Revista do TCC | 2024_2

Page 1


2024 revista do tcc

Centro Universitário Senac, ARQLAB

Revistas do curso de Arquitetura e UrbanismoRevista do TCC 2024 | 2 / ARQLAB. Centro Universitário Senac - São Paulo (SP), 2024. 266 f.: il. color.

ISSN: xxxx-xxxx

Editores: Ricardo Luis Silva, Valéria Cássia dos Santos Fialho

Registros acadêmicos (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2023.

1. Divulgação Acadêmica 2. Produção discente 3. Trabalho de conclusão de curso 4. Graduação 5. Arquitetura e Urbanismo I. Silva, Ricardo Luis (ed.) II. Fialho, Valéria Cássia dos Santos (ed.) III. Título

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC

REVISTAS DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

revista do tcc 2024_2

edição #16

FICHA TÉCNICA:

Coordenação de curso e editora da revista: Profa. Dra. Valéria Cássia dos Santos Fialho

Editor da revista, diagramação e programação visual: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

Produção e organização: ARQLAB

Apresentação

Este volume apresenta os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC2) das turmas 2020-1 Matutino e Noturno do Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac, sintetizados pelos seus autores na forma de pequenos ensaios.

Os trabalhos de TCC2 estão organizados em 6 Linhas, sob orientações dos professores abaixo listados:

L1: Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Prof. Ms. João Carlos Amaral Yamamoto

Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

L2: Arquitetura do Edifício

Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino

L3: Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Prof. Dr. Marcelo Suzuki

Prof. Ms. Ralf José Castanheira Flôres

Prof. Dr. Rodrigo Luiz Minot Gutierrez

L4: Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Profª. Drª. Beatriz ara José

Profª. Ms. Marcella de Moraes Ocké Mussnich

Prof. Dr. Ricardo Dualde

Profª. Drª. Rita Cássia Canutti

Profª. Drª. Valéria Cássia dos Santos Fialho

L5: Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Prof.ª Ms. Maria Stela Tedesco Bertaso

Prof. Ms. Paulo Henrique Gomes Magri

L6: Tecnologia aplicada ao projeto de Arquitetura e Urbanismo

Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão

Os editores

TCC 2 ensaios

Linha 1 Fundamentos da Arquiterua e do Urbanismo

Corpos Femininos e a relação com a cidade: Ensaios feministas sobre o processo urbano

Aline Lopes

Resgatando Vestígios de Memórias do Bairro de Pinheiros

Ananda Isaías Paula

Espaço de Nascer - Projeto para um Centro de Parto Normal

Isabel Wamser

CCPA: Centro Cultural Pensamento Amplo: Manifestação de pensamentos. A conexão do cidadão com a cultura e lazer

João Pedro Correia Macedo

Escola Parque Caxingui: Estrutura escolar como espaço de convivência e bem-estar

Larissa Rua Gonçalves

Dispositivo de Subversão Racial: HIP HOP - Salvaguarda do Patrimônio Imaterial

Leonardo Alves R. Macedo

Utilização de ATHIS para reabilitação de edificações ocupadas no centro histórico de São Paulo

Estudo de caso: Edifício Hotel Central

Lucas Chausse Lima

Centro de pesquisa e produção de medicamentos canabinóides

Beatriz Natsumi Hirata

Hotel e Centro Comercial junto ao Aeroporto de Congonhas

Bianca Monteiro de Barros dos Santos

CEU Cidade Ademar: Os Centros Educacionais Unificados como instrumento de qualificação da urbanidade local

Gabriella Francisca Alves da Silva

Complexo Multifuncional na Avenida Miguel Yunes

Giovanna Ramalho dos Santos

CCHC: Centro de Cultura e Hospitalidade de Congonhas

Karen Mayumi Hinoue

Centro de Bem-Estar - Desempenho e Condicionamento Físico

Melissa Silva França

Centro Esportivo Grajaú

Pollyana Caroline da Silva Teodoro

Núcleo de Dança: A Arquitetura como Espaço de Expressão Artística

Thainá Sousa Rastello

Clínica InTEA - Clínica para pessoas com transtorno de espectro Autista

Vitor Alves Correa

Instituto Cristal: Centro de acolhimento institucional

Yasmin Bitencourt da Silva

Linha 3 Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Polo Criativo: Espaço de trabalho compartilhado

André Felipe do Nascimento Carvalho

Patrimônio Arquitetônico: Museu Dimitri Sensaud de Lavaud e Acervo Histórico de Osasco

Caroline Morais de Alencar

Complexo Educacional FAU UEMA - Intervenção no Centro Histórico de São Luís

Larissa Ordoñez de Salles Maciel

Novo Museu das Favelas e Centro Cultural Raízes: Preservação e Incentivo à Cultura Periférica

Thais Reimberg Maia dos Santos

Renovação do Espaço do Antigo Santapaula Iate Clube

Vanessa de Oliveira da Silva

ANEXO CCSP: Apoio a pessoas em situação de rua

Vinicius Alves Portugal

Linha 4 Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Reflexão crítica sobre a forma contemporânea de construção do bairro Barra Funda

Bruna Arissa Aoyagui Numakura

Parque Horto do Ypê: Transformações dos espaços residuais de Campo Limpo para a concepção de um parque linear

Débora Liberatori Fernandes

Influência de Características Físicas, Sociais e Urbanas na Composição do Preço de Unidades

Residenciais Verticais - Estudo do Mercado Imobiliário de Santo Amaro, São Paulo

Francini Melo dos Santos

Parque Zike Tuma - Um parque para o distrito Campo Grande - SP

Giovanna Arias Theodoro dos Santos

Reconectando Natureza e Urbanidade: Requalificação do Parque Praia do Sol

Rafaella Beatriz Ozaki

Requalificação do Parque da Barragem Guarapiranga

Renata Ramaldes Coelho

Linha 5 Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

A integração entre marca e efemeridade: O papel da arquitetura pop-up no varejo contemporâneo

Breno Vieira Bogoni

Tarsila: O tempo antropofágico - Exposição temporária de cenografia

Caroline Ramos dos Santos

Motelaria - Projeto de Motel Urbano

Fernando Marcell Fernandes

Festival Lunar - Um olhar para a cenografia em festivais de música eletrônica

Mariana Bordinhão Duma

Linha 6 Tecnologia aplicada ao projeto de Arquitetura e Urbanismo

Escola Bioclimática: Uma abordagem de aplicação de ações passivas na arquitetura para prover conforto térmico nos edifícios

Anyelle Guimarães Azevedo

Arquitetura Modular: O uso de contêiner como moradia unifamiliar

Bárbara Barbosa Fernandes

Libertas Domus: Centro de acolhimento para mulheres vítimas de violência

Bárbara Grangeiro Pereira

A inserção da tipologia de apartamentos estúdios em Habitação de Interesse Social (HIS): Um exercício funcional

Beatriz Pereira Costa

Arquitetura com Terra: Taipa de Pilão – Opção sustentável para edificação urbana

Livian Ferreira da Conceição

Projeto de arquitetura modular para habitação de interesse social utilizando os princípios da pré-fabricação

Michel Camurça Ferreira

A interação do Branding, Visual Merchandising e na padronização em lojas de shopping: Um projeto de arquitetura comercial

Thais Akemi Sato da Silva

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

L1

Corpos Femininos e a relação com a cidade: Ensaios

feministas sobre o processo urbano

Aline Lopes

Orientador : Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

Figura 01: Coleção de Fotos Instantâneas - Colecionar. Fonte: acervo do autor

Resumo

Este trabalho propõe a subversão do olhar urbano ao explorar a relação entre a mulher e a cidade pela perspectiva feminina. Estruturado em abordagens teóricas, teórico-práticas e práticas, investiga a norma masculina como padrão neutro e seus impactos na marginalização da identidade feminina. Por meio de registros fotográficos e desenhos, analisa o cotidiano e o assédio como barreiras à presença feminina, culminando na criação de um fotolivro com ensaios realizados na Rua Augusta, promovendo reflexões sobre os desafios e a permanência da mulher no espaço urbano.

Versão integral do trabalho em https://heyzine.com/flip-book/848bf24e44.html

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O interesse em desenvolver esta temática no presente trabalho emergiu das experiências vivenciadas durante minha formação acadêmica em e da relação direta com o espaço urbano. A escolha pela Rua Augusta como objeto de análise foi influenciada pelo contato com local, especialmente nas disciplinas práticas, onde fui instigada a explorar a Rua Augusta sob a perspectiva do corpo. Além disso, o bairro apresenta um contexto urbano complexo, marcado por um momento de renovação, em que antigos imóveis são demolidos para dar lugar a grandes empreendimentos, ao mesmo tempo que projetos como o Parque Augusta evidenciam as disputas entre o interesse público e privado.

Outro fator que reforçou a escolha do tema foi minha interação com outras mulheres que também transitam pela região, relatando experiências semelhantes de pertencimento e exclusão nesse espaço. Assim, percebi que o interesse por essa área não era único, mas compartilhado por várias colegas de curso, que também reconheciam a importância da região na cidade e abordavam o mesmo local em seus próprios trabalhos acadêmicos, propondo disciplinas urbanísticas e análises que buscavam reconfigurar a percepção e uso desse espaço a partir da perspectiva da mulher. Esse foco reforçou a relevância da Rua Augusta como um ponto de reflexão e ação para questões relacionadas ao urbanismo, ao gênero e à experiência feminina na cidade, revelando um alinhamento de inquietações e preocupações entre os projetos resultou no interesse em desenvolver uma abordagem mais inclusiva e principalmente mais sensível para essa temática. Aqui, o ato de caminhar, inspirado no conceito de flâneuse, é utilizado como ferramenta metodológica para mapear zonas de pertencimento e exclusão. Esses registros destacam a presença feminina na cidade como um ato de resistência e reapropriação. Assim, este trabalho busca compreender como a Rua Augusta reflete os desafios da relação entre as mulheres e a cidade, ao mesmo tempo em que propõe formas de reestruturação urbana que valorizem a experiência feminina e promovam uma leitura mais inclusiva dos espaços públicos.

Figura 02: Mapeamento de trabalhos com a mesma temática. Fonte: acervo do autor

O contexto histórico

A análise recai sobre a marginalização das mulheres no espaço urbano, um reflexo de um sistema que, historicamente, relegou o feminino à esfera doméstica e privada, enquanto o masculino dominava os espaços públicos. Esse processo está intimamente ligado ao desenvolvimento de políticas públicas, como o planejamento rodoviário e a expansão de áreas urbanas, que muitas vezes desconsideraram as necessidades e experiências femininas. A pesquisa também abordou o impacto de tais dinâmicas no cotidiano das mulheres, especialmente nas transformações urbanas da Rua Augusta, que, ao longo das décadas, passaram por diferentes fases de ocupação e renovação, refletindo as tensões sociais, culturais e de gênero da cidade.

Para a estruturação da pesquisa, foram treinados conceitos fundamentais como o universalismo e as sociedades matrilineares. O conceito de universalismo, conforme abordado por filósofos como Simone de Beauvoir e Judith Butler, foi utilizado para compreender como a normatividade masculina foi imposta ao longo da história, criando uma sociedade onde o espaço urbano, assim como outras esferas sociais, reflete e reforça a exclusão das mulheres. O estudo das sociedades matrilineares, com base nos trabalhos de Marylène Patou-Mathis e Friedrich Engels, permitiu entender como as dinâmicas de poder e organização social poderiam ser diferentes em culturas que valorizavam a linhagem materna, como refletia diretamente no planejamento do espaço e na distribuição dos recursos.

Proposição: O Fotolivro

O fotolivro como projeto surgiu como uma forma de sintetizar visualmente uma jornada de pesquisa e experimentação vívida ao longo do trabalho. Inicialmente, o foco foi a Rua Augusta, explorando suas camadas culturais, sociais e estéticas e sua influência na experiência feminina. No entanto, à medida que o tema se desdobrava, outros subtemas emergiram, ampliando as possibilidades de interpretação e abordagem. Isso levou à realização de vários ensaios fotográficos, que, embora centrados na Rua Augusta, se expandiram para capturar elementos da cidade que compartilhavam problemas semelhantes. Esses desvios enriqueceram o projeto, ampliando a compreensão do processo criativo e a importância da experimentação. Ao invés de seguir uma narrativa linear, optei por incluir essa multiplicidade de olhares no fotolivro, permitindo uma leitura mais aberta e interpretativa. O fotolivro, além das fotografias, incorpora

Figura 03: Capa do livro Flâneuse: Mulheres que caminham pela cidade em Paris, Nova York, Tóquio, Veneza e Londres Fonte: Fotografia de Ruth Orkin

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

anotações e esboços do meu sketchbook, funcionando como um diário visual que registra a evolução das ideias e questionamentos ao longo do projeto.

Neste sentido, o fotolivro foi organizado de forma a refletir essa não linearidade de cognição, com capítulos que se entrelaçam, sem seguir uma cronologia. Cada seção explora um aspecto diferente da Rua Augusta e seus desdobramentos: a estética urbana, a vivência feminina, as contradições sociais e as conexões inesperadas com outros espaços da cidade. A estrutura fragmentada e fluida reforça a ideia de que a experiência urbana é, ela mesma, uma coleção de encontros, desvios e descobertas. O fotolivro é dividido em verbos que representam diferentes facetas dessa vivência: caminhar, corpografar, distanciar, fragmentar , colecionar , relatar e desviar.

Na concepção estética do fotolivro, busquei manter a essência da experimentação que permeou todo o processo, optando por uma mistura de técnicas, incluindo fotografia analógica e digital, colagens e instruções gráficas feitas à mão. Essa mistura de linguagens não apenas reforça a diversidade temática, como também convida o leitor a explorar as páginas com curiosidade, sem a expectativa de encontrar uma estrutura única e monótona. As imagens da Rua Augusta, por exemplo, aparecem ora cruas e diretas, capturando cenas cotidianas, enquanto, em outras vezes, manipuladas, criando atmosferas oníricas que refletem as sensações subjetivas vívidas no espaço.

Figura 04: Páginas internas do fotolivro Fonte: acervo do autor

Referências

ANDRADE, D. de CM Historicidade da propriedade privada capitalista e os cercamentos. Revista História: Debates e Tendências (Online) , v. 3, pág. 408–419, 2018.

ANTROPOLÓGICOS, H.; ALEGRE, P. História das mulheres no Brasil. História das Mulheres no Brasil , v. 7, pág. 353–355, 1997.

BUTLER, Judite. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

DINES, Yara Schreiber. Rua Augusta - Imaginários urbanos em diálogo. Ponto Urbe: Revista do Núcleo de Antropologia Urbana da USP , São Paulo, 2008.

ELKIN, Lauren. Flâneuse: mulheres que caminham pela cidade em Paris, Nova York, Tóquio, Veneza e Londres. Vindima, 2017.

GOMES, Norma Gislene Urban. A voz das mulheres na teoria do urbanismo: uma análise crítica das guias de urbanismo feminista . Orientadora: Professora doutora Ana Gabriela Godinho Lima. 2023. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2023.

KERN, Leslie. Cidade feminista. [sl]: Oficina Raquel, 2021.

LEI, Robin. Para além das “mulheres e dos transportes”: rumo a novas geografias de género e mobilidade diária. Progresso na Geografia Humana , v. 23, n. 4, pág. 567–588, 1999.

PATEMAN, Carole. O contrato sexual. Tradução de Marta Avancini. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

RAGO, Margareth. Trabalho feminino e sexualidade. In: PRIORI, Mary Del (Org.). História das mulheres no Brasil . São Paulo: Contexto, 1997. p. 578–606.

ROLNIK, Raquel. São Paulo: o planejamento da desigualdade. São Paulo: Fósforo, 2022.

SIMONE DE BEAUVOIR. O segundo sexo - edição comemorativa de 70 anos. [sl]: Nova Fronteira, 2019.

Figura 05: Corpografias Fonte: acervo do autor

Resgatando Vestígios de Memórias do Bairro de Pinheiros

Ananda Isaías Paula

Orientador : Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

Figura 01 : Mapa do Bairro Fonte: QGIS

Resumo

Este trabalho de conclusão de curso, tem como objetivo resgatar a memória do bairro de Pinheiros, que ao longo dos anos passou de um bairro majoritariamente horizontal, para um bairro predominantemente vertical com o avanço da especulação imobiliária na região, trazendo novos desenhos para a paisagem da cidade de São Paulo. Além disso, o trabalho busca ilustrar as paisagens que foram esquecidas pelo tempo, a fim de tornar presente as suas individualidades.

Versão integral do trabalho em: https://www.canva.com/design/DAGGjbQmUBY/rNsmfqBDE9wUY4jwxdG64g/edit?utm_content =DAGGjbQmUBY&utm_campaign=designshare&utm_medium=link2&utm_source=sharebutton

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O trabalho consiste no resgate dos vestígios de memórias que restam do bairro de Pinheiros que está em constante transformação, tendo em vista a especulação imobiliária da região, que está demolindo casas tradicionais para construção de novos empreendimentos. Como base para o desenvolvimento do meu projeto, tive como referência os trabalhos de alguns artistas visuais, como o João Galera, com “Antes que Acabe” e o Thiago Navas, com “Diáfanos”.

“São Paulo, uma cidade antiga com uma história baseada em rios, pobre e isolada no início da colônia, foi crescendo sem dono (ou com muitos), enriquecendo, criando raízes, bairros, casas, vidas. Cresceu em importância econômica, política e arrogância. Tenta esquecer seu passado, destruindo-o. A casa típica dos bairros da cidade – o sobrado com janelas para a rua, o chão de cacos vermelhos, a geometria de arcos, as pequenas colunas, o jardim atrás – está sendo pouco a pouco substituída por grandes prédios de vidro e concreto. Bairros como Vila Madalena e Pinheiros, onde as casas dominavam o horizonte, vivem um período de intensa especulação imobiliária. As empreiteiras vendem os apartamentos como se os moradores fossem viver em um bairro bucólico de lindas casas, mas estas serão demolidas para erguer os novos empreendimentos. Contradições da cidade que tenta apagar sua memória. O projeto ‘Antes que acabe’ visa registrar iconograficamente os remanescentes dessas construções. É um trabalho de resgate e resistência.”

- João Galera

“Diáfanos propõe o mapeamento de casas desaparecidas da paisagem urbana das cidades brasileiras, encontradas através do Google Street View, e a projeção de suas imagens sobre os prédios e as edificações que tomaram seus lugares. Impressas em grande formato sobre tecido, estas fotografias colocam o público frente a frente com fantasmas que denunciam a transformação brutal de nossos valores sociais...”

- Thiago Navas

Figura 02 : Panorama da Pascoal Bianco. Fonte: Site João Galera
Figura 03 : Charles Camoin, 79. Fonte: Site Thiago Navas
Figura 04 : Luiz Gottshalk, 32. Fonte: Site Thiago Navas

Proposição

Grande parte da minha infância foi no bairro e pude acompanhar de perto as transformações sofridas, dessa forma desenvolvi a “Coleção - Minhas Memórias”, onde mostro locais do bairro em que eu costumava passar e que desapareceram com o tempo

Na esquina da Rua Amália de Noronha, com a Rua Capote Valente, existia uma grande loja de nome César Bertazzoni, nela eram vendidas louças finas para casa. Na sua esquina, ficavam os orelhões e aos domingos, quando a loja era fechada, moradores de rua dormiam na fachada da loja. O local foi também o cenário aonde quando criança, eu andava de bicicleta. Atualmente o empreendimento residencial da construtora Gafisa, já está construído.

O cenário da primeira imagem, era onde eu brincava de empinar pipa, correr e andar de bicicleta, era também composto por pequenos escritórios e consultórios. Atualmente conta com um empreendimento comercial, que parece apenas ter juntado as casinhas, em uma torre.

Figura 05 : Vision – Capote Valente. Fonte: Google Maps
Figura 06 : Villa Offices. Fonte: Google Maps

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Lembro-me vagamente da construção do metrô Faria Lima, apenas alguns “flashs” do caos do trânsito entre a Avenida Brigadeiro Faria Lima e a Rua Teodoro Sampaio. No final de 2020, eu trabalhei em uma empresa na Rua Paes Leme e o percurso que o ônibus fazia era pela Rua Teodoro Sampaio, neste período o “prédio torto”, como muitos que passavam pela região o denominavam, estava em construção, atualmente a obra está finalizada.

No mapa a seguir é possível visualizar a localização das fotos acima, como também dos outros locais mostrados no caderno

Figura 07 : Metrô Faria Lima. Fonte: Google Maps

Referências

AMARAL, Antonio, O Bairro de Pinheiros, Prefeitura da Cidade de São Paulo, São Paulo.

BATISTA, Willian, Bairro Pinheiros: entenda por que ele é um dos mais procurados, SH Prime, São Paulo, 2022.

GALERA, João, Antes que Acabe, São Paulo.

MOTA, Camilla, Demolições em alta apagam memória de bairros tradicionais de São Paulo, BBC News Brasil, São Paulo, 2021.

NAVAS, Thiago, Diáfanos, São Paulo.

PONCINO, Leviano, Mil Faces de São Paulo, Prefeitura da Cidade de São Paulo, São Paulo, 2023.

Espaço de Nascer

Projeto para um Centro de Parto Normal

Isabel Wamser

Orientador : Prof. Me. João Carlos Amaral Yamamoto

Resumo

O trabalho aborda a importância da arquitetura em um momento como o parto. A pesquisa fundamenta-se em estudos no campo da Enfermagem, buscando compreender as emoções vivenciadas e os fatores que influenciam nesse processo. A partir desse entendimento, investigam-se obras de arquitetos que exploram a relação entre arquitetura e sentimentos. Propõe-se desenvolver o anteprojeto de um Centro de Parto Normal para a cidade de São Paulo, com base em Políticas Públicas e dados de assistência ao parto e nascimentos na cidade, com o objetivo de criar um equipamento com uma ambiência que promova uma experiência positiva para as mulheres em trabalho de parto.

Figura 01: Centro de Parto Normal Fonte: autoria própria

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O trabalho de parto é um dos momentos mais intensos e transformadores na vida de uma mulher e sua experiência ao longo desse processo deve ser tratada com respeito, dignidade e autonomia. É importante compreender que o parto não é apenas um evento biológico, mas um amalgamado de contextos culturais, sociais e individuais, que interferem na forma que a mulher o atravessa. A presença de cuidados respeitosos e a criação de um ambiente de apoio, onde a mulher se sente segura e ouvida, são fatores que podem influenciar profundamente essa vivência.

Um Centro de Parto Normal (CPN), também conhecido como Casa de Parto, é uma unidade de saúde especializada no atendimento de gestantes de baixo risco que desejam ter um parto natural em um ambiente seguro e acolhedor. Essas instituições oferecem um espaço que trata o nascimento como um processo natural, promovendo o protagonismo da mulher com o mínimo de intervenções. Estudos mostram que partos realizados nesses equipamentos têm menores taxas de intervenções médicas e maiores índices de satisfação entre as parturientes. Esses espaços promovem um ambiente onde as mulheres podem vivenciar o parto com autonomia e liberdade, recebendo apoio contínuo e personalizado. Além disso, as Casas de Parto incentivam o vínculo familiar e a amamentação, elementos essenciais para o bem-estar da mãe e do recém-nascido.

Existem políticas públicas, como a Rede Cegonha, instituída pelo Ministério da Saúde, que visa garantir um atendimento de qualidade, seguro e humanizado para gestantes e recém-nascidos, integrando diversas etapas do cuidado, desde o pré-natal até o puerpério. Além disso, prevê a destinação de recursos para incentivo, implantação e manutenção de Casas de Parto no Brasil. A legislação municipal em São Paulo também apresenta diretrizes para a criação e operação dessas unidades, buscando ampliar o acesso e humanizar o atendimento ao parto. Apesar dos incentivos, existem apenas duas Casas de Parto em operação na cidade e ambas atendem pelo Sistema Único de Saúde - SUS. Este número e a importância do tema para a sociedade motivam este trabalho.

Buscou-se referência nas pesquisas no campo da Enfermagem, em estudos sobre os sentimentos manifestados durante o trabalho de parto e sobre os fatores e crenças que influenciam nesse processo. Dessa pesquisa, infere-se conceitos que devem ser buscados para tornar o ambiente o mais favorável possível para este momento. Nesse sentido, o trabalho se debruça sobre as obras de arquitetos como Juhani Pallasmaa e Peter Zumthor, que exploram de forma ampla a relação entre arquitetura, sentidos e sentimentos. O objetivo é elaborar o anteprojeto de um Centro de Parto Normal buscando-se criar uma ambiência que promova sentimentos positivos nas usuárias.

A localização, a escolha do terreno e o programa de necessidades são guiados por dados de órgãos públicos (Ministério da Saúde, Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo) e estudos de caso de Casas de Parto existentes, de forma a ampliar o acesso da população ao equipamento de saúde. Acreditase, que, ao integrar princípios de humanização do parto, políticas públicas e uma arquitetura sensível às necessidades das mulheres seja possível oferecer um ambiente em que o parto seja uma experiência positiva e transformadora para as mães, seus bebês e suas famílias.

Figura 02: Fluxograma com divisão de áreas: atendimento ao público, área de partos e área administrativa/operacional. Fonte: autoria própria

Proposição

Tendo em mente que este é um projeto de equipamento público, é necessário considerar os aspectos de execução e manutenção, de forma a manter a viabilidade e durabilidade da construção. Nesse sentido, acredita-se que a escolha de materiais, formas simples e modulação são respostas possíveis para atender tais exigências.

A divisão entre áreas específicas para atendimento ao público, partos e administrativa mostrou-se necessária desde a composição do programa e apresenta-se no projeto através de blocos independentes entre si e também com características próprias, associadas à função.

03: Implantação e planta do térreo. Fonte: autoria própria

Figura

A área de atendimento ao público é ampla e transparente, fazendo uma conexão direta com a praça e a passagem, como uma frente de contato com a cidade. Os espaços internos são amplos e conectados, evitando-se a sensação de corredor de hospital na área dos consultórios. Buscou-se também separar o fluxo de pacientes que vão para consultas e das parturientes, posicionando-se os consultórios de admissão mais próximos da entrada da área de partos e os demais consultórios do lado oposto. A cobertura circular une os quartos PPP sob um mesmo plano, protegendo das intempéries e criando uma identidade própria para projeto, que se associa com o propósito do equipamento e o diferencia da arquitetura austera do Hospital. Ao mesmo tempo, a leveza da estrutura e seu gabarito baixo possibilitam uma presença amena na vizinhança. A área administrativa está em uma posição discreta, como espaço de apoio que é. A disposição linear e o corredor aberto facilitam a identificação e circulação de pessoas e equipamentos.

Buscou-se também criar espaços interessantes para conectar os edifícios: a praça formada pela disposição dos quartos é um recinto resguardado que serve como área de deambulação, assim como o jardim externo ao qual se conecta, onde as parturientes podem caminhar, tomar sol, descansar e conviver com os pares. A passarela que conecta os blocos é um prosseguimento do corredor dos consultórios e se curva após a entrada na área de partos, ocultando parcialmente o acesso à área destinada aos funcionários.

Outra consideração foi a questão das aberturas e relação com o exterior na área de partos. Embora a necessidade primária seja manter a privacidade, é necessário criar vistas interessantes e certa

Figura 04: Planta do primeiro pavimento. Fonte: autoria própria
Figura 05: Elevação. Fonte: autoria própria

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024_2

troca com o exterior. Nesse sentido, as janelas dos quartos são mais verticalizadas, de forma a reduzir a amplitude do que se vê do exterior. Na praça, os espaços entre os blocos criam feixes de vistas e a abertura para o jardim está de frente para a entrada, como forma de dar as boas vindas ao espaço.

Por fim, viu-se necessária a instalação de um Centro Comunitário no terreno, à esquerda, como uma forma de ampliar o uso público e manter o atendimento que já existe no local, identificado na fase de reconhecimento do terreno. O volume foi previsto de forma independente da Casa de Parto, com uma praça separando as duas edificações.

Referências (você pode citar até 12 títulos – use o formato segundo o modelo abaixo)

ANVISA. Dispõe sobre Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal. Resolução nº 36, de 3 de Junho de 2008. [S. l.], 3 jun. 2008. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2008/res0036_03_06_2008_rep.html. Acesso em: 22 mar. 2024.

BEZERRA, Maria Gorette Andrade; CARDOSO, Maria Vera Lucia Moreira Leitão. Fatores culturais que interferem nas experiências das mulheres durante o trabalho de parto e parto. Revista Latinoamericana de Enfermagem, [s. l.], Jun 2006. DOI https://doi.org/10.1590/S0104-11692006000300016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rlae/a/TRS8Gc5pSh3SRkywzg99P5p/. Acesso em: 13 mar. 2024.

CASA Angela - Centro de Parto Humanizado. [S. l.], 2022. Disponível em: https://www.casaangela.org.br/. Acesso em: 8 fev. 2024.

MEDINA, Edymara T. et al. Boas práticas, intervenções e resultados: um estudo comparativo entre uma casa de parto e hospitais do Sistema Único de Saúde da Região Sudeste, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, [s. l.], 17 abr. 2023. DOI https://doi.org/10.1590/0102-311XPT160822. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/fzPT9ZS4btXFHmKnmTr8bFb/?lang=pt#. Acesso em: 28 nov. 2023.

MENDES DA ROCHA, Paulo. Maquetes de papel. São Paulo: Cosac Naify, 2007. 64 p. ISBN 978-857503-625-9.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha. 24 de Junho de 2011. Portaria nº 1.459, [S. l.], 24 jun. 2011. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.html. Acesso em: 6 fev. 2024.

ORIENTAÇÕES para elaboração de projetos arquitetônicos Rede Cegonha: ambientes de atenção ao parto e nascimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. 48 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_projetos_arquitetonicos_rede_cegonha.pdf Acesso em: 28 fev. 2024.

PALLASMAA, Juhani. Os olhos da pele: A arquitetura e os sentidos. Tradução: Alexandre Salvaterra. Porto Alegre: Bookman, 2011. 76 p. ISBN 978-85-7780-777-2.

ZUMTHOR, Peter. Atmosferas: Entornos arquitetonicos - as coisas que me rodeiam. Barcelona: Gustavo Gili, 2006.

ZUMTHOR, Peter. Pensar a arquitectura. Barcelona: Gustavo Gili, 2010.

CCPA: CENTRO CULTURAL PENSAMENTO AMPLO

Manifestação de pensamentos. A conexão do cidadão com a cultura e lazer

João Pedro Correia Macedo

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

Figura 01 : Render: CCPA. Fonte: acervo do autor Resumo

A proposta principal do trabalho é analisar a disparidade sociocultural do distrito do Capão Redondo, uma região que, infelizmente, é conhecida pelas favelas, vulnerabilidade social e o alto índice de violência, mas que encontrou nas manifestações artísticas uma maneira de demonstrar sua identidade cultural e falar sobre a resistência diária de uma área periférica, contra a desigualdade. Com base nisso, o trabalho propõe a construção de um centro cultural que será conectado ao parque Santo Dias, como uma forma de extensão, visando fornecer educação, cultura, apoio e lazer a todo o distrito do Capão Redondo.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O objetivo principal deste TCC é propor um projeto arquitetônico para um centro cultural que faça conexão com o parque Santo Dias, visando proporcionar atividades de lazer, entretenimento, educação e conexões mais fáceis na área de atuação (parque) com a infraestrutura do distrito do Capão Redondo. Para isso, será objeto de estudo a Av. Ellis Mass, terrenos e espaços subutilizado e o parque Santo Dias, para implantação do espaço cultural.

Com a entrada na faculdade acabamos adquirindo novas experiências e visões da realidade em que vivemos e decerto um dos conceitos que mais mudaram durante minha trajetória, foi minha visão de cidade, especificamente na região sul da capital de São Paulo, que apresenta uma discrepância muito grande, quando se trata de desenvolvimento social, cultural e econômico, principalmente se comparado com as áreas ricas da cidade, demonstrando uma considerável desigualdade. .

O objetivo do projeto é construir uma área que atenda às necessidades de aprendizado, lazer e cultura da região, por isso, a implementação do centro cultural/esportivo contribuiria no resgate de valores, história e pertencimento. A primeira etapa foi um levantamento histórico do distrito Capão Redondo para entender o seu processo de formação e desenvolvimento, desde cultura, infraestrutura, população, necessidades da região e outros índices de pesquisa. Tais informações, evidenciaram a falta de equipamentos culturais no distrito e a influência que os movimentos culturais e artísticos no combate a violência e a desigualdade social. Na segunda etapa, foram feitos alguns mapeamentos da região, para comparar algumas características e necessidades, o que resultou em uma melhor leitura do local de estudo e facilitou a identificação de problemáticas territoriais. Como terceira etapa, foi definido uma área de atuação que supriria algumas necessidades culturais, educacionais e de fluxos no distrito. Para isso visitas técnicas, mapeamento e pesquisas aproximadas do local foram parte chave do processo de desenvolvimento do projeto, além da utilização de modelos, layouts e referências na elaboração da proposta do espaço cultural.

Figura 02 : Mapa 01. Fonte: acervo do autor

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024_2

Partido

Tendo em vista toda a identidade do Capão, o centro cultural tem como princípio, atender solicitações de espaços voltados à reuniões artísticas, como por exemplo as batalhas de rimas, apresentações e produções do distrito, além de ser um espaço público, com fluxo e apoio educacional.

Projeto

O projeto apresenta três propostas principais na sua intervenção. A primeira é a conexão com o Parque Santo Dias, visando o melhor acesso do público que transita na região e os moradores que se encontrão no outro lado da Av. Ellis Maas, que acabam sofrendo um pouco com a distância das duas únicas entradas do parque. A Segunda seria a requalificação de um espaço sem nenhuma utilidade, para um ambiente de entretenimento cultural, lazer, apoio educacional e manifestação dos moradores do distrito. Já a terceira é o complemento do parque, que irá ficar com o lazer e atividades esportivas, enquanto o centro cultural ficar com a parte educacional e encontros.

Implantação (características)

1. Criação de uma área verde (Praça 1).

2. Recuo da parada de ônibus em frente ao centro, visando melhorar o embarque e desembarque de passageiros sem prejudicar o trânsito e o acesso ao centro.

3. 3 rotas de acesso ao parque.

4. Centro elevado a 1 metro do chão para controle de acesso.

5. O espaço do galpão tem como proposta a relação de exposições, eventos e batalhas.

6. Elaboração de um espaço na parte do terreno com a topografia mais baixa em relação ao córrego, para armazenamento de água, caso o nível do córrego aumente devido a chuvas.

7. Praça (2) no fundo do terreno para permanência, eventos e boas-vindas ao parque

Figura 03 : Implantação. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

No térreo temos a área de exposições devido ao espaço e facilitando a carga e descarga, o auditório para fácil o aceso e a apropriação dos espectadores no térreo, junto com um refeitório e área administrativa e recepção/informação.

O primeiro pavimento apresenta as oficinas, salas de jogos Foyer/praça de alimentação da cafeteria, virando um pavimento de educação, atividades e permanência, mais a primeira passarela metálica para circulação entre os pavimentos.

O segundo é voltado para salas de aula, coordenação do centro e biblioteca, e com no anterior a segunda passarela.

O terceiro é só educacional e de permanência, apresentação mais salas de aula, áreas de permanência e um acesso próprio da primeira parte da biblioteca no segundo pavimento para a sua segunda parte no terceiro.

E por fim a cobertura que é uma área toda de contemplação e permanência mais falas de máquinas e manutenção da edificação.

O sistema estrutural apresenta lajes de concreto e vigas metálicas, devido a sua eficiência estrutural. Apresentando alta resistência, flexibilidade de alterações e capacidade de vencer grandes vãos sem elevar muito o seu tamanho e valor.

Figura 04 : Corte Longitudinal BB. Fonte: acervo do autor

Referências

CCSP, Centro cultural são Paulo, archdaily

Disponível em:

https://www.archdaily.com.br/br/872196/classicos-da-arquitetura-centro-cultural-sao-paulo-eurico-pradolopes-e-luiz-telles/59282d4ee58ecee838000223-classicos-da-arquitetura-centro-cultural-sao-pauloeurico-prado-lopes-e-luiz-telles-foto?next_project=no

Centro cultural Arouca, archdaily

Disponível em:

https://www.archdaily.com.br/br/890527/centro-cultural-arauco-elton-leniz Equipamentos Capão redondo, www.capital.sp.gov.br

Disponível em:

Vila fundão, museudofutebol.org.br

Disponível em: https://museudofutebol.org.br/crfb/instituicoes/496288/

Dados, geosampa.prefeitura.sp.gov.br

Disponível em: https://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx

Dados, habitasampa.inf.br

Disponível em: http://www.habitasampa.inf.br/

Escola Parque Caxingui

Estrutura escolar como espaço de convivência e bemestar

Larissa Rua Gonçalves

Orientador: Prof. Ms. João Carlos Amaral Yamamoto

Figura 01: Pátio de Convivência Fonte: acervo do autor

Resumo

O estudo analisa como o espaço influencia a interação das crianças com o ambiente ao seu redor, propondo uma escola-parque para o ensino fundamental que incorpora os princípios da pedagogia montessoriana e promove o uso coletivo do espaço público. Inspirada nos ideais de Anísio Teixeira, a proposta valoriza uma educação integral e inclusiva, superando os limites tradicionais da sala de aula. Ao criar ambientes de convivência acessíveis à comunidade, busca reduzir a segregação educacional, fortalecer a relação com o tecido urbano e cultivar, nas crianças, o senso de pertencimento.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A partir dos ideais de Norberg-Schulz (2006) em “O Fenômeno do Lugar” a infância é a fase que servirá como base para as vivências posteriores, é o momento em que memórias serão criadas através do brincar e da imaginação, através do reconhecimento e familiarização com o espaço.

A estrutura escolar tem negligenciado as transformações da sociedade, desde a Revolução Industrial no século XIX, quando as escolas foram concebidas para atender à demanda de educação em massa. Essa herança histórica tem influenciado a arquitetura escolar, que frequentemente reproduz esses paradigmas sem considerar o espaço e em como seus usuários o ocupam. Como resultado, o sentimento de pertencimento da criança tem se perdido, não apenas pela falta de instalações públicas adequadas, mas também pela ausência de reconhecimento e respeito à cada uma de suas particularidades.

No contexto escolar, para Montessori, a criança deve ser incentivada a construir sua autonomia, no qual, o professor assume apenas o papel de mediador entre o aluno e o espaço educacional. Assim, o ensino é projetado como uma função do ambiente.

O ambiente de aprendizagem deve transmitir a sensação do que chamamos de casa, com atividades que se aproximem a tarefas do cotidiano, permitindo assim que o aluno reflita sobre a responsabilidade de cuidar do mundo como se fosse seu próprio lar.

A fim de introduzir a pedagogia Montessoriana ao sistema de escola-parque de Anísio Teixeira, a intenção deste trabalho foi desenvolver uma estrutura escolar para o ensino fundamental que através da arquitetura procura dar voz à necessidade de ir contra o modelo educacional existente que estamos sujeitos, trazendo perspectiva de um espaço que beneficie a comunidade em que está inserida com caráter também de equipamento público. Desta forma, ele se torna tanto um equipamento de lazer quanto pedagógico, o qual se torna essencial em regiões como o Butantã, que carece de equipamentos públicos de qualidade, de lazer e cultura. Apesar de termos escolas que trazem, em partes, essa nova linha de raciocínio para o real, em sua grande maioria são equipamentos do poder privado e que apenas reforçam a divisão espacial e a segregação.

Certamente outros tipos de equipamentos públicos, como centro cultural ou clube esportivo, beneficiariam o local, mas a instituição educacional permite que o aluno crie uma rotina e a noção de pertencimento, com seu principal uso diário, sendo poucas as chances de se tornar um local vazio. Com um público-alvo estabelecido, estimula outros usuários próximos a se apropriarem, também, do espaço ofertado.

Proposição

O processo de escolha do local teve como princípio a intenção de apoiar a causa dos moradores em relação à preservação do Parque do Caxingui, que ocupa uma área de 36.000 metros quadrados e está localizado na divisa entre o Morumbi e o Butantã, na Avenida Professor Francisco Morato. Embora houvesse previsão para a revitalização deste parque, em 2017, ele foi vendido a uma construtora, frustrando as expectativas de desenvolvimento e conservação do espaço. Desconsiderando o zoneamento aprovado pela Câmara Municipal em 2016, que classificou toda a área do Parque Linear Caxingui como Zona Especial de Proteção Ambiental (ZEPAM)

Utilizando o Parque Caxingui como base para a proposta. Além da criação da escola, propõe-se a revitalização do parque. considerando os âmbitos educacional e urbanístico. O conceito fundamenta-se na integração entre a prática pedagógica montessoriana e o uso coletivo do espaço público, com o propósito de fomentar uma relação dinâmica entre a comunidade escolar e o entorno urbano.

Figura 02 e 03: Imagens Aéreas do Local. Fonte: Jovem Pan
Figura 04: Corte Transversal DD Fonte: Acervo do Autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

O projeto abrange uma configuração de módulos no terreno de forma articulada visando à sua integração harmoniosa com o ambiente natural que os envolve, e que se adapte a topografia existente, se moldando em seu perfil natural.

O acesso à escola é realizado pela Rua João Scaciotti, que se abre para um amplo pátio concebido como um espaço de acolhimento para crianças, pais e educadores. Este espaço configura-se como um auditório a céu aberto, tendo ao fundo o Parque Caxingui como cenário.

Ao redor do pátio, encontram-se dois módulos que assumem funções importantes: à esquerda, o módulo destinado às atividades de contraturno e administrativas; à direita, o módulo da biblioteca, ambos responsáveis por recepcionar os frequentadores do espaço.

Ao atravessar o bloco da biblioteca, é possível acessar três módulos de ensino, que estão organizados em torno de outros pátios menores interligados, promovendo uma conexão funcional e acolhedora entre os espaços, ainda se destaca pela presença de uma horta coletiva, que reforça o vínculo entre a comunidade escolar e a natureza.

Na esquina da escola, localizam-se duas quadras poliesportivas descobertas, apoiadas por um edifício anexo que abriga vestiários, um depósito de materiais esportivos e a área técnica da instituição. garantindo infraestrutura adequada para as atividades físicas e esportivas.

Os blocos destinados ao ensino e à biblioteca estão interligados por passarelas aéreas no pavimento superior. Nos blocos de ensino, foram projetadas varandas que eliminam a necessidade de corredores fechados, mantendo a modulação adotada no pavimento térreo, proporcionando uma maior conexão das crianças com o ambiente externo.

Para acomodar todos os módulos, uma cobertura metálica independente se estende por toda a escola. Essa solução proporciona leveza visual e favorece a permeabilidade entre os espaços. A escola estabelece uma conexão visual com o Parque Caxingui, localizado ao fundo em um nível inferior, ainda que não haja acesso direto entre eles. O parque, no entanto, funciona como um cenário inspirador, integrando-se ao ambiente escolar por meio de um projeto que valoriza as características naturais do terreno

Figura 05: Planta de Ampliação do Pavimento Térreo Fonte: Acervo do Autor

A proposta de revitalização do parque aproveita os desníveis e contornos topográficos existentes, transformando-os em trajetos sinuosos que convidam os visitantes a um percurso harmonioso com a paisagem. Além disso, o plantio de vegetação arbórea é previsto para restaurar áreas anteriormente desmatadas, contribuindo para a regeneração ambiental. O projeto prioriza a experiência sensorial, promovendo uma interação mais profunda entre os usuários e o meio ambiente

Figura 06: Perspectiva. Fonte: Acervo do Autor

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Secretária de Educação Especial. Manual de acessibilidade Espacial para escolas: O direito à escola acessível! Brasília: MEC/ SEESP, 2009.

ESCOLA SEM MUROS, A Cidade Precisa de Você. Seminário Arquitetura para Autonomia: ativando territórios educadores. São Paulo, 2019.

FERREIRA, Rafaela. Como a arquitetura pode contribuir com o ensino? São Paulo, 2022.

FUTURA, Canal. Educação, natureza e sustentabilidade / Destino Educação – Escolas Inovadoras (Bali). São Paulo, 2019.

GARCIA, Cecília. Considerações sobre uma arquitetura escolar responsiva. São Paulo, 2018.

HOLL, Steven. Cuestiones de Percepción: fenomenología de la arquitectura. Barcelona: Gustavo Gili, 2011. (cap. 1, p. 1 a 3 do PDF traduzido)

KOWALTOWSKI, Doris C. C. K. A Arquitetura Escolar: o projeto do ambiente de ensino. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. (p. 80-157)

NORBERG-SCHULZ, Christian. O fenômeno do lugar. Cosac Naify, São Paulo, 2006. (p.443-461)

PAN, Jovem. Moradores do Jd. Guedala denunciam construção em zona de proteção ambiental. São Paulo, 2017.

Dispositivo de Subversão Racial: HIP HOP

Salvaguarda do Patrimônio Imaterial

Leonardo Alves R. Macedo

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

O trabalho explora o Hip Hop como patrimônio cultural imaterial, discutindo sua salvaguarda diante do processo de epistemicídio. Analisa-se o Hip Hop como um dispositivo de subversão racial, contrapondo-se ao dispositivo de racialidade de Sueli Carneiro. São apresentadas políticas públicas e estratégias comunitárias para reconhecer e preservar a memória e identidade da cultura. O projeto inclui o desenvolvimento de cartilhas de educação patrimonial, abordando aspectos técnicos e sociais, reforçando o protagonismo da comunidade e a importância do reconhecimento institucional.

https://linkme.bio/DispositivoDeSubversao

Figura 01: Render modelo físico do caderno e cartilha. Fonte: acervo do autor. Resumo

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O Hip Hop não é apenas uma cultura ou um movimento, é a expressão de uma luta coletiva que se desenvolve das periferias e desafia as estruturas racistas hegemônicas. No Brasil, onde o racismo opera como um dispositivo de controle e marginalização, o Hip Hop emergiu como um espaço de resistência e transformação social. Ele conecta identidades, resgata memórias e ocupa territórios, sendo ao mesmo tempo uma ferramenta de denúncia das desigualdades e um campo de criação e fortalecimento de narrativas que reconstroem o protagonismo negro e periférico. O Hip Hop, como cultura fundamentalmente negra, sofre processos de epistemicídio, que tenta apagar as raízes negras da cultura, nega e deslegitima saberes produzidos a partir da periferia, ameaçam a essência do movimento.

Inspirado no conceito de dispositivo elaborado por Michel Foucault e ampliado por Sueli Carneiro, este trabalho investiga o Hip Hop como um dispositivo de subversão racial, segundo Foucault, todo dispositivo de poder gera sua própria resistência, ou seja, o Hip Hop se dá como uma estrutura que confronta diretamente o dispositivo de racialidade mecanismo que organiza e sustenta o racismo estrutural no Brasil.

Reconhecido como patrimônio cultural imaterial já em 6 estados, SP / RJ / ES / RS / RR / PB, e em processo de registro em nível nacional, a patrimonialização, muitas vezes vista como um processo burocrático, precisa ser compreendida como um ato de resistência, uma garantia de que a cultura continue a ser protagonizada por aqueles que a criaram e a vivem. Este trabalho se propõe a investigar como o reconhecimento institucional pode dialogar com as práticas comunitárias, valorizando o protagonismo das periferias e garantindo que a salvaguarda do Hip Hop vá além de uma formalidade.

Figura 02: Estados brasileiros que o Hip Hop é regulamentado como patrimônio cultural imaterial. Fonte: Mapa produzido pelo autor.

O Hip Hop, em sua essência, é pedagógico, ensina sobre histórias de resistência, denuncia o racismo e cria redes de solidariedade e consciência. É necessário que o Hip Hop seja reconhecido não apenas como uma expressão cultural, mas como um campo legítimo de produção de conhecimento, cuja potência é capaz de questionar e transformar as bases das desigualdades raciais no Brasil.

Como parte resultante do desenvolvimento do trabalho, apresento duas cartilhas com o objetivo de conscientizar e orientar diferentes públicos sobre a importância da preservação do Hip Hop como patrimônio cultural imaterial do Brasil, apontando caminhos para essa salvaguarda

Não me proponho a contribuir para uma falsa democracia racial, mas sim, a partir de um olhar atento, apresentar um ponto de vista que possa construir e incentivar iniciativas e políticas públicas que atuem positivamente de forma antirracista, nas condições desfavoráveis em que se encontram o desenvolvimento de culturas negras e periféricas no Brasil, partindo do campo de resistência e subversão que é o Hip Hop. Enquanto movimento cultural e político, se desenvolve nos territórios urbanos, ocupando ruas, praças e outros espaços públicos, as periferias, marcadas por um planejamento urbano excludente, tornam-se território desse movimento, que ressignifica esses lugares ao transformá-los em espaços de produção cultural e enfrentamento às desigualdades. O conceito de dispositivo de racialidade, apresentado por Sueli Carneiro, dialoga com a segregação espacial das cidades e com o modo como os corpos negros e periféricos são marginalizados em suas ocupações Entender o Hip Hop como um dispositivo de subversão racial é também compreender como ele transforma esses territórios e desafia as lógicas de controle impostas pelo dispositivo de racialidade, contribuindo para que todos tenham direito à cidade.

Proposição

A experiência com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI) demonstram que o Brasil possui ferramentas institucionais para salvaguardar bens culturais imateriais, mas essas ferramentas esbarram na ausência de implementação prática e no distanciamento das comunidades que produzem e vivem essas culturas. É essencial, portanto, ampliar o reconhecimento legal do Hip Hop, garantindo que sua proteção ocorra em âmbito municipal, estadual e nacional, sempre respeitando as especificidades regionais que enriquecem o movimento.

A conexão com movimentos sociais é igualmente estratégica, reforçando que o Hip Hop não está isolado, mas profundamente vinculado às lutas por justiça social, igualdade racial e direito à cidade. A produção e o registro da memória coletiva, também se apresenta como uma forma de valorizar e documentar a história do movimento, registrando sua trajetória, e as experiências daqueles que o vivem e o transformam diariamente.

É importante que o processo de salvaguarda respeite o dinamismo do Hip Hop, preservando suas raízes sem congelar sua evolução. A cultura é viva, em constante movimento, e o Hip Hop reflete essa característica ao mesmo tempo em que enfrenta desafios como o embranquecimento e o apagamento de suas origens. Reconhecer o movimento como um dispositivo de subversão racial significa garantir que ele permaneça um espaço de produção de conhecimento e resistência, para que não seja reduzido a apenas objeto de mercado ou entretenimento.

Proteger o Hip Hop como patrimônio cultural imaterial é, acima de tudo, um ato de resistência coletiva. Ao valorizar suas raízes e assegurar sua continuidade, se reafirma o papel das periferias e das comunidades negras na construção de uma sociedade mais justa e equitativa. O Hip Hop é, ao mesmo tempo, memória e futuro, é resistência que exige ser ouvido, celebrado e preservado.

A salvaguarda do Hip Hop como patrimônio cultural imaterial transcende o reconhecimento formal. Trata-se de um movimento que não é apenas cultural, mas profundamente político e social. Uma das iniciativas desenvolvidas, é a elaboração de duas cartilhas que atendem a públicos diferentes e complementares.

A primeira, voltada para hip hoppers e o público geral, tem como objetivo conscientizar sobre a importância do Hip Hop como ferramenta de resistência e transformação social. Apresenta conceitos como o dispositivo de racialidade, explicando de maneira prática como essas estruturas impactam o movimento. Essa cartilha também busca mobilizar a comunidade para uma defesa ativa do Hip Hop, reforçando seu papel na construção de identidades periféricas e negras. Já a segunda cartilha é direcionada a agentes culturais, oferecendo diretrizes metodológicas para o registro e a implementação de planos de salvaguarda.

Figura 03: Páginas 16 e 17 “C” da cartilha para Hip Hoppers Fonte: Produzido pelo autor.

BACHARELADO

Figura 04: Páginas 16 e 17 “D” da cartilha para Agentes Culturais Fonte: Produzido pelo autor.

Para apresentar a discussão evidenciada no desenvolvimento do trabalho, foi projetado para ser impresso em um modelo físico. Caderno com design flip ou invertido, onde, na metade, o caderno precisa ser girado 180° para continuar a leitura, fazendo alusão a um disco de vinil, que tem dois lados de conteúdo, e precisa ser virado na vitrola para que todo o conteúdo do disco seja tocado.

Composto por:

- Uma luva de proteção, que compõe a capa principal do “Álbum”;

- Um encarte, contendo os “samples” (referências bibliográficas), ficha técnica, glossário, informações gerais do trabalho;

- Caderno, dividido em lados A e B, que compõe a pesquisa e todo desenvolvimento do trabalho;

- Caderno, dividido em lados C e D, compondo as cartilhas de educação patrimonial.

Figura 05: Render modelo físico do caderno e cartilha. Fonte: Produzido pelo autor.

Referências

BASTOS, Rossano Lopes. Patrimônio, memória, direito cultural e território. In: NOGUEIRA, João Carlos; NASCIMENTO, Tânia Tomázia do (Org.). Patrimônio cultural, territórios e identidades. Florianópolis: Atilènde, 2012. p. [83]-[104].

BERGSON, Henri. Memória e vida: textos escolhidos. Organizado por Gilles Deleuze. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Art. 215, Sec. II - Da cultura.

BRITO, Gisele; MENDONÇA, Pedro Rezende; ROLNIK, Raquel. Territórios de exclusividade branca: segregação, negação e enfrentamento do racismo no planejamento urbano da cidade de São Paulo. Revista Brasileira de Direito Urbanístico, Belo Horizonte, ano 9, n. 17, p. 35-59, jul./dez. 2023. DOI: 10.52028/RBDU.v09.i17-ART02.SP.

CARNEIRO, Sueli. Dispositivo de racialidade: a construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 1. ed. Rio de Janeiro: [Zahar], 2023.

CONSTRUÇÃO NACIONAL DO HIP HOP. Inventário participativo da cultura Hip Hop brasileira. 2023. Disponível em: https://www.cnacionalhiphop.com.br/sobre-nos. Acesso em: 24 fev. 2024. (CONSTRUÇÃO NACIONAL DO HIP HOP, 2023)

D’ANDREA, Tiaraju Pablo. A formação das sujeitas e dos sujeitos periféricos: cultura e política na periferia de São Paulo. São Paulo: Editora Dandara, 2022.

EMICIDA, prefácio. In: ROLNIK, Raquel. São Paulo: o planejamento da desigualdade. São Paulo: Três Estrelas, 2022.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 36. ed. Petrópolis: Vozes, 2014

MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de et al. A cidade como bem cultural: áreas envoltórias e outros dilemas, equívocos e alcance da preservação do patrimônio ambiental urbano. [Debate]. Patrimônio: atualizando o debate. São Paulo: IPHAN. 2006. Disponível em: https://biblio.fflch.usp.br/Magnani_JGC_76_1636193_ACidadeComoBemCultural.pdf. Acesso em: 12 de mar. 2024.

ROLNIK, Raquel. A cidade e a lei: legislação, política urbana e territórios na cidade de São Paulo. 3. ed. São Paulo: FAPESP/Nobel, 2003.

SILVA, Nerie Bento. O Hip Hop não é uma cultura estática. Instagram, 23 mar. 2022. Disponível em: https://www.instagram.com/p/Cbd6kwjt9iT/. Acesso em: 14 mar. 2024.

Utilização de ATHIS para reabilitação de edificações ocupadas no centro histórico de São Paulo

Estudo de caso: Edifício Hotel Central

Lucas Chausse Lima

Orientador : Prof. Dr. . Ricardo Luis Silva

Figura 01 : Modelo 3D com intervenção artística fachada Ed. Hotel Central. Fonte: acervo do autor.

Resumo:

A questão da moradia popular no Brasil tem sido alvo de debates e disputas a muito tempo. Seja pela falta de políticas públicas para garantir acesso a habitação digna para as populações de baixa renda, pelas estratégias predatórias do mercado imobiliária, pelo número de imóveis ociosos ou pelo crescente déficit habitacional e da população em situação de rua. Esse debate se mostra mais necessário que nunca. Nesse contexto, surge o método da Assessoria Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS). Essa abordagem visa conectar arquitetos urbanistas diretamente às comunidades que carecem de melhorias, regularização ou construção de habitações sociais. A ATHIS representa uma nova frente na luta pela garantia de moradia digna. Visto esse contexto, esse trabalho busca analisar a realidade dos problemas que geram esse grande déficit. E busca estudar a possibilidade de revitalização do centro de São

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Paulo a partir do uso da ATHIS em suas ocupações. Tendo como projeto piloto o antigo edifício ocupado pela frente de luta por moradia (FLM) o Hotel Central, Localizado na Av. São João próximo ao Vale do Anhangabaú, ao lado do palácio dos correios e em frente à praça das artes. Busco por meio da etnografia identificar os problemas da comunidade que reside na ocupação, e buscar formas de saná-las junto dos problemas de salubridade. E buscar estratégias para permanência dos moradores no local.

Introdução:

Em nosso país a moradia é tida como direito constitucional desde 1988. Porém, no decorrer da vida acadêmica e profissional, pude observar a mercantilização irrefreável da habitação na sociedade contemporânea. E, com o avanço do modelo econômico neoliberal a partir das décadas de 80 e 90, vemos o país se afundar cada vez mais em um déficit habitacional. Por mais que em 2009 tenha sido criado o programa habitacional federal “minha casa minha vida”, ele se mostrou incapaz de frear o avanço do déficit, que segundo dados da fundação João Pinheiro está atualmente em mais de 6 milhões de unidades habitacionais em todo o Brasil, número que se mantém estável pelo menos desde 2010.

Entretanto, o número de domicílios vagos em todo o Brasil cresceu exponencialmente nos últimos 10 anos, ultrapassando atualmente o marco de 15 milhões de unidades, número que seria suficiente para sanar o déficit 2 vezes. Esses imóveis que estão “abandonados” em sua maioria possuem dívidas , são alvos de especulação ou simplesmente lhe faltam pessoas com capacidade econômica de lhes adquirirem.

Na capital paulista esse número não é diferente. Foi registrado pelo instituto brasileiro de geografia (IBGE) em 2022, que São Paulo tem quase 600 mil imóveis ociosos, muitos indo para o arruinamento. Esses imóveis em sua maioria localizados no centro de São Paulo. Enquanto isso, o déficit habitacional da metrópole está por volta de 450 mil unidades, e com uma população de rua de cerca de 35 mil indivíduos. Visto apenas os números podemos chegar à conclusão de que esses imóveis vazios seriam o suficiente para sanar com o déficit habitacional, garantir moradia digna para os indivíduos em situação de rua e ainda sobrariam 115 mil unidades.

Isto posto, partimos para o objeto de estudo desse trabalho. O antigo edifício do Hotel central está localizado ao lado da sede dos correios na Av. São João, centro histórico de São Paulo, possui arquitetura eclética elaborada pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo. É tombado como patrimônio histórico, cultural e ambiental da cidade de São Paulo pelo CONPRESP desde 1992 e se mostra em situação de abandono pelo menos desde 2010. O edifício foi ocupado pelo movimento de luta por moradia “Frente de luta por moradia” (FLM) desde 2015 e atualmente se encontra em situação de arruinamento. No imóvel vivem cerca de 66 famílias em situação de vulnerabilidade social. E por se tratar de uma ocupação, não possui saneamento básico regular, acesso a eletricidade regular e tão pouco as manutenções que um edifício desse porte carece.

Tendo em vista que as pessoas moradoras dessas ocupações estão apenas cumprindo com seu direito constitucional, o dever do estado não seria garantir a plena segurança e bem-estar delas? Foi com esse pensamento, que busquei elaborar uma forma de sanar com todos esses problemas apresentados, através de uma nova política pública, que se utilizando da acessória técnica em habitação de interesse social (ATHIS) teria como objetivo a reabilitação dos edifícios ocupados no centro de São Paulo, para habitação popular. E como forma de entender melhor como seria implementado essa nova política pública, elaborei um estudo de caso no já citado edifício Hotel Central. E busquei a partir da etnografia entender quais são os problemas enfrentados pela a população que reside no local, e por meio das estratégias da elaboradas pela a ATHIS, encontrar formas de sana-los. Juntamente com uma requalificação do edifício, buscando trazer esse projeto de mais de 100 anos para atualidade. Sanando os problemas de salubridade, uso, acessibilidade e conforto que um edifício desse porte carece.

Proposição:

O partido para meu projeto, era preservar o máximo possível das características históricas da edificação, garantir a maior permanência possível das 68 famílias que já habitam no local (sempre levando em consideração as limitações impostas por questões de salubridade), e a partir das minhas visitas, buscar formas de reforçar as características que a população da ocupação pensou para o local. Visto isso elaborei o seguinte programa:

-1 Restaurante escola / cozinha coletiva

-1 Refeitório e salão de eventos

-1 biblioteca / livraria popular

-4 lavanderias coletivas

-48 unidades habitacionais, variando de 1 até 2 quartos. Para alocar esse programa contava com o térreo de cerca de 600m² mais 4 pavimentos de cerca de 550m². tendo variações de altura de seus pés direitos, sendo o térreo com 5,2m, os andares 1 e 4 com 3m, e os andares 2 e 3 com 4,4m. Em um lote com T.O de 100%, e 5 metros de desnível entre sua fachada frontal e sua fachada posterior, sendo o térreo da Av. São João subterrâneo na rua Abelardo pinto. O edifício de mais de 100 anos, foi construído em estrutura de concreto armado, uma grande novidade para a época. Novidade essa que fica evidente quando analisamos a malha estrutural do projeto, que possui vários pilares fora do eixo, transformando o em um verdadeiro desafio para alinhar suas paredes com seus pilares existentes, e transformando a tarefa de alinhar as paredes com as vigas um desafio quase impossível.

Figura 02 : Fotografia fachada Ed. Hotel Central. Fonte: acervo do autor.

Figura 03 : Modelo 3D perspectiva explodida projeto Residencial Central. Fonte: acervo do autor

Figura 04 : Corte EE projeto Residencial Central. Fonte: acervo do autor

A partir desses pontos e com o programa já elaborado, parti para elaborar o desenho do térreo da Av. São João. Por ser uma via com um grande fluxo de pessoas e sendo o eixo mais rápido para vários dos equipamentos culturais citados, a integração dele com a avenida se mostrava de suma importância. Então, nele busquei alocar o restaurante escola (157m²) junto da Biblioteca / livraria popular (165m²). No projeto também, foi elaborada uma cozinha comunitária (40m²) de forma com que ela servisse para abastecer tanto restaurante quanto o refeitório do prédio que foi ampliado (65m²),

Já a biblioteca / livraria popular, também foi pensada como forma de fortificar um conceito predecessor ao projeto. Pois, a ocupação possuía uma pequena biblioteca, então como forma de consolidar ainda mais essa pré-existência, foi pensado um meio de ampliar essa biblioteca e de ligá-la com a rua.

Já a entrada para a área residencial se manteria no local original da entrada do hotel. Porém, como forma de se adequar as normas de acessibilidade atuais, a antiga escada que eleva a entrada do nível da rua em cerca de 1,6m foi transformada em uma longa rampa, que no seu fim tem o local da portaria com um banheiro para uso do porteiro. Logo ao lado da portaria, se encontram o elevador (pré-existente reformado) e a escada enclausurada. Que para ser elaborada, teve que se demolir e reposicionar a escada original. Entre e o elevador e a escada estão os acessos para o refeitório junto do acesso para a biblioteca, que seria controlado pela portaria. Devido ao generoso pé direito de 5,2m do térreo, foram alocados mezaninos aumentando a área útil do edifício, para se alocar o programa pensado para o mesmo. Assim aumentando o espaço da biblioteca, criando uma parte para estudo e desenvolvimento de atividades e oficinas, já acima da cozinha coletiva foi alocado o salão de festas e reuniões, pois na ocupação os moradores precisavam de um espaço qualificado para fazer suas reuniões de organização de pautas e um espaço para confraternizações.

Figura 05 : Plantas, térreo e mezanino do térreo projeto Residencial Central. Fonte: acervo do autor

Após resolver o pavimento térreo junto de seu mezanino, parti para os pavimentos com unidades habitacionais, que se mostrou um verdadeiro desafio de se resolver. Devido à falta de ortogonalidade da edificação, juntamente com a sua estrutura sem eixos bem definidos, fez com que alocar as unidades de forma coerente com sua estrutura se mostrasse inviável. Os pés direitos dos pavimentos também variavam, sendo os andares 1 e 4 possuindo 3m de altura, e os andares 2 e 3 com 4,4 m de altura. Isso posto, foi adotado duas plantas diferentes para se adequar aos pavimentos com pé direito diferente. Sendo alocadas um total de 10 unidades habitacionais, nas plantas dos pavimentos com 3m, que variavam de studios de 25m² a apartamentos de dois quartos com até 50m² Já nos pavimentos com o pé direito de 4,4m, foram adotadas unidades com mezaninos. Essa solução foi adotada como forma de ampliar a quantidade de unidades, que saltaram de 10 por pavimento para 16 por pavimento, e de se criar uma melhor habitabilidade. Foi adotada uma divisão dos pisos de forma com que, as áreas comuns e banheiros ficassem no piso e a área dos quartos no mezanino. Essas unidades variavam de 40 a 50 m².

Figura 06 plantas pavimentos 1 a 4 projeto Residencial Central. Fonte: acervo do autor Referências:

B. Kara José A popularização do centro de São Paulo: um estudo de transformações ocorridas nos últimos 20 anos. Tese de doutorado para FAU USP. 2010

CAU BR. Cartilha ATHIS. Assistência técnica em habitação de interesse social - Um direito muitas possibilidades. 2018

G. Magnani. De perto e de dentro: Notas para uma etnografia urbana. Revista brasileira de ciências sociais, v. 17, n. 49, p. 11-29, 2002.

H. Frúgoli Jr. A questão da centralidade em São Paulo: O papel das associações de caráter empresarial. Revista de Sociologia e política UNESP. Jun-2001

H. Lefebvre. O Direito à Cidade. 1968. Editora Centauro. 5º Edição - 2008 Tradução Rubens Eduardo Frias. Publicação 2011.

Complexo Funerário

Um espaço de memória e acolhimento

Stephane Queiroz Nogueira

Orientador : Prof. Ms. João Carlos Amaral Yamamoto

Resumo

Os espaços funerários, frequentemente percebidos de forma negativa devido à falta de cuidado em sua implantação e manutenção, distanciaram-se de sua função essencial de memória e acolhimento, tornando-se locais inóspitos tanto para visitantes quanto para funcionários. Frente a esse cenário, propõe-se o desenvolvimento de um cemitério e crematório vertical como expansão do cemitério Vila Mariana, em São Paulo. O projeto busca criar um espaço digno e confortável, atendendo à crescente demanda urbana decorrente do aumento populacional, enquanto adota soluções ambientais que minimizam os impactos negativos da decomposição presentes nos modelos horizontais

Figura 01 : Elevação. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Este trabalho final de graduação foi motivado a partir de minha observação sobre percepções sociais, em sua maioria, negativas em relação aos espaços destinados a uso de serviços funerários. Apesar deste ser, em sua essência, um local de memória e acolhimento ao falecido e as demais pessoas durante o momento de luto. É comum, observar em cemitérios um descuido em sua implantação e/ou falta de manutenção do local, afetando tanto a conveniência quanto o conforto do local para seus funcionários e visitantes. Contudo, essa realidade diverge de seu propósito, transformando esse local em um espaço inóspito - afastando sua relação com seus visitantes. Em virtude dessa apreensão, propõem-se o desenvolvimento do projeto para um cemitério e crematório vertical - como expansão do cemitério Vila Mariana - adequado às necessidades de acessibilidade, conforto e saúde dos usuários, instigando a mudança desse estereótipo a partir de sua capacidade de, parcialmente, confortar o vazio da emoção e preservar sua memória de forma funcional.

Os cemitérios são espaços dedicados ao sepultamento - prevalecendo o enterro de cadáveres humanos – como também, um espaço para práticas religiosas. Ademais, o fator vertical do projeto decorre de aspectos urbanos e ambientais. O aspecto urbano tem em vista o constante crescimento populacional da cidade de São Paulo – SP. Assim, além de aumentar o número de mortes, o aumento da densidade populacional reflete o aumento da ocupação do solo. Revelando a falta de espaços livres, em especial, adequados ao uso funerário. Posteriormente, gerando um esgotamento dos espaços cemiteriais existentes.

Para o aspecto ambiental, cemitérios são estruturas que demandam um alto nível de cuidado com sua implantação e manutenção, devido a seu risco de contaminação dos solos e corpos d’água de seu entorno. Algo que, anteriormente, não se era enfatizado o suficiente ao determinar o local de sua implantação. Por esses motivos, o cemitério vertical surge como uma opção de projeto que - muito possivelmente – se tornará cada vez mais comum, por conseguir superar as problemáticas desses aspectos. Assim, permitindo que se ocupe um maior número de jazigos pela mesma área, ao mesmo tempo que, não prejudica seu terreno, uma vez que o meio de decomposição implantado não interfere em seu terreno e corpos d’água próximos.

Proposição

Ao determinar a ocupação dos volumes no terreno, foi possível desenvolver melhor suas respectivas volumetrias e demais características de projeto.

A rua Batista Caetano atualmente possui um baixo fluxo, tanto de automóveis quanto de pedestres, devido a seu uso predominantemente residencial, o que não torna o percurso convidativo, uma vez que não se há uso de acesso público além do cemitério. Como resposta a essa configuração – e visando explorar a topografia do terreno – se decidiu aterrar os blocos de atendimento/administração e operacional ao limite do terreno. Assim, as lajes desses blocos serão utilizadas como uma ampliação da calçada, criando espaços de permanência mais convidativo aos pedestres.

O acesso da Rua Batista Caetano (760,00) ao nível térreo (756,00) se dá através de uma passarela que conecta a laje do bloco administrativo à laje da sala de velórios/crematórios. Seguidamente, o percurso se divide em duas rampas, encaminhando o acesso ao primeiro pavimento (767,00) – onde estão posicionados os jazigos e cinerário – ou ao pavimento térreo, obtendo-se acesso aos usos restantes (lóculos, ossário, salas de velório, salas de crematório, velário e blocos operacional e de atendimento).

Como mencionado no capítulo anterior, o percurso explorado pelos visitantes no projeto corresponde a um importante aspecto na construção da atmosfera do ambiente, instigando a sua imersão no espaço desde sua chegada. Dessa forma, além de atender a seu aspecto técnico de transição entre níveis, a passarela e rampas se posicionam como um espaço neutro -emocionalmente- e de reflexão por funcionar como um mirante (por se encontrar acima do nível da Av. Engenheiro Luís Gomes Cardim Sangirardi), o que permite um horizonte urbano amplo, além dos aspectos naturais como a arborização que delimita o terreno e os espelhos d’água ao topo das coberturas das lajes.

Em relação a volumetria do edifício cerimonial, ele se desdobra em dois volumes conectados pela circulação vertical, essa divisão tem como critério os dois perfis de visitantes característicos do equipamento – os que se encontram no momento de luto mais forte, que houveram perdas recentemente – portanto, se utilizando majoritariamente das salas cerimoniais, de velório e crematório e a segunda, é dos visitantes frequentes ao espaço - geralmente composta por parentes e entes próximos do morto – O objetivo das visitas é mais decorrente de datas celebratórias e manutenção das expressões de afeto, como troca de flores. Ambos os perfis são, igualmente, relevantes, todavia, diferenciam-se pela sua volatilidade do espaço inserido com seu estado mental e a intensidade de seus fluxos.

Apesar de se conectarem por meio das rampas, os dois volumes possuem a mesma linguagem arquitetônica, destacada pela curvatura dos espaços, o percurso linear – porém não contínuo – e a entrada de luz no espaço por meio de grandes rasgos/aberturas.

A escolha por essa representação derivou-se de alguns fatores, sendo o primeiro devido a nossa leitura subconsciente do espaço. Em um ambiente delimitado por paredes retangulares é gerado uma percepção de imprevisibilidade, devido as paredes retangulares serem um elemento que representa separação, em contraposição, as paredes curvadas nos encaminham naturalmente pelos diferentes ambientes, por não terem uma separação (limites) demarcada.

Segundamente, a decisão de posicionar os acessos desalinhados uns aos outros veio pela vontade de simbolizar a imprevisibilidade da vida e nosso tempo restante nela através da comparação da experiência do visitante conhecendo a obra pela primeira vez. Assim, igualmente a nossa incompreensão sobre nosso tempo restante e novas fases que ainda iremos vivenciar, o visitante também não tem como antever seus limites, logo, descobrindo a extensão do edifício conforme alcança cada novo caminho.

Figura 02 : Planta Térrea. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Por fim, a decisão por uma abordagem mais “dramática” da entrada de luz no espaço decorreu-se pelo maior contraste entre sombras e luzes ocasionado por essa inserção. Essa característica é muito beneficial em espaços de reflexão e que buscam serem acomodativos pois o contraste gerado por zonas claras e escuras são notavelmente mais aconchegantes e calorosos para pessoas, do que ambientes compostos por uma iluminação constante e regular. (número da referência)

Figura 03: corte AA. Fonte: acervo do autor
Figura 04: corte CC. Fonte: acervo do autor

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024_2

Referências

NEUFERT, Ernst. Arte de projetar em arquitetura. 17. ed. São Paulo: Gustavo Gili, 2004. p. 579. Pancheco, Alberto. Meio ambiente & cemitérios/ Alberto Pancheco. –São Paulo: Editora Senac São Paulo,2012. – (Série Meio Ambiente, 15 / Coordenação José de Ávila Aguiar Coimbra Overstreet, Kaley. "Carlo Scarpa: o mestre da escultura e da luz" [Carlo Scarpa: The Master of Sculpture and Light] 04 Abr 2023. ArchDaily Brasil. (Trad. Ghisleni, Camilla) Acessado 3 Jun 2024.

SÃO PAULO (Estado). Lei n° 10.083. Código sanitário do Estado de São Paulo. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13969: Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. Rio de Janeiro, 1997.

SÃO PAULO (Município). Apêndice XXI do Subanexo II do Anexo VII - Vila Mariana. [pdf].

SÃO PAULO (Município). Diretrizes Arquitetônicas. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/governo/desestatizacao/cemiterios/el04/An exo%20VIII%20-%20Diretrizes%20Arquitetônicas.pdf

SÃO PAULO (Município). Memorial Descritivo da Área. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/governo/desestatizacao/cemiterios/el04/An exo%20VII%20-%20Memorial%20Descritivo%20da%20Area.pdf

Serviços de Necrotério, Velório e Cemitério - CNAE: 9603-3/01, 9603-3/02, 9603-3/03 e 9603-3/04.

ZUMTHOR, Peter. Atmosferas. São Paulo: Editora Gustavo Gili, 2006. "Cemitério da Colina Eterna / Behet Bondzio Lin Architekten" [Eternal Hill Columbarium / Behet Bondzio Lin Architekten] 23 Jun 2023. ArchDaily Brasil. Acessado 9 Dez 2023. ISSN 0719-8906

Arquitetura do Edifício

Centro de pesquisa e produção de medicamentos canabinóides

Beatriz Natsumi Hirata

Orientador : Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01 : Vista do fundo do lote. Fonte: acervo do autor

Resumo

A cannabis é uma das plantas mais pesquisadas da ciência. A comprovação e benefícios do uso durante tratamento de patologias é algo atualmente discutido. Propõe-se um local de pesquisa e produção de medicamentos canabinoides, levando resultados de conhecimento quanto a investigação, testes e produção para a sociedade. O projeto tem como objetivo através da arquitetura esclarecer o que seria necessário para uma infraestrutura desse tipo funcionar, visando a articulação entre o cultivo, a produção e a pesquisa laboratorial. Atendendo as demandas da planta e das pessoas que ali trabalham nos diferentes setores da produção.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Conforme pesquisas e conversas com farmacêuticos estudou-se como é o cultivo da cannabis e algumas referências de instalações no exterior, assim como entender como seria um centro de pesquisa

Dois fatores foram essenciais para a concepção do projeto: a setorização e os fluxos:

- áreas de cultivo: compreende o plantio e todas as etapas de crescimento da planta

- extração: consiste na secagem, armazenamento e extração do óleo de canabidiol e envase

- controle de qualidade: etapa para aprovação da amostra para posterior distribuição distribuição e armazenamento: almoxarifado com produtos químicos e embalagens

- pesquisa pré-clínica: pesquisa laboratorial de etapa pré-clínica

- pedagógico: centro de convenções para aulas, treinamentos e eventos no geral.

do autor

- definiu-se um acesso de funcionários na av. Torres de oliveira, após registrar o ponto eletrônico e utilizar o vestiário no bloco administrativo o funcionário encaminha-se para o setor

- insumo: o vegetal é levado da estufa para o prédio de laboratórios por meio da passarela

- medicamento: o insumo se torna extrato e este segue um movimento de “descida” entre os pavimentos até ser enviado pelo acesso da av. Torres de oliveira - acesso também dos caminhões de distribuição

- visitantes: define-se um acesso pela av jaguaré. O visitante pode dirigir-se para a parte pedagógica ou visitar para conhecer o complexo

Figura 02 : Setorização do projeto. Fonte: acervo do autor
Figura 03: Fluxos do projeto. Fonte: acervo

Proposição

Figura 04: Planta do térreo. Fonte: acervo do autor

No térreo do edifício de laboratórios concentram-se as atividades finais antes da saída do produto, como os laboratórios de controle de qualidade com todas as suas etapas e o local de doca.

No edifício pedagógico de pavimento único, está o auditório e salas de aula

Na estufa estão concentradas as plantas nas fases de germinação, berçário e vegetação. Já o estágio mais amplo, o de floração, acontece na área externa.

Figura 05: Perspectiva do complexo. Fonte: acervo do autor

A estrutura do bloco de laboratórios é de concreto com pilares cilíndricos aparentes na fachada. As janelas em fita são protegidas com brise soleil para controle de entrada de sol nos ambientes de laboratórios e ambientes de secagem.

A estrutura da abóboda é metálica, flangeada no topo e que ultrapassa em 3 metros a altura do edifício e que por sua vez repousa encontrando os pilares de concreto.

As passarelas que ligam a estufa ao pavimento de secagem e cura, são treliçadas com pintura em verde. Cria-se um mirante na estufa voltado o bloco pedagógico e para a Av. Jaguaré.

O auditório possui cobertura que remete o ¼ de circunferência da abóboda e a cobertura de shed.

Figura 06: Vista da esquina. Fonte: acervo do autor.
Figura 07: Corte DD. Fonte: Acervo do autor

Referências

AMARAL, Denise, et al. Legislação atual sobre cannabis medicinal. Histórico, movimentos, tendências e contratendências no território brasileiro. Disponível em: https://www.scielo.br/j/brjp/a/MfJFNtDgvpXHrFpxnFLkCgv/?lang=pt#

Estufa Floriade Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/1010693/estufa-floriade-v8-architects

Formas de consumir maconha. Disponível em: https://kayamind.com/formas-de-consumir-maconha/

HONÓRIO, Káthia Maria, et al. Aspectos terapêuticos de compostos da planta Cannabis sativa Disponível em: https://www.scielo.br/j/qn/a/LmPbLrC3DY6Z68BK6cMHPbf/?lang=pt&format=html#

Instituto do câncer do estado de São Paulo Disponível em: https://ensinoepesquisa.icesp.org.br/pt/pesquisa/c

RIBEIRO, Sidarta. As flores do bem: A ciência e a história da libertação da maconha, São Paulo, 2023.

Virtual tour of a cannabis lab. Disponível em: https://www.analyticalcannabis.com/immersive/virtual-tourof-a-cannabis-lab

Hotel e Centro Comercial junto ao Aeroporto de Congonhas

Bianca Monteiro de Barros dos Santos

Orientador : Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino

O presente trabalho propõe a implantação de um complexo de uso misto próximo ao Aeroporto de Congonhas, visando atender à crescente demanda turística da cidade, impulsionada pela expansão do Aeroporto de São Paulo/Congonhas.

O projeto, fundamentado em estudo sobre a oferta de hospedagem, integra diferentes usos no terreno para oferecer uma estadia diferenciada. Destaca-se pela proximidade com a futura estação “Aeroporto” da linha 17- Ouro do monotrilho e pela conexão a passarela pública Manuel Moreira Giesteira, tornando o local mais seguro e convidativo aos pedestres.

Versão integral do trabalho em (https://online.fliphtml5.com/sotcz/ycxc/)

Figura 01 : Vista piscina Hotel. Fonte: acervo do autor
Resumo

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O Aeroporto de Congonhas, um dos principais indicadores do grande fluxo de pessoas que circula pela cidade de São Paulo diariamente, se insere no contexto urbano como um marco temporal. O equipamento que, na década de 30, foi estrategicamente implantado em uma região afastada do centro urbano, hoje encontra-se no cerne do cenário desordenado de uma metrópole que abriga mais de 11,4 milhões de pessoas (IBGE, 2022).

A proposta deste trabalho, surgiu do contato com o Aeroporto e seu entorno, durante o trajeto de deslocamento até o Centro Universitário SENAC Santo Amaro. Após uma análise inicial, foi possível identificar a necessidade de propor um complexo que se adequasse às crescentes e diversas demandas locais, parcialmente atendidas pela tipologia clara e difundida dos edifícios construídos nas avenidas que circundam o Aeroporto.

A partir disso, e tendo em vista os conceitos aprendidos ao longo dos semestres, o projeto foi desenvolvido em função de sua conexão com a cidade, com o objetivo de exercer o papel fundamental do arquiteto e urbanista. Assim, através do conceito das cidades compactas, há uma ênfase na importância dos espaços multifuncionais como elementos contribuintes da dinâmica da vida urbana por meio da convivência de distintas partes da cidade (ROGERS,1990).

Dessa forma, além da proposta de multifuncionalidade, o projeto implementa uma fruição com as vias de acesso, de forma a propor conexões com a passarela pública de pedestres, Manuel Moreira Giesteira, e com a estação Aeroporto, a cerca de 600m do terreno.

O lote escolhido, localizado no distrito do Campo Belo, está em uma região na qual a predominância dos automóveis é notável. As calçadas são estreitas, e além da sensação de desconforto e insegurança que a estruturação viária de grandes avenidas causa nos pedestres, há uma disputa de lugar com os robustos pilares do monotrilho, que invadem, esse já tão reduzido espaço.

A tendência é que esse número aumente ainda mais com investimentos na melhoria da infraestrutura do aeródromo, o que culmina em uma demanda maior por estadias temporárias. Assim, a implantação do hotel com um centro comercial, objetiva atender os dois diferentes perfis que desembarcam na região, executivos à trabalho e turistas, integrando questões de mobilidade e desenvolvimento da economia local.

Figura 02 : Mapa 01I Cidade de São Paulo, distrito de Santo Amaro. Fonte: acervo do autor

Proposição

O partido parte da proposição de uma volumetria desenvolvida entorno de uma praça central, com abertura para a Avenida Washington Luís, os edifícios foram implantados ao fundo do terreno a fim de garantir uma ideia de continuidade, entre a chegada da passarela, o passeio e o acesso à área comercial e ao hotel.

O terreno ocupa a quadra toda, e por isso há uma opção pela fruição entre ruas, a partir dessa praça central. Tanto pelos edifícios comerciais, quanto pelos pavimentos do hotel, é possível acessar as quatro ruas que cercam a gleba. Dessa forma, o conjunto multifuncional torna-se convidativo aos pedestres e cumpre com sua premissa inicial de atender as necessidades locais, mas também de se afirmar como um espaço de permanência e lazer.

Figura 03 : Corte passarela pública Manuel Moreira Giesteira. Fonte: acervo do autor.
Figura 03 : Corte passarela pública Manuel Moreira Giesteira Fonte: acervo do autor

BACHARELADO

Figura 04 : Perspectiva Explodida. Fonte: acervo do autor
Figura 05 : Lobby Hotel. Fonte: acervo do autor.

Referências

ANDRADE, Nelson; BRITO, Paulo Lúcio de; JORGE, Wilson Edson. Hotel: planejamento e projeto, SENAC, 2005.

BRASIL. Ministério da Defesa Comando da Aeronáutica. Portaria Nº 1.424/GC3, 14 de Dezembro de 2020. Disponível em: https://www.sislaer.fab.mil.br/terminalcendoc/acervo/detalhe/12061?guid=1608940806561&returnUrl= %2Fterminalcendoc%2Fresultado%2Flistar%3Fguid%3D1608940806561%26quantidadePaginas%3D 1%26codigoRegistro%3D12061%2312061&i=1. Acesso em: 23/02/2024.

CUNHA, Jaime. O Edifício multifuncional em São Paulo. Dissertação (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

DZIURA, Giselle Luzia. Arquitetura multifuncional como instrumento de intervenção urbana. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.

NEUFERT, Ernst. Arte de projetar em Arquitetura. Trad. Benelisa Franco 18a Edição. Gustavo Gili, São Paulo, 2013.

RUTMAN, Jacques; CAROL, Jackie. Arquitetura comercial e coorporativa: projetos e detalhes vol. II. J.J. Carol, 2023, ISBN 978-65-88911-08-2.

CEU Cidade Ademar

Os Centros Educacionais Unificados como instrumento de qualificação da urbanidade local

Gabriella Francisca Alves da Silva

Orientador : Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01 : Maquete eletrônica do conjunto arquitetônico. Fonte: Autoral

Resumo

O presente Trabalho de Conclusão de Curso apresenta como produto o projeto arquitetônico de um Centro Educacional Unificado (CEU) no distrito Cidade Ademar, em resposta à escassez de equipamentos públicos culturais na região. o conjunto se estruturou a partir da criação de um eixo arborizado, que permitiu distribuir espacialmente os três blocos principais que constituem o conjunto - o bloco educacional, o bloco cultural e o bloco esportivo - criando praças internas e espaços de convivência que permitem a integração do projeto ao tecido urbano em que se insere, promovendo a urbanidade local.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O interesse por desenvolver tal temática, no presente trabalho de conclusão do curso, emergiu durante o desenvolvimento da iniciação científica “Praça Joaniza: modos de usar. O corpo citadino e os espaços públicos como relação e criação do fenômeno urbano.“, que realizei em 2023, onde a realização deste trabalho acadêmico me proporcionou conhecer o coletivo “Movimento Pelo CEU Cidade Ademar”, que há mais de 10 anos reivindica a implantação de um Centro Educacional Unificado (CEU) no distrito cidade ademar, o qual se tornou objeto de promessas políticas durante o mandato de diversos prefeitos eleitos no município de são paulo, mas nunca se concretizou. Outro fator que colaborou para a escolha do tema, foi a minha experiência pessoal como moradora, que desde sempre necessitei me deslocar para outros distritos dentro munícipio de são paulo como alternativa para usufruir de equipamentos públicos culturais, em decorrência da ausência de equipamentos desse caráter na região. A partir de tais pretextos, constatou-se a necessidade de implantar um CEU no distrito Cidade Ademar.

O Centro Educacional Unificado (CEU) é um conjunto arquitetônico formado por três edifícios, que se destinam ao uso educacional, cultural e esportivo, que são implantados em regiões com alto índice de vulnerabilidade social e cultural, criado em 2003 na gestão da ex-prefeita da cidade de são paulo, Marta Suplicy (PT), a partir dos decretos 42.832/03 e 43.802/03. E, a inserção deste equipamento em regiões com as características acima citadas proporciona a criação da “arquitetura do lugar”, que objetiva o bemestar para regiões mais pobres (ROSA, Marcos, L. CEU. PISEAGRAMA, Belo Horizonte, n. 3, p. 31-32, jul. 2011). Por tal razão, este trabalho se propõe apresentar um projeto arquitetônico para a elaboração de um Centro Educacional Unificado (CEU), no distrito Cidade Ademar, em razão da escassez de equipamentos públicos existentes no território citado. Em função disso, busca-se a criação de um espaço que seja integrado com a comunidade, e que sirva como um local de encontro para os moradores, onde, a proposta de intervenção apresentada se configure como um objeto de reestruturação do tecido urbano, qualificando a urbanidade local.

Proposição

I. Estudo de ocupação do terreno:

Criar volumetrias preliminares possibilitou estudar como ocupar o terreno em questão, onde, ao unir o diagnóstico do entorno, com esse estudo preliminar, criou-se um eixo longitudinal, interligando a Rua David Eid com a Rua Fernando Melão Martini, que serviu como elemento articulador do estudo de ocupação. Observa-se na figura 03, que os volumes foram se organizando espacialmente a partir desse eixo. Onde,

Figura 02 : Ato público do coletivo “Movimento CEU Cidade Ademar”. Fonte: Acervo do coletivo.

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024_2

na primeira possibilidade de ocupação, nota-se os blocos dispostos de forma linear em relação a Avenida Yervant Kissajikian, proporcionando o surgimento de uma praça central no complexo. Já a segunda, e terceira disposição, proporcionam criar duas praças internas, entretanto, como observado, o terreno possui um declive em sua entrada, então em relação a questão topográfica, o último estudo viabiliza desenvolver melhor essa característica do terreno, por isso, escolheu-se usar essa configuração para o desenvolvimento projetual. nota-se também, que o bloco destinado ao uso cultural permanece na mesma posição nos três estudos apresentados,e isso ocorre justamente pela topografia, visto que, o mesmo abriga em seu programa de necessidades um cineteatro, e o desnível existente neste trecho colabora para a inserção do mesmo. O deslocamento dos blocos educacional/institucional e esportivo se justifica em razão do seu uso, pois, o bloco educacional/institucional está abrigando ao ensino infantil, e por isso decidiu-se que recuá-lo em relação a Avenida Yervant Kissajikian facilitaria em torná-lo mais restrito, visto que seu uso é feito por usuários mais específicos. Já o bloco esportivo, foi conduzido para ficar próximo ao Clube da Associação De Pessoal Da Caixa Econômica Federal (APCEF) de São Paulo, que possui um uso similar.

03 :

de ocupação do terreno.. Fonte: Autoral.

Nesta etapa, definiu-se o que se tornaria o eixo longitudinal. Em razão dele se iniciar na Rua Fernando Melão Martini, decidiu-se que ele tornaria-se uma extensão de tal rua, dentro do complexo, e que a mesma teria o seu caminho arborizado, ao longo do percurso, tornando-se uma alameda Em sequência, começouse um estudo sobre seu desenho dentro do complexo, e, como mostrado na figura 04, esse estudo começou a partir de uma linha contínua, mas que ganhou outro traço logo em sequência, onde iniciava-se continua na Rua David Eid, e mais próxima a Rua Fernando Melão Martini, abriria seu traçado, abrangendo uma maior área no seu desenho. Entretanto, ao aumentar a área destinada para a pista de skate, durante

Figura
Estudo
II. Alameda

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

o desenvolvimento projetual, a mesma passou a avançar sobre a alameda, e, como solução, decidiu-se usar a mesma para contornar este trecho, resultando em sua forma final.

III. Escadaria

A disposição dos blocos dentro do terreno possibilitaram desenvolver melhor o desnível existente na entrada do terreno, onde criou-se uma praça. E, como solução para desenvolver esta questão topográfica, escolheu-se implementar nesta parte do terreno uma escadaria, que se organizou a partir de uma sequência de platôs, e taludes, que atuam como um extensão da calçada, na Avenida Yervant Kissajikian, criando uma conexão do conjunto com o tecido urbano, onde, fez-se uma escadaria, com degraus curtos em uma das suas extremidades, como forma de criar um fluxo mais rápido, enquanto, se dispôs ao longo da mesma arquibancadas, criando espaços de permanência, e convívio, aos usuários do conjunto.

04 : Diagrama esquemático da implantação.. Fonte: Autoral.

05 : Maquete eletrônica do conjunto.. Fonte: Autoral.

Figura
Figura

Referências

CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO PÚBLICA – CIEP – Instituto Niemeyer. Disponível em: <https://www.institutoniemeyer.org/centro-integrado-de-educacao-publica-ciep/>. Acesso em: 3 jun. 2024

CEU. Disponível em: <https://piseagrama.org/artigos/ceu/>

CHAHIN, Samira B. Cidade, Escola e Urbanismo; O programa Escola-Parque de Anísio Teixeira. 2016, XIV Seminário de História da Cidade e do Urbanismo / Cidade, arquitetura e urbanismo: visões e revisões do século XX

Da escola-parque aos centros integrados de educação pública. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbedu/a/hhsTddS3HXT3MbtJ7W5TdRt/?format=pdf> . Acesso em: 3 jun. 2024

HARVEY, David. O direito à cidade. São Paulo: Boitempo, 2014.

JUSTINIANO, Henrique Macedo. O centro educacional unificado como um fator de centralidade da periferia. Revista Juventude e Políticas Públicas, Brasília, v. 1, n. 2, p. 34-46, jul./dez. 2017. Semestral. MASCARENHAS, Marisa Pulice. Os Centros Educacionais Unificados da cidade de São Paulo. 2006. Dissertação (Mestrado em Estruturas Ambientais Urbanas) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. doi:10.11606/D.16.2006.tde-23092022-100546. Acesso em: 2023-12-08

MDC, E. CEU Parque do Carmo. Disponível em: <https://mdc.arq.br/2023/10/06/ceu-parque-do-carmo/>

PEDRÃO, Angela. A Escola-Parque, uma experiência projetual arquitetônica e pedagógica.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Figura 06 : Vista da escadaria.. Fonte: Autoral.

Complexo Multifuncional na Avenida Miguel Yunes

Giovanna Ramalho dos Santos

Orientador : Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Resumo

O presente trabalho propõe um complexo multifuncional na Avenida Miguel Yunes para diversificar usos e suprir o déficit de equipamentos públicos na região, a qual sofre com o adensamento populacional gerado por lançamentos de condomínios residenciais desordenados. Apesar de mais de 25 mil novos moradores previstos, o crescimento de comércios, serviços e infraestrutura pública não acompanhou essa expansão, por isso o projeto inclui edifício cultural, hospedagens, coworking e um parque com bicicletário, visando atender essa demanda, além de impulsionar o desenvolvimento da região.

Versão integral do trabalho em: https://heyzine.com/flip-book/a87eeb34f6.html

Figura 01 : Perspectiva da praça de acesso do complexo. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A avenida Miguel Yunes é uma via recente no contexto urbano, tendo sido implantada entre 2004 e 2007, para atender a alta demanda do tráfego de veículos na região, a qual na época já havia uma população crescente. Anteriormente a via era usada apenas para acesso de caminhões que iam em direção ao antigo Aterro Santo Amaro, sendo uma passagem de terra, sem nenhuma infraestrutura.

Na época, o prefeito afirmou: “É uma das obras mais importantes aqui na Zona Sul". E, de fato, logo nos primeiros anos após a conclusão da via, em meados de 2008 a 2010, essa fala começa a se consolidar. O mercado imobiliário começa a visar a Av. Miguel Yunes, e a partir daí uma série de condomínios residenciais seriam lançados, sem levar em consideração o contexto urbano.

Figura 02: Comparação da Miguel Yunes antes e depois dos lançamentos - do início da faculdade em

2020 até atualmente. Fonte: Google Street View

Figura 03: Resumo do levantamento histórico de lançamentos desde a inauguração da avenida com

projeção de número de moradores - levantamento completo na brochura. Fonte: acervo do autor.

Proposição

O complexo se estrutura a partir de um eixo que cruza o terreno de uma extremidade a outra, organizando os usos e criando um contraste entre área edificada e não edificada. O bloco cultural se estende paralelamente à avenida Miguel Yunes e, seguindo o desenho da curva de nível do terreno, “quebra” para o interior do lote, se conectando com o bloco de hospedagens, o que gera um edifício conjunto conectado pelo térreo. O coworking se destaca devido sua forma díspar em relação aos outros blocos, se tornando um ponto focal na praça de acesso, e se relaciona com o bloco cultural seguindo a leitura curvilínea. Finalmente, o partido se concretiza com o desenho do parque voltado para o interior do lote, a fim de se conectar com o lado bairro.

O Parque

Ao longo da via principal, a ciclovia e a pista de corrida circundam áreas esportivas compostas por quadras poliesportivas, society e de areia, além de uma academia ao ar livre. Um bloco anexo concentra vestiários, bicicletário, oficina e aluguel de bicicletas. Há também áreas de lazer pavimentadas pensadas para receber quiosques, mesas públicas, espaços para food trucks e feiras, além de bosques que servem como barreiras acústicas entre o parque e as casas vizinhas. Uma praça central, situada na cota mais baixa do terreno, conecta os três blocos principais, criando um ponto de união para o complexo.

Figura 04: Perspectiva aérea do complexo e sua relação com o entorno. Fonte: acervo do autor.
Figura 05: Praça de acesso. Fonte: acervo do autor. Figura 06: Bicicletário. Fonte: acervo do autor.

Bloco Cultural

O bloco cultural é dividido em dois trechos. O primeiro, paralelo à Avenida Miguel Yunes, possui um térreo livre sob pilotis, criando um vão de 200 metros que funciona como uma rua coberta e convida os pedestres a explorar o interior. No centro, um hall com caixilhos transparentes conecta o térreo ao piso superior, onde estão a biblioteca e a sala de exposições. Na extensão do bloco, sub-blocos abrigam a administração, oficinas, auditório e teatro, com frestas que permitem a circulação.

O bloco coworking tem dois pavimentos: térreo com lojas comerciais e superior com áreas abertas e privativas de trabalho. Além disso, possui uma espécie de jardim de inverno central, que funciona como área de descompressão.

Figura 07: Implantação geral do térreo. Fonte: acervo do autor.
Figura 08: Corte longitudinal trecho pilotis. Fonte: acervo do autor
Figura 09: Bloco cultural. Fonte: acervo do autor
Figura 10: Corte coworking. Fonte: acervo do autor Bloco coworking

Bloco hospedagens

O bloco de hospedagens possui dois pavimentos de embasamento, 12 andares e quatro níveis de subsolo. Ele se conecta ao cultural pelo térreo e subsolo. No térreo estão o restaurante e o lobby com pé-direito duplo e mezanino, além de áreas técnicas e de funcionários. As áreas comuns incluem piscina, salão de eventos e academia. Nos seis primeiros pavimentos estão 276 quartos de hotel com 27m², e do 7º ao 12º pavimento, 138 apartamentos de Airbnb de 54m².

Referências

CASACOR ABRIL. Airbnb no Copan? Saiba como se hospedar em um dos ícones modernistas de SP . Disponível em: <https://casacor.abril.com.br/noticias/airbnb-copan-como-se-hospedar-em-umdos-icones-modernistas-desp/#:~:text=S%C3%A3o%20mais%20de%2030%20op%C3%A7%C3%B5es,ningu%C3%A9m%20me nos%20que%20Oscar%20Niemeyer&text=O%20Copan%20%C3%A9%20um%20dos%20mais%20im portantes%20pr%C3%A9dios%20de%20S%C3%A3o%20Paulo>

CENTRO CULTURAL. Espaços - Centro Cultural São Paulo

COWORKING BRASIL. Como é o espaço ideal de coworking? Disponível em: <https://centrocultural.sp.gov.br/espacos/> Disponível em: <https://coworkingbrasil.org/news/como-e-o-espaco-ideal-de-coworking/> Disponível em: <https://www.or.com.br/comerciais/parque-da-cidade> LORES, Raul Juste. São Paulo nas alturas: A revolução modernista da arquitetura e do mercado imobiliário nos anos 1950 e 1960 / Raul Juste Lores. - 1ª ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 2024.

OR. Parque da Cidade - São Paulo - SP VEREADOR GILBERTO NATALINI. Av. Miguel Yunes torna-se importante corredor da zona sul Disponível em: <https://natalini.com.br/av-miguel-yunes-torna-se-importante-corredor-da-zona-sul/> ZAP IMÓVEIS. Mercado Movimenta Interlagos. Disponível em: <https://www.zapimoveis.com.br/blog/anunciar/meu-imovel/mercado-movimenta-interlagos/>

Figura 11: Detalhe fachada. Fonte: acervo do autor
Figura 1: Corte longitudinal hospedagens. Fonte: acervo do autor

CCHC: Centro de Cultura e Hospitalidade de Congonhas

Karen Mayumi Hinoue

Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Este Trabalho de Conclusão de Curso apresenta a concepção de um edifício multifuncional no distrito de Campo Belo, em São Paulo, distrito que apresenta apenas um equipamento cultural em sua área e que apresenta duas faces principais: a de bairro residencial e do Aeroporto de Congonhas. Unindo usos culturais a funções complementares ao contexto urbano local, sendo eles o corporativo e de hospitalidade, e motivada pelo interesse em gestão de fluxos, escalas projetuais e valorização da experiência cultural, o projeto busca atender à demanda crescente por espaços que integrem e incentivem a convivência social, além de atender a escassez cultural e promover a diversificação de usos da região. O desenvolvimento do trabalho envolve pesquisa sobre o terreno e o entorno, análise de projetos de referência e uma proposta projetual que harmonize o edifício ao cenário urbano, de forma a garantir adaptação a futuras demandas e promover a integração da comunidade. A partir dessa abordagem, o trabalho tem como produto um projeto que visa oferecer um espaço versátil e inclusivo para a população de Campo Belo

Versão integral do trabalho em (https://heyzine.com/flip-book/5a9aab14fc.html)

Figura 01: praça do projeto do ponto de vista do pedestre. Fonte: acervo do autor Resumo

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A escolha do tema abordado neste Trabalho de Conclusão de Curso foi motivada pela familiaridade e interesse desenvolvidos ao longo das atividades acadêmicas realizadas durante o percurso de formação. No que tange à gestão de fluxos e à escala projetual, criou-se uma vontade pelo multifuncional. E, no que se refere à dimensão da experiência individual, esboçou-se o desejo pelo cultural. Com base na união dessas afinidades, este trabalho tem como objetivo a concepção de um edifício multifuncional no distrito de Campo Belo, em São Paulo, que integre elementos de uso cultural e funções complementares que harmonizem com o contexto de implantação do projeto.

Justifica-se o desenvolvimento deste projeto pela crescente demanda por espaços que unam o uso cultural, aliados a usos característicos do bairro, ou que enfatizem sua essência. Oferecendo à comunidade um local que atenda a diversas necessidades e promova a integração social. O distrito de Campo Belo, pela sua localização estratégica e características urbanas, surge como um cenário ideal para a implementação do projeto. Além disso, o terreno escolhido apresenta-se como um intermédio entre as duas faces presentes do distrito, e o projeto visa a integração dessa personalidade multifacetada, por meio de usos que integrem os usuários de ambas as faces.

A metodologia utilizada envolve uma pesquisa sobre o terreno de implantação e suas características, análise de estudos de caso de projetos similares e harmonização do projeto com o meio urbano para garantir a integração do edifício ao seu entorno Além disso, o projeto visa criar um espaço que não apenas atenda às necessidades atuais, mas que também seja adaptável a futuras demandas.

Proposição

O programa teve sua essência definida como um projeto multifuncional, que abrange um uso cultural, movido por intenção pessoal da autora, e justificado anteriormente pela carência de equipamentos desse caráter na região, e por usos complementares que harmonizassem com a área de implantação escolhida. Assim, com o terreno de implantação definido, optou-se por adotar o uso de hospitalidade com a intenção de agregar outro público ao projeto, aproveitando-se da sua contextualização.

Ao se aprofundar no desenvolvimento do programa, notou-se possibilidade de adoção do uso corporativo, já que visa-se que o uso de hospitalidade atenda um público de viagens à trabalho. Entretanto, o uso corporativo não se limita somente aos usuários do hotel, mas também se estende ao uso público. Outra possibilidade pensada e posteriormente adotada, foi na inclusão de um caráter institucional no projeto, composta por uma agência do Poupatempo, e um posto da Receita Federal. Tais usos, assim como o anterior, por mais que se integrem com o caráter de hospitalidade, não estão restritos a este.

Dessa forma, o projeto destaca-se por 5 usos principais: uso cultural, de hospitalidade, corporativo e comércio/serviços, que são coordenados pelo uso administrativo.

Depois de definir o programa, foi realizada uma maquete física, onde foi possível explorar as primeiras especulações de ocupação volumétricas do projeto, e por meio desta é que foi definido o partido. Este consiste em uma ocupação periférica do lote, onde o centro deste, em que a topografia apresenta

Figura 02: diagrama de contextualização do terreno escolhido. Fonte: acervo do autor

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024_2

um grande declive, se tornaria uma praça no subsolo, em relação ao acesso das demais ruas, onde seriam concentrados os usos culturais. Além disso, o uso de hospitalidade foi concebido em uma forma de lâmina, que se recua da Avenida Washington Luís, e se aproveita da fachada da Rua Estevão Baião. Nesse contexto, torna-se importante ressaltar que é como se cada rua apresentasse uma das faces apresentadas antes: aquela do internacional, caótico, e aquela do caráter bairro residencial e pacato, respectivamente. Outro aspecto que surgiu como partido a partir da maquete, é a tentativa de um térreo permeável, com poucos usos, e que apresentasse vista para a praça que o complexo contempla.

A partir da maquete física e do partido do projeto, foram realizados estudos para organizar melhor os fluxos e acessos do complexo. O meio principal utilizado para o desenvolvimento desses estudos foram diagramas, como estes a seguir

Figura 05: diagrama distribuição do programa do projeto Figura 06: diagrama circulação vertical do projeto

Fonte: acervo do autor

Figura 03 e 04: desenhos da autora sob foto de maquete física. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

O uso cultural foi mantido no subsolo, com a criação de uma praça rebaixada em relação à Avenida Washington Luís. As mudanças mais significativas ocorreram na distribuição dos fluxos por tipo de usuário e na disposição dos outros usos. Além disso, o projeto aproveitou a localização do terreno, cercado por duas ruas e uma avenida, para permitir o acesso de pedestres por estas essas vias.

Os usos do térreo foram pensados para um público mais amplo, com acesso imediato e voltados para a praça, visando atrair visitantes e despertar curiosidade. O restante dos usos foi distribuído entre a lâmina de hospitalidade e os pavimentos superiores. O hotel e os apoios diretos aos usuários foram organizados na lâmina, enquanto outros usos foram colocados nos arredores da praça, em um nível superior, mas abaixo do térreo.

A praça no subsolo funciona como um foyer aberto, conectando o teatro e o cinema. A biblioteca, apesar de estar em um pavimento diferente, tem vista para esses espaços culturais. O coworking foi projetado junto a salas multiuso e academia, facilitando a integração entre esses usos. A lâmina que abriga as áreas de hospedagem está afastada da Avenida Washington Luís para maior conforto acústico, com acesso principal pela Rua Estevão Baião. O embasamento concentra os usos comuns, enquanto o andar superior é destinado à hospedagem.

Por fim, trago um diagrama que mostra a evolução e volumetria final deste projeto, ainda que de forma rústica. É válido observar que existem elementos do partido que mantiveram sua forma desde o início, como o vazio central, onde se encontra a praça, e a grande lâmina do hotel do complexo. Em contrapartida, existem elementos que sofreram alterações de volumetria maiores, como o restaurante no térreo, e o formato de cobertura do pavimento administrativo. O primeiro, teve sua forma ortogonal transformada em uma forma mais orgânica por desejo desta autora, que visava que o restaurante fosse uma forma livre e que não se prendesse a nenhuma projeção do edifício. Além disso, outros elementos do complexo como a grande varanda que faz frente com a biblioteca e o jardim da praça cultural abraçam essa forma livre como complemento ao desenho do restaurante.

Já em relação à cobertura do pavimento administrativo, esta autora decidiu adotar o desenho dos sheds como uma crítica ao monotrilho. O intuito da crítica era novamente provocar uma reflexão da questão dos problemas das superestruturas, comentados no caderno completo. Dessa forma, trago o elemento dos sheds na tentativa de invocar os princípios da Era Industrial, a motivação pela evolução tecnológica, avanços de técnicas construtivas, mas que em determinados casos, como o das superestruturas, são produtos regressivos desse avanço tão marcante, tanto no quesito produto material, quanto no quesito socioespacial

Fonte: acervo do autor

Figura 07: diagrama de evolução da volumetria do projeto. Figura 08: foto da maquete eletrônica do complexo.

Referências

BOTELHO, Adriano. Urbano em fragmentos: espaço, política e modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

CASTELLS, Manuel. O espaço de fluxos. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1989.

COSTA, Ana Fani Alessandri. Repensando a cidade. São Paulo: Contexto, 2013.

GEHL, Jan. A cidade ao nível dos olhos. São Paulo: Perspectiva, 2014.

JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

LEME, Raul Juste. São Paulo nas alturas: a revolução modernista da arquitetura e do mercado imobiliário nos anos 1950. São Paulo: Três Estrelas, 2017.

MONOLITO. SESC SP: arquiteturas e programas sociais. São Paulo: Monolito, 2017.

OLIVEIRA, Nigrillo. A rede de transporte e ordenação do espaço urbano. São Paulo: Editora Contexto, 2009.

Ponto de Vista. Direção: Kiko Goifman. Produção: Henrique Andrade. São Paulo: Estúdio Central Filmes, 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FZrgLzHoKeU

Centro de Bem-Estar

Desempenho e Condicionamento Físico

Melissa Silva França

Orientador : Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01 : volumetria renderizada. Fonte: acervo do autor Resumo

Através de soluções projetuais que promovam uma conexão harmoniosa entre os usuários e seu entorno, o projeto nasce para simbolizar a união entre lazer e saúde, com o objetivo de incentivar a prática de exercícios físicos desde a infância, acolher pessoas com de diferentes níveis de condicionamento, promover momentos de lazer em família, autocuidado, interações sociais e contato com a natureza

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Após análises de dados de São Paulo sobre a vulnerabilidade ambiental, social, carência de espaços públicos bem estruturados, opções de lazer esportivo de qualidade e facilmente acessíveis, considerando a crescente busca por estilos de vida saudáveis e analisando as demandas das famílias contemporâneas, como: rotina, tempo, sedentarismo, distanciamento das conexões familiares por consequência do uso excessivo de telas, pouco ou nenhum contato com a natureza – é vista a necessidade de criar um espaço que que possa estimular a prática de exercícios físicos, sendo: acolhedor, motivador e inclusivo.

Iniciada através de pesquisas, leituras, análises de artigos e estudos de caso, seguiu através das observações em campo com as visitas técnicas. Essas, foram feitas com a intenção de analisar não apenas a infraestrutura local, mas também as diferentes soluções adotadas em cada projeto: programa, layout, fluxo, público alvo, localização, acesso... buscando compreender o impacto e influência exercida, quais poderiam ser evitadas ou reproduzidas.

Tabela 01 : Diagrama de análise das visitas técnicas. Fonte: acervo do autor

Pude assim, estabelecer os critérios para o desenvolvimento do projeto. A implantação, área total e o programa de modalidades oferecidas pelas academias são alguns dos principais fatores capazes de proporcionar o ambiente desejado. Esses o quais, têm o poder de conectar diferentes grupos e idades, que mesmo não simultaneamente, estarão interagindo em um mesmo recinto. Por esse motivo, o projeto foi implantado no Parque Villa Lobos e tem um programa de necessidades variado que ultrapassa a academia, inclui também espaços como um salão de beleza, fisioterapia e um pátio de acesso público.

Figura 02 : croquis e estudos de volumetria. Fonte: acervo do autor

Proposição

Prezando pela racionalização da construção, o projeto foi desenvolvido em estrutura metálica, que além da resistência, durabilidade e rapidez construtiva, possibilita a criação de vãos mais amplos.

A malha estrutural foi traçada por números múltiplos: 3, 6, 9 e 12 - dessa forma, mesmo com uma volumetria independente, os blocos do edifício puderam se conectar facilmente.

Os pilares e vigas são em perfil “W” laminado, e as dimensões deles variaram de acordo com o pé direito de cada espaço. No bloco da piscina e academia foram usados pilares 60x40cm e nos demais 30x30cm. As vigas dos espaços com o pé direito de 3,40m tem 45cm de altura, com pé direito duplo 80cm e triplo 110cm.

Figura 03 : Volumetria do projeto em diferentes perspectivas. Fonte: acervo do autor

Quase todas as modalidades disponíveis no programa se localizam nos pavimentos superiores, com exceção da área das piscinas, que se encontra no subsolo ao lado dos vestiários. O acesso se dá pelo térreo, que além da recepção que também acessa a área de funcionários à esquerda, e um restaurante de acesso público à direita. O primeiro pavimento abriga as salas de saúde, à esquerda uma área de estar, espera, coworking e café, que assim como o pavimento abaixo, tem vista para a piscina. O segundo pavimento é destinado para a academia, que une toda volumetria do edifício, o espaço kids, sala de yoga e pilates ficam no bloco da direita para melhor isolamento acústico enquanto as salas de dança, luta e ginástica ficam na área de musculação, essa que possuí uma varanda com um grande jardim na cobertura da piscina, o terceiro pavimento é o mezanino, com os aparelhos cardiovasculares e uma área livre para exercícios funcionais. O quarto pavimento é destinado para os serviços de beleza e autocuidado, abrigando o salão, spa e um grande terraço com vista privilegiada.

Figura 04 : Planta e perspectiva isométrica do segundo pavimento. Fonte: acervo do autor
Figura 05 e 6 : volumetria renderizada. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO

Figura 07: corte AA e BB Fonte: acervo do autor
Figura 08: corte BB, CC e EE. Fonte: acervo do autor
Figura 09: : volumetria renderizada do pátio público. Fonte: acervo do autor

Assim, o Centro de Bem-Estar Desempenho e Condicionamento Físico, propõe não apenas um local de atividade física, mas um espaço multifuncional que favorece as interações sociais, resgata as conexões familiares e combate os efeitos do uso excessivo de telas. Ao integrar saúde e esporte em um único espaço, o projeto busca transformar o Parque Vila Lobos em um ponto de encontro que inspire os moradores de São Paulo a adotar hábitos mais saudáveis, promovendo uma vida mais equilibrada e conectada com a natureza e a comunidade

Referências

BRUAND, Yves, Arquitetura Contemporânea no Brasil, Editora Perspectiva, São Paulo, 1991.

CASA DAS PEDRAS / Hueb Ferreira Arquitetos" 23 Ago 2020. ArchDaily Brasil. Acessado 10 set Nov 2024.

CASA DOS PÁTIOS / Hueb Ferreira Arquitetos" 23 Ago 2020. ArchDaily Brasil. Acessado 10 set 2024.

CASA ZAZIL / Di Frenna Arquitectos" 27 jul 2022. ArchDaily México. Accedido el 10 set 2024.

HIRAI, MAKI. o esporte e sua inserção no sistema de espaços livres paulistano. são paulo, 2009.

KLIASS, ROSA GRENA. a evolução dos parques urbanos na cidade de são paulo. são paulo, 1989

LA CORTE, Carlos de. As instalações públicas esportivas municipais da cidade de São Paulo: arquitetura, administração e planejamento. 1999. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – sempla. (organização). plano diretor estratégico do município de são paulo – 2002 – 2012. são paulo, editora senac; prefeitura municipal de são paulo, 2004.

Figura 10: : volumetria renderizada da fachada principal. Fonte: acervo do autor

Centro Esportivo Grajaú

Pollyana Caroline da Silva Teodoro

Orientador: Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino

Figura 01: Maquete eletrônica do Centro esportivo. Fonte: Autoral.

Resumo

Este trabalho apresenta interesse em desenvolver a temática de um clube esportivo no bairro do Grajaú, localizado na região extremo sul de São Paulo. A iniciativa surgiu da identificação de carências locais em termos de infraestrutura esportiva e de lazer no distrito.

Por meio de levantamentos e análises de demandas da população, o bairro do Conjunto Habitacional Brigadeiro Faria Lima, surgiu como local ideal para a instalação do clube esportivo, por conta da falta de equipamentos públicos de esporte na área, apontou a importância de criar um espaço que pudesse atender às necessidades físicas e recreativas dos moradores locais.

Versão integral do trabalho em: https://heyzine.com/flip-book/df4451347d.html

BACHARELADO

Introdução

O interesse por desenvolver o trabalho de conclusão de curso voltado as periferias, vem pelo contato que tive com o local, quando era mais nova.

O Grajaú, localizado no extremo zona sul de São Paulo, é um dos bairros mais populosos da cidade, de acordo com IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), “com cerca de 384.873 mil habitantes.” e representa um marco histórico no processo de urbanização periférica e de desigualdade social na capital paulista. Sua história começa com processos de expansão urbana de São Paulo durante o século XX, especialmente a partir da década de 1960, quando a cidade passou a atrair grande número de migrantes, por conta da industrialização acelerada e pela promessa de melhores condições de vida, mas a falta de planejamento e de serviços, levou muitos moradores do Grajaú a percorrer longas distâncias para acessar serviços básicos. (como saúde, educação e transporte.)

A partir dos anos 2000, algumas melhorias foram inseridas, especialmente em resposta às pressões populares e à atuação de movimentos sociais locais que reivindicavam infraestrutura e acesso a direitos básicos. A instalação de terminais de ônibus e a expansão da linha 9-Esmeralda da CPTM foram passos importantes para conectar o bairro ao restante da cidade, assim, reduzindo o isolamento que caracterizava a região.

No entanto, os desafios de infraestrutura, segundo o Mapa da Desigualdade (2022), o Grajaú ainda é uma das áreas com menor índice de acesso a equipamentos de lazer e esporte na cidade, o que reflete a desigualdade estrutural entre centro e periferia.

Figura 02: Mapa de áreas de esporte e lazer no bairro. Fonte: Autoral.

O levantamento dos equipamentos do bairro foi essencial para compreender as carências da região em termos de esporte e lazer. Uma análise nos dados tirados do Geosampa evidência que nas proximidades, os únicos equipamentos disponíveis são o Céu Navegantes, Céu Três lagos e o Sesc Interlagos. Esses equipamentos oferecem opções importantes para a comunidade, mas ainda são insuficientes para atender à demanda.

Preposição

O Partido do Projeto foi desenvolvido a partir de estudo feitos com composição volumétrica, com formas simples e tamanhos muito específicos, pois todos os equipamentos e áreas necessárias para esporte tinham tamanhos pré determinados.

E a partir de uma pesquisa de campo com moradores e a associação dos moradores do bairro, ocorreu o levantamento de programa de necessidades para assim definir os estudos volumétricos.

O projeto foi desenvolvido a partir de diversas composições volumétricas, para entender como funcionaria o terreno e a melhor maneira de ocupá-lo. Os estudos feitos não só no terreno escolhido, mas, também no seu entorno para entender como seria a composição desse um volume próximo a casas de no máximo terreno + 2 pavimentos.

1. Volumetria inicial: O programa separado em dois prédios sendo o verde administração e azul áreas necessárias.

2. Volumetria intermediária: O programa ser todo centralizado em um único edifício.

Figura 3: Volumetria 1. Fonte: Autoral.
Figura 4: Volumetria intermediária. Fonte: Autoral.

3. Dois edifícios, separando a quadra da entrada principal, e criando um prédio somente de quadras com conexão pelo 1º pavimento do prédio principal.

E a disposição dos blocos no terreno possibilitaram a desenvolver melhor o programa de necessidades, aproveitando do seu entorno imediato e das praças que tem próximas ao terreno. E para a conexão dos prédios, foi implementado uma passarela de conexão entre o 1º pavimento ambos os prédios.

Figura 5: Volumetria Final. Fonte: Autoral.
Figura 6: Maquete volumétrica do Centro esportivo. Fonte: Autoral.
Figura 7: Prédio de qaudras. Fonte: Autoral.

Referências

A importância do esporte na educação infantil

Vista do A importância do esporte na educação infantil

ESPORTE, LAZER E DESENVOLVIMENTO HUMANO caderno_propostas_1_conferencia_esporte.pdf

Esporte para o desenvolvimento e a paz: informativo da ONU no Brasil.

MAPA DE DESIGUALDADE 2023

Rede Nossa São Paulo apresenta Mapa da Desigualdade 2022 - Rede Nossa São Paulo

MAPA DE DESIGUALDADE DA PRIMEIRA INFÂNCIA 2020

Mapa_PrimeiraInfancia-2020-completo.pdf

PLANO DE AÇÃO GLOBAL SOBRE ATIVIDADE FÍSICA 2018 – 2030: pessoas mais ativas para um mundo mais saudável

ROLNIK, RAQUEL - Territórios em Conflito: São Paulo, Espaço, História e Política

QUALIDAD DE VIDA, TERCEIRA IDADE E ATIVIDADE FÍSICAS

https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/motriz/article/view/413/356

Núcleo de Dança A Arquitetura como Espaço de Expressão Artística

Thainá Sousa Rastello

Orientador: Prof. Ms. Mauricio Miguel Petrosino

Resumo

Esse projeto é um edifício focado na dança como manifestação artística, visando a criação de um Núcleo de Dança com infraestrutura completa para bailarinos, estudantes e apreciadores da arte. Apesar da importância da dança na sociedade, a oferta de locais para prática de tal arte em São Paulo é limitada, concentrando-se em instituições privadas. O projeto tem como objetivo preencher essa lacuna ao propor um espaço cultural acessível a toda a população, por meio de um projeto arquitetônico que promova a visibilidade da dança e estimule a participação do público com aulas gratuitas, apresentações e áreas de convivência.

Versão integral do trabalho em https://online.fliphtml5.com/aafjw/lwfi/

Figura 01: Salas de dança. Fonte: Autoral.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A dança é uma manifestação artística essencial que conecta e une pessoas. Em São Paulo, no entanto, faltam espaços públicos adequados para sua prática, e muitas iniciativas enfrentam desafios como orçamento limitado, burocracia e dificuldade em inovar. A autora, ao participar de programas gratuitos de dança em ONGs, vivenciou a falta de infraestrutura necessária para o ensino dessa arte.

Com o intuito de garantir que a dança seja acessível a todos, foi concebido um projeto arquitetônico que atende às necessidades técnicas dos diversos estilos de dança e incentiva a frequência do público por meio de aulas gratuitas, apresentações abertas e eventos interativos. O projeto inclui a infraestrutura necessária, como salas amplas, pisos adequados, sistemas de som e ventilação, vestiários e áreas de convivência, além de um palco multifuncional e espaços ao ar livre para apresentações.

Como parte do desenvolvimento do projeto, foi realizado um estudo aprofundado sobre os principais estilos de dança, a fim de entender suas especificidades e como a arquitetura pode atuar como um agente colaborador para aumentar a visibilidade e o impacto da dança na comunidade. A proposta arquitetônica reflete essas necessidades, criando espaços que não só atendem à prática da dança, mas também a promovem como uma forma cultural acessível e integrada à sociedade.

O programa de necessidades do Núcleo de Dança foi inspirado na infraestrutura da Escola de Teatro Bolshoi em Joinville e no estudo das principais companhias de dança de São Paulo. Esse processo ajudou a otimizar o projeto, criando um espaço adequado para a prática e o desenvolvimento dos bailarinos.

O projeto também se baseou em estudos de casos de importantes edificações culturais, como a Praça das Artes, o Edifício Nacional do Balé Britânico e o Centro para as Artes Criativas Perry e Marty Granoff. Esses exemplos serviram como referências para a organização funcional, integração com o entorno e criação de ambientes estimulantes para a arte e a cultura.

A criação do projeto também contou com estudos demográficos da região onde foi implantado, com o objetivo de entender as necessidades da comunidade local e garantir que o espaço fosse acessível e dinâmico. Esses estudos possibilitaram o desenvolvimento de um programa de necessidades adequado, criando um ambiente funcional e acolhedor para a prática e expressão artística.

Proposição

O projeto visa criar um edifício com diversas conexões entre o interior e o exterior, funcionando como uma "vitrine da dança". Serão feitas ligações entre as três ruas ao redor do terreno, criando um percurso acessível para todos apreciarem a dança. Nas salas de dança, a organização estratégica permitirá uma conexão visual entre os pavimentos, com a utilização de pés-direitos variados e uma parede de vidro, aumentando a visibilidade e a sensação de continuidade entre os espaços.

Figura 02: Térreo. Fonte: Autoral
Figura 03: Corte B. Fonte: Autoral

BACHARELADO

Figura 04: Sistema Estrutural. Fonte: Autoral
Figura 05: Elevação Rua Robério Dias. Fonte: Autoral
Figura 06: Praça. Fonte: Autoral

Referências

HELLU, Giovanna. Espaços Destinados à Profissionais da Dança. São Paulo, 2021.

NEUFERT, Ernst. Arte de projetar em arquitetura. São Paulo: Gustavo Gilil, 2013.

NUSSBAUMER, Lúcia. Mapeamento da Dança: Diagnóstico da dança em oito capitais de cinco regiões do Brasil. Salvador, 2016.

PAMPANA, Antônio. Arquitetura Contemporânea em Contextos Históricos: Uma Relação Dialógica com a Praça das Artes em São Paulo. São Paulo, 2021.

PREFEITURA DE SÃO PAULO. Decreto nº 57.521, de 13 de dezembro de 2016. Regulamenta a aplicação de disposições da Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016, relativas à ocupação do solo e condições de instalação dos usos. São Paulo, 2016.

REDE NOSSA SÃO PAULO. Mapa da Desigualdade: 2023. São Paulo, 2023.

YUKIHARA, Thiago Yudi. Fenomenologia, arquitetura e dança: núcleo de danças contemporâneas em Pinheiros. 2021- Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2021.

Figura 07: Salas de Dança. Fonte: Autoral
Figura 08: Refeitório Fonte: Autoral

Clínica InTEA

Clínica para pessoas com transtorno de espectro

Autista

Vitor Alves Correa

Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Resumo

Este trabalho apresenta o projeto de uma clínica inclusiva voltada para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), abordando aspectos sensoriais, sociais e arquitetônicos que influenciam diretamente a experiência do usuário. A clínica busca superar barreiras sensoriais, oferecendo espaços adaptados e ambientes de apoio para pacientes e suas famílias, promovendo desenvolvimento, socialização e aprendizado. O projeto combina soluções arquitetônicas inclusivas com fundamentos técnicos para atender às necessidades específicas dessa população.

https://www.canva.com/design/DAGXg2EbqJM/DCSWRO1hnOiv_s9bk64iDw/edit?utm_content =DAGXg2EbqJM&utm_campaign=designshare&utm_medium=link2&utm_source=sharebutton

Figura 01 : Clinica InTEA. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta uma diversidade de desafios comportamentais e sensoriais que impactam a interação das pessoas com o ambiente construído. Esses desafios incluem a dificuldade em lidar com estímulos intensos, como luzes ou sons, e a necessidade de ambientes adaptados que favoreçam o desenvolvimento e o bem-estar. Contudo, a arquitetura pode desempenhar um papel crucial na criação de espaços que promovam inclusão, acolhimento e funcionalidade.

O projeto da clínica inclusiva emerge dessa necessidade, propondo uma abordagem que transcenda os espaços convencionais de saúde. A intenção não é apenas atender às demandas terapêuticas, mas também criar um ambiente onde pacientes, familiares e profissionais se sintam integrados e respeitados. Para isso, o espaço físico é pensado como um mediador conectando o indivíduo às terapias, às interações sociais e ao aprendizado, enquanto minimiza barreiras que possam agravar as dificuldades sensoriais.

A inserção desse projeto no bairro Jardim Umuarama, em São Paulo, foi estrategicamente planejada. A escolha do terreno reflete o compromisso de oferecer acessibilidade e atender a uma comunidade carente de estruturas especializadas. Além disso, o projeto não se limita ao público atendido diretamente pela clínica: os espaços de convivência, como a biblioteca aberta ao público, criam um ponto de encontro que fomenta a conscientização sobre o TEA e promove uma convivência mais inclusiva entre a sociedade e as pessoas autistas.

Combinando arquitetura inclusiva, design funcional e soluções sustentáveis, a clínica se posiciona como um exemplo de como a arquitetura pode transformar vidas, ajudando a superar desafios e promovendo uma sociedade mais empática e integrada.

Proposição

Partido

A clínica é formada por dois volumes retangulares empilhados, separados por um vazio central. Esse vazio proporciona iluminação, ventilação natural e conexão visual entre os espaços. A organização busca promover interações, integrando áreas de convivência e tratamento. Fluxos

Os fluxos são divididos em três grupos principais:

• Pacientes e acompanhantes: Com acesso direto às áreas terapêuticas e de convivência.

• Público externo: Integrado às áreas abertas, como a biblioteca e espaços de eventos.

• Funcionários: Fluxo separado, garantindo privacidade e eficiência operativa.

Térreo

O térreo é voltado para atividades dinâmicas e de convivência. Inclui áreas terapêuticas adaptáveis, uma sala de crises projetada para momentos sensoriais intensos e uma biblioteca aberta ao público, que conecta aprendizado e integração social.

1º Pavimento

O pavimento superior abriga espaços mais reservados, como salas de terapia e administração. O mezanino da biblioteca amplia sua funcionalidade, oferecendo um ambiente flexível para eventos.

Figura 02 : Partido e Setorização. Fonte: acervo do autor
Figura 03 : Nível Térreo. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO

Figura 04 : 1º Pavimento. Fonte: acervo do autor
Figura 05 : Render 01. Fonte: acervo do autor
Figura 06 : Render 02. Fonte: acervo do autor

Referências

ARCHDAILY. Clínica CPAP / Angá Arquitetura. ArchDaily Brasil, São Paulo, 2024.

ARCHDAILY. Clínica Sakurai / CLOUD ARCHITECTS. ArchDaily Brasil, São Paulo, 2024.

ARCHDAILY. Design inclusivo e regenerativo: projetando ambientes para idosos e neurodiversos. ArchDaily Brasil, São Paulo, 2024.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9050:2015. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. ABNT, Rio de Janeiro, 2015.

AUTIMATES. Autismo - um jeito diferente de ver o mundo. Blog Autimates, São Paulo, 2024.

AUTISMO EM DIA. Tratamentos para autismo: 5 terapias essenciais para o TEA. Blog Autismo em Dia, São Paulo, 2024.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 50, de 21 de fevereiro de 2002. ANVISA, Brasília, 2002.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Manual de atendimento a pessoas com transtorno do espectro autista. CNJ, Brasília, 2023.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Estação Tatuapé ganha sala sensorial para pessoas autistas e neurodivergentes. Cultura UOL, São Paulo, 2024.

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Portaria n. 324, de 31 de março de 2016. Secretaria de Saúde do Paraná, Curitiba, 2016.

NEUROSABER. Quais são os tipos de Autismo (TEA). Instituto NeuroSaber, São Paulo, 2024.

SCHEFFEL, Noah. Você pode estar convivendo com um autista adulto sem saber. UOL Ecoa, São Paulo, 2024.

Figura 07 : Render 03. Fonte: acervo do autor

Instituto Cristal

Centro de acolhimento institucional

Yasmin Bitencourt da Silva

Orientador: Prof. Esp. Arthur Forte Katchboriam

O acolhimento infantojuvenil é previsto por lei como medida protetiva para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. O Art. 227 da Constituição Federal determina que família, sociedade e Estado assegurem, com prioridade, direitos como vida, saúde, educação, lazer, dignidade e convivência familiar, protegendo-os de negligência, violência e exploração. O Estado deve incentivar o acolhimento, oferecendo assistência jurídica e subsídios. O projeto propõe criar um centro de acolhimento que simule um lar, promova inclusão social e impacte positivamente a comunidade local.

https://www.canva.com/design/DAGXJoZ9_Kg/06FMsR1i7axHTT8fP02rKA/edit?utm_content= DAGXJoZ9_Kg&utm_campaign=designshare&utm_medium=link2&utm_source=sharebutton

Figura 01: Perspectiva do Instituto Cristal. Fonte: acervo pessoal do autor.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O “Instituto Cristal” é um projeto que acolhe crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, oferecendo moradia provisória e proteção tutelar pelo governo. Além de abrigo, promove atividades culturais, pedagógicas e sociais, tanto para os residentes quanto para a comunidade local, em um complexo de edifícios com funções específicas.

O acolhimento infantil é uma medida protetiva aplicada em casos de abandono, maus-tratos, abuso ou outras violações de direitos. Este projeto segue o modelo do Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA), abrangendo modalidades como abrigo, casa-lar e apoio a jovens de 18 a 21 anos. O objetivo é oferecer um ambiente seguro e acolhedor que favoreça a reintegração social. A localização foi estrategicamente escolhida para estar próxima a comunidades vulneráveis, com acesso ao transporte público e em áreas residenciais, garantindo também a viabilidade urbanística “nR110”. O instituto busca ser um espaço de transformação e inclusão social.

02 : Localização do terreno. Fonte: acervo do autor

Figura

Proposição

O projeto atende quatro públicos: moradores, funcionários, visitantes/familiares e a população geral, separando usos privados (moradores e funcionários) e públicos (visitantes e população). As áreas são setorizadas em íntima, social, cultural/pedagógica, administrativa e de serviço, garantindo privacidade e funcionalidade. Com desníveis no terreno, o acesso principal é pelas ruas existentes, conectadas por uma passarela para pedestres que liga a Rua Maria Roschel à Rua Antônio Le Voci.

Figura 03 : Fluxos do projeto. Fonte: acervo do autor

Os edifícios são organizados por função: Amazonita (SAICA e administração), Rubi (pedagógico e administrativo) e Sodalita (cultural e administrativo). Estruturas metálicas e brises de madeira otimizam proteção solar nos edifícios Amazonita e Rubi. O Sodalita, em concreto, inclui auditório, laje nervurada e vidro autoportante "U-glass", com brise interno para controle de luz.

Figura 04 : Perspectivas explodidas de cada edifício Fonte: acervo do autor

BACHARELADO

Figura 05 : Planta instituto Cristal nível 759. Fonte: acervo do autor
Figura 06 : Planta instituto Cristal nível 762. Fonte: acervo do autor
Figura 07 : Planta instituto Cristal nível 767. Fonte: acervo do autor

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024_2

Os acessos aos edifícios foram planejados para garantir privacidade e integração, conforme a necessidade de cada área. O acesso ao SAICA, localizado no edifício Amazonita, é restrito a moradores e funcionários, sendo separado dos demais espaços. A entrada principal do SAICA ocorre no nível 762, abaixo do acesso principal do instituto, enquanto a parte administrativa do SAICA, no nível 767, é acessível ao público por uma passarela pública.

O edifício Rubi, que abriga as áreas pedagógicas, tem acessos principais nos níveis 762 (Rua Antônio Le Voci) e 759 (Rua Magdalena Roschel Gottsfritz), além de uma entrada pela passarela no nível 767. O auditório é acessado pelo nível 762, e a biblioteca pelo nível 767, também via passarela pública.

acervo do autor Referências

HESSAMFAR, Marjan; VERONS, Joe, Projeto Centro de Bem-Estar para Crianças e Adolescentes, Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar-para-criancas-eadolescentes-marjan-hessamfar-and-joe-verons

PLAN9, Projeto Centro de Educação Infantil Bambi, Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/758735/centro-de-educacao-infantil-bambi-plan9

ROSENBAUM, Marcelo; ALEPH ZERO, Projeto Moradias Infantis Caruanã, Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/879961/moradias-infantis-rosenbaum-r-plus-alephzero

Figura 08 : Corte BB Fonte: acervo do autor
Figura 09 : Renderizações externas. Fonte:

Patrimônio Arquitetônico e Urbano

L3

Polo Criativo: Espaço de trabalho compartilhado

André Felipe do Nascimento Carvalho

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Luiz Minot Gutierrez

Figura 01: Perspectiva Polo Criativo. Fonte: acervo do autor

Resumo

Esse estudo apresenta subsídios teóricos e conceituais para o desenvolvimento de um projeto de arquitetura de uma edificação, próxima à estação Brooklin do Metrô de São Paulo, que abrigará um coworking, que chamaremos de Polo Criativo: espaço de trabalho compartilhado. O edifício a ser projetado deve propiciar um ambiente dinâmico e colaborativo que atenda às necessidades de profissionais autônomos, startups, pequenas e médias empresas, proporcionando um local de trabalho flexível, compartilhado e inspirador, além de dialogar com o entorno estimulando potenciais e mitigando conflitos.

Versão integral do trabalho em https://online.fliphtml5.com/xjdkn/jvfa/

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Como partido, precisamos entender o que é um coworking: essa expressão de origem na língua inglesa nomeia um modelo de espaço de trabalho compartilhado onde profissionais independentes, freelancers e empresas compartilham um ambiente de trabalho, permitindo a troca de ideias, networking e colaboração. No entanto, com o passar dos anos, o conceito de coworking começou a se tornar associado a uma imagem específica e, em certa medida, ultrapassada. Os espaços de coworking muitas vezes eram vistos como locais informais e temporários, com uma estrutura que poderia não atender às necessidades de todos os tipos de profissionais, especialmente aqueles que buscavam um ambiente mais estruturado e profissional.

Foi adotado o título “Polo Criativo: Espaço de Trabalho Compartilhado" por refletir uma evolução e expansão do conceito tradicional de coworking, incorporando a ideia de um ambiente de trabalho dinâmico, multifuncional e adaptável, que vai além das expectativas convencionais. O termo "Polo" sugere um centro ou núcleo de atividade, um ponto focal onde diversas forças conversam e se encontram. É um lugar de energia, inovação e liderança. "Criativo" destaca a intenção de promover a criatividade, a originalidade e a inovação em todas as atividades realizadas no espaço, logo, remetendo à ideia de um local que não só acompanha as mudanças socioeconômicas, mas que também lidera a inovação e a adaptação às novas realidades de trabalho e vida urbana. Desta forma desprendendo a ideia que carrega a palavra coworking e desapartando a conexão ao meu projeto. Com o advento da era digital e da globalização, o trabalho tornou-se cada vez mais desvinculado de um local físico específico. O avanço da tecnologia da informação e das comunicações permitiu que as pessoas trabalhassem remotamente, a partir de qualquer lugar com acesso à internet. No entanto, essa liberdade de trabalho remoto também trouxe desafios, como o isolamento social, a falta de estrutura adequada, dificuldade de networking e comunicação social etc.

Com isso, percebe-se a necessidade de pensar em ambientes de trabalho que resgatem essas questões perdidas pela modernização e período pandêmico. Segundo Andrew Cottey (2019), o coworking vai além do simples compartilhamento de espaço físico, englobando também valores como comunidade, colaboração, sustentabilidade e acessibilidade.

Figura 02: Representação figurativa no novo conceito de trabalho compartilhado. Fonte: acervo do autor

Nesse contexto de mudanças no mercado de trabalho e nas formas de organização espacial, o coworking surge como uma solução para os desafios enfrentados pelos profissionais independentes, pequenas empresas e líderes de áreas. Logo, é preciso pensar nas necessidades de um Coworking atual. Ao oferecer um espaço compartilhado e colaborativo, o coworking proporciona não apenas uma infraestrutura de trabalho flexível e acessível, mas também a oportunidade de interação social, networking e colaboração com outros profissionais. Além disso, o coworking permite que os trabalhadores tenham acesso a comodidades e recursos que podem ser caros ou difíceis de obter em um ambiente de trabalho tradicional, como salas de reunião equipadas, internet de alta velocidade e serviços

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024_2

Proposição

Como um todo, a ideia de um ambiente de trabalho compartilhado é explorar a integração e o convívio entre diferentes pessoas com diferentes finalidades usufruindo de um mesmo espaço. Desta forma, a principal ideia de construir um edifício destinado a um ambiente de trabalho compartilhado foi criar um espaço onde a própria arquitetura inspire criatividade, bem-estar e harmonia entre as pessoas. Essa abordagem parte do conceito de que o ambiente físico tem um impacto direto no comportamento, nas emoções e na produtividade dos usuários.

A integração com a natureza também é um ponto-chave, sendo traduzida pela incorporação de áreas verdes, jardins internos e vistas abertas que conectem os usuários ao ambiente natural, promovendo relaxamento e redução do estresse. A flexibilidade espacial também foi outro ponto pensado, as lajes com metragens e formatos diferentes garantem áreas multifuncionais que permitam personalizações conforme as necessidades, estimulando um uso dinâmico e criativo. Complementando essa flexibilidade, grandes aberturas para luz natural e sistemas de ventilação cruzada garantem conforto térmico, eficiência energética e ambientes mais agradáveis.

Figura 03: Diferenciais do projeto. Fonte: acervo do autor
Figura 04: Perspectiva térreo Rua Abará. Fonte: acervo do autor
Figura 05: Perspectiva térreo praça Brooklin. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Assim, o edifício vai além de um espaço funcional com um layout pré definido coordenando o ambiente. Ele se torna um catalisador de experiências emocionais positivas, promovendo uma nova forma de trabalhar, colaborar e criar. A arquitetura, nesse contexto, assume o papel de facilitadora da criatividade, da conexão entre pessoas e da harmonia com o entorno, resultando em um ambiente que transforma e potencializa a vivência cotidiana.

Figura 06: Planta térreo Rua Abará. Fonte: acervo do autor
Figura 07: Corte BB - horizontal. Fonte: acervo do autor

Referências

Adesampa. Teia Vergueiro.São Paulo.c2024. Disponível em: https://adesampa.com.br/teia/work/vergueiro/. Acesso em 2024. Archdaily. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br

Censo 2022: População e Domicílios - Primeiros Resultados - Atualizado em 22/12/2023

Censo 2022: População e Domicílios - Primeiros Resultados - Atualizado em 22/12/2023

COTTEY, Andrew. The Rise of Coworking Spaces: A Literature Review. Journal of Corporate Real Estate, v. 21, n. 1, p. 48-64, 2019.

Cow Coworking. Unidade Berrni.São Paulo.c2024. Disponível em: https://cowcoworking.com.br/co-wberrini-sao-paulo/. Acesso em 2023

FAUSTO, Boris. São Paulo: Trabalho e Conflito. Brasiliense, 2008. Instituto Moreira Sales. IMS Paulista. Disponível em: https://ims.com.br/unidade/sao-paulo/

MORGAN, Jacob. The Future of Work: Attract New Talent, Build Better Leaders, and Create a Competitive Organization. John Wiley & Sons, 2014.

Patrimônio Arquitetônico

Museu Dimitri Sensaud de Lavaud e Acervo Histórico de Osasco

Caroline Morais de Alencar

Orientador : Prof. Ms. Ralf José Castanheira Flôres

Figura 01: Perspectiva do complexo cultural do Museu de Osasco. Fonte: acervo da autora.

Esse trabalho busca analisar um patrimônio ocioso na cidade de Osasco, o Museu Municipal

Dimitri Sensaud de Lavaud, através da sua história e importância para a cidade. O presente trabalho busca propor a revitalização do casarão centenário que abriga o Museu Municipal de Osasco, fechado desde 2019, através do levantamento de pequenos restauros necessários em sua estrutura e na sua reinserção na vida urbana. Além disso, para solucionar o déficit cultural da cidade em que está inserido, propõem-se a criação de um edifício anexo no outro terreno pertencente ao museu, anteriormente utilizado como estacionamento. Esse anexo abrigará um programa cultural e educacional para a população, além de abrigar o departamento de Acervo Histórico da Secretaria da Cultura de Osasco.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Entre as novidades urbanísticas do início do século, está a preservação de sítios e monumentos urbanos, onde arquitetos e intelectuais descobriram que tínhamos uma história, exibida e sem proveito, através de edificações desprezadas, caindo aos pedaços e conservadas por milagre (SANTOS, 1986). Apesar disso, essa realidade não mudou. No panorama contemporâneo das grandes cidades, um fenômeno persiste e preocupa: os patrimônios ociosos, abandonados e em ruínas. Esses são espaços, edifícios ou áreas que, por diferentes motivos, encontram-se sem uso ou subutilizados. Seja por questões econômicas ou falta de interesse público, esses patrimônios são vítimas do abandono e da deterioração ao longo do tempo. Assim, por trás dessa aparente desolação, há uma necessidade urgente de preservação. O objetivo não é apenas resgatar e conservar a história e a identidade cultural de uma comunidade, mas também reinserir essas construções históricas em um novo contexto de cidade e de civilização. É nesse contexto que o presente trabalho é produzido, investigando questões de preservação de patrimônios ociosos e museus, o qual culminou na elaboração de um projeto de revitalização do Museu Municipal de Osasco Dimitri Sensaud de Lavaud, fechado há 5 anos e em estado de degradação; e na criação de um edifício anexo a ele, capaz de contribuir com esse objetivo, sendo ele utilizado como centro cultural e como a nova sede do departamento de Acervo Histórico da Secretaria da Cultura de Osasco. É esperado que as soluções propostas possam trazer de volta o patrimônio em questão ao cotidiano local, transformando as dinâmicas do espaço e valorizando a importância que tem para a cidade. Além disso, presume-se que modo como o discurso é empregado tenha o poder de provocar reflexões sobre como lidamos com patrimônios atualmente, principalmente na cidade e na construção focos desse trabalho. Para isso, projetos que tem como objetivo revitalizar patrimônios foram analisados, como o Museu do Pão e o Museu Rodin, ambos do escritório Brasil Arquitetura, além de uma profunda investigação acerca do casarão que abriga o museu tema deste trabalho.

Figura 02: Estado atual do Museu. Fonte: acervo da autora.

Proposição

A produção do projeto partiu de duas vertentes: o Museu de Osasco e o edifício anexo proposto. Na primeira, a intenção da autora foi de produzir um diagnóstico das patologias existentes e das deficiências estruturais do museu. Para isso, foi produzida uma planta de restauro e um projeto para melhoria dos sanitários e da acessibilidade do casarão, que são as principais deficiências apontadas pelos antigos visitantes. Além disso, foi incluída no programa uma cafeteria com o objetivo de possibilitar um espaço de convívio e permanência no terreno do museu.

A segunda proposta foi a criação do edifício anexo, localizado no outro terreno pertencente ao museu, utilizado como estacionamento na época de seu funcionamento. Essa construção servirá para abrigar um programa cultural e educacional, além de acolher o departamento de Acervo Histórico da cidade de Osasco, o qual é responsável por cuidar do museu, de seu acervo e documentos. Essa decisão foi tomada afim de construir áreas adequadas de restauro e manutenção do acervo e facilitar a manutenção diária do patrimônio.

Figura 03: Planta de restauro. Fonte: Acervo da autora.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 04: Implantação do complexo do Museu de Osasco. Fonte: Acervo da autora.

Figura 05 e 06: Cortes AA (museu e cafeteria) e DD (edifício anexo). Fonte: Acervo da autora.

Para tornar os terrenos um complexo, o edifício anexo mantém a mesma linguagem utilizada na cafeteria, construída no mesmo nível do museu. A utilização de brises, coberturas em alumínio e vidro e grandes aberturas são presentes em todo o complexo.

Referências

CARSALADE, Flavio de Lemos (2014). Intervenção e restauro em arquitetura: uma abordagem existencial. III Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo arquitetura, cidade e projeto: uma construção coletiva São Paulo, 2014.

CONSIDERA, Andréa Fernandes. Os museus e os primórdios da museologia brasileira no século XIX. In: MAGALDI, Monique B.; BRITO, Clóvis Carvalho (Org.). Museus & museologia: desafios de um campo interdisciplinar. Brasília: FCI-UnB, 2018.

GASPAR, Alberto. Museus e centros de ciências: conceituação e proposta de um referencial teórico. 1993. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993.

MARTINS, Miguel André Camões - Edifícios religiosos enquanto espaços arquitetónicos em mutação : novos usos.- Lisboa: FA, 2019. Dissertação de Mestrado.

NORA, P., & Aun Khoury, T. Y. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História : Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados De História 10, 2012.

Oliveira, Mylena Brasileiro de Lima. A Arquitetura De Museus Na Obra Do Escritório Brasil Arquitetura: Os Casos Do Museu Do Pão, Do Palacete Das Artes Rodin Bahia E Do Museu Cais Do Sertão. 2019.

SANTOS, Carlos Nelson F., Preservar não é tombar, renovar não é pôr tudo abaixo. Revista Projeto, n. 86, São Paulo, 1986

Figura 07 e 08: Perspectivas do complexo. Fonte: Acervo da autora.

Complexo Educacional FAU UEMA

Intervenção no Centro Histórico de São Luís

Larissa Ordoñez de Salles Maciel

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Suzuki

Figura 01: Vista praça das chaminés, FAU ao fundo - Maquete. Fonte: acervo do autor.

Resumo

O trabalho transforma a atual Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UEMA - Universidade

Estadual do Maranhão - em um complexo educacional que ocupa as construções e ruínas ociosas adjacentes à instituição. O projeto permite atender demandas existentes tanto da faculdade quanto do centro da cidade: garante a reocupação de imóveis históricos do centro tombado de São Luís, como galpões hoje abandonados, e supre as necessidades da escola de arquitetura, revitalizando-a. O conjunto é de extrema importância para a requalificação do espaço livre ocioso e reinsere o patrimônio histórico na rotina do estudante ludovicense e dos moradores do centro histórico.

Versão integral do trabalho em https://online.fliphtml5.com/rcrrr/hxha/

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O centro histórico de São Luís, capital do Maranhão, é caracterizado por seus sobrados do período de colonização da ilha. Esses, tombados tanto a nível federal pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) quanto a nível mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), possuem diversos tipos de uso e ocupação. Nesse cenário, o trabalho de conclusão de curso foca em quatro casarões localizados na Rua da Estrela, três originários da década de 1920, e uma construção posterior, da década de 2000, que abrigam atualmente a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual do Maranhão (FAU-UEMA) e o terreno situado à oeste dessas edificações. O sítio possui localização privilegiada em relação à mobilidade urbana, encontrando-se dentro de um raio de 200 metros do Terminal Rodoviário de Integração Praia Grande.

A quadra urbana na qual a faculdade está inserida é de grande valor histórico, estando ali implantados três galpões fabris da época industrial da cidade, sendo um em ruínas e dois abandonados, e duas chaminés de tijolos, que se encontram em ótimo estado de preservação e são um marco para a região.

“É através da recuperação das memórias coletivas que sobraram do passado (estejam elas materializadas no espaço ou em documentos), e da preocupação constante em registrar as memórias coletivas que ainda estão vivas no cotidiano atual da cidade (muitas das quais certamente fadadas ao desaparecimento) que poderemos resgatar muito do passado, eternizar o presente, e garantir às gerações futuras um lastro de memórias importantes para a sua identidade.” (ABREU, 1998, p.87)

Com o intuito de conservar as memórias fabris para as gerações futuras e homenagear esse importante período da ilha, a implantação de um complexo educacional que seja anexo à faculdade e complemente seu atual programa irá, também, enquadrar e preservar os elementos históricos ali presentes.

Figura 02: FAU UEMA. Fonte: Google Street View.

Proposição

O principal objetivo da intervenção a ser realizada no terreno de interesse é criar uma conexão através do lote, entre a avenida e a faculdade, que seja um trajeto diário e facilite a rotina dos frequentadores da região. A implantação de um complexo que possua fruição e gere um passeio que traga vida urbana ao centro da quadra é inovador em relação ao seu entorno, fato que revitaliza a região central. Vencer o desnível existente de maneira confortável e dentro do espaço construído também é desejado. O projeto do complexo anexo disponibiliza uma nova frente para a faculdade, potencializando sua relação com a cidade, com o pedestre e com a mobilidade urbana. Além disso, trabalha o equilíbrio entre construções de diferentes períodos históricos em um mesmo sítio e revitaliza o patrimônio local.

Figura 04: Corte diagramático. Fonte: acervo do autor

A partir do levantamento de dados e investigações realizadas, o projeto e seu programa possuem como intuito reviver o miolo da quadra que se encontra atualmente abandonado e reincorporar à vida cotidiana os três galpões que estão vazios. Ocupar esses espaços de maneira ativa à vida dos estudantes de arquitetura e urbanismo da UEMA é de grande interesse, e insere o patrimônio histórico no dia a dia dos moradores da região com um uso diferenciado do comum, bem como exemplifica Françoise Choay:

Figura 03: Galpões e chaminés. Fonte: Google Street View

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

“A reutilização, que consiste em reintegrar um edifício desativado a um uso normal, subtraí-lo a um destino de museu, é certamente a forma mais paradoxal, audaciosa e difícil da valorização do patrimônio.” (CHOAY,2017, p.226)

Sendo assim, para aproveitar da melhor forma o espaço, o complexo educacional foi dividido em quatro setores: a requalificação dos edifícios já pertencentes à faculdade, a incorporação dos casarões da esquina, a reocupação dos três galpões abandonados e o projeto de uma nova edificação. Além da praça central que interliga esses ambientes.

Figura 05: Implantação - nível +4,20m. Fonte: acervo do autor
Figura 06: Corte AA. Fonte: acervo do autor
Figura 07: Corte EE. Fonte: acervo do autor

Referências

ABREU, Maurício de Almeida. Sobre a memória das cidades. Porto: Revista da Faculdade de LetrasGeografia I série, Vol XIV, 1998, pp. 77-97

AZEVEDO, José Luís de Moraes. Varandas de São Luís Gradis e azulejos. Organização de Olavo Pereira da Silva F. São Luís: EDUFMA, 2006.

CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade, Ed. UNESP, 2017

JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2003. pp. 1-57

MENEZES, Ulpiano Toledo Bezerra de. O campo do patrimônio cultural: uma revisão de premissas. Conferência Magna, I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural, Vol. 1, Ouro Preto, IPHAN, 2009, pp. 2539.

São Luís. Prefeitura Municipal de São Luís. Plano Diretor do Município de São Luís: Lei nº 7.122 de abtil de 2023. São Luís, 2023.

SILVA, José. São Luís-ilha do Maranhão e Alcântara. São Luís: EDUFMA, 2010.

Figura 08: Perspectiva 3D esquina. Fonte: acervo do autor
Figura 08: Perspectiva 3D passarela metálica. Fonte: acervo do autor

Novo Museu das Favelas e Centro Cultural Raízes

Preservação e Incentivo à Cultura Periférica

Thais Reimberg Maia dos Santos

Orientador : Prof. Ms. Ralf José Castanheira Flôres

Figura 01 : Morro da Providência - Primeira favela do Brasil. Fonte: Jornal O Globo

A favelização no Brasil teve início do século XX, com a migração de trabalhadores rurais para as cidades. Sem infraestrutura, muitos viviam em "cortiços", dando origem às favelas. Esse processo reflete também o abandono dos ex-escravizados após a abolição, sem acesso a terra, educação ou políticas inclusivas, perpetuando a exclusão e o preconceito ainda vividos em favelas e quilombos. Mesmo marginalizados, criaram expressões culturais como resistência, muitas vezes apropriadas e desvalorizadas. O projeto propõe um Museu das Favelas e um Centro Cultural para preservar e celebrar essa riqueza histórica e cultura

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Raízes -Motivação e Ancestralidade

Raízes são a origem e a herança cultural de um povo, fundamentais para fortalecer a identidade e preservar a história de um grupo. Elas trazem um senso de pertencimento e orgulho pelas tradições.

Durante a escravidão, a conexão com essas raízes foi essencial para a resistência dos africanos e seus descendentes, ajudando a preservar sua identidade e sobrevivência diante das adversidades impostas pelo sistema escravocrata. Apesar das tentativas de forçar a assimilação, muitos conseguiram manter tradições culturais como dança, música, religião, língua e culinária.

Essas tradições continuam vivas hoje, se reinventando, mas sem perder sua essência. A música e a dança, por exemplo, são formas de expressão que ainda transmitem emoções, histórias e culturas de maneira profunda e significativa.

Fonte: Reddit

Figura 02 : Lundu: primeira expressão cultural de música e dança identificada como afrobrasileira. Fonte: Música Brasilis
Figura 03 : Bastidores do VMB de 1998 em São Paulo: Bezerra da Silva, Racionais MC's, Martinho da Vila, Marcelo D2, Primo Preto e Consciência Humana. - Referências da favela na música brasileira

Proposição

O novo Museu das Favelas e o Centro Cultural Raízes tem como objetivo preservar essas memórias e criar caminhos para a mudança, celebrando a resistência e a criatividade de quem vive e cria nas periferias, trazendo a favela para o centro e sendo reconhecida como patrimônio cultural, além de criar um espaço de cultura para a população.

A valorização do patrimônio muitas vezes está ligada diretamente a um juízo de valor e noções de mais valia, onde os bens considerados belos, importantes, terem uma grande visibilidade ou trazem algum retorno financeiro tem o grande privilégio de serem lembrados, valorizados, cuidados e restaurados para a posterioridade. Entretanto, tudo aquilo que é o oposto merece de fato ser esquecido e apagado? Aos olhos de quem, e de quais pontos de vista devemos validar a importância de uma cultura, e o quão prepotente deve ser aquele que a escolhe para ser apagada.

A cultura imposta pela elite gerou movimentos de resistência nas periferias, como teatro, moda, desenhos, capoeira, dança de rua, hip hop, rap, samba e outros estilos musicais. Essas formas de expressão desafiam a dominação e são fundamentais para preservar e valorizar a cultura periférica. Investir nas artes é essencial para dar protagonismo a quem realmente criou essas manifestações, garantindo voz e espaço para suas origens.

A cultura pode ser fundamental na redução da criminalidade ao oferecer alternativas positivas e espaços de pertencimento, especialmente para aqueles em situações vulneráveis. Programas culturais ao redor do mundo têm mostrado como a arte pode desviar jovens do crime, promovendo o desenvolvimento de habilidades e contribuindo para uma sociedade mais justa e segura.

Esses projetos provam que a cultura tem um poder transformador. Ao envolver indivíduos em atividades criativas, ela os conecta de maneira positiva com a sociedade, além de ajudar no desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, como empatia, disciplina e resolução de conflitos. Dessa forma, a cultura oferece aos jovens e comunidades alternativas para superar adversidades, reforçando sua identidade e humanidade, e colaborando para a construção de um ambiente mais seguro e justo para todos.

Figura 04: Jovens utilizando instrumentos musicais representando a sua liberdade da criminalidade

Fonte: Autor desconhecido

O local do projeto é no Bairro da Luz. O bairro da Luz é uma região histórica localizada no centro da cidade de São Paulo e é conhecido principalmente por abrigar importantes instituições culturais e referências arquitetônicas, como a Estação da Luz, a Pinacoteca do Estado e o Museu da Língua Portuguesa, Pinacoteca Contemporânea, tornando assim o bairro um polo cultural e turístico da cidade. O local escolhido para o projeto, possui uma suma importância para o seu significado. Trazer um museu e centro cultural que representa unicamente o povo de periferia em uma das regiões mais tradicionais de São Paulo, é de fato trazer essas memórias para o lugar que um dia as colocaram nas margens da cidade e fadaram ao esquecimento.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

05: Mapa da região de intervenção

Autoral

Figura 06: Local de Interveção - Av. Cásper Líbero 560

Fonte: Google Earth e edição autoral

As escolhas de materiais, cores e estrutura foram baseadas em um estudo volumétrico e em um programa de necessidades que visava atender a todos os aspectos da cultura, como exposições, salas de aula, oficinas, auditórios e espaços de livre apropriação, permitindo a realização de atividades das mais diversas formas. A proposta de cores e uma tipologia mais horizontal e baixa, em contraste com o entorno imediato, foi pensada para fazer alusão à autoconstrução, um método que representa a realidade das periferias.

Figura
Fonte:

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024_2

Fonte: Projeto Autoral

Fonte: Projeto Autoral

Referências

CHESTER, Rick. A favela venceu: de um povo heroico o brado retumbante. 25 maio 2020

MUSEU DAS FAVELAS. Favela Ocupa. Disponível em: https://www.museudasfavelas.org.br/favelaocupa/

SANTOS, Milton. Pobreza urbana. São Paulo: Editora Hucitec, 2000.

Figura 07: Novo Museu das Favelas e Centro Cultural Raízes
Figura 08: Novo Museu das Favelas e Centro Cultural Raízes

Renovação do Espaço do Antigo Santapaula

Iate Clube

Vanessa de Oliveira da Silva

Orientador: Prof. Ms. Ralf José Castanheira Flôres

Figura 01: Conjunto Santapaula Iate Clube. Fonte: acervo da autora Resumo

Este trabalho de conclusão de curso disserta sobre a intervenção no espaço físico do antigo Santapaula Iate Clube, situado às margens da Represa Guarapiranga. Esta estrutura foi concebida inicialmente como um hotel, com a construção iniciada em 1948. Contudo, sua inauguração ocorreu apenas na década de 1960, como um Iate Clube, após passar por reformas na estrutura existente e por uma expansão para um setor náutico, realizadas pelos arquitetos João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi, resultando em uma obra emblemática do estilo brutalista. O estudo inicia-se com uma análise histórica, abordando a formação do local, desde a criação da represa, a construção e utilização do edifício, seu subsequente abandono e o panorama atual da região, para a elaboração de um projeto de intervenção que o reintegre à cidade.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A requalificação de espaços urbanos abandonados tem se tornado um debate cada vez mais presente nas diretrizes de planos urbanísticos, devido ao aumento de imóveis nessa situação, conforme o Censo Demográfico de 2022 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), São Paulo apresenta cerca de 590 mil imóveis particulares vazios, que geram diversos problemas nas regiões em que estão situados, como a insegurança. Os motivos que levam a esses empreendimentos a serem abandonados são variados, desde dificuldades financeiras na manutenção do local até conflitos entre proprietários e responsáveis pelo uso, bem como desinteresse dos responsáveis. Esses imóveis enfrentam desafios significativos relacionados à sua ocupação e utilização efetiva.

Este trabalho se propõe a analisar e discutir o processo de renovação de um espaço abandonado na cidade, explorando os diversos aspectos envolvidos nesse processo e os impactos resultantes. A análise é centrada no antigo Santa Paula Iate Clube, conjunto de estilo brutalista. Apesar do complexo ser um ponto importante da formação do local, os residentes da região ou os transeuntes desconhecem sua história, devido ao estado de abandono, que perdura por décadas. Localizado na região de Interlagos, originalmente concebida como uma cidade satélite da capital, o local em questão apresenta potencialidades significativas para se tornar um importante polo de lazer, cultura e turismo na cidade. Com o objetivo de promover o melhor uso dos espaços abandonados ou subutilizados na cidade para a população, foram examinados diversos aspectos, como a análise da formação histórica do local, a concepção do edifício e seus usos, legislações que incidem sobre o lote, as tentativas anteriores de requalificação do espaço e estudos de caso que podem orientar uma intervenção que beneficie a cidade em termos de interligação urbana, programa e renovação do espaço. Além disso, devido ao fato de o objeto de estudo ser um bem tombado como patrimônio arquitetônico, outras questões foram analisadas, como sua função e contribuição atuais para a sociedade.

Por meio deste estudo, busca-se não apenas revitalizar o espaço físico em questão, mas também resgatar sua importância histórica e cultural, reintegrando-o ao tecido urbano e proporcionando benefícios tanto para os moradores locais quanto para a comunidade em geral.

Figura 02: Garagem de Barcos - Setor náutico, na década de 1960 – Fonte: Acervo da FAUUSP.
Figura 03: Garagem de Barcos - Setor náutico, em 2024 – Fonte: acervo da autora.

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024 2

Proposição

O propósito deste projeto de intervenção é promover a renovação do conjunto por meio da requalificação e do novo uso do espaço, incorporando um hotel. Embora a demanda por esse serviço esteja presente na região, atualmente é necessário deslocar-se para áreas mais centrais da cidade para usufruir desse tipo de serviço. Além do hotel, o projeto inclui espaços para eventos e áreas de acesso livre. O intuito é revisitar os propósitos dos projetos anteriores, alinhando-os às necessidades atuais do espaço.

Figura 04: Implantação. Fonte: acervo da autora.

Está sendo proposto para a Garagem de Barcos o restauro e reforma da estrutura existente, a e demolição de intervenções posteriores que descaracterizam a identidade e o carácter histórico do edifício, a fim de implementar um mirante e um café, transformando-o em um espaço de convivência e lazer, e trazendo de volta um elemento essencial de interação social e de estímulo ao uso do espaço.

Figura 05: Corte. Fonte: acervo da autora

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Devido o edifício sede ter um nível de tombamento menos restritiva, está sendo considerada a demolição parcial para melhorar a configuração do espaço, otimizando as circulações, ventilação e iluminação, ao mesmo tempo em que se preserva a memória dos elementos icônicos do projeto original, como as piscinas.

As fachadas do edifício, que atualmente fazem pouca conexão com a paisagem local, foram repensadas e receberam novos elementos. Nos espaços sociais, assim como nas circulações verticais, foram incorporados planos de vidro, que não só proporcionam maior luminosidade natural aos ambientes, mas também criam uma sensação de amplitude e de conexão visual com o exterior. No setor de eventos, a chapa metálica perfurada oferece uma combinação de funcionalidade e design contemporâneo, permitindo a ventilação e iluminação adequadas enquanto mantém o caráter intimista desses espaços. Já nos quartos, a parede foi recuada para possibilitar a criação de varandas, ampliando as áreas de convivência e oferecendo aos hóspedes um contato mais direto com o ambiente externo.

Por fim, considerando as diversas limitações do lote em relação à alocação de vagas de estacionamento, foi pensado no potencial de um estacionamento em um lote vizinho, que atualmente encontra-se sem uso. Esta solução visa atender à demanda de vagas que será gerada pelo novo fluxo de visitantes e usuários no local, além de atender às necessidades de acessibilidade e mobilidade.

Figura 06: Fachada oeste do edifício sede. Fonte: acervo da autora

Referências

ANTIGO SANTA PAULA IATE CLUBE. Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo, 2017. Disponível em: <http://condephaat.sp.gov.br/benstombados/antigo-santa-paula-iate-clube/>. Acesso em: 22 de março de 2024.

CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade, Unesp, 2001

GRANDE HOTEL INTERLAGOS. Revista Acrópole. São Paulo, março de 1953 - ANO 15 - N° 179. Disponível em<http://www.acropole.fau.usp.br/edicao/179/41> Acesso em: 10 de maio de 2024.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Consulta Pública, Parceria Público-Privada (PPP) na Modalidade Concessão Administrativa Para a Implantação, Manutenção, Conservação e Operação do CTEC Guarapiranga - Complexo Turístico, Educacional e Cultural – na Cidade de São Paulo. Disponível em: < https ://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade /secretarias/upload/ governo/ desestatizacao/ctec_santapaula/ 06__Anexo_III_do_Edital___Memorial_Descritivo_v2.pdf>. Acesso em: 22 de março de 2024.

SANTOS, Carlos Nelson F., Preservar não é tombar, renovar não é pôr tudo abaixo. Revista Projeto, n. 86, São Paulo, 1986, p. 59-63.

TOURINHO, Andréa de Oliveira. O tombamento do antigo Santa Paula Iateclube em Interlagos: Memórias de uma Modernidade Paulistana. Revista arq.urb, número 14, 2015. Disponível em: < https://revistaarqurb.com.br/arqurb/article/download/258/224/432>. Acesso em: 24 de maio de 2024.

Figura 07: Vista da Garagem de Barcos -. Fonte: acervo da autora

ANEXO CCSP: Apoio a pessoas em situação de rua

Vinicius Alves Portugal

Orientador : Prof. Dr. Rodrigo Luiz Minot Gutierrez

Figura 01 : Conversa entre equipamentos. Fonte: acervo do autor

Resumo

O trabalho busca discutir formas de mitigar a negligência sofrida por pessoas em situação de rua. Oferecer um local de acolhimento e suporte para essa população em constante crescimento na cidade de São Paulo é essencial para preservar sua dignidade e permitir que tenham acesso a condições básicas de higiene, alimentação e cuidados médicos.

Propõe-se a criação de um edifício anexo ao Centro Cultural São Paulo, baseando-se na idealização do Arquiteto Luiz Telles, coautor do projeto do CCSP, que desejava a expansão do equipamento para acolher de maneira mais ordenada a população em situação de rua que habita o CCSP.

Versão integral do trabalho em: https://www.behance.net/gallery/212202185/ANEXO-CCSP

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A questão da população em situação de rua é um desafio crescente e complexo nas grandes cidades, especialmente em São Paulo, onde o número de pessoas vivendo sem um lar adequado tem aumentado de forma exponencial. Este trabalho propõe um projeto arquitetônico que visa abordar esta problemática, buscando mitigar a negligência sofrida por essa população invisível aos olhos da sociedade. O tema escolhido foi resultado de uma reflexão do arquiteto Luiz Telles, coautor do projeto do CCSP, na qual ele afirma que os espaços públicos e semi-públicos do centro cultural viabilizam a humanização e estímulo ao acolhimento de qualquer cidadão, inclusive aqueles em situação de rua.

“Quando vejo o pessoal que vem dormir aqui(...) então porque não fazer um vestiário e um banheiro do outro lado da rua pegar um lugar ali se aqui não tiver mais(...)”. (Luiz Telles, 2012, 30 anos CCSP).

A proposta deste anexo ao CCSP não se limita a fornecer um espaço físico. Trata-se de uma extensão do tecido social, um compromisso concreto com a justiça social e a solidariedade. O objetivo é oferecer oportunidades de reabilitação, educação, capacitação profissional, higiene básica, espaço de armazenamento, assistência médica e habitação temporária, promovendo a reinserção dessas pessoas na sociedade. Este projeto é fundamentado em uma série de pesquisas baseadas no censo de 2021, que destacam o crescimento alarmante da população em situação de rua e a insuficiência das políticas públicas em atender a essa demanda crescente.

Figura 02 : Gráfico do crescimento da população em situação de rua. Fonte: Censo 2021 e OBPOPRUA Proposição

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024_2

A proposta projetual tem como principal partido a concepção de um edifício que cumpra as funções de apoio para população em situação de rua por meio de uma arquitetura acolhedora. Visando esse objetivo, há uma tentativa de compreender primeiramente quem são essas pessoas, quais suas histórias, necessidades e dificuldades e ainda investigar a relação delas com o espaço urbano público.

Baseando-se nas pesquisas realizadas, optou-se pela criação de um programa que proporcione para o público não apenas um local para se alimentar e higienizar, mas também para suprir outras necessidades essenciais e receber assistência que possibilite uma maior perspectiva de reinserção na sociedade.

Devido a dimensão do terreno e o grande potencial pela localização, a implantação além de acolher a população de rua, também abraça as pessoas que estão circulando pela proximidade, uma grande praça pública sem restrições de acessos e espaços de circulação e permanência, promovendo a permeabilidade dentro do espaço.

Quanto ao desnível do terreno, a praça foi dividida em três grandes platôs, que fazem a acomodação dos edifícios e criando uma circulação longitudinal contínua, semelhante a rua interna do CCSP.

03 : Diagrama do programa. Fonte: acervo do autor

Figura

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Algumas soluções para vencer acessos entre pavimentos sem a necessidade de redundâncias de circulações verticais, foi a proposta de contínuas passarelas que interligam a circulação entre os platôs, diferenças de níveis entre a edificação e calçada.

Arquibancadas externas posicionadas de forma com que acomodam no terreno e também proporcionam espaços de contemplação, apresentações e manifestos.

Figura 04 : Passarela externa nível +797,00. Fonte: acervo do autor
Figura 05 : Acesso principal nível +794,00. Fonte: acervo do autor

06 : Vista da Avenida 23 de Maio. Fonte: acervo do autor

Referências

BEDENDO, Pedro Ichimaru. Situação de rua e o projeto nova luz: rede de equipamentos para proteção social. trabalho final de graduação. faculdade de arquitetura e urbanismo da universidade de são paulo. são paulo, 2010.

DE LUCCA, Daniel. A rua em movimento- experiências urbanas e jogos sociais entomo da população de rua. Dissertação Mestrado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

JACOBS, Janes. Morte e vida nas grandes cidades. editora martins fontes: são paulo, 2000.

NIGRO, Ana Paula. Arquitetura da inclusão. trabalho final de graduação. faculdade de arquitetura e urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. são paulo, 2010.

QUINTAO, Paula Rochlitz. Morar na rua: há projeto possível? 2012.Dissertação (Mestrado em Projeto, Espaço e Cultura) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

ROLNIK, Raquel; SCHOR, Silvia; Diálogos na USP, os temas da atualidade: Políticas para população de rua: tema complexo e urgente, 2016.

Figura

Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Reflexão crítica sobre a forma contemporânea de construção do bairro

Barra Funda

Bruna Arissa Aoyagui Numakura

Orientadora: Prof a. Dra. Beatriz Kara José

Figura 01: o sentido da vida. Fonte: acervo do autor

Resumo

Este trabalho propõe uma análise crítica das transformações urbanas que ocorrem atualmente na Barra Funda, tendo como objetivo apresentar uma alternativa ao modelo atual de produção do espaço, marcado pela construção de vários condomínios residenciais de médio e alto padrão. Para isso, buscamos entender o perfil original do bairro para fazermos uma análise comparativa em relação a situação atual e buscamos por estudos de casos internacionais, analisando os instrumentos adotados em contextos similares para enfrentar desafios urbanos semelhantes.

Versão integral do trabalho em https://heyzine.com/flip-book/b05d0c4521.html

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Origem

A Barra Funda é originalmente um bairro industrial que começou a se desenvolver a partir da inauguração da Estrada de Ferro Sorocabana, em 1875. A estação ferroviária implantada no bairro facilitava o escoamento da produção de café para o porto de Santos e para o interior do estado, impulsionando o surgimento de indústrias e o adensamento populacional. Esse contexto favoreceu o estabelecimento de armazéns, depósitos e moradias para operários e industriais.

Uso do solo

Além dos usos tradicionais mapeados (residencial, comercial, serviços, industrial, entre outros), também foram identificados empreendimentos em construção (residenciais e comerciais), imóveis e terrenos à venda ou disponíveis para locação, áreas subutilizadas que funcionam como estacionamentos ou garagens, e espaços vazios ou abandonados.

Figura 02: Uso do solo Figura 03: Vazios x subutilizados x em construção. Fonte: acervo do autor

Transformações recentes

Ao fazer uma análise comparativa dos dados dos Censos Demográficos de 2010 e 2022, observase que o distrito apresentou a maior taxa de crescimento populacional anual de São Paulo, resultando no aumento da densidade demográfica e no número de domicílios, embora a densidade domiciliar tenha diminuído. O crescimento está associado à conversão de terrenos industriais em condomínios residenciais de médio e alto padrão, destacando-se o uso residencial vertical. O processo reflete a dinâmica de adensamento e modo de produção de espaço.

Figura 04 e 05: Tabelas comparativas de dados dos censos 2010 e 2022 Fonte: https://capital.sp.gov.br

Novo bairro Jardim das Perdizes

O Jardim das Perdizes é um caso exemplo do atual modo de produção de espaço na Barra Funda e pode ser considerado uma "ilha urbana" resultante da apropriação do instrumento da OUC pelo mercado imobiliário. Isso evidencia que, embora as Operações Urbanas Consorciadas (OUCs) estabeleçam diretrizes e promovam parcerias com o setor privado, a ausência de um projeto integrado e estratégico amplia a margem de ação do mercado, permitindo o surgimento de empreendimentos que funcionam como ilhas urbanas isoladas.

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024 2

Proposição

O projeto é resultado da aplicação de alguns instrumentos apresentados pelos estudos de casos que foram julgados positivos, tendo a intenção de uni-los para formar o seguinte plano de intervenção para a área destacada na imagem abaixo, como uma reflexão crítica à forma contemporânea de construção do bairro Barra Funda.

A escolha da área demarcada se deu pela existência de muitos galpões desativados, com exceção de alguns que tinham uso destinado a serviços de telemarketing ou cursos profissionalizantes.

Figura 06: Delimitação da área de intervenção. Fonte: acervo do autor
Figura 07: Implantação. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Os pontos positivos considerados foram:

• ZAC

1. O poder público que toma a inciativa de intervir numa porção de território para que ele, junto do setor privado, elabore um plano de intervenção;

2. As diretrizes desse plano são elaboradas pela prefeitura ou entidade local, levando em consideração a demanda e necessidade da população local. Das questões que podem ser discutidas

3. O poder público fica responsável pelos custos da infraestrutura básica enquanto o setor privado fica responsável pela construção das moradias e comércios.

• Land Readjustment

1. A questão de poder intervir no direito de propriedade, sem a desapropriação, permitindo preservar a titularidade dos imóveis, mas são modificadas e valorizadas no mercado imobiliário.

• Concurso bairro novo

2. A ideia de intervir em uma porção do território da Barra Funda.

Além disso, por se encontrar em área de Operação Urbana foram utilizados os parâmetros urbanísticos desta.

Para cada trecho destacado na implantação foi feita uma ampliação com descrição do uso atribuído para cada edificação, uma vista aérea e uma perspectiva.

Figura 08: Ampliação Biblioteca/Info-centro. Fonte: acervo do autor
Figura 09: Vista aérea UBS. Fonte: acervo do autor

Figura 10: Vista aérea e perspectiva de praça entre edifícios. Fonte: acervo do autor

Referências

BRUNELLI, Aideli S. Urbani. Barra Funda (Série História dos Bairos de São Paulo v. 29). São Paulo: DPH, 2006.

Canutti, Rita Cassia. "dedalus.usp." teses.usp. 7 de Abril de 2008. < https://doi.org/10.11606/D.16.2008.tde-25032010-140944 >

LUVISON, Alfredo Rossoni. ZAC: o principal instrumento do urbanismo operacional francês. 2022. 316 f. Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional) – Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2022.

LUVISON, Alfredo Rossoni; MIRON, Luciana Inês Gomes. Sustentabilidade em projetos urbanos: o caso da ZAC francesa. In: SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL NO PROJETO, 16-18 nov. 2023, Pelotas. Anais [...]. Pelotas: PROGRAU/UFPel, 2023.

MELLO, Caroline Ferreira Leite de. Grandes empreendimentos como ilhas urbanas: o caso Jardim das Perdizes - São Paulo. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2020. 107 p. Dissertação (Doutorado), Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, Recife, 2020

MONTANDON, Daniel Todtmann, e Felipe Francisco de Souza. Land Readjustment e Operações Urbanas Consorciadas. São Paulo: Romano Guerra Editora, 2007.

SP URBANISMO. Operações Urbanas Cidade de São Paulo: 2017-2020. São Paulo: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2020. Acesso em: 26 nov. 2024.

VITALE, Letizia. Áreas industriais na orla ferroviária: valorização imobiliária ou valor urbano? São Paulo: Tese (Doutorado), 2013.

Vitruvius, Portal. Concurso Bairro Novo. 04 de agosto de 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/04.044/2398?page=1. >

Parque Horto do Ypê

Transformações dos espaços residuais de Campo Limpo para a concepção de um parque linear

Débora Liberatori Fernandes

Orientador: Profa Dra. Rita C ássia Canutti

Resumo

Espaços residuais urbanos, frequentemente negligenciados, possuem grande potencial transformador no tecido urbano. Este trabalho tem como objetivo propor um projeto de intervenção pública em um conjunto de áreas residuais na região do Horto do Ypê, inserido no distrito de Campo Limpo. A proposta busca combater a segregação socioespacial e ambiental, criando um espaço democrático e sustentável, que valorize a convivência e beneficie, sobretudo, os grupos mais vulneráveis.

Figura 1 - Imagem aérea do Horto do Ypê em Campo Limpo. Fonte: Acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

É de sabedoria universal os benefícios que as áreas verdes trazem à saúde, ao bem-estar e à qualidade de vida da população Além disso, no contexto urbanístico, elas contribuem para o embelezamento da paisagem, a mitigação de problemas ambientais, e o fortalecimento e a melhoria das dinâmicas urbanas. No entanto, observa-se uma distribuição desigual dessas áreas na cidade de São Paulo, com bairros periféricos sofrendo com a escassez de espaços verdes, impactando negativamente a qualidade de vida desses moradores.

Além disso, muitos desses bairros abrigam espaços residuais, áreas que não são destinadas a nenhum uso específico e foram excluídas do planejamento urbano. Tais espaços, que muitas vezes ficam à margem do desenvolvimento da cidade, não se integram à dinâmica urbana e, em vez de se tornarem zonas de convivência ou lazer, acabam sendo locais inseguros e incomodativo; que causam mais dúvidas que certezas.

Portanto, a integração desses espaços residuais à dinâmica urbana poderia representar uma solução para a desigualdade na distribuição de espaços públicos e melhorar significativamente a qualidade de vida nos bairros periféricos. Transformar esses locais em áreas acessíveis, seguras e com estrutura adequada poderia não só reverter a paisagem confusa e obsoleta, mas também gerar benefícios ambientais e sociais, aproximando a cidade de um modelo urbano mais equilibrado e inclusivo.

Para Sanches (2011), a aquisição de novas áreas verdes públicas com a finalidade de suprir as demandas por lazer, recreação e contato com a natureza torna-se uma medida extremamente necessária para reverter o quadro da desigualdade socioespacial e ambiental. O autor continua ao afirmar que dentro do cenário das grandes cidades e metrópoles brasileiras, caracterizado, na maioria das vezes, pelos conflitos sociais e intensa marginalização da população mais desfavorecida, propostas de transformar áreas degradadas em novas áreas verdes se mostram como uma possibilidade de melhoria da qualidade de vida, lazer, recreação, inclusão e coesão social tantos nas áreas centrais adensadas, rica em infraestrutura, como na periferia pobre.

Os espaços residuais da região do Horto do Ypê estão inseridas em uma área majoritariamente residencial de condomínios fechados de alto, médio e baixo padrão, que a separa dos seus vizinhos mais próximos: as favelas. A transformação dessa área residual degradada em um parque urbano parte da proposta de oferecer um espaço de lazer e recreação, tendo a possibilidade de tornar-se palco de democratização urbana e sociabilização. Além disso, por se tratar de um local de vegetação remanescente de Mata Atlântica o projeto visa a proteção desse bioma. Como metodologia foram realizadas diversas pesquisas e levantamentos a partir de leitura de artigos acadêmicos que contribuem para a elaboração do projeto, fundamentando-se em pesquisas que partem de um estudo similar ou que tenham relação com o desenvolvimento do projeto; investigação dos principais dados para compreensão da área a ser estudada a partir de bases cartográficas e levantamentos de dados

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024 2

iconográficos para embasamento do estudo e da proposta, sejam eles por visitas técnicas, imagens aéreas ou levantamentos históricos.

Proposição

O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como proposta de projeto a implantação de um parque linear nas áreas residuais da região do Horto do Ypê, no distrito de Campo Limpo. Para o desenvolvimento do projeto foram realizadas análises sobre o contexto histórico e atual (levantamentos de dados e pesquisa de campo). Com isso, pretende-se propor uma transformação desse espaço público para que se propicie um novo tecido e dinâmica urbana, melhorias da qualidade de vida, lazer, recreação na região.

A área de intervenção foi dividida em dois setores de acordo com suas especificidades: Trechos dos Mirantes, subdividido em A e B, e Trecho Dos Esportes. Com uma análise de fatores como concentração arbórea, topografia, presença de taludes e a relação com as áreas limítrofes - como moradias irregulares e muros de condomínios - é possível criar intervenções que respeitem o contexto ambiental e social de cada seção do parque.

Para início de projeto, o partido é composto pela seguintes diretrizes:

Figura 2 - Croquis iniciais do Trecho Dos Esportes. Fonte: Acervo do Autor.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

• Qualificação dos espaços residuais: implantação de uma infraestrutura com áreas voltadas para atividades esportivas e recreativas de diferentes faixas etárias que promova espaços de encontros, sociabilização e democratização;

• Preservação da vegetação nativa: como foi citado anteriormente, há trechos do parque que existem remanescente do bioma da Mata Atlântica. Sendo assim, a partir das legislações vigente que intensificam a preservação da biodiversidade e o controle da expansão da mancha urbana, é fundamental garantir que a implantação do parque na área não coloque em risco a vegetação nativa;

• Respeitar o contexto social de cada seção do parque: há trechos da área de intervenção que realizam fronteiras com assentamentos precários. Logo, é fundamental que a implantação do parque não afete essas moradias. Na verdade, o intuito é assegurar que o parque seja, além de um espaço de lazer e recreação, um conector, a partir da requalificação dos acessos e vielas já existentes, por meio de escadas, rampas e mobiliários que marcam tais entradas.

3 - Ampliação de um trecho do parque. Fonte: Acervo do autor.

Figura

Figura 4 - Corte arquitetônico de um novo acesso pelo parque para os assentamentos precários. Fonte: acervo do autor

Referências

AWABE, A. L. O. 2021. Centro de Cultural Nova Luz, República. 2020. Disponível em: . Acesso em: 01 jun. 2024.

CARMO, THIAGO VITAL DO. Análise de segregação socioespacial no distrito de Campo Limpo (MSP) por meio do Índice Paulista de Vulnerabilidade Social/ Thiago Vital do Carmo; orientador Reinaldo Paul Pérez Machado. - São Paulo, 2021.

LIMA, W, L. A influência de uma estação metroviária na mudança da cobertura da terra: estudo de caso na estação Campo Limpo em São Paulo. 2016. Disponível em: . Acesso em: 18 abri. 2024.

MORATO, G.B; KAWAKUBO, S.F; LUCHIARI, A. Geografia da desigualdade ambiental na Subprefeitura de Campo Limpo Município de São Paulo/SP. 2005.Disponível em: . Acesso em: 25 mai. 2024

Influência de Características Físicas, Sociais e Urbanas na Composição do Preço de Unidades

Residenciais Verticais

Estudo do Mercado Imobiliário de Santo Amaro, São

Paulo

Francini Melo dos Santos

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Dualde

Figura 01: Distrito de Santo Amaro. Fonte: Geosampa Resumo

O estudo avalia o impacto de fatores físicos, sociais e urbanos no preço de imóveis em Santo Amaro, SP, utilizando o método estatístico, regressão linear múltipla com a combinação de variáveis-chave (exemplo. localização, área privativa e características dos empreendimentos).

Os resultados, apresentados em tabelas e gráficos no Excel, mostram como a metodologia contribui para políticas públicas e iniciativas privadas equilibrarem a valorização imobiliária, criando cidades mais equitativas e promovendo ao público geral à identificação dos principais fatores que influenciam o preço de um apartamento.

Versão integral do trabalho em

(https://drive.google.com/file/d/1WuwxEMXiBYDy3QuynlkV96ggx2S3VLbU/view?usp=drive_link)

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

De acordo com Marx (1987), o “valor de uso” e o “valor de troca” de uma bem, permite revelar a natureza social da mercadoria e o processo de formação da mais valia. No espaço urbano, há a visão da cidade como uma mercadoria, um conjunto espacialmente articulado de bens, que se pode denominar de valor de troca complexo.

No Brasil, os setores do governo federal implantaram o planejamento urbano como forma de estruturar a cidade e a sociedade, visando capacitar os municípios na intervenção da política urbana e da distribuição da valorização da terra. (OSORIO, 2002)

O Estatuto da Cidade, identifica o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos. Na Seção II, “do Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios”, declara que haverá uma lei municipal específica que, numa área selecionada no Plano Diretor, poderá determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização do solo Urbano. Com o Plano Diretor estabelecendo diretrizes, significa que os municípios, em conjunto com a população, deverão debater questões fundamentais e reais, com o principal objetivo de reduzir as desigualdades produzidas no espaço urbano e a consolidação de um mercado imobiliário restrito e especulativo. No decorrer do entendimento das principais ações e decisões urbanísticas que podem incidir sob um bem, faz com que tenha a compreensão do valor real e a renda fundiária da terra a ser analisada.

E, no ramo de Novos Negócios da Incorporação Imobiliária, constatei, como agente observador e atuante da área, a constância de alguns fatores que se tornam determinantes para a quantificação do preço da terra, com o intuito de uma comercialização. Portanto, neste trabalho propõe uma identificação dos fatores a serem considerados intervenientes no valor de unidades residenciais, no estudo de viabilidade econômica de empreendimentos em Santo Amaro, distrito situado na zona centro-sul do município de São Paulo

O conjunto de variáveis-chaves são obtidas através de análise, em especial, no ramo da incorporação imobiliária, tendo como referências, empreendimentos lançados e realizados na cidade. Esta análise será dada pelo tratamento científico, com a modelagem dos dados amostrais, utilizando a regressão linear múltipla, onde terá como resultados planilhas e gráficos.

O tema central, no âmbito do planejamento urbano, é o impacto da proximidade destes

Empreendimentos às Estações da Linha Lilás do Metrô - Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklininfluenciam no valor de mercado do metro quadrado do imóvel anterior ao processo de incorporação, servindo de matéria-prima para qualquer tipo de empreendimento futuro.

Este trabalho promove um olhar com interesses coletivos, focando na valorização urbana equilibrada, na criação de espaços mais qualificados e ambientalmente adequados, obtendo a integração social. Ao analisar esses dados, acarretará o desenvolvimento de novas estratégias para gerir a valorização da terra, qualificar os meios de transportes públicos e melhorar a acessibilidade urbana.

Ressalvo que, a exposição dos conceitos de valores e rendas demonstra que ambos não se limitam à compreensão total da formação do preço da terra urbana. Tanto o conceito de renda da terra quanto o de valor da terra urbana pressupõem uma concepção do espaço urbano complexa e da forma como ele é produzido.

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024_2

Proposição

Este estudo aborda a estimativa do valor de mercado de apartamentos em São Paulo, com foco na região de Santo Amaro, situada ao redor das estações da Linha Lilás do Metrô. A análise abrange empreendimentos em diferentes estágios (lançamento, construção e entrega), com 40 amostras selecionadas para considerar variáveis como localização, tipologia do empreendimento, características físicas dos apartamentos. A pesquisa utilizou a regressão linear múltipla, técnica estática, para entender como essas variáveis influenciam no preço de oferta Abaixo, encontra-se a seleção destes Empreendimentos em estudo, sendo considerados, primordialmente, sua localização e dados das unidades residenciais de cada prédio.

Imagem 01: Mapa Geral das Amostras

Fonte: Próprio Autor, 2024

Tabela 01: Levantamento dos Empreendimentos

Levantamento dos Empreendimentos

CONSTRUTORA NOME ENDEREÇO Z Retrato By Diálogo Rua Sen. Milton Campos, 50 LandScape Alto da Boa Vista Rua São José, 36

Grand High Residences Alto da Boa Vista Avenida Adolfo Pinheiro, 1912 Neo Brooklin Rua Andrea Paulinetti, 256 Sofi Campo Belo Rua Gabrielle D'Annuzio, 226

Estilo Chacara Santo Antonio Rua do Estilo Barroco, 422

Now Alto da Boa Vista Rua Coronel Luis Barroso, 582 Haute Brooklin By Ez Rua do Estilo Barroco, 695

Air Brooklin Avenida Santo Amaro, 4800 EVEN Joaquim Rua Joaquim Guarani 322

Teixeira Duarte Loomi Rua Fernandes Moreira, 132 Versa Brooklin Rua Senador Milton Campos, 175 Alto da Boa Vista Rua João Pimenta, 75 Lavvida Alto da Boa Vista Av. Santo Amaro, 7019

Lavvida Estilo Barroco Rua do Estilo Barroco, 655

Próprio Autor, 2024

Foram selecionadas 16 variáveis independentes para análise: endereço, construtora, idade da construção, zoneamento, tipologia (residencial, comercial ou mista), distância das estações, quantidade de pavimentos, quantidade de unidades totais, áreas privativas, número de banheiros e vagas de garagem. O estudo focou em unidades situadas entre o 9º e 11º pavimento e com preço bruto, ou seja, sem negociação. A partir da regressão, foi possível modelar o impacto de cada variável no preço dos imóveis, obtendo um coeficiente de correlação de 0,99, indicando que 99% das variações no preço são explicadas pelas variáveis analisadas. As variáveis analisadas apresentaram diferentes níveis de influência no preço em Santo Amaro, São Paulo. Cada uma delas fornece reflexões sobre como características físicas, sociais e urbanas afetam o preço de mercado, oferecendo uma visão mais detalhada da composição de valores das unidades residenciais verticais

Fonte:

BACHARELADO

A análise dos dados revelou que as variáveis com maior impacto no preço incluem a tipologia do empreendimento, a distância das estações de metrô, a área do terreno, a quantidade de pavimentos e a quantidade de unidades no edifício Os apartamentos com áreas construídas entre 60m² e 100m² mostraram resultados mais satisfatórios, com menor variação nos preços estimados. Já as unidades maiores (168m² e 185m²) apresentaram maiores desvios, o que pode indicar uma relação menos ajustada às características da região.

Mediante a análise e validação estatística dos dados permite-se concluir que o valor de oferta de apartamentos no bairro de Santo Amaro, São Paulo, entre os meses de junho a novembro de 2024, pode ser dado pela equação abaixo:

A pesquisa também apontou que a área de estudo apresenta padrões urbanísticos homogêneos, como topografia plana, bom acesso e potencial para verticalização, fatores que contribuem para a estabilidade no valor do mercado imobiliário local. Além disso, o estudo sugere que a política pública desempenha um papel fundamental na geração de demanda no mercado imobiliário. Investimentos em infraestrutura urbana, como melhoria no transporte público e ampliação de serviços essenciais, poderiam atrair investidores e compradores, tornando a região mais atraente. Y valor estimado = 996445,21 + (-27116,87)IDADE DA CONSTRUÇÃO + (155003,18)MISTO + (281099,78)RESIDENCIAL + (-231,69)DISTANCIA DAS ESTAÇÕES + (-155640,48)700MDE RAIO, MAIS DE UMA ESTAÇÃO + (-3,03)AREA DO TERRENO + (-21633,69)QTDE DE PAVIMENTOS + (104256,90)QTDE DE TORRES + (750,54)QTDE DE UNIDADES + (14351,68)ÁREA PRIVATIVA DO APARTAMENTO + (-6553,28)QTDE DE DORMITÓRIOS + (73959,07)QTDE DE BANHEIROS/LAVABO + (74868,47)VAGA DE GARAGEM

Figura 6: Valor Estimado x Valor Real

Fonte: Próprio Autor, 2024.

O estudo conclui que as variáveis analisadas influenciam significativamente o preço dos imóveis e que a combinação de políticas públicas, melhorias na infraestrutura e incentivo a empreendimentos mistos pode ser crucial para o crescimento sustentável da região de Santo Amaro. Ao adotar essas medidas, é possível criar um ambiente propício para o desenvolvimento imobiliário, promovendo não apenas um mercado mais equilibrado, mas também um planejamento urbano que atenda às necessidades da população local e incentive o progresso econômico da região.

Referências

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Bertrand Brasil,1987.

OSORIO, Ligia. Estatuto Da Cidade E Reforma Urbana. Novas Perspectivas Para As Cidades Brasileiras. Editora SafE. 2002

Parque Zike Tuma

Um parque para o distrito Campo Grande - SP

Giovanna Arias Theodoro dos Santos

Orientadora: Prof a. Ms. Marcella de Moraes Ocke Mussnich

Figura 01: Perspectiva ilustrada quadra. Fonte: Acervo da autora

Resumo

Este trabalho apresenta a criação de um parque urbano no distrito de Campo Grande, São Paulo, conectando três terrenos subutilizados classificados como Zonas Especiais de Proteção Ambiental (ZEPAM). A proposta busca transformar áreas negligenciadas em espaços de lazer e convivência, promovendo saúde, cidadania e sustentabilidade. O projeto envolveu atividades esportivas, educativas e recreativas, respeitando a paisagem nativa e a topografia, com foco na preservação ecológica e na integração social por meio de um design paisagístico funcional

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Nos últimos anos, as cidades enfrentaram desafios relacionados à subutilização de espaços urbanos. Muitos desses espaços, como terrenos baldios, áreas industriais abandonadas e edificações sem uso, acabam sendo ocupados de forma irregular, seja por moradia informal, atividades comerciais não regulamentadas, descarte inadequado de lixo ou até mesmo transformados em áreas de lazer não oficiais. Essa falta de planejamento e de uso adequado para esses terrenos pode gerar uma série de problemas urbanos, incluindo o agravamento da desigualdade social e a segregação espacial. Além disso, a subutilização desses espaços muitas vezes resulta na disseminação de pragas e doenças

Entretanto, esses espaços, muitas vezes negligenciados, representam uma oportunidade para intervenções urbanas significativas. Quando revitalizados e requalificados, esses locais podem se transformar em áreas de lazer, contribuindo para a promoção de uma cidade mais inclusiva e sustentável. Como destaca o urbanista Huet (2001), os espaços públicos têm sido tradicionalmente concebidos como locais planejados e específicos para funções específicas, como parques, praças e calçadas. No entanto, também aponta que os chamados espaços residuais – áreas que surgem como "sobras" dentro da malha urbana, seja por falhas no planejamento, por questões econômicas, sociais ou culturais – também desempenham um papel crucial no desenvolvimento da vida urbana e na qualidade das interações sociais.

Figura 02: Mapa dos parques municipais em SP 2014. Fonte: (2014) GOV:Guia dos parques municipais de São Paulo 4ª edição

Segundo dados fornecidos pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), a cidade conta atualmente com 108 parques municipais, distribuídos de maneira desigual entre suas regiões. A Zona Sul, onde o projeto está localizado, possui 33 parques, sendo que 24 deles foram inaugurados a partir de 2007. Essa distribuição revela uma lacuna significativa de áreas verdes nas regiões periféricas da cidade, onde a demanda por espaços públicos de lazer é maior. A falta de parques e espaços de convivência nessas áreas contribui para a exclusão social e a marginalização das populações que vivem nessas zonas, que muitas vezes não têm acesso a um ambiente urbano de qualidade.

Dentro desse contexto, este trabalho propõe-se a transformar três terrenos subutilizados no distrito de Campo Grande, na Zona Sul de São Paulo, em um parque urbano, três áreas que juntas tem cerca de 2.730 m², definidas como Zona Especial de Proteção Ambiental (ZEPAM), estão localizadas em uma região periférica, com características ambientais significativas, como remanescentes de Mata Atlântica A proposta se baseia na premissa de que os espaços públicos, quando bem planejados, têm um impacto direto na qualidade de vida das pessoas. Como afirma Jan Gehl (2013), "A vida pública, a interação social e um ambiente urbano vibrante são possíveis apenas se houver espaços públicos fascinantes e funcionais disponíveis para todos". Esse pensamento é fundamental para o desenvolvimento deste trabalho, pois busca-se transformar a área científica em um espaço que fomente a interação social e a convivência de maneira inclusiva e acessível. Além disso, o projeto também visa a promoção da educação ambiental e a

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024 2

valorização das características naturais do local, criando um ambiente que integre a preservação ambiental ao uso urbano de maneira harmônica

Além das referências sobre o papel dos espaços públicos e residenciais, a fundamentação teórica deste trabalho também se apoia em estudos sobre paisagismo e o planejamento de espaços urbanos no Brasil. Miranda Magnoli (2006), por exemplo, aponta que o conceito de espaço livre, que engloba todas as áreas não edificadas, é essencial para a qualidade do ambiente urbano. Esses espaços livres têm diversas funções, como a promoção de áreas de recreação, a proteção ecológica e a contribuição para a estética urbana. Da mesma forma, Macedo e Sakata (2010) trazem uma base conceitual fundamental para compreender o uso dos espaços livres nas brasileiras, ampliando a compreensão sobre a forma urbana e o paisagismo no país, que são fatores chave para o planejamento de parque

O Projeto Quadro do Paisagismo no Brasil (QUAPÁ), por sua vez, oferece uma visão histórica e conceitual do paisagismo brasileiro, abordando as tipologias de projetos de parques e praças em diferentes períodos (eclético, moderno e contemporâneo). As pesquisas do QUAPÁ são cruciais para este projeto, pois fornecem uma base sólida para entender como o paisagismo no Brasil evolui e como pode ser adaptado para atender às necessidades atuais das cidades.

A importância de se adotar um planejamento sensível à preservação ambiental também está presente na análise do contexto histórico dos parques urbanos no Brasil, especialmente no início do século XX. Segundo Francine Sakata (2018), a expansão dos parques urbanos no Brasil foi impulsionada por políticas públicas que buscavam integrar a atividade com a conservação ambiental. Esses movimentos geraram um legado de parques que misturam áreas de lazer com espaços de conservação ambiental, um conceito que é relevante para a proposta de intervenção no distrito

Dessa forma, o redesenho dos terrenos em questão representa uma oportunidade de regeneração urbana, que pode servir como modelo para outras áreas periféricas da cidade de São Paulo e, quem sabe, para outras grandes áreas.

Proposição

A proposta deste projeto de intervenção urbana para os terrenos situados no distrito de Campo Grande, na Zona Sul de São Paulo, visa transformar espaços subutilizados em áreas públicas de lazer e convivência, promovendo a qualidade de vida dos habitantes da região. O projeto surge da necessidade de mitigar a escassez de espaços públicos de lazer na Zona Sul, uma vez que a cidade de São Paulo apresenta uma maior concentração de parques nas regiões central, Norte e Leste, deixando a Zona Sul com uma oferta significativamente menor dessas. equipamentos urbanos.

O conceito central do projeto é transformar três terrenos classificados como ZEPAM (Zona Especial de Proteção Ambiental), localizados em uma área de grande importância ambiental, em parques urbanos multifuncionais. A intervenção visa equilibrar a preservação ambiental e a criação de espaços públicos acessíveis, sustentáveis e adaptados às necessidades da população local, respeitando as características naturais do terreno, como áreas com vegetação nativa e um declive acentuado.

Figura 03: Fluxograma de projeto. Fonte: Acervo da Autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

A setorização dos espaços foi organizada de forma estratégica para atender a diferentes necessidades. As áreas dedicadas à prática de esportes, como quadras, pistas de skate e playgrounds, estão posicionadas nas proximidades das vias mais movimentadas, facilitando o acesso e incentivando o uso ativo. Os espaços educativos e ambientais, como o galpão de eventos, deck e teatro ao ar livre, foram alocados na via parque, que possui baixa circulação de veículos, proporcionando um ambiente mais seguro e tranquilo para atividades externas à educação ambiental, cultura e convivência comunitária

A conexão entre os três terrenos será realizada por meio de um desenho coeso, com forrações e elementos paisagísticos que garantem a continuidade visual e espacial. Essa integração visa proporcionar uma experiência fluida aos usuários, ao mesmo tempo em que respeita a história existente e a preservação das áreas de proteção permanente. A adaptação do projeto às características do terreno, como áreas mais planas e vegetadas, foi feita para minimizar os impactos ambientais e garantir a sustentabilidade da intervenção.

A proposta de transformação desses terrenos subutilizados em parques urbanos tem como objetivo não apenas a criação de espaços de lazer e prática esportiva, mas também o fortalecimento dos espaços públicos como elementos essenciais para uma cidade mais inclusiva e sustentável. A implantação desses parques contribuirá para a melhoria da infraestrutura urbana na Zona Sul, comodidade aos moradores da região ou acesso a áreas verdes de qualidade e com forte vínculo com a preservação ambiental.

Em resumo, o projeto busca transformar os terrenos selecionados em espaços públicos que atendam às necessidades da população local e respeitam as características ambientais da região, propondo uma intervenção urbana sustentável e integrada ao contexto da cidade de São Paulo.

Figura 04: Implantação do projeto Fonte: Acervo da Autora

Referências

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Artigo 6. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 21 abr. 2024.

GEHL, Jan. Cidades para pessoas. 2 ed. São Paulo: Perspectiva, 2013.

HEEMANN, Jeniffer; SANTIAGO, Paola Caiuby. Guia do espaço público: para inspirar e transformar, 2015

HUET, Bernard. Espaços públicos, espaços residuais in: MEYER, Regina Maria Prosperi (Org.). Os centros das metrópoles. Reflexões e propostas para a cidade democrática do século XXI. São Paulo, Associação Viva o Centro, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Terceiro Nome, 2001. P. 147151.

MACEDO, Silvio Soares. Espaços Livres. Paisagem e Ambiente, São Paulo, Brasil, n. 7, p. 15–56, 1995. DOI: 10.11606/issn.2359-5361.v0i7p15-56. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/paam/article/view/133811.. Acesso em: 27 abr. 2024.

MACEDO, Silvio Soares; SAKATA, Francine Gramacho. Parques urbanos no Brasil. São Paulo: EDUSP, 2010.

MAGNOLI, Miranda Martinelli. Espaço livre: objeto de trabalho. Paisagem ambiente: ensaios, São Paulo, n. 21, p. 175-198, 2006a.

MAGNOLI, Miranda Martinelli. O parque no desenho urbano. Paisagem ambiente: ensaios, São Paulo, n. 21, p. 199-214, 2006b.

SAKATA, Francine Mariliz Gramacho. Parques urbanos no Brasil - 2000 a 2017. 2018. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16135/tde-20092018-143928/. Acesso em: 5 mai. 2024. SÃO PAULO (Município). Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/licenciamento/arquivos/Lei16402_16.pdf> . Acesso em: 23 abr. 2024.

VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo, Studio Nobel, 2001. VILLAÇA, Flávio. São Paulo: segregação urbana e desigualdade. Estudos Avançados, São Paulo, Brasil, v. 25, n. 71, p. 37–58, 2011. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/10597.. Acesso em: 21 abr. 2024

Figura 05: Corte AA (setor 1), Corte BB (setor 2), Corte CC (setor 3). Fonte: Acervo da Autora
Corte AA
Corte BB
Corte CC

Reconectando Natureza e Urbanidade: Requalificação do Parque Praia do Sol

Rafaella Beatriz Ozaki

Orientadora: Prof a. Dra. Valéria dos Santos Fialho

Figura 01: Fotografia da orla da represa Guarapiranga, no Parque Praia do Sol, conhecido como “Prainha”. Fonte: Acervo da autora.

Resumo

O projeto aborda diretrizes e propostas para requalificar o Parque Praia do Sol, destacando-o como refúgio urbano acessível para visitantes de baixa renda, evitando deslocamentos ao litoral. Com base nos conceitos de “desenhar com a água” e “sentimento de pertencimento” de Jaime Lerner, adotou-se um método participativo e técnico para envolver a comunidade. Foram realizadas entrevistas com visitantes e colaboradores, vistorias no local e pesquisas em fontes online, captando opiniões e necessidades, pois embora enfrente desafios, como áreas degradadas e subutilizadas, tem grande potencial de lazer e educação ambiental.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Considerando os inúmeros benefícios que os parques urbanos oferecem aos seus visitantes e à população em geral, cujos efeitos positivos se estendem além dos limites dos gradis, este trabalho propõe o planejamento de requalificação do Parque Municipal Praia do Sol ou "Prainha", como é popularmente conhecido entre os frequentadores. O parque está localizado no extremo da zona sul de São Paulo, na Avenida Atlântica, número 3.540. Com uma área total de 74.612,00 m², se distingue entre os 103 parques citados no Guia dos Parques Municipais de São Paulo (4ª edição, 2014), por um elemento singular: um trecho da orla da Represa Guarapiranga, onde é permitido o acesso de banhistas. A Prainha, elemento que se difere da tradicional área verde, será utilizada como estratégia para promover a conscientização ambiental nos visitantes, alinhando-se aos conceitos de "desenhar com a água" e “sentimento de pertencimento”, propostos pelo arquiteto Jaime Lerner.

Para o desenvolvimento deste estudo, foram utilizados os seguintes métodos: vistorias, entrevistas, pesquisas, estudos de caso e elaboração/extração de mapas e gráficos. Abordagens que serviram para a compreensão do contexto histórico e analisar a situação atual da área de intervenção, na qual enfrenta problemas com áreas degradadas, falta de infraestrutura e equipamentos, excesso de resíduos sólidos e poucas opções de atrações.

Embora o parque apresente desafios, ele possui grande potencial a fuga ao ritmo acelerado da vida urbana, ao oferecer espaços para atividades esportivas aquáticas e na areia, além de lazer, recreação e contemplação, sem a necessidade de longos deslocamentos para áreas similares, como o litoral (PAULO, 2019).

O projeto Reconectando Natureza e Urbanidade: Requalificação do Parque Praia do Sol tem a intenção de elaborar um planejamento com diretrizes e propostas para a transformação da área, com soluções interativas com a comunidade desde o princípio do seu desenvolvimento, assim alcançar o sentimento de pertencimento e promoção ao contato direto com a natureza. Também busca-se fomentar a conscientização ambiental e contribuir para a melhoria da saúde e do bem-estar dos visitantes, especialmente os de baixa renda, público que mais se apropria do local.

Portanto, este estudo considera o potencial de transformação do Parque Praia do Sol e seu impacto tanto na vida das pessoas quanto na dinâmica urbana. Ao propor intervenções que integrem estética e funcionalidade, busca-se criar espaços que atraiam visualmente e estimulem ações que promovam uma comunidade mais ativa e ambientalmente consciente.

Proposição

Figura 02: Implantação humanizada de diretrizes e propostas para o Parque Praia do Sol. Fonte: Elaborado pela autora

A partir de pesquisas, análises participativa e comportamental, foi possível propor soluções que atendam às expectativas e necessidades dos visitantes de modo a promover um parque urbano mais acolhedor, funcional e inclusivo. Com intervenções detalhadas nas diretrizes e propostas, a requalificação do Parque Praia do Sol, têm como objetivo ser um atrativo acessível e de qualidade para o público de baixa renda, no qual chega a quinze mil pessoas por final de semana, a partir da valorização de experiência coletiva com recreação e lazer em ambiente semelhante ao natural para gerar sensibilização ambiental e sentimento de pertencimento

Concentrando-se na definição de estratégias e soluções planejadas para orientar futuras ações no espaço, o projeto é estruturado em consideração a disposição da vegetação existente, a topografia e a exploração dos espaços ociosos e inacessíveis para os visitantes, garantindo a integração dos espaços com um ambiente dinâmico e uma experiência participativa. Organizado em: Serviços e apoio; área de praia; áreas verdes e ambiental; área de esportes e atividades físicas; e área de recreação Sendo estes, distribuídos por função e características, dessa forma, não estão necessariamente localizados próximos uns dos outros, permitindo uma distribuição mais flexível e abrangente ao longo da extensão do parque.

Com destaque de três estratégias guias estabelecidas para o desenvolvimento do planejamento de requalificação do Parque Praia do Sol:

• Valorização do recurso hídrico: Requalificação da infraestrutura verde urbana para promover interação da população com a água de maneira contemplativa, recreativa e educacional. Com o objetivo de criar um atrativo de qualidade e acessível a todos os públicos, para valorizar a experiência coletiva por meio de atividades de lazer em um ambiente natural. Visando sensibilizar a importância ambiental, reforçar o sentimento de pertencimento e melhorar a

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

qualidade da água, impactando o consumo e a saúde dos banhistas que frequentam as margens da represa Guarapiranga.

Figura 03: Proposta de intervenção na área da praia com projeção de quiosques. Fonte: Elaborado pela autora.

• Conservação e enriquecimento da vegetação nativa: Remoção de espécies exóticas e introdução de vegetação nativa com o objetivo de aumentar a atratividade do local para a fauna e proporcionar mais áreas sombreadas, deste modo, melhorar a distribuição dos visitantes e favorecer sua apropriação do parque, ao criar um ambiente mais integrado à natureza. Em relação a plantas de pequeno porte, deve-se ampliar e redistribuir a horta, com o objetivo de garantir um espaço educativo onde as pessoas poderão aprender sobre agricultura sustentável, ciclo de vida das plantas e fortalecer os laços comunitários.

Figura 04: Proposta de intervenção, em um trecho da área atualmente destinada ao estacionamento, praça de alimentação com horta comunitária integrada e enriquecimento arbóreo. Fonte: Elaborado pela autora.

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024 2

• Requalificação dos espaços subutilizados: Criação de espaços para atividades esportivas, recreativas, culturais, comerciais e de convivência, com a implantação de novos atrativos durante todo o ano. Exemplos incluem academias ao ar livre e parquinhos naturalizados, espelhos d’água, espaços multiuso para eventos e quiosques de alimentação de qualidade, além da disposição de chuveirões na orla e vestiários, solucionando a questão da higienização após o banho na represa.

Figura 05: Proposta de intervenção, em um trecho da área atualmente destinada ao estacionamento, implantação de espelho d’água de uso recreativo e introdução de palmeiras. Fonte: Elaborado pela autora.

Referências

MENAO, Patrícia. Portal de Educação Ambiental. A importância das áreas verdes urbanas, 2019. areasverdesurbanas/#:~:text=Elas%20possuem%20a%20importante%20fun%C3%A7%C3%A3o,p%C %A1ssaros%2C%20insetos%20e%20at%C3%A9%20macacos.>. Acessado em: 16 de maio de 2024.

PAULO, Paula. Conheça a Praia da Cidade de São Paulo que reúne até mil pessoas aos finais de semana. Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/01/25/conheca-a-praia-da cidade-de-saopaulo-que-reune-ate-5-mil-pessoas-aos-finais-de-semana.ghtml>. Acessado em 11 de maio de 2024.

PERTILLE, Iara. LANZER, Rosane. Turismo em reservatórios de hidrelétricas – uma reflexão sobre o múltiplo uso e os possíveis impactos ambientais. Caxias do Sul, 2006. p. 03. Disponível em: <https://www.ucs.br/ucs/tplSemMenus/eventos/seminarios_semintur/semin_tur_4/arquivos_4_seminario de recursos hídricos: turismo e o lazer e sua interface com o setor de recursos hídricos. Brasília, 2005. p. 01.

Prefeitura de São Paulo. Guia dos Parques Municipais de São Paulo – 4° Edição Atualizada e Revisada, 2014. p. 212. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/ upload/meio_ambiente/arquivos/guiaparquesmunicipais.pdf>. Acessado em 13 de julho de 2024. Disponível em: <https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/2019/03/a-importancia-das GT05-2.pdf>. Acessado em: 29 de março de 2024 apud ANA - Agência Nacional das Águas. Cadernos

Requalificação do Parque da Barragem Guarapiranga

Renata Ramaldes Coelho

Orientadora: Prof a. Ms. Marcella de Moraes Ocke Mussnich

Figura 01 : Ilustração deck mirante e rampas de acesso ligando ao jardim filtrante Fonte: acervo do autor

O trabalho aborda a requalificação do Parque da Barragem Guarapiranga, uma proposta que visa integrar infraestrutura verde e espaços livres urbanos à dinâmica da cidade de São Paulo.

Explorando conceitos como fitorremediação, parques lineares e espaços contemplativos, a pesquisa discute intervenções arquitetônicas e paisagísticas para mitigar impactos ambientais e promover a qualidade de vida.

Resumo

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O trabalho tem como foco o estudo dos espaços livres urbanos e sua relevância para a paisagem e a dinâmica das cidades contemporâneas. Em especial, o Parque da Barragem Guarapiranga, localizado na Zona Sul de São Paulo, destaca-se como um importante refúgio ambiental e social em meio à complexidade urbana. Criado para proporcionar lazer e convivência, o parque enfrenta desafios como a subutilização de suas áreas, a falta de infraestrutura adequada e a necessidade de maior integração com a comunidade local.

A escolha do tema foi motivada pela percepção de que o espaço possui um imenso potencial de transformação além de que segundo dados da Organização das Nações Unidas, atualmente 55% da população global reside em áreas urbanas, com a previsão de que esse percentual alcance 70% até 2050. (ONU, 2019), Diante disso, é essencial que sejam implementadas mudanças urgentes para abordar esses problemas ambientais, que impactam diretamente tanto a saúde física quanto a saúde mental dos habitantes. (MARUYAMA e FRANCO, 2017). Sendo assim o parque pode se tornar um modelo de requalificação urbana e ambiental. Este trabalho fundamenta-se nos conceitos de infraestrutura verde e urbanismo sustentável, buscando propor soluções que contribuam para a revitalização do parque, promovendo a interação comunitária, a educação ambiental e a valorização do patrimônio natural.

A infraestrutura verde, discutida por autores como Pinheiro (2017), oferece uma abordagem integrada para enfrentar os desafios urbanos, utilizando soluções baseadas na natureza para mitigar impactos como enchentes, poluição e o déficit de áreas verdes.

Figura 02 : Ilustração do Jardim Filtrante Fonte: acervo do autor

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024 2

Proposição

A proposta de requalificação do Parque da Barragem Guarapiranga busca integrar infraestrutura verde, acessibilidade e estratégias de sustentabilidade, transformando o parque em um espaço multifuncional que atenda às demandas da comunidade local e promova a preservação ambiental. Inspirado em conceitos inovadores conforme apresentado por Pinheiro, (2017) como o de "parques esponja", o projeto propõe a criação de sistemas naturais que captem, filtrem e armazenem águas pluviais, reduzindo enchentes e melhorando a qualidade da água antes de seu retorno à represa. Esses sistemas também servirão como áreas de contemplação, onde os visitantes poderão observar e aprender sobre os processos ecológicos que beneficiam a biodiversidade local

A proposta enfatiza a inclusão social, promovendo a criação de áreas de lazer que atendam a diferentes públicos, desde crianças até idosos. Espaços como playgrounds inclusivos, áreas esportivas e trilhas serão projetados para garantir acessibilidade a todos os frequentadores, incluindo pessoas com mobilidade reduzida. Essas trilhas conectarão os principais pontos do parque, como mirantes, e espaços de convivência, proporcionando uma experiência integrada e harmônica.

Figura 03 : Mapa de Implantação Fonte: acervo do autor

A integração do parque com o tecido urbano também é uma prioridade da proposta. Para isso, serão realizadas melhorias nos acessos ao parque, incentivando o uso de meios de transporte sustentáveis, como bicicletas e caminhadas. Essas intervenções garantirão maior conectividade com o entorno e reforçarão a atratividade do local, tornando-o um ponto de referência para a comunidade.

Figura 04 : Ilustração Pista de Caminhada com Decks Suspensos. Fonte: acervo do autor
Figura 05 : Ilustração Playground. Fonte: acervo do autor

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024 2

Com base em exemplos internacionais, como o Chicago Riverwalk (CHICAGO,2016) e o Parque Fengxiang (TURENSCAPE, 2019), a proposta adota uma abordagem holística que combina funcionalidade, estética e sustentabilidade. A implementação de soluções arquitetônicas e paisagísticas inovadoras busca transformar o Parque da Barragem Guarapiranga em um espaço exemplar de integração comunitária, lazer e preservação ambiental, oferecendo uma experiência única aos seus visitantes e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida urbana.

Referências

CHICAGO Riverwalk / Departamento de Transporte de Chicago. ArchDaily Brasil, 30 ago. 2016. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/794654/chicago-riverwalk-departamento-de-transporte-dechicago.

MARUYAMA, C. M.; FRANCO, M.A.R. Caminhar na Trilha Norte-Sul:infraestrutura verde entre o Parqueda Água Branca e o Horto Florestal em São Paulo. Labor /e Engenho,Campinas, SP, v. 11, n. 3, 2017, p.355–373. DOI: 10.20396/labore.v11i3.8649714.

ONU - Organização das Nações Unidas. ONU prevê que cidades abriguem 70% da população mundial até 2050. ONU News,2019. Disponível em: <https://news.un.org/pt/story/2019/02/1660701>.

PINHEIRO, M. B. Plantas para infraestrutura verde e o papel da vegetação no tratamento das águas urbanas de São Paulo. 2017. 165 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

TURENSCAPE. Haikou Meishe River Greenway and Fengxiang Park, 2019. Disponível em: https://www.turenscape.com/en/project/detail/4676.html.

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

A integração entre marca e efemeridade

O papel da arquitetura pop-up no varejo contemporâneo

Breno Bogoni

Orientadores: Prof. Dr. Nelson José Urssi e Profa. Ms Maria Stella Bertaso

Resumo

O trabalho em questão se trata de um projeto de uma loja pop up de roupas, para uma marca de Ecommerce iniciante no mercado, a Revive Wear, que procura se diferenciar e inovar e sair dos limites da internet, buscando meios de interagir mais com a cidade e com seu próprio público a fim de ganhar notoriedade e aumentar suas vendas, por esse motivo veio a ideia de se fazer um local que não apenas é um ambiente de compras, mas um espaço de evento da marca, tudo junto em um só local, proporcionando algo a mais do que apenas compras.

Versão integral do trabalho em (colocar, se tiver, o link para acessar versão online do trabalho)

Figura 01 :Render do Interior da Loja: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Este trabalho de conclusão de curso, aborda o tema de arquitetura comercial, tendo como principal característica transmitir a identidade de uma marca para uma loja física, de forma que o cliente conheça e interaja mais com a marca saindo dos limites que a internet proporciona para algo mais humano e físico. A arquitetura comercial apresentada no primeiro capítulo tem uma longa história, que desde seus primórdios tem como objetivo demonstrar ao público o que é vendido pela loja, enfatizando seus produtos, com apresentações de vitrine e espaços convidativos, o que justifica a pesquisa deste trabalho, mostrando como a arquitetura comercial e o Visual Merchandising podem ajudar no desempenho e conhecimento de uma marca.

O trabalho apresenta dados técnicos no segundo capítulo, com informações de como a materialidade, cor, textura, cheiro, música e iluminação influenciam nas emoções dos clientes, a importância de expositores para atrair a atenção do público dentro e fora da loja, o conforto que o piso e o teto podem fornecer durante a experiencia de compras.

Sendo assim, no terceiro capítulo é escolhida uma marca para a realização de um projeto para demonstrar na prática como traduzi-la em um espaço de compras físico, utilizando desde suas cores e frases até a cultura que a marca aborda, neste caso o streetwear que também é apresentado ao longo da pesquisa.

Para que as ideias de um projeto surjam, foram pesquisadas referências de projeto no capítulo quatro, uma loja, uma casa e um pavilhão, nas quais possuem materialidades que fazem sentido com a paleta de coeres e a identidade da marca, como metal e madeira.

A loja tem como característica ir além de um espaço somente para compras, mas também um espaço para que o público possa interagir tirando fotos e tomando drinks especiais feitos num bar presente dentro da loja, além de criar uma conexão maior com o público-alvo saindo da internet e indo para a rua. O capítulo cinco, apresenta algumas características do terreno definido para o projeto, de forma que fica possível a identificação de lojas similares no entorno e outras diversas coisas presentes nele, como proximidade a parques e locais que chamam a atenção do mesmo público-alvo da marca.

O capítulo seis apresenta o conceito de loja pop up e sua devida importância para uma marca, ainda mais uma iniciante no mercado que quer sair da internet e ir para a rua conhecer melhor seus clientes. E por fim no sete é apresentado o projeto com suas representações gráficas e imagens.

Proposição

Com base nas informações e pesquisas ao longo do trabalho, chegamos na parte do projeto, que busca se adequar as necessidades da marca e ao proposto anteriormente, tendo como foco não apenas as vendas, mas também o contato com o público e o conhecimento do mesmo, com isso forma pensadas áreas interativas como um bar, para servir drinks com e sem álcool, um fundo infinito para a integração da internet e redes sociais na loja pop up, influenciando as pessoas a tirarem fotos e eventualmente publicando e mostrando para mais pessoas, assim dando mais visibilidade a marca. A loja também terá um grande expositor contando com prateleiras e cabideiros, onde todo o estoque de camisas ficará exposto, a loja termina então sua composição com dois banheiros e dois provadores.

O lado externo contará com uma fachada de brises criando um senso de curiosidade nas pessoas que passam pela calçada, que podem apreciar um pouco do que acontece do lado de dentro, poderão também avistar parte da estrutura da pop up, que estará visivelmente elevada do terreno, trazendo mais ainda a ideia de que se trata de algo temporário. Junto com a fachada as laterais da pop up completam a vista que as pessoas terão do lado externo, telhas trapezoidais usadas como parede dão a ideia de “obra em andamento” pois ao caminhar brevemente pela cidade é possível perceber que telhas como essas são utilizadas como barreira entre a obra e a calçada, esse elemento é de certa forma um meio de comunicação com a cidade, reafirmando o estilo escolhido para a pop up, o Streetwear.

Figura 02 : Paleta de Cores da Marca: Acervo do Autor.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 03 :Diagrama de Ambiência: Acervo do Autor.

Referências

BAILEY, Sarah. BAKER Jonathan. Moda e Visual Merchandising. Bloomsbury Publishing PLc: 2014

Casa ML / Arquipélago Arquitetos / Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/889125/casa-mlarquipelago-arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Acessado em outubro de 2024

Chanel desenvolve realidade aumentada em lojas com Farfetch. Disponível em: https://br.fashionnetwork.com/news/Chanel-desenvolve-realidade-aumentada-em-lojas-comfarfetch,1181782.html Acesso: 10 abril 2024

História da moda: Off White. Disponível em: https://stealthelook.com.br/historia-da-moda-off-white/

História do Visual Merchandising. Disponível em: http://www.mmdamoda.com.br/historia-do-visualmerchandising/ Acesso: 29 março 2024

MALHOTRA, Naresh. Design de Loja e Merchandising Visual. Saraiva: 2014

O que é Streetwear. Disponível em: https://www.kacewear.com.br/blogs/conteudo/o-que-e-streetwearentenda-o-significado-e-a-origem-da-moda-street/ Acesso: 29 março 2024

Off White Miami / Disponível em: https://www.archdaily.com/947899/off-white-flagship-store-miami-virgilabloh-plus-amo Acessado em outubro de 2024

Os Artistas Invadem as Vitrines. Disponível em: https://ilumineoprojeto.com/os-artistas-invadem-asvitrines/ Acesso: 31 março 2024

Pavilhão The Outdoor Room / Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/1008429/pavilhao-theoutdoor-room-salazarsequeromedina-plus-frankbarkow?ad_source=search&ad_medium=projects_tab. Acessado em outubro de 2024

Pop-up stores: por que as empresas abrem pequenas lojas temporárias? Disponível em: https://www.aqua.com.br/blog/pop-up-stores

The History and Scope of Retail VM. Disponível em: https://marketmanage.files.wordpress.com/2012/03/vm-ch2-the-history-of-visual-merchandising.pdf Acesso: 2 abril 2024

Tarsila: O tempo antropofágico

Exposição temporária de cenografia

Caroline Ramos dos Santos

Orientadores: Prof. Dr. Nelson José Urssi e Prof a Ms. Maria Stella

Tedesco Bertaso

(Figura 01: Entrada da exposição térreo. Fonte: acervo da autora)

Resumo

Este trabalho de conclusão de curso consiste na concepção de um projeto de cenografia expositiva sobre a fase antropofágica das obras de Tarsila do Amaral, a partir de curadoria pronta da crítica Aracy do Amaral. O projeto propõe um estudo para uma ocupação temática, e também se aprofunda sobre o universo da cenografia relacionando pesquisas fundamentais para compreender os papeis do arquiteto e curador por trás de uma exposição, estabelecendo uma conexão entre a vida e os interesses de Tarsila no contexto histórico e cultural em que ela se inseriu e suas contribuições para a arte moderna que reverberam no mundo até hoje.

Palavras-chave: arte moderna, cenografia, expografia, Tarsila do Amaral.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

São abordadas a vida e as obras da artista Tarsila do Amaral, figura central desta pesquisa científica, cujo acervo bibliográfico e exploratório são fundamentais para o entendimento do tema. Tarsila desenvolveu muitas obras famosas durante sua carreira, mas para este trabalho o recorte será a partir de 1928 até 1930, período em que Tarsila pintou os quadros mais emblemáticos de sua carreira com o presente Abaporu (1928) que é o protagonista desse trabalho, inaugurando a fase antropofágica de sua carreira. Termo criado por Oswald de Andrade, antropófago vem do grego e significa antropos que quer dizer homem que come. Na linguagem literária, significa que você absorve as habilidades daquilo ou disto para você e deglute. Os manifestos escritos por ele e Raul Bopp na época instigam os artistas nacionais a parar de reproduzir obras internacionais e começar a desenvolver obras originais a partir das técnicas de fora reverberando a brasilidade, valorizando nosso país, assim como Tarsila fez em Abaporu. Tarsila usava técnicas cubistas e atreladas ao uso de cores fortes como amarelo, verde e azul, deixando sua marca registrada através desta tela.

Posteriormente, são apresentadas referências de projetos que servirão como inspiração para a implementação do projeto expográfico dedicado a Tarsila. Um deles é a ocupação Tarsila para crianças, exposição temática voltada para o público infantil instalada primeiramente em São Paulo (Farol Santander). Com o suporte da tecnologia, os cenários são imersivos e sensoriais, tudo para que as crianças possam interagir, tocar, ouvir sons, sentir cheiros diferentes e, claro, brincar muito. (Escola Tarsila do Amaral, 2022). São dois andares ocupados e ao total 7 núcleos repletos de brincadeiras e ações para as crianças se divertirem.

Figura 02: Abaporu com espelho. (Fonte: G1 Globo, 2022).

As cores é a grande jogada, o público infantil é atraído visualmente por estas, bem como a possibilidade de interagir com quase todos os elementos consegue atingir o objetivo que é a exposição interativa. Esta referência possui valioso conteúdo no quesito narrativo e cenográfico porque elenca as histórias por trás dos quadros de maneira cativante e também por ter seu elemento principal (Abaporu) como protagonista.

O local escolhido para a exposição foi o Instituto Itaú Cultural, localizado na Avenida Paulista – coração da cidade de São Paulo – visitado por um amplo público diverso que aprecia a arte e que pode ser visitado de forma gratuita. Serão ocupados dois andares do edifício: térreo e o primeiro subsolo, somando aproximadamente 200m² expositivos. Sabemos que nossa pintora modernista conseguiu se consolidar como uma grande artista ao longo dos anos, e para conceber uma exposição sobre suas obras antropofágicas frutos de sua imaginação, dos seus sonhos, bichos imaginários e outras formas diversas, foi necessário realizar um estudo de elementos que pudessem compilar tudo isso, além de introduzir o visitante aos pontos chaves de sua vida até lá, desta forma o projeto se ancora em formas puras na composição para conceber os espaços, alusão ao fato da artista usar formas cubistas em suas telas.

Neste andar inicial, existem quatro núcleos: Tarsila a artista, Tarsila essência, Antropofagia e Grupo dos Cinco.

Figura 03: Planta de áreas e fluxos térreo. Fonte: acervo da autora.

No primeiro subsolo, temos ambientes mais limpos, pois é o local destinado para armazenamento das obras, contando com mais quatro núcleos: Abaporu Mãos Brasileiras, Núcleo Imaginação, Núcleo a Vida na Fazenda e No mundo da Lua.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 04: Planta de áreas e fluxos primeiro subsolo. Fonte: acervo da autora.

As 11 obras originais (Sol Poente, Calmaria 11, Antropofagia, A Boneca e O Sono, Distância, Cartão Postal, O Sapo, Paisagem com ponte, Floresta e O Touro) estão expostas nos núcleos 2 e 3, no núcleo 1 e 4 temos as representações das obras que estão fora do Brasil. Abaporu é retratado pelas mãos brasileiras, com releituras de diversos autores sem perder a essência da pintura, enquanto A Lua conta com um cenário do objeto em balanço, proporcionando interação entre os visitantes. O percurso é livre, já que não há obrigatoriedade para se conhecer o personagem

Nesse contexto, foram aplicados os conceitos e técnicas visuais básicos para que o espaço-frase tenha uma unidade e narrativa coerente a partir de uma curadoria pronta, que narra a fase antropofágica que durou 2 anos rendeu a obra mais conhecida do Brasil de Tarsila do Amaral.

Referências

AMARAL, Aracy A. Tarsila: sua obra e seu tempo. Vol. 1. Ed. Perspectiva, 1975. CONVERSAS SOBRE ARTES VISUAIS: CONSTRUINDO TARSILA. Exposição em SP apresenta obras de Tarsila do Amaral para crianças a partir desta quartafeira. (2021, June 22). G1. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/o-que-fazer-em-saopaulo/noticia/2021/06/22/exposicao-em-sp-apresenta-obras-de-tarsila-do-amaral-para-criancas-apartir-desta-quarta-feira.ghtml

HOWARD, Pamela. O que é cenografia. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 280 p. 2015. Hughes, PHILIP. Exhibition Design An lntroduction. 8 Set, 2015.

Locução de: Karina Sérgio Gomes. Local: Spotify, 14 de março 2024. Podcast. Disponível em: https://open.spotify.com/episode/1 GIQ8ulHzmUqlSagOWWCX2. Acesso em: 06 de maio de 2024.

NETO, A.; ARANTES, P. Design cenográfico em museus: o caso Tim Burton. DATJournalDesign, Art and Technology: São Paulo, 2020.

ROSSINI, E leio. Cenografia no teatro e nos espaços expositivos: uma abordagem além da representação. Translnformação, Campinas, 24 (3): 15 7-164, set./dez., 2012.

Tarsila do Amaral para Crianças - Exposição até dia 2 de fevereiro - Escola Tarsila de Amaral. (2022, February 8). Escola Tarsila do Amaral. https://www.escolatarsiladoamaral.com br/tarsila-doamaral-para- criancas/

TARSILA DO AMARAL. Disponível em: https://www.tarsiladoamaral.com.br/. Acesso em 23 de abril de 2024.

THOMASSEN, lngrid. The Role of Scenography in Museum Exhibitions: The case of the Grossraum at the Norwegian Museum of Science and Technology, Oslo. 2017.

URSSI, Nelson José. A Linguagem Cenográfica. 2006. 122 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós Graduação em Artes Cênicas, Departamento de Artes Cênicas, Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

Motelaria

Projeto de Motel Urbano

Fernando Marcell Fernandes

Orientadores: Prof. Dr. Nelson José Urssi / Profa. Ms. Maria Stella

Tedesco Bertaso

Figura 01 : Suíte Simples. Fonte: Desenvolvido pelo autor

Resumo

Com o passar do tempo o programa no motel tem se tornado algo cada vez mais raro entre os jovens. Algumas soluções vêm sendo propostas, porém visam deixar o sexo em plano secundário. Portanto, o presente trabalho busca analisar e compreender, desde a origem dos motéis, quais elementos influem sobre os mesmos, desde estigmas sociais até soluções arquitetônicas. Por fim, é proposto um projeto de arquitetura, que leva em consideração todos os aspectos analisados, a fim de reunir em um único local uma mescla de bar e motel, funcionais e atraentes ao público desta faixa etária, mantendo a dimensão erótica e assim reformulando assim as alternativas atuais.

Versão integral do trabalho em https://drive.google.com/file/d/1UjbAJ7jafY4LbgsYaWbUOWV7nuivOy1/view?usp=sharing

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Os motéis brasileiros surgiram formalmente durante a Ditadura Militar, contrariando todas as ideologias pregadas pelas autoridades da época. Com o passar dos anos, a motelaria demonstrou-se um negócio extremamente lucrativo, e com isso se consolidou como um recorrente meio de lazer para a classe média motorizada. No entanto, dados recentes indicam um desinteresse emergente neste tipo de programa, principalmente pelo público jovem. Tendo isto em vista, os moteleiros da atualidade buscam formas de transformar os motéis em algo cada vez mais parecido com a hotelaria tradicional, deixando de lado a dimensão erótica e hedonista originalmente fundamentais ao negócio. Isto posto, o trabalho desenvolvido questiona se tal estratégia é, de fato, a única possibilidade para uma requalificação do setor nos dias atuais.

A metodologia de estudo empregada foi conduzida em diversas etapas. Inicialmente foram realizadas revisões bibliográficas e análises de mercado, a fim de entender as tendências atuais da arquitetura de motéis. Com base nos dados levantados, questionamentos mais complexos foram elaborados e analisados. Posteriormente, visitas técnicas foram realizadas para responder tais questões, de modo a examinar projetos bem-sucedidos em busca de elementos-chave que atuam para uma experiência desejada.

O desenvolvimento prático e final envolve o estudo da região de implantação e a criação de uma proposta arquitetônica inovadora em relação ao modelo pré-estabelecido historicamente, levando em consideração as melhores práticas identificadas nas bibliografias e estudos de caso. Os principais parâmetros para atingir tal premissa foram os seguintes: Enfoque no público jovem, exclusividade para pedestres e uso misto para entretenimento e lazer.

Figura 02 : Maquete digital. Fonte: Desenvolvido pelo autor

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024 2

Proposição

A implantação de um motel nos dias atuais deve priorizar centros urbanos adensados, sobretudo em proximidade à locais de entretenimento como bares e baladas. Com base nisso, a região escolhida para o desenvolvimento do projeto foi em Pinheiros, mais precisamente nas proximidades da Rua Guaicuí.

A Rua Guaicuí se consolidou nos últimos anos como um ponto focal de bares e lanchonetes, reunindo diversos estabelecimentos em um eixo de 110 metros de extensão. Outro aspecto levado em consideração para a inserção do motel nos arredores da rua é a facilidade de acesso à mesma. Esta é garantida principalmente pela proximidade com a Estação Faria Lima do metrô, bem como a grande presença de linhas de ônibus na região. Tais fatores são fundamentais para atratividade do público jovem desejado, tendo em vista que o projeto tem enfoque nos pedestres, e não nos motoristas.

Com base nas análises feitas sobre a região, o local escolhido para implantação do projeto foi a esquina da Rua Padre Carvalho com a Rua Atuáu, pois trata-se de um ponto na extremidade da Rua Guaicuí, que por sua vez possui uma forte conexão física e visual com a mesma. Além disso, a esquina escolhida é a que possui mais ambientes de lazer em seu entorno direto, fortalecendo a atratividade do motel sobre o público destes lugares.

Os itens estipulados no programa foram propostos com base em todos os estudos e observações feitos durante as pesquisas sobre o tema. De maneira geral, os usos da edificação foram separados em 7 grupos macro que transcorrem toda a operação e usufruto pertinentes a um motel e um bar de maneira funcional, sendo eles: Bar, cozinha, lavanderia, apoio, apoio aos funcionários, áreas de instalações e andar tipo.

Figura 03 : Local de Implantação. Fonte: Desenvolvido pelo autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

A volumetria do edifício também busca ser funcional sem deixar de lado o apelo simbólico. Tudo começa com um bloco sem faces, que tem seu miolo removido e sua esquina curva, com a intenção de garantir uma melhor permeabilidade visual entre a Rua Padre Carvalho e a Rua Atuaú, enfatizando o desenho da esquina. Após isto, a edificação tem suas paredes externas “despidas”, para em seguida se “vestirem” com uma fachada de blocos de vidro semi-permeável, tal qual uma lingerie.

04 : Concepção da Volumetria. Fonte: Desenvolvido pelo autor

A inserção do edifício no meio urbano busca aproveitar a conexão visual com os bares da Rua Guaicuí, faceando grande parte de sua fachada para a mesma. Possuindo 16,35 metros de altura, o volume busca não ultrapassar de maneira discrepante seu entorno imediato, se apresentando em uma escala amigável àqueles que se aproximam a pé. A entrada principal localizada na esquina curva também explicita a exclusividade para pedestres, dando as costas para o sentido dos carros, uma vez que a Rua Padre Carvalho é de mão única.

05 : Elevação Rua Padre Carvalho. Fonte: Desenvolvido pelo autor

Figura
Figura

As suítes que se voltam para a fachada buscam quebrar a tipologia padrão da maioria dos motéis (que isolam-se para dentro de si mesmos) gerando a instigação desejada aos transeuntes e ao público dos bares da Rua Guaicuí. Esta distribuição “exibida” só pode ocorrer graças aos elementos que compõem a vedação do prédio, sendo eles blocos de vidro texturizados com um vidro fosco disposto atrás dos mesmos. Quem está na rua enxerga apenas breves vultos enigmáticos através da fachada envidraçada. Tal relação entre fachada e ambiente externo busca criar um diálogo entre a rua e a cama.

06 : Composição da Fachada. Fonte: Desenvolvido pelo autor

Referências

ABMOTÉIS, Hábitos dos hóspedes e dados sobre o setor moteleiro, São Paulo, CW7 Pesquisas, 2023, Disponível em: https://materiais.abmoteis.com.br/pesquisa, Acesso em: 3 mar. 2024.

CAPLER, Rodolfo, O “apagão sexual” da geração Z. Entenda. Veja, [S.I.], 3 jul. 2022, Brasil, Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/matheus-leitao/o-apagao-sexual-da-geracao-z-entenda, Acesso em: 17 abr. 2024.

CAVALCANTI, Lauro; GUIMARAENS, Dinah, Arquitetura de Motéis Cariocas: espaço e organização social, São Paulo: Paz e Terra, 2007, 197 p.

GUEDES, Ciça; MELO, Murilo Fiuza de, Os Motéis e o Poder: da perseguição pelos agentes de segurança ao patrocínio pela ditadura militar, Rio de Janeiro: C&M Livros, 2021, 299 p.

HAKIM, Catherine, Capital Erótico: pessoas atraentes são mais bem-sucedidas. a ciência garante, 8. ed. Rio de Janeiro: Best Business, 2012, 336 p., Tradução: Best Seller.

LINZMAYER, Eduardo, Guia Básico para Administração da Manutenção Hoteleira, 5. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2010, 136 p.

ROVEDA, Vinicius Strazzabosco, Como os Motéis se TORNARAM UM Negócio Bilionário no Brasil: descubra como aproveitar essa oportunidade, Santa Maria: Zeax, 2019, 138 p.

SOUTY, Jérôme. Motel Brasil: uma antropologia contemporânea, Rio de Janeiro: Editora Telha, 2019, 344 p., Tradução: Jorge Bastos Cruz.

Figura

Festival Lunar

Um olhar para a cenografia em festivais de música

eletrônica

Mariana Bordinhão Duma

Orientadores : Prof. Dr. Nelson José Urssi e Profa. Ms. Maria Stella

Tedesco

Resumo

Este projeto trata-se de uma reflexão a respeito de como a cenografia pode ser trabalhada em festivais de música eletrônica a fim de, juntamente com a música, conectar os participantes do evento ao ambiente e a narrativa que ele carrega, transmitindo emoções e sentimentos. Deste modo, para a elaboração do projeto, foram utilizadas referências bibliográficas e iconográficas.

Foram produzidos desenhos técnicos, imagens e diagramas sobre espaços temáticos e imersivos que visam mudar a experiência do público e sua percepção da música.

Figura 01 : Perspectiva geral do palco. Fonte: acervo da autora.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

O presente trabalho tem como proposta evidenciar a importância da cenografia em shows e festivais de música eletrônica, e como a mesma pode alterar a percepção dos participantes. Para tal, estudaremos o que é cenografia, contextualizando-a historicamente para entendermos sua evolução no decorrer do tempo e sua importância na vida das pessoas. Entenderemos como ela atua dentro dos festivais, além de pontuarmos a importância da infraestrutura e ambientação geral do evento. Estudaremos também sobre a música eletrônica em si, e como ocorreu sua popularização no cenário mundial e brasileiro.

Após um estudo geral tanto da cenografia como da música eletrônica, estudaremos como as cores, formas e luzes podem ser trabalhadas de maneiras diferentes para gerar resultados emocionais e sensoriais nas pessoas presentes nas apresentações, conectando-os a partir da música. Partindo dos estudos de caso, analisamos a cenografia de edições do festival Tomorrowland para utilizarmos como referência projetual, enfatizando a cenografia temátia e lúdica.

Proposição

O “Festival Lunar” ganha seu nome baseado na temática escolhida para sua cenografia: o cosmos. A proposta de cenografia de todo o festival assemelha-se ao festival “Tomorrowland” na maneira lúdica e divertida de trabalhar um tema. No entanto, o festival que será desenvolvido

Figura 02 : Painéis de LED e túnel de LED na entrada do festival. Fonte: acervo da autora.

no presente trabalho se diferencia da Tomorrowland em alguns aspectos: ele será um festival noturno e com “curta” duração, sem locais para que as pessoas possam dormir/acampar. Além disso, ele será um festival de pequeno a médio porte, com capacidade máxim a para 15 mil pessoas.

A principal premissa da implantação do evento é que o mesmo possua grandes espaços centrais de fluxos e as áreas de descanso e alimentação sejam separadas em “microcosmos” que chamaremos de lounges, onde os participantes podem realizar diferentes atividades enquanto escutam a música. Em paralelo, o palco está localizado de maneira que ele possa ser visto em todos os locais do evento, criando uma unidade entre as áreas. Como elemento principal do palco e do festival como um todo foi escolhida a Lua, pela sua simbologia histórica de equilíbrio.

Figura 03: Perspectiva do “Lounge Constelações”. Fonte: acervo da autora.

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 04 : Perspectiva explodida do Palco. Fonte: acervo da autora

Referências

BERTHOLD História Mundial do Teatro, Margot.. São Paulo: Perspectiva, 2001

GARSON, Marcelo. Música eletrônica, a formação de uma cultura. Maceió, 2019.

GURGEL, Miriam. Projetando Espaços: Design de Interiores. São Paulo: Senac, 2007.

HELLER, Eva. A psicologia das cores. São Paulo: Olhares, 2021

MARKE, Eric. MEB - A História da Música Eletrônica Brasileira. 1. ed. São Paulo: LiteraRUA, 2017

SÁ, Simone Pereira de. Música eletrônica e tecnologia: reconfigurando a discotecagem. In: Anais da 12ª

COMPÓS, 2005, Pernambuco

SERRONI, J.C. Cenografia brasileira. São Paulo, 2015

URSSI, Nelson José. A linguagem cenográfica: São Paulo 2006. Dissertação para Título de Mestre em Artes. Univesidade de São Paulo, Escola de comunicação e Artes

We Are Tomorrow 2023 l Documentário | Youtube

What We Started: History Of Electronic Dance Music | Apple TV

Arquitetura e Urbanismo

Tecnologia Aplicada ao projeto de

L6

Escola Bioclimática

Uma abordagem de aplicação de ações passivas na arquitetura para prover conforto térmico nos edifícios

Anyelle Guimarães Azevedo

Orientador: Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão

Resumo

A falta de conscientização da população em relação à sustentabilidade tem implicações significativas na aceitação e adoção de práticas arquitetônicas mais responsáveis, como a arquitetura bioclimática. A resistência à compreensão dos impactos ambientais das escolhas diárias reflete-se não apenas em hábitos individuais, mas também na resistência à adoção de conceitos construtivos que priorizam o meio ambiente. A arquitetura bioclimática, por sua vez, emerge como uma solução inovadora para mitigar esses impactos negativos. Ao integrar princípios sustentáveis, proporcionar conforto térmico, utilizar materiais renováveis e promover o bem-estar de seus usuários, este trabalho visa criar um edifício institucional que se concentra não apenas em oferecer um espaço físico, mas também em servir como um exemplo prático e educacional, incentivando a adoção de práticas sustentáveis. Por fim, este trabalho tem como objetivo a elaboração de um projeto de arquitetura para uma escola que adote princípios bioclimáticos e que proporcione conforto térmico através de práticas sustentáveis.

Figura 01 : Vista aproximação fachada. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário SENAC tem a intenção de abordar a questão do conforto térmico e materiais renováveis, por meio de um projeto de arquitetura para uma escola que adote princípios bioclimáticos instalada em São Paulo, SP, na zona sul.

Segundo Sattler (2004), a indústria da construção civil desempenha um papel significativo nos impactos que ameaçam os sistemas de suporte de vida do planeta. O autor destaca que elementos vitais, como ar, água, solo e energia, estão socialmente comprometidos. Nesse contexto, a arquitetura sustentável busca ativamente novas soluções e alternativas para assegurar um futuro saudável para as futuras gerações em relação ao meio ambiente e ao planeta.

o impacto ambiental representa uma ameaça direta à qualidade de vida, sendo percebido tanto na fase de produção da construção civil quanto na fase de utilização da edificação. Durante a produção, as atividades relacionadas à construção civil podem gerar impactos significativos no meio ambiente, incluindo o consumo de recursos naturais e a emissão de poluentes. Já na fase de utilização, o modo como as edificações são operadas e mantidas pode ter repercussões duradouras, afetando a eficiência energética, a gestão de resíduos e outros aspectos ambientais. Portanto, a consideração desses impactos em ambas as fases é essencial para o desenvolvimento de práticas construtivas mais sustentáveis e conscientes.

A arquitetura sustentável ainda é uma prática recente no Brasil, e é importante salientar que a busca pela sustentabilidade nas edificações vai além do impacto imediato no meio ambiente. De acordo com Roaf, Fuentes e Thomas (2006), é essencial que as edificações busquem, desde a fase de projeto, minimizar o consumo de energia, utilizando técnicas de conservação e princípios de projeto que se fundamentem em estratégias passivas. Além disso, a seleção dos materiais desempenha um papel crucial no impacto ambiental de uma construção, uma vez que esses materiais passam por processos antes de serem incorporados à edificação (ROAF; FUENTES; THOMAS, 2006).

A preocupação com uma arquitetura sustentável está intrinsecamente ligada ao conforto dos usuários nas edificações. O conforto ambiental desempenha um papel importante ao proporcionar condições de saúde e bem-estar aos ocupantes, sendo alcançado por meio do desempenho físico das construções. Segundo Krüger, Adriazola e Takeda (2004), destacam que o conforto no ambiente construído influencia diretamente o desenvolvimento das atividades dos usuários, uma vez que condições desconfortáveis podem resultar em redução de rendimento, estresse e falta de concentração. Dessa forma, a arquitetura, especialmente em projetos ambientais, desempenha um papel vital ao atender e suprir esses sentidos, contribuindo para a promoção do bem-estar e da eficiência nas atividades cotidianas dos usuários.

O conforto ambiental também está associado à abordagem da arquitetura bioclimática, conforme descrito por Corbella e Yannas (2003). O conforto ambiental refere-se à neutralidade sensorial da pessoa em relação ao ambiente físico. Em outras palavras, em um ambiente confortável, a pessoa pode percebê-lo ou observá-lo sem experimentar preocupações ou incômodo. Dentro do contexto do conforto ambiental, Corbella e Yannas (2003) enfatizam a importância de estratégias de projeto necessárias para a consecução da arquitetura bioclimática.

De acordo com este contexto, o trabalho propõe o projeto de uma Escola que adote princípios Bioclimáticos com ações passivas para conforto térmico através de materiais renováveis, visando possibilitar a integração dos conceitos de sustentabilidade por meio da educação ambiental.

Proposição

A região Sul de São Paulo possui bairros de classe média e alta, uma região bastante diversificada culturalmente, dentre seus bairros está a Vila Santa Catarina que foi o local escolhido para implantação do projeto por estar próximo a grandes Avenidas e pontos de ônibus, fatores que facilitam o acesso.

O acesso ao terreno se dá por meio da Avenida Santa Catarina e a Rua Elias de Carvalho, com pontos de ônibus sendo predominantemente residencial e comercial, composta majoritariamente por edificações de até dois pavimentos. A área também possui indústrias e uma escola de (ensino fundamental II e médio) mais próxima do lote

Como mencionado anteriormente, O projeto busca integrar princípios de arquitetura bioclimática, utilizando soluções que promovem conforto térmico, sustentabilidade e conscientização ambiental. Além de atender às necessidades funcionais de uma escola, a proposta se posiciona como um exemplo prático e educacional, incentivando a comunidade a adotar práticas mais responsáveis em relação ao meio ambiente.

Figura 02: Planta Térreo. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 03: Vistas. Fonte: acervo do autor
Figura 04: cortes. Fonte: acervo do autor

Referências

AMBIENTE BRASIL: A emergência do conceito de arquitetura sustentável. Disponível em: https://ambientes.ambientebrasil.com.br/arquitetura/artigos/a_emergencia_do_conceito _de_arquitetura_sustentavel.html. Acesso em: 26 de fevereiro de 2024.

ESUDA: A emergência do conceito de arquitetura sustentável e os métodos de avaliação do desempenho ambiental de edificações. Disponível em: https://revistas.esuda.edu.br/index.php/humanae/article/view/55/32 acesso em: 26 de fevereiro de 2024.

GERMINAL CONSULTORIA: Linha histórica da arquitetura escolar do Brasil. Disponível em: https://germinalconsultoria.blog/textos-classicos-sobre-educacao/linha-historica-da- arquiteturaescolar-do-brasil/. Acesso em: 18 de março de 2024.

LUME: Avaliação de conforto térmico, acústico e lumínico de edificação escolar com estratégias sustentáveis e bioclimáticas Disponível em: www.lume.ufrgs.br/handle/10183/21926 Acesso em: 26 de fevereiro de 2024.

SCIELO: A arquitetura escolar como objeto de pesquisa em história da educação. Disponível em: https://www.scielo.br/j/er/a/VRRQSPBcDhQscb7bYn4C5Qq/ Acesso em:18 de março de 2024.

SEER: Arquitetura escolar: diálogos entre o global, o nacional e o regional na história da educação Disponível em: https://seer.ufrgs.br/asphe/article/view/88785 acesso em: 18 de março de 2024.

UNOESTE: A transformação na história da arquitetura escolar Disponível em: https://www.unoeste.br/site/enepe/2016/suplementos/area/Socialis/Arquitetura%20e %20Urbanismo/A%20TRANSFORMA%C3%87%C3%83O%20NA%20HIST%C3% 93RIA%20DA%20ARQUITETURA%20ESCOLAR.pdf acesso em: 18 de março de 2024

Arquitetura Modular:

O uso de contêiner como moradia unifamiliar

Bárbara Barbosa Fernandes

Orientador: Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão

Resumo

A constante evolução na busca por novos métodos construtivos deu origem à arquitetura modular como uma abordagem significativa. Essa técnica permite a utilização de módulos como elementos chave na construção civil. Nesse contexto, este trabalho adotará o princípio da modulação por meio de containers marítimos como material primordial em seu projeto arquitetônico. Prevê-se a reutilização desse material, o que contribuirá significativamente para a promoção da economia circular na indústria da construção civil, tornando-a mais sustentável e eficiente. Com foco específico no uso de contêineres para a construção de residências unifamiliares, este trabalho tem como objetivo desenvolver um projeto de arquitetura para uma residência unifamiliar em contêiner

Figura 01: Elevação Frontal Residência. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A indústria da construção civil é uma das maiores responsáveis pela poluição, incluindo desmatamento, demolições, manuseio de materiais tóxicos, alto consumo de água, desperdício de materiais e poluição nas proximidades dos locais da construção. Além disso, existem impactos indiretos em relação aos materiais que são utilizados dentro do canteiro de obra, como a indústria de cimento, que é responsável por aproximadamente 3% das emissões mundiais de gases de efeito estufa (GEE) e por cerca de 5% das emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera (TECNOLOGIA E SOCIEDADE REVISTA, 2022). Com o intuito de enfrentar esses desafios ambientais e promover uma construção mais limpa e sustentável, a adoção de métodos inovadores, como o uso de contêineres marítimos na arquitetura modular, tem se destacado. Essa prática permite a reutilização dos contêineres após seu ciclo no transporte de cargas, promovendo a economia circular e uma construção mais sustentável, ao reduzir o desperdício de materiais e contribuir para uma construção mais limpa e eficiente

O transporte marítimo é o principal meio de movimentação de mercadorias em escala global, respondendo por cerca de 75% do volume total de cargas no mundo. No entanto, após um período de uso de aproximadamente 8 anos, muitos contêineres são descartados nos portos, resultando em resíduos acumulados e descarte inadequado. Embora a vida útil dos contêineres no transporte seja limitada, sua durabilidade pode exceder 100 anos. Isso torna urgente a busca por alternativas que prolonguem sua utilidade, como sua adaptação para o setor arquitetônico. O uso de contêineres na construção começou de forma tímida nos anos 50, mas se tornou mais relevante a partir dos anos 2000, como uma solução sustentável e econômica. No Brasil, a primeira residência construída com contêiner foi projetada pelo arquiteto Danilo Corbas em 2009, na Granja Viana, em São Paulo, com o objetivo de criar contrastes entre o metal bruto e outros materiais, além de promover a discussão sobre espaços mínimos, sustentabilidade e baixo impacto ambiental (LEÃO, Ana Letícia).

Proposição

O terreno do projeto está localizado em São Bernardo do Campo, sendo escolhido por seu contraste com a arquitetura tradicional do bairro, o que permite a introdução de soluções mais modernas e inovadoras. Inserido em um condomínio residencial, o entorno imediato é predominantemente composto por outras residências, garantindo um ambiente tranquilo e integrado à comunidade.

Figura 02: Casa Contêiner Granja Viana. Fonte: ArchDaily

O programa de necessidades foi desenvolvido com base nas diretrizes de Ernst Neufert (A Arte de Projetar em Arquitetura, 1936), visando atender às exigências de uma família de quatro pessoas. Com um foco na sustentabilidade, o projeto adota o uso de contêineres como elemento construtivo, oferecendo uma solução arquitetônica eficiente e ecologicamente responsável. A distribuição dos espaços foi organizada em três setores: a Área Social, composta por salas de estar e jantar para convivência familiar; a Área de Serviços, que inclui cozinha, lavanderia e demais funções utilitárias; e a Área Íntima, com quartos e banheiros projetados para garantir privacidade e conforto. Tabelas e imagens ilustram a disposição dos ambientes e a interação funcional entre eles. O projeto foi adaptado às normas municipais e do condomínio, atendendo aos requisitos de coeficiente de aproveitamento e taxa de ocupação.

A modulação da edificação levou em consideração a configuração dos contêineres, preservando suas características originais, como os corner castings (pilares do contêiner), para otimizar a estrutura. O pavimento térreo abriga as áreas de convivência e serviços, incluindo a cozinha, a sala de estar e jantar, lavabo e um quarto de visitas. No pavimento superior, estão os quartos e banheiros privativos. A iluminação natural foi cuidadosamente planejada, com a inserção de domus no corredor de circulação e uma janela de pé direito duplo na fachada da escada, potencializando a entrada de luz e criando uma atmosfera agradável. A escolha dos materiais também foi estratégica: a parte externa foi revestida com cores mais escuras, funcionando como isolante térmico, enquanto os interiores apresentam uma paleta de tons claros, garantindo harmonia e conforto visual.

Figura 03: Planta Térrea. Fonte: acervo do autor
Figura 04: Planta Superior. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Após a aquisição e regularização do contêiner, inicia-se sua preparação, começando com um tratamento anticorrosivo que inclui a remoção de sujeira e ferrugem, seguido da aplicação de primer para proteção contra a corrosão e melhor aderência da pintura. A pintura externa é realizada com tinta automotiva, escolhida pela sua durabilidade e resistência. A superfície é limpa, lixada e desengraxada antes da aplicação do primer e, posteriormente, da tinta PU, que é aplicada em camadas finas e polida após secar. Um verniz é aplicado para proteção adicional contra intempéries.

Em seguida, começa o isolamento térmico e acústico do contêiner, enquanto as instalações elétricas e hidráulicas são feitas com materiais como eletrodutos convencionais e tubos PEX. As divisórias internas são montadas com placas de gesso apropriadas para cada ambiente, seguidas de revestimentos, pisos, forros e pintura interna. Portas, luminárias e peças hidráulicas são instaladas para garantir a funcionalidade.

Figura 05: Corte Longitudinal BB. Fonte: acervo do autor
Figura 06: Fachada Frontal. Fonte: acervo do autor

Referências

ARCHDAILY. Casa Container Granja Viana/Container Box, ArchDaily Brasil, 29 de Novembro de 2016

BBC NEWS BRASIL. Malcolm McLean, o visionário que inventou os contêiners para navios e revolucionou o comércio global. BBC News Mundo, 9 de janeiro de 2022.

CORRÊA, Lásaro Roberto. Sustentabilidade na Construção Civil. 70 f. Monografia (Especialização em Construção Civil) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.

G1 GLOBO. Como está o mercado da construção hoje? Descubra 5 oportunidades. G1.globo, 28 de fevereiro de 2024.

GREEN BUILDING COUNCIL BRASIL. Certificação LEED. 01 de Outubro de 2020

IMED. Núcleo de Estudo e Pesquisa em Edificações Sustentáveis. 2014.

ISOBLOCO. O impacto ambiental na construção civil e as inovações sustentáveis. Isobloco, 7 de junho de 2023.

JUSBRASIL. A construção civil e seu impacto no meio ambiente. Jus.Brasil, 2013.

KANTOR, Lana. 8 dicas de arquitetura e construção com containers. 2014.

LEÃO, Ana Letícia. Construções com o uso do contêiner viram tendência no Brasil. Correio Braziliense, 14 de abril de 2018.

NEUFERT, Ernst. Arte de Projetar em Arquitetura, 1936.

PROJETO DE CASA CONTÊINER UTILIZANDO CONCEITOS AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEIS. Repertório Roca, 2016.

Figura 07: Corte Longitudinal BB. Fonte: acervo do autor
Figura 08: Corte Longitudinal BB. Fonte: acervo do autor

Libertas Domus

Centro de acolhimento para mulheres vítimas de violência

Bárbara Grangeiro Pereira

Orientador: Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão

Resumo

A falta de conscientização sobre as casas de acolhimento às mulheres é um fator crucial para o elevado número de vítimas de violência de gênero, o que representa uma grave preocupação para a saúde física e mental das afetadas. A violência contra mulheres tem raízes históricas profundas e, lamentavelmente, vem apresentando um crescimento alarmante tanto no Brasil quanto no mundo. Diante desse cenário, este trabalho se propõe a elaborar um projeto de arquitetura para uma instalação dedicada a suprir as necessidades dessas mulheres, oferecendo

Figura 1: Fachada principal - Fonte: autoral

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

não apenas um refúgio seguro, mas também acesso a tratamentos psicológicos, oportunidades para retomarem suas vidas de maneira estável e assistência jurídica para o público em geral.

Palavras-chaves: Instalação para mulheres vítimas de violência; edificação pública com fim social; arquitetura e saúde física e mental.

Introdução

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), tem a intenção de abranger a questão da violência contra as mulheres através da criação de um Centro de Acolhimento para Mulheres Vítimas de Violência instalado em Embu-Guaçu, SP na zona sul.

A violência contra a mulher é uma das mais persistentes e devastadoras violações dos direitos humanos na atualidade, atravessando fronteiras geográficas, econômicas e culturais. Diante dessa realidade alarmante, os centros de acolhimento surgem como fortalezas de esperança e recomeço para as vítimas. Destacar a necessidade de espaços seguros que ofereçam não apenas refúgio, mas também apoio psicológico, jurídico e social para essas mulheres, ilumina o papel vital que os centros de acolhimento desempenham. Ao abordar a criação de um centro de acolhimento, o foco do trabalho pode ser na forma como esses espaços contribuem para a recuperação das vítimas, promovendo sua autonomia, segurança e bem-estar.

Enfatizar a importância de uma abordagem multidisciplinar, que envolva profissionais de diversas áreas, como saúde, direito e assistência social, pode ser um ponto chave. Além disso, refletir sobre como a existência desses centros ajuda a combater a violência contra a mulher, ao oferecer um modelo de intervenção que pode ser replicado e adaptado em diferentes contextos, sublinha a relevância do tema para políticas públicas e para a sociedade como um todo.

Diante desse cenário, este trabalho se propõe a elaborar um projeto de arquitetura para uma instalação dedicada a suprir as necessidades dessas mulheres, oferecendo não apenas um refúgio seguro, mas também acesso a tratamentos psicológicos, assistência jurídica e oportunidades para retomarem suas vidas de maneira justa, estável e segura.

Justificativa

Uma pesquisa apontou que um terço das mulheres brasileiras já sofreu algum episódio de violência física ou sexual pelo menos uma vez na vida. Esse índice foi apurado pela primeira vez e é mais alto que o registrado globalmente (27%), em um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2021. Quando incluídas as violências psicológicas, o número de mulheres brasileiras que já sofreram episódios de violência sobe para 43% (TERRA, 2023).

A criação de um Centro de Acolhimento para Mulheres Vítimas de Violência é importante por três motivos principais: proteção e segurança, um lugar que permita que as vítimas planejem seus próximos passos sem medo da violência; acesso a serviços de apoio e recuperação, como assistência jurídica e apoio psicológico; e conscientização e educação da população.

O intuito deste projeto é mostrar a desigualdade de gênero e quantas mulheres sofrem com isso no Brasil sem ter o conhecimento ou acesso as Casas de apoio à mulher.

O projeto recebeu o nome de “Libertas Domus”, frase em latim cuja o significado é “casa liberdade”.

O terreno escolhido para realização do projeto fica localizado no extremo Sul de São Paulo, na cidade de Embu-Guaçu.

A escolha ocorreu pelo fato de ser a cidade onde moro e depois de conversar com a secretária de assistência social, percebi o quando um projeto como este faz falta em nossa cidade. Outro fator relevante é que o terreno está localizado próximo a uma escola infantil, ao CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), a uma UBS (Unidade de Básica de Saúde) e a Secretaria da Educação, o que facilita todo o processo de acolhimento e suporte às vítimas.

Como mulher, quero deixar minha força registrada em forma de projeto, com o objetivo de acolher, libertar e mostrar para todas essas mulheres que a vida pode ser leve e que existe a luz no fim no túnel.

Proposição

O fluxograma do projeto foi montado de acordo com a necessidade de proximidade que as zonas precisam ter umas das outras após estudos realizados durante o decorrer do semestre.

Inicialmente gostaria de acrescentar que a estrutura do projeto será constituída de concreto armado e as vedações verticais serão constituídas em bloco de concreto rebocado em ambas as faces.

A volumetria é uma etapa crucial no desenvolvimento de projetos arquitetônicos, pois permite a visualização tridimensional dos conceitos e ideias iniciais. Este processo envolve a criação de modelos volumétricos que ajudam a entender a massa, forma e proporção do edifício em relação ao seu entorno. O estudo de volumetria busca explorar e definir a organização espacial do projeto, considerando fatores como:

• Proporção e Escala

• Funcionalidade

• Estética

As imagens a seguir ilustram a proposta de volumetria desenvolvida ao longo do processo de concepção do projeto.

Figura 3 : Volumetria possível a partir dos parâmetros urbanísticos permitidos - Fonte: Autoral.

Figura 2 : Fluxograma geral - Fonte: autoral

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 4 : Planta térreo – layout - Fonte: Autoral.
Figura 5 : Planta 1º pavimento – layout - Fonte: Autoral.
Figura 6 : Planta de cobertura. Fonte: Autoral.

10 : Renderização do projeto - Fonte: Autoral Referências

BARROS, G. Análise da violência doméstica e familiar contra a mulher no contexto da aplicação da Lei Maria da Penha. Âmbito Jurídico, Rio Grande, 2012.

LEI MARIA DA PENHA. Lei N.°11.340, de 7 de agosto de 2006.

LO RE, Í. Um terço das mulheres brasileiras já sofreu violência física ou sexual de parceiros, diz estudo. Disponível em: <https://www.terra.com.br/nos/um-terco-das-mulheres-brasileiras-ja-sofreu-violenciafisica-ou-sexual-de-parceiros-diz-estudo,407cdfdee805da797de46982adedb56evsckrjs5.html>.

Plano Diretor de Embu-Guaçu - SP. Disponível em: <https://leismunicipais.com.br/plano-diretor-embuguacu-sp>.

Unidades de acolhimento. Disponível em: <https://www.gov.br/mds/pt-br/acoes-eprogramas/suas/unidades-de-atendimento/unidades-de-acolhimento>.

Figura 7 : Elevação. Fonte: Autoral.
Figura 08 e 09 : Renderização do projeto - Fonte: Autoral
Figura

A inserção da tipologia de apartamentos estúdios em Habitação de Interesse Social (HIS)

Um exercício funcional

Beatriz Pereira

Orientador: Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão

Figura 01: Habitação A e B. Fonte: acervo do autor

Resumo

Este trabalho busca entender o crescimento dos apartamentos estúdios em São Paulo, caracterizados por áreas mínimas e ampla infraestrutura, criado pelo mercado imobiliário para suprir a carência habitacional das grandes cidades. A proposta analisa o déficit habitacional e novos arranjos familiares que ocupam essas tipologias, resultando em um projeto de Habitação de Interesse Social (HIS) denominado estúdio, alinhado às definições do mercado atual.

Versão integral do trabalho em https://issuu.com/biaz.pereira/docs/

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Atualmente muitos países enfrentam a falta de moradia como um dos principais fatores para nortear a legislação e seus projetos. O adensamento populacional nas grandes cidades se torna um problema para diversos segmentos, prejudicando a qualidade de vida da população, meios de transporte, segurança, entre outros quesitos. “A habitação é uma necessidade humana básica para a reprodução social dos indivíduos, sejam eles pobres, sejam ricos; moram na pequena cidade ou na metrópole” (VELLOSO, 2018).

Com o advento da urbanização e o êxodo rural na revolução industrial, principalmente no início do século XX, fez surgir o Movimento Modernista. Ato que ocorreu principalmente na Europa, fez com que se desenvolvesse a criação de habitações mais flexíveis e de fácil montagem, sendo pioneiras na habitação mínima, que melhorassem a salubridade e segurança dos moradores, se adequando à produção em massa e à industrialização acelerada.

O movimento resultou em um aumento significativo de projetos de conjuntos habitacionais e casas operárias financiadas pela indústria, influenciando as moradias no Brasil na metade do século XX. Muitas dessas moradias brasileiras, que seguiram cada vez menores/mínimas, respeitavam o Código Sanitário (FOLZ, MARTUCCI, 2013) e iam se localizando em áreas mais afastadas e menos nobres da cidade. Além da falta de diversidade de leiaute, as moradias se encontravam em locais inconsistentes, ou seja, escassos de serviços e possíveis desenvolvimentos econômicos para as pessoas de baixa renda, sendo permitidas por normas e legislações da época (RUBIN, 2013; FOLZ, MARTUCCI, 2013).

Atualmente, com dados do Secovi (Sindicato das Empresas de Compras e de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis Residenciais ou Comerciais), é possível analisar como está se tornando nos últimos anos cada vez mais comum as habitações menores para todas as classes. Em função de diversos motivos, sendo econômicos, mas contam também com a densidade demográfica, que revelou aumento de pessoas sem filhos e aumento no número de idosos que residem nesses espaços, sendo aprofundado nos capítulos posteriores. Outro fator para o aumento das habitações de apenas 1 dormitório e entre 30 e 45m² (Anuário do Mercado Imobiliário 2022, SECOVI SP) foi por meio de legislações que incidem o estado como o Plano Diretor de 2014 com adensamento em áreas com acesso a transporte de média e grande capacidade.

Foram definidos fundamentos teóricos, tecnológicos e funcionais para a elaboração de um projeto de arquitetura para um conjunto de Habitação de Interesse Social (HIS), com apartamentos com a tipologia estúdio, habitações mínimas, mas que usufruem de diversas infraestruturas fora e dentro da construção com intuito da classe baixa poder se localizar em uma área da região Central de São Paulo se apropriando de espaços com fácil acesso a serviços, empregos, áreas de lazer etc.

Trabalhos de Conclusão de Curso | 2024 2

Proposição

O primeiro passo para a elaboração do projeto foi a escolha de um terreno que atendesse às características dos apartamentos estúdios, ou seja, com infraestrutura externa já consolidada. Após análise, optou-se por uma área classificada como ZEIS-5 (Zona Especial de Interesse Social), com a definição de que o edifício projetado seria uma Habitação de Interesse Social (HIS). O terreno selecionado localiza-se na Rua Barão de Duprat, 41, na região central da Sé, município de São Paulo. Por estar em uma área central, o terreno oferece acesso a diversos serviços e infraestrutura, incluindo transporte público próximo, como a estação de metrô São Bento e o Terminal Parque Dom Pedro II. Além disso, há opções de lazer nas proximidades, como o Vale do Anhangabaú, o Mercadão Municipal de São Paulo e a Praça da Sé.

Figura 02: Usos da região da Sé. Fonte: acervo do autor

Figura 03:Estudo de Insolação. Fonte: acervo do autor

O terreno sem restrições de altura pelo Plano Diretor e sem curvas de nível (terreno plano) tinha como preocupação edifícios altos a oeste que pudessem barrar a insolação no edifício projetado. Porém, esse problema foi solucionado por meio de um formato em "C", que, conforme estudos volumétricos, posiciona as habitações voltadas para o exterior, enquanto os espaços de uso comum foram alocados no térreo e no primeiro pavimento.

04:

Figura
Estudo de Massas. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Os usos comuns entram no tópico infraestruturas internas que possuem os apartamentos estúdios. foram definidos com base em estudos de caso e nas necessidades típicas de uma HIS. Entre os espaços projetados estão:

• Lavanderia coletiva, suprindo a ausência de área de serviço nas unidades;

• Espaço de trabalho, com espaço para trabalhar e internet para os moradores;

• Foyer, área de descanso próxima à entrada e espaço de convivência;

• Área de convivência, destinada a eventos e reuniões dos moradores;

• Fachada ativa, com lojas para potencializar o aproveitamento do edifício;

• Espaço fitness, para prática de atividades físicas;

• Horta comunitária, promovendo integração social e acesso a alimentos frescos.

07: Perspectiva Interior do Edifício Projetado. Fonte: acervo do autor

O projeto das 2 unidades habitacionais foi desenvolvido com base em uma área de 24m², adotada após estudos sobre a redução de espaços domésticos e priorizando o Decreto nº 59.885/20,

Figura 05: Pavimento Térreo. Fonte: acervo do autor
Figura 06: Primeiro Pavimento. Fonte: acervo do autor
Figura 06: Fachada Sul. Fonte: acervo do autor
Figura

que estabelece 24m² como área mínima para habitações de interesse social. Foram seguidos os parâmetros da NBR 15.575/13-1, priorizando a disposição de móveis e a circulação interna, garantindo o conforto dos futuros moradores.

Figura 08: Habitação A. Fonte: acervo do autor

Figura 09: Habitação B. Fonte: acervo do autor Referências

Anuário Mercado Imobiliário 2022 SECOVI, 2022. Disponível em: https://secovi.com.br/wpcontent/uploads/2023/05/anuario-mercado-imobiliario-2022.pdf. Acesso em: 22 mar. 2024.

CAVALCANTE, Pedro Paulo; LOPES, Evandro Luiz; SILVA, Keloane. As Grandes Cidades, os Apartamentos Pequenos e os Microapartamentos: A Transformação do Mercado Imobiliário. XI SINGEP - Simpósio Internacional de Gestão, Projetos, Inovação e Sustentabilidade, 2023. Disponível em: https://submissao.singep.org.br/11singep/proceedings/arquivos/20.pdf. Acesso em: 26 fev. 2024. Acesso em: 22 mar. 2024.

FOLZ, R. R.; MARTUCCI, R. HABITAÇÃO MÍNIMA: DISCUSSÃO DO PADRÃO DE ÁREA MÍNIMA APLICADO EM UNIDADES HABITACIONAIS DE INTERESSE SOCIAL Revista Tópos, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 23–40, 2013. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/topos/article/view/2187. Acesso em: 22 mar. 2024.

KALICHMAN, Beatriz. VENDENDO STUDIOS NO CENTRO DAS QUITINETES: o caso da República pensado a partir da gentrificação e a gentrificação pensada a partir do caso da República Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. 2019. Disponível em: http://objdig.ufrj.br/42/teses/921904.pdf. Acesso em: 22 mar. 2024

RUBIN, G. R. Movimento Moderno e habitação social no Brasil Geografia Ensino & Pesquisa, [S. l.], v. 17, n. 2, p. 57–71, 2013. DOI: 10.5902/2236499410772. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/geografia/article/view/10772. Acesso em: 22 mar. 2024.

VILLA, Simone. Morar em apartamentos: A produção dos espaços privados e semi-privados nos edifícios ofertados pelo mercado imobiliário no século XXI em São Paulo e seus impactos na cidade de Ribeirão Preto. Critérios para avaliação pós-ocupação. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações USP, 2008. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde-19112010112443/publico/Simone_Villa_Tese.pdf. Acesso em: 28 mar. 2024.

Arquitetura com Terra

Taipa de Pilão – Opção sustentável para edificação

urbana

Livian Ferreira da Conceição

Orientador : Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão

O objetivo deste Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema a arquitetura com terra, explorando sua origem, uso histórico e consolidação como uma alternativa sustentável na atualidade. O estudo evidencia o potencial da técnica construtiva da taipa de pilão, destacando suas características ecológicas como instrumento para promover o equilíbrio ambiental. Como aplicação prática, foi desenvolvido o projeto de uma edificação urbana de uso residencial na cidade de São Paulo, demonstrando a viabilidade dessa técnica no contexto contemporâneo e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável das cidades.

Figura 01: Fachada edificação residencial em taipa de pilão. Fonte: acervo da autora
Resumo

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A arquitetura com terra é uma técnica milenar para construção. Pesquisadores apontam que os primeiros povos por volta de 8000 a.C desenvolveram e aderiam a técnica de construções com terra, durante o passar dos anos a técnica perdurou e passou a ser firmemente utilizados nas edificações residenciais e religiosas, sendo adotado como principais técnicas a construção em terra batida e tijolos de adobe (MINKE, 2006). No Brasil, as técnicas construtivas em terra foram difundidas no período colonial entre os séculos XVII e XVIII a partir de forte influência da arquitetura vigente de Portugal, origem dos colonizadores. A construção com terra era o principal sistema construtivo até meados do século XIX, quando com a expansão tecnológica foi desenvolvido métodos construtivos mais baratos, rápidos e eficazes que atendiam as demandas da sociedade.

Para melhor compreensão foi realizada uma visita técnica a fim de entender e visualizar o sistema construtivo em taipa de pilão, na Casa Bandeirista do Butantã, com a intenção de analisar a construção em terra preservada desde o século XVII.

Figura 02: Visita a Casa Bandeirista do Butantã. Fonte: acervo da autora

Na atualidade, a arquitetura com terra vem sendo resgatada e obtendo destaque no âmbito da construção civil, pois se adequa as premissas de construção sustentável. Uma vez que a crescente preocupação com a sustentabilidade, está em busca de alternativas construtivas que sejam ecológicas e socialmente responsáveis que tem como prioridade o bem-estar da população

“A Arquitetura de Terra proporciona projetos e construções de habitações com dimensões físicas mais adequadas, com melhor qualidade técnica e construtiva, elevando o índice de habitabilidade da residência, que tem seu custo mais econômico, aproximando a renda familiar junto ao financiamento imobiliário, posturas que possibilitam melhor identificação dos usuários para com as novas moradias.” (ARINI, 2011, p.307)

Segundo o artigo publicado no portal Terra sustentabilidade é o princípio equilibrar o uso dos recursos naturais pela sociedade defendendo a preservação do meio ambiente o que envolve a busca de alternativas e ações sustentáveis (TERRA, 2023). Deste modo, a arquitetura com terra está sendo cogitada não só pela sua versatilidade sustentável, mas também pela sua matéria prima ser biodegradável, já que os projetos de edificações com terra têm como objetivo não ser nocivo ao meio ambiente durante suas obras e ciclo de vida, em caso de demolição, que não se permite a geração de resíduos.

Em 2022 entrou em vigor a Norma Brasileira 17014/2022 (ABNT, 2022) Requisitos, procedimentos e controle, instaurada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a fim de regulamentar o uso da taipa de pilão, uma vez que é a técnica amplamente usada quando se trata da arquitetura com terra.

Proposição

Devido aos tópicos apresentados na introdução, o presente trabalho propõe o projeto de uma edificação de uso residencial com múltiplas unidades habitacionais, a fim de implementar o sistema construtivo de arquitetura com terra – taipa de pilão - na região urbana de São Paulo.

O terreno escolhido para desenvolvimento do projeto está localizado na Zona Oeste de São Paulo no bairro de Perdizes, tem 250,40m², e por estar em uma ZEU, tem como CA mínimo = 0,5, básico = 1 e máximo = 4, taxa de ocupação = 0,85 e não possui restrições referente a recuos de frente, laterais e fundos, e por fim não tem limites de gabarito

Figura 03: Mapa cidade de São Paulo com destaque bairro de Perdizes Fonte: Acervo da autora

04:Foto aérea da quadra do terreno

adaptado do Google Earth

A volumetria do projeto foi pensada para que haja uma circulação principal na lateral que ligue todas as áreas necessárias. Com isso, foi realizado um estudo de massa que servirá de base para o projeto a ser desenvolvido na etapa posterior. Nas figuras a seguir, está sendo expresso o programa desenvolvido, com as áreas sociais em amarelo, serviços em azul e os residenciais em 3 blocos dispostos de modo diferente no terreno, sendo bloco 1 em rosa, bloco 2 em roxo e bloco 3 em lilás.

É possível visualizar o corredor lateral que faz a circulação principal que concede acesso as áreas do projeto. Foi realizado também um esboço de como seria a circulação vertical com a prumada de escadas, e os pavimentos que fazem a interligação da escada com as unidades.

Figura
Fonte:
Figura 06:Volumetria 2. Fonte: Acervo da autora
Figura 05:Volumetria 1. Fonte: Acervo da autora

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

As unidades residenciais norteiam o projeto como um todo. São unidades que têm áreas distintas, alocadas em 3 blocos residenciais. O leiaute de todas as unidades foi pensados para atender o cotidiano a modo que contenham uma Área de Preparação de Alimentos, Banheiro, Dormitório e Estar. Deste modo, em todas as unidades foi desenvolvido o leiaute com Sofá Cama, apresentando a possibilidade do Dormitório se transformar em uma Sala de estar.

Figura 07: Unidades de studios da edificação. Fonte: acervo da autora
Figura 08: Projeto de leiaute. Fonte: acervo autora

Referências

ARINI, Ruy. Arquitetura de terra: Uma solução ecológica, econômica e autossustentável. Lisboa: Revista de Direito da Cidade, vol.07, nº01. 2011. p. 303-312

MINKE, Gernot. Building with Earth Design and Technology of a Sustainable Architecture. Basiléia, Suiça: Birkhäuser. 2006. p. 7-15

NBR17014. Taipa de pilão - Requisitos, procedimentos e controle. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2022.

TERRA. Sustentabilidade: conceito, tipos, objetivo e exemplos. Terra. 23 maio 2023. Disponível em: <https://www.terra.com.br/planeta/sustentabilidade/sustentabilidade-conceito-tipos-objetivo-eexemplos,0f50d3eefb195a5fb568f57d382f9dc5qnrz9yvd.html?utm_source=clipboard> Acesso em: 07 março 2024

Figura 09: Corte Longitudinal. Fonte: acervo da autora
Figura 10: Perspectiva Fachada / Figura 11: Perspectiva Circulação Interna. Fonte: acervo da autora
Figura 12: Perspectiva Interna acesso / Figura 13: Perspectiva unidade. Fonte: acervo da autora

Projeto de arquitetura modular para habitação de interesse social utilizando os princípios da pré-fabricação

Orientador: Prof. Dr. Walter J osé Ferreira Galvão

Resumo

O déficit habitacional no Brasil cresce, deixando muitas famílias em condições precárias, frequentemente em áreas de risco, o que afeta sua saúde e qualidade de vida. Para enfrentar esses desafios, o método pré-fabricado surge como solução inovadora, destacando-se pela eficiência, rapidez e sustentabilidade.

Este trabalho tem como objetivo propor um projeto de habitação de interesse social, onde, por meio da arquitetura, serão utilizados os princípios da pré-fabricação para otimizar custos, reduzir o tempo de construção e minimizar impactos ambientais, promovendo condições de vida mais dignas.

Figura 01: Perspectiva. Fonte: acervo do autor (legendas das fotos Arial 10 itálica)

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac tem a intenção de abranger a técnica da construção modular pré-fabricada, com o objetivo de atender às demandas habitacionais de Interesse Social (HIS) em São Paulo, mais especificamente no município de Embu-Guaçu.

Atualmente, no Brasil, a alvenaria convencional é a opção mais comum para habitações de interesse social devido ao seu custo mais baixo. Contudo, quando comparada aos novos métodos construtivos, a alvenaria convencional apresenta menos vantagens. O tempo necessário para concluir a obra é maior, demanda uma quantidade maior de mão de obra nos canteiros e consome uma quantidade considerável de material. Além disso, frequentemente são observadas falhas na execução, o que pode comprometer a estrutura da edificação no futuro. Para atender ao déficit habitacional, é essencial garantir uma construção mais rápida e uma qualidade superior na edificação.

Com o significativo crescimento da indústria da construção ao longo dos anos, surgiram novas técnicas construtivas, despertando um interesse crescente entre os profissionais no método da construção pré-fabricada. Esse método é valorizado por sua sustentabilidade e por um processo de construção mais rápido e seguro, mesmo diante de uma demanda elevada. Ele demonstra capacidade para atender às demandas de uma forma eficaz.

Uma das principais vantagens do uso de pré-fabricados é a rapidez na construção e a limpeza no canteiro de obras, resultando em menos resíduos e maior segurança. Além disso, oferecem eficiência estrutural, com resistências dos elementos estruturais (como pilares, vigas e lajes) definidas nos projetos.

Considerando esses aspectos, as técnicas de construção pré-fabricada se destacam como uma alternativa promissora. A crescente adoção desse método indica sua capacidade para atender às demandas de forma eficaz. Assim, a utilização de pré-fabricados surge como uma solução viável e eficiente para enfrentar o desafio do déficit habitacional.

Figura 02: Estrutura pré-fabricada. Fonte: Neo Ipsum

Proposição

O lote está situado na Rua Benedito Fernandes, onde predominam residências tanto horizontais quanto verticais, com um baixo fluxo de veículos devido à via local. O terreno abrange uma área de 3602m², atualmente desprovido de qualquer construção e caracterizado por sua topografia plana. Sua localização é altamente vantajosa, com proximidade a escolas, supermercados, o Poupatempo, terminal de ônibus, diversas lojas e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), unidade de pronto atendimento.

O empreendimento contemplará três edifícios, cada um com cinco pavimentos, contendo quatro apartamentos por andar. Ao todo, serão oferecidas 56 unidades habitacionais, com uma área média de 50,72 metros quadrados, totalizando 2.840,32 metros quadrados de área construída. O condomínio disponibilizará áreas de lazer cobertas e descobertas, uma vaga de estacionamento por apartamento, além de salão de jogos e salão de festas.

O desenvolvimento do projeto começou com a criação de um programa que definiu as principais necessidades e objetivos. Depois disso, foi elaborado um fluxograma para organizar as ideias e estabelecer como o programa seria aplicado no terreno. Com essa base, foi feito um estudo volumétrico para ajustar o programa às características do espaço, garantindo um bom encaixe no terreno e dando sequência ao desenvolvimento do projeto. Para desenvolver o layout do empreendimento, começamos com o estudo de um apartamento modelo, analisando cada ambiente em detalhe. A partir disso, criamos o apartamento tipo, que serviu de base para definir o layout geral do prédio. Após várias análises de insolação e vagas de estacionamento, a implantação foi definida de forma eficiente e funcional.

Figura 03: Vista aérea do terreno. Fonte: acervo do autor
Figura 04:Planta humanizada do apartamento tipo. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 05:Planta humanizada do pavimento tipo. Fonte: acervo do autor
Figura 06:Planta do pavimento tipo. Fonte: acervo do autor
Figura 07:Cortee AA. Fonte: acervo do autor

Referências

ACKER, A. Manual de Sistemas Pré-Fabricados de Concreto. 2002. Disponível em: https://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/pre-moldados/Manual%20Fib.pdf. Acesso em: 23 mar. 2024.

ALMEIDA, L de. ESTUDO DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS PRÉ-FABRICADOS MODULARES APLICADOS EM CANTEIROS DE OBRAS. 2015. Monografia. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBDA3YFTB/1/monografia_p_s_luiza_rangel_de_almeida.pdf. Acesso em: 06 abr. 2024.

ARCHDAILY. SEHAB Heliópolis: habitação de interesse social. habitação de interesse social. 2014. Biselli Katchborian Arquitetos. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolisbiselli-katchborian-arquitetos. Acesso em: 12 fev. 2024.

BASTOS, P. Estruturas Pré-Fabricadas. 2023. Protendit. Disponível em: https://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/pre-moldados/Cat%20Protendit.pdf. Acesso em: 27 mar. 2024.

BRUNA, P. Subsídios para uma política de industrialização da construção no Brasil. 2001. Acervo. Disponível em: http://www.mom.arq.ufmg.br/mom/acervo_revistas/acervo/x47.pdf. Acesso em: 10 mar. 2024.

DONIAK, Í. INDUSTRIALIZAR EM CONCRETO: a revista das estruturas pré-fabricadas. A REVISTA DAS ESTRUTURAS PRÉ-FABRICADAS. 2015. Abcic.org.br. Disponível em: https://abcic.org.br/Arquivos/Edicoes/zdm2pt3a.pdf. Acesso em: 10 mar. 2024.

GOULART, F. Em 2019, 68,7% do déficit habitacional no Brasil foi representado por pessoas pretas e pardas, aponta pesquisa. 2024. Fundação João Pinheiro. Disponível em: https://fjp.mg.gov.br/em-2019687-do-deficit-habitacional-no-brasil-foi-representado-por-pessoas-pretas-e-pardas-apontapesquisa/#:~:text=Entre%202016%20e%202019%2C%20o,atingiram%20percentuais%20acima%20d e%2015%25. Acesso em: 23 fev. 2024.

IBRACON, (org.). Concreto: material construtivo mais consumido no mundo. 2009. REVISTA CONCRETO E CONTRUÇÕES. Disponível em: http://ibracon.org.br/publicacoes/revistas_ibracon/rev_construcao/pdf/revista_concreto_53.pdf. Acesso em: 22 mar. 2024.

MARCO, M. INDUSTRIALIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL PRÉ-FABRICADOS EM CONCRETO ARMADO. 2015. Monografia. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/RAOABDGL9D/1/industrializa__o_na_constru__o_civil__marina_de_marco.pdf. Acesso em: 09 abr. 2024.

PIGOZZO, B. Evolução dos Pré-fabricados de Concreto. 2005. Encontro nacional de projeto pesquisa e produção em concreto pré-moldado. Disponível em: https://set.eesc.usp.br/1enpppcpm/cd/conteudo/trab_pdf/164.pdf. Acesso em: 20 mar. 2024.

PROTENZA. Etapas de uma construção pré-fabricada. 2024. Pré-Moldados protendidos. Disponível em: https://protenza.com.br/quais-as-etapas-de-uma-construcao-pre-fabricada/. Acesso em: 23 abr. 2024.

Figura 08:Elevação frontal e lateral. Fonte: acervo do autor

A

interação do Branding, Visual Merchandising e na padronização em lojas de shopping: Um projeto de arquitetura

comercial

Thais Akemi Sato da Silva

Orientador : Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão

Figura 01 : Fachada da loja modelo. Fonte: acervo do autor Resumo

O objetivo do trabalho é desenvolver um padrão arquitetônico para uma loja de roupas em shoppings, alinhado à identidade visual da marca. A padronização é essencial para garantir reconhecimento, qualidade e eficiência na gestão das lojas, reduzindo custos e erros. Para isso, são utilizados estudos de branding, visual merchandising e arquitetura comercial, com foco na psicologia das cores, iluminação, layout setorizado e móveis modulares. O resultado será apresentado em um caderno de padronização e uma loja modelo que demonstra a aplicação do projeto.

Versão integral do trabalho em: https://drive.google.com/file/d/1dLQFO3ixnXVtMWEGzimxjENzo_j3rdgp/view?usp=sharing

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário SENAC visa estabelecer um padrão de loja replicável em diversas unidades, representando, dentro das restrições impostas pelos shopping centers, elementos como plantas de layout, fluxos de circulação e modelos de mobiliário, entre outros conceitos arquitetônicos.

O branding é o processo de criação de uma identidade para uma empresa. É principalmente desenvolvida o nome, logotipo, design, símbolos e mensagens que a marca quer mostrar e estabelecer uma conexão emocional com o cliente. Segundo Cameira (2013):

“Branding é um sistema de gerenciamento das marcas orientado pela significância e influência que as marcas podem ter na vida das pessoas, objetivando a geração de valor para os seus públicos de interesse. O uso do branding como ferramenta de gestão não é recente. A Procter&Gamble é reconhecida por ter sido a primeira empresa a criar, em 1931, times de gerenciamento de marcas que tinham como principal função coordenar o programa de marketing dos produtos de forma integrada à venda e à fabricação. Já na década de 1940, havia o entendimento, pela maioria das empresas produtoras de bens de consumo, de que o gerenciamento das marcas era uma importante ferramenta de apoio à gestão, e que as marcas não eram meros sinais visuais de identificação, mas um ativo de valor da empresa. Sabiase que uma marca forte e bem gerenciada ajudava a fidelizar a clientela, estabilizar as vendas e criar uma reputação positiva e valorada sobre a empresa e seus produtos.” (CAMEIRA, 2013, p.44)

No auxílio técnico, a arquitetura comercial vem como uma disciplina da arquitetura onde ela se preocupa com os aspectos funcionais do ambiente como fluxo, iluminação, disposição de mercadorias, conforto térmico, entre outros. Assim, estes tópicos contribuem para o sucesso do negócio da marca, melhorando a experiência do cliente e incentivando as vendas.

A arquitetura de varejo tem como objetivo estimular o interesse do cliente pela mercadoria exposta na loja, que se envolve com a marca, interagindo com os produtos e beneficiando a interação clientefuncionário com a disposição de cada item no ambiente. Isso acaba trazendo uma boa experiência para o consumidor, auxilia o trabalho dos funcionários, marca a identidade e a originalidade da marca e, consequentemente, aumenta as vendas e o lucro. (COSTA, 2020)

Ainda, as normas técnicas e a construção do espaço são definidas pela arquitetura comercial, que expressa a ergonomia, conforto ambiental, iluminação e paleta de cores, contribuindo assim para a concepção de um padrão de loja para a marca, visando a sua reprodução de maneira consistente. Nesse contexto, o trabalho visa demonstrar uma padronização arquitetônica explorando a interação desses tópicos, analisando cada um e destacando as diferenças entre os tipos de lojas. Também, investigará a importância do branding na criação de uma identidade de loja consistente e atrativa para a imersão do cliente no momento da compra dos produtos.

Por fim, o projeto mostrará o caderno técnico produzido conforme o estudo, e a padronização da loja seguindo a marca selecionada e uma loja modelo, onde mostrará a execução do caderno em uma loja de shopping, seguindo as restrições e permissões de um shopping existente.

Proposição

O projeto foi desenvolvido com base na marca “Wear Ever” onde foi estudado juntamente com as restrições de shopping.A Wear ever, em resumo, é uma marca que veio da família onde a ajuda de seus pais e seus colegas conseguiram crescer e ser uma loja virtual reconhecida no Brasil .

A marca tem como objetivo atrair clientes com idades entre 18 e 23 anos, que frequentemente enfrentam dificuldades para encontrar tamanhos adequados em outras lojas. Para atender a essa demanda, a marca oferece uma variedade de tamanhos, desde PP até G4

A paleta de cores que foi montada, considerou o painel conceitual que foi montada e que utilizaram tonalidades que passam a modernidade e feminilidade.

Figura 02 : Tabela de identidade Wear ever. Fonte: Caderno de visual merchandising da marca. Com base nos estudos, as ideias iniciais se desenvolveram com um fluxograma e setorizações:

Figura 03: Tabela com itens destinado para cada área da loja organizada como fluxograma da loja. Fonte: acervo do autor

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

O estudo de massas para setorizar em um espaço físico, foi desenvolvido para classificar a área quadrada necessária para cada ambiente, assim sendo classificada em 3 grupos: exposição, circulação e serviços. De inicio, foi pensado a implantação baseada na loja modelo, de 34m² com a disponibilidade de produção de um mezanino conforme as regras do caderno técnico de um shopping de São Paulo e foi proporcionado em metros quadrados a quantidade por categoria e ambientes.

Figura 04 : Estudo de massas dentro da loja com divisão de espaços. Fonte: Acervo do autor.

As áreas foram escolhidas por prioridade da loja e, como ela vai funcionar com as áreas de exposição onde são maiores para ter praticidade de vendas com os produtos expostos. Juntamente, com o estudo de massas, onde mostra o funcionamento da loja em relação a área disponível. A setorização é importante para a divisão dos espaços, onde necessita para a organização dos funcionários dentro do espaço

O Caderno de padronização de loja, foi desenvolvido de acordo com o estudo no decorrer do trabalho de conclusão de curso, para a marca ser aplicada em um ambiente comercial físico, onde pode ser adaptado em qualquer metragem.

Figura 05 : Exemplo dos acabamentos e instruções de como utilizar cada um nas loias modelo do caderno de padrão da loja. Fonte: Acervo do autor

Por fim, o caderno técnico desenvolvido, foi exemplificado em uma loja modelo, projetado em uma loja satélite com espaço e restrições de um shopping existente de São Paulo.

Figura 05 : Loja modelo. Fonte: Acervo do autor

Referências

CAMEIRA, Sandra. “O branding e a metodologis de sistemas de identidade visual”“visual” Dissertação de arquitetura e urbanismo na universidade de São Paulo, 2013.

COSTA, João. “ARQUITETURA COMERCIAL: Boas práticas para a eficiência das atividades comerciais varejistas.” Trabalho de conclusão de curso, Repositório Institucional da Universidade de Brasília (UNDB), 2020.

Wear ever. Caderno de identidade visual. Caderno técnico. São Paulo.

Esta revista foi produzida em dezembro de 2024 pelo ARQLAB, com as famílias tipográficas Arial, Cambria e Futura.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.