Boletim 135 jun 2017

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André Prous visita a Pedra do Ingá

Dennis Mota, André Prous e Anônio Marcos - SPA

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06 DE JUNHO, o arqueólogo André Pierre Prous Poirier esteve visitando a Pedra do Ingá. Acompanhado de sua equipe, Prous foi recebido pelos condutores de eco-trilhas Dennis Mota Oliveira (confrade da SPA) e Antônio Marcos além do Secretário de Turismo do Ingá Walter Mário Góis da Luz, o Vavá da Luz. Prous é arqueólogo e professor catedrático do Departamento de Antropologia e Arqueologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de O ÚLTIMO DIA


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Minas Gerais e ficou notabilizado por ter escrito duas obras: „Arqueologia Brasileira‟ (na década de 1990) e „O Brasil antes dos Brasileiros‟, já nos anos 2000.

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O Conselho Nacional de Arquivos convida a esta conceituada Associação Nacional de História (ANPUH-BRASIL) para o debate público CONARQ sobre o Projeto de Lei nº 7920/2017, que propõe autorizar a destruição de documentos originais após a digitalização, bem como, alterar a lei nº 8.159 (Lei de Arquivos Brasileira), a lei nº 12.682, o código de processo penal, o código de processo civil. O Debate Público será realizado no dia 19 de setembro próximo, das 09h às 17h, no auditório do Arquivo Nacional, na cidade do Rio de Janeiro. O Debate Público CONARQ sobre o PL 7.920/2017 será promovido com a participação de seus conselheiros, especialistas das áreas de arquivologia, sociologia, história, direito, tecnologias de informação, gestão, controle e transparência pública, entre outros.O Debate tem como proposta os seguintes objetivos: a) ouvir especialistas, comunidade arquivística, órgãos da administração pública e organizações privadas sobre o impacto do PL 7920/2017, em matérias relacionadas à gestão de documentos, confiabilidade e autencidade dos documentos arquivísticos, preservação digital – custos e impactos a médio e longo prazo, uso das tecnologias da informação, entre outras questões; b) coletar material fático e técnico acerca do objeto do PL para subsidiar a atuação do CONARQ; c) estabelecer estratégias de ação em relação ao trâmite do PL 7920/2017; d) divulgação à sociedade civil do posicionamento e providências adotados pelo CONARQ, de modo a legitimar sua atuação. e)debater a importância das instituições arquivísticas na preservação e difusão de registros históricos Após a realização do Debate Público, serão coletadas todas as informações e as deliberações serão reunidas em um documento que será encaminhado à Câmara dos Deputados e demais atores envolvidos com a temática do PL 7920. O evento será aberto ao público. As vagas são limitadas. Para participar é necessário efetuar inscrição no site do CONARQ http://www.conarq.gov.br. Maiores informações: E-mail: conarq@arquivonacional.gov.br. Telefones: 2179-1271 ou 2179-1293.

Junho de 2017

Convite para debate público sobre o projeto de lei 7920/2017 que propõe autorizar a destruição de documentos originais após a digitalização

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ARTIGO 1 __________________________________________________________________ Revendo Blow-up Carlos Alberto AZEVEDO

Hoje, assisti novamente a Blow-up – Depois daquele beijo (1966), de Michelangelo Antonioni (1912-2007). Outra leitura, em todos os sentidos. Naquela época em que vi Blow-up, achei a película de Antonioni ilegível, sem sentido nenhum, puro jogo de imagens, muito aos gosto do cineasta italiano. Ledo engano. O filme é profundo, questiona as categorias ser/parecer, essência/aparência, realidade/suprarealidade. Joga com ambiguidades à la Cortázar que, por sinal, o roteiro do filme é baseado num conto de Julio Cortázar: As babas do diabo. Além disso, o cenário é muito rico em eventos culturais da Londres fashion dos anos 1960, com bandas de jazz, rock: show de The Yardbirds, desfiles de moda sofisticados e um grupo de clowns que cruza duas vezes a narrativa. Os clowns chamam Thomas (David Hemmings), o fotógrafo de Blow-up, para a realidade. Partindo então da irrealidade - àquele jogo de tênis sem bola, uma cena antológica. Foi com certeza, um apelo para que Thomas voltasse à realidade e sentisse àqueles que estavam juntos dele. Os clowns representam um elemento carnavalesco. Humano, demasiadamente humano. A partir desse fato significativo, o fotógrafo de moda entra em processo de desalienação: "ver o outro é um possível caminho para atingir um mundo melhor". Ou seja, ser verdadeiramente "MENSCH" - humano. O argumento fílmico é simples. Thomas fotografa uma cena de amor num parque deserto de Londres. Um casal se beija ardentemente (uma cena de adultério?). Ela, Jane (Vanessa Redgrave) vê o fotógrafo e exige que ele lhe entregue o filme. Mas, não fica só nisso. As fotos reveladas denunciam que houve um crime no parque. Cabe, agora, leitor (cinéfilo) a você interpretar o que as fotos revelaram. Não esquecer de que Blow-up significa aumentar, tornar grande, mais visível. É por isso que Thomas "perde" muito tempo em revelação e ampliação.

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Antropólogo, Sócio da SPA e do IHGP

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Estabelecer condições de parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) e a Prefeitura de São João do Rio do Peixe, para efetivar compromissos e responsabilidades e promover a integração de ações, atividades e serviços em defesa do patrimônio cultural do município do Sertão paraibano. Com esse objetivo, a equipe do Iphaep assinou, nessa quarta-feira (7), um Termo de Cooperação Técnica com a Prefeitura local. A diretora do patrimônio estadual, Cassandra Figueiredo, se reuniu com o prefeito Airton Pires, para assinar o documento, que terá validade de cinco anos, podendo ser esse periódo renovável. O Termo de Cooperação está composto por quatro Cláusulas: Do Objeto; Das Obrigações das Partes; Das Condições Gerais e da Vigência. No tocante à Cláusula Segunda, estão explicitados dois compromissos que devem ser cumpridos pela Prefeitura Municipal de São João do Rio do Peixe. No item 1 está dito que: “Sempre que os proprietários cujos imóveis estejam localizados na área protegida pelo Iphaep, bem como de bens tombados, solicitarem à Prefeitura Municipal alvará de construção, demolição, reforma ou qualquer outra intervenção nos bens, esta se compromete a encaminhar os processos para o Iphaep, e, somente após a análise e deliberação do Órgão de Proteção do Patrimônio, a Prefeitura analisará a solicitação e emitirá os documentos necessários”. Cabe, ainda, à Prefeitura: “Contribuir com as ações de preservação, na disponibilização de dados sobre os imóveis e proprietários sempre que solicitado, e no acompanhamento e fiscalização de obras”. Na mesma Cláusula Segunda estão delineadas as obrigações do Iphaep: “Fornecer o mapa atualizado com a delimitação da área protegida, que versa sobre a delimitação do Centro Histórico do Município, e a localização dos bens tombados, que versa sobre o Tombamento, todos na Cidade de Mamanguape/ Paraiba; Dar todas as orientações necessárias ao bom andamento dos trâmites processuais; Disponibilizar técnicos para realizar ações educacionais com a população, e capacitação com os técnicos da Prefeitura, responsáveis pela análise de projetos arquitetônicos e emissões de alvarás”. Em Cajazeiras – A diretora executiva Cassandra Figueiredo e dois dos técnicos do Iphaep – a arquiteta e urbanista Perlla Góis e o arquivista Jefferson Dantas -, também se reuniram com o prefeito de Cajazeiras, José Aldemir Meireles, e entregaram uma cópia do Termo de Cooperação Técnica com a Prefeitura local. O município de Cajazeiras corresponde a um dos 14 Centros Históricos protegidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba, conforme delimitação estabelecida no Decreto Estadual N.º 25.140/2004, em virtude de sua relevância histórica, artística, ambiental e natural, a nível estadual.

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IPHAEP assina parceria com a Prefeitura de São João do Rio do Peixe para proteger o Centro Histórico

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Além da delimitação do Centro Histórico Inicial da Cidade de Cajazeiras, o Conselho de Proteção dos Bens Históricos Culturais, que é o órgão deliberativo do Iphaep, já tombou, isoladamente, vários imóveis de incontestável valor patrimonial da cidade. Os conselheiros do Conpec aprovaram, também, o cadastramento do Morro Cristo Rei, por sua importância ambiental. Os técnicos do Iphaep também estiveram com o novo bispo da Diocese de Cajazeiras, Dom Francisco de Sales. A reunião aconteceu no Palácio Episcopal, um dos bens tombados isoladamente no município pelo Instituto do Patrimônio estadual. Na oportunidade, as partes esclareceram quais as respectivas competências e discorreram sobre a melhor maneira de trabalharem juntos. “Nossa proposta é estreitar os laços com gestores de diversos segmentos da sociedade civil, no sentido de que haja a preservação do patrimônio histórico, artístico, arquitetônico e cultural da Paraíba”, revelou a diretora. O bispo destacou a necessidade de criação de um Conselho Diocesano, formado por arquitetos especializados em arquitetura sacra, e padres, com reconhecida sensibilidade patrimonial, “para tratar, de forma consciente e preservacionista, as intervenções nas igrejas, edificações paroquiais e futuras instalações”. Como resposta, a autoridade religiosa recebeu da diretoria do Iphaep um compromisso: a de que a instituição irá disponibilizar sua equipe técnica, para discutir e auxiliar nas orientações de tais procedimentos. Fonte: Paraiba.pb.gov.br

Instituto Histórico fechado por falta de verba do Governo do Estado A

instituição cultural mais antiga da Paraíba, fundada em 1905, o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP) fechou para o público neste mês de maio em razão do atraso de cinco meses no repasse da subvenção do Governo do Estado. A denúncia, encaminhada por Sede do IHGP - SPA leitor, teve sua procedência confirmada pelo blog, que anteontem solicitou esclarecimento à Secretaria Estadual da Educação e ontem (11) obteve a informação segundo a qual o repasse dos recursos ainda não foi efetuado “O processo de repasse do recurso encontra-se na Gerência de Planejamento, Orçamentos e Finanças (GPOF), da Secretaria de Estado da Educação (SEE), para pagamento”, comunicou a Assessoria de Imprensa do órgão, após contato com o secretário Aléssio Trindade, que se encontrava em São Paulo participando de reunião do Consed – Conselho Nacional de Secretários de Educação.

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Segundo a própria página do Instituto na Internet, o IHGP é uma entidade cultural sem fins lucrativos, fundado em 7 de setembro de 1905 “por um grupo de intelectuais e políticos com intensa participação na vida pública e sob o incentivo do engenheiro militar Álvaro Lopes Machado, presidente do Estado”. A finalidade do IHGP é “promover e divulgar, no âmbito do Estado da Paraíba, estudos, pareceres e pesquisas de história e geografia bem como suas ciências auxiliares e correlatas, contribuindo para um melhor conhecimento da realidade paraibana sob os aspectos histórico, geográfico, político, social e econômico”. Fonte permanente de pesquisa para estudantes, professores e historiadores, a biblioteca do Instituto é formada por cerca de 30 mil títulos, entre livros, periódicos e folhetos, incluindo uma Seção de Obras Raras com 868 títulos perfazendo um total de 1.465 obras, nacionais e estrangeiras, publicadas nos séculos XIX e XX, cobrindo o período de 1801 a 1983. O arquivo do IHGP reúne 32 mil documentos, vários manuscritos, “que permitem a pesquisa sobre os períodos colonial, imperial e republicano no que tange à história nacional, regional e, especialmente, a local. Nesse arquivo estão incluídos os fundos privados sob custódia”. O acervo ainda comporta a Coleção Paraibana, com 3 mil volumes de obras de autores paraibanos ou de autores nacionais e estrangeiros sobre a Paraíba. Fonte: Blog do Rubão (rubensnobrega.com.br)

Pesquisas genealógicas na Paróquia de Boqueirão-PB

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11 DE junho o historiador Vanderley de Brito (sócio da SPA) esteve na cidade de Boqueirão para realizar pesquisas nos arquivos eclesiásticos da Paróquia de Nossa Senhora do Desterro em função do estudo genealógico que vem desenvolvendo há cinco anos na região. O projeto contou com toda a colaboraçõa do pároco, Padre Antônio Batista de Lima, que disponibilizou uma sala para os estudos e os serviços das secretárias paroquiais. O projeto “Os Brito da ribeira de Ramada” visa um levantamento de sete gerações da família Cosme de Brito oriunda da região da paróquia, já foram realizados os estudos na Paróquia de Cabaceiras, SPA antiga Freguesia criada em 1835 a qual a região em estudo estava ligada, e agora visa estudar os arquivos da Paróquia de Boqueirão, desmembrada em 1961 da antiga Freguesia de N. S. da Conceição de Cabaceiras. (

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ARTIGO 2 __________________________________________________________________ Pesquisa em gruta do Cariri Paraibano conclui que ossadas humanas divulgadas em livro nunca existiram. Juvandi de Souza SANTOS Arqueólogo e Historiador, Prof. da UEPB, Coordenador do LABAP/UEPB.

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LIVRO “O rei dos Jagunços”, que relata fatos históricos do século XIX, como a presença de Antônio Conselheiro na Paraíba, faz menção a Gruta do Caboclo Brabo, ou Serrote do Caboclo na região do atual município de Boqueirão, no Cariri Paraibano. Segundo o relato de Manoel Benicio (1997, p. 64), mais de mil ossadas humanas foram vistas nessa gruta.

O Grupo Paraíba de Espeleologia, da Universidade Estadual da Paraíba (GPE/UEPB) foi o local para comprovar ou não esse fato. Penetraram na gruta utilizando técnicas de rapel, e nada foi encontrado: nem ossos humanos ou algum outro vestígio arqueológico que comprovasse a presença humana naquele ambiente.

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A equipe ainda visitou outras cavidades no mesmo afloramento rochoso onde está localizada a Gruta do Caboclo Brabo, mas nada foi encontrado que ateste a veracidade dos fatos contidos no livro.

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Para a equipe do GPE/UEPB, esse tipo de relato, comum nos séculos Prof. Juvandi Santos em pesquisa - SPA passados, esteve ligado a fatores como: crenças religiosas no sobrenatural e misticismo em relação ao ambiente cavernícola.

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Revolução de 1817: o Bicentenário

Profa. Eliete Gurjão em sua apresentação - Iphaep

Carlos Azevedo complementam a foto - SPA

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o dia 08 de junho, integrando o Eliete, Cassandra, Gúbio, Márcia, Edvaldo e Thomas - SPA Fórum de Ciência e Cultura, o IPHAEP organizou a mesa „Revolução de 1817: o bicentenário‟. O evento contou com a palestra da Profa. Dra. Eliete de Queiroz Gurjão Silva tendo como debatedores os historiadores Thomas Bruno Oliveira, Edvaldo da Cunha Lira (ambos confrades da SPA), Gúbio Mariz e a restauradora Piedade Farias. O palco do evento foi o salão nobre do Palácio da Redenção, sede do governo estadual. No salão, em posição de destaque, está a pintura do artista Antonio Parreiras representando José Peregrino Xavier de Carvalho em diálogo com seu pai durante a Revolução Republicana de 1817. Destacamos a presença de alunos da Escola do Comércio e Liceu Paraibano que oportunamente participaram do debate e Lau Siqueira, Messina Palmenra, Joaquim Osterne e enriqueceram aquele momento histórico.

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Chamada de artigos para Revista Tarairiú

A REVISTA ELETRÔNICA TARAIRIÚ (issn 2179-8168) é uma publicação do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB (LABAP/UEPB), com sede em Campina Grande-PB, e surge como um novo meio de divulgação de pesquisas nos seguintes campos científicos: 1. História do povoamento pré-histórico e histórico da América Latina; 2. Arqueologia; 3. Paleontologia. 4. Espeleologia. As pesquisas e debates científicos nestas áreas compõe o objetivo da Revista que publica artigos inéditos, resenhas e entrevistas redigidos em português, inglês, espanhol ou francês. De periodicidade semestral, a Revista Tarairiú recebe contribuições em fluxo contínuo, de acordo com as Normas para Submissão. Para o próximo número, o prazo para envio é 30 de setembro de 2017. A Revista Tarairiú possui Qualis B4 e sua denominação foi escolhida como uma homenagem a grande parte dos indígenas que habitaram os sertões nordestinos, sobretudo o interior da Paraíba, que foram os índios de vários grupos Tarairiú.

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– Mapa de atuação da SPA em junho de 2017 –

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