A Ordem
Fundação Paz na Terra Ano LXV - Nº 20 Natal-RN / R$ 7,00 Dezembro de 2017
Igreja católica vive ano dedicado
ao laicato
a ordem | Assunto
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Outubro de 2016 | 3
a ordem | Editorial
O rosto desfigurado de Jesus
08 ENTREVISTA
o que esperar para 2018?
Há alguns anos, na noite de Natal, jovens e agentes pastorais de algumas paróquias de Natal realizam uma ação na linha do que o Papa Francisco propôs ao criar o Dia Mundial do Pobre. Eles saem pelas ruas da cidade do Natal levando roupas, alimentos e calçados para doar aos que Jesus chamou de “meus irmãos mais pequeninos”. Está lá no evangelho de Mateus: “tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estava nu e me vestistes; (...) Todas as vezes que fizestes isto a um desses meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes” (cf. Mt 25,35-40). É nos “irmãos mais pequeninos” que Jesus se revela à humanidade de hoje, mas essa humanidade não enxerga o obvio. Ao contrário, comporta-se de forma hipócrita. Na missa, cada participante assegura que “Ele está no meio de nós” e crer na verdade do evangelho de Mateus – “estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (cf. 28,20) – mas não enxerga Jesus nos “irmãos mais pequeninos”. É que o rosto de Jesus está desfigurado nesses irmãos famintos, sedentos, nus, sem tento, sem família e injustiçados. Qual é o rosto de Jesus que a humanidade espera enxergar, um dia?
Expediente
Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689
Conselho curador: Pe. Charles Dickson Macena Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra Conselho editorial: Pe. Rodrigo Paiva Pe. Paulo Henrique da Silva Luiza Gualberto Adriano Charles Cruz, OFS Hevérton Freitas Josineide Oliveira Cione Cruz Vicente Neto Filipo Cunha Edição e Redação: Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) Luiza Gualberto (DRT-RN 1752)
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Em ação
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Paróquias
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PARA CONHECER
Banheiro solidário
Nesta edição, em destaque as comunidades paroquiais de Lajes e Boa Esperança
Vamos te levar à Roma, na Itália
CAPA: Cacilda Medeiros Revisão: Milton Dantas (LP 3.501/RN) Colaboradores: José Bezerra (DRT-RN 1210) Adriano Cruz (DRT-RN 1184) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal Projeto e diagramação: Terceirize Editora (84) 3211-5075 www.terceirize.com
Comercial: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001 Impressão: Unigráfica - (84) 3272-2751 Tiragem: 1.000 exemplares Assinaturas: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 - Tirol - Natal/RN - (84) 3615.2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br
| a ordem
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a ordem | Palavra da Igreja
Migrantes e Refugiados:
homens e mulheres em busca da paz A mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, a ser celebrado em primeiro de janeiro de 2018, tem como tema: “Migrantes e Refugiados: homens e mulheres em busca da paz”. No texto, o Papa recorda que a paz que os anjos anunciaram aos pastores na noite de Natal é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. “Dentre estes, que trago presente nos meus pensamentos e na minha oração, quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos, como afirmou o meu amado predecessor Bento XVI, «são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz». E, para o encontrar, muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manter longe da meta”, escreve o Pontífice. Neste contexto, Francisco pede que abracemos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se vêem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental. O Santo Padre destaca: “estamos cientes de que não basta abrir os nossos corações ao sofrimento dos outros. Há muito que fazer antes de os nossos irmãos e irmãs poderem voltar a viver em
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francisco Papa
paz numa casa segura. Acolher o outro requer um compromisso concreto, uma corrente de apoios e beneficência, uma atenção vigilante e abrangente, a gestão responsável de novas situações complexas que às vezes se vêm juntar a outros problemas já existentes em grande número, bem como recursos que são sempre limitados”. Neste sentido, o Papa recorda, mais uma vez, que os governantes têm uma responsabilidade precisa para com as próprias comunidades, devendo assegurar os seus justos direitos e desenvolvimento harmônico, para não serem como o construtor insensato que fez mal os cálculos e não conseguiu completar a torre que começara a construir. Francisco concluiu a sua mensagem, indicando quatro pistas de ação concreta: acolher, proteger, promover e integrar. Ao mesmo tempo, ele propõe a definição e aprovação, por parte das Nações Unidas, de dois pactos globais: um para migrações seguras, ordenadas e regulares, e, outro referido aos refugiados. “Estes pactos representarão um quadro de referência para propostas políticas e medidas práticas. Por isso, é importante que sejam inspirados por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas as ocasiões para fazer avançar a construção da paz. Só assim, o necessário realismo da política internacional não se tornará uma capitulação ao cinismo e à globalização da indiferença,” disse Francisco. Fonte: Portal da Rádio Vaticano
A voz do pastor | a ordem
Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal
Queridos irmãos e irmãs! Nos dias 23 e 24 de novembro, a Igreja de Natal realizou a sua 57ª Assembleia de Pastoral. Nela, assumimos o compromisso de continuar o nosso percurso de renovação pastoral. Uma renovação necessária diante do quadro de celebração do Ano Nacional do Laicato, que a Igreja no Brasil viverá de 26 de novembro de 2017 a 25 de novembro de 2018. Sabemos que essa renovação é o grande desejo da Igreja nos últimos tempos. Ela está em curso desde o Concílio Vaticano II, orientou os trabalhos das Conferências gerais do Episcopado Latino-americano, de modo especial, da V Conferência de Aparecida, em 2007, e assumida e difundida pelo Papa Francisco para toda a Igreja. Sabemos também que só acontecerá a renovação ou conversão pastoral se nós olharmos para as nossas estruturas, algumas até obsoletas ou caducas, e não mais nos prendermos a elas e sim assumirmos uma nova postura pastoral, que não consiste em criar estruturas, mas sim de estarmos atentos àquilo que é essencial na nossa missão. No documento 100 da CNBB (Comunidade de comunidades: uma nova paróquia. A conversão pastoral da paróquia), encontramos a solicitude pastoral dos bispos do Brasil que nos faz refletir sobre a necessidade de termos presente que tudo o que existe na comunidade paroquial deve favorecer a experiência do encontro, da proximidade e do reconhecimento de que somente quando os destinos
A renovação pastoral da comunidade eclesial são assumidos por todos é que é possível viver a missionariedade. Uma das proposições pastorais do documento da CNBB diz respeito aos conselhos de pastoral e de assuntos econômicos. Esses conselhos são organismos de participação do laicato. E o que chama mais a atenção é que o documento da CNBB insiste na relação próxima que deve existir entre os dois conselhos. São apresentadas algumas proposições, tais como: do Conselho Pastoral Paroquial deve fazer parte o coordenador do Conselho de Assuntos Econômicos (n. 290); ambos os conselhos precisam ser formados por discípulos missionários, pessoas que participam ativamente da vida da Igreja (n. 291); o Conselho de Assuntos Econômicos não deve ocupar-se apenas com construções e reformas, mas apoiar financeiramente os leigos em suas comunidades, seja para a realização de cursos e encontros, seja para manter a unidade com a diocese, seja para aprofundar o conhecimento de seu serviço pastoral; por fim, retoma um princípio de ação, proposto já no Documento de Aparecida, que deve nortear os dois conselhos: “as decisões sobre reformas e construções, e o investimento a ser feito na pastoral, na missão e na formação de pessoas da comunidade será de responsabilidade do Conselho de Pastoral Paroquial e sua execução caberá ao Conselho de Assuntos Econômicos” (n. 291). Insisto para que essas proposições sejam seguidas por todos os párocos e administradores paroquiais, e que sejam respeitadas por todos na comunidade paroquial.
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a ordem | Entrevista
O que esperar para 2018? Entra ano e sai ano, é comum criarmos uma expectativa para um novo período que se inicia. No Brasil e no Rio Grande do Norte, por exemplo, vivemos, em 2017, situações de crise econômica e política, além de problemas na segurança e saú-
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de pública. Diante do contexto atual, só resta às pessoas, renovar a fé e esperança em um amanhã mais próspero. Na sessão de entrevista desta edição, trouxemos o depoimento de alguns personagens sociais, em relação ao que esperar para 2018.
Cacilda Medeiros
Entrevista | a ordem
Que em 2017 tivemos perdas, sim, Josineide Silveira, tivemos perdas imensocióloga e suráveis, nossos direitos pesquisadora desvalorizados e desrespeitados, direitos adquiridos ao longo dos anos e de fato concretizados na Constituição Federal de 1988, lutas essas que custaram vidas. E mesmo com essa garantia, direitos e deveres, as lutas não pararam por ai. 2018 teremos novas eleições, novas promessas, novas acusações e os mesmos problemas, os de longos anos, e nada será diferente, pois quem estará disputando cargos será a mesma bancada de sempre ou seus representantes, trocam seis por meia dúzia, nada muda, e ate muda, mas não ao nosso favor. A economia política não vai melhorar para o cidadão brasileiro assalariado. Em um país democrático como o nosso, onde o cidadão eleitor só pode exercer sua cidadania e democracia nas urnas, que é quase uma obrigação, Poderíamos trazer essa democracia para o nosso cotidiano, exercitar de verdade, com nossas vozes, nossos direitos e deveres. Vivemos em torno da política, mais infelizmente no meio de pessoas desonestas e manipuladores, corrompidas pelo poder, fácil e banal, políticos que são beneficiários das praticas ilícitas. Para mim, 2018 não será diferente dos anos anteriores, mais problemas viram, e o único prejudicado será a classe baixa renda, aquele que mesmo saindo nas ruas para protestar seu grito de clamor por uma vida digna será calado diante daqueles que tem o poder da lei em suas mãos.
Educação
Que a educação brasileira, em 2018, avance de forma qualitativa e significativa com relação às mudanças em curso, como os debates em torno da “escola sem partido” e da “doutrinação religiosa”. Que de meros debates ideológicos entre grupos políticos antagônicos, os gestores e assessores facultem a palavra aos reais protagonistas da educação, que são os professores e os alunos. Projetar a educação de forma qualitativa e significativa para o ano de 2018 consiste em almejar professores adequadamente remunerados, provendo a sua sobrevivência material, mas também investindo em sua qualificação profissional. Quanto aos alunos, desejar que sejam verdadeiramente protagonistas do processo de ensino e aprendizagem, recebendo a atenção adequada para o seu desenvolvimento cognitivo e seu crescimento intelectual. Cedida
Política
Joselia Carvalho, pedagoga
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Economia
Fé
Cedida
Apesar do otimismo do governo, fundamentado no possível equilíbrio do tripé macroeDiác. Paulo Felizola, conômico mas que, ao transferir economista para os agentes econômicos menos protegidos todo o custo de sua política econômica, através das reformas pretendidas e na ausência de um sistema tributária progressivo (nosso sistema está concentrado em tributos regressivos e indiretos, justamente os que oneram mais os trabalhadores e os pobres), vislumbra-se para 2018 um aprofundamento da crise econômica e social caracterizado por uma compressão brutal no nível da demanda efetiva; pelo aumento da desigualdade (segundo dados da Receita Federal, extraídos a partir das declarações anuais de renda, menos de 1% dos contribuintes concentram cerca de 30% de toda a riqueza declarada em bens e ativos financeiros); pelo consequente aumento do desemprego (segundo o IBGE, hoje já somos 26,8 milhões de trabalhadores desempregados ou subutilizados), da pobreza e da fome.
O pedido dA Ordem era para escrever sobre a fé. Esbocei algumas linhas, durante uma viagem, mas o inesperado bateu a porta: Adriano Cruz, meu amado pai voltou para Franciscano Deus, enquanto eu rezava em secular Fátima/PT. Diante do sofrimento e da finitude humana, só a fé nos sustenta. A fé é muito mais do que acreditar, é lançar-se na vontade divina e confiar que Deus sempre estar conosco. Antes de partir, meu pai recitava as palavras de São Paulo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2Timóteo 4,7). Foi o seu último grande ensinamento. Que em 2018, a fé nos aproximem um dos outros, nos ajude a sermos solidários com os que sofrem. E que a experiência com o Cristo, para nós, se traduza em atos de misericórdia e amor. Oxalá, nunca caíamos na tentação farisaica de nos acharmos superiores aos que não acreditam, que a nossa fé seja ponte e farol. E assim, também, caminharemos com esperança até o fim desta jornada.
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Cedida
Saúde
Segundo o portal N10, no orçamento de 2017, os 12% dedicados Maria Elisa a saúde equivalem a 1,04 bilhões. Rodrigues, No orçamento de 2018 esse porcennutricionista tual, que é o mínimo obrigatório por lei, equivalerá a 1, 01 bilhões, ou seja, 3 milhões a menos. Destarte, a assistência pública, propriamente dita, em seu dia a dia, tem vivenciado problemas decorrentes causados por baixo financiamento, a não expansão desse, a falta do reequipamento das unidades de saúde e a indecorosa distribuição das remunerações dos profissionais são geradores das dificuldades vividas pela gestão do Sistema Único de Saúde. Portanto, para o futuro é necessária melhor aplicação dos recursos na área da saúde, uma vez que há perspectiva de aumento da terceira idade, dos acidentes de trânsito constantes, implicam no crescimento de usuários do SUS, espero por uma justaposição e cumprimento de nossos direitos. Cedida
Luiza Gualberto
a ordem | Entrevista
Segurança
O olhar científico desnuda os caminhos da insegurança que Ivênio Hermes, vêm sendo percebidos cotidiapesquisador social na namente pela sociedade potiguar. área de segurança São números inocultáveis de uma criminalidade que se eleva, se mostra nacional e até internacionalmente, expondo a fraqueza das políticas públicas sociais e de segurança pública. Nesse cenário desolador, nos preocupa mais ainda o contingenciamento de investimentos nas áreas mais necessárias para a população, que são a saúde, a educação e a segurança, soluções tomadas por gestores que tratam a coisa pública com sua propriedade, e todas elas impactam diretamente na paz que tanto almejamos. Nessas condições, somente podemos antever um cenário pior em 2018 do que foi 2017, com índices alarmantes se repetindo e se consolidando, onde as únicas soluções que se vislumbram terão cunho eleitoreiro e mascaradoras da realidade. Todavia, o olhar da fé nos mostra um cenário diferente, fé essa que agregada às nossas atitudes e abençoadas pelo Deus Altíssimo pode ser a grande diferença nas nossas escolhas. Que em 2018 o olhar da fé prevaleça e seja vitorioso.
Entrevista | a ordem
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Cacilda Medeiros
a ordem | Capa
Na Assembleia Pastoral, Dom Jaime anunciou o nome do novo coordenador do Setor de Leigos
Igreja vive
Ano Nacional do Laicato O ano nacional dedicado aos leigos e leigas é vivenciado no período de 26 de novembro de 2017 a 25 de novembro de 2018
Com o tema “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema “Sal da Terra e Luz do Mundo, Mt 5, 13-14”, a Igreja Católica no Brasil vive o Ano Nacional do Laicato. O presidente da Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Severino Clasen, está otimista quanto ao legado que este ano poderá trazer para a Igreja Católica. “Eu acredito
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que se conseguirmos estimular a participação e presença efetiva dos cristãos leigos na sociedade, provocando que aconteça a justiça e a paz, será um grande legado”, disse o bispo. O objetivo do Ano é: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”
Capa | a ordem Por meio do secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, o Papa Francisco encaminhou uma carta saudando a Igreja Católica, no Brasil, pela abertura do Ano Nacional do Laicato. Na carta, o Papa pede que todos os leigos e leigas brasileiros se sintam animados a dar continuidade ao que ele chama de “nova saída missionária”. O Santo Padre pede que os fiéis católicos não se confinem em suas paróquias e levem a palavra do Evangelho mundo afora. “Não se trata simplesmente de abrir a porta para que venham, para acolher, mas de sair porta afora, para procurar e encontrar”, exortou Francisco. Além disto, o Francisco se mostra atento ao atual momento em que se encontra o país e pede união aos fiéis brasileiros. “E, nesse momento particular da história do Brasil, é preciso que os cristãos assumam a responsabilidade de ser o fermento de uma sociedade renovada, onde a corrupção e a desigualdade deem lugar à justiça e solidariedade”, afirmou. Documento nº 105 Para subsidiar o Ano Nacional do Laicato, os bispos do Brasil, reunidos em Aparecida (SP), na 54ª Assembleia Geral da CNBB, em abril de 2016, aprovaram o documento nº 105, intitulado “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade”. O documento segue a tradicional metodologia utilizada pela Igreja Católica – ver, julgar e agir - e é dividido em três capítulos. O primeiro apresenta o marco histórico-eclesial da caminhada da vida dos cristãos leigos e leigas, com seus avanços e recuos. Depois, apresenta, de forma geral, uma visão sócio-pastoral do mundo globalizado. O segundo capítulo trata
da eclesiologia conciliar da comunhão na diversidade, como base para a compreensão da identidade e da dignidade laical como sujeito eclesial. O texto também identifica, na Igreja, os espaços de atuação dos leigos, considerando a diversidade de carismas, serviços e ministérios. Já, o terceiro capítulo trata da ação transformadora dos cristãos leigos e leigas na Igreja e, sobretudo, no mundo. O documento também aponta lugares específicos da ação dos homens e mulheres, leigos e leigas, no mundo contemporâneo, e conclui enunciando indicativos, encaminhamentos e compromissos para a caminhada do laicato no país. Cacilda Medeiros
Leigos animam celebrações, nas comunidades
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a ordem | Capa Em Natal Na Arquidiocese de Natal, o Ano Nacional do Laicato foi aberto, oficialmente, durante missa, no dia 26 de novembro, na Catedral Metropolitana, presidida pelo arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha. Por ocasião da 57ª Assembleia Arquidiocesana da Pastoral, realizada dias 23 e 24 do mês passado, Dom Jaime anunciou o nome do coordenador do Setor de Leigos: Diácono Manoel Carlos (Diácono Mano). “O Setor de Leigos reúne todas as expressões do laicato, como pastorais, movimentos e serviços”, explica o Diácono Mano, que sucedeu, na função de coordenador, o Diácono Paulo Felizola. Missão do leigo A Constituição Dogmática Lumen Gentium, o documento do Concílio Vaticano 2 que trata da Igreja, dedica o capítulo 4 aos leigos. De acordo com a Constituição, aos leigos e leigas compete buscar o Reino de Deus. Eles “vivem no mundo, isto é, no meio de todas e cada uma das atividades e profissões, e nas circunstâncias da vida familiar e social, as quais como que tecem a sua existência. Aí os chama Deus a contribuírem, do interior, à maneira de fermento, para a santificação do mun-
do, através de sua própria função; e, guiados pelo espírito evangélico e, desta forma, manifestarem Cristo aos outros, principalmente com o testemunho da vida e o fulgor da sua fé, esperança e caridade”, define Lumen Gentium, nº 31. Para o agente pastoral da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Lajes, Tácio Fernandes, leigos e leigas dão vida à Igreja, através das ações nas pastorais, movimentos e serviços. “Sinto-me desempenhando um papel importante na Igreja, como leigo, assumindo minha missão de batizado”, diz Tácio. Para o arcebispo metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, de fato, grande parte da realidade da Igreja é formada por leigos e leigas. “Celebrar um Ano dedicado ao Laicato exige de todos nós uma conversão pastoral que reconheça que os leigos não são objeto de nossa ação pastoral, mas verdadeiros sujeitos eclesiais. Isso requer que essa conversão não seja apenas motivo para um exame de consciência sobre o espaço que devemos dar aos leigos, mas o reconhecimento de que seu espaço é a realidade primeira da evangelização”, ressalta Dom Jaime, em artigo publicado no site da Arquidiocese de Natal. Cacilda Medeiros
Tácio Fernandes, agente da Pascom, em Lajes
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Alfabetização | a ordem
salão de eventos
do seminário de S. Pedro
Programe seu encontro paroquial em um espaço adequado, climatizado e com estacionamento próprio. O Seminário de São Pedro oferece essa oportunidade no Salão de Eventos com capacidade para 120 pessoas e por um valor que está ao seu alcance. Atenda a sua necessidade e ajude o Seminário.
Av. Campos Sales, 850 Tirol - Natal/RN
(84) 3615-2819 Contatos na secretaria do Seminário, em horário comercial A locação depende da disponibilidade de horário e agenda
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a ordem | Artigo
O que mudou com o “fazer”
Arturo Arruda Art & C Comunicação Integrada
da publicidade com a ascensão da internet? As redes sociais (Facebook, Whattsapp, Instagran, YouTube, Twitter, dentre tantas outras) ganharam força e conquistaram um espaço importante nas verbas publicitárias. Só para termos uma ideia, 40% da população mundial utiliza redes sociais (mais de 3 bilhões de pessoas), são mais de 1milhão de novos usuários por dia que aderem a esse mundo digital. Considerando que 51% da população mundial já dispõe de acesso a internet e que a maioria desses acessos é feita por dispositivos móveis (smartphones), considerando também a mudança de hábito de consumo da informação e do entretenimento, logo chegaremos as mudanças pelas quais a atividade publicitária mudou nos últimos anos. Eu diria até que a atividade publicitária mudou mais nos últimos 3 anos do que havia mudado em 30. A agilidade e o senso de oportunidade estão ganhando o lugar das grandes (e caras) produções, o casuísmo e a contação de histórias (storytelling) tem tomado o espaço que já foi um dia do humor e dos jingles memoráveis. Trabalhar para o público de internet requer mais conhecimento e planejamento. Pois cada
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rede social tem um perfil diferente e uma maneira específica de obter melhores resultados. No caso do Youtube, temos que prender a atenção do consumidor nos primeiros 5” da mensagem, caso contrário o consumidor “pula” o anúncio e a mensagem não é assistida até o final. O Facebook, maior rede social do mundo, permite uma variação enorme de formatos e maneiras de anunciar (desde o anúncio estático de imagem, vídeos, anúncios voltados para mobile, canvas que é uma mistura de imagens, vídeos e até links para o site do anunciante). Enfim, verificamos nesses poucos exemplos citados o quanto mudou e ficou mais complexo fazer propaganda. A única coisa que não mudou e continua fazendo o diferencial é a criatividade e o conteúdo. Quanto mais competitiva for a briga pela retenção da atenção do consumidor, mais criativa e assertiva deve ser a mensagem, a propaganda. Para isso temos as agências de comunicação (antes conhecidas por agências de propaganda), empresas preparadas e integradas para oferecer todo o suporte que um anunciante venha a precisar em matéria de publicidade, seja ela ON LINE, ou OFF LINE (mídia de massa ou digital).
Airton Silva
Centenário | a ordem
Igreja de Nossa Senhora da Penha: A religiosidade popular do município de Monte Alegre data de 1905, época em que existia uma capelinha erguida, onde hoje está um canteiro em frente ao atual mercado público. A Igreja tinha a frente voltada para o por do sol, uma porta central e duas janelas de cada lado. Ali, seria o centro do povoado, na época. No ano de 1917, foi iniciada e edificação da Igreja matriz do município, sendo concluída no ano de 1949. Os fiéis que viram aquele momento, relatam que o mosaico e as imagens sacras que estão na Igreja matriz foram importados da França e, por essa razão, a obra demorou tantos anos para ser concluída. Nesta época, a comunidade de Monte Alegre per-
100 anos de história
tencia à Paróquia de Sant’Ana e São Joaquim, em São José de Mipibu. Na década de 60, a Igreja passou por uma reforma. Foram construídos um novo altar e uma torre, idealizados pelo Monsenhor Antônio Barros, que foi pároco em São José de Mipibu. Está na memória de muitos fiéis: a chegada do sino na torre, as missas do galo e a festa da Padroeira, no mês de outubro. Em 18 de dezembro de 1999, Dom Heitor de Araújo Sales, o então arcebispo da época, criou a Paróquia de Nossa Senhora da Penha, de Monte Alegre e Lagoa Salgada, região densamente habitada, onde existiam cerca de 30 comunidades com suas Igrejas e capelas. O primeiro vigário de Monte Alegre foi o
padre Aerton Sales da Cunha. Depois de mais uma reforma, comemoramos neste mês, 100 anos de construção da Igreja matriz. Essa história não teria acontecido se não fosse a atuação dos padres que por aqui passaram, os grupos pastorais e os leigos, por quem temos profunda gratidão.
Paróquia de Nossa Senhora da Penha Administrador Paroquial: Pe. Manuel José da Silva Vigário Paroquial: Pe. José de Souza dos Santos
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Pascom Neópolis
a ordem | Em ação
Dom Jaime, juntamente com a equipe da Pastoral da Juventude Missionária
Social: Paróquia de Neópolis
implanta projeto “Banho solidário” Desde o início do seu pontificado, o papa Francisco tem enfatizado em seus discursos e ações, a opção preferencial pelos pobres. E foi essa a motivação da Pastoral da Juventude Missionária (PJM) da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, em Neópolis, zona sul de Natal, que decidiu implantar, dentro da esfera local, duas ações sociais: o Alimento Solidário e o Banho Solidário. Com uma dinâmica mais simples, o Alimento Solidário já foi realizado algumas vezes, com a saída dos agentes pelas ruas, distribuindo alimento a moradores em situação de rua, em diferentes pontos da cidade. Atualmente, a ação é repetida numa frequência
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aproximadamente quinzenal. Para desenvolver o projeto Banho Solidário, foi necessária a viabilização de uma estrutura com chuveiros e lavatórios, que estão montados sobre um reboque, que é puxado por um veículo. Foi montada também toda a estrutura hidráulica para alimentar os equipamentos e coletar a água servida. Para o desenvolvimento do projeto, a equipe, composta por mais de 20 pessoas, contou com o apoio de algumas empresas. A inauguração da estrutura aconteceu durante os festejos da padroeira, no mês de outubro e a bênção foi dada pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha.
Em ação | a ordem possa usar. Após o banho, o assistido é encaminhado para o grupo que está operando o Alimento Solidário, onde recebe uma refeição. A proposta é que as ações do Banho Solidário e do Alimento Solidário sempre aconteçam em conjunto. Após a refeição, o assistido é encaminhado para os lavatórios, para que possa escovar os dentes. Resultados Segundo a equipe de coordenação da iniciativa, até o momento, a ação do Banho Solidário foi realizada somente uma vez, no dia 02 de novembro. A estrutura ficou estacionada próxima à antiga Catedral. O planejamento da equipe é que se consiga ter uma frequência na realização do projeto e que possam incluir, no futuro, outros tipos de ações, como corte de cabelo e barba.
Pascom Neópolis
Como funciona O Banho Solidário tem uma logística bem simples. No dia da ação, o grupo sai com a estrutura e estaciona em algum ponto da cidade. Esses pontos já foram identificados durante as ações do Alimento Solidário. Ao parar, cada agente da pastoral fica encarregado de uma função específica. Inicia-se a ação com a coleta do nome do morador a ser atendido. Ele é encaminhado para o chuveiro (masculino ou feminino), após receber um kit com toalha, roupa lavada (camiseta, calça ou bermuda, roupa íntima), sabonete, shampoo, condicionador, cotonetes, pente e escova de dentes. O assistido tem acesso, então, ao box com chuveiro para assear-se e trocar de roupa. Ao término, é disponibilizado um desodorante spray para que ele utilize e devolva à equipe para que o morador seguinte
Bênção foi dada pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha
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(84) 3223.2871
Rivaldo Jr.
a ordem | Paróquias
Altar da Igreja matriz
Loteamento Boa Esperança
é a única Paróquia da Arquidiocese que tem Santa Luzia como padroeira Santa Luzia é uma santa de devoção popular e é conhecida como protetora dos olhos e da visão. No Rio Grande do Norte, a devoção maior acontece na cidade de Mossoró, reunindo milhares de fiéis, todos os anos, durante os festejos em honra da padroeira. No território da Arquidiocese de Natal, somente uma Paróquia tem Santa Luzia como titular e está localizada no loteamento Boa Esperança, na zona norte da ca-
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pital. Neste mês de dezembro, além da festa em honra à santa, a comunidade também comemora os 15 anos de criação da Paróquia. Desmembrada da Paróquia de São João Bosco, no Gramoré, a Paróquia de Santa Luzia foi criada pelo então arcebispo metropolitano da época, Dom Heitor de Araújo Sales, no dia 13 de dezembro de 2002. Na solenidade, foi também empossado o primeiro Administrador Paroquial, o Pe. Antô-
nio Teixeira Gomes, o qual permaneceu até o dia 27 de janeiro de 2008. Pe. Humberto Luiz de Negreiros foi nomeado Administrador Paroquial e empossado no dia 28 de janeiro de 2008, e no dia 10 de julho de 2011, foi provisionado pároco, permanecendo até o dia 27 de outubro de 2017. Recentemente, a comunidade acolheu o novo pároco, o padre João Maria dos Anjos Sobrinho, que tomou posse no dia 06 de novembro.
Paróquias | a ordem
o plano operacional, proposto pela Arquidiocese. “Nesses dias, as comunidades já estão fazendo a avaliação e planejamento de suas atividades, para no mês de janeiro do próximo ano, realizar a assembleia pastoral paroquial. Com esta atividade, queremos trazer para a nossa realidade, o que foi pensado para a Arquidiocese”, destaca. Festa da padroeira Até o dia 13, a comunidade festeja a padroeira com uma programação diversificada. Em virtude da celebração dos 15 anos de criação da Paróquia, será celebrada uma trezena. Neste ano, os festejos têm como tema “Que a luz de Cristo, que nos guiou nesses 15 anos, pela intercessão de Santa Luzia nos ilumine a cada dia”. Diariamente, as atividades, que se concentram na Igreja matriz, contam com recitação do terço mariano, às 18h e celebração de missa, às 19h. Além disso, também é desenvolvida uma programação sócio-cultural, com quermesse, todas as noites. Durante o período festivo, a comunidade também vai acolher as relíquias e imagem peregrina, vinda de Mossoró. O encerramento da festa, no dia 13, vai iniciar às 17h, com procissão pelas principais ruas do bairro, seguida de missa solene, às 18h, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha.
Rivaldo Junior
Vida Pastoral De acordo com o padre João, a comunidade paroquial é ativa e tem uma vida pastoral dinâmica. Cinco comunidades integram o território da Paróquia: Igreja matriz de Santa Luzia – Boa Esperança; Santa Maria Madalena – Nova Natal; São José Operário – Cidade Praia; Nossa Senhora do Rosário – Loteamento José Sarney e Conjunto Santarém; e São Francisco de Assis – Loteamento Nordelândia. Segundo o pároco, as comunidades contam com grupos de pastorais, movimentos e serviços em pleno funcionamento e com atividades diárias. A paróquia também desenvolve e propaga a devoção popular à Santa Luzia, com uma programação diversificada. Toda 2ª terça-feira de cada mês, por exemplo, celebra-se a missa devocional à padroeira, na Igreja matriz, às 19h30. Durante a celebração, acontece a passagem do manto de Santa Luzia e oração por cura e libertação. Além disso, todo dia 22 de cada mês, reza-se a coroa de Santa Rita, na Igreja de Santa Maria Madalena, em Nova Natal. No final do mês de novembro, a Arquidiocese de Natal viveu a assembleia pastoral, durante a qual foi apresentado o andamento do Marco Referencial Arquidiocesano, que vai ficar em vigência até 2019. O padre João diz que a dinâmica pastoral vai seguir
Pe Joao Maria
ENDEREÇO Avenida Nila Jales, 1080 Loteamento Boa Esperança Lagoa Azul – Natal/RN Contato (84) 3615-2855 Horários de missas Igreja Matriz - ter e sex - 19h Nova Natal - qui - 19h/ dom 9h e 17h Cidade Praia - qua. e sáb. 19h Santarém/Lot. José Sarney - sex. 19h/ dom. 7h Nordelândia - sábado 17h Secretaria Paroquial: Segunda - 15h as 18h Ter a sex - 8h as 12h e 15h as 18h Sáb - 8h30min as 12:30
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Luciana Costa
a ordem | Paróquias
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
Lajes do Cabugi,
uma comunidade devota de Nossa Senhora da Conceição
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Criada em 8 de dezembro de 1921, pelo então bispo de Natal, Dom Antônio dos Santos Cabral, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, com sede no município de Lajes, foi desmembrada da Paróquia de São José, em Angicos. Ao longo desses noventa e seis anos, passaram pela paróquia 18 sacerdotes, como párocos ou administradores: Pe. Ulisses Maranhão, Pe. Luiz Carlos Guimarães Wanderley, Pe. Antônio Brilhante D’Alencar, Pe. Antônio Anacleto Brandão, Pe. Luiz Teixeira de Araújo, Pe. Vicente Farias, Pe. Ramiro Varela, Pe. Severino Bezerra, Pe. Alexandrino Suassuna de Alencar, Pe. Raimundo Gomes Barbosa, Mons. Vicente de Paulo Vasconcelos, Pe. Edilson Soares Nobre (hoje, bispo em Oeiras – PI), Pe. Antônio Gomes da Silva e Pe. Ailson Bezerra do Nascimento. Desde fevereiro de 2010, a Paróquia tem à frente o Padre José Roberto da Rocha, conhecido como Padre Zezinho, auxiliado, atualmente, pelo Padre Francisco Hémerson Câmara. Um vasto território Atualmente, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição é formada pelos municípios de Lajes, Caiçara do Rio do Vento e Pedra Preta. Na sede, em Lajes, está localizada a centenária Igreja Matriz, com registro do início da sua construção datada do ano de 1916.
A Paróquia possui, hoje, somando as comunidades dos três municípios, 15 setores missionários e 16 comunidades atendidas, com trabalhos pastorais, celebrações da Palavra e Eucarísticas. A Paróquia também conta com o trabalho de 17 grupos, entre pastorais, movimentos e serviços, que desenvolvem ações em diversas áreas, como família, juventude, trabalhos sociais, oração e liturgia, com base no Marco Referencial Pastoral da Arquidiocese de Natal. Todo o trabalho é acompanhado pelo Conselho Pastoral Paroquial. A padroeira A festa da padroeira, Nossa Senhora da Conceição, é celebrada no período de 28 de novembro a 8 de dezembro. Neste ano, tem como tema: “Maria, mãe e mestra, ensina-nos a ser sal e luz na comunidade”. “A programação conta com diversos momentos que proporcionam aos fiéis dias festivos, mas também de reflexão, formação e fortalecimento da fé, por meio de caminhadas penitenciais, momentos marianos com a recitação do santo terço, celebrações eucarísticas, além de casamentos comunitários e batismo. Na parte sócio-cultural, temos eventos tradicionais como o leilão, festival de prêmios e baile”, informa o pároco, Padre Zezinho.
José Bezerra
Paróquias | a ordem
Padre Zezinho, pároco
ENDEREÇO: Praça Mons. Vicente, 312 Centro – Lajes (RN) Expediente: A secretaria paroquial é aberta ao público nos seguintes dias e horários: segunda-feira, das 7h30 às 11h; terça a sexta-feira, das 7h30 às 11h e das 13h30 às 17 horas; sábado, das 7h30 às 11 horas. Missas (Igreja Matriz): Terça-feira: 17h Quarta e quinta: 19h30 Sexta-feira: 17h Domingo: 19h30 Saiba mais: (84) 3532-2248 / 99964-7450 pascomlajes
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a ordem | Caridade
Instituições realizam ações sociais
durante o período natalino As iniciativas atendem os diversos públicos, que muitas vezes se encontram em vulnerabilidade social Por Luiza Gualberto
Correio do Povo
Durante o período natalino, diversas instituições e organizações sem fins lucrativos realizam ações sociais, com a proposta de celebrar esse tempo festivo e propício para a caridade e solidariedade. Entre os beneficiados com estas iniciativas, pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Natal da Casa Durval Paiva A tradicional festa de Natal das crianças e adolescentes da Casa Durval Paiva acontece no dia 07 de dezembro. Há 22 anos, a instituição realiza a atividade. Este ano, o evento inicia a partir das 08h, no Sesi Clube, em Natal. A celebração natalina será marcada por exemplos de superação e embalada pela alegria de viver dos pacientes, familiares, parceiros, doadores, voluntários e de todos que quiserem participar. Haverá homenagem ao acompanhante do ano, sorteio de brindes, apresentações teatrais e musicais natalinos, distribuição de pre-
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Papai Noel dos Correios
sentes e cestas básicas para todos. O evento contará ainda com a parceria dos Food Trucks do Bem, servindo lanches. Rilder Campos, presidente da Casa, destaca a importância da festa no contexto do tratamento dos pacientes. “Estamos desenvolvendo ações cada vez mais abrangentes e focadas na humanização, dignidade e resgate da cidadania de cada um, com a finalidade de resolver ou amenizar
os problemas detectados, melhorando assim a qualidade de vida das crianças e seus familiares. Essa é uma das maiores festas da Casa, quando reunimos todos para juntos nos congraçarmos por mais um ano de superações e conquistas na luta contra o câncer infantojuvenil”, ressalta. A confraternização natalina da Casa Durval Paiva traz consigo também a realização de muitos sonhos, aguarda-
Caridade | a ordem
Assessoria de Comunicação
dos durante todo o ano pelas crianças e adolescentes. Quem quiser ajudar a tornar um desses sonhos realidade pode entrar em contato com o Setor Social da instituição pelo telefone 4006-1600. A Casa Durval Paiva fica situada na rua Clementino Câmara, 234 – Barro Vermelho, em Natal e oferece acolhimento às crianças, adolescentes e seus familiares no momento da investigação e diagnóstico do câncer e doenças hematológicas crônicas. Papai Noel dos Correios Todos os anos, os Correios promovem a campanha “Papai Noel dos Correios”, que atende ao pedido das cartas, enviadas por crianças de todo o Brasil. Já são 28 anos de realização da atividade. No Rio Grande do Norte, espera-se atender, neste ano, cerca de 10 mil crianças que se encontram em situação de vulnerabilidade, além de estudantes de escolas púbicas, distribuídas em 12 municípios do estado. A campanha funciona através do apadrinhamento das cartas. A mobilização visa realizar sonhos que vão desde caixas de chocolate a material escolar e brinquedos. Para presentear uma criança, qualquer pessoa ou empresa pode visitar as agências dos municípios que participam da campanha e adotar uma ou mais cartas de Natal. Os padrinhos têm até o dia 08 deste mês para levar o presen-
Festa de Natal 2016 na Casa Durval Paiva
te aos Correios, que se responsabiliza pela distribuição. Nesta mesma sistemática de adoção de cartas, o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC), também realiza uma ação semelhante, em prol das crianças acompanhadas pela instituição. As pessoas podem adotar as cartas na sede da ONG, que fica situada na rua Floriano Peixoto, por trás da Catedral Metropolitana, em Natal. A festa de entrega dos presentes vai ser realizada no dia 12 deste mês. Natal sem fome Quem passar pelo Natal Shopping entre o próximo dia 24 de novembro e 16 de dezembro poderá contribuir com o combate à fome no Brasil, com doações de alimentos. É que os centros comerciais da rede
Ancar Ivanhoe serão pontos de coleta oficial da campanha Natal Sem Fome. A campanha é coordenada pela ONG Ação da Cidadania que, pela primeira vez, tem parceria com duas agências da ONU: UNESCO no Brasil e a FAO. Além da arrecadação de alimentos não perecíveis, os shoppings da rede ainda incentivarão o troco solidário, ação que permite que os clientes doem a quantia excedente do pagamento do estacionamento, que será destinado para compra de mantimentos para famílias carentes. O objetivo da campanha é arrecadar a maior quantidade possível de cestas básicas e entregar esses alimentos no Natal às famílias cadastradas nos comitês da Ação da Cidadania em 18 estados do Brasil, entre eles, o Rio Grande do Norte.
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Élmano Barreto
Galeria
Festa de Nossa Senhora da Apresentação 2017
De 11 a 21 de novembro, aconteceu a festa de Nossa Senhora da Apresentação, padroeira da Arquidiocese e da cidade do Natal. Neste ano, o tema foi “Maria, rainha dos Mártires, senhora da Apresentação”. Durante o período, foi desenvolvida uma vasta programação religiosa e cultural. Confira os melhores momentos:
José Bezerra
a ordem | Capa
No dia 21 de novembro, durante a missa solene, na Catedral Metropolitana, aconteceu o encerramento da vivência do Ano mariano na Arquidiocese de Natal
Brunno Antunes
Claudenor Teixeira
Abertura dos festejos com a acolhida das imagens peregrinas
Cacilda Medeiros
Agentes da Pastoral da Comunicação, durante acolhida dos noiteiros da novena do dia 20 de novembro
Missa na Pedra do Rosário, abrindo a programação do dia 21 de novembro 28 | Dezembro de 2017
Andor de Nossa Senhora da Apresentação, que foi ornamentado pelo artista plástico, Flávio Tácito, para a procissão de encerramento da festa
Personalidade | a ordem
Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo de Natal
Natural do município de Jardim de Angicos, nascido em 26 de maio de 1931, Paulo Bento Rodrigues dedicou sua vida à luta pelo direito dos trabalhadores. Em Jardim de Angicos, ajudou a fundar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, sendo seu terceiro presidente. Depois, fincou raízes no município de São Gonçalo do Amarante, onde faleceu no dia 22 de outubro passado, aos 86 anos de idade. Desde 1966, era membro da Animação dos Cristãos no Meio Rural (ACR), da Arquidiocese de Natal, da qual foi coordenador e, ultimamente, tesoureiro. Também foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Gonçalo. Seu Paulo Bento, como era conhecido, participou da fundação, em nível nacional, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em São Gonçalo, participou de vários conselhos paritários. Recentemente, era coordenador do grupo de idosos da comunidade Passagem da Vila, em São Gonçalo, onde residia. Paulo Bento era casado com Teresinha Regina Rodrigues, com quem teve seis filhos. Um deles, Paulo Bento Filho, seguiu os passos do pai, participando de sindicatos e outros movimentos de lutas em prol dos trabalhadores rurais. Homem simples, de poucas letras, porém, cheio de sabedoria e bendito pelas ações e atitudes, plasmadas no amor a Deus transfigurado no amor aos irmãos pobres como ele. Fez da luta permanente em defesa e promoção dos direitos sociais básicos da classe trabalhadora rural que vive da agricultura familiar, a razão da sua fé na Igreja, a comunidade de fiéis atentos e comprometidos com o Evangelho de Jesus Cristo. Pelo testemunho de vida no ambiente da família e do trabalho, Paulo Bento, com muita simplicidade e abnegação em relação às coisas materiais, como fiel batizado, fez-se arauto da Boa Nova do Pobre de Javé, assumindo entre os irmãos da ACR, a missão de Jesus Cristo: “O Espírito
Cacilda Medeiros
Paulo Bento: bendito entre os trabalhadores
Paulo Bento (ao centro, de camisa verde), com alguns membros da ACR
do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para pregar o Evangelho aos pobres. Ele me enviou para proclamar a libertação dos aprisionados e a recuperação da vista aos cegos; para restituir a liberdade aos oprimidos, e promulgar a época da graça do Senhor” (Lc 4,17-19). Podemos dizer que Paulo Bento nos deixa um exemplo, através da sua participação na vida da Igreja e da sociedade. Mais do que nunca, no tempo e na realidade de hoje, devemos incentivar e valorizar esta atenção que devemos ter com os nossos fiéis que integram essas categorias sociais, a serem acompanhadas e formadas num caminho eclesial e transformador da sociedade. Com o exemplo de seu Paulo, devemos nos interessar e testemunhar, como cristãos, este papel junto aos mais esquecidos e desamparados. A Igreja de Jesus que está na Arquidiocese de Natal, rende graças e louvores ao Senhor da Vida, pela passagem desse irmão entre nós, que na vida soube amar os mais pobres, como ele, partilhando seus sonhos, desejos e projetos com agricultores familiares, do campo e da cidade, pela construção do Reino de Deus entre nós, através do exercício das bem aventuranças que o fez Paulo Bento, bendito entre nós!
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a ordem | Para conhecer
Turismo & Cultura Por Michelle Rincon, Jornalista
Perto do Céu Por quase dez dias estive em Roma e no Vaticano fazendo reportagens para os telejornais da Intertv Cabugi (afiliada da Rede Globo) sobre a canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu. E falar sobre os nossos mártires na terra onde tantos morreram por causa da fé foi, sem dúvida, um mergulho na história do cristianismo de uma maneira muito particular. Um aprendizado e uma experiência que recomendo a quem quiser conhecer um pouco desses símbolos de resistência, fé e amor. Eu tive o privilégio de ter como um dos meus guias o Padre Flávio Medeiros, de Acari, e pertencente ao clero da Arquidiocese de Natal. Ele é residente e cerimoniário na Basílica do Vaticano e me contou que, na Roma antiga, no século I, no local onde hoje
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fica a Praça de São Pedro, existia um cemitério a céu aberto. Junto dele, existia uma colina e o circo de Calígula. No circo, os romanos realizavam as competições entre os gladiadores e combate com as feras. Uma construção iniciada por Calígula e finalizada por Nero. Nesse contexto, no ano 64 depois de Cristo, o Apóstolo Pedro, primeiro Papa da igreja, foi torturado e crucificado de cabeça pra baixo. O local exato, como me mostrou o Padre Flávio, é marcado por uma inscrição no chão, na parte lateral da Basílica de São Pedro. Foram três séculos de perseguições até que o Imperador Constantino estabeleceu a liberdade de culto e determinou a religião católica como a oficial do Império Romano. Começou então a construção da Basílica de São Pedro, a maior igreja do cristianismo de todos os tempos
com 23 mil metros quadrados. Ali estão obras-primas como a Pietá, que mostra a Virgem Maria com o corpo de Jesus nos braços, depois da crucificação, uma imagem comovente. A Basílica foi toda construída ao redor do túmulo do apóstolo Pedro onde está erguido o Altar da Confissão, com o famoso baldaquino, uma obra de Gian Lorenzo Bernini, o maior monumento em bronze do mundo. Ciceroneada pelo Padre Flávio, eu visitei também a Cúpula da Basílica, idealizada por Michelângelo. Os anjos, diferentemente do que eu imaginava, não são pinturas, mas mosaicos. São pequenas pedras coloridas justapostas e que vão dando forma à imagem. Uma perfeição. Agora é preciso preparo físico pra subir os 551 degraus que levam ao topo. Até dá pra pegar o elevador no
começo, mas não tem como escapar de 300 lances de escada. A visão compensa, claro. Lá do alto, temos uma vista privilegiada não só do Vaticano e dos seus museus como de vários pontos turísticos de Roma. Na descida, uma das paradas nos deixa por trás dos dez Apóstolos que ficam ao lado do Cristo na parte superior da Basílica. Os Apóstolos Pedro e Paulo estão na parte de baixo, um do lado direito e o outro do lado esquerdo, respectivamente. E se você descer de escada até o final, ainda vai poder observar que nas paredes há várias inscrições das celebridades da época, que eram membros das grandes monarquias, que cruzaram a Porta Santa ou visitaram a Cúpula. A administração da Basílica fazia o registro dessas visitas ilustres. Dizem que pra viagem estar completa é preciso ver o Papa. E é realmente um momento especial ver o líder da Igreja Católica, o Chefe de Estado do Vaticano e o homem do povo que fala tão profundamente aos nossos corações. A cerimônia de Canonização foi solene, com canto gregoriano, repleta
Cacilda Medeiros
Para conhecer | a ordem
Basílica e Praça de São Pedro
de ritos e solenidade. E na homilia, o Santo Papa, como sempre vem fazendo desde 2013, mais uma vez trouxe o exemplo do amor de Cristo pra vivência cotidiana. Além disso, ele mesmo, com seu exemplo de humildade e simplicidade, ao fim da missa, retirou os paramentos para ir cumprimentar os convidados e o público presentes. O Vaticano tem ainda filas e milhares de turistas, tem policiais que
exigem o cumprimento das regras e dezenas de vendedores ambulantes. O Vaticano tem barulho e silêncio, beleza, arte e cultura. Tem religião, comércio, espiritualidade, burburinho e introspecção. Ora estamos na terra, passando por detectores de metais, ora vislumbramos um pedaço do céu, bem pertinho das nuvens. De todas as formas é um lugar pra incluir na lista e não deixar de conhecer na sua próxima viagem.
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Rivaldo Jr.
a ordem | Vida Pastoral
Arquidiocese de Natal conta, hoje, com aproximadamente 90 diáconos permanentes
Diaconato permanente comemora 20 anos de implantação na Arquidiocese de Natal Os diáconos Francisco Adilson e Francisco Teixeira comemoraram 20 anos de ordenação diaconal, no último dia 29 de novembro. Eles foram os primeiros diáconos permanentes a serem ordenados dna Arquidiocese de Natal. Na Igreja Arquidiocesana, o ministério surgiu ainda no governo de Dom Nivaldo Monte e Dom Antônio Soares Costa, mas, foi no governo de Dom Heitor Sales que este foi restaurado, quando aconteceram as primeiras ordenações. Segundo o diácono Teixeira, o ministério foi implantado em Natal como o desejo de um grupo de homens casados, que desejavam viver este ser-
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viço na Igreja. “Na época, essa era uma experiência que já existia em outras Dioceses do Brasil, mas aqui, só começou a tomar forma, em nível de Província Eclesiástica do Rio Grande do Norte, com a ordenação do diácono José Bezerra, que pertencia à Diocese de Caicó. Ele foi o primogênito aqui em nosso Estado”, destaca. O papel do diácono, de acordo com Teixeira, ainda é confundido, nos dias de hoje, com o papel do sacerdote e até com o do ministro extraordinário da comunhão. Na visão dele, isto representa um desafio. “Deve-se compreender que a missão do diácono parte de uma vocação específica da
Vida Pastoral | a ordem Igreja. A missão primeira do diácono é o serviço da caridade. É preciso que se tenha a real compreensão do que é o ministério diaconal, da tríplice missão que ele vive, que envolve a liturgia, a Palavra e a caridade”, enfatiza. Outro desafio apontado pelo diácono é aquele que é inerente a todo ministro ordenado na Igreja. “Este desafio está no cotidiano, em como vou servir à Igreja do tempo presente, diante dos inúmeros desafios que se impõe nos dias de hoje”, questiona Teixeira. Ministério diaconal Para o diácono Francisco Adilson, o ministério diaconal só tem sentido se tiver como foco a caridade e o serviço social da Igreja. “Hoje, nossa Arquidiocese conta com mais de 80 diáconos permanentes, que desempenham sua missão nas diversas paroquias, comissões e setores de nossa Arquidiocese. O diácono deve atuar como instrumento para ajudar na construção do reino de Deus”, ressalta. “Não é possível compreender
o ministério diaconal sem exercer a ação pastoral. É aquilo que o papa Francisco diz que não existe serviço sem a caridade”, complementa. Diaconato Permanente no Brasil Neste ano, comemora-se 52 anos de instalação do diaconato permanente no Brasil. Os primeiros diáconos brasileiros foram ordenados, na Colômbia, numa remessa de 40 homens da América Latina, em 22 de agosto de 1981. Inicialmente, o trabalho do diácono permanente era ir a lugares onde o padre não poderia estar. Após 1990, a mentalidade começou a se modificar, abrindo espaço para homens diretamente inseridos na sociedade, para o serviço direto à Igreja local. O diácono está ligado diretamente ao seu bispo diocesano, a quem deve obediência. Em nome do bispo, ele ajudará o padre nos trabalhos pastorais em uma paróquia. Para ser diácono permanente são necessárias três capacidades: administração familiar, profissional e comunitária. Fonte: cancaonova.com. Cedida
Diáconos Francisco Teixeira e Francisco Adilson, durante missa em ação de graças pelos 20 anos de diaconato permanente
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a ordem | Artigo
Dia Mundial dos Pobres Nosso querido Papa Francisco, servo fiel de Deus libertador, empenhado em tudo viver o Evangelho, instituiu o Domingo anterior à festa de Cristo Rei do Universo, o Dia Mundial dos Pobres. Neste ano foi no dia 19 de novembro. Na opinião do Papa Francisco, a realeza de Cristo aparece em todo o seu significado precisamente no Gólgota, quando o inocente, pregado na cruz, pobre, nu e privado de tudo, encarna e revela a plenitude do amor de Deus. O seu completo abandono ao Pai, ao mesmo tempo, que exprime a sua pobreza total, torna evidente a força deste Amor, que O ressuscitou para uma vida nova no dia de Páscoa. Isto justifica a escolha do tema para este dia: NÃO AMEMOS COM PALAVRAS, MAS COM OBRAS. Jesus nos ensina que amar é vida, é atitude e o que Ele nos pede, já foi vivido por Ele. Por isso se nos apresenta como parâmetro para o amor. “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). Deus nos ama com Amor eterno e um amor assim não pode ficar sem resposta. Mesmo sabendo que o amor de Deus é incondicional e unilateral, somos convidados a amar da mesma maneira como Deus nos ama. Não temos desculpas para não amar. Aqui entra o grande apelo do Documento de Aparecida à conversão pessoal. Os que acolhem verdadeiramente ao Evangelho de Cristo, saem de sua zona de conforto e se colocam a serviço dos pobres. Agindo assim, experimentam a alegria de
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Pe. Robério Camilo da Silva Coordenador Arquidiocesano de Campanhas
“Meus filhinhos, não amemos com palavras, nem de boca, mas com obras e em verdade” (1Jo 3,18)
encontrar Jesus nos pobres. Este encontro nos torna livres da pressão do ter e de viver de aparências. Todos são convidados a entrar nesta aventura do amor que revoluciona o mundo. No final, de acordo com Mt 25, seremos julgados pela misericórdia. Não podemos esquecer que tudo que fizermos aos pobres é a Deus que fazemos. Não tem causa mais nobre, mais revolucionaria. Nós que desejamos todos os dias encontrar Deus, encontramo-Lo no pobre. Só sabe o que é isto, quem faz a experiência. Não resista ao Amor de Deus. O Papa Francisco diz na sua mensagem para o dia mundial dos pobres: “Convido a Igreja inteira e os homens e mulheres de boa vontade a fixar o olhar, neste dia, em todos aqueles que estendem as suas mãos invocando ajuda e pedindo a nossa solidariedade. São nossos irmãos e irmãs, criados e amados pelo único Pai celeste. Este dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade. Deus criou o céu e a terra para todos; foram os homens que, infelizmente, ergueram fronteiras, muros e recintos, traindo o dom originário destinado à humanidade sem qualquer exclusão.”
Liturgia daPalavra Pe. José Lenilson de Morais Pároco de Santana e São Joaquim, em São José de Mipibu
O Sacramento da penitência, confissão ou reconciliação está na lista dos Sete instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo. O poder da absolvição dos pecados foi dado aos Apóstolos após a Ressurreição como o meio ordinário de confirmar o perdão de Deus e da Igreja: “soprou sobre eles (os Apóstolos) dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos.” (Jo 20, 22-23). A Confissão pessoal a um sacerdote – pelo menos uma vez por ano – não se trata de mero exercício de piedade, mas de uma verdadeira celebração litúrgica pela qual a Igreja mesma reconhece a necessidade de uma contínua purificação. Mas qual a necessidade desde sacramento, se pelo Batismo fomos lavados no sangue do Cordeiro? A questão é que, de fato, o batismo nos devolveu o “estado de graça”, da amizade com Deus, que havíamos perdido com o pecado original. Contudo, infelizmente, raríssimos são os que não retornam ao pecado consciente e voluntário, o qual chamamos de “pecado mortal”, que causa nossa morte espiritual, danificando novamente nossa relação com o Criador. Daí que, em sua infinita sabedoria e misericórdia, o Senhor Deus nos ofereceu este meio de sua Graça para nos reconciliarmos com Ele e com os irmãos. É neste sentido que o Catecismo da Igreja (número 1425) recorda dois textos bíblicos fundamentais; o primeiro que acentua a graça batismal: “Vós fos-
Notas
O Sacramento da Reconciliação
tes lavados, fostes santificados, fostes justificados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus”(1 Cor 6, 11); o segundo, a necessidade de sempre nos reconhecermos carentes de reconciliação: ”Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós” (1 Jo 1, 8). Este maravilhoso sacramento ainda é pouco valorizado, principalmente nestes tempos nos quais, até mesmo nas fileiras clericais e religiosas, encontramos uma perda do sentido do pecado. Dominados por princípios meramente sociológicos ou psicológicos, chegamos a relativizar o peso do mal. Talvez isso se dê pelo fato de, num passado não tão distante, ter-se desmedidamente enfocado o discurso de cunho moralista sobre o tema sem, todavia, revelar o que há de mais precioso que é graça da reintegração que este sacramento da cura nos devolve: “Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniquidade” (1 Jo 1, 9). E ainda: “Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1, 7). Certamente a diferença, tão enfocada pelo Papa Francisco, do pecador para o corrupto está aí: o pecador vem à luz para ser curado, o corrupto prefere negar seu pecado e permanecer nas trevas da “esquizofrenia existencial”.
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Assessoria de Comunicação
a ordem | Missão
O Serviço de pastoral conta ainda com o apoio do capelão, o padre Iranildo Virgílio da Cruz
Pastoral Marista
e a missão de “tornar Jesus Cristo conhecido e amado” Fomentar os processos de evangelização e animar a participação de toda comunidade educativa na missão de tornar Jesus Cristo conhecido e amado. Esta é uma das principais atribuições do Serviço de Pastoral do Colégio Marista de Natal. “É um espaço de reflexão e celebração da vida, através da vivência comunitária e do cuidado consigo e com o outro”, afirma o Irmão Cláudio Jairo Gomes Espíndola, coordenador de pastoral da unidade. O Serviço de Pastoral tem a missão de integrar os educandos aos projetos pastorais, de formar os educadores numa perspectiva de escola em pastoral e de estimular o protagonismo juvenil. Balizados pelo Plano Pastoral, os projetos pastorais do Colégio Marista de Natal seguem as 36 | Dezembro de 2017
orientações da Coordenação de Evangelização da Província Marista Brasil Centro-Norte e são distribuídos nas áreas de Pastoral Educativa, Pastoral das Infâncias/Catequeses, Pastoral da Juventude, Pastoral Social, Animação Vocacional e Laicato. Na articulação com as coordenações pedagógicas, cada uma tem um pastoralista responsável pela execução, sob a orientação da Pastoral. “Além dos projetos, temos as atividades e ações que vão acontecendo ao longo do ano: missas, orações, celebrações”, completa Ir. Jairo. O Serviço de Pastoral conta ainda com o capelão Iranildo Virgílio da Cruz. O padre atua no ambiente escolar e pastoral como apoio e assistência espiritual a toda comunidade educativa.
Espiritualidade | a ordem
Por Padre Ricardo Ruben Diretor da Rádio Rural de Mossoró
Não sou eu mais que vivo, mas Cristo que vive em mim (Gl 2,20) Quando mergulhamos na leitura da vida dos santos percebemos a importância para nosso crescimento espiritual do exemplo por eles deixado. Eles nos ajudam a ler a realidade com os olhos da fé, a compreender melhor as sagradas escrituras e vivê-las com coragem e esperança, enfrentando os desafios próprios do nosso tempo. A espiritualidade de Santa Luzia é marcada por uma vivência explícita, notória dos chamados conselhos evangélicos: castidade, pobreza e obediência. As jaculatórias rezadas durante as novenas em honra de sua vida virtuosa afirmam esta verdade, mostrando a atualidade do testemunho da Virgem de Siracusa. O amor incondicional a Cristo está no fundamento de toda a sua história, de modo mais explícito no conselho evangélico da castidade, na virtude de seu “noivado com Cristo” : “Ó virgem Santa Luzia, por vosso esposo Jesus sofrestes grandes martírios pensando sempre na cruz”. Ela assumiu a castidade fazendo-se esposa de Cristo, seu amado, recusando o matrimônio que lhe era prometido. Seu amor a Cristo reflete-se no conselho evangélico da pobreza, de um modo particular na virtude da caridade com os pobres. Atesta a história que Santa Luzia, gozando direito de uma herança, desfez-se da mesma doando tudo aos mais necessitados de sua época, revelando seu despojamento diante da realidade do mundo. “Ó virgem Santa Luzia, tão preclara na firmeza, vós destes ao Deus amado, aos pobres vossa riqueza”. A vivência do conselho evangélico da obediência é a radicalização do amor a Cristo por Santa luzia. A virgem de Siracusa, esposa de Cristo, casta e pobre, doa a sua vida, identificando-se com seu esposo no leito nupcial da cruz. A espiritualidade de Santa Luzia alcança a maturidade da fé, o cume da vida religiosa na observância da obediência pelo martírio. “Ó virgem Santa Luzia, à fogueira condenada. Pela lei de Cristo fostes com fogo martirizada”. Eis o seu batismo existencial e a consumação de suas núpcias com o Cordeiro. Esperamos contar com a presença de todos em Mossoró, de 3 a 13 de dezembro, para louvar e bendizer a Deus pelo testemunho de Santa Luzia. E, contemplando as virtudes de tão grande santa, alcançarmos sua mesma realidade. Santa Luzia, rogai por nós!
Direito Canônico Pe. Júlio César Souza Cavalcante Vigário Judicial da Arquidiocese de Natal
Leigos em função pública (II) O leigo católico que decide enveredar pelo caminho da política como serviço ao bem comum, se buscar conhecer a doutrina canônica e social da Igreja, certamente terá um largo campo de conteúdo e de construção de justiça e paz para todos e isso sem quebrar o princípio básico da laicidade do Estado, defendido pela própria Igreja. Esse respeito à laicidade do Estado, que não deve ser confundido com um preconceito anti-religioso onde sequer se possa falar das virtudes e costumes cristãos, deve preservar a autonomia temporal da lei estatal, fator já apresentado pelo Código canônico no cânon 227: É direito dos fiéis leigos que lhes seja reconhecida, nas coisas da sociedade terrestre, aquela liberdade que compete a todos os cidadãos; usando dessa liberdade, procurem imbuir suas atividades com o espírito evangélico e atendam à doutrina proposta pelo magistério da Igreja, evitando, contudo, em questões opináveis, apresentar o próprio parecer como doutrina da Igreja. Certamente conhecer o Código Canônico, especialmente o Livro II que trata do Povo de Deus, irá conduzindo o leigo católico, que atua como agente público, a conhecer e se familiarizar com essa doutrina da Igreja, expressa de maneira especial no Concílio Vaticano II e que tem como finalidade suprema “a salvação das almas”. Dezembro de 2017 | 37
cedida
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Grupo de participantes do encontro na República Dominicana
Agente pastoral de Ceará-Mirim participa de encontro internacional sobre Lectio Divina Por Adriano Israel No período de 09 a 19 de novembro, Adriano Israel, agente das Pastorais Familiar e da Comunicação da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Ceará-Mirim, participou do “Taller Cristonautas Internacional”, na cidade de Puerto Plata, na República Dominicana. Ali, foi onde chegou Ramón Pane, em 1493, um leigo espanhol, que ao sentir o chamado de Deus, decidiu por evangelizar no Novo Mundo. O encontro foi organizado pela Fundação Ramón Pane, que tem sede em Miami, nos Estados Unidos, juntamente com o Ministério do Turismo Dominicano, através de um projeto chamado “Senderos de la Fe’” ou caminhos da fé, em português, que tem por objetivo fomentar o turismo religioso nos países da América Central. De acordo com Ricardo Grzona, presidente da Fundação Ramón Pane, o Cristonautas é um projeto de evangelização que se baseia no método da Leitura Orante da Bíblia, também conhecido como Lectio Divina, e bastante utilizado pelos primeiros cristãos. Consiste em rezar com a Palavra de Deus, seguindo um roteiro de cinco passos: leitura, meditação, oração, contemplação e ação. O encontro contou com a participação de mais de 100 pessoas, de 20 nacionalidades, sen38 | Dezembro de 2017
do dois brasileiros: Adriano Israel, da Arquidiocese de Natal, e Marcos Tonasse, da Diocese de Londrina, no Paraná. Segundo Adriano, o conteúdo apresentado foi bastante rico, principalmente os voltados para a História da Salvação. Outros temas abordados foram Inovação Pastoral, Redes Sociais e Evangelização e Produção de vídeos, através de apresentações e oficinas desenvolvidas em grupo, orientadas por Eduardo Pineda, Hugo Flores, Juan Camillo e Joaquim Cano, integrantes da Fundação Ramón Pane. “A vivência com jovens de diferentes nacionalidades também foi bastante positiva, principalmente pelo clima de unidade em Cristo”, destacou. A partir de agora, os jovens que participaram do encontrodevem apresentar um plano de trabalho anual que contemple a multiplicação do conteúdo realizado em suas respectivas comunidades eclesiais, para no mínimo 200 pessoas, no período de um ano, através de envio de relatórios quadrimestrais à Fundação, com registros descritivos e multimídia das formações realizadas. Ao final do encontro, foi apresentado o cronograma para os próximos eventos. Pessoas interessadas em conhecer mais sobre o projeto podem entrar em contato pelo email adrianoisrael@outlook.com.
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