Revista Vitória - Nº 1 - Fevereiro/2009

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IMPRESSO

Ano 4 • Nº 01 • Janeiro/Fevereiro de 2009

Novo coordenador pastoral Págs. 06 e 07

Vinde e Vede 2009 Pág. 23


Elaine Butter

criança

Espaço

Quanta saudade!!! E retornamos junto com as aulas,

io amigo, Este é o nosso sóc io, do Ygor Alves Sperand ma ne ra Pi o irr Ba

e aí está preparado? Pique

novo é importante, pois o ano promete. Saiba que terá muito que aprender já que as novas regras da língua portuguesa estão em uso desde 1º de janeiro. Muita coisa mudou, mas vou te dar uma ajudinha,

fique tranqüilo. E para começar vamos já retirar o trema de

tranquilo que só vai existir nas palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Vários acentos desapareceram, tipo: ideia, heroico, Coreia e paranoia. O alfabeto passa a ter 26 letras com o acréscimo das letras “k”, “w” e “y”. Algumas palavras compostas ganharam hífen e outras perderam, como tele-educação e antiaéreo. De início pode mesmo embaralhar a cuca, mas aos poucos todos irão dominar as novas regras. O acordo ortográfico unifica o português escrito em oito países em que é língua oficial: Brasil, Portugal, Cabo Verde, Timor Leste, Guiné-Bissau, Moçambique, Angola e São Tomé e Príncipe. O português é falado por 240 milhões de pessoas sendo a 6ª língua mais falada no mundo e a 3ª mais falada no Ocidente. Bem se vê que 2009 começou acelerado. Então, não perca tempo e ânimo para as aulas. Apague: auto-ajuda feiúra vôo lêem contra-regra manda-chuva dia-a-dia assembléia lingüiça antiinflamatório microondas infra-estrutura

Tome nota: autoajuda feiura voo leem contrarregra mandachuva dia a dia assembleia linguiça anti-inflamatório micro-ondas infraestrutura

e você mbrar qu o ou le m o b é fot ças s mudan andando ia m r a á ç v n m ia o r C oC do Espaç participa para: desenho 2 Santos, 4 Oliveira ória – ES e d it V o t – r e o r lb t A n e a C u R 16 – s – sl. 19 Ed. Ame 1 10-90 CEP: 290

im Beijim, beij ! da Tia Elaine


[ Editorial ]

REVISTA DA ARQUIDIOCESE DE VITÓRIA DO ESPÍRITO SANTO Rua Alberto de Oliveira Santos, 42 Ed. Ames - Sala 1916 a 1920 CEP 29010-901 - Vitória – ES Tel.: (27) 3322-0082 revistavitoria@aves.org.br ARCEBISPO DE VITÓRIA Dom Luiz Mancilha Vilela CONSELHO EDITORIAL Dom Mário Marquez (Coordenador) Pe. Anderson Gomes Elaine Silveira Butter Santos Vander Silva Jorge Villena Medrano GERENTE EXECUTIVO Jorge Villena Medrano JORNALISTA RESPONSÁVEL Vander Silva Reg. 01438 DRT – ES ADMINISTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Fundação Nossa Senhora da Penha do Espírito Santo Tel.: (27) 3322-0082 Fax: (27) 3322-4960 PRESIDENTE Dom Mário Marquez DIRETOR SECRETÁRIO Fabricio Zouain DIRETOR FINANCEIRO Paulo Roberto Caon DIRETORA SECRETÁRIA ADJUNTO Ângela Abdo GERENTE ADMINISTRATIVA Elaine Silveira Butter Santos ESTAGIÁRIA Juliana Freitas EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Comunicação Impressa Tel.: (27) 3319-9062 IMPRESSÃO Gráfica GSA Tel.: (27) 3232-1266 Os artigos publicados são de inteira responsabilidade dos autores.

A Paz é fruto da justiça Caro leitor, A Igreja sensibilizada diante de tanta violência, insegurança e medo em que a sociedade atual vive, tanto no campo quanto na cidade, propõe-se a evangelizar com foco na cultura da paz. Para atingir esse objetivo, o início do ano de 2009, traz como tema de discussão para a Campanha da Fraternidade “Fraternidade e Segurança Pública”. O apelo é: Vamos construir a paz! Vamos criar e cultivar a cultura de paz! A paz, segundo as Escrituras, é sempre consequência de uma conquista interior, de uma batalha interior contra a soberba, o egoísmo, a estreiteza do coração, a indiferença e, sobretudo, contra o individualismo exorbitante, portanto, a paz é uma construção que acontece de dentro para fora, a partir dos valores evangélicos. É necessário esforço pessoal para exercitar a paciência, a mansidão, a bondade, a esperança, a alegria, o desprendimento, a misericórdia, o perdão e, o amor à medida de Cristo. É assim que se constrói a verdadeira paz, a paz anunciada por Jesus. Ao preocupar-se com a Segurança Pública, a Igreja se propõe a pensar a evangelização através de ações educativas que formem consciências e imprima entre os fiéis o respeito e a dignidade pelas pessoas. É dos pequenos gestos e atitudes que nasce a justiça e a paz. Chama-se justiça ao ato humano que expressa o esforço sincero por cumprir a vontade de Deus, manifestada nos mandamentos, nos deveres pessoais e sociais e nas circunstâncias concretas da vida. Trilhando esse caminho estaremos construindo a paz tão desejada. Para iniciar esse caminho faça algumas perguntas para você mesmo(a). 1. Quais são os gestos e atitudes que provocam em você algum tipo de violência? 2. Como você exercita o controle de suas reações diante de conflitos ou situações de risco de violência? 3. Onde está sua segurança? Busque a misericórdia, o perdão, a reconciliação e então estará construindo a fraternidade na paz e na justiça.

D. Mário Márquez, ofmcap Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo Presidente da Fundação Nossa Senhora da Penha


[ Acontece ]

CEBI Noite de abertura do ano 2009 do Centro de Estudos Bíblicos – CEBI, dia 16 de fevereiro às 19h, na rua Duque de Caxias, 121, edifício Juel, sala 206, Centro, Vitória. Na programação: Momento Celebrativo; apresentação das atividades de 2009; entrega dos certificados dos cursos de 2008; lançamento do livro: Homilia: A Palavra de Deus no Tempo Comum do Pe. Manoel David Neto. Mais informações: 3223-0823. ○

Curso de teologia para leigos A Paróquia São Francisco de Assis, em Jardim da Penha, mais uma vez abre turmas para o curso de Teologia para Leigos. A aula inaugural será no dia 02 de março às 20h no anexo à Matriz, onde funciona o curso. São quatro aulas semanais feitas as segundas e terças com duas opções de horários: à tarde (15h30 às 17h30) e à noite (20h às 22h). As inscrições podem ser feitas até o dia 27 de fevereiro na secretaria paroquial. Mais informações: 3225-9825. [ 4 ] revista VITÓRIA


[ Acontece ]

Ore com ele O mês de dezembro de 2008 foi marcado por muitas festividades. Entre elas a comemoração do 40º aniversário de sacerdócio de Dom Luiz Mancilha Vilela. A alegria fez parte dessa festa em que se celebrou mais um ano da realização de um sonho na vida de nosso arcebispo. Para isso uma programação especial foi preparada com muito carinho e dedicação. No dia 20 de dezembro aconteceu o lançamento do livro de poesias ou orações, como Dom Luiz prefere chamar: “Ore comigo”. Palavras dóceis, simples e marcantes fazem parte dessa obra que emocionou e ainda emociona muita gente ao ler. A abertura do evento, que aconteceu nos arcos do convento de São Francisco, contou com a presença de familiares, amigos e autoridades políticas. Várias homenagens foram feitas entre músicas e recitação de poesia.

Dom Luiz estampava a felicidade em cada sorriso, em cada abraço, em cada autógrafo. “Estou feliz e agradecido a Deus por completar 40 anos de graça, e o sentido de toda a festa foi o reconhecimento da ternura de Deus para com a minha vida. Me sinto gratificado pela reação positiva dos leitores, que afirmam se sentir bem ao ouvirem o cd e lerem ao mesmo tempo. Eu sinto que eles oram comigo. Também agradeço a Maria da Luz Fernandes, pelo trabalho que foi muito bem produzido”, afirma o Arcebispo de Vitória.

Estou feliz e agradecido a Deus por completar 40 anos de graça, e o sentido de toda a festa foi o reconhecimento da ternura de Deus para com a minha vida.

Dando continuidade ao evento no dia 21 de dezembro, domingo pela manhã, uma missa foi preparada para agradecer a Deus pela vida de Dom Luiz. O presidente da celebração foi Dom Serafim, arcebispo emérito de Belo Horizonte, o mesmo sacerdote que ordenou Dom Luiz há 40 anos. A catedral estava repleta de fiéis que também quiseram prestigiar e fazer parte desta ocasião. Foi um momento de fé e religiosidade do povo capixaba. O livro “Ore comigo”, possui também um CD em que algumas poesias são recitadas por Dom Luiz. Entre música e versos, Deus se torna a inspiração deste grande comunicador. Para quem deseja adquirir o livro que já está em sua segunda edição é só comparecer à Mitra Arquidiocesana de Vitória, que se localiza na Rua Soldado Abílio dos Santos, número 47, na Cidade Alta em Vitória. O custo é de R$ 10,00 e mais informações podem ser obtidas pelo telefone (27) 3223-6711. revista VITÓRIA

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[ Igreja ] Brunella Marins

O

Novo

Coordenador de Pastoral Originário de uma cultura rural, Kelder José Brandão Figueira nasceu e viveu até o início da adolescência em Guarapari. Como todo lugar rural, a religiosidade é sempre presente entre as pessoas. Foi neste aconchego, envolto de devoção, que desde criança, aprendeu a respeitar e amar a Deus, e também a admirar seus feitos que são conhecidos através da religião. Ao acompanhar a mãe e a avó, muito católicas, adquiriu amor à Igreja. Com o passar do tempo surgiu o amor pelo presbitério. À medida que crescia, aumentava também o fascínio pela obra de Deus. Para o padre, a primeira vez que pensou em se tornar um mensageiro de Deus foi quando ouviu um hino que cantavam na comunidade de São Sebastião, no trevo de Guarapari. “Um hino muito bonito e bem conhecido de nossas comunidades que retrata bem a vida de Jesus Cristo: seu nome é Jesus Cristo e passa fome... foi com esse hino que tudo começou...”, afirma. O padre considera sua caminhada até tornar-se um sacerdote, cheia de boas experiências. “Desde que entrei para o Se[ 6 ] revista VITÓRIA

minário, minha dinâmica de vida mudou muito. E, agradeço a Deus a oportunidade que tive de ter a minha vida associada ao ministério presbiteral. Não considero a vocação algo estanque ou absoluto, mas, como uma dinâmica que devemos estabelecer em cada momento. É um desafio a ser superado a cada instante e isso é muito gratificante, embora, exija muito de cada um. A caminhada para o ministério nunca chega ao ocaso. Cada instante é uma nova aurora que deve ser vivida em toda sua pujança e esplendor. Isso é, ao mesmo tempo belo e assustador. Por isso, devemos cultivar sempre um espírito de humildade e de discernimento diante desse dom que é a vocação ministerial para o presbitério: algo belo e, ao mesmo tempo, apavorante!”, garante. Com a responsabilidade que desenvolve seu ministério, considera a ação pastoral como um trabalho simples, que para ele é apenas um mero servidor do Reino. “É o Cristo quem nos precede no pastoreio como precedeu aos apóstolos na Galiléia, de maneira que, a nossa ação como pa-

dre, consiste apenas em perceber e organizar a potencialidade das pessoas que formam o conjunto maior da Igreja e, coletivamente pensar as ações. Já está tudo pronto, é só ter percepção, sensibilidade e boa vontade permitindo que a ação de Deus se manifeste através da Igreja. Somos, apenas, servos inúteis. É o Espírito quem deve conduzir a nossa ação pastoral”, enfatiza. É com esta responsabilidade pastoral que o Padre Kelder assume, neste ano de 2009 a Coordenação de Pastoral. De acordo com o padre, a Coordenação de Pastoral, como toda a atividade desenvolvida na Igreja, faz parte das atribuições de um padre. É um serviço necessário, que deve ser exercido com muita disponibilidade e boa vontade, como os demais. Segundo o padre Kelder, entre os projetos para este ano, é idealizado um plano mínimo de ação que em fevereiro chegará às Comunidades. Ele afirma que está sendo vivido um momento importante na Arquidiocese de Vitória que é a realização do Sínodo Arquidiocesano. Deste modo seria precipitado qualquer


planejamento sem se levar em consideração as propostas e encaminhamentos do sínodo, cujas conclusões vão sendo realizadas no decorrer de 2009. Assim, durante o ano, vai ser priorizado o Sínodo e o encerramento desta etapa com a grande celebração prevista para o mês de Agosto. No mês de junho, a Arquidiocese acolherá o Encontro Estadual de CEBs. O evento é um momento importante de integração entre as Dioceses e para o fortalecimento das Comunidades Eclesiais de Base que formam a identidade da Arquidiocese de Vitória e da Igreja no Espírito Santo o que está sendo referendado pelo Sínodo Arquidiocesano e tem sido reconhecido pela Igreja no Brasil e no Mundo, conforme a recente Conferência Episcopal Latino Americana em Aparecida ao referir-se as CEB´s como uma importante forma de evangelização e escola de discípulos e discípulas de Jesus na construção do Reino de Deus. As Pastorais Sociais também estão bastante envolvidas. Em dezembro foi constituída uma equipe de articulação e de

motivação para ir às Áreas Pastorais reavivando o clã evangelizador e profético que caracterizam essa ação da Igreja. A catequese está organizando um processo de formação sistemático construindo um plano de ação catequético. O material e a metodologia vão ser revisados para serem atendidas as exigências e demandas das paróquias. Também vai ser constituído um grupo de catequistas na arquidiocese com formação específica nesta área para realizar essa tarefa. De acordo com padre Kelder, é satisfatório o trabalho realizado por todos. “É muito bom ver o empenho e o carinho dos catequistas. Como levam a sério a missão de educar na fé! Está sendo muito bonito e edificante trabalhar com esse grupo”, afirma. Um outro seguimento que também tem demonstrado responsabilidade e apreço as atividades é o das missões. Agora, no final de janeiro, vai ser elaborado o planejamento da ação missionária para o ano. Já o trabalho com a Liturgia e o Ecumenismo deve ser realizado no decorrer do mês de fevereiro. Para fortalecimento das Áreas Pastorais, a Coordenação sugere que seja priorizada uma ação interna e uma externa. Externamente, vão ser promovido os Grupos de Acompanhamento do Legislativo, o GAL, devido a importância histórica que estes grupos já tiveram nos municípios e como con-

tribuíram para mudar o quadro político em diversas situações com mudanças consideráveis no cenário político capixaba. Ao ser idealizado o Plano de Ação, a coordenação busca contemplar a realidade atual da arquidiocese de forma que o objetivo principal das ações, neste ano, é a construção de uma unidade pastoral na Arquidiocese. Uma ideia a ser desenvolvida é unificar a ação pastoral e assim descentralizar as decisões e encaminhamentos, potencializar os diversos seguimentos e instâncias eclesiais. De acordo com padre Kelder, como no ano passado, optaram por seguir as orientações do presbitério que sugeriu a criação de uma Coordenação de Pastoral colegiada composta pelos coordenadores das Áreas Pastorais junto com o Arcebispo, Dom Luis Mancilha Vilela, para trabalhar melhor a unidade e a participação de todos. Para o novo coordenador, o êxito do trabalho só será efetivo se houver o envolvimento e a participação de todos na ação pastoral. E também há espaço para todos que quiserem trabalhar com dedicação, seriedade e responsabilidade. Com esta nova caminhada, padre Kelder pretende continuar a caminhada rumo à Terra Prometida. Assim, ele afirma: “Se possível, sem atravessar o deserto ou enfrentar inimigos cruéis. Simplesmente, seguir caminhando, cantando, tentando não desafinar (o que é impossível, pois sou extremamente desafinado), à beira da praia...no fim da tarde...contemplando o pôr do sol...nada mais que isso!”. revista VITÓRIA

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[ Reflexão ] Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc. Arcebispo Metropolitano de Vitória do ES

Ofertas vivas! Em nossa caminhada de fé no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, buscando parecermo-nos com Ele, o mês de fevereiro é um tempo especial para muita gente.

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Todos os cristãos estão voltados para a festa maior da cristandade que é a Páscoa. Pois é a partir daí que a nossa vida adquire sentido em todas as suas dimensões. Tenho dito e escrito em momentos diversos que não é a quaresma que dá sentido à Páscoa, mas, ao contrario, é a Páscoa que justifica o tempo quaresmal, tempo de conversão e de volta para o Senhor, que nos prepara para a celebração do Mistério Pascal celebrado todos os anos como memória do maior evento da história para todos os cristãos: a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nele vivemos, Dele vivemos, com Ele caminhamos e por meio Dele chegaremos à realização total como pessoas humanas, elevadas à dignidade de filhas e filhos de Deus, membros da Família Divina! Mas, neste contexto, uma boa parte dos cristãos e cristãs que entregaram a própria vida a Deus como oferta viva, qual o mesmo Cristo no Altar do Sacrifício, celebram e renovam esse gesto profundo de fé e de con-


versão. Refiro-me aos religiosos e religiosas e às demais pessoas de especial consagração. Elas escolheram ir à raiz do sentido de suas vidas. São radicalmente consagradas por Deus e a Deus! Expressam esta consagração seja no silêncio contemplativo, no trabalho pessoal orante, na oração missionária contemplativa, seja na oferta apostólica de anunciar a Palavra na Missão ou caridade apostólica da Educação, junto aos pequenos enfermos, etc. Todos(as) estão diante do Pai com Cristo, como vitimas oferentes em favor da humanidade, quer na vida contemplativa quer na vida missionária. A Festa litúrgica da Apresentação do Senhor toca profundamente o coração de cada consagrado no dia 02 de fevereiro, dia dedicado pela Igreja à vida consagrada. É um dia muito especial de renovação da entrega absoluta feita um dia através do pronunciamento dos Votos de Castidade, Obediência e Pobreza. Entrega, oferta da própria vida ao Senhor nosso Deus. As pessoas consagradas, livremente renunciam a direitos fundamentais da vida humana para identificaremse, mais profundamente, com Cristo; deixam o direito à posse pessoal dos bens materiais para identificar-se com o Cristo que se fez pobre para nos enriquecer a todos com o Valor Absoluto da Graça libertadora pondo-se diante do Pai como ofertas vivas. Estas pessoas renunciam ao direito natural de constituir uma família humana onde a pessoa se dá e recebe, no amor mútuo e humanizador, para apaixonar-se de uma maneira radical e elevada ao Cristo, Deus-Amor. Como Cristo que se oferece por toda a huma-

nidade, os consagrados(as), se oferecem com Cristo, Vítima Pura e Imaculada, diante do Pai em favor da humanidade. Estas pessoas renunciam ao direito natural de ir e vir, sem qualquer interferência de alguém, para conformarem-se a Cristo obediente ao Pai, de tal forma que, como Cristo, o que é Absoluto para elas é a Vontade de Deus e se propõem a obedecer em tudo a Deus, através de mediações humanas visíveis, numa comunidade Religiosa ou diante de uma Autoridade Eclesiástica. Colocam-se sempre à escuta. Ouvir e cumprir a vontade do Senhor é o absoluto da vida destas pessoas. Oferecem a liberdade pessoal na Liberdade que é o próprio Deus, oferecem-se no Amor, ao Amor e por Amor a Deus; despojam-se de qualquer bem material para o Único e Absoluto Bem, Deus! O mês de fevereiro é especial para todas as pessoas consagradas que buscam ser fieis na oferta da vida que levam no seguimento de Jesus Cristo, como apaixonadas pelo Mistério do Amor de Deus que as envolve e as remete para servir a humanidade! Obrigado, muito obrigado a todos vocês religiosos(as) e pessoas de especial consagração pelo testemunho do que vocês são diante de Deus para a Igreja e pelo serviço que prestam a todos nós! revista VITÓRIA

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[ Especial ] Alexandre Lemos

A

Paz Justiça! é fruto da

Com este lema a Campanha da Fraternidade desse ano quer desenvolver nas pessoas a capacidade de reconhecer a violência presente na realidade de cada um e assim, que assumam sua responsabilidade na promoção de uma cultura de paz. A Campanha da Fraternidade (C.F.) vem sempre com o propósito de aprofundar o espírito quaresmal. É, portanto, um meio a serviço da evangelização em vista de novas relações fraternas, pautando compromissos com a justiça social, na busca de modelar uma nova sociedade, onde o direito de todos é garantido e respeitado. Este ano não será diferente! “Fraternidade e Segurança Pública” é o tema da campanha deste ano. Uma preocupação da nossa Igreja em criar meios para que o Evangelho seja melhor vivido em uma sociedade que, a cada dia, se torna mais violenta e insegura. A busca é desenvolver ações que levem à superação das causas da insegurança e despertar o agir solidário para com as vítimas da violência e ainda apoiar as políticas do governo que valorizem os direitos humanos. [10] revista VITÓRIA

Em nossa Arquidiocese as discussões já começaram. Um grupo de pessoas, vindo de vários segmentos de nossa Igreja, juntamente com o Coordenador Pastoral, padre Kelder José Brandão Figueira, deram os primeiros passos e estão na luta para organizarem a Campanha da Fraternidade em nossa Arquidiocese de modo que seja feita uma boa reflexão sobre o assunto. A equipe quer fortalecer a ação educativa e evangelizadora para a construção de uma cultura de paz, e para o fim de uma visão de guerra, onde a violência é vista como solução para a violência. Um dos primeiros atos será a abertura da campanha que acontecerá no dia 1° de março de 2009 às 14 horas em frente ao Palácio Anchieta, no município de Vitória. Nesse dia será realizada uma Grande Via Sacra, começando no

palácio e terminando na praça da Catedral Metropolitana. “A Via Sacra será uma bonita expressão de fé e conscientização”, afirma Padre Kelder. “O evento promete transformar o centro de Vitória num grande palco de teatro ao ar livre. A presença de todos é muito importante nesse momento celebrativo e profético. Com Cristo, nossa segurança, vamos conseguir alcançar nossos objetivos”, finaliza. Participem! Mais informações: Alexandre Lemos – 9999.2352 Assessor de Comunicação da C.F. 2009. Padre Kelder José Brandão Figueira – 3243.1765 Coordenador Pastoral da Arquidiocese de Vitória.


[ Especial ] Ana Paula Serejo Assistente social da Cáritas Arquidiocesana de Vitória e membro da coordenação colegiada do Fórum DCA/ES

O Sistema de Segurança Pública na Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Em 13 de julho de 2008 o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECRIAD) – Lei 8.069/90 – completou 18 anos de história como principal instrumento na luta pelos direitos das crianças e adolescentes brasileiras. Trata-se de uma conquista popular que instituiu a “Política da Proteção Integral”, contra a visão ultrapassada do Código de Menores – Lei 6.697/79 – que trazia a imagem do “menor delinquente, abandonado e em situação irregular”. O aniversário do Estatuto foi ponto de pauta em todo o país em eventos com a participação da sociedade civil e poder público. Nesse momento, foi possível perceber avanços alcançados, bem como desafios a serem superados para a efetivação desta Lei, que sinaliza a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento e que, por isso, devem ser tratados com absoluta prioridade. Dentre as questões que envolvem a infância e juventude, identificadas nos vários debates ocor-

ridos no Espírito Santo, destacase o crescimento da violência cometida contra crianças e adolescentes nos últimos anos e mais precisamente, o panorama sobre o trabalho infantil, o abuso e a exploração sexual e a aplicação das medidas socioeducativas. Trabalho Infantil Dados apresentados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) referentes ao ano de 2006 apontam que apesar de registrar queda, o número de trabalhadores infanto-juvenis no Brasil ainda passa dos cinco milhões e destes 19% não freqüentam a escola. Trazendo para a realidade do Espírito Santo, dados do Censo/ 2000 revelam o número de 27.135 crianças e adolescentes na faixa etária entre 10 e 14 anos trabalhando em setores como agricultura, comércio, serviços domésticos, dentre outros. É importante destacar que o Programa do Governo Federal de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI – implantado no Estado desde 1999, atualmente contempla 10.962 crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social, com ações protetivas de acompanhamento familiar, inserção na escola e liberação de bolsa-auxílio que varia entre R$ 25,00 e R$ 40,00. Con-

tudo, sabe-se que apesar dos avanços, o PETI ainda está longe de atender toda a demanda existente. Abuso e Exploração sexual A violência sexual contra crianças e adolescentes começou a ser enxergada como uma questão pública a ser enfrentada somente na última década. Em 2000 foi criado pelo Governo Federal o Serviço Sentinela, com o objetivo de prestar atendimento psicossocial e jurídico a crianças e adolescentes vítimas de violência física, sexual e psicológica, bem como seus familiares. Este enfrentamento foi inspirado pelo sofrimento de uma menina capixaba de apenas oito anos de idade, a pequena Araceli, que foi brutalmente violentada e assassinada após a saída da escola, durante a década de 70. Este caso é somente um dos muitos que nunca foram solucionados, mas sua repercussão contribuiu para a instituição do Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente – dia 18 de maio. Atualmente o Sentinela encontra-se implantado em 32 dos 78 municípios do ES. Em 2007, foram atendidas 2.457 crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Desse total, 63% foram casos de abuso intrafamiliar. revista VITÓRIA [11]


[ Especial ]

Sabe-se que os números divulgados não traduzem a realidade da violência cometida contra crianças e adolescentes, pois este assunto ainda é considerado um “tabu” para a sociedade, favorecendo a omissão e a conivência. Sistema sócio-educativo A consagração do período da infância e da adolescência como fases da vida humana de desenvolvimento físico, psicológico e intelectual fez com que a legislação brasileira não mais considerasse o adolescente em conflito com a lei como um mero objeto de intervenção tutelar do Estado, e sim como destinatário da proteção integral de seus direitos. Em resumo, este modelo estabelece a inimputabilidade penal de menores de 18 anos, o que não significa que deixarão de serem responsabilizados por seus atos. A Lei prevê que aos adolescentes a quem se atribuiu a autoria de ato infracional, a partir dos 12 anos de idade, serão aplicadas as medidas socioeducativas previstas no ECRIAD em seu artigo 112, descritas como: advertência; reparação de danos; prestação de serviços comunitários; liberdade assistida; semi-liberdade; interna-

ção. Em seu parágrafo primeiro, o artigo afirma que as medidas serão aplicadas levando-se em conta a capacidade de cumpri-las, as circunstâncias e a gravidade da situação. Em 2008, o Espírito Santo amargou a segunda posição dentre os estados que mais aplicam a medida de internação, tendo chegado ao número abusivo de 430 adolescentes internos na Unidade de Internação Sócio-educativa (UNIS), com capacidade para atender somente 195. Esta mesma Unidade encontra-se em péssimas condições de infra-estrutura, tendo sofrido uma moção de recomendação durante a VII Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Estado do Espírito Santo, para sua desativação e substituição por pequenas unidades. A Segurança Pública voltada à criança e ao adolescente Em 2009 a Campanha da Fraternidade contará com um tema oriundo do clamor popular – Fraternidade e Segurança Pública: a paz é fruto da justiça. Para os militantes da luta em favor dos direitos das crianças e adolescentes isso representa uma oportunidade de continuar as reflexões iniciadas em 2008, focalizando o direito à segurança e à

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justiça, e também de encaminhar ações concretas para este fim. É fato que a violência no Espírito Santo vem crescendo nos últimos anos e, com ela, a sensação de medo e insegurança. Infelizmente, crianças e adolescentes estão sendo vitimadas pela barbárie de nossos tempos, ocasionada em boa parte pelo tráfico, pelo crime organizado e pela injustiça social. Segundo informações cedidas pela Polícia Civil, em 2008, até novembro, foram 945 ocorrências de violência envolvendo crianças e adolescentes, sendo em primeiro lugar a agressão física, seguida de ameaça e violência sexual. Sobre os números de óbitos envolvendo crianças e adolescentes, destaca-se que na faixa etária de 10 a 14 anos, 55% são devido a causas externas, como acidentes de transporte, afogamento, queda e queimadura. Na faixa etária de 15 a 19 anos, 85% dos óbitos são também devido a causas externas, sendo que 62% são de homicídios. Reforçando a afirmação anterior, a planilha a seguir, divulgada no site do Instituto Jones dos Santos Neves, demonstra a faixa etária de 15 a 24 anos como de extremo risco no campo dos homicídios. Homicidios por ano e sexo, segundo faixa etária - 2007 Faixa etária 0 a 6 anos 7 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 24 anos 25 a 34 anos 35 a 44 anos 45 a 54 anos 55 a 64 anos 65 ou mais Idade Ignorada Total

Masculino Feminino Ignorado 3 28 120 461 441 237 126 52 27 210 1.705

8 11 39 51 37 10 7 4 18 185

Fonte dos dados: Polícia Civil/DML/ES

3 3

Total 3 36 131 500 492 274 136 59 31 231 1.893


É importante lembrar que o conceito de Segurança Pública passa por duas idéias conflitantes: a do combate (repressiva) e a da prestação de serviço público (preventiva). A primeira transmite a idéia do “combate aos criminosos”: as favelas (os bairros de periferia) são “territórios hostis”, que precisam ser “ocupados” através da utilização do “poder militar”. A política de segurança é formulada como “estratégia de guerra” e, na “guerra”, medidas excepcionais se justificam. Como consequência deste pensamento, milhares de pessoas estão morrendo indevidamente nas mãos das polícias (militar e civil), assim como centenas de policiais estão sendo vítimas deste clima tenso onde os “fins justificam os meios”. A segunda concepção está centrada na ideia de que a segurança é um “serviço público” a ser prestado pelo Estado: o cidadão é o destinatário desse serviço; não há mais “inimigos” a combater, mas “cidadãos” a servir. O combate militar é substituído

pela prevenção, pela integração com políticas sociais, por medidas administrativas de redução dos riscos e pela ênfase na investigação criminal. A decisão de usar a força passa a considerar não apenas os objetivos específicos a serem alcançados pelas ações policiais, mas também, e fundamentalmente, a segurança e o bem-estar da população envolvida. A Campanha da Fraternidade de 2009 busca potencializar a concepção acerca da Segurança Pública Preventiva, mostrando para a sociedade que esta é uma responsabilidade de todos, para a construção de uma cultura de paz e de não à violência. Sendo assim, trata-se de um momento favorável para se pensar naqueles que construirão o futuro da humanidade, ou seja, as crianças e os adolescentes, que devem ser protegidos de toda e qualquer forma de negligência, violência, exploração, crueldade e opressão, para que cresçam e se desenvolvam em sua integridade e tenham seus direitos respeitados. revista VITÓRIA [13]


[ Especial ] Ir. Carlos Alexandre Silva Rubim

CF 2009:

Segurança pública

É desafiador o tema da Campanha da Fraternidade deste ano. Embora a Igreja sempre fale de paz, de temas vinculados à harmonia entre os seres humanos, neste ano ela estreita a temática e fala de algo mais específico, a Segurança Pública. O que fazer? Como ter um olhar sobre a problemática, e depois, como agir enquanto cristãos com relação ao tema? O Ministro da Justiça, Tarso Genro, se encontrou em 18 de junho de 2008, logo que fora decidido o tema, com o presidente da CNBB, o capixaba, Dom Geraldo Lyrio Rocha, a quem entregou uma carta explicando as ações que o governo pretende adotar por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). No documento, o ministro destaca o engajamento histórico da CNBB com movimentos que marcaram a história do Brasil. “Solicitamos que a CNBB examine a possibilidade de se associar a uma visão de luta contra a violência e pela segurança cidadã”, disse Genro. Já Dom Geraldo explicou que a principal preocupação da Igreja não é unicamente com a violência, mas com o “outro lado da medalha”, ou seja, a segurança. O prelado ressaltou que a CNBB já tratou a questão da violência na Campanha da Fraternidade de 1983, que teve o tema “Fraternidade e Violência” e o lema: [14] revista VITÓRIA

“Fraternidade, sim. Violência, não”. A Campanha da Fraternidade da Igreja Católica geralmente é lançada na abertura da quaresma, ou seja, quarta-feira de Cinzas. Mas fica a critério de cada Diocese fazer sua abertura em dia mais adequado, até pastoralmente. O importante é que o tema seja intensificado no período quaresmal, mas não esquecido durante o ano, pois ela é anual, e não apenas para o período da quaresma. Sabemos que é necessária uma segurança pública de maior qualidade, em que a humanização seja levada em conta. Não podemos pensar em segurança tão somente construindo presídios e que os mesmos sejam desumanos. Precisamos ir além. Trabalhar também na prevenção e isso se dá também pela dignidade humana, pela via da fraternidade. A Campanha da Fraternidade nos chama atenção para a caridade, que vai, obviamente, muito além de simples doações, de dar esmolas. A cari-

dade é a plena atividade do amor, e se assim o é, não carrega consigo a irresponsabilidade ou a falta de estratégia. Li outro dia em um artigo alguém citando um escritor que dizia, e aqui vou parafrasear: “se tivéssemos maior competência, ou melhor estratégia, não precisaríamos da caridade”. Quando li a frase me ofendi, pois vi que a mesma era mal entendida e ao mesmo tempo desprezada. Na caridade existe lógica. É certo que muitos positivistas, pessoas ligadas à ciência desprezam a mesma, talvez por achar que estratégias políticas são a solução do mundo. Tenho pena de Obama, o presidente dos Estados Unidos da América, pois ao mesmo é creditado a salvação do mundo. Ele, se tem consciência disso, não deve dormir tranquilo. A caridade assim promove o pensamento. Provoca a reflexão e a Igreja sempre deixou muito claro isso. Em sua didática do ver, julgar e agir a Igreja do Brasil e em algumas


Campanhas unidas com outras, membros do CONIC, chamou-nos atenção para temas sérios, como a questão do Idoso, a vida, a água,o trabalho, os presídios, o negro, o jovem, as drogas, tudo no campo da caridade, da prática do amor. Temas sérios, que tiveram depois bons resultados, após a campanha. Pois bem, a justiça é a atitude feita em boa medida. Nossas autoridades precisam lem-

brar nessa campanha de alguns dados: as mortes intensas, sobretudo em capitais ou grandes cidades como a grande Vitória; parar de pensar em leis e executar as existentes, que possuem grandeza, mas não são eficazmente postas em prática, como nossos dois grandes Estatutos: o da Criança e do Adolescente e o do Idoso. Valorizar e humanizar nossos policiais. Não sermos impunes, denunciarmos, já foi mostrado em pesquisas que o disk-denúncia ajuda e muito na segurança pública. Termos

cautela, mas não sermos omissos. A campanha é um momento de repensarmos nossas atitudes. Eu tenho certeza que o ser humano nasce bom, ainda que eu contradiga grandes teóricos, embora tenha o amparo de muitos outros, inclusive de Cristo, o maior de todos. Assim sendo, acredito que podemos ter um mundo melhor, acreditando no ser humano, perdoando, tendo atitudes de pacificidade, lutando pela não violência, enfim promovendo em nosso meio a caridade, que nos leva a paz.

revista VITÓRIA [15]


[ Especial ] Camille Poltroniere Santana Coordenadora da Pastoral Carcerária do Estado do Espírito Santo Sub-Regional Leste II - CNBB

“Te prepara pra sair” A realidade dos homens e mulheres que saem das prisões, aqui denominados egressos, é a pior possível. Representa o resultado da pedagogia da ociosidade, da improdutividade, do terror, e da contraditoriedade, empregada no sistema penitenciário brasileiro. A saída desses homens e mulheres da prisão dá-se sem nenhum planejamento prévio. A morosidade de encaminhamentos dos processos penais e o excesso de burocracia do judiciário são fatores impeditivos da previsão de progressão de regime ou de obtenção de outros benefícios legais, dentro das penitenciárias, que por sua vez também são desorganizadas em seus setores jurídicos. Assim não é incomum o grito “te prepara pra sair”, quando os agentes informam aos presos que a sua saída será quase que imediata, após anos de aprisionamento. Ainda que desejada, esse tipo de liberdade amedronta por representar início desorganizado de vidas, das quais a sociedade cobra organização. Assim homens e mulheres migram da situação de aprisionados para a situação de egressos do sistema prisional, mas especificamente, nesse texto do sistema penitenciário. Muitos desses egressos não [16] revista VITÓRIA

chegam a avisar as famílias da sua saída, outros nem sequer têm família e deverão procurar, por conta própria, albergues para pernoitar. Muitos saem sem nenhum recurso, nem mesmo para o transporte e não é incomum que percorram vários quilômetros, caminhando até suas casas ou abrigos provisórios, posto que os presídios geralmente estão localizados em locais distantes da zona urbana. A chegada em casa nem sempre é uma agradável surpresa para ambos os lados, egressos e famílias, principalmente, por representar o aumento do custo familiar e pela dificuldade no resgate dos vínculos. A dificuldade de se localizar na cidade e o medo de coisas simples como o de atravessar uma rua, também são frequentes, assim como a predisposição paranóica que muitos têm de identificarem em rostos alheios a percepção de sua condição de ex-preso. A criação de serviços de atendimento a egresso em todo o país é um passo importante. Diante dessa realidade, a Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Vitória sente-se impotente, ao passo que não possui por ora, condições de oferecer serviços dessa natureza, qual seja, de atendimento ao egresso. Necessário ao menos seria, que a Pastoral Carcerária da Arquidiocese, a exemplo de São Paulo, Salvador, etc, implantasse um serviço em seu escritório (locali-

zado na Mitra Arquidiocesana) contando basicamente com profissionais qualificados nas áreas de serviço social, psicologia, sociologia e direito. A implantação de um serviço em vista de auxílios básicos e emergenciais disponíveis, a exemplo de cestas básicas, vales transportes, material de higiene pessoal, remédios, etc. A elaboração de cadastros, atualizados, de albergues, de locais de retirada de documentos, de postos médicos, de posto de assistência ao trabalhador, entre outros seriam o insumo básico do serviço a ser prestado. Embora a princípio, este tipo de prestação de serviço pareça ter um caráter assistencialista, esses locais de assistência devem ser entendidos como ancoradouros para homens e mulheres que necessitam, muitas vezes, de atendimentos emergenciais orientadores na área psicológica, jurídica, médica ou na área de assistência social. A condição de egresso do sistema penitenciário é uma condição complexa por conjugar várias demandas ao mesmo tempo, com a agravante da perda de referências, objetivas e subjetivas, para lidar com elas. O próprio conceito de egresso também guarda a sua complexidade. Entendido como sendo “aquele que deixou o estabelecimento criminal onde cumpriu a sua sentença”, esse é também um conceito problemático. É necessário que políticas


públicas indiquem caminhos objetivos para a minimização de pequenos problemas cotidianos vividos pelos egressos (carta de emprego, falta de qualificação profissional específica, falta de compromisso social das empresas que atuam no cárcere, apreensão dos documentos civis, suspensão dos direitos civis, não capacitação técnica, etc), mas que assumem um caráter grandioso quando afligem pessoas fragilizadas pela vivência do encarceramento e principalmente pela estigmatização. Ao chegarem em suas casas, muitos egressos percebem que representam para as famílias um aumento de custos, principalmente o da alimentação. A busca de compensação dessa elevação de custos dá-se através da contrapartida em renda, o que resulta na busca imediata de alguma ocupação rentável. É nesse momento que, muitas vezes, dá-se o retorno ao crime, dado que em algumas comunidades, ter vivido a experiência carcerária garante espaço, sempre aberto, na atividade criminal. Muitos egressos não optam facilmente pela reincidência e têm a intenção de buscar ocupação no mercado formal de trabalho, entretanto não sabem por onde começar. Essa busca pela ocupação rentável exige a cobertura de custos de locomoção, o que muitos não têm como cobrir, resultando na manutenção do egresso na sua própria comunidade, onde muitas vezes iniciou-se na criminalidade e onde é esperado o seu retorno. Os egressos, contrariando o pensamento do senso comum, buscam alternativas que não sejam o retorno à criminalidade, sempre de portas abertas a sua espera. As dificuldades encontradas e,

principalmente, o preconceito e a estigmatização acabam por impulsionar a reincidência. Atualmente as prisões brasileiras estão abarrotadas de jovens entre dezoito e vinte e cinco anos e muitos destes homens e mulheres, jovens, saem, em idade ativa e dispostos a não retornar ao ambiente carcerário. Essa intenção é totalmente desperdiçada pela falta de iniciativas públicas que visem oportunizar capacitações e encaminhamentos burocráticos, além de fomentar ocupação e renda. A improdutividade do sistema penitenciário é produtiva! Produz sujeitos objetiva e subjetivamente sequelados e por isso de alguma forma produz a reincidência cri-

minal e assim amplia os índices de violência urbana. Reduzir essa produção de reincidentes é, em primeiro lugar uma questão de organização de parcerias entre o setor público e o terceiro setor; em segundo, os estabelecimentos de redes de cooperação entre entidades com diversas finalidades e a causa dos egressos; em terceiro lugar é uma questão de reordenamento das estratégias internas das penitenciárias. As penitenciárias brasileiras precisam deixar de ser “um cemitério de homens vivos” e desenvolverem estratégias de inclusão social. Sem isso o seu produto final será sempre desastroso, implicando o desastre de vidas.

revista VITÓRIA [17]


[ Especial ] Gilliard Zuque

CF: 2009

Os meios de comunicação e a questão da Segurança Pública Durante toda sua história as Campanhas da Fraternidade promovidas pela nossa Igreja Católica, ou as campanhas ecumênicas, em parceria com outras congregações religiosas, sempre abordaram temáticas que de alguma forma interfiram na sociedade: a questão ambiental, indígena, a Amazônia, terceira idade, paz, família, trabalho, educação, fome, drogas, etc. Ou seja, questões do dia a dia da nossa sociedade tendo em foco um problema específico em busca de gestos concretos em prol de uma transformação. Entretanto, poucas vezes a campanha abordou um tema tão presente e latente na vida de todos nós: a segurança pública. Não há como ficar alheio a este debate. A busca pela segurança pública é trabalho de todos, seja das autoridades constituídas, seja de cada um de nós. Se a falta dela representa um problema para todos, a busca pela mesma deve ser uma luta também de todos. Vamos caminhar nossa discussão, então, no sentido de questionar o papel dos veículos de comunicação: o que é falado sobre segurança pública nas emissoras de televisão, rádios e jornais? Como os assuntos são abordados? As reportagens ficam só na corriqueira narração dos fatos de modo bizarro e sensacionalista? Onde está o papel social da mídia? [18] revista VITÓRIA

Na busca pela audiência, a mídia eletrônica abusa das imagens de assassinatos, crianças mortas em crimes bárbaros, etc. Apresentadores esbravejam no ar e leem mensagens. Um show é armado, mas o conteúdo é inócuo. Nos jornais impressos não é diferente: manchetes em letras garrafais alertam para crimes hediondos, ricas narrativas destrincham os casos, ilustrações reconstituem detalhadamente os mais diversos crimes. Enfim, um triste retrato da falta de segurança, um prato cheio para os veículos de comunicação. Proponho um exercício: tente da próxima vez que for acompanhar o noticiário analisar de que forma os assuntos são abordados? O que mais é feito além de mostrar o fato? Se for apenas noticiar, chocar e nada mais, sugiro um protesto contra o veículo: a troca de canal – que parece ser o caminho mais coerente –, mas jamais submetermos a doutrinação midiática imposta. É fato que a falta de segurança pública chama atenção da mídia, e nós, promotores da paz, devemos trabalhar para que eles façam algo mais do que apenas noticiar os fatos. É preciso que os veículos de comunicação sejam parceiros da sociedade, cobrando soluções, denunciando os problemas, engajando-se nas causas so-

ciais, etc. A Campanha da Fraternidade 2009 nos possibilita a abertura de um campo valioso de discussão sobre o que queremos da mídia na questão da Segurança Pública. Com essa campanha, a CNBB nos permite ver as incoerências praticadas pelos veículos de comunicação que pouco contribuem na resolução dos problemas. É preciso mais do que só mostrar... Queremos que se discuta o porquê de um crime, do tráfico de drogas, da prostituição... enfim, os porquês dos vícios humanos. É papel da im-


prensa fazer isso, mas sabemos que por vontade própria não o fará; precisa da sociedade (eu, você, todos nós) cobrando. Não queremos aqui pintar um quadro pessimista dos veículos de comunicação. O despertar para uma realidade doente é o começo de seu tratamento. É evidente que muita coisa boa já é feita hoje. Existe sim, e graças a Deus por isso, a “mídia do bem”. Veículos de comunicação que trabalham sob a ótica cristã, da justiça social, enfim, parceiros da sociedade. Na TV, não há como não citar todos os canais com programação cristã existentes que 24 horas buscam evangelizar e, através dessa Evangelização, formar e informar. Esses canais não fazem parte dos grandes complexos de comunicação do Brasil e por isso precisam ser divulgados por nós, fazendo assim, a nossa parte. Esta é uma das formas de contribuir para a CF 2009. Queria entretanto me prolongar um pouco mais na questão da contribuição que o rádio pode dar a esta Campanha. Destaco aqui as emissoras América AM, América FM e FM Líder. São veículos de comunicação que têm em sua essência a função catequisadora e instrutiva de nosso povo. Tudo que escrevemos até agora da triste realidade da chamada “grande imprensa” não se aplica às emissoras ora citadas. Com uma programação diferenciada, mas sem perder o aspecto popular de proximidade com o público, as emissoras buscam ao longo de suas programações inserir conteúdos evangelizadores e de cidadania como foma de despertar no ouvinte o senso crítico e a mobilização em favor das causas que afligem nossa população.

E na CF 2009 não será diferente. Representantes das emissoras compõem a comissão que cuida de toda a preparação da Campanha e estão sintonizados com os objetivos da mobilização. Quem sintoniza 690 AM (América), 91,1 (FM Líder) ou 101,5 FM (América) já acompanha na programação spots e informações sobre as atividades programadas durante o período da Campanha. No dia 1º de março as emissoras vão cobrir a abertura oficial do evento direto da Cidade Alta, em Vitória, e a partir daí a Segurança Pública será temática constante nas programações: debates, entrevistas e transmissões especiais manterão o ouvinte informado dos detalhes da Campanha. A penetração e o alcance dos veículos de comunicação são instrumentos únicos de mobilização em busca de uma cultura de paz e a CF 2009 quer exatamente isso. Entre todas as formas de intervenção no tema, a mídia pode ajudar muito no envolvimento de toda sociedade, cobrando dos governos ações efetivas, a curto, médio e longo prazo. Até porque sabemos que o problema da Segurança Pública passa por outros campos, como a educação e a cidadania, e a solução não é somente punitiva, mas preventiva, fruto de décadas de trabalho sério e engajado das autoridades. Tratase de pensar agora o amanhã. Não se pode esperar, deixar acontecer. É mais barato prevenir, é mais facil evitar. Participe ativamente desta Campanha que expõe a realidade da Segurança Pública em nosso país e convida a que sejamos agentes de mobilização em busca de uma sociedade mais justa, igualitária, humana e segura para todos. revista VITÓRIA [19]


[ Igreja ]

Maria dos muitos títulos As diferentes “Nossas Senhoras” são como fotografias retocadas da mesma Maria de Nazaré, já glorificada por Deus. Fotografias que têm, ao mesmo tempo, sua marca, a marca de Deus e nossas marcas humanas. Cada “Nossa Senhora” é uma maneira de Maria se inculturar, assumir o jeito de diferentes povos, culturas e momentos da história.

Nossa Senhora dos Navegantes - 02 de fevereiro Esta devoção, muito forte entre os pescadores e marinheiros, surgiu na Idade média, no tempo das cruzadas. Ao cruzar o mar Mediterrâneo, em direção a Terra Santa, os guerreiros invocavam a proteção de Maria. A mesma invocação esteve presente na época dos grandes descobrimentos marítimos. Portugueses e espanhóis que se aventuravam pelos oceanos pediam proteção a Nossa Senho-

ra dos Navegantes. Hoje ela é muito invocada por pescadores e marinheiros. Sua festa é marcada pela dupla procissão com a imagem: por terra e pelas águas. Em nossa arquidiocese nós temos a Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes, em Vila Velha, cujo pároco é Pe. Otaviano da Congregação da Pequena Obra da Divina Providência Orionita.

Nossa Senhora de Lourdes - 11 de fevereiro O título Nossa Senhora de Lourdes é muito conhecido. A primeira aparição de Nossa Senhora a Bernadete foi em 11 de fevereiro de 1858. Bernadete Soubirous, uma menina de 14 anos, pobre e doente, estava na gruta de Massabielle, à margem do rio Gave, na cidadezinha de Lourdes (nos Altos Pirineus), na França, recolhendo lenha com sua irmã e outra menina quando ao meio dia ouviu um ruído e viu a bela Senhora com um rosário na mão. A cada aparição falava apenas algumas palavras. Todas as vezes que aparecia, Bernadete tirava do bolso o terço e começava a rezá-lo, quando acabava a últi[20] revista VITÓRIA

ma ave Maria, a visão desaparecia. O local da gruta era completamente seco e numa das mensagens Nossa Senhora pediu que Bernadete fosse beber água e lavar-se na fonte. A menina curvando-se, começou a arranhar o chão com os dedos, e de repente começou a jorrar água do rochedo. Foram dezoito aparições, e da terceira em diante foi cada vez maior o número dos que iam contemplar o êxtase da feliz vidente, que era como que transfigurada, parecendo um anjo do céu baixado do céu. Enfim, no dia da festa da Anunciação, Bernadete pediu à aparição que tivesse a bondade de dizer-lhe quem era, e a Virgem unindo as mãos, disse: Eu sou a

Imaculada Conceição. E desapareceu. Em 18 de janeiro de 1862, uma carta pastoral de dom Laurence, bispo de Tarbes, reconheceu como sobrenaturais as aparições de Maria a Bernadete e autorizou o culto a Nossa Senhora de Lourdes. Muitas curas e acontecimentos extraordinários aconteceram na gruta de Massabielle e até hoje muitos doentes acorrem ao local para beber e banhar-se nas águas que não param de jorrar da fonte. Existe um santuário e um hospital que realiza a procissão dos doentes com enfermeiros e voluntários, a procissão das velas e muitas orações no local.


São Brás - 3 de fevereiro É meio incerta a existência histórica de Brás, bispo de Sebaste, na Armênia. Lemos na sua paixão que enquanto estava indo ao martírio, uma senhora, cujo filho engasgado com uma espinha de peixe estava morrendo, prostrou-se a seus pés e o santo concentrou-se em oração passando a mão na cabeça do menino. O menino sarou imediatamente. Desde então ele é o protetor da garganta contra qualquer mal. Por isso o calendário litúrgico conservou a memória do santo neste dia, embora haja muita lenda a seu respeito. Ele foi bispo de Sebaste no início do século IV e sofreu a perseguição de Licínio, o colega do imperador Constantino. Pode, entanto, ser considerado um

dos últimos mártires cristãos. Era o ano de 316. São Brás, perseguido, retirou-se para uma gruta. A lenda, com sempre, enfeita com muitos particulares a vida do santo velhinho, cercado de animais da floresta, que eram amigos especiais trazendo-lhe até comida. Os caçadores o encontraram e apontaram-no como um malfeitor levando-o à prisão na cidade. Não obstante os milagres realizados o santo foi condenado por não querer renegar Cristo e sacrificar aos ídolos. Teve suas carnes rasgadas com pentes de ferro. Suportou tantos suplícios até que lhe cortaram a cabeça. São Brás, rogai por nós! Deidilaura Aparecida

Santa Escolástica - virgem (memória) - 10 de fevereiro Pouco se sabe sobre a vida da irmã de São Bento, a única fonte histórica são os capítulos 33 e 34 do segundo livros dos “Diálogos de são Gregório Magno”. Foram muito parecidos em vida e morreram no mesmo ano com diferença de 40 dias. Escolástica desde jovem se consagrou a Deus e seguiu o irmão gêmeo São Bento ao Subiaco e depois a Cassino, onde estabeleceu o seu mosteiro ao pé de uma montanha. Mesmo estando bastante próximos, Bento descia uma vez por ano para ver a irmã e mesmo sua irmã pedindo que ficasse um pouco mais para prolongar o colóquio (conversa), ele não cedia, pois era muito rigoroso na observância das Regras. Por que santa Escolástica é in-

vocada contra os raios e também para obter chuva? Justamente porque no último encontro, na quaresma de 547, Deus quis mostrar aos santos irmãos que preferia o amor ao rigor da observância. Escolástica insistiu para o irmão ficar a noite toda conversando sobre assuntos celestiais e ele a repreendeu severamente. Escolástica juntou as mãos e orou intensamente. Logo desabou uma violenta e prolongada tempestade. Bento teve de ficar, mas culpou a irmã que disse: “Pedi a você e você não me ouviu; pedi ao Senhor e ele me ouviu. Vá embora, se puder, volte ao seu mosteiro”. Três dias após, São Bento teve uma visão enquanto orava pela qual entendeu que Escolástica havia morrido. No lugar do prodígio edificaram a igreja do colóquio.

revista VITÓRIA [21]


[ Igreja ] Alberes Bezerra - teólogo, professor de Filosofia e História do Sesi. Pós- Graduado em Ética, Subjetividade e Cidadania – EST-RS

Diaconato Permanente Dentre tantos fatos marcantes na historiografia do Estado do Espírito Santo, durante o ano de 2008, ficará marcada na memória das Comunidades Eclesiais de Base – CEB’s – a Celebração Eucarística em comemoração aos 50 anos da criação da Arquidiocese de Vitória no dia 07 de Junho. A celebração eucarística foi realizada no Ginásio Dom Bosco. Tivemos a presença de toda Província Eclesiástica do Estado e, concelebrando com muito entusiasmo e alegria com os Bispos que pastoreiam a religiosidade do respectivo Estado, estava o presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo de Mariana, Minas Gerais. O fato que chamou a atenção de todos na hora dos agradecimentos a Deus, por essa Ação de Graças da Igreja Particular de Vitória, foi quando o diretor da Escola Diaconal “São Lourenço”, Pe. Arlindo Moura de Melo anunciou a presença dos 31 candidatos ao Diaconato Permanente e pediu para se dirigirem ao altar a fim de serem acolhidos pelo nosso pastor, Dom Luiz Mancilha Vilela como alunos do 1º ano de Teologia, sob o olhar atento da assembléia e de demais autoridades políticas da região metropolitana como prefeitos, [22] revista VITÓRIA

deputados, vereadores de Cariacica, Vitória, etc, com transmissão da Rádio América para todo o Estado. Iniciavase o primeiro momento de apresentação oficial, testemunhado pelo Clero presente, pelos irmãos das comunidades e pela imprensa falada e escrita. Mas afinal o que é Diaconato Permanente? Será que existem irmãos de comunidades que desconhecem o seu real significado e a importância deste Ministério tão significativo no projeto de Deus para a salvação da humanidade? Diaconia quer dizer: serviço. São homens casados ou celibatários que são chamados para seguir Jesus Cristo Servidor, onde recebem o Sacramento da Ordem através da imposição das mãos do Bispo para exercer o tríplice Ministério da Caridade, Palavra e Liturgia. O sonho deste Ministério, depois de tantos anos, começou a clarear com a posse de Dom Luiz Mancilha Vilela em abril de 2007, no encerramento da Festa da Penha, uma vez que o Arcebispo tinha convivido com este Ministério na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim. Em maio de 2003 o Diácono José Durán Y Durán da Diocese de Palmares, Pernambuco, esclareceu para o Clero

e leigos todas as dúvidas do Diaconato como Ministério útil para a Arquidiocese de Vitória. Só restava uma reflexão com todo o Clero. Precisamente em novembro de 2006, Dom Luiz Mancilha Vilela, lançou a Carta Pastoral com as orientações sobre o Diaconato Permanente. Hoje podemos dizer com bastante orgulho face ao trabalho missionário da Igreja de Vitória, que desde de 2007 a Escola Diaconal “São Lourenço” está se dedicando com amor na formação de quase 50 alunos para este Ministério. Somos convidados a exercermos a nossa diaconia em todas as esferas que compõem a nossa sociedade. Os desafios da política, trabalho, educação, meio ambiente, dos reinos animais, vegetais, passam pela caridade e o maior exemplo vem de Jesus-Diácono: “e aquele que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o servo de todos”. (c.f. Mc 10, 44). Graças à Santíssima Trindade que iluminou Dom Luiz Mancilha Vilela junto com todos os padres a suscitar homens para o serviço da caridade, em breve teremos este ministério em nossa Arquidiocese. Obrigado Senhor! Obrigado Dom Luiz Mancilha Vilela.


[ Igreja ] Weberton Gomes da Silva

Vinde e Vede 2009!

Esta será uma das mais bonitas festas de quinze anos já celebradas! Todos estão convidados, juntamente com seus familiares, a fazer parte deste momento de grande júbilo, isto mesmo, por graça do Pai, do dia 21 ao 24 de fevereiro de 2009, estará realizando o XV Vinde e Vede, no pavilhão de Carapina – Serra-ES. Aproximadamente 70 mil pessoas passarão por lá nestes dias. Depois da Festa de Nossa Senhora da Penha, o evento costuma ser o mais lembrado por essas terras capixabas, não somente pelos membros da Renovação Carismática Católica que, tornou-se realidade no Brasil desde 1968, mas por toda a Igreja de nosso querido estado. E esta festa, só acontece quando você e todos os membros dos 216 grupos de oração existentes atualmente se dedicam, se empenham, se organizam e abrem verdadeiramente o coração para o amor de Deus. Marcado pelo caráter religioso e social, o evento não tem fins lucrativos e tem como objetivo promover nestes quatro dias de louvor a Deus um encontro pessoal dos seus filhos com o nosso Pai misericordioso e cheio de amor por nós. Esta experiência pessoal com o Cristo se dá através do lazer, do louvor, da animação, da oração, por meio de ensinos e terminando com a adoração e a Santa Missa. Aqui reforço a necessidade de sua presença e da caravana de seu grupo de oração bem como o seu apoio a toda necessidade para que “O NOSSO EVEN-

TO” possa acontecer. O evento cumpre o papel de afastar os jovens dos “perigos”, que são facilmente encontrados em outras festas de carnaval, com consumo de drogas, abuso de bebidas alcoólicas, violência, prostituição, entre outros. Mantendo o público presente, principalmente os jovens, em ambiente saudá-

vel reduzindo assim sua exposição à violência urbana, contribuindo para a redução da mesma em nossa cidade. A cada ano o “Vinde e Vede” proporciona aos participantes grandes palestras de pregadores de renome e bandas de música católica reconhecidos nacionalmente, atraindo cada vez mais pessoas (católicos e não católicos) a essa grande festa para o Senhor. Um ponto marcante dentro do Vinde e Vede é o chamado “Vinde e Vedinho” que, é organizado carinhosamente pelo Minis-

tério das Crianças para que assim, as crianças de 04 à 12 anos possam participar da celebração do Cristo vivo no meio de nós, já que o papai e mamãe devem estar despreocupados sabendo que seus filhos estão em ótimas mãos. Ali, os pequeninos são evangelizados e começam logo cedo a entender que o verdadeiro caminho da felicidade não está no ter mais do que os outros coleguinhas ou na beleza física pura e simplesmente. Queremos ser obedientes a Jesus que não exclui as crianças, ao contrário, queremos acolhê-las de braços abertos. Por fim, sabemos que estes dias serão dias de bênçãos diversas e de perfeita alegria. Uma alegria diferente daquela que o mundo não pode nos dar, porque, o que nos alegra é a presença do Espírito de Deus, que nos libertará de todas as nossas mais profundas tristezas. O Espírito Santo é mais forte do que qualquer droga, bebida, violência, prostituição, dor, sofrimento; Ele sim, é responsável pela grande explosão de alegria dos nossos corações – crianças, jovens, adultos. Por isso, que venham todos. A entrada é franca para que todos “Vivam o Amor” (Jo 15, 1217) de Deus em sua plenitude renovando suas forças, seu trabalho, sua caminhada de santidade, pois, só a presença de Deus pode nos transformar em homens novos e mulheres novas na força no Espírito. Lembre-se: “A Alegria do Senhor é a nossa força” (Ne 8,10). revista VITÓRIA [23]


[ Cultura ] Pe. Dauri Batisti www.essapalavra.blogspot.com

Festa cadeira de fevereiro,

festa da

Cada mês com sua beleza, cada tempo com sua cor. Fevereiro, dentre outras coisas nos oferece uma bela festa. Uma festa que pode nos renovar no entusiasmo de viver, na alegria de partilhar a vida com os outros, na valorização da amizade e da família. Não, não é o carnaval. É outra a festa, a festa da cadeira. Festa da cadeira? Calma. Vamos lá. Esta festa acontece no dia 22 de fevereiro. A festa da cadeira. Que coisa!!! A Igreja celebra neste dia a Cátedra de São Pedro. Esta festa foi inspirada maravilhosamente nos costumes dos antigos romanos de antes do cristianismo que neste dia recordava-se de seus mortos com uma espécie de banquete em que se deixava uma cadeira vazia em honra do ausente. Os cristãos, que sempre constroem seu patrimônio a partir da beleza das tradições de cada povo, de cada cultura, o Novo a partir do Antigo, passaram a dispor uma cadeira para uma ausência-presença muito especial: Pedro. E o costume antigo tornou-se festa litúrgica: Cátedra de São Pedro. A festa da cadeira me faz reencontrar pelas ruas da coração

[24] revista VITÓRIA

- essa cidade que só cresce - pessoas queridas que se foram, mas que continuam muito queridas. Não é sem prazer que me deixo levar pelas lembranças de pessoas queridas que se foram quando chega o dia desta festa. Tudo por conta de uma cadeira vazia. É claro, ninguém vai dispor

uma cadeira para um falecido num banquete se antes não reservou um espaço para aquela pessoa no coração. A expressão da ausência - cadeira vazia pressupõe a presença onde o tempo presente acontece. O tempo presente só acontece dentro de nós. É pensando assim que me


lanço na recordação dos meus entes queridos que se foram. Na imaginação repito o carinho dos antigos romanos e vou oferecendo referencialmente para cada um uma cadeira especial. Fica chique demais. Uma catedral de carinho para cada um. Coisas do coração. Uma cadeira vazia, em minha opinião, é uma imagem simples, mas que não encontra nenhuma outra como rival na disputa pelo que mais belissimamente expressa a ausência, a falta, a saudade. É bom notar que amor por quem já se foi continua amor, mesmo na ausência, ainda que diante do vazio. A morte não atinge em nós o amor. O amor, assim como Deus, não se situa no tempo-espaço. O amor ignora o passado e o futuro e pre-

sentifica tudo, absolutamente. Impulsionado por estes pensamentos singelos entro na experiência salutar de recordar cada um dos meus conhecidos idos queridos. E como a palavra já diz na própria grafia, recordar é trazer de novo para o coração. Isto sempre faz bem. Enfim, reconhecendo pela recordação os que se foram, assimilo-os novamente como laços da mesma rede onde estou, argila do mesmo barro do qual sou feito, vaso da mesma mão do oleiro, arte e beleza do mesmo Criador. Retomo, portanto, o conhecimento da minha própria pessoa como síntese, condensação, rearranjo de tudo e de todos aqueles que Deus designou para constituir a minha vida. A festa é nossa. Aproveitemos. Saúde!

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Palavra Amiga Ao encontro do Senhor Estamos em plena atividade do ano de 2009 com muita esperança, mas acima de tudo com a certeza de que o trabalho de evangelização não pode parar. Para sermos felizes e recebermos as bênçãos para viver na paz e para termos

É uma alegria receber a sua visita como foi com a sócia Thereza Maria Fogos de Morada de Betânia. Fique a vontade!

saúde, a cura do coração, não existe outro caminho a não ser ir ao encontro do Senhor. Só Ele é o caminho, a verdade, a vida. O Senhor sempre espera por nós. Ele está à porta, batendo, esperando um sinal para poder entrar (Ap 3, 20), é a visita de um grande e verdadeiro amigo. Abrindo o coração e recebendo a visita d’Ele, poderemos dizer “...hoje entrou a salvação nesta casa...” (Lc 19, 9). E como gratidão por esta visita tão importante vamos repetir “...eu e minha família serviremos ao Senhor...” (Js 24,15), e servir ao Senhor é se colocar a serviço dos outros, deixar o comodismo de lado, abraçar a missão e fazer que o reino de Deus aconteça no nosso meio, é evangelizar com amor. Mais do que nunca o mundo precisa e necessita

do amor de Deus e cada assinante da Revista Vitória, cada sócio-amigo fiel desta obra é um instrumento desse amor nas mãos poderosas do Senhor e, para que esse amor chegue a mais pessoas contamos com sua generosidade e fidelidade. Nossa Senhora da Penha, nossa mãe, se alegra com seu gesto concreto de amor. Vamos caminhar juntos, conquistando mais sócios, mais assinantes da Revista Vitória, enfim mais amigos para a família América, e assim continuarmos cantando: “Como é linda a nossa família, como é lindo viver assim...”. Quer fazer parte da família América? É só ligar 3322.0082. Um abraço! Vania Maria


A panela de Thiago de Souza Quem não gosta de ganhar presentes? Ainda mais se for um lindo forno microondas? Uma chance de isso acontecer era acertar o segredo da panela no programa Manhã da Gente, apresentado pelo Thiago Souza, o Amigo da gente. Foram dias de suspense, descontração e muita alegria. Afinal os ouvintes deram muitos palpites e fizeram várias tentativas para acertar o que tinha dentro da panela. Queremos parabenizar e agradecer a todos que participaram em especial, a nossa amiga Renildes Campanharo do bairro Vila Capixaba. Ela descobriu que era uma coroa dentro da panela e levou o prêmio. Em breve voltaremos com mais uma surpresa especial pra você.

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Periodicidade: mensal



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