cultural, ou de tecnologia cultural. Carla Leitão

MAKSchindler Foundation Vertical Garden Competition, Los Angeles.

CL: Em tempos de desafios externos, existe a oportunidade de repensar o papel das disciplinas e culturas – e das práticas com elas relacionadas ou associadas. A Arquitetura tem sido ao longo da sua história, um modo de criar pontes ou relações entre outras disciplinas. Mais que uma cultura, é um padrão de pensamento que procura ativamente sintetizar desejos, ambições, buscas e construções culturais e socias, assim como técnicas e aestéticas – por isso, a podemos denominar de agente cultural, ou de tecnologia cultural. A oportunidade que se apresenta na relação entre arquitetura e sistemas interativos, encontra-se nas interseções mais gerais mas também específicas que se podem começar a fazer entre espaço, media e material – e dos modos como estas três entidades podem começar a ser integradas, de modo a criar novas tipologias de caracteres espaciais. Novamente, isto relaciona-se com modalidades de definição de espacialidade, e logo espacialidade arquitetural, que desenvolvam relações mais estreitas entre habituais intervenientes na experiência espacial, mas também, o alargamento do carácter do espaço em buscar novos intervenientes para se definir a si mesmo. Algumas tendências, no pensar dos sistemas interativos, relacionamse com a sua avançada capacidade de criar envolvimento espacial e de uso, enquanto, simultaneamente, se constituírem como estruturas leves, quasiarquitectónicas. Talvez este carácter quasi-arquitectónico, seja vantajoso num futuro de grande densidade de construção - no sentido de possuir uma tectónica que pode subscrever, inserir-se, ou transformar condições espaciais existentes, dando-lhes nova lógica, envolvimento, exploração, detalhe e apetite. arqa: Num contexto de relações cada vez mais estreitas entre a academia e o público geral, qual é o papel do arquiteto no incentivo das pessoas a

interagir com estes novos sistemas de multimédia e interação? CL: Arquitetos sempre foram mestres na arte do design da interação multimédia espacial. A educação de um arquiteto, cada vez mais, cria indivíduos com uma capacidade única para entender migrações de conceitos através de disciplinas e práticas profissionais. Os Arquitetos tornam-se diretores artísticos, designers de interação, políticos ou até consultores de produtos biomédicos – isto advém de um treino intenso em ver e trabalhar o mundo através de modelos com os quais se brinca de forma rigorosa, criando entre eles interseções, ligações, sínteses, transformações – e sempre assumindo modelos como algo temporário, ou descartável. Depois desta educação, é mais fácil entender conteúdos complexos e diferenciados e participar em atividades e profissões futuras de elevados níveis de desafio em termos de exigirem constantes re-articulações de relações entre partes, ou práticas que exijam uma constante reaprendizagem e repensar de paradigmas. Alvin Toffler propôs que o novo tipo de iliteracia do futuro, não será não saber ler nem escrever, mas não saber aprender, desaprender e reaprender. Porque a verdade do conhecimento é cada vez mais aparente – acontece através do constante procurar e reequacionar como as coisas existem, e de como poderão existir. Comparativamente a um estudante ou recém-graduado de arquitetura, um arquiteto ou professor de arquitetura, encontram-se também sempre num estado de constante reinvenção da sua profissão, ainda que apoiado por claros, e vastos, precedentes históricos e culturais. De igual forma, encontra-se numa posição única para pensar a relevância de sistemas de interação e seus conteúdos, e criar plataformas que permitam o mesmo nível de interrogação, curiosidade, e resposta por parte dos usuários. 

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PROJETOS

Foto: Vicens Gimenez

Foto: Simone Cecchetti

biografias

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MIRALLES TAGLIABUE EMBT foi fundado por Benedetta Tagliabue e Enric Miralles em 1994, depois de iniciarem a sua colaboração em 1991. O atelier é hoje dirigido pela arquiteta italiana Tagliabue. Nascida em Milão, estudou arquitetura em Veneza e Nova Iorque e estabeleceu-se em Barcelona há mais de 20 anos. O Pavilhão de Espanha, da Exposição Mundial 2010, em Xangai, recebeu o prestigiado RIBA International Award for Best International Building. Entre as suas obras realizadas estão o Parlamento escocês, um dos edifícios mais visitados na Escócia; o Parque Diagonal Mar ou o mercado e quarteirão de Santa Caterina, em Barcelona. Atualmente Tagliabue é professora convidada na GSD Harvard University. www.mirallestagliabue.com

ZAHA HADID explora os limites do projeto de arquitetura e de urbanismo. No seu trabalho experimenta novos conceitos espaciais, intensificando paisagens urbanas existentes na procura de uma estética visionária que acompanha as várias áreas de projeto, nas diversas escalas, desde a escala urbana até ao produto, interiores e mobiliário. Hadid iniciou os seus estudos na Architectural Association em 1972, foi associada do Office for Metropolitan Architecture, tendo mais tarde aberto o seu estúdio na AA, até 1987. Lecionou em diversas universidades internacionais é hoje Professora na Universidade de Artes Aplicadas de Viena, na Áustria, e é Professora convidada na Architectural Design at Yale University, New Haven, Connecticut. www.zaha-hadid.com

SNØHETTA foi fundado em 1989, em Oslo, ganhando o nome do pico de uma das montanhas mais elevadas da Noruega. Este atelier internacional conta hoje com mais de 120 pessoas na equipa e dedica-se não só à arquitetura, mas também ao paisagismo, interiores e design gráfico. Os seus escritórios estão sediados em Oslo e Nova Iorque. Snøhetta tem realizado projetos para a Europa, Ásia, Estados Unidos e Canadá. É uma prática transdisciplinar, onde profissionais de diferentes áreas trabalham juntos, explorando diferentes perspetivas, segundo as condições específicas de cada projeto. O respeito pela diversidade de culturas e de formações é a chave para este trabalho conjunto. www.snoarc.no

CLOUD 9 é o atelier fundado por Enric Ruiz-Geli (n.1968, Figueres), em 1997. Arquiteto formado na ETSA de Barcelona, é, desde 2010, Tutor Master na Architectural Design Unit da Barlett School of Architecture de Londres e Unit Master do Diploma Unit 18 na Architectura Assosiationde de Londres. Os seus trabalhos fazem parte das coleções do MoMa (Nova Iorque), FRAC Centre Collection (Orleães) e Centre Pompidou (Paris). Ruiz-Geli é conferencista e mantém colaborações num alargado número de “Labs” como Angewandte, Architectural Association School, UCLA, Passadena Art Center, CITA, RMIT, MIT, Bartlett, Buckminster Fuller Institute, ETHZ, IE School of Architecture, entre outros. www.e-cloud9.com • www.ruiz-geli.com

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SHIGERU BAN (n.1957, Tóquio), frequentou o Southern California Institute of Architecture e é graduado pela Cooper Union School of Architecture, em 1984. Em 1985 fundou Shigeru Ban Architects, em Tóquio. Em 1995, iniciou o trabalho de consultor da Alta Comissão de Refugiados das Nações Unidas e estabeleceu a ONG Voluntary Architects’ Network (VAN). Atualmente tem também escritório em Nova Iorque e Paris. Foi Professor na Keio University, Japão (2001 a 2008), Professor convidado da Harvard University Graduate School of Design e da Cornell University (2010) e é Professor na Kyoto University of Art and Design desde 2011. www.shigerubanarchitects.com KYEONG SIK YOON (n.1957, Daegu) é um arquiteto sul-coreano que iniciou o seu percurso profissonal na KACI International, em 1983. Tem colaborado com diversos escritórios internacionais como Cesar PeIIi & Associates, David Chipperfield, MichelWilmotte ou Shigeru Ban. Entre os seus trabalhos estão o Centro Cultural Coreano na Indonésia, a Escola Britânica de Seul, na Coreia, o Museu “Papertainer”, no Parque Olímpico de Seul, Coreia, ou o Centro de Convenções e Exposições de Daegu (EXCO), na Coreia.

Foto: Noah Sheldon

BEARTH, DEPLAZES, LADNER é um atelier suíço, formado por Valentin Bearth (n.1957, Tiefencastel), Andrea Deplazes (n.1960, Chur) e Daniel Ladner (n.1959, Schiers). Bearth e Desplazes são arquitetos pela ETH de Zurique e Ladner, que iniciou a sua formação na área da construção e do desenho, estudou arquitetura na HTL, Chur. Bearth e Desplazes abriram atelier em 1988 e hoje contam com Ladner como sócio. Bearth é desde 2007 Diretor da “Accademia di architettura” de Mendrísio e Deplazes leciona, desde 2005, no “Departement für Architektur” da ETH de Zurique. www.bearth-deplazes.ch GRAMAZIO & KOHLER é a prática formada por Fabio Gramazio e Matthias Kohler, sedeada em Zurique. Esta dupla desenvolve projetos combinando a física da construção com a lógica digital. Concebem relações espaciais e comportamentos contextuais através da programação. Aliam o potencial do uso do computador à fabricação digital, complementar ao projeto, construção e métodos tradicionais. As qualidades sensuais desta cultura de projeto manifestam-se numa nova expressão de Digital Materiality. www.gramaziokohler.com ARANDA/LASCH é fundado por Benjamin Aranda (n.1973) e Christopher Lasch (n.1972) em 2003, em Nova Iorque, dois arquitetos licenciados pela Universidade de Columbia. Através da experimentação digital, este atelier faz descobertas nos domínios da estrutura e do espaço, resultando em projetos excepcionais para edifícios, instalações e objetos. Aranda/Lasch tem uma prática alter-ego chamado terraswarm, que produz intervenções à escala urbana de curtas-metragens e instalações vídeo. www.arandalasch.com MATTHEW RITCHIE (n.1964, Londres) estudou um ano na Boston University, Massachusetts, em 1982, e recebeu o seu BFA da London’s Camberwell School of Art, em 1986. Ritchie estabeleceu-se no mundo das Arte Plásticas contemporêneas no início dos anos 90, apresentando a sua primeira exposição individual, “Working Model,” na Basilico Fine Arts de Nova Iorque, em 1995. Independentemente do suporte ou do material, o seu trabalho é representativo de uma estrutura meta-narrativa complexa. O projeto The Morning Line foi fruto de uma colaboração com o atelier Aranda/Lasch e com Daniel Bosia (Arup AGU). www.matthewritchie.com

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PROJETOS

China

Zaha Hadid Opera de Guangzhou

Arquitetura: Zaha Hadid Architects Direção de projeto: Woody K.T. Yao, Patrik Schumacher Chefia de projeto: Simon Yu Equipa de projeto: Jason Guo,Yang Jingwen, Long Jiang, Ta-Kang Hsu, Yi-Ching Liu, Zhi Wang, Christine Chow,Cyril Shing, Filippo Innocenti, Lourdes Sanchez, Hinki Kwong, Junkai Jian Equipa de concurso: (1ª fase) Filippo Innocenti, Matias Musacchio, Jenny Huang, Hon Kong Chee, Markus Planteu, Paola Cattarin, Tamar Jacobs, Yael Brosilovski, Viggo Haremst, Christian Ludwig, Christina Beaumont, Lorenzo Grifantini, Flavio La Gioia, Nina Safainia, Fernando Vera, Martin Henn, Achim Gergen, Graham Modlen, Imran Mahmood; (2ª fase) Cyril Shing, YanSong Ma, Yosuke Hayano, Adriano De Gioannis, Barbara Pfenningstorff Instituto de projeto local: Guangzhou Pearl River Foreign Investment Architectural Designing Institute (Guangzhou, China) Estruturas: SHTK (Shanghai, China) Guangzhou Pearl River Foreign Investment Architectural Designing Institute Engenharia de fachada: KGE Engineering (Zhuhai, China) Serviços de construção: Guangzhou Pearl River Foreign Investment Architectural Designing Institute (Guangzhou, China) Projeto Acústica: Marshall Day Acoustics (Melbourne, Austrália) Consultor Teatro: ENFI (Beijing, China) Projeto iluminação: Beijing Light & View (Beijing, China) Gestão projeto: Guangzhou Municipal Construction Group Co. Ltd Gestão construção: Guangzhou Construction Engineering Supervision Co. Ltd Consultor custos: Guangzhou Jiancheng Engineering Costing Consultant Office Ltd Empreitada geral: China Construction Third Engineering Bureau Co. Ltd. (Guangdong, China) Cliente: Governo Municipal de Guangzhou Área: 70,000 m² Datas: 2003 / 2010 Texto: Zaha Hadid Architects Fotografia: Iwan Baan, Hufton + Crow Photographers

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Implantação

Foto: Iwan Baan

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PROJETOS

Coreia do Sul

Shigeru Ban + Kyeong-Sik Yoon / KACI Clube de Golf Haesley Nine Bridges, Gyenggi

Arquitetura: Shigeru Ban Architects + Kyeong-Sik Yoon / KACI International (parceiro) Construção: CJ Engineering & Construction Localização: Yeoju, Gyenggi, South Korea Estruturas: CS Structural engineering / Creation Holz (Madeira) Engenharia de Serviços: Hana Consulting Engineers (eletricidade) Sahm-Shin Engineer Construção: CJ Engineering & Construction Materiais de estrutura: madeira, aço, betão pré-esforçado Áreas: 1.128.370,00 m² (sítio); Building Area 4.299,28 m² (construída); 20.995,64 m² (total de implantação) Datas: novembro 2006–junho 2008 (projeto); julho 2008–abril 2010 (construção) Texto: Shigeru Ban Architects Fotografia: Hiroyuki Hirai

proj. 3

Trata-se de um novo clube de um campo de golfe de primeira linha localizado a duas horas, de carro, de Seul. É composto por três edifícios: o clube principal para membros, uma zona para membros VIP e as suas instalações próprias. Cada edifício é composto por diferentes sistemas estruturais, apresentados no sentido moderno dos métodos de construção tradicionais, na Coreia do Sul. O edifício dos membros é composto por uma estrutura de coberta composta por uma grelha de madeira hexagonal que envolve todo o edifício.As instalações VIP são uma estrutura de aço, com pequenos vãos, numa escala residencial. O edifício dos membros VIP é de betão armado. O átrio do bloco principal do clube de golfe é composto por pilares e cobertura em madeira, com um invólucro de vidro claro, proporcionando um espaço transparente e aberto. Os pilares de madeira laminada, dispostos de forma radial, crescem verticalmente e curvam-se, tornando-se membros horizontais no plano da cobertura e formando uma grelha hexagonal. O pódio, em baixo, é construído como uma parede feita a partir de uma pedra local, grande, moldada como as montagens de pedra tradicionais da Coreia do Sul, inclinando-se gradualmente para o interior, à medida que chega ao topo. A transparência e abertura da parte de madeira serve de área de receção, de sala de estar para os membros e salão de festas. O recinto do pódio de pedra inclui a zona de vestiários privada, casas de banho, um SPA e os serviços do edifício. A cave contém a zona de parqueamento. A parede transparente, aberta em cortina, do átrio utiliza persianas de vidro que permitem a abertura total para o exterior. O terraço, no piso superior, tem portas deslizantes de vidro, a toda a altura, de modo a ligar de forma fluida o interior do salão de festas ao exterior. A estrutura de madeira, com três pisos de altura, está exposta, como material de acabamento do interior, e recebeu a aprovação do departamento de bombeiros, graças ao sobredimensionamento dos elementos de madeira, que atuam como material à prova de fogo. Esta é a grande inovação deste edifício. O calor e a textura da madeira sentem-se no interior, por todo o edifício. 

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Implantação

PROJETOS

China

EMBT

Pavilhão de Espanha, Exposição Mundial Xangai 2010

Arquitetura: Benedetta Tagliabue - Miralles Tagliabue EMBT Cliente: SEEI (State Society for International Exhibitions) Programa: Pavilhão com 3 áreas expositivas, restaurante, auditório (150 lugares) Direção de projeto: Makoto Fukuda (concurso); Salvador Gilabert (concurso, exec.) Equipa: Igor Peraza (arq. no local), Makoto Fukuda, Mattia Cappelletti, Vaiva Simoliunaite, Jack O’kelly, Qiwei Hu, Gabriele Rotelli, Guile Amadeu (arq.); Ailyn Alfaro, Alessandra Deidda, Alessandro Balbi, Alice Puleo, Armando Arteaga, Barbara Asnaghi, Carles Pastor, Carolina Carvalho, Cesar Trujillo, Christian Pamies, Clara Nubiola, Cristina Salvi, Daniela Bortz, Diego Parra, Ermanno Marota, Ewa Pic, Fernanda Riotto Fernandes, Francesca Ciprini, Françoise Lempereur, Gian Mario Tonossi, Giorgia Cetto, Giovanni Cetto, Gitte Kjaer, Giuseppe Maria Fanara, Gordon Tannhauser, Guillermo Marcondes Zambrano, Guto Santos, Jan Kokol, Johane Ronsholt, Jose Andrés Cantor, Jose Antonio Pavon, Judith Plas, Kazuya Morita, Kirsti Øygarden, Lee Shun Chieh, Lin Chia Ping, Logan Yuen, Luciana Cardoso, Luis Alejandro Vivas, Manuel Rearte, Marco Quagliatini, Maria Francesca Origa, Maria Loucaidou, Marta Martinez, Michael González , Michelangelo Pinto, Michele Buizza, Mireia Soriano, Natalia Leone, Noelia Pickard, Olivia Kostika, Paola Lodi, Paul Andrew Brogna, Phuoc Tan Huynh, Roberto Stefano Naboni, Sara Cuccu, Simona Covello, Stefan Geenen, Susana Oses, Travis McCarra, Verena Vogler, Virginia Chiappa Nunez, Xavier Ferrús, Rafael Loschiavo Miranda, Alain Reschigian, Guillermo Marcondes, David Gertners, Maria-Ioanna Barka, Evangelia Anamourloglou, Johanne Rønsholt, Jordi Viñals Terres, Ewa Pic. Construção: Julio Martínez Calzón – MC2 Estudio de Ingeniería Consultores: Julio Martinez Calzón MC2 (Estrutura); Tongji – The Architectural Design and Research Institute of Tongji University; PGI - Engineering (Mecânica) Paisagismo e Interiores: Miralles Tagliabue EMBT Empreitada geral: Inypsa Áreas: 10.451 m² (construída); 7.081 m² (sítio) Data: 2007-2010 Texto: EMBT Fotografia: Zhen Zhonghai KDE

proj. 5

south fac

north fa

O Pavilhão Espanhol está localizado na zona do espaço expo designada para os pavilhões nacionais. Desde as fases iniciais do concurso que a nossa intenção tem sido evitar representações convencionais literais do país de modo a explorar ideias mais abstratas. O pavilhão é uma expressão do clima de Espanha e da forma como é experienciado pela arquitetura. Com isso em mente, desde o início que procurámos reavivar um aspeto da extraordinária mestria do trabalho em vime, não só por respeito pela tradição mas também como tentativa de reinventar o vime como uma nova técnica de construção, apropriada para este projeto. O Pavilhão Espanhol em Xangai projetado por EMBT explora a miríade de possibilidades que as técnicas de tecelagem em vime oferecem. Para além disso, o vime é um material que acrescenta um fator ecológico e de sustentabilidade a todo o edifício. A técnica de cestaria, o processo de tecer manualmente fibras de plantas, é uma tradição global partilhada por todas as culturas ao longo da história. Apesar das variações específicas de cada região geográfica e variedades da flora, utilizam-se técnicas praticamente idênticas tanto no leste como no oeste. Assim, o facto de se escolher este material para o pavilhão significou a construção de uma ponte entre duas culturas, a dos visitantes espanhóis e a dos anfitriões chineses. 

sou

Alçado oeste e alçado norte

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Implantação

site plan

spanish pavilion f or e xp o shanghai 2 010

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ARTES

ensaio

A Condição Digital

Práticas e dispositivos da cultura visual na era eletrónica

SANDRA VIEIRA JÜRGENS|sandravieirajurgens@gmail.com

Na criação artística a passagem da era analógica para a digital significou uma ampla transformação das ferramentas de produção disponíveis, sendo que nem todas elas são evidentes. Temos ao nosso dispor novos aparelhos digitais, novas formas artísticas, como a net art e a arte digital, que constituem apenas a parte mais visível da mudança de cenário tecnológico no universo artístico. Mesmo quando os artistas se exprimem através de formas tradicionais de criação, não deixam de trabalhar em contextos de produção marcados pelos mais recentes avanços tecnológicos. As tecnologias digitais revelaram-se ferramentas de trabalho cruciais nas condições e relações de trabalho, através do acesso à informação, ao conhecimento, à gestão de correio eletrónico, ao acesso à internacionalização e a plataformas de apresentação e divulgação de projetos e propostas artísticas. Nalguns casos verifica-se o uso de ferramentas que mimetizam as técnicas tradicionais, como nas pinturas digitais de David Hockney ou nos trabalhos em que o designer Jorge Colombo recorre a aplicações do iPhone e do iPad para elaborar imagens desenhadas. Também é possível fotografar com um computador, com um telemóvel ou fazer vídeo com uma máquina fotográfica digital, para citar apenas algumas das diferentes tipologias emergentes de pintar, de fazer fotografia, de filmar. Mas talvez seja no mundo da fotografia, do cinema e do vídeo que o ambiente digital determinou uma mutação radical no seu fabrico e nos nossos paradigmas de pensamento e de perceção do mundo. A transferência de vídeos do analógico para o digital permitiu corrigir, alterar e fazer um pós-original a partir do original. Fala-se também de um campo pós-fotográfico, de imagens processadas digitalmente, da multiplicação exponencial de práticas e dispositivos de edição, apropriação, colagem e fotocomposição, que colocam novamente em debate a questão da manipulação, da autoria e da “verdade” fotográfica.

Ambiente de trabalho

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Na fotografia, a passagem do analógico ao digital não reside tanto na revolução do objeto mas numa nova cultura de captação de imagem. Com efeito, neste domínio, os aparelhos digitais determinam um novo olhar, uma nova relação com o real que passa a ser mediada pelo ecrã LCD. Quando fotografamos, olhamos o ecrã do aparelho e não a realidade. Ocorre por assim dizer a imersão na imagem do dispositivo. Podemos ainda referir outras transformações. A relação com a criação também se transforma no regime da fotografia digital. O tempo do digital é um tempo portador de múltiplos, não é o do instante. Nele procuramos a multiplicidade e o fluxo em vez da unidade e da estabilidade. De resto, a repetição do registo de imagens torna acessível o que era inacessível, dessacralizando a realidade. E se no digital existe a sensação de maior liberdade, ela pode ser aparente. É uma ilusão pensar que será sempre possível chegar a uma melhor fotografia e que a repetição sucessiva nos poderá levar a conseguir a perfeição que procuramos. Será que neste regime digital o ato de fotografar não será mais importante do que a própria fotografia? Por outro lado, na medida em que o aparelho digital tem uma natureza dupla, ou seja, permite registar a imagem e permite ver as fotos que fizemos como uma coleção de imagens no aparelho e no computador, também aqui impera a lógica do fluido, o fluxo de imagens de imagens e não a contemplação de uma só, como ocorria no sistema analógico. Neste regime de pós-produção, a fotografia torna-se narrativa e um dos grandes desafios será selecionar, editar e saber o que fazer com as imagens em arquivo. A verdade é que a marca mais significativa desta alteração para a era eletrónica foi a irrupção de outros modos de fazer e expor arte, que surgiram na década de noventa associados às práticas artísticas desenvolvidas com base nos novos media ou géneros, sobretudo a net art, que alimentou grandes expectativas de mudança, entre elas a ideia de que se iria alterar o

Fotos: Mário Martins

estatuto dos suportes tradicionais das artes visuais, a pintura e a escultura. E esse é talvez um dos aspetos utópicos mais interessantes dos novos paradigmas criativos. De resto, como ocorreu noutras épocas, também as transformações mais recentes no modo de produzir e fazer circular as criações artísticas constituíram um projeto de emancipação e aspiração democrática, que não diz apenas respeito a intuitos puramente instrumentais e a uma maior liberdade formal. Como o cinema soviético nas vanguardas ou a perspetiva ensaística de Walter Benjamim segundo a qual a reprodutibilidade técnica ilimitada de uma obra diminuiria ou enfraqueceria a “aura” do original, as transformações que se produzem no universo das obras de arte devido ao aparecimento de novas formas tecnológicas de comunicação têm um alcance mais vasto. Pode referir-se igualmente o significado do uso do vídeo nas neovanguardas, da mail art, dos projetos para revistas, dos livros de artista e de outras intervenções noutros meios de comunicação, que constituem antecedentes históricos da orientação crítica do desenvolvimento de novos meios e canais de emissão e receção eletrónica. De alguma forma persiste a via de questionamento dos suportes tradicionais e o ativismo contra a instituição-arte, o desejo de superação do objeto artístico e da esfera restritiva do campo artístico com o alcance de novas comunidades e o alargamento do espaço público de receção dos fenómenos artísticos. A net art, personificando o aparecimento de uma nova cultura da era global, promoveu uma crítica à esfera política e económica do funcionamento das instituições artísticas e do mercado, à lógica de produção, distribuição e comercialização da arte. As comunidades digitais, muito ativas e com modos de organização cooperativos, apostadas na criação de plataformas de produção e de exposição online de projetos da comunidade net.artística, desenvolveram-se no sentido de expandir o espaço público e constituir um meio alternativo aos canais de circulação tradicionais. Esta foi uma época de glória dos territórios livres, autónomos, inacessíveis à instituição-arte e às suas formas estabilizadas de atuação. A net art não necessitava de nenhum museu para ser apresentada e esta nova cultura configurava um panorama aberto e descentralizado, assente nos princípios da multiplicidade e na pluralidade e não na uniformidade, em regimes flexíveis e não unitários ou centralizados de produção e divulgação artística.

Os suportes imateriais tornavam difícil ou impunham desafios à sua comercialização e a tecnologia constituiu novas possibilidades de experimentar e partilhar trabalhos numa rede livre e de comunicação direta com o público. De resto, este entusiasmo inicialmente estendeu-se aos museus e instituições, com a criação de plataformas de produção e divulgação de obras digitais, de coleções e arquivos. Todavia, se lançarmos um olhar retrospetivo a muitas destas tendências recentes do mundo artístico, teremos que concluir que mais uma vez o sonho das vanguardas não foi cumprido. Não obstante o impacto dos processos digitais e rizomáticos no panorama das artes, a realização de projetos específicos na internet não foi inteiramente legitimada no circuito e não enfraqueceu a posição dos media tradicionais. Poderemos até dizer que a sua presença no panorama artístico é residual e marginal. Surgiram instituições como o Zentrum für Kunst und Medientecchnologie (ZKM) e comunidades como a Rhizome que se mantêm ainda como referências neste âmbito, mas os museus e as galerias, se alguma vez mostraram abertura às suas práticas, foram perdendo interesse em explorar essas vias de atuação. Mais determinante para o sistema artístico foram os modelos de comunicação seguidos nestas redes comunitárias e as mutações da cultura na era da distribuição eletrónica. No que diz respeito à circulação das imagens, os recursos da informática, permitiram novas possibilidades de arquivo, de organização de álbuns, da incorporação de imagens em documentos e disseminação de imagens e de obras históricas de arte vídeo ou novas obras em plataformas e canais diferentes de difusão online. Surgiram espaços de troca e de difusão de vídeos e imagens alternativos aos espaços tradicionais como o MySpace, YouTube, Flickr, Instagram e dispositivos de distribuição social como o Facebook, Twitter e Tumblr, que funcionam hoje como modos de exposição e de apresentação pública das práticas artísticas. A nível institucional, lembremos por último os arquivos eletrónicos dos museus e dispositivos como o Google Art Project que permitem observar várias obras dos acervos de grandes instituições, como a National Gallery ou os Uffizi, colocando à disposição aplicações interativas que complementam a experiência presencial e uma relação mais direta com as obras de arte. 

março|abril 2013

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Porta de correr Cortizo

NEWS

marketing

MARIA RODRIGUES | mrodrigues@revarqa.com

“The World Looks better”

Nova Porta de Correr

O objetivo principal do slogan “The World looks better” visa uniformizar a comunicação da Technal em todos os países, de forma a transmitir os valores que constituem o ADN da marca: a paixão pela arquitetura contemporânea e pelo design intemporal, o esforço constante em melhorar o conforto e a qualidade de vida das pessoas e, por fim, o compromisso em reduzir os consumos de energia e o respeito pelo ambiente. Neste sentido, a Technal visa encorajar o programa de reciclagem do alumínio, desenvolver aplicações que permitem a criação de edifícios de reduzido consumo (ou consumo zero) e oferecer prestações de isolamento superiores às exigidas por lei. www.technal.pt

A Cortizo apresenta uma solução de porta de correr (COR VISION CC, com rutura de ponte térmica) com esquina livre que permite ao arquiteto um desenho de espaços mais amplos e vanguardistas. Este sistema oferece a máxima luminosidade com a mínima secção em vista de alumínio. Trata-se de um desenho elegante e funcional que permite a conceção de grandes espaços, com aberturas até 4.400mm de largura por 3.000mm de altura (com duas folhas). Este conceito minimalista de porta de correr apresenta somente 20mm de espessura na junção das duas folhas. Existe ainda a possibilidade de ocultar o marco em toda a sua periferia, através do seu encastramento na parede, dando assim lugar a vãos com superfícies máximas de envidraçado, que superam 90 % do seu total. A nova versão desenhada permite dar solução aos encontros de folhas a 90º, com esquina livre criando a continuidade perfeita entre espaço interior e exterior. www.cortizo.com

Pelco by Schneider Electric A Pelco by Schneider Electric anunciou recentemente o lançamento da câmara móvel (PTZ) Espirit IP, que inclui modelos standard e pressurizados para vídeo vigilância e ligação na rede IP. Construída com base na plataforma de posicionamento Esprit SE, este sistema apresenta agora compensação automática de brancos, auto ajuste, relógio de programação integrado, estabilização eletrónica de imagem e menus disponíveis em vários idiomas, streaming de vídeo totalmente configurável, uma configuração baseada em navegadores de internet, proteção alargada às condições meteorológicas. www.schneider-electric.com

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arqa março|abril 2013

Nova Tendência de Betão Polido “Atualmente, o betão polido é a solução mais económica, mais duradoura e mais ecológica

principalmente para pavimentos de uso intenso”, garante Arno Kienbacher, responsável da Blau. “… os pavimentos industriais em resina de epóxi ou poliuretano, com uma espessura de quatro milímetros, custam pelo menos 20 euros por m2, enquanto o betão polido custa em média 15.” A manutenção é outra vantagem, pois exige apenas detergentes neutros. “A nossa solução é amiga do ambiente, tanto na instalação inicial como na renovação e reparação (…) não é necessário reciclar o pavimento antigo nem reaplicar resinas” garante o responsável. Quanto à segurança e ao ambiente do espaço, o betão polido ganha também na comparação, já que não se torna escorregadio, é antiestático e cria um clima agradável. Em Portugal, Decathlon e Ikea apostam nesta solução. www.blau.pt

Prémio Margres Arquitetura 2013

A Margres lança pela 1ª vez, em 2013, o Prémio Margres Arquitetura com o objetivo de galardoar as obras arquitetónicas que tenham subscrito produtos das gamas Kerlite e/ou Linea, de forma significativa e, desta forma, tenham contribuído para o enriquecimento e valorização da obra. O concurso pretende assim destacar as obras públicas ou privadas de arquitetos portugueses, inscritos na Ordem dos Arquitetos, que evidenciem qualidade arquitetónica, revelando coerência, sentido crítico e inovação, na aplicação dos referidos produtos. Os candidatos ao Prémio poderão inscrever-se até dia 29 de Março no site criado especificamente para o concurso, sendo os resultados anunciados a 8 de Maio. www.margres.com/margresarquitectura

Galaxy Soho, Pequim, China Arquitetura: Zaha Hadid Architects

FOTOGRAFIA

arquitetura

FERNANDO GUERRA - FG+SG | www.ultimasreportagens.com

marรงo|abril 2013

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MOS

DOSSIER

www.mos-office.net

Michael Meredith Arquiteto principal e fundador de MOS Architects. É Professor Assistante na Princeton University School of Architecture. Recebeu o seu Mestrado de Arquitetura com distinção pela Harvard Graduate School of Design, e ganhou a Frederick Sheldon Traveling Fellowship. Anteriormente, Meredith lecionou arquitetura na University of Michigan, onde recebeu a Muschenheim Fellowship, e na University of Toronto, onde foi cobeneficiário da bolsa da Canadian Foundation for Innovation, e também ocupou o cargo de Professor Associado em Arquitetura na Harvard University Graduate School of Design. Foi coordenador e curador da exposições Beyond the Harvard Box: The early works of Barnes, Franzen, Johansen, Lundy, Pei, Rudolph. Em 2003, foi residente no Atlantic Center for the Arts com Dave Hickey, e em 2000, completou a residênci na Chinati Foundation em Marfa, Texas. Os seus textos têm sido publicados no ArtForum, Harvard Design Review, AD, e foi o editor do LOG 22, e From Control to Design: Parametric/Algorithmic Architecture publicado pela Actar em Barcelona.

Hilary Sample Arquiteta principal e fundadora de MOS Architects. É Professora Associada da Columbia University GSAPP. Recebeu o seu Mestrado de Arquitetura pela Princeton University e o seu Bachelor of Architecture da Syracuse University. Em Princeton, foi distinguida com o Suzanne Kolarik Underwood Thesis Prize e foi finalista para a Skidmore, Owings and Merrill Traveling Fellowship. Deu aulas de projeto na University of Toronto, teve a Reyner Banham Teaching Chair na SUNY Buffalo, e foi Professora Associada da Yale University’s School of Architecture. Tem sido MacDowell Colony Fellow, e foi bolseira do Canadian Centre for Architecture em Montreal. Os seus textos têm sido publicados em jornais como LOG; Praxis; Perspecta; Journal of the Society of Architectural Historians; e em livros como Imperfect Health, The Medicalization of Architecture; PostDuctility; Building Systems: Design, Technology and Society. Colabora no Syracuse University Architecture Advisory Board e é membro do MacDowell Colony Board of Directors.

março|abril 2013

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a LIVING

SYSTEM

_DISCURSIVE WALL O WORKSHOP

“A living System” surgiu no âmbito da parceria entre o Vitruvius Fablab - ISCTE-IUL, digitalab Rhino3DPortugal e o FabLabEDP. O objectivo principal centrou-se na exploração das tecnologias digitais e dos seus contributos para superar alguns dos novos desafios propostos à Sociedade e à Arquitectura em Portugal. Com o desenvolvimento da tecnologia (hardware e software), ferramentas, antes limitadas às áreas não criativas, começam a fazer parte do quotidiano dos alunos nos laboratórios das universidades de Arquitectura e a influenciar os processos conceptuais. Os métodos de trabalho e de representação do arquitecto estão a mudar rapidamente, com a introdução de programas CAD-CAM de modelação tridimenional e paramétrica. Nos últimos anos têm sido disponibilizados novos softwares de representação (cad) e fabricação digital (CAM) que têm permitido criar novas formas de interagir com o computador e com a arquitectura. A arquitectura contemporânea, nas suas várias escalas, procura uma maior flexibilidade, adaptabilidade e interactividade tendo em conta simultaneamente os meios e os objectivos do sistema cinético. Torna-se, assim, essencial aos actores das áreas criativas adquirirem novos conhecimentos face às mais recentes inovações tecnológicas e como estas poderão responder aos desafios e problemas da sociedade. O workshop explorou o uso do Grasshoper, Firefly e Arduíno como ferramentas criativas, técnicas de design, simulação e prototipagem de soluções 3D interactivas em arquitectura, utilizando a cortiça como material de eleição para o desenvolvimento da parede responsiva. O workshop teórico-prático de 64 horas, ministrado em inglês e português, foi composto por dois módulos: (1) LS_01: Grasshopper+Firefly+Arduíno e Oficina; (2) LS_02: Estúdio de Design – Discursive Wall. o resultado final foi inovador e inspirador, abrindo as portas para futuras investigações dotadas de maior complexidade.

março|abril 2013

arqa 139

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