Revista Vitória - Nº11 - Dezembro/2008

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IMPRESSO

Ano 3 • Nº 11 • Dezembro de 2008

Dom Luiz Mancilha Vilela: 40 anos de ordenação sacerdotal Págs. 10 e 11 Especial de Natal Págs. 12 a 18


Elaine Butter

criança

Espaço

Thayane Correa Zoppi

Novamente aqui no Espaço Criança e o último encontro desse ano. Hoje será diferente, pois vou deixar uma idéia para que você e sua família possam aproveitar melhor o momento Natalino. Que tal um teatrinho, o que acha? Sim, um teatro sobre o presépio. Vamos juntos??!!!

Teatro: A invenção do presépio! Narrador - Corria o ano de 1223. O nascimento de Jesus era o mistério que mais fascinava o coração de São Francisco. Seu maior desejo era poder visualizar a grande humildade e pobreza do Natal de Belém. Francisco havia retornado a pouco de uma peregrinação à Terra Santa. Cena (Entra Francisco e João Velita) Francisco - Ah irmão João! Estamos próximos ao Natal! João - É mesmo irmão Francisco! Só faltam alguns dias! Francisco - Como eu gostaria de poder mostrar a todos como nosso Senhor Jesus nasceu! Nosso Deus, tendo tudo, quis nascer pobrezinho! Cena (Vão andando...) Francisco - Ei! Espere irmão João! Tive uma idéia! Vamos representar o nascimento do menino Jesus! Joao - Mas como, irmão Francisco! Francisco - Venha comigo! Vamos começar os preparativos! Cena (Saem para pegar as coisas) Narrador - E assim, nos dias seguintes, São Francisco e seu amigo, João Velita fizeram os preparativos. Ascendeu-se a fantasia de São Francisco, motivado pela ternura que tinha pelo menino Jesus. São Francisco quis mostrar a todos, de maneira visível, o amor do Deus-menino. Cena (Entram novamente, conforme vão falando os personagens vão entrando) Francisco - Muito bem! Mãos à obra! Francisco - Crianças! Esse é o meu primeiro presépio! Mas preciso da ajuda de vocês! O que precisamos para o

presépio? Onde Jesus nasceu? Quem era o pai de Jesus? Quem era a mãe de Jesus? E quem estava ali, do ladinho de Jesus? (animais: vaca, cavalo, galo) Jesus teve visitantes, não teve? Quem veio visitálo? Pessoas simples, como nós? E vieram pessoas importantes também, não? Quais eram os nomes dos Reis Magos? Mas como os Reis descobriram onde era o local? Está pronto? O que está faltando? Nosso Deus-menino! Cena (Entra um anjinho e coloca o menino Jesus no berço) Francisco - Ah! Agora sim! Está tudo pronto! Narrador - E assim, Francisco montou o primeiro presépio do mundo. Todas as pessoas da vizinhança correram para ver a "novidade" que São Francisco havia inventado. Francisco estava feliz! Cena (Irmão João puxa Francisco de lado e cochicha algo em seu ouvido) Francisco - Muito bem lembrado irmão João! Francisco - Só falta uma coisa! Quem aqui gosta de Jesus? Quem gosta do Natal? Jesus é o nosso Rei, não é? Então, precisamos adorá-lo, como nosso Rei! Mas não apenas aqui, no presépio! Não apenas agora, na época do Natal! Mas, todos os dias! E principalmente, o mesmo carinho que temos para com Jesus aqui, pequenino, deve ter para com Jesus vivo, presente na Eucaristia! Vamos todos cantar para Jesus? Encerrar com um canto natalino.

Espero que você possa aproveitar esse momento de paz e amor que o Natal nos proporciona junto àqueles que o amam. Espalhe amor para todos. Com esperança espero encontrar vocês no Novo Ano. Viva 2009!!


[ Editorial ]

REVISTA DA ARQUIDIOCESE DE VITÓRIA DO ESPÍRITO SANTO Rua Alberto de Oliveira Santos, 42 Ed. Ames - Sala 1916 a 1920 CEP 29010-901 - Vitória – ES Tel.: (27) 3322-0082 revistavitoria@aves.org.br ARCEBISPO DE VITÓRIA Dom Luiz Mancilha Vilela CONSELHO EDITORIAL Dom Mário Marquez (Coordenador) Pe. Anderson Gomes Elaine Silveira Butter Santos Vander Silva Jorge Villena Medrano GERENTE EXECUTIVO Jorge Villena Medrano JORNALISTA RESPONSÁVEL Vander Silva Reg. 01438 DRT – ES ADMINISTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Fundação Nossa Senhora da Penha do Espírito Santo Tel.: (27) 3322-0082 Fax: (27) 3322-4960 PRESIDENTE Dom Mário Marquez DIRETOR SECRETÁRIO Fabricio Zouain DIRETOR FINANCEIRO Paulo Roberto Caon DIRETORA SECRETÁRIA ADJUNTO Ângela Abdo GERENTE ADMINISTRATIVA Elaine Silveira Butter Santos

É Natal de Jesus O Natal evoca em todos nós sentimentos bons, porque nele estão contidos a importância da família, a certeza de que Deus está conosco e a esperança de uma vida e um mundo melhor. Nesta edição da Revista Vitória, o Natal é o tema central. Nós acreditamos que a estrela que conduziu os Magos até à gruta onde estava Jesus recém-nascido continua guiando a humanidade para o encontro com Ele. Nós acreditamos, que o anúncio do anjo: "Nasceu-vos hoje um Salvador, que é Cristo Senhor", continua influenciando as nossas vidas. Nós acreditamos que a Luz de Belém continua iluminando nossas cidades, nossas "roças", nosso mundo! A grande notícia se repete: Nasceu o Salvador. Abramos as portas de nossos corações. Procuremos a gruta onde Ele está. Deixemos que a estrela nos ilumine e nos guie. Acreditemos que o Natal se repete a cada dia. Feliz Natal de toda a equipe da Revista Vitória!

ESTAGIÁRIA Juliana Freitas EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Comunicação Impressa Tel.: (27) 3319-9062 IMPRESSÃO Gráfica GSA Tel.: (27) 3232-1266 Os artigos publicados são de inteira responsabilidade dos autores.

D. Mário Márquez, ofmcap Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo Presidente da Fundação Nossa Senhora da Penha


[ Acontece ]

Solidariedade às vítimas de enchentes em Santa Catarina A Cáritas Brasileira se solidariza com as vítimas das enchentes em Santa Catarina. Recomenda-se que todos e todas se associem às iniciativas em andamento, promovidas pela Arquidiocese de Florianópolis, pelas Dioceses de Joinville e de Blumenau, pelas Entidadesmembro de Cáritas no Estado, bem como da Defesa Civil, em suas diversas instâncias. Para doações de alimentos e roupas, o apelo se dirige às comunidades do Estado de Santa Catarina, para que sejam de imediato encaminhadas às Secretarias das Paróquias da Arquidiocese de Florianópolis e das Dioceses de Joinville e de Blumenau. Doações em dinheiro, de qualquer parte do Brasil, podem ser feitas utilizando as

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contas bancárias a seguir: Florianópolis: Banco do Brasil, agência 3174-7, conta 17611-7, em nome de Ação Social Arquidiocesana/Flagelados SC 2008. Mais informações: (48) 3224.8776 ou pelo e-mail asa@arquifln.org.br Joinville: Banco BESC, agência 014, c/c 130.786-2. A campanha é promovida pela Associação Diocesana de Promoção Social. Mais informações: (47) 3451.3715/3716 ou pelo e-mail adipros@diocesejlle.com.br Blumenau: Campanha "Diocese de Blumenau Emergência". Mais informações: (47) 3323.6952 ou 3322.4435 (cúria) ou pelo e-mail dioceseblumenau@terra.com.br

Aniversário Sacerdotal No dia 30 de dezembro, às 1930h, no Santuário-Basílica de Santo Antônio, será celebrada a Ação de Graças pelos 30 anos de sacerdócio do Padre Roberto Camilato.

Leiga Consagrada No dia 08 de dezembro, às 18h, na Catedral Metropolitana de Vitória, Maria da Penha Carvalho, comemora 25 anos como Leiga Consagrada da Arquidiocese de Vitória. A celebração vai ser presidida pelo Bispo Emérito Dom Silvestre Luiz Scandian.

Nova Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Na noite do dia 03 de dezembro de 2008 o município de Vila Velha ganhou uma nova paróquia! Com a igreja matriz repleta de fiéis, Dom Luiz Mancilha Vilela, Arcebispo de Vitória, inaugurou a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro tendo como pároco Padre Renato Crhisti. A organização e participação de comunidades vizinhas foram fundamentais para a alegria da festa! Muitas pessoas acompanharam a missa, fazendo parte desse importante momento para Igreja e para os fiéis. A Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro fica localizada na Avenida São Paulo, embaixo da Terceira ponte.


[ Reflexão ] Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc. Arcebispo Metropolitano de Vitória do ES

E a Palavra se fez carne! Depois da realização do Sínodo sobre a Palavra de Deus nada mais apropriado que, neste mês de dezembro, voltarmo-nos com toda a reverência possível para a meditação deste tema. No mundo inteiro as atenções se voltam para o Mistério do Natal. O Natal do Senhor é celebrado em quase todos os países do mundo, e, a luz é o símbolo comum. Para alguns, apenas luzes... De todos os tipos, mas apenas luzes! Velas, extensões de lâmpadas em forma de desenho ou simplesmente com pisca-pisca e muitas cores, etc. Para outros, luzes também, mas como sinal da Luz que é Jesus para toda a humanidade. Jesus, durante sua vida pública, chama a atenção dos discípulos dizendo que os filhos do mundo são mais espertos que os filhos da luz e, hoje mais do que nunca, nós os filhos da luz, precisamos usar da esperteza para evitarmos que a celebração do Natal de Jesus, valor supremo para o cristão, seja banalizado através de um consumismo desenfreado. Esperteza, mas não a qualquer custo. Esperteza no sentido de prudência, isto é, agir no momento certo, sem omissão e sem receio. Não digo que passemos a assumir uma atitude de puros e imaculados com bastão nas mãos a condenar este ou aquele comerciante. Cabe-nos, como filhos da Luz, fazer com que esta Luz seja manifesta em todos os lugares para que ilumine as trevas, converta os corações, reanime os fracos, liberte os cativos, afugente o inimi-

go e seja acolhida como Sol de Justiça, Luz de Misericórdia, Luz da Paz! O prólogo do Evangelho segundo São João deve ser meditado por todos nós a fim de que, juntos, possamos proclamar em todos os lugares o Milagre da Palavra! "No início era a Palavra e a Palavra estava voltada para Deus e a Palavra era Deus. Ela estava, no início, voltada para Deus! Tudo foi feito por meio Dela! E sem Ela nada se fez. Nela estava a vida e a vida era a luz dos homens e a luz brilha nas trevas, mas as trevas não a compreenderam!" (Jo 1,1-5). Pois bem, é hora de empreendermos o maior esforço evangelizador, para que as trevas se dissipem e a Luz tome o lugar que lhe cabe, o coração da pessoa humana, o coração de nossa família e de nossa Comunidade Eclesial, bem como o coração de nossa Sociedade. Natal é celebração da Luz! Natal é o tempo em que toda a humanidade é convidada a abrir-se para a Luz. Só assim todos compreenderão o anúncio de São João: "E a Palavra se fez carne e habitou entre nós e nós vimos a sua glória; glória essa que, Filho único, cheio de graça e de verdade, Ele tem da parte do Pai" (Jo 1,14)! Jesus Cristo é o Verbo, a Palavra Eterna do Pai que nos foi revelada e veio até nós! Com anjos, querubins, serafins e os pastores de Belém, somos convidados a anunciar para todos o sentido do Natal do Senhor! Por que anunciar? Porque na Pessoa de Jesus, está o sentido

de nossa vida. Nascemos de um ato criador de Deus que pronunciou sua Vontade sobre nós, sobre toda a criação. Por isso não podemos ficar omissos ou indiferentes deixando que as trevas tomem conta de nosso mundo. A Palavra de Deus já fez o principal e deixou-nos o encargo de sermos instrumentos da transformação de toda a humanidade em trevas para a Luz do Reinado de Deus! Desejo-lhe amigo que o Natal do Senhor seja uma oportunidade especial para que seu coração e o coração de sua família, faça a experiência da Paz que vem do alto, ilumine-o e leve-o ao conhecimento profundo de si mesmo, do próximo que convive ao seu lado para que juntos façam brotar uma chama viva e transformadora. Feliz Natal, amigo, na Luz do Senhor!

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[ Sínodo ] Comissão Temática Sínodo Arquidiocesano

Continuando com a nossa caminhada sinodal, apresentamos a última parte do documento preparado para a última sessão neste ano. Para percorrer este caminho de discípulos que buscam a experiência da vivência da espiritualidade vamos repensar a caminhada sinodal na perspectiva da Oração do Sínodo. .

Espiritualidade Sinodal A Santíssima Trindade é Fonte e vida da Igreja enquanto Povo de Deus e Mistério de Comunhão. "Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, nós vos adoramos e vos bendizemos porque de vós nascemos" (Oração do sínodo). A Igreja nasce da Trindade e tem a missão de ser Sinal da Trindade no seu peregrinar pelo mundo em direção de sua própria realização que é a mesma Trindade! Toda a criação vem da Trindade. Somos criaturas de Deus. "Façamos o homem à nossa imagem segundo a nossa semelhança" (Gn 1, 24). A pessoa criada à imagem e semelhança de Deus é elevada à qualidade de Filho de Deus pelo sagrado batismo, participando da Família de Deus! A pessoa é membro do Povo de Deus que caminha unido, conduzido e ori[ 6 ] revista VITÓRIA

entado pelo Espírito nos passos de Jesus Caminho, Verdade e Vida! A pessoa nasce na família, o lugar do mistério da vida que surge, cresce, comunica-se, gera a Comunidade Familiar. A pessoa nasce do amor, vive para o amor e gera a comunhão na família onde o encontro do "tu" com o "eu" forma o "nós". O mistério de Comunhão da família é expressão do Mistério do amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo, a Santíssima Trindade. A família é o primeiro lugar da expressão do Mistério da Trindade. É uma pequena Igreja, Comunhão. "A Igreja Universal aparece como o 'povo congregado' na unidade do pai e do Filho e do espírito Santo". LG 4. As famílias nascidas do batismo, unidas, formam as comunidades eclesiais, criadas com a missão de expressar na história a comunhão da Trindade (B. Forte).

A comunidade eclesial é acolhedora e missionária. Nela a experiência de comunhão pessoal com Deus é vivenciada na dinâmica do grupo que unido a exemplo da Santíssima Trindade, reza, celebra e partilha colocando seus dons a serviço de Deus na comunidade, como refletimos na 1ª e 2ª Sessões sinodais. Temos então: PESSOA Nas diversas situações: na família, na escola, no trabalho, no lazer, na oração e na celebração. COMUNIDADE - No diálogo, no serviço e ministérios, na missão. Pessoas que se comunicam. Famílias que se comunicam e se unem formando a comunidade eclesial, a Igreja! Nesta interrelação surgem os ministérios da Palavra, da Liturgia e da Caridade, conforme refletimos na 3ª Sessão Sinodal. A fonte da pessoa é a Trindade! A fonte da família é a Trin-


dade! A fonte da comunidade é a Trindade! Nascemos da comunhão para sermos sinal de comunhão para convocar para a Comunhão! Este é o caminho do discípulo missionário, um caminho pascal iniciado no Santo Batismo. O Caminho de comunhão que é caminho pascal do discípulo se dá no seguimento de Cristo: "Se alguém quer vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz cada dia, e siga-me. Pois aquele que quiser salvar a sua vida vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará" (Lc 9, 23-24). Desde o batismo o discípulo missionário vive nessa dinâmica, buscando a comunhão, isto é, renunciando a si mesmo para crescer no amor. Trata-se, pois, de um crescimento em Cristo, uma identificação com a Pessoa de Cristo pela ação do Espírito. A pessoa movida pelo Espírito vai se identificando com a Pessoa de Cristo e abrindo-se com Cristo ao Pai, fazendo no seu caminhar de discípulo missionário a experiência da Trindade, uma caminhada pascal! Esta dinâmica em Cristo se dá na pessoa, na família e na Comunidade, isto é, tanto a pessoa como a família como a comunidade no seguimento de Cristo vão fazendo a experiência pascal, renunciando a si mesmo e abrindo-se para o outro, experiência profundamente libertadora e realizadora do ser pessoal e comunitário. A vida da pessoa deve ser vida pascal. A vida da família deve ser vida pascal, a vida da Comunidade deve ser vida pascal! E vida pascal é experiência de comunhão e missão para a comunhão !

São Paulo faz esta experiência e nos ensina o caminho do discípulo missionário desde a sua conversão quando faz a experiência do grande Encontro com Jesus, experiência pascal, e, conseqüentemente, a sua mudança de vida a partir daí, uma vida pascal. Isto se percebe nos ensinamentos em suas cartas. São Paulo, sem dúvida alguma é modelo de discípulo missionário que viveu plenamente o Mistério da Páscoa, mergulhado na Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Este é o caminho do discípulo missionário, sua espiritualidade e mística! Nascemos da Comunhão Trinitária e procuramos viver esta Comunhão numa dinâmica pascal em Cristo Jesus, anunciar e testemunhar este Mistério da Cruz e Ressurreição que gera Vida e Comunhão! A mística e a missão da pessoa é buscar a comunhão, testemunhar a comunhão e anunciar a comunhão! A mística e a missão da família é buscar a comunhão, ser sinal da comunhão e anunciar a comunhão! A mística da Igreja é buscar a comunhão, ser sinal de comunhão e anunciar a comunhão, como sugere o lema do sínodo: "Caminhar juntos na acolhida fraterna e na esperança", e, a 2ª Sessão sinodal. É o que expressamos constantemente na oração do sínodo. "Com sincero desejo de crescer e testemunhar este mistério de comunhão, no diálogo orante e no acolhimento fraterno, no amparo e consolo dos pequenos e marginalizados, como sinal e instrumento do amor que transforma a humanidade, queremos renovar nossa fé como Igreja pe-

regrina e missionária, que caminha na esperança" (oração do sínodo). A espiritualidade sinodal promove e provoca um crescimento constante acompanhado de um testemunho autêntico de experiência de comunhão. Comunhão com Deus expressa na comunhão com o próximo. É o que nós expressamos na oração do sínodo como diálogo orante, em que o místico se abre ao amor no silêncio ou na tentativa da verbalização da experiência suplicante e contemplativa, agradecida e reparadora. Experiência que desabrocha no coração aberto ao semelhante, acolhimento fraterno "no amparo e consolo 'do outro' dos pequenos e marginalizados". Esse encontro profundo, orante e dialogal torna-se Sinal, Instrumento do amor que transforma a humanidade. A atitude constante do missionário místico ou místico missionário é a do discípulo que se abre à ação do Espírito para que Ele o forme, o eduque, o ensine e o santifique quer na contemplação, quer na ação apostólica. Ele forma a pessoa discípula, a comunidade discípula e apostólica como fermento na massa da sociedade, gerando comunhão, agindo em comunhão em vista de uma sociedade que se realiza na comunhão. Desta riqueza profunda e imensa brotam a justiça, a misericórdia e a paz. "Diante deste grande Mistério balbuciamos: Santíssima Trindade, pai, Filho e Espírito Santo, nós Vos adoramos e Vos bendizemos porque de Vós nascemos, convosco caminhamos e para Vós nos dirigimos"! revista VITÓRIA

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[ Atualidade ] Vander Silva

O ano de 2008 foi marcado por comemorações de datas marcantes da Arquidiocese de Vitória, que este ano comemorou 50 anos em companhia aos 450 anos de história de fé no Convento da Penha e o penúltimo ano de caminhada através do Sínodo Arquidiocesano.

Logo no início do ano foi importante a participação dos fiéis na Abertura da Campanha da Fraternidade 2008 - FRATERNIDADE E DEFESA DA VIDA - Escolha, pois, a Vida (Dt 30,19), no Ginásio Dom Bosco, dia 10 de fevereiro, quando o Arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, cobrou de todos os católicos uma postura a favor da Cultura da Vida. A Abertura da Campanha da Fraternidade já é uma tradição na Arquidiocese de Vitória, que todos os anos reflete junto a milhares de fiéis questões que envolvem toda a sociedade. Parte do calendário dos católicos do Estado, o Vinde e Vede, reúne mi[ 8 ] revista VITÓRIA

lhares de pessoas no Pavilhão de Carapina em quatro dias de muita reflexão e adoração. Tradicionalmente no período de carnaval (este ano 02 a 05 de fevereiro) o Vinde e Vede mais uma vez não decepcionou e reuniu fiéis de todas as idades em Carapina. Marcante neste ano na Arquidiocese de Vitória, dois eventos especiais, os 450 da história de fé do Convento da Penha e os 50 anos da arquidiocese. Mais uma vez a Festa de Nossa Senhora da Penha atingiu mais fiéis e atraiu mais romeiros através das mais diferentes romarias, tendo como pontos fortes a


Romaria dos Homens, a das Mulheres e a Celebração de Nossa Senhora da Penha, na Prainha, que mais uma vez, além de todos os bispos do Estado, contou com a presença do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri e com o show de encerramento de Padre Zezinho. E expandindo as comemorações do ano a Arquidiocese de Vitória celebrou seus 50 anos no período de 07 de maio a 07 de junho com vários eventos como: a abertura solene, no Teatro Carlos Gomes, marcado pela presença das autoridades locais e a apresentação do Coral das Meninas Cantoras de Petrópolis; Exposição no Shopping Vitória, que narrou através de painéis a trajetória de fé da arquidiocese; missa festiva no Ginásio Dom Bosco. Durante as homenagens, o Bispo Auxiliar de Vitória, Dom Mário Marquez, foi homenageado na Assembléia Legislativa do Espírito Santo, com o título de Cidadão Espírito Santense, pelo trabalho pastoral dele. Outra data importante celebrada em 2008 foi a comemoração dos 60 anos da Milícia de Cristo, no dia 08 de maio, em Baixo Guandu, com celebração presidida por Dom Décio Zandonade, bispo de Colatina. Mais novinha, na verdade uma debutante, a Rádio América AM 690 comemorou 15 anos e comemorou junto aos ouvintes, funcionários e colaboradores, em

um animado encontro no dia 17 de fevereiro. Toda esta alegria foi partilhada com a caçula Rádio América FM 101,5 que neste ano completou seu primeiro aniversário. Os fiéis da arquidiocese também tiveram seu momento de despedida, quando no dia 25 de fevereiro faleceu o Monsenhor Rômulo Neves Balestrero. As celebrações de despedida foram marcadas pela saudade e pela consciência de que Monsenhor Rômulo cumpriu a jornada dele e deixou importantes realizações que o tempo não vai apagar. Os jovens de Vitória mostraram neste ano que os 50 anos da Arquidiocese de Vitória trazem também uma Igreja jovem e participativa que de 15 a 20 de julho, capitaneados pelo Padre Anderson Gomes, foram a Sidney, Austrália, para participar da Jornada Mundial da Juventude. As comunidades também mostraram que são boas de bola e disputaram o 1º Campeonato Esportivo Arquidiocesano - Troféu Pe. Antônio Pego. Foram animadas as disputas de futsal, futebol de campo, handebol e vôlei. O Grito dos Excluídos apresentou uma significativa mudança neste ano, sendo realizado no dia 07 de setembro nas paróquias e apresentando resultados no dia 08 de setembro - dia de Nossa Senhora de Vitória - em missa presidida por Dom Luiz Mancilha Vilela. Repensar melhores maneiras de ser Igreja é o caminhar de mais este ano no Sínodo Arquidiocesano que através de encontros e sessões com a participação de todas as comunidades da arquidiocese se prepararam para 2009, ano de encerramento destas atividades. O ano de 2008 foi assim, muitas atividades e alegrias e que venha 2009. revista VITÓRIA

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[Reflexão ] Maria da Luz Fernandes Assessora de Imprensa da Arquidiocese de Vitória

Dom Luiz Mancilha Vilela:

40

anos de ordenação sacerdotal

"Um dia diante do Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia". (2 Pd. 3,8) [10] revista VITÓRIA

Para Dom Luiz, dia 21 de dezembro 2008 é o 40º ano do dia 21 de dezembro 1968. Esta data significa a realização, a concretização de uma certeza que iniciou aos 9 anos de idade em Pouso Alto lá nas Minas Gerais. O adolescente, Luiz Mancilha Vilela, começou seus estudos no Seminário Menor da Congregação dos Sagrados Corações em São Paulo, para onde foi, após visita dos padres à sua cidade, querendo ser padre e "falar bonito" como o pároco de sua comunidade. Passou por um período longo de formação, 15 anos. Fez toda a formação exigida pela Congregação, aprendeu música, teatro, aprendeu a "falar bonito", e foi ordenado. Queria ser pastor, organizar as comunidades, celebrar, preparar catequistas, famílias, estar junto aos pobres e conseguiu tudo isso, enquanto exercia o ministério diaconal e


nos primeiros dois anos após a ordenação sacerdotal. Depois, a Congregação pediu-lhe outra missão: trabalhar com as vocações e na formação dos seminaristas de sua Congregação. Apesar da forte responsabilidade que a atividade de formador exigia, dava o seu jeito, ou usava o "jeitinho brasileiro" para continuar trabalhando junto às comunidades, aos catequistas e às famílias. De segunda à sexta-feira na casa de formação. Sábado e domingo na paróquia. E, assim foi até 1981, quando a Congregação lhe pediu um outro serviço, ser o Superior Provincial da Congregação. Em 1985 foi re-eleito e nomeado para o mesmo cargo, mas a Igreja no mesmo ano pediu-lhe outra mudança. Em 3 de dezembro de 1985, o Papa João Paulo II nomeou-o Bispo de Cachoeiro de Itapemirim. Dezessete anos depois veio para Vitória, também nomeado pelo Papa João Paulo II, para ser Bispo Coadjutor e sucessor de Dom Silvestre, cargo que assumiu em 23 de fevereiro de 2003. Quando lhe perguntamos se sua vida, como padre, caminhou na direção que ele não desejava, simplesmente responde que, o que ele queria era servir à Igreja e, por isso, aceitou os pedidos tanto da Congregação quanto do Papa. Mas, quando perguntamos até que ponto uma experiência servia para assumir as seguintes, a resposta na ponta da língua: "mas é claro que a experiência com o povo me ensinou que na simplicidade da vida acontecem fortes experiências de Deus e a formação me ensinou o caminho para saber trabalhar com os padres". 40 anos do dia 21 de dezem-

bro de 1968! Desde os nove anos queria ser padre. Realizou seu sonho. Queria "falar bonito" como o pároco de sua cidade, e por onde passa, preocupa-se com a comunicação. Em São Paulo, produzindo documentos que orientassem as comunidades, tanto nas questões de organização, quanto de formação. Em Cachoeiro de Itapemirim incentivando a comunicação impressa, adquirindo uma Emissora de Rádio e investindo na formação de padres para assumirem o comando desses veículos. Em Vitória recuperando a posse da Rádio FM e criando um Centro de Documentação, para resgatar a história não só da Igreja, mas do Estado e principalmente, estabelecendo uma comunicação, transparente e contínua, com a imprensa local. Gosta das novas linguagens e não recusa usá-las, sempre que possível e necessário: escrita, imagem, som, mídia visual. "O importante é falar na linguagem que as pessoas entendam e gostem", afirma quando surgem ocasiões de se comunicar em vídeo, programa radiofônico, etc., o que faz com espontaneidade e competência. Caberia agora na celebração dos 40 anos dizer que seus sonhos se realizaram? É padre, religioso, bispo e "fala bonito". Para Dom Luiz a missão ainda não acabou: "precisamos preparar e formar os padres para os tempos novos, os desafios da sociedade atual e, colocar em prática as intuições que brotaram do Sínodo". Além disso, o dia 21 de dezembro de 1968 é eterno. Sua vida e sua história são o prolongamento desse momento, dessa vivência. "O que a Igreja vai pedir eu não sei, mas quero servir

a Deus e à Igreja". Para selar seu compromisso, a frase de sua ordenação se repete no convite para as comemorações dos 40 anos: "Deus o marcou com o seu sinal" (Jo 6,27). Momentos muito felizes ou de muita dor, tentamos saber, mas as lembranças, apesar de muitas, não estabelecem hierarquia de valor. Apenas uma, o encontro em Roma com o Papa João Paulo II, surgiu com algum destaque, como um momento de muita alegria. "Um dia diante do Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia" (2Pd 3,8). Que o dia 21 de dezembro de 1968 se prolongue, seja sempre presente e eterno!

Lançamento de livro e CD com orações em forma de poesia escrito e gravado por Dom Luiz Dia: 20 de dezembro 19:30hs Mitra Arquidiocesana de Vitória (arcos do Convento São Francisco) - Cidade Alta

Dia 21 de dezembro Celebração Eucarística Catedral de Vitória 10:30 hs

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[ Especial ]

Natal

Doris Almeida

O santo

das crianças com Aids

Estamos vivendo num mundo conturbado pela violência, pela agitação, repleto de "distrações" e, principalmente secularizado, onde em tudo se busca o prazer, uma satisfação pessoal, funcionando quase como uma "droga" porque tem que ser rápido e logo precisa de "outra dose" para novamente experimentar a sensação de "satisfação". É aí que, nós consagrados pelo batismo, temos por graça divina e especial de manifestá-Lo, levando paz, alegria e esperança aos corações, lembrando as pessoas que Deus existe, que Deus é Amor e Misericórdia e não abandona seus filhos. QUEM SOMOS A Comunidade Epifania existente há 14 anos na Arquidiocese de Vitória é formada por homens e mulheres, casados ou celibatários, vivendo na forma em casas comunitárias ou em suas próprias residências, consagrados por Deus para servi-Lo na Igreja e no mundo. Cada membro desta comunidade tem uma graça particular, concedida pelo carisma, de tornar a Sua presença perceptível nos ambientes, gerando paz e alegria. Manifestá-Lo através de um olhar, um sorriso, uma escuta, uma prece, [12] revista revistaVITÓRIA VITÓRIA

uma palavra que o Espírito Santo nos recorda, um gesto de ajuda, um abraço, mas não temer diante deste mundo de pronunciar o nome que está acima de todos os nomes: JESUS CRISTO! Além da Arquidiocese de Vitória, a Comunidade Epifania também se faz presente na Prelazia de Lábrea, Igreja Irmã da nossa Arquidiocese, através de irmãos missionários. A MISSÃO CASA SAGRADA FAMÍLIA... A Casa Sagrada Família é uma das missões realizadas pela Comunidade Epifania. Ela foi

inaugurada justamente em dezembro de 2006 num trabalho de assistência e prevenção a crianças e famílias que vivem com Aids. Algumas das crianças assistidas precisavam de um abrigo por intervenção judicial e aos poucos fomos percebendo a importância do Natal no acolhimento às crianças com Aids. Natal! O menino Jesus nasceu, sem lugar, pequenino, frágil, acolhido por José, Maria, alguns pastores da região. Um recém-nascido envolto em faixas e deitado numa manjedoura. O anjo anuncia a boa nova, que será alegria para todo o povo: Ele é o Salvador, o Cristo Senhor ( cf Lc 2, 6-11). Para nós cristãos, esta festa deve ser celebrada com alegria e paz, dando glória e louvores a Deus por tão grande graça: O Verbo se fez carne e veio habitar no meio de nós. É o Emanuel, o Deus conosco. Acolher Jesus hoje é fazer pelos pequeninos que o Senhor põe na nossa vida o que o evangelho nos ensina. "Todas as vezes que o fizestes a um destes mais pequeninos, foi a mim que o fizestes." (Mt 25,40). No tempo de Natal essa manifestação de Deus se faz presente de um modo muito particular: olhamos para a missão que Deus nos confiou e podemos dizer como


os magos: "Vimos o seu astro no oriente e viemos prestar-lhe homenagem" (Mt 2,2). SINAIS DE DEUS... "Coincidentemente" às vésperas do Natal chegava uma criança, para ser acolhido por nós. Era uma correria para arrumar roupas, banheira, berço e tudo o mais necessário. Outro sinal eram os telefonemas de algumas das famílias atendidas desejando feliz natal, porque para eles nós éramos suas famílias e queriam ficar conosco. Esses "sinais" foram delineando nosso modo de celebrar o Natal. Este modo já acontece há vários anos... Primeiro oferecemos, não um estábulo, mas procuramos uma boa hospedaria e fazemos festa com cada família que chega, servindo-os com alegria de forma que se sintam acolhidas. É uma festa preparada com muito zelo e carinho onde muitos voluntários juntam-se a nós e desde outubro começam a movimentar várias outras pessoas que vão apadrinhando as crianças e preparando o melhor: enxoval novo! Afinal reconhecemos que para muitas pessoas com Aids que atendemos essa é a única festa que terão e os voluntários envolvidos sentem isso porque

fazem como se fosse uma festa para sua própria família, afinal somos todos irmãos em Cristo Jesus. Outro momento significativo para nós é o Natal com as crianças abrigadas. Já se tornou tradição: damos folga para todos os funcionários e voluntários e as crianças da unidade do centro de Vitória passam esses dias festivos na casa da comunidade de vida. É Jesus menino no meio de nós! Preparamos as refeições, banhos, lavamos as roupas, damos os medicamentos, corremos e brincamos, eles correm pela Vila de Nazaré e visitam todas as casas, um entra e sai sem parar. Um terceiro momento é a preparação também de uma refeição que oferecermos aos nossos irmãos da comunidade de aliança e nossos familiares. Acontece no dia 24 de dezembro depois da missa que Dom Silvestre, com muita disponibilidade, celebra para nós. É quase impossível sair de casa com todas as crianças, então juntamos nossa grande família: os de laço de sangue, os de laço de consagração e as crianças: Acontece Natal! O cardápio do dia 25 é o que as crianças mais gostam. É uma festa!!! Para nós, comunidade de vida é oferecer o nosso ouro, incenso e mirra a Jesus. Por tudo isso cantamos: "Glória a Deus no mais alto dos céus e sobre a terra paz para os seus bem-amados". (Lc 2,14) Alguns grupos após a novena de Natal, ou mesmo grupos de trabalho durante o mês de dezembro se mobilizam e sensibilizados por esta data preparam presentes e lanches em dias alternados para as crianças. É muito bonito ver esta mobilização porque significa que o nascimento de Cristo está tocando corações e muitas pessoas ainda são sensíveis a esta data e ao que ela representa, sem deixar perder seu verdadeiro sentido. revista VITÓRIA [13]


[ Especial ] A Redação

Especialistas do Uma boa injeção de alegria neste Natal! Hospital é sinônimo de tristeza, certo? Errado! Para um grupo de voluntários, é possível dar boas gargalhadas no ambiente hospitalar público. Nada de tristeza, o importante é levar alegria aos pacientes. É com esta temática que o Projeto Especialistas do Riso transforma o silencioso hospital em um divertido picadeiro de circo. O branco do uniforme dos médicos e enfermeiros dá lugar ao nariz de palhaço, jalecos coloridos, bola de soprar e rosto pintado. Tudo é válido em troca de um espontâneo sorriso. Assim, uma boa injeção de amor, carinho e boas brincadeiras garantem um brilho especial aos pacientes. Nas datas especiais como: Páscoa, Natal e Dia das Crianças, o trabalho se estende para outras Entidades filantrópicas. Neste natal, os especialistas vão se transformar em verdadeiros papais e mamães Noel para muitas crianças. Presentes já estão sendo arrecadados e as visitas agendadas. Assim o espírito na[14] revista revistaVITÓRIA VITÓRIA

talino vai estar presente entre todos. De acordo com a autora do projeto, Roszigraci Simões, a principal e mais importante mudança que promovem, pode ser percebida no semblante das crianças que precisam conviver, muitas vezes, com a dura rotina de uma internação. Quando os animadores entram nos quartos, a tristeza desaparece e dá lugar à alegria. O projeto é realizado desde 1995, quando um grupo de voluntários decidiu contribuir para mudar a qualidade de vida dos pequenos pacientes de seis hospitais de Vitória. O nome escolhido para a equipe é de autoria da mentora do projeto e também Artista Plástica Roszigraci Simões de Oliveira e é uma men-

ção a proposta de trabalho: Especialistas do Riso. O projeto é uma Organização Social Civil de Interesse Público (OSCIP), de Utilidade Pública (UP), sem fins lucrativos ou econômicos. Hoje o projeto tornou-se um programa, pois é composto por vários projetos sociais, entre eles: 1- Projeto Riso nas pediatrias (para crianças e adolescentes em tratamento de saúde); 2 - Projeto Riso para a melhor idade (para pessoas que estão em asilos); 3 - Projeto Riso para as crianças e adolescentes da Casa de Passagem (para crianças e adolescentes em regime de internamento por proteção judicial, crianças que sofreram abusos ou violência doméstica),


4 - Projeto Riso curso de formação (para preparação de novos voluntários e reciclagem dos voluntários antigos); 5 - Projeto Riso eventos especiais (para atender convites de entidades carentes em ocasiões especiais como aniversário e eventos comemorativos, Ex. APAE); 6 - Riso palestras (palestras e interferência em seminários e congressos variados para estudantes ou profissionais); 7 - Projeto Riso atendimento a pesquisas de estudantes em formação (1°, 2°, 3° e 4°). Todo o trabalho é desenvolvido por 52 voluntários capacitados através de cursos específicos de formação em terapia de humanização hospitalar, pessoas de diversas áreas de formação profissional, entre eles advogados, administradores, enfermeiros, médicos, engenheiros, dentistas, psicólogos e estudantes. As crianças internadas sempre esperam ansiosas o retorno das "Doutoras" e dos "Doutores" do riso. Em cada um dos hospitais a visita acontece uma vez por semana com horário marcado que é cumprido rigorosamente pela equipe dos "Especialistas do Riso". De acordo com Roszigraci, a intenção do trabalho é humanizar ambientes onde existam pessoas carentes de amor e humor e levar altas doses de carinho para os pacientes que se

encontram em momentos de fragilidade física e emocional. È com grande alegria que os Especialistas do Riso levam alegria para quem precisa de uma atenção especial. É com pequenos gestos de amor que vão transformar o Natal de muitas crianças em um "Natal do Riso".

Onde atuam? HUCAM - Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes - Vitória/ES Visitas: Segundas à tarde HSCM - Hospital Santa Casa de Misericórdia - Vitória/ES Visitas: Segundas à tarde Hospital Santa Rita Visitas: Segundas à tarde Hospital HPM Visitas: Segundas à tarde HINSG - Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória - Vitória/ES Visitas: Sábados à tarde Casa de Passagem Alice Coutinho Santos/ Cariacica Visitas: Uma vez por trimestre Asilo de Idosos Visitas: Uma vez por trimestre Hospital Dório Silva Visitas: Uma vez por mês

Como ajudar? 1) Sendo voluntário, o projeto possui um sistema de inscrição que deverá ser feito via telefone (27) 3227.1688, de segunda a sexta-feira, de 14 às 18 horas. Para ser voluntário é preciso aguardar uma fila de espera. Mas, o importante é não desistir. Após o processo é só participar de um curso com carga horária de 40 horas e acontece uma vez por ano. 2) Como patrocinador, pois o programa Especialistas do Riso necessita de dinheiro para manter suas ações. Se doar como Pessoa Física: até o dia 31 de dezembro, então pegará uma declaração para deduzir do Imposto de Renda (IR). A doação no ano seguinte, 6% do IR. Se doar como Pessoa Jurídica: até o dia 31 de dezembro, então pegará uma declaração para apresentar ao IR, deste será abatido 1% se a empresa não declara lucro real ao IR ; e 2% se a empresa declara lucro real ao IR, e ainda, a sua empresa terá várias contrapartidas tipo retorno em marketing de responsabilidade social, selo de responsabilidade social, e outros. 3) Doando brinquedos novos, ou equipamentos para o dia a dia dos projetos. Contato: www.especialistasdoriso.com.br Telefax (27) 3227.1688 Horário de atendimento de segunda a sábado, de 14 às 18h.

revista VITÓRIA [15]


[ Especial ] Frei Carlos Alexandre Rubim

“Natal é

tempo de rever

Gosto de Carlos Drummond quando em uma de suas poesias brinca dizendo que: "muito feliz foi quem inventou esse negócio chamado ano", mas ele tem razão. Vivemos ou não de datas, de festas e de natal? Por isso não vai custar pensar em algumas coisas, como por exemplo: rever. Antes, porém de rever, é preciso apreciar algumas coisas. Lembro-me de três símbolos importantes desse período: a manjedoura; que bonito e simples esse cenário começado por São Francisco no intuito de mostrar a singeleza do natal; depois a árvore, afinal quem não gosta de montar e iluminar uma árvore de natal? Mas a mesma tem um sentido bonito, pois os pinheiros não secam suas folhas com facilidade, assim é Cristo, ele é sempre vivo em nossa vida; por fim, e com ousadia de minha parte, o Papai Noel. Não falarei mal do bom [16] revista VITÓRIA

velhinho e acredito que as Igrejas deveriam pensar que a sociedade que o colocou como símbolo do mágico (claro que com intenções de capital), mas nossas crianças acreditam; é triste, mas têm pais, que em nome da "religião" não deixam uma criança se quer falar no bom velhinho. Se o papai-noel está ganhando no IBOPE e Cristo sendo esquecido, será que não é um erro nosso, nós os cristãos? Será que estamos falando do Cristo de fato, e mais do que isso o testemunhando? Quem sabe se assim refletirmos nosso aniversariante não terá um pequeno es-

paço nessa bonita festa? Por isso rever é importante. Po d e r i a ser um desrespeito ao leitor dizer que somos parecidos com um carro que de ano em ano precisa de algumas revisões, mas é claro que no carro não fica bem fazer a revisão somente de ano em ano, algo que se pode aplicar a todos nós


também. Tem gente que passa das quilometragens permitidas da vida, ou seja, um ano de sobrecarga, de muitos sofrimentos, de situações bem adversas as ge-

ralmente esperadas e, claro, desejadas nesse período; por isso ao invés de dizer que o natal é tempo de colocar as máquinas bem, falaremos tempo de revisão, e por isso o advento. A espera (advento) não significa uma espera passiva, apenas numa atitude de célebres "bobos" que aguardam a vinda de alguém; definitivamente errado, pois, o advento é uma

espera, que é mais bem expressa na palavra esperança: um esperar ativo, quase providente e cheio de atitudes. Como dicas de revisão nada melhor que tirar algumas mágoas do nosso coração, ou até mesmo de nosso ambiente. E pensarmos que o próximo ano, que nada mais é que uma mudança de número, não é mágico por si, mas um campo possível de melhoras, se de fato se fizer por onde. O certo é que, o primeiro a fazer a revisão e talvez único é cada um em seu silêncio, talvez por isso o "Noite Feliz" é cantado em inglês como "Noite do Silêncio", numa tradução aqui feita. Mas é bonita a letra pois, de fato, diante do Cristo não temos outra atitude, que não, o silêncio; e para melhor estarmos diante dele nada mais adequado que um bom coração. O natal passa a ser "mágico" quando fazemos do mesmo uma experiência de fé, quando o Cristo não é sinal de divisão, quando todos podem cear juntos, quando de fato a justiça é pensada, quando o poder é o serviço, quando a bondade é partilhada e a caridade exaltada. No fundo o natal é um importante dia, por isso tempo de rever, e todos temos alguma pecinha precisando de revisão. A revisão será o ótimo passaporte para um ano seguinte melhor, essa não é uma receita, mas acho que pode dar certo. Feliz Natal!


[ Especial ] A Redação

Diga não à exclusão social e viva um natal diferente! A solidariedade não pode ser esquecida neste natal. A comunidade Jesus Está Vivo procura viver isto o ano todo. Com o objetivo de quebrar barreiras e promover a paz, na cidade de Vitória existe a comunidade "Jesus Está Vivo". Ela promove um projeto de evangelização para que os "meninos das ruas" conheçam o verdadeiro sentido da vida que é encontrado em Jesus. Vitor Paris, membro da comunidade, afirma que o principal motivo dessas crianças estarem nas ruas são os conflitos familiares, portanto o projeto Emanuel realiza um trabalho conjunto entre criança e família tentando reestruturar essa relação tão importante na formação para a vida. Em um mês o projeto atinge cerca de 60 crianças, com uma média de 15 por semana. Os missionários da comunidade visitam os locais onde vivem essas crianças e sempre são mui[18] revista revistaVITÓRIA VITÓRIA

to bem recebidos. André Felipe, coordenador do projeto, diz que elas mantêm um vínculo muito forte de amizade. "Nós chegamos ao local em paz, com violão, músicas e cantamos com todos. Eles abrem o coração e conversam sobre tudo com a gente", afirma André. Os missionários iniciam o contato com a roda de música e a partir dessa situação as crianças vão ficando mais tranqüilas o que facilita a conversa que se torna mais séria. Após essa abertura, os missionários conversam sobre os perigos que as ruas trazem para a vida deles,

além disso fazem um trabalho psicológico tratando as drogas como uma degradação ao ser humano. "Eles ouvem e têm a consciência de que o uso das drogas faz muito mal a saúde, muitos choram e cobram da gente essas diferenças sociais. É nesse momento que agimos como missionários. Falamos sobre a palavra de Deus e procuramos trazer o evangelho para a realidade deles, com força e fé afirmamos que eles podem sair dessa vida", completa André Felipe. Esse trabalho tão especial proporciona a verdadeira vivência do amor de Deus e se você quiser fazer algo diferente nesse natal e puder ajudar voluntariamente é só procurar a comunidade "Jesus Está Vivo" no seguinte endereço: Rua Tereza Zanoni Caser, n° 1, Jardim da Penha, Vitória ES. E para quem deseja conhecer melhor o trabalho dos missionários que também desenvolvem outros projetos, o telefone de contato é o: (27) 3227-1342.


[ Sociedade ] Elaine Butter Santos Thiago Souza

Virada de

Ano,

Ao término do ano chega um momento de reflexão, de análise de tudo o que foi feito como também o que se deixou de fazer. É um período de renovação de fé; e a crença é de que com um ano novo tudo poderá ser feito e da melhor forma possível. À noite do dia 31 de dezembro, tradicionalmente, é de festa com vários desejos e muita esperança. Esse momento gera expectativa de que aquilo que não foi possível no ano velho há de ser realizado no novo ano.

Também nesse momento várias simpatias são feitas. Quer dinheiro? Use uma roupa amarela. Para se conquistar um amor deve-se usar cor de rosa. Também não se pode usar roupa apertada porque poderá passar aperto durante todo ano. As comidas também são especiais, há quem acredite que deva comer lentilhas na virada do ano e nada de comer frango, pois vai ficar o ano todo só ciscando. Mas nesse dia o que mais se vê são pessoas vestidas de branco, o que simboliza um desejo de paz. É uma grande reunião, uma confraternização com ritmos e desejos diversos. Há pessoas que vão a praia para somente ver a festa dos fogos de artifício estourando no céu e anunciando a chegada de um novo ano. Nesse mesmo ambiente há pessoas que estão realizando vários rituais, pulando ondas, batendo o pé no chão, enfim, são muitas as simpatias feitas nesse período. Será isso certo e como nós, católicos, devemos

momento de oração e fé

nos comportar na virada do ano? Para o padre Hiller, pároco da Igreja São Francisco de Itapõa Vila Velha, ou seja, uma paróquia a beira-mar, ele tem ciência de que muitos de seus paroquianos irão à meia noite na praia para ver os ritos do novo ano. "Os paroquianos gostam de ir a praia para ver a queima de fogos de artifício que embelezam a noite da virada. Agora, nada de superstições e práticas que não condizem com a fé católica. Isso deve ser evitado com firmeza pelo cristão católico" afirma, Pe. Hiller. As festividades de final de ano são boas ocasiões para o agradecimento a Deus por tudo o que tivemos de oportunidade ao longo de um ano e ao mesmo tempo um pedido de perdão se por negligência, talvez, deixamos de fazer o que deveríamos ter feito, sobretudo o bem. Há de ser um momento de confraternização em família e com os amigos. Alegria, votos e desejos de um bom começo de ano, sorrisos e abraços, comida e bebida sem exageros, tudo é válido para uma ocasião tão especial e significativa. Assim é que a Paróquia de São Francisco costuma fazer nesse período, segundo Pe. Hiller. "Em tudo um testemunho de uma fé viva e cristalina, de pleno acordo com a Doutrina da Igreja", manter a integridade da fé é extremamente importante e urgente para um bom começo de ano, de acordo com o padre. Ele ainda afirma que usar roupas brancas, chupar

uvas, pular ondas, jogar flores para Iemanjá, isso não se encontra nas orientações da Igreja. O católico não deve fazer esses rituais e nem usar de superstição na virada do ano. Aproveitando a oportunidade Pe. Hiller deseja a todos um Feliz e Santo Natal. "Que a força do Menino Jesus que repousa em sua manjedoura ao lado de Maria e José seja a tua luz, tua coragem, tua força e proteção em cada dia do ano de 2009". O melhor é viver esse momento em confraternização e, especialmente, participando das missas nas comunidades.

Veja os horários e participe: Missa de Ano Novo dia 31/12/08 Z Igreja São Francisco de Assis - 21h Z Catedral Metropolitana de Vitória - 19h Z Basílica de Santo Antonio - 20h O importante é estar na virada do ano com seu pensamento voltado a Deus e pedir a Ele que o ano de 2009 seja de muitas realizações e conquistas. Depende de você fazer com que o novo ano seja um ano bom. Feliz Ano Novo!!!

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[ Direitos ] Vander Silva

Todos os seres humanos têm direito a... Em 2008 a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 60 anos com muito a ser cumprido para ser uma realidade em todo o Brasil e no mundo.

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A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumerados os direitos que todos os seres humanos possuem. Ela busca o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente a declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades.

Veja o que diz alguns artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos: Z Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. Z Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Z Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Z Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei. Z Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. Z Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em particular. Z Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. Z Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de usufruir das artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.


Observando estes artigos, percebemos que no dia a dia estas resoluções são constantemente esquecidas pelos nossos governantes em todas as instâncias. No Espírito Santo, o Movimento Nacional de Direitos Humanos aponta em seus textos a corrupção nos presídios do Estado, onde os detentos vivem em condições desumanas e são inclusive vítimas de torturas e assassinados. A entidade, inclusive, já apresentou reclamação contra o próprio Ministério Público do ES, por considerar que o órgão age com inércia enquanto deveria apurar as denúncias. O crime organizado no Estado também é um grande empecilho à garantia dos direitos humanos. O assassinato do Juiz Alexandre Martins de Castro Filho, em 2003 no município de Vila Velha, nos mostra como, muitas vezes, as pessoas que buscam garantir os direitos dos cidadãos e combatem o crime organizado estão desprotegidos perante o esquema dos corruptos. Como podemos anunciar os direitos à segurança, se nem os membros do judiciário podem se sentir protegidos? Como também podemos podemos acreditar que temos direitos de expressar nossas opiniões se um dos principais veículos de comunicação do Estado, a Rede Gazeta, foi vítima de grampo telefônico, em 2005, sem que os culpados fossem apontados e julgados? No dia a dia, nossos direitos são constantemente vilipendiados, como no transporte co-

letivo, a qualidade das escolas públicas, segurança e saúde. Por outro lado, temos ações de solidariedade como no recente caso de alagamento em Santa Catarina, voluntários em hospitais e escolas, além de conselhos populares que cobram e fiscalizam o poder público. Isto nos mostra que no ano em que se comemora o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, as notícias que recebemos sobre a situação dos direitos humanos no Brasil e no mundo vêm trazer, muito oportunamente, o tom de sábia advertência que estava faltando; as coisas melhoraram muito, mas nem tudo vai bem. A violência nas grandes cidades, o desrespeito ao cidadão, os atentados à dignidade humana, as desigualdades extremas, de forma dissimulada ou explícita, ainda fazem parte do cotidiano de boa parte dos países que assinaram a Carta da ONU, inclusive o Brasil. Em contrapartida, parece que há algo de novo e muito estimulante no ar. No Brasil, pelo menos, já é possível perceber uma mudança substancial quanto à questão da cidadania e da garantia dos direitos individuais, traduzida pelas iniciativas cada vez mais freqüentes da sociedade civil. A cidadania é direito de todos e também um dever de todos, portanto seja através de entidades organizadas ou individualmente, todos nós temos um papel importante para a efetivação da Declaração Universal dos Direitos Humanos no Brasil.

revista VITÓRIA [21]

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[ Igreja ]

Nossa Senhora de Guadalupe Nossa Senhora de Guadalupe, tem os traços da América e representa a resistência de uma cultura nativa diante da colonização européia. Por isso todo o povo se identifica com ela e a venera. Em tempos de grande conflito entre os indígenas e os colonizadores europeus que chegavam à América, ano de 1531, na cidade do México, Nossa Senhora apareceu ao asteca Juan

Diego, mostrando ser mãe protetora dos indígenas e da nova terra. Quando se dirigia à missa, Juan Diego ouviu uma voz que o chamava. Vê então a imagem da Virgem iluminada, com roupas e traços do povo asteca. Maria pede a ele que vá dizer ao bispo que construa aí um santuário em sua honra. Diante dos questionamentos do bispo, a Virgem realizou alguns milagres: curou o tio de Juan Diego e fez brotar rosas na colina de Tepyac, onde apareceu. Pediu para o indígena para le-

var as flores para o bispo. Ao entregar as rosas, Juan Diego abriu o manto (tilma) que carregava, e nele, como que impressa, apareceu a mesma imagem que Juan havia visto no monte. A veneração da Virgem de Guadalupe, desperta no povo grande confiança filial; constitui, além disso, um estímulo à prática da caridade cristã, ao demonstrar a predileção de Maria pelos humildes e necessitados, bem como sua disposição em assisti-los. Sua festa é celebrada a 12 de dezembro.

não querendo oferecer sacrifício aos deuses e nem quebrar o seu santo voto, teve que enfrentar as autoridades perseguidoras e até a decapitação em 303, para assim testemunhar com a vida, ou morte o que disse: "Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade". Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Ilha da Sicília. A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte

no início do século IV. Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão ("Luzia" deriva de "luz"), já era exaltada desde o século V. Além disso, o papa Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com todo respeito para ser citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam, principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da cegueira.

Santa Luzia Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, a ponto de Luzia ter feito um voto de viver a virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe queria vê-la casada com um jovem de distinta família, porém pagão. Ao pedir um tempo para o discernimento foi para uma romaria ao túmulo da mártir Santa Ágeda, de onde voltou com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto ao sofrimento por que passaria, como Santa Ágeda. Vendeu tudo, deu aos pobres e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa. Santa Luzia, [22] revista VITÓRIA


A Sagrada Família Para muitos, no dia 26 de dezembro o Natal já passou e a vida retorna às atividades normais. A Igreja, no entanto, observa uma Oitava do Natal até 1º de janeiro (seguindo a prática judaica de 8 dias de celebrações) e um período de Natal estendido até dia 6 de janeiro, a Festa da Epifania (atualmente celebrada no domingo entre 2 e 8 de janeiro). No domingo entre o Natal e 1º de janeiro, a Igreja celebra a Sagrada Família. Esta festa é especialmente importante hoje quando muitas famílias enfrentam lutas e desafios para viver a sua Fé. A Família de Belém é o reflexo mais puro da Santíssima Trindade, que - não nos cansaremos de repetir com João Paulo II - "não é uma solidão,

mas uma família, já que traz em si mesma a paternidade, a filiação e a essência da família, que é o amor". Por isso também se chamou a Jesus, Maria e José "a Trindade da terra". E um dos clássicos castelhanos pôs-lhes o título de "Os Três Sóis", de Antônio Orozco. Na Sagrada Família, Jesus é o Sol dos sóis: a Luz do mundo! A Virgem Maria é um sol que ilumina sem ofuscar; sem fazer milagres na terra, limita-se a ser Mãe. José, homem escolhido desde a eternidade para ser o patriarca da Família do Filho de Deus, e de todos os filhos de Deus que por dom gratuito somos, é um homem justo, no sentido bíblico da palavra, isto é, santo, cheio de graça santificante e de todas as virtudes ne-

cessárias para cumprir perfeitamente a sua missão de pai adotivo de Deus feito carne. Quando esses três Sóis brilham numa família, essa família resplandece. Reina nela uma comunhão delicada de pessoas que exclui a solidão, essa falta de luz, de carinho e de paz. Os Três Sóis gostam de habitar no espaço íntimo dos corações, mais do que na superfície do mundo. Chegará o dia em que - como diz a Escritura - a cidade não necessitará nem de sol nem de lua para a iluminar, pois será iluminada pela glória de Deus e a sua luz será o Cordeiro (...). Não haverá noite (Ap 21,23-25).

"Imaculada Conceição?" Significa que Maria, a Perfeita Discípula de Jesus, recebeu do Senhor um dom especial: nascer mais íntegra do que nós, com mais capacidade de ser livre e acolher a proposta divina. Esse dom tem sua raiz na Graça. Maria nasceu sem a marca do pecado original. O dogma da Imaculada afirma que Maria é pré-redimida por Cristo. Ela recebe sua graça salvadora numa intensidade maior do que nós. Assim desenvolve melhor sua missão de perfeita discípula, educadora e mãe do Messias.

Esse "privilégio", não a transforma numa pessoa orgulhosa, pelo contrário, Maria passou pelo esforço de ser peregrina na fé. Ela não nasce prontinha. Também é aprendiz na vida. No início, ela não entende tudo (Lc 2, 49-50). E no correr da vida Jesus a surpreende muitas vezes (Mc 3, 31-35). Mas diferentemente de nós, Maria trilha um caminho sempre positivo, sem desvios falsos ou atoleiros, desenvolve muitas as suas qualidades humanas, tornando-se criatura mais santa, mais inteira, mais "dona" de si e aberta a Deus.

Imaculada Conceição A Bíblia não afirma diretamente que Maria é Imaculada. Se fosse assim, não seria necessário o dogma, que justamente aprofunda e amplia o sentido das palavras da Sagrada Escritura. Levando em conta a tradição católica dos últimos séculos e o pedido de muitos leigos e bispos, o papa Pio IX proclamou em 1854 o dogma da Imaculada Conceição. O que significa

revista VITÓRIA [23]


[ Cultura ] Pe. Dauri Batisti www.essapalavra.blogspot.com

tempo, dia, horas

Queremos agarrar o parar o

Se mais ou menos quatro horas da tarde na minha infância bonita era o tempo de voar no chão correndo nos morros quando deveria tocar os bezerros para o curral, agora, esse mesmo horário me faz pensar com sentimentos a importância dos momentos em que nos encontramos com outros eus, realidades, dimensões, ações, pessoas.

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esticar as


Encontro é uma palavra tão bonita e o que ela expressa também, mas nela mesma existe uma outra beleza não tão explícita que precisa ser vista, pois encontro é ir contra, também. Se encontro pode ser entendido como reunião, pela união de interesses, aspirações, sonhos e intenções, há de não se esquecer de que também implica em ser contra e dizer não. Fico em dúvida... Qual a melhor conexão? Talvez seja a tarde a darlhe o melhor entendimento. Era por volta das quatro da tarde quando dois discípulos de João Batista encontraram-se com Jesus. (Jo 1, 39). Sempre me encantou a marcação dessa hora. Parece que ele fez poesia com isso. Marcando a hora ele embelezou o encontro e a tarde, dando-lhes a sinuosidade de uma dança. Repare na tarde. Vê se ela não te seduz? Não te leva, ela, feminina, linda, para um canto? Não te canta com insinuações de pensamentos que te levam a pensar a si mesmo, a vida e o mundo? Um encontro à tarde fica para sempre. Reconciliação boa mesmo se dá à tarde. Lembra às três horas de dois mil anos atrás? Aos amigos brigados a tarde presencia o desmanche de laços atados em nós malditos de desentendimentos e refaz a amizade, mesmo que com sacrifício. À tarde o café tem muito mais sabor do que pelas manhãs. De manhã ele é necessário, faz parte do ritual de acordar. À tarde o café se saboreia num devaneio mesmo que rápido demais ou num encontro que se alonga de menos. Tão bom seria ficar só por mais um

momento pra terminar um pensamento ou conversar um pouco mais, entre um movimento e outro da xícara levada aos lábios, no corre-corre de um dia de trabalho. Não sei não, mas me arrisco em afirmar que a tarde é a matriz das poesias. Por quê? É a hora dos encontros; com Deus, com o mundo, com os pensamentos, com as palavras. Talvez seja a hora de ligar para o filho ou se permitir um momento de sossego. Talvez seja a hora de ser mais afetuoso com a pessoa que esbarrou contra você na rua. E se for das contrariedades a hora? Tentar entender-lhes os recados. E quando toca a "Ave Maria"? Heim? Uma pontinha de dor atravessa o coração. O dia e a noite se dão, se esbarram, se encontram. Encontramos o fim. Queremos agarrar o tempo, parar o dia, esticar as horas. Por isso gosto do horário de verão. A noite chega mais tarde. Não faz mal uma pequena ilusão. Mas é outra a hora. A de ir, de se despedir, de deixar correr o que precisa ir. O encontro que aconteceu, aconteceu. Acabou. O coração ao deixar ir o dia, mesmo sem belos e significativos encontros, quem sabe, torna-se mais terno e disponível para outros esbarrões, colisões. Indo contra você encontra. Ou, quem sabe, ainda, torna-se mais eficaz em fazer, como diz Fernando Pessoa, da procura um encontro*. Eu comigo mesmo consigo um encontro sempre. À tarde de preferência. Será que me acho? Se não me acho, pelo menos desfaço as Contrariedades do dia e entro na noite mais leve.

Trajes de: Noivas, Noivos, Debutantes, Damas, Pagens, Ternos e Roupas para Festa

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Palavra Amiga

Jesus

o grande presente do Natal!

Chegou dezembro: é Natal! Motivo de muita alegria e esperança, pois vai nascer o menino Jesus. A criança do presépio é o filho de Deus encarnado, que nos ama e nos quer como seus discípulos e missionários. Ao olharmos o presépio nestes dias de festa possamos compartilhar sentimentos de amor. Amor a Deus que nos amou primeiro e veio ao nosso encontro (1Jo 4,19). E também possamos ir ao encontro do próximo que necessita de amor e de vida e pela fé sejamos "o presente" para essas pessoas.

Ao falar de presente não poderia deixar de registrar o belo presente que foi a vida de Dayane Soares para nós da Rádio América e Revista Vitória. Foi breve sim, mas uma imensa alegria estava no seu viver. Temos um anjo que olhará sempre por nós. Nossa querida colega de trabalho, a Dadá, Day, enfim, anjo que o Senhor permitiu que ficasse entre nós e partiu de volta à casa do Pai. Resta-nos as lembranças, as saudades, mas tristeza jamais. Nossa existência é fecunda de eternidade, nascemos para ressuscitar. Importante é lembrar que deste mundo nada iremos levar e devemos ajuntar tesouros no céu que é onde viveremos eternamente. Ficamos profundamente abalados, mas a certeza da ressurreição nos devolve a alegria de viver e transforma nossa tristeza em esperança e luz. Quem a conheceu lembrará com saudade do seu sorriso que estará gravado para sempre no coração.

Dayane, saudades.... Portanto, queridos amigos, sócios e assinantes, somos peregrinos do Pai aproveitemos com sabedoria e humildade o nosso tempo. Continuemos trabalhando generosamente para que o amor de Deus seja cada vez mais levado às pessoas e Jesus mais conhecido e amado. Que em 2009 esta obra de amor e missão evangelizadora que fazemos parte possa continuar despertando os adormecidos. Desejamos a você, sócioamigo, assinante, aos representantes e a todos os ouvintes um Santo e Feliz Natal, um abençoado Ano Novo. Paz, prosperidade e muito amor para toda a sua família!!! Com as bênçãos e a proteção da Sagrada Família de Nazaré. Um beijo do menino Jesus pelos lábios de Maria em cada um. Feliz Natal!!! Vania Maria


3º PRÊMIO – final de semana na Pousada dos Pinhos nº 04813 - JOSÉ COAIOTO

1º PRÊMIO – microcomputador completo + impressora laser nº 05050 - NEY FRIGINI

2º PRÊMIO – tv 29 polegadas nº 06755 - BETÂNIA BRIDI

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Periodicidade: mensal



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