revista arqa #107 by Futurmagazine Sociedade Editora

Novas Coletividades Ano XIV – maio|junho 2013 €11,00 (continente) – €16,00 Espanha

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arqa qa107 ARQUITETURA E ARTE

mai|jun 2013 | €11,00

Novas Coletividades BIG+Topotek 1+Superflex MVRDV Druot+Lacaton & Vassal

Langarita-Navarro churtichaga+quadra salcedo Andrés Jaque Hebbel am Ufer+raumlaborberlin TYIN NLÉ Jeremy Till Markus Miessen Pedro Brandão Léopold Lambert Constantin Petcou+Doina Petrescu Ethel Baraona Pohl Iker Gil El Campo de Cebada

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ISSN: 1647- 077X

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Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos autores

ARQUITETURA E ARTE

Novas Coletividades Langarita-Navarro churtichaga+quadra salcedo Andrés Jaque Hebbel am Ufer+raumlaborberlin TYIN NLÉ Jeremy Till Markus Miessen Pedro Brandão Léopold Lambert Constantin Petcou+Doina Petrescu Ethel Baraona Pohl Iker Gil El Campo de Cebada � � � � �

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ISSN: 1647- 077X

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Indoors

R. Alfredo Guisado, 39 – 1500-030 LISBOA Telefone: 217 703 000 (geral) 217 783 504/05 (diretos) Fax: 217 742 030 futurmagazine@gmail.com

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Diretor Geral Edmundo Tenreiro etenreiro@revarqa.com

BIG + Topotek 1 + Superflex - Parque Superkilen

Info - Boletim Informativo da Ordem dos Arquitetos de Angola (0A)

News Atualidades e agenda

Editorial Luís Santiago Baptista – Novas Coletividades: Genealogia do coletivo e novas estratégias comunitárias

Entrevistas Novas Coletividades: Perspetivas Críticas – Jeremy Till, Markus Miessen, Pedro Brandão, Léopold Lambert, Constantin Petcou + Doina Petrescu, Raumlaborberlin, Ethel Baraona Pohl, Iker Gil

Projetos Biografias BIG + Topotek 1 + Superflex – Parque Superkilen - Public Participation Extreme, Copenhaga MVRDV – Biblioteca Book Mountain, Spijkenisse Druot + Lacaton & Vassal – Transformação do Bloco Habitacional Tour Bois le Prêtre, Paris 17° Langarita-Navarro – Academia de Música Red Bull, Nave da Música no Matadero, Madrid churtichaga+quadra salcedo – Centro de Cinema no Matadero, Madrid Andrés Jaque – Estrutura de eventos Escaravox no Matadero, Madrid Hebbel am Ufer + raumlaborberlin – The Great World’s Fair 2012, Tempelhof Field, Berlim TYIN tegnestue – Centro Desportivo Comunitário Klong Toey, Banguecoque NLÉ + Makoko Waterfront Community – Escola flutuante, Makoko

Investigações Vitório Leite e Catarina Ribeiro – Arquitetura da Participação: Influências latino-americanas

Crítica Luísa Alpalhão – Práticas emergentes: Novas arquiteturas reflexo do contexto socio-económico

Design Carla Carbone – Fabrico Próprio: Pedro Ferreira, Rita João e Frederico Duarte

Artes David Santos – Ana Pérez-Quiroga: A recoletora compulsiva, o colecionismo e os museus Sandra Vieira Jürgens – Trabalho coletivo: Atividade artística na esfera da economia informal

Itinerâncias Paula Melâneo – Da Realidade-Real ao ARX Arquivo José Pedro Sousa e João Pedro Xavier – Future Traditions

Fotografia Fernando Guerra – FG+SG: Centro Comunitário ABA, Vila Real, Portugal

Dossier 1 - El Campo de Cebada 2 - Colónia Lunar - IST

A R T E

Diretor Luís Santiago Baptista lsbaptista@revarqa.com Redação Paula Melâneo (Coordenação) apmelaneo@gmail.com Baptista-Bastos (Opinião), Carla Carbone (Design), David Santos (Artes), Margarida Ventosa (Geração Z) Mário Chaves (Livros), Nádia R. Bento (Tradução), Sandra Vieira Jürgens (Artes) Paginação e Imagem Raquel Caetano Bruno Marcelino (desenhos) Edição Digital Ricardo Cardoso Comunicação e Marketing Maria Rodrigues (Diretora) mrodrigues@revarqa.com Carmen Figueiredo - cfigueiredo@revarqa.com Publicidade – PORTUGAL Tel. +351 217 783 504 Fax +351 217 742 030 futurmagazine@gmail.com ANGOLA Parceria Futurmagazine - NAMK, Lda. Rua Major Marcelino Dias, nº 7 - 1º andar-D Bairro do Maculusso, Distrito da Ingombota, Província de Luanda namk-limitada@hotmail.com Tel. +244 222 013 232 Publicidade – BRASIL Jorge S. Silva Tel. +55 48 3237 - 9201 Cel. +55 48 9967 - 4699 jssilva@matrix.com.br Impressão Jorge Fernandes, Lda. Rua Quinta Conde de Mascarenhas, 9 2825-259 Charneca Caparica Distribuição Logista Portugal Área Ind. Passil, lt 1-A, Palhavã 2894-002 Alcochete Tiragem 10.000 Exemplares Periodicidade Bimestral

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Ano XIV – maio|junho 2013 �11,00 (continente) – �16,00 Espanha

ÍNDICE

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Apoio:

ISSN: 1647- 077X ICS: 124055 Depósito Legal: 151722/00

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EDITORIAL

temático

Novas Coletividades

A genealogia moderna do coletivo e as novas estratégias comunitárias

LUÍS SANTIAGO BAPTISTA|lsbaptista@revarqa.com

A revista de arquitetura e arte arqa faz 13 anos. Num período de crise acentuada, que atravessa as estruturas criativas e críticas que atuam na contemporaneidade, falamos inevitavelmente de sobrevivência. Esta manifesta-se no resistir a um destino pretensamente traçado, perante as atuais políticas de austeridade e de rarefação cultural. Mas continuamos a tentar encontrar formas de preservação do debate crítico e de expansão dos horizontes disciplinares. Acreditamos que o nosso papel se mantém hoje relevante e ativo. Agrada-nos pensar, agarrando o tema deste número, que contribuímos para a construção, sempre provisória e instável, de “novas coletividades”, através da “partilha” de projetos, ideias e afetos. Como refere Rancière acerca da “partilha do sensível”, como inscrição participativa e participada num território comum gerado a partir de inclusões e exclusões: “A partilha do sensível dá a ver quem pode tomar parte no comum em função daquilo que faz, do tempo e do espaço em que essa atividade se exerce.”1

A ideia do coletivo está a entrar de novo no discurso e prática arquitetónicas. A verdade é que a arquitetura tem sido ao longo da modernidade um campo privilegiado para atestar as mudanças na visão partilhada do mundo. Por isso, pode ser um eficaz sismógrafo das transformações culturais e sociais inerentes à ideia do coletivo. Porém, para percebermos essa reativação contemporânea na arquitetura temos que resgatar a história. Desde logo, durante a década de vinte, os arquitetos modernos propuseram-se resolver, com os próprios instrumentos da disciplina, os problemas concomitantes da cidade e sociedade industriais, exponenciando radicalmente as suas lógicas produtivas. Em 1928, declaravam na fundação dos CIAM: “Os arquitetos abaixo assinados, representantes dos grupos nacionais de arquitetos modernos, afirmam a sua unidade de pontos de vista sobre as conceções fundamentais da arquitetura e sobre as suas obrigações profissionais. (…) Hoje, afirmam a necessidade de uma conceção nova da arquitetura que satisfaça as exigências materiais, sentimentais e espirituais da vida presente. Conscientes das profundas perturbações da estrutura social trazidas pelas máquinas, reconhecem que a transformação da ordem económica e da vida social traz inevitavelmente consigo uma correspondente transformação do fenómeno arquitetónico.”2 O arquiteto moderno assumiase como um reformador social. Por conseguinte, a nova cidade moderna apresentava-se como a formalização de uma nova ordem coletiva, organizada e igualitária. O resultado, patente nas principais configurações utópicas modernas, seria um coletivo maquinal de indivíduos, assente na convicção da universalidade da resposta humana. Esta conceção seria questionada na década de sessenta, com a afirmação do segundo momento emancipatório. O Team X lançava uma feroz crítica interna ao esquematismo da Carta de Atenas, concentrando a sua atenção nas formas de interação coletiva, ou seja, “para compreender estas associações humanas devemos considerar cada comunidade como um complexo particular total.”3 Mas essa nova perspetiva mais realista do coletivo caminharia num sentido cada vez mais especulativo, integrando as problemáticas emergentes das sociedades tecnológicas e lúdicas, tal como Reyner Banham denominou, no momento do seu eclipse, de fenómeno “megaestrutural”: “O conceito de megaestrutura tinha sido durante uma década febril o conceito de arquitetura e urbanismo

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progressivo dominante. Usufruiu desse domínio porque permitiu fazer sentido de uma condição arquitetónica incompreensível nas cidades mundiais, procurando resolver os conflitos entre projeto e espontaneidade, o grande e o pequeno, o permanente e o transitório.”4 Num espectro que vai do ingénuo ao irónico, os arquitetos da segunda geração moderna exponenciaram a promessa tecnológica na configuração de uma nova existência coletiva em plataformas infraestruturadas. Já não se tratava tanto da reforma radical da sociedade através de uma imagem formalizada, estática e reprodutível, mas da constituição imagética de uma sociedade emancipada, dinâmica e evolutiva. A racionalidade modelar do primeiro confrontava-se com a imaginação diagramática do segundo. A unir ambas estava a posição central conferida ao próprio arquiteto. Arriscaríamos dizer que hoje assistimos a um terceiro momento emancipatório, com o ressurgimento de uma nova perspetiva abrangente e agregadora do coletivo. Porém, se a sua genealogia pode ser captada na história da arquitetura do século XX, algo de estruturalmente diferente parece enquadrar esta reativação contemporânea. De facto, novos problemas e questões exigem novas estratégias e práticas, que respondam a um contexto político, económico, social e cultural em irreversível mudança.

Vivemos tempos de crise que colocam em questão o modelo globalizado de desenvolvimento do capitalismo avançado. Um novo sentido do coletivo emerge assim de uma resposta crítica a um estado do mundo e das relações humanas por este engendradas. Neste sentido, não será estranho que a cidade se torne palco de movimentos de transformação das sociedades contemporâneas. Mas existem vínculos históricos com momento emancipatório anterior, principalmente com as proclamações de situacionistas, e em particular com as ideias de Henri Lefebvre. Nas vésperas do Maio de 68, o filósofo francês proclamava o “direito à cidade”, através da tentativa de aproximar a teoria da prática e a utopia da realidade, afirmando que “o maior utopianismo unificar-se-á com o realismo otimizado.”5 A conciliação experimental entre racionalidade e imaginação encontrava no espaço urbano o seu território de atuação radical, como ponto de encontro criativo e produtivo entre arquitetos e os agentes sociais e culturais. Passadas quatro décadas, o espectro de Lefebvre alimenta estas novas coletividades em arquitetura, com a sua crítica ideológica da cidade, da cultura e do poder e consequente defesa das práticas espaciais, como modo de ação mais livre, lúdica e espontânea no quotidiano existencial. Neste novo milénio, têm-se multiplicado as exposições e publicações sobre estas novas perspetivas interventivas, manifestando um crescente interesse disciplinar e impacto institucional. Será difícil não reconhecer que algo está a acontecer hoje no campo da arquitetura, algo que interroga os fundamentos da própria disciplina. Desde logo, o reposicionar do arquiteto perante a sociedade. Se se recupera a ideia moderna de uma intervenção para todos os extratos sociais, e não meramente para os poderes instituídos e clientes privilegiados, questiona-se agora a autonomia do arquiteto, procurando suprimir a distância entre este e o espaço físico e social onde atua. A participação ativa na realidade social implica um baixar das guardas disciplinares. Recentemente, Nishat Awan, Tatjana Schneider e Jeremy Till definiram o arquiteto como “agente espacial”, alguém “responsável pelos desejos e necessidades a longo prazo das multitudes de outros que

Neste novo milénio, têm-se multiplicado as exposições e publicações sobre estas novas perspetivas interventivas, manifestando um crescente interesse disciplinar e impacto institucional. Será difícil não reconhecer que algo está a acontecer hoje no campo da arquitetura, algo que interroga os fundamentos da própria disciplina.

BIG+Topotek 1+Superflex, Parque Superkilen, Copenhaga, 2007-12 • Druot+Lacaton & Vassal, Torre Bois le Prêtre, Paris, 2011 • TYIN, Recinto Desportivo, Banguecoque, 2011

constroem, vivem, trabalham, ocupam e experimentam a arquitetura e o espaço social”: “Os agentes espaciais não são nem impotentes nem todos poderosos: são negociadores das condições existentes para parcialmente as reformar. O agenciamento espacial implica que é possível a ação de nos envolvermos com a estrutura de forma transformadora, mas só será efetiva se estivermos alerta para os constrangimentos e oportunidades que a estrutura apresenta.”6 O envolvimento mais direto do arquiteto com a realidade é assim uma forma de proatividade na busca de soluções eficazes e expeditas para os problemas concretos mais prementes, que escapam aos instrumentos do planeamento urbano e às formas de encomenda tradicional. Mas a questão fundamental das novas formas de intervenção urbana está essencialmente nos seus modos de atuação. Na verdade, propõem-se estratégias ativistas e informais e intervenções mais “leves, rápidas e baratas”. Como refere Cathy Lang Ho, curadora de Spontaneous Interventions para a representação dos E.U.A. na última Bienal de Veneza, “provisório, informal, guerrilla, insurgente, DIY, hands-on, não-solicitado, não-planeado, participativo, tático, micro, open-source – estes são apenas alguns dos termos que pairam no ar para descrever um tipo de urbanismo intervencionista emergente nas cidades à volta do mundo.”7 É, na verdade, a lógica bottom-up das intervenções, invertendo a tradicional metodologia top-down da arquitetura, que lança desafios inauditos à disciplina. Subentende, de facto, uma mudança radical nos modos de intervenção urbana, com estratégias mais abertas e participadas e com processos mais espontâneos e diretos, requerendo por isso um outro envolvimento coletivo do arquiteto na realidade. Porém, este é um novo território disciplinar por natureza complexo e indefinido. Entre o saber disciplinar e o know-how profissional, entre a ideologia da estratégia e o pragmatismo da realidade, entre a desobediência civil e a captação da oportunidade, entre o desejo do alternativo e a vontade do mainstream, estas são ainda propostas de uma multiplicidade sem programa unificado nem método definido. Talvez, para já, este seja também o seu maior potencial.

A ideia do coletivo manifesta-se hoje de diferentes formas e em diversas práticas arquitetónicas. O projeto de espaço público Superkilen em Copenhaga, dos BIG + Topotek 1 + Superflex celebra uma multiculturalidade

viva e atuante. A biblioteca transparente “montanha de livros” dos MVRDV reativa um pequeno aglomerado de Sijkenisse. A reabilitação de uma torre habitacional nos arredores de Paris, por Druot e Lacaton & Vassal, demonstra que é possível uma intervenção afirmativa e inclusiva nas periferias habitacionais. O laboratório participado de criação artística e arquitetónica do Matadero em Madrid revela o potencial coletivo das manifestações culturais e sociais urbanas, como a academia de música, instalada na Nave 15, de Langarrita-Navarro; a reabilitação de um armazém para um centro de cinema dos Churtichaga + Quadra Salcedo; e a infra-estrutura de eventos no espaço público “Escaravox” de Andrés Jaque. Outros projetos afirmam uma dimensão mais estratégica, como no caso da reflexão do futuro dos terrenos do Tempelhof em Berlim pelos Raumlaborberlin, a requalificação comunitária dos interstícios urbanos El Campo de Cebada, ou a intervenção regeneradora R-urban na periferia habitacional dos AAA. Finalmente, dois projetos em comunidades carenciadas mostram que a associação da criatividade e voluntarismo produzem mudança positiva na realidade vivida, seja no recinto de jogos em Banguecoque do TYIN, seja na escola flutuante na Nigéria realizada por NLÉ. 

Jacques Rancière, Estética e Política: A Partilha do Sensível. Porto: Dafne, 2010, pp. 13-14. 2 CIAM. «La Sarraz Declaration» (1928). in Ulrich Conrads (edit.), Programs and Manifestoes on 20th Century Architecture. Cambridge-Massachusetts: The MIT Press, 1999, p. 109, tradução livre. 3 Bakema; van Eyck; van Ginkel; Hovens-Greve; Smithson; Voelker. «Doorn Manifesto». in Joan Ockman (edit.), Architecture Culture 1943-1968: A Documentary Anthology. New York: Columbia Books of Architecture / Rizzoli, 1993, p. 183, tradução livre. 4 Reyner Banham. Megastructure: Urban Futures of the Recent Past. London: Thames & Hudson, 1976, p. 10, tradução livre. 5 Henri Lefebvre. «The Right to the City». in Joan Ockman (edit.), Architecture Culture 1943-1968: A Documentary Anthology. New York: Columbia Books of Architecture / Rizzoli, 1993, p. 434, tradução livre. 6 Nishat Awan; Tatjana Schneider; Jeremy Till. Spatial Agency: Other Ways of Doing Architecture. London / New York: Routledge, 2011, pp. 31-32, tradução livre. 7 Cathy Lang Ho. «Spontaneous Interventions: Design Actions for the Common Good». in Architect – Spontaneous Interventions. August 2012, p. 20, tradução livre. 1

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II N NF FO O Boletim da Ordem dos Arquitectos de Angola, Conselho Nacional – Ano I - Nº 35 – janeiro|fevereiro maio|junho 2013 2013

Boletim da Ordem dos Arquitectos de Angola, Conselho Nacional – Ano I - Nº 3 – janeiro|fevereiro 2013 Eventos realizados

Agenda Mensagem novo 2013 9do DE FEVEREIRO Bastonário OAA – A Terceira Agenda

Assembleia Geral da 9 DE FEVEREIRO 2013 Ordem dos Arquitectos

OAA OAA –– A A Terceira Terceira de Angola. Neste evento Assembleia Assembleia Geral Geral da da deverá ser feito um balanço Ordem Ordem dos dos Arquitectos Arquitectos do Angola. mandato que agora de de Angola. Neste evento

termina.ser feito um balanço deverá do mandato que agora termina.

Cerimónia Eventos realizados de Tomada de Posse

Realizaram-se, no passado dia 23 de Março, as terceiras eleições da Ordem dos Arquitectos. A tomada de posse foi feita no Hotel Trópico, em cerimonia realizada no dia 5 de Abril. Estiveram presentes entre os convidados representantes REALIZOU-SE DE 8 A 12 DE DEZEMBRO, EM ABIDJAN, COSTA DO MARFIM, a 39ª reunião do Conselho da Assembleia Nacional, Ministério da União Africana de Arquitectos (AUA) e o encontro de Desenvolvimento Profissional Contínuo (CPD). Este da Comunicação Social entre outros. último, foi uma organização conjunta entre a EM AUAABIDJAN, e a UIA (União Internacional de Arquitectos). REALIZOU-SE DE 8 A 12 DE DEZEMBRO, COSTA DO MARFIM, a 39ª reuniãoNa doreunião Conselho da Africana de Arquitectos (AUA)varias e o encontro de Desenvolvimento Profissional interna Contínuo (CPD). Este do União Conselho da AUA foram aprovadas resoluções concernentes a organização da União. Tomaram posse último, foi uma organização conjunta entre a AUA e a UIA (União Internacional de Arquitectos). Na reunião No encontro do CPD, foram feitas apresentações de trabalhos desenvolvidos por grupos de arquitetos Arquitecto Victor Leonel (Presidente) do Conselho da AUA foram aprovadas varias resoluções concernentes a organização interna da União. • ivoariences, em parceria com o governo de Abidjan, sobre requalificação urbana de zonas degradadas. Manuel de Carvalho (Vice Presidente) No encontro do CPD,(Secretario foram feitas apresentações de trabalhos desenvolvidos por grupos de arquitetos Celestino Chitonho Geral) ivoariences, parceria com o governo de Abidjan, sobre requalificação urbana de zonas degradadas. • Inêsem Felix (Tesoureira)

Opinião

Arquitecto Victor Leonel

Caros colegas Muito nos honra e orgulha o DE facto de termos 2 MARCO 2013 sido aceites paraEleições dirigir os 2 DE MARCO 2013 Terceiras destinosda daEleições Ordem dos nos Terceiras Gerais Ordem próximos anos. Gerais datrês Ordem dos Arquitectos de Angola. Arquitectos de Angola. Este é eleições um momento Nestas deverá ser Nestas deverá ser de grandes mudanças eleito o eleições próximo Presidente eleito o próximo Presidente na Conselho nossa paisagem do Nacional, em do Conselho Nacional, em urbana e desafios para substituição do arq. Antonio substituição do arq. Antonio os Arquitectos, enquanto Gameiro, bem como do Gameiro, bem como do transformadores desta Presidente do Conselho Presidente do Conselho paisagem. provincial de Luanda, Luanda, provincial de O nosso desafio é o de o arq. Helvecio da Cunha. Cunha. o arq. Helvecio da providenciar tanto quanto A convocatória para os A convocatória para os dois dois possívelfoiconhecimento, eventos feita a 17 de reconhecimento, respeito Janeiro, pelo atual Presidente e dignidade a todos os da da Ordem. Ordem. nossos associados. CC

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‘Delirious in Luanda’

90, verificou-se como um período de estagnação ‘Delirious in Luanda’

Os Vogais Opinião FALAR DE LUANDA é também Puna Zau, Faustino Neto,falar dos musseques, assim como os “Slums” Vity Nsalamby, Ana Euridice, FALAR DE LUANDA é também falarem dosLondres Patrícia Campos ou em Nova Iorque, os “bidonvilles” em musseques, assim como os “Slums” emParis, Londres e Djamila Cassoma as em “favelas” no rio deos Janeiro, os “bustees” em ou Nova Iorque, “bidonvilles” em Paris, Calcutá, as “villas em Buenos Aires, as “favelas” no rio de de misérias” Janeiro, os “bustees” em ou os “bairros de caniços” em Lourenço Marques, Calcutá, as “villas de misérias” em Buenos Aires, ou osespelham “bairros de em Lourenço Marques, pois ascaniços” assimetrias da evolução social. Opinião pois espelham assimetrias da evolução social. Com os seusas 437 anos de existência, Luanda Com os seus 437 de existência, Luanda com de hojeem é oAngola, palco dasanos atenções de arquitetos, Aqui deparo-me constantemente de hoje é o epalco das atenções de arquitetos, sociólogos antropólogos, pois apresenta este dilema, principalmente quando entro ou saio de sociólogos antropólogos, pois apresenta um edifício epúblico. Será que alguma regra que características únicas onde seexiste verificam novas características únicas onde se verificam determina para queculturais lado uma porta devenovas abrir? dinâmicas sociais, e económicas. Se Claro dinâmicas sociais, culturais e económicas. Se que1940 sim; os motivos são e afoi equação até a expansão da muito cidadepráticos era lenta, no até 1940 a expansão da cidade era igual lenta,afoi no muito simples: lotação mais pânico desastre. período da 2º guerra mundial onde se verificou o período 2º guerra mundialoonde se tem verificou o E numa da situação do género edifício de estar maior crescimento crescimento da da cidade cidade com com uma uma arquitetura arquitetura maior preparado para responder à mesma. fortemente caracterizada caracterizada pelo movimento movimento moderno, moderno, fortemente Instintivamente quandopelo estou na rua e entro para a arquitetura “Corbusiana”. Esse movimento chegou a arquitetura “Corbusiana”. chegou um lugar, a minha tendênciaEsse é demovimento puxar a porta; a Luanda pelasa mãos mãos de arquitetos talentosos a Luanda pelas arquitetos talentosos quando estou sair dede empurrar e na maioria das da época como Vasco Vieira da Costa, Castro vezes dá errado. Certo dia, enquanto suspirava Rodrigues, Simões Carvalho entre outros. de alívio porFernão encontrar umade porta que funcionava Foi um período notável, o urbanismo e a própria “devidamente”, o guardaonde de um banco chateou-se arquitetura ainda hoje têm algo a à porque puxei a porta entrar, cedeu por estar arquitetura ainda hojeao têm algo ela a dizer dizer à cidade. cidade. O dos danificada e entre abriu finais para O período período entre finaisfora. dos anos anos 70 70 até até fins fins dos dos anos anos

no crescimento da cidade de “betão”, mas também 90, verificou-se como um período de estagnação foi nesse mesmo período que se registou fenómeno no crescimento da cidade de “betão”, masotambém de migração do interior para a capital (cidade de foi nesse mesmo período que se registou o fenómeno Luanda). O “Boom” daspara construções de migração do interior a capital desordenadas (cidade de começavaOa“Boom” uma velocidade descontrolada e, hoje, Luanda). das construções desordenadas começava a uma velocidade descontrolada hoje, espelha o mosaico e a diversidade da nova e, estrutura espelha o mosaico a diversidade da nova estrutura urbana que Luandaeapresenta. urbana quealguns Luanda Existem planos urbanização que estão Não era suposto aapresenta. portadeabrir mesmo para Existem alguns planos urbanização que estão a ser implementados paradealiviar a pressão urbana fora? Em condições normais é indiferente; mas a ser implementados para aliviar a pressão urbana nós devemos conceber construir contando com que a cidade vive. Aindaebem que existem estes que a cidade vive. Ainda que existem estes situações extremas e de bem emergência. Quem está planos mas, não querendo ser pessimista, perguntoplanos mas, não querendo ser pessimista, perguntoaflitose para sair dum lugar não“a puxa. Isto -me uma cidade se fazempurra; com planos retalho” -me se umaDaí cidade se faz com de planos “aum retalho” é instintivo. a necessidade haver código como tenho verificado por exemplo com o plano do como tenho verificado por exemplo o plano de construção posto em prática por com razões de do Cazenga, Sambizanga, Sambizanga, Zango, Zango, entre entre outros, outros, ou ou se se Cazenga, segurança. Se o país não tem um código elaborado, se deve pensar a cidade como um todo, criando um se deve pensar cidade como um todo, criando um pode adotar um,acomo por exemplo o código plano estratégico de crescimento sustentável, onde plano estratégico de crescimento onde internacional e exigir que todos ossustentável, que constroem quem sai aa ganhar ganhar é aa cidade ee os os seus seus utilizadores. utilizadores. quem sai é cidade para Angola o sigam rigorosamente. NaEverdade, é um exercício muito porque épensar que asLuanda portas de acesso principal estão complexo e ao trancadas? mesmo tempo apaixonante pela sua quase sempre diversidade cultural social Segurança acimaede tudo.e nunca terá o consenso de de todos todos os os que que pensam pensam nela. nela. •• Jaime Arquiteto Amélia GayMesquita, (B.S. Arch, M. Arch) Jaime Mesquita, Arquiteto

Código de Construção – Empurrar ou puxar?

Educação

Legislação

A Vivenda e a sua importância no contexto da cidade “As iniciativas visando solucionar a problemática da habitação que não passam primeiro pela infraestruturação das zonas de intervenção, se revelam mais cedo ou mais tarde em autênticos fracassos. A localização deve ser tal, de modo que permita uma ligação cómoda entre o trinómio habitação, trabalho e lazer. Podemos também realçar que muitos programas habitacionais aumentam as condições de vida ou de habitabilidade das populações e ao mesmo tempo as empobrecem. Isto, porque não se tem em conta aspetos ligados a localização e ao trinómio já focado, habitação, trabalho e lazer. Tal como a família é o núcleo mais importante na sociedade, a vivenda é também o núcleo mais importante na cidade.

Do mesmo modo que famílias desequilibradas promovem uma sociedade desequilibrada, vivendas mal estruturadas e desequilibradas promovem uma cidade também desequilibrada. Quando a vivenda sofre de carências básicas, do ponto de vista da sua funcionalidade e estruturação, é obvio que os seus habitantes vão procurar suprir estas carências na rua, no bairro ou na cidade, provocando em grande medida incómodos de vária ordem aos outros cidadãos. Imagine que a função higiene não tenha espaço dentro da vivenda, é obvio que os seus ocupantes vão forçosamente recorrer-se da rua, do bairro ou da cidade para esse efeito.” Celestino Chitonho Arquiteto (Em Vivendas para a classe média)

ARTIGO 9.º (Apresentação de candidaturas) 1. A eleição para os órgãos da Ordem dos Arquitectos depende da apresentação de proposta de candidatura, que devem ser efetuadas perante o presidente da Ordem em exercício até 31 de Outubro do ano imediatamente anterior ao início do triénio subsequente. 2. As propostas são subscritas por um mínimo de 15 membros entre arquitectos e urbanistas com inscrição em vigor, quanto as candidaturas para Presidente da Ordem, e para o Conselho Nacional, Por um mínimo de 10 membros entre arquitectos e urbanistas, quanto as candidaturas para os restantes conselhos Provinciais. 3. As propostas de candidaturas para Presidente da Ordem e para o Conselho Nacional deverão ser apresentadas em conjunto, acompanhadas das linhas gerais do respetivo programa. 4. As Propostas de candidatura para os Conselhos Provinciais devem indicar o candidato a Presidente do respetivo Órgão.

Cenas do Quotidiano Por Victor Leonel

5. As propostas de candidatura devem conter a declaração de aceitação de todos os candidatos.

Passeios

6. Quando não seja apresentada qualquer candidatura para os órgãos cuja eleição depende desta formalidade, o Presidente da Ordem declara sem efeito a convocatória da assembleia ou o respetivo ponto de ordem do dia e concomitantemente, designa data para nova convocação da respetiva assembleia entre 90 a 120 dias após o dia anteriormente indicado pela eleição. A apresentação de candidaturas terá lugar até 30 dias antes da data designada para a reunião. 7. Na hipótese prevista no numero anterior, os membros até então em exercício continuam em funções, ate a tomada de posse dos novos membros eleitos.

Passeios são caminhos para peões numa rua. Quando os passeios são de domínio publico significa que todos os indivíduos deverão estar em condições de circular por elas quer estejam com mobilidade reduzida ou não. O direito de um peão apeado poder passar por um passeio é adquirido, tal como o direito de um peão poder circular por um passeio em cadeira de rodas também deveria ser adquirido. A largura dos passeios deve ser regulamentada e será maior ou menor de acordo com a servidão que o mesmo terá. Os passeios não deverão ter obstáculos sob pena dele deixar de ter a largura considerada inicialmente e deixar de ter a serventia inicialmente prevista. É ridículo quando vamos a caminhar com alguém abraçados e temos que nos separar porque surge repentinamente um obstáculo no passeio.

8. Se não for apresentada qualquer lista, o órgão cessante deverá apresentar uma, com dispensa do estabelecido no nº 2, no prazo de oito dias após o termo do prazo para a apresentação das listas nos termos gerais.

Ordem dos Arquitectos de Angola Rua Aníbal de Melo, nº 109, 1º andar Vila Alice, Luanda Tel. +244 926 975 502

ordemdosarquitectosdeangola@yahoo.com

Projecto Nova Vida Rua 50 • edifício 106, 3º andar, apto 3.2 • Luanda - Angola Telf. +244 923 609 573 • +244 921 548 455 pranchetalda@hotmail.com

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A IKEA é uma marca sueca de mobiliário e decoração, com 3 lojas em Portugal.A gama de cozinhas da IKEA tem diferentes estilos e adaptam-se a diferentes tipologias de espaço e orçamento. Com um grande foco no design, funcionalidade e sustentabilidade, as cozinhas IKEA são bonitas por fora e inteligentes por dentro, com soluções para utilizar cada pequeno espaço ou recanto da melhor forma. Para que a cozinha seja um espaço agradável e funcional, onde trabalho e prazer se confundem.

Love Tiles

Zona Ind. de Aveiro, Apartado 3002 3801-101 Aveiro Tel. + 351 234 303 030 Fax. +351 234 303 031 email: lovetiles@lovetiles.com www.lovetiles.com

A coleção de revestimento Wonder destaca-se por ser um produto estruturado permitindo a conceptualização de espaços em que a componente arquitetónica é vital. Possibilita a criação de movimento e tridimensionalidade nos ambientes criados. O resultado atingido é conseguido através de um trabalho de alto e baixo-relevo e de um trabalho profundo de desenvolvimento de cunhos específicos para esta coleção. No final, obtiveram-se cinco estruturas – diamond, enigma, lineup, mystery e pyramid. Wonder é apresentado nos formatos 22,5x45, 30x60 e 35x100. As cores escolhidas foram o branco brilho, branco mate (mattwhite), madre perola (mother-pearl), preto (black) e o prata (mirror). Destacamos o efeito espelhado conseguido na cor mirror. Este acabamento é conseguido através de uma deposição física de partículas de titânio que resulta num fino revestimento de metal com elevada resistência.

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Indoors

Cozinhas e acessórios Margres

Chousa Nova 3830-133 Ílhavo – Portugal Tel. +351 234329700 Fax. +351 234329702 margres@margres.com www.margres.com www.linea.com.pt www.kerlite.pt

As novas gamas de grés lâmina Kerlite e Linea da Margres estão disponíveis numa ampla gama de cores e formatos. As placas de grandes dimensões – até 1x3metros – e reduzida espessura 3mm de espessura – são uma solução versátil para pavimentos e revestimentos. O grés lâmina é o produto de eleição para renovação pela possibilidade que oferece de colocação por cima dos pisos existentes. As vantagens de Kerlite e Linea tornam este produto único e permitem novas aplicações como tampos de cozinha, tampos de casa de banho e revestimento de mobiliário.

Siemens

Rua do Alto do Montijo, n.º 15 2790-012 Carnaxide Linha de Informação ao Consumidor +351 214 250 720 (dias úteis das 08H30 às 18H30) www.siemens-home.pt

A cozinha tem hoje, cada vez mais, uma importante componente de lazer surgindo exigências especíﬁcas neste sentido. Há muito que o design moderno dos electrodomésticos da Siemens proporciona prazer: pela soﬁsticação das suas formas, os materiais de qualidade e os acabamentos precisos. Com a gama de integráveis da Siemens, é convidado a desfrutar ainda mais do seu tempo na cozinha. Com o inovador sistema lightControl terá acesso a um fascinante e intuitivo conceito de comandos único e exclusivo. Novas cores, um design luminoso, inspirador e premiado, bem como inúmeras inovações tecnológicas que abrem novos horizontes quanto à estética e aos mundo delicado e gourmet que a culinária lhe pode oferecer.

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Indoors

Cozinhas e acessórios Silestone

Cosentino Porto Tel. +351 229 270 097 info-porto@cosentinogroup.net Cosentino Lisboa Tel. +351 219 666 221 info-lisboa@cosentinogroup.net

Silestone Suede oferece um acabamento mate, que não necessita da aplicação de qualquer produto para realçar as suas tonalidades, e que apresenta um comportamento extraordinário contra manchas, um tato suave e agradável, e uma consistência total da cor. A nova textura Suede está disponível inicialmente numa lista de mais de 30 cores distintas e a sua aplicação ideal é em bancadas e placas, já que a sua manutenção diária é muito fácil, e limpa-se facilmente apenas com água e sabão. Suede é igual aos outros acabamentos da Silestone, Pulido e Volcano, incorpora a propriedade bacteriostática própria da Silestone®, que garante máxima higiene em todas as suas aplicações.

Teka

Estrada da Mota • Apartado 533 3834 - 909 Ílhavo • Portugal Tel: +351 234 329 500 Fax: +351 234 325 457 www.teka.pt

A gama compacta Teka confere um espaço de trabalho que se destaca pela versatilidade, eﬁciência e estética. Integrando modelos da gama Premium e Excellence, a gama compacta composta por fornos convencionais e multifunções, fornos a vapor, micro-ondas, micro-ondas combi, máquina de café e gaveta de aquecimento multiplicam as opções na altura de instalar um módulo de cozinhado. Os compactos oferecem as vantagens de todos os equipamentos numa medida única de 45 cm de altura, o que os converte no eletrodoméstico ideal para as cozinhas de hoje. O design especial da gama compacta em aço inoxidável anti mancha, de classiﬁcação energética A, combina perfeitamente com os restantes produtos Teka. Podendo ser colocados de forma horizontal ou vertical, os eletrodomésticos compactos permitem modelar a cozinha, otimizando o espaço disponível.

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NEWS

atualidades

PAULA MELÂNEO|apmelaneo@gmail.com

Prémio Mies Van der Rohe 2013 para Harpa O projeto Harpa foi o galardoado com o Prémio Mies Van der Rohe 2013. É um edifício com salas de concertos e de conferências em Reiquiavique, na Islândia, realizado por Batteríid com Henning Larsen e Olafur Eliasson. Langarita-Navarro receberam uma menção especial como Arquitetos Emergentes com a Red Bull Music Academy/Nave de Música Matadero Madrid, em Espanha. Entre os finalistas estavam o Market Hall (Gent, Bélgica) de Robbrecht en Daem e Marie-José Van Hee; Superkilen (Copenhaga, Dinamarca) de BIG, Topotek1 e Superflex; o Lar de Idosos (Alcácer do Sal, Portugal) de Aires Mateus e ainda o Metropol Parasol (Sevilha, Espanha) de J. Mayer H. Harpa, o edifício vencedor, faz parte de um plano extensivo de revitalização e expansão da zona portuária este de Reiquiavique, e vem contribuir para melhorar a ligação entre esta parte do porto e o centro da cidade. Tem instalações para concertos e conferências, incluindo 4 salas principais. Vista a partir da entrada, a configuração das salas parece uma espécie de “maciço”, lembrando a costa rochosa da Islândia, contrastando com a expressiva fachada de vidro facetada, que resulta de uma colaboração única com o artista Olafur Eliasson. Durante o dia, a luminosidade ao entrar na fachada cria um jogo vibrante de luz, sombra e cor no foyer. Inspiradas nas colunas de basalto cristalizadas que se encontram na Islândia, as fachadas sul criam reflexos caleidoscópicos da cidade e da paisagem em redor. Feito de elementos de vidro e aço de 12 lados, a que Eliasson chama “quasi brick”, o edifício é um jogo em constante mudança de cor, refletido nos mais de 1.000 tijolos tridimensionais que compõem a fachada sul. As restantes fachadas e o telhado são feitos de representações seccionais deste sistema geométrico, resultando em fachadas planas bidimensionais de estruturas de 5 e 6 seis lados. Luz e transparência são os elementos-chave do edifício. Emergindo no limite da terra e do mar, a estrutura cristalina capta e reflete a luz – promovendo um diálogo entre edifício, cidade e paisagem envolvente. Uma das principais ideias foi “desmaterializar” o edifício como uma entidade estática e deixá-lo responder às cores que o rodeiam, das luzes da cidade, do mar e brilho do céu. www.miesbcn.com • www.miesarch.com

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NEWS

atualidades

Experimentadesign apresenta Bienal EXD’13 No Borders A experimentadesign apresentou recentemente as linhas gerais da próxima Bienal EXD’13, que irá decorrer entre 7 de novembro e 22 de dezembro, sob o tema No Borders. O livro “Manual de Instruções para a Nave Espacial Terra” de Buckminster Fuller é citado, onde questões sobre a humanidade como “Onde moras?”, “O que és?”, “De que religião?”, “De que raça?”, “De que nacionalidade?” que se colocavam na altura -1969 - deixariam de ter lógica no século XXI. No Borders surge numa época de conturbada crise e conómica que requer profundas transformações, novas ideias e sistemas operativos. Fronteiras e barreiras derrubam-se e aposta-se na colaboração e cooperação transdisciplinar. Designers, arquitetos, pensadores, produtores, investigadores, economistas, gestores, políticos e público são chamados à discussão do tema, em Lisboa no fim deste ano e em São Paulo em 2014. A estrutura da EXD’13 mantém-se com uma preenchida semana inaugural, com exposições, conferências, conversas e fóruns. Quanto aos locais, para além da sede da experimentadesign no Convento da Trindade ao Chiado, a grande novidade é a deslocação até Belém. Os espaços que vão acolher eventos e exposições já revelados serão: Palácio dos Condes da Calheta; Mosteiro dos Jerónimos; Museu dos Coches e Jardim Botânico Tropical. Várias intervenções urbanas vão estar em Belém e haverá dois projetos em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa: a requalificação da passagem subterrânea junto à Praça do Império e um estudo e workshops sobre a requalificação do espaço público de uma zona circunscita de Belém. www.experimentadesign.pt

Sidh Mendiratta vence 8º Prémio Fernando Távora O Prémio Távora deste ano, organizado pela OASRN em parceria com a Câmara Municipal de Matosinhos e a Associação Casa da Arquitectura, e o patrocínio da AXA, foi atribuído à investigação do arquiteto Sidh Daniel Losa Mendiratta (n.1977, Porto) “Domus-fortis in Æquator: A segunda vida da casa-torre de origem Europeia no antigo Estado da Índia”. Na proposta de viagem está definido como objetivo principal “localizar e documentar vestígios arqueológicos de casas-torre ou domus-fortis de origem portuguesa nos quatro territórios do antigo Estado da Índia – Província do Norte; Goa; Sri-Lanka; e Timor-leste –, tendo em vista sobretudo comprovar a sua disseminação e averiguar o seu papel matricial na estruturação e ordenamento dos respectivos territórios e ainda estudar a sua evolução comparando-a com a sua congénere Europeia, à luz das diferentes mentalidades e culturas do habitar desenvolvidas pelas sociedades de origem portuguesa nesses mesmos territórios.(…) Esta viagem permitirá assim reunir informação essencial para tentar responder a questões como: A casa-torre de origem europeia difundiuse por todos os territórios do Estado da Índia? Quais as diferenças entre as casas-torre da expansão e aquelas de Portugal continental? Como eram habitadas as casas-torre da expansão portuguesa? (…)” A Conferência do vencedor terá lugar a 7 de Outubro de 2013, Dia Mundial da Arquitectura, juntamente com o anúncio público da constituição do Júri e abertura da 9ª edição do Prémio. www.oasrn.org

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ENTREVISTA

arquitetura

Novas Coletividades Perspetivas Críticas

LUÍS SANTIAGO BAPTISTA PAULA MELÂNEO

Jeremy Till

Arquiteto, Autor, Diretor Central Saint Martins College of Arts and Design, Curador Pavilhão Britânico Bienal Arquitetura Veneza 2006, Co-Autor “Spatial Agency” arqa: Tendo em conta a sua investigação extensiva em torno da Spatial Agency, em que sentido lhe interessa especificamente o fenómeno das novas coletividades? JT: O meu principal interesse reside no facto de que temos de encontrar alguma alternativa à ortodoxia neoliberal dominante. Tratase, claramente, de uma posição política, mas, mais concretamente, trata-se de uma posição profundamente pragmática. O modelo de crescimento contínuo em que assenta o capitalismo global simplesmente não é sustentável no sentido da capacidade de sobrevivência do planeta. Também é claro que a extração de lucro

Spatial Agency, Jeremy Till com Nishat Awan e Tatjana Schneider, 2011.

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e crescimento infinitos das economias atuais se está a tornar cada vez mais difícil, se não impossível: a crise financeira de 2008 aconteceu em alguma medida devido à invenção de novos instrumentos financeiros de grande risco, que incentivaram novas formas de mais-valias virtuais. E quando se percebeu que eram fictícios, todo o sistema entrou em colapso. Então, face à crise ecológica e à incapacidade do capitalismo encontrar outras formas de trabalhar, temos que procurar alternativas. A austeridade não é uma delas: trata-se, simplesmente, de uma imposição do estado económico – sempre legitimado com a fundamentação de que os cortes são necessários para restabelecer o equilíbrio económico, sempre baseados na promessa do futuro crescimento. A austeridade é apenas a perpetuação dos mesmos sistemas, mas ao contrário, e traz consigo uma distribuição altamente desigual de sofrimento. Um modelo alternativo é o do economista Tim Jackson, que defende a prosperidade sem crescimento, mas a sua definição de prosperidade excede o mero valor económico da riqueza. É uma redistribuição do que já temos atualmente – que, provavelmente, já é suficiente pelo menos para os que vivem no mundo “desenvolvido”. Um tal modelo traz consigo novas formas de organização, às quais são centrais novos sistemas baseados em torno do coletivo. Está claro que a ordem económica existente e os seus agentes políticos dependem da hierarquia de privilégios (e, consequentemente, da desigualdade). isto precisa de ser contrariado pela ideia do coletivo – que nunca será totalmente igual ou consensual (porque não existe tal perfeição), mas que abandona noções de poder puro e controlo imposto. É interessante que um tal sentido do coletivo já começa a surgir nas zonas mais economicamente deprimidas na Europa – Espanha, Itália, Portugal – enquanto que no Reino Unido e na Alemanha se mantém a antiga ordem. O mais importante agora é abrir as brechas que emergem do sistema neoliberal e, dessa forma, ser capaz de propor alternativas profundamente pragmáticas e altamente visionárias. Cabe ao público fazê-lo, porque está claro que os neoliberais não têm imaginação nem vontade de sequer começar a considerar alternativas. A sua resposta sempre pronta, quando são desafiados, é dizer que não podemos seguir a via comunista – que só mostra a forma pateticamente limitada com que vêem o mundo. arqa: Perante a crise do modelo de desenvolvimento global, quais as possibilidades atuais da intervenção ativa, social e popular na cidade contemporânea? JT: Fazem-me esta pergunta em má altura. Na semana do enterro de Margaret Thatcher, a alta divindade das políticas neoliberais, com pleno apoio do estado (até estão a desligar os carrilhões do Big Ben), este país está tomado por um fervor de estadismo e de valores conservadores. Os comentários do meu Twitter podem dizer-me que há raiva, mas a realidade é que a ordem estabelecida reforçou o seu punho e, com esse reforço, a verdadeira voz da democracia foi suprimida. Como escreveu recentemente o meu irmão sobre

O meu otimismo reside no facto dos arquitetos serem, quando virados na direção certa, extraordinariamente aptos a compreender como o espaço afeta as relações sociais e, assim, têm um papel muito importante no coprojecto de novas comunidades. Mas, para tal, têm de abdicar de pretensões de autoria e requinte em que muitos projetos ainda se baseiam. Jeremy Till

o funeral: “O capitalismo neoliberal, à imagem do marxismo nos países comunistas, é a caixa à margem da qual não nos é permitido pensar. A sua apoteose oficial terá lugar como outra caixa contendo o seu ideólogo chefe que é triunfalmente exibida pela capital, na próxima quarta-feira, quando os valores da justiça e equidade serão, assim parece, enterrados com ela.” A intervenção limita-se, assim, ao protesto, e este não é uma forma produtiva de encontrar novas formas de avançar. Mas há momentos de esperança. Os movimentos Occupy de 2012 mostraram uma coragem extraordinária em mostrar ao mundo como formas alternativas de organização social e espacial podem desenvolver-se – e se recusam a nomear soluções específicas isso deveu-se ao facto disso contribuir para uma visão especificamente instrumental do mundo. E noutros sítios, sentemse muitos outros movimentos que borbulham por debaixo e nas fronteiras: as iniciativas das cidades em transição, bancos de tempo, trabalho cooperativo, habitação cooperativa e múltiplas formas de partilha que transcendem a noção sem esperança da Grande Sociedade Conservadora do Reino Unido. Estas alternativas surgem apesar, mais do que por causa, da ordem que prevalece; não são opostos binários (porque isso aceita as regras que os conservadores estabelecem) antes começam ab initio. arqa: No âmbito das mudanças nas sociedades contemporâneas, qual o papel do arquiteto na configuração do novo sentido coletivo? JT: O meu projeto sobre Spatial Agency com a Tatjana Scneider e Nishat Awan (ver www.spatianlagency.net) tentou reunir exemplos inspiradores de como arquitetos e designers contribuíram para a formação de novos futuros espaciais e sociais. A lição que decorre é que tal só é possível se nos movermos para além do edifício como um objeto e nos envolvermos com todo o espectro de produção espacial, fazendo-o de uma forma genuinamente colaborativa. O meu otimismo reside no facto dos arquitetos serem, quando virados na direção certa, extraordinariamente aptos a compreender como o espaço afeta as relações sociais e, assim, terem um papel muito importante no coprojecto de novas comunidades. Mas, para tal, têm de abdicar de pretensões de autoria e requinte em que muitos projetos ainda se baseiam. O meu trabalho atual sobre escassez, feito em colaboração com colegas um pouco por toda a Europa (ver www.scibe.eu) focase na forma como a escassez se pode tornar numa característica definidora da vida no futuro. Não se trata tanto da escassez atual dos recursos em decrescimento, mas da forma como a escassez é construída e engendrada pelo mercado. O nosso argumento é que os designers e arquitetos estão numa boa posição para desfazer essas construções e intervir da forma criativa que se concentra nos fluxos económicos e ambientais, e na sua manifestação espacial (social). Apresenta uma alternativa aos regimes de austeridade atuais (que fazem simplesmente menos com menos) e coloca, pelo contrário, a escassez como um conjunto de dados adquiridos com os quais precisamos de lidar de forma projetiva e não reativa. 

Websites de projetos de Jeremy Till.

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PROJETOS

Foto: Ulrik Jantzen

biografias

LACATON & VASSAL foi fundado em 1989 em Paris por Anne Lacaton (n.1955, França) e Jean Philippe Vassal (n.1954, Marrocos). Ambos estudaram na escola de Arquitetura de Bordéus. Lacaton é professora convidada na Universidade de Madrid desde 2007 e ensinou na Ecole Polytechnique de Lausanne (2004, 2006 e 201011). Vassal trabalhou como urbanista no Níger (1980-85) e foi professor convidado na TU de Berlim (2007-10) e na Ecole Polytechnique de Lausanne (2010-11). O trabalho do atelier recebeu diversos prémios como o Grand Prix National d’Architecture 2008, o Equerre d’Argent 2011 (com Frédéric Druot), o Daylight & Building Components, Velum Fonden, 2011, ou a International Fellowship do RIBA, 2009. www.lacatonvassal.com

Foto: Allard van der Hoek

BIG (Bjarke Ingels Group) foi fundado por Bjarke Ingels, em 2005, em Copenhaga. Hoje conta também com escritório em Nova Iorque, onde arquitetos, designers, construtores e pensadores operam dentro dos campos da arquitetura, urbanismo, pesquisa e desenvolvimento. Atualmente, BIG está envolvido em diversos projetos na Europa, América do Norte, Ásia e Médio Oriente. A sua arquitetura emerge de uma análise cuidadosa das constantes mudanças e evoluções e dos modos de vida contemporâneos. Também as trocas multiculturais, os fluxos económicos globais e as tecnologias de comunicação exigem novas formas de organização arquitetónica e urbana, a que BIG procura dar respostas. www.big.dk

MVRDV foi fundado em 1993 por Winy Maas, Jacob van Rijs e Nathalie de Vries, em Roterdão. Os cerca de 60 membros de MVRDV realizam projetos colaborativos multidisciplinares, com resultados diversos: desde edifícios de todas as escalas e tipos, desenho urbano, até publicações e instalações. Entre os seus projetos construídos estão o Pavilhão holandês da World EXPO Hannover 2000, a estação de TV & radio Villa VPRO, o edifício de habitação social Mirador em Madrid, a sede do DNB bank em Oslo ou a biblioteca pública em Spijkenisse, Holanda. Juntamente com a Delft University of Technology, MVRDV dirige The Why Factory, um instituto “think tank” de pesquisa independente para o desenvolvimento de uma ideia de arquitetura e urbanismo para uma cidade do futuro. www.mvrdv.nl

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RAUMLABORBERLIN é uma rede, um coletivo de 8 arquitetos que se juntaram numa estrutura de trabalho colaborativa. Trabalham na interseção da arquitetura, planeamento urbano e intervenção urbana. O seu trabalho é dirigido para o processo de renovação urbana e da cidade. Para cada projeto, raumlaborberlin desenha e põe em ação uma equipa de especialistas selecionada, fazendo a ligação entre membros e especialistas externos, segundo as necessidades específicas. O foco do seu trabalho está nas transformações urbanas e nas relações entre espaço privado e público. Intervenções artísticas e arquitetónicas são as ferramentas de comunicação e processo de projeto na interseção de cultura e planeamento. www.raumlabor.net

LANGARITA-NAVARRO é formado por María Langarita (n.1979) e Víctor Navarro (n.1979). Langarita é arquiteta pela Universidad de Navarra, e foi-lhe atribuído o Premio Nacional Fin de Carrera. Tem sido professora associada no Departamento de Projeto de Arquitetura da Universidad de Navarra, na ETSA Madrid e na ETSA Zaragoza. Navarro é arquiteto pela ETSA Madrid e atualmente leciona Projeto de Arquitetura na Universidad Europea de Madrid. Trabalham juntos desde 2005 enquanto Langarita-Navarro em projeto e coordenação de equipas potenciadas pela inovação, eficiência e imaginação, relacionando desejos e conhecimento, recursos e tecnologia, expetativas e experiência. www.langarita-navarro.com

CH+QS foi fundado em 1995 por Josemaría de Churtichaga e Cayetana de la Quadra-Salcedo. ch+qs tem realizado, quase sempre por concurso, projetos com programas diversificados como obras municipais, piscinas cobertas, bibliotecas, centros culturais, quiosques, cabanas, grandes casas individuais, bases de empresas petrolíferas na zona do Saara, mas também barcos, móveis, livros ou tipografias. O seu trabalho reflete uma rejeição deliberada de especialização, pois acreditam nos “vasos comunicantes” entre todos as problemáticas do processo criativo, independentemente da sua natureza e escala. www.chqs.net

TYIN TEGNESTUE foi fundado em 2008. O escritório tem realizado diversos projetos em áreas pobres e subdesenvolvidas da Tailândia, Birmânia, Haiti e Uganda. TYIN defende que soluções para desafios reais e fundamentais pedem uma arquitetura onde tudo serve um propósito – uma arquitetura que segue a necessidade. O seu trabalho procura o envolvimento ativo das populações locais, quer no projeto quer na construção, através do enquadramento de troca mútua de conhecimentos e aptidões. Todos os materiais usados nos projetos são recolhidos perto dos locais ou comprados a comerciantes locais. TYIN é atualmente dirigido por Andreas Gjertsen e Yashar Hanstad, e tem sede na cidade norueguesa de Trondheim. www.tyintegnestue.no

ANDRÉS JAQUE (n.1971) coordena Andrés Jaque Arquitectos e também o laboratório Office for Political Innovation, ambos empenhados em explorar o papel que a arquitetura tem no desenvolvimento das sociedades. Em ambos dirige uma política de qualidade “Parliament Architecture” e afirma que a arquitetura deve ser “uma sociedade tecnologicamente sutentável”. Jaque leciona na Escola de Arquitetura da Universidad Europea de Madrid. A sua instalação Fray Foam Home foi apresentada na Bienal de Arquitetura de Veneza 2010, a convite de Kazuyo Sejima. Em 2011 a pesquisa e projeto protótipo Sweet Parliament Home esteve na Gwangju Biennale a convite de Ai Weiwei e Seung H. Sang. www.andresjaque.net

NLÉ foi fundada pelo arquiteto nigeriano Kunlé Adeyemi, em 2010. É uma prática de Arquitetura, Design e Urbanismo focada no desenvolvimento das cidades, centrando o trabalho no fenómeno da urbanização. Atualmente tem escritórios em Amsterdão (Holanda) e em Lagos (Nigéria). Enquanto pensadores, criativos e agentes de mudança, o papel de NLÉ é encontrar soluções e aplicá-las para dar forma a estruturas físicas, humanas e comerciais que são críticas para um futuro próximo da civilização humana. As atividades de NLÉ acompanham a pesquisa do desenvolvimento da cidade, criando aconselhamento estratégico, conceitos e projetos criativos de estruturas, arquitetura, design de produto, infraestruturas, arte e intervenções culturais urbanas. www.nleworks.com

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PROJETOS

Dinamarca

BIG + Topotek 1 + Superflex

Parque Superkilen - Public Participation Extreme, Copenhaga

Arquitetura: BIG - Bjarke Ingels (sócio responsável); Nanna Gyldholm Møller, Mikkel Marcker Stubgaard (chefia de projeto) Colaboração: Topotek1, Superflex, Help PR & Communication, Lemming & Eriksson Equipa de projeto: Ondrej Tichy, Jonas Lehmann, Rune Hansen, Jan Borgstrøm, Lacin Karaoz, Jonas Barre, Nicklas Antoni Rasch, Gabrielle Nadeau, Jennifer Dahm Petersen, Richard Howis, Fan Zhang, Andreas Castberg, Armen Menendian, Jens Majdal Kaarsholm, Jan Magasanik Cliente: Município de Copenhaga, Realdania Localização: (55.7011, 12.538) Área: 33.000 m² Datas: 2007-2012 Texto: atelier BIG Fotografia: BIG, Iwan Baan, Torben Eskerod, Mike Magnussen, Jens Lindhe proj. 1

Quando fomos convidados, juntamente com os nossos colegas e amigos do atelier de arquitetos paisagistas Topotek 1 e com o grupo artístico Superflex, para propor um projeto para 1Km de espaço urbano que atravessa o nosso bairro pelos carris das antigas linhas férreas, chegámos à conclusão que precisávamos de fazer mais que apenas um projeto urbano. O bairro é o mais etnicamente diversificado de toda a Dinamarca – englobando mais de 60 nacionalidades numa pequena pegada. Este projeto teria de ser um veículo de integração, ao invés de um exercício estético no mundo dos projetos dinamarqueses. Decidimos abordar o projeto como um exercício em participação pública extrema. Em vez de um processo de divulgação pública, tendo como objetivo o menor denominador comum, uma pós racionalização politicamente correta de ideias preconcebidas conduzidas de modo a evitar qualquer potencial resistência pública, em vez disso, propusemos que a participação pública fosse a força motora do projeto em direção à máxima liberdade de expressão. Tentámos chegar à população local através de assembleias públicas, da internet, de jornais locais e de uma caixa de correio para ideias concretas, montada no bairro, convidando à proposta de elementos urbanos dos seus outros países de origem. Seria estranho se os dinamarqueses tivessem inventado o melhor banco de jardim, o melhor candeeiro, a melhor rede para esgotos ou a melhor tampa de esgoto? Ao transformar um procedimento público numa proposta proativa, comissariámos um parque para as pessoas, pelas pessoas – projeto entre pares – literalmente implementado. O parque transforma-se num safari urbano, pela diversidade das formas inventadas de mobiliário urbano originário um pouco de todo o globo: uma praia com máquinas de musculação combinando elementos de Venice Beach com Boxe tailandês, postes de acrobacia chineses e um extravagante baloiço estónio. Mesmo algo tão neutro como um poste originário do Gana se torna em algo exótico quando encontrado num contexto escandinavo cinzento. Onde os jardins românticos do século XIX tentaram dar aos visitantes uma experiência exótica do mundo, que ainda era grande e difícil de viajar, – fazendo com que as pessoas pudessem testemunhar um pagode chinês ou um templo grego – o Parque Superkilen, em Copenhaga, tem o efeito contrário. Em vez de perpetuar a perceção da Dinamarca como um povo mono étnico, o Parque Superkilen retrata uma amostra verdadeira da diversidade cultural da Copenhaga contemporânea. 

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Diagrama concetual

Foto: Iwan Baan

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PROJETOS

França

Druot + Lacaton & Vassal

Transformação de Bloco Habitacional Tour Bois le Prêtre, Paris 17°

Arquitetura: Frédéric Druot, Anne Lacaton & Jean-Philippe Vassal Colaboração: Adis Tatarévic, Florian de Pous, Miho Nagashima, Caroline Stahl, Mario Bonilla, David Pradel Estrutura: VP & Green engineers structure Engenharia de Sistemas: Inex Estimativa de custos: E.2.I Acústica: Jourdan Consultores de segurança contra incêndio: Vulcanéo Cliente: Paris Habitat Áreas: 8.900 m² existente + 3.560 m² extensão Custo: 11,25 M€ (sem impostos) Data: 2011 Texto: Lacaton & Vassal Fotografia: Lacaton & Vassal, Frédéric Druot, Philippe Ruault

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Pré-existente

Construído no início dos anos sessenta ao longo da circular de Paris, este arranha-céus de 16 pisos inclui 96 apartamentos. Evitou-se a demolição que estava prevista inicialmente e decidiu-se por um projeto de transformação. O projeto propõe uma extensão generosa dos apartamentos. Adicionaram-se novos pisos, construídos como uma estrutura auto sustentada na periferia do edifício existente em cada piso, para aumentar as salas e criar terraços e varandas que podem ser fechados. As fachadas existentes com janelas pequenas são removidas e substituídas por grandes aberturas transparentes, de modo a que os habitantes possam beneficiar de uma vista excecional de 180 graus sobre Paris. A entrada do piso térreo será remodelada. O piso será nivelado com o exterior. O volume é libertado de todas as divisões e instalações inúteis para se tornar num espaço livre e transparente, desde a entrada a um novo jardim criado nas traseiras do edifício. São criadas divisões para atividades coletivas nas partes laterais do salão. São construídos dois elevadores para melhorar o acesso aos apartamentos. A estrutura é projetada com elementos prefabricados, de modo a que os habitantes possam ficar nos apartamentos durante os trabalhos de construção. 

Construção Implantação

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Fotos: Frédéric Druot

Projeto

Foto: Philippe Ruault

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PROJETOS

Tailândia

TYIN tegnestue

Recinto Desportivo Comunitário Klong Toey, Banguecoque

Arquitetura: TYIN tegnestue Architects Arquitetos: Kasama Yamtree, Andreas Grøntvedt Gjertsen, Yashar Hanstad, Jeanne-Francoise Fischer, Karoline Markus, Madeleine Johander, Paul la Tourelle, Nadia Müller, Wijitbusaba Marome Estudantes: Natthanan Yeesunsri, Sarinee Kantana, Nuntiwatt Chomkhamsingha, Nantawan Tongwat, Supojanee Khlib-ngern, Nattaporn Seekongplee, Sarin Synchaisuksawat, Nuchanart Klinjan, Panyada Sornsaree, Porawit Jitjuewong, Amornrat Theap-un, Ponjanat Ubolchay, Yaowalak Chanthamas, Boosarin khiawpairee, Praopanitnan Chaiyasang, Kritsana Srichoo, Mario Vahos , Carla Carvalho, Inês Correia, Sarah Louati, Pola Buske, Tabea Daeuwel, Johannes Drechsler, Lisa Gothling, Alessa Hansen, Albert Hermann, Karl Naraghi, Alexander Neumer, Nandini Oehlmann, Fabian Wolf Patrocinadores: LINK Arkitektur, RATIO Arkitekter AS Localização: Klong Toey Lock 1-2-3, Banguecoque, Tailândia Cliente: Comunidade Klong Toey Construção: TYIN tegnestue; estudantes; Comunidade Klong Toey Área: 91 m² Custo: 4.500 € Datas: fevereiro-março 2011 Texto: TYIN tegnestue Architects Fotografia: TYIN tegnestue Architects

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Klong Toey é atualmente a maior e mais antiga área de habitação informal em Banguecoque. Estima-se que mais de 140.000 pessoas habitem este espaço sendo que a maioria vive em casas abaixo dos padrões mínimos, com poucos ou nenhuns direitos de inquilinos ou apoio do governo. A área apresenta grandes desafios sociais maioritariamente devido à falta de serviços públicos como saúde, educação acessível, instalações sanitárias e eletricidade. O clima social é grandemente afetado por um problema extensivo de drogas, a que se seguem taxas de desemprego, de violência

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Implantação

e de crime elevadas. Para além da sua função principal como campo de futebol e parque público, o projeto irá funcionar como ferramenta para a comunidade abordar algumas das questões sociais da zona. Um elemento essencial para a continuidade do projeto é que a Comunidade Lanterna de Klong Toey fará parte de uma estratégia a longo prazo. Este projeto integra um empreendimento de maior escala e tem que se considerar como uma pequena contribuição, que pode levar a uma mudança positiva. Estabelecendo uma ligação local, tanto na comunidade como nas redes profissionais na Tailândia, este projeto tem mais hipóteses de atingir sustentabilidade social. O período de um ano de preparação permitiu à equipa projetar e construir a estrutura em tão pouco quanto três semanas. Durante este período a equipa envolveu-se com a comunidade através de entrevistas, oficinas e assembleias públicas. A estrutura é uma combinação de muitas ideias e conceitos básicos e integra muitos dos elementos em falta na zona, incluindo os cestos de basquetebol, um palco para performances ou assembleias públicas, paredes de escalada e lugares sentados, tanto no interior como à volta do parque. O espaço do terreno era limitado e era importante manter o tamanho do campo de futebol. Como resultado destas limitações, a implantação da estrutura ocupa 12m x 1,2m e a altura da construção é de quase 5 metros. Devido à fraca qualidade do solo, colocou-se uma base de betão para apoiar o peso do edifício. A simplicidade, a lógica repetitiva e a durabilidade da construção principal permitem que os habitantes locais façam adaptações ajustáveis às suas necessidades mutáveis, sem pôr em causa a força estrutural do projeto ou a usabilidade do parque de recreio. Assim, o projeto desenrola-se em paralelo com o ambiente circundante e ajusta-se à noção de que faça parte de um chamamento maior para um desenvolvimento mais sustentável na zona de Klong Toey. 

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ARTES

ensaio

Ana Pérez-Quiroga

A recoletora compulsiva, o colecionismo e os museus

DAVID SANTOS|davidsantos71@gmail.com

O quarto capítulo de “Bouvard e Pécuchet” (1881) – derradeiro, irónico e inacabado romance de Gustave Flaubert – traduz de modo peculiar a mais radical caricatura sobre uma das maiores obsessões da humanidade: colecionar objetos do passado para resgate da nossa identidade. Por entre o diletantismo de quem busca sem nexo o santo graal do conhecimento, os dois protagonistas desta história lançam-se no mais absurdo exercício de Sísifo, adaptado à era do racionalismo positivista e do saber enciclopédico: “Seis meses mais tarde tinham-se tornado arqueólogos; e a casa deles parecia um museu […] No lambrim em ângulo reto o busto a pastel de uma dama vestida à Luís XV emparelhava com o retrato do pai Bouvard. A moldura do espelho tinha como decoração um sombrero de feltro preto e uma monstruosa galocha cheia de folhas, os restos de um ninho. Em cima da chaminé dois cocos (pertencentes a Pécuchet desde a sua juventude) ladeavam um barril de faiança cavalgado por um camponês”1. O ato de colecionar possui aqui a expressão do excesso, a vertigem caótica de uma época determinada em “ordenar o bric-àbrac”, como nos lembra Douglas Crimp2. Flaubert despede-se assim em ataque aberto à frivolidade da burguesia finissecular, ao mesmo tempo que nos transporta, a cada releitura, para alguns sintomas da nossa contemporaneidade, talvez indissociáveis, afinal, da própria natureza humana. Esta leitura entre o passado e o presente parece-nos ainda adequada ao diagnóstico sobre o colecionismo igualmente particular e obsessivo de Ana Pérez-Quiroga, uma das artistas que mais tem aprofundado a discussão sobre a compulsividade de colecionar no âmbito da hibridez contemporânea, apesar da ainda prevalecente dominação museológica na produção de sentido. A diferença fundamental entre a denúncia de Flaubert e a orientação ambivalente da artista portuguesa é que esta não procura já a matriz de uma hipotética identidade, mas apenas a partilha do sentimento difuso a que a cientificidade nos conduziu, como se a sua relativização pós-moderna apontasse finalmente a impossibilidade de um conhecimento absoluto ou, no mínimo, estável, mantendo porém o hábito e a necessidade de prosseguir a tarefa (agora sem objetivo definido) de reunir e catalogar a materialidade desse bric-à-brac que nos cerca. Na verdade, quando pensamos na sofreguidão de Bouvard e Pécuchet em torno da miríade de objetos e valores culturais que povoavam o seu mundo sedento de significado e progresso não podemos deixar de pensar nas taxonomias e outras ordenações decetivas que envolvem desde há anos a prática criativa de Pérez-Quiroga. Reiterando essa ancestral “vertigem das listas”3 analisada por Umberto Eco de modo detalhado – recordando-nos que o sonho de toda a ciência e filosofia, desde a Grécia Antiga, foi conhecer e definir a essência das coisas, isto é, listálas, identificá-las pela base – Pérez-Quiroga assume todavia a sua quase patológica dependência das listas, da enumeração ao registo mais ou menos sistematizado a partir de critérios individuais que só no plano da arte poderão ser dados a conhecer e partilhar. Se, desde a origem dos tempos, listar é um dos exercícios primordiais de desocultação sobre a natureza do que nos rodeia, significa também para a artista um gesto quotidiano de inevitável reconstrução, seja elencando pelo gosto da

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listagem e da enumeração propriamente ditas, seja pela musicalidade do elenco ou ainda pelo prazer vertiginoso de reunir elementos sem relações aparentemente específicas entre os mesmos, conferindo assim uma dimensão de caos ao labor circular que significa listar, organizar e classificar objetos que materializam, apesar de tudo, memórias e significados. De escalas e materialidades distintas, recolhidos durante anos e oriundos das mais diversas proveniências e situações, Ana Pérez-Quiroga apresentanos desde o início deste milénio, em diversos museus portugueses e a partir de processos de “instalação” semelhantes, intrigantes conjuntos de objetos, organizados e classificados em vitrinas como elementos de inequívoco mérito ou elevação cultural, sem contudo anular o seu valor essencial de arquivo, assumidos mesmo como espécie de memorabilia pessoal mas transmissível. Para a artista, estes objetos constituem um exercício de reconfiguração das relações entre a arte, a vida, a memória individual, o seu registo objetualizado, e a ideia de museu enquanto lugar de preservação e exibição patrimonial, mesmo ou sobretudo se essa pretensa “riqueza patrimonial” se confunde entre a esfera do público e do privado. A intenção de museografar temporariamente estes objetos convoca desse modo uma observação cuidada por parte do espetador, de acordo com os regimes discursivos e comportamentais associados aos espaços museológicos, e um ambíguo reconhecimento do seu estatuto, vacilando assim entre a natureza idiossincrática de uma coleção pessoal e a dimensão pública e simbólica da sua apresentação formal. Os objetos deste modo reunidos têm ainda nesta artista o condão de se referirem a pontuações espácio-temporais que dizem quase sempre respeito a ações de produção de exposições, recordações de conversas sobre arte ou experiências vividas em torno de uma espiritualidade criativa que a “obrigam” a registar através do gesto da recolha objetual uma determinada situação da sua vida quotidiana enquanto artista. Por outro lado, Ana Pérez-Quiroga já por diversas ocasiões assumiu, com diversas nuances, a condição particular da sua intervenção em torno da musealização destes conjuntos: “Os objetos do quotidiano aqui apresentados foram sendo por mim recolhidos [noutras ocasiões a artista assumiu a expressão “furtados”] em locais e datas diversas – dentro de um contexto artístico, fazem parte da categoria de souvenires, da mesma forma que se adquire um postal de uma qualquer obra de arte exposta ou ainda o objeto artístico de reprodução na loja do Museu. Numa situação museológica/comercial, através de uma legitimação dada pelo Museu, também ele local de recolha de um dos objetos que agora se apresenta”. Esse work in progress, sintomaticamente intitulado Breviário do Quotidiano #2 Novíssimas Aquisições (1998-2012)4, procura ainda interpretar o peso e o significado da fusão entre a arquitetura dos museus, o formalismo museográfico, a legitimação imediata do processo expositivo e a espontânea fruição do visitante, na certeza de envolvimento entre o movimento corporal e intelectual da observação e os códigos de conduta social reproduzidos no âmbito do museu. A perceção visual e conceptual da experiência expositiva é um tema que tem interessado nas últimas décadas vários artistas, basta lembrar a atenção de Louise Lawler sobre

Ana Pérez-Quiroga, Breviário do Quotidiano #2 Novíssimas Aquisições (1998-2012), (objetos diversos)

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NEWS

marketing

CARMEN FIGUEIREDO | cfigueiredo@revarqa.com

Technal inaugura edifício com design sustentável A Technal inaugurou recentemente a sua nova sede na Índia, projetada com um design sustentável. O edifício com 4000m2, localizado em Bangalore, foi concebido de acordo com a normativa de sustentabilidade LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), que tem por objetivo melhorar a qualidade dos edifícios e minimizar o seu impacto no meio ambiente. O principal objetivo consistiu em obter o certificado LEED Platina e, para obtê-lo, o consumo de energia atual previsto tem que ser menor do que 60Kw/hr/ m2. Por outro lado, o edifício deve também promover o uso de fontes de energia renováveis e verdes, preservar os e assegurar o conforto dos seus ocupantes, entre outros. Durante a sessão de inauguração, Subhendu Ganguly, Diretor-geral da Technal Índia, afirmou: “A Índia tem sido criticada por negligenciar as questões ambientais em detrimento do crescimento económico. Todavia, a Índia está a assistir a uma revolução ambiental e a um enorme

crescimento da construção verde. Somos uma empresa global com um forte compromisso com o meio ambiente, pelo que consideramos que a nossa nova sede na Índia é um bom exemplo desse compromisso sustentável.” http://www.technal.pt

1ª edição do Prémio Margres Arquitetura 2013

O Prémio Margres Arquitetura 2013 distinguiu a obra do Arquiteto Miguel Borges da Costa “Casa da Quinta de Vilar em Penafiel”, com aplicação de Kerlite 1x3m na remodelação

e reconceção de uma casa de pedra e sua implantação no espaço rural. A Menção Honrosa foi para o reconhecido Arquiteto Gonçalo Byrne, com aplicações de Kerlite Black e Kerlite White de 1x3m no pavimento do quarteirão de Braga, Liberdade Street Fashion. O prémio foi entregue em cerimónia pública no dia 8 de Maio, no showroom da Margres, no Parque das Nações, onde estiveram presentes os representantes da marca, o vencedor do Prémio Miguel Borges da Costa e, em representação de Gonçalo Byrne, a arquiteta Inês Nunes do atelier Gonçalo Byrne Arquitetos. Pretendendo vir a ser um dos grandes prémios de arquitetura do país, o Concurso destaca, a partir deste ano, as obras públicas ou privadas de arquitetos portugueses, que evidenciem qualidade arquitetónica, revelando coerência, sentido crítico e inovação, na aplicação dos referidos produtos Margres. As obras premiadas estarão em exposição ao público no Showroom da Margres, no Parque das Nações, entre 8 e 15 de Maio. www.margres.com

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FOTOGRAFIA

arquitetura

Centro Comunitário ABA, Vila Real Arquitetura: António Belém Lima

FERNANDO GUERRA - FG+SG | www.ultimasreportagens.com

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DOSSIER

Presentation slides by Campo de Cebada, C de Carmona and Zuloark | http://elcampodecebada.org

EL CAMPO DE CEBADA is both a physical and a virtual space, an open source square in the center of Madrid. It started off as a citizen initiative to a situation generated by the worlds and a deeper Spanish recession. It’s co-managed by the neighbors and the local administration with dynamic and open tools to “save” the traditional understanding gap that there is normally between them. The aim is to sit together the biggest possible number of agents to reach agreements between traditional “enemies”, in this way El Campo de Cebada works different to other selfmanaged spaces that we can find nowadays that denies government implication, we think that the government and his experts must we co-responsible with the citizens in the construction of the 21st century city. It has a full transparent open data policy in both digital and analogical worlds since all the meetings and assemblies are open to everyone, the resources management is published and can be always consulted , everything that is constructed it’s made with the effort of the individuals and collectives who share their specific knowledge between them and all the designs are registered, uploaded and open for further improvements, it’s a space to develop new ways of understanding and construct an open source urbanism from the basis of adhocracy and common sense and all this has also virtual space as important as the physical one, where the virtual agents get related at the same level creating this double support for a “community construction”. Using a 2.0 web space, a common mail and using traditional social networks such as Facebook or Twitter (@campodecebada), creating network dynamics with other community projects in the city, programming an open source urban square. Thus, all the information and the knowledge is distributed (non-centralized). The infrastructures are constructed with the agreement of with local movement (garden irrigation, sanitation, working tools, etc), using crowdfunding methods (http:// goteo.org/project/cupula-geodesica-campocebada) and social institution grants to finance specific projects (geodesic dome construction, sports facilities, working tools), promoting citizen social and artistic initiatives (concerts and theater shows made by local companies and neighbors, informative events and building workshops, urban gardens support local experts groups, wall management for local artists, citizen management of public resources boards, etc). Failed processes are considered and included in the day by day learning since everything is under test, when some process is not correctly implemented or is not working or useful anymore the own system updates itself, just as an open source software does. By visualizing, mapping what we do and what we learn with this project we can spread the idea implementing new urban models in which the citizen is no longer an static agent with no power of decision. The new world context demands these new roles; the urban planner, the architects

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are now necessary experts intermediaries between citizens and power, between administration and urban users. Our final aim is to implement strategies able to hybridize both physical and digital worlds, we understand that El Campo de Cebada is constructed at the same time in both worlds and with the same importance, in the analogical environment just like in the digital there is no inauguration day and it never finishes because it’s always updating, a space that gives you the opportunity to download but even more important, to upload. PROJECT HISTORY El Campo de Cebada today is both a physical and a virtual space. But two years ago was only a void in the city, a hole where the public swimming pool of the quarter used to be. The city council demolished this swimming pool to build new and modern facilities, but after they tore it down the crisis arrived and they found they had no money. So the space got closed and fenced. After I few months and because of a temporary activity held inside during the celebration of Madrid’s White Night the neighbors realized that having 3500m2 of closed land in the cen-

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ter of Madrid was a shame, they thought this place could be a chance for them to participate in their own neighborhood so they came together with local associations and they manage to speak with the government. What they agreed is that the space should be assign for the neighbors management but in co-responsibility with the city council, this fact is very important because in such a crisis context with no public money in the government treasury to invest, they could have had the temptation of avoiding the responsibility they have as governors, giving away the problem without caring for it, giving all the work to this willing neighbors and without spending a single euro, and that’s was not what we intended. Even though we don’t ask for public money, we did want to share the responsibility, mixing the power of people willing to work for their city with the power that gives the tools and the experts that governments can deploy. This also works in the very important direction: legitimacy. PEOPLE There’s a huge number of individuals and collectives, citizens, experts, administration assistants and technicians involved in the

management and development of Campo Cebada. They work freely and for free for they own neighbor, legitimated by their own work, hence feeling more and more that they belong to a space it’s theirs, because they look after it, they are curators of a city that they are helping to build with their own decisions. In this way everybody has the authorship and yet nobody has it. That’s why the only author of El Campo de Cebada is El Campo de Cebada itself. El Campo de Cebada is at the same time project and author. NEEDS Even though there’s still a lot of physical infrastructure and facilities work to do in El Campo de Cebada. Our plan is to continue improving El Campo the Cebada digital space through network processes and digital tools. We think it still needs to reach the development point where the physical urban Space is. El Campo the Cebada is a urban tool for those who are physically there but it also must be a tool for those who cannot be physically there or those who want to learn and implement the model in their own cities. Networking open source digital and analogical urban test tube.

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