IMPRESSO
Ano 4 • Nº 02 • Março de 2009
Mulher, presença única e indispensável Págs. 06 e 07
As cores na liturgia Págs. 14,15 e 16
Elaine Butter
Espaço
criança
Parabéns a Duda Mattos que dia 14/03 completa 4 anos de vida.
Ei, mais um encontro aqui no nosso espaço, o Espaço da Criança. Hoje vamos conversar sobre um assunto você vivencia todos os dias: o peso da mochila escolar
. Com o
retorno das aulas esse deve ser um detalhe importante a se observar. O peso das mochilas não deve ultrapassar o limite de 10% do seu peso, por exemplo, se você pesa 30 kg não poderá carregar uma mochila com mais de 3 kg de material escolar. É importante só levar para as aulas o material necessário para o dia. Nada de carregar peso que não será usado.
Bom mesmo é preparar a mochila já com a previsão das matérias e material
que precisará na escola. O ideal é que as mochilas sejam com rodinhas. Também ao carregar à mochila a recomendação é que elas sejam usadas com as alças nos dois ombros, nunca só em um deles,
pois assim a carga ficará distribuída na região
central do corpo. Aos pais é importante ter atenção às queixas de dor dos filhos, se forem constantes e impedem as crianças de brincar é um alerta para existência de problemas na coluna. E só for inevitável levar muito material para escola, os pais podem dar uma ajudinha aos filhos. O importante é aproveitar o dia a dia na escola com muita disposição e alegria!! Até mês que vem.
aço. nosso esp o d r a ip ic rt ça. eça de pa aço Crian p Não esqu s E . a t r a ca Mande su os, 42 eira Sant – ES v li O e d – Vitória rto Rua Albe sl. 1916 – Centro s– Ed. Ame 10-901 0 9 2 CEP:
im Beijim, beij ! da Tia Elaine
[ Editorial ]
REVISTA DA ARQUIDIOCESE DE VITÓRIA DO ESPÍRITO SANTO Rua Alberto de Oliveira Santos, 42 Ed. Ames - Sala 1916 a 1920 CEP 29010-901 - Vitória – ES Tel.: (27) 3322-0082 revistavitoria@aves.org.br
Quaresma é tempo de: oração - jejum - caridade
ARCEBISPO DE VITÓRIA Dom Luiz Mancilha Vilela CONSELHO EDITORIAL Dom Mário Marquez (Coordenador) Pe. Anderson Gomes Elaine Silveira Butter Santos Vander Silva Jorge Villena Medrano GERENTE EXECUTIVO Jorge Villena Medrano JORNALISTA RESPONSÁVEL Vander Silva Reg. 01438 DRT – ES ADMINISTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Fundação Nossa Senhora da Penha do Espírito Santo Tel.: (27) 3322-0082 Fax: (27) 3322-4960 PRESIDENTE Dom Mário Marquez DIRETOR EXECUTIVO Pe. Pedro Camilo DIRETOR SECRETÁRIO Fabricio Zouain DIRETOR FINANCEIRO Paulo Roberto Caon DIRETORA SECRETÁRIA ADJUNTO Ângela Abdo GERENTE ADMINISTRATIVA Elaine Silveira Butter Santos ESTAGIÁRIA Juliana Freitas EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Comunicação Impressa Tel.: (27) 3319-9062 IMPRESSÃO Gráfica GSA Tel.: (27) 3232-1266 Os artigos publicados são de inteira responsabilidade dos autores.
A Quaresma é um Tempo de 40 dias entre a quarta-feira de Cinzas e a quarta-feira da Semana Santa que propõe aos cristãos a memória intensa sobre a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. É um Tempo de Oração, Jejum e Caridade, por isso é considerada como um período de renovação da própria vida, pois, estas práticas são o exercício espiritual que proporcionam aos fiéis uma aproximação da vivência proposta por Jesus: Encontrar-se com o Pai e ajudar o irmão. Durante este período as reflexões da Igreja convidam não só a lembrarmos dos momentos de sofrimento de Jesus, mas também olharmos a nossa realidade e percebermos como esse sofrimento se prolonga na existência sofrida de tantos irmãos e irmãs injustiçados e excluídos da sociedade. É a experiência do povo de Deus caminhando no deserto rumo à terra prometida. A liturgia nos convida à Oração, ao Jejum e à Caridade, e essa atitude faz surgir a necessidade da conversão e do fortalecimento da fé. Após a Quaresma inicia-se, então, o Tempo Pascal, e, é ele que dá sentido à atitude penitencial quaresmal. A esperança do cristão é Cristo Jesus Ressuscitado. Os cristãos adultos não batizados preparam-se, durante este Tempo, para receber o batismo, servindo-se dos símbolos próprios desta época: a água, a luz, a unção com óleos, a renúncia ao pecado e a penitência. É o caminho de transformação da criatura de Deus para filho e filha de Deus. Acompanhemos a liturgia, onde podemos intensificar a Oração. Façamos jejum para que este nos ajude a perceber a fragilidade humana. Envolvamo-nos na reflexão sobre a Campanha da Fraternidade, onde podemos exercitar a Caridade. Preparemo-nos para a Grande Festa Cristã: A Páscoa do Senhor. "Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento é a vossa fé" (1Cor 15,14). D. Mário Márquez, ofmcap Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo Presidente da Fundação Nossa Senhora da Penha
[ Acontece ]
Pastoral da Juventude realiza I DMJ É com renovado ardor missionário e motivados pela proposta libertadora de Jesus de Cristo que a Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Vitória (PJ) realizará nos próximos dias 21 e 22 de março, o Primeiro Dia de Missão
Jovem (DMJ). Os encontros acontecerão em todas as áreas da Arquidiocese. O DMJ tem por objetivos apresentar a Pastoral da Juventude, motivar a criação de grupos de jovens, bem como promover a articulação das áreas, ce-
lebrar a vida e reviver a história da juventude da nossa Igreja. A programação envolve muita animação, momentos de reflexão e oração. Ao longo dos últimos dois anos a PJ passa por uma fase de reorganização na Arquidiocese.
Paróquia Sant’Ana em Cariacica recebe novo pároco Dia 07 de março, o Padre José Geraldo Costa Soares tomará posse como novo pároco na Paróquia de Sant´Ana em Cariacica. A missa de posse será presidida por D. Luiz Mancilha Vilela, Arcebispo, às 19h na ○
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igreja Matriz da Paróquia. A Arquidiocese de Vitória segue a norma da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que sugere as mudanças de pároco a cada seis anos de pastoreio paroquial. Fonte: www.aves.org.br ○
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Bazar para construção de igreja A Comunidade Nossa Senhora do Rosário, na Prainha em Vila Velha, realiza um bazar em prol da construção da igreja. No local, podem ser adquiridos brinquedos, bijuterias, telefones, roupas, entre outros. O bazar acontece até o dia 14 de março das 08h às 17h.
Participe da Campanha Troco-Pedágio da Cáritas Arquidiocesa de Vitória, que acontece na Praça do Pedágio na Terceira Ponte. Ao colaborar com essa campanha, você ajuda a Cáritas a manter ações voltadas a crianças e adolescentes. Para conhecer essas ações sociais ou ser um agente Cáritas, ligue (27) 2104-0250.
[ 4 ] revista VITÓRIA
Obrigado pelo sim Aniversariantes de março: Dia 04 - Pe. Edemar Endringer (1960) Dia 05 - Frei Bertolino Tholl – Franciscano (1954) - Pe. Antônio Renato Coutinho Ferreira (1972) Dia 15 - Pe. Ermindo Raposo de Assis (1961) Dia 18 - Monsenhor Adwalter Antonio Carnielli (1939) Dia 23 - Pe. Adenilson Antônio Schmidt (1970) Dia 24 - Pe. Pedro Camilo (1966) Dia 31 - Pe. Jorge Campos Ramos (1968)
Aniversário de ordenação:
Dia 05 - Pe. Dauri Batisti (1989) Dia 25 - Pe. Jorge Campos Ramos (2000)
“Se alguém quer servir-me, siga-me” (Jo 12,26).
[ Reflexão ] Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc. Arcebispo Metropolitano de Vitória do ES
Mulher
presença única e indispensável
A sociedade atual tem o costume de homenagear ou colocar em destaque fatos e pessoas. Dia do professor, do médico, do advogado, do padre, do lixeiro, etc. No dia 8 de março comemoramos o dia da Mulher. É sobre este assunto que convido a refletir. O dia da mulher não é qualquer dia. A mulher tem um lugar especial na construção de uma sociedade mais humana e mais terna. O nosso mundo ainda é muito machista. Pense, por exemplo, no mundo da economia, agora abalado pela crise mundial! Parece-me que neste ambiente predomina a presença masculina. Faltam mulheres economistas com o mesmo poder de raciocínio, mas com maior capacidade de humanidade, intuição e visão da importância da ternura. Tenho a impressão que esta é uma área em que falta o equilíbrio dos opostos que se complementam. Parece que a sociedade pósmoderna ainda não descobriu [ 6 ] revista VITÓRIA
que a complementaridade entre o masculino e o feminino, homem e mulher, não acontece apenas no encontro sexual, mas em todos os aspectos da vida humana. Deus criou homem e mulher e os criou iguais! Criou-os para que juntos presidissem a Criação! E viu que tudo o que criara era muito bom! Nossa sociedade ainda não descobriu a grandeza da complementaridade e o alcance profundo deste dom do Criador! A mulher ainda não ocupa o "seu" lugar na sociedade. Por que não? Talvez uma visão estreita e pequena diante do mistério da complementaridade homem / mulher. O poder do mais forte sempre predominou no relacionamento humano e, ao homem foi atribuída essa característica: "ser forte". E este tem sido o critério usado no relacionamento humano. Manda o mais forte. O homem é preparado para dirigir e mandar, por ser considerado mais forte! O mais fraco obedece ou se reserva o direito da astúcia, no caso a mulher, considerada mais fraca. Sei que já existem mulheres ocupando cargos na economia, na política e até no
Governo. De fato existem. O mundo está mudando! Porém, sem querer arriscar-me em julgamentos, muitas mulheres que se destacam nesses ambientes usam o mesmo critério para justificar o lugar que ocupam: o poder e, as qualidades femininas ficam esquecidas e até ignoradas. Uma pesquisa sobre a contratação de mulheres para cargos tradicionalmente exercidos por homens, afirma que os executivos, na hora da contratação, escolhem mulheres que se apresentam de sóbrio tailleur (conjunto de saia e paletó), que se transformou numa espécie de uniforme feminino no mundo dos negócios, 62,99% dos executivos afirmaram que "o terno para mulheres", é o traje preferido na hora da entrevista (fonte: Revista Catho online). Escolhida com esse critério, a tendência feminina é de tentar parecer-se com o homem, imitar seus comportamentos para permanecer no cargo e não mostrar suas qualidades e especificidades que complementam o lado masculino de "olhar" o mundo. A identidade da mulher não é apenas o instinto materno, mas
suas qualidades especiais que humanizam o ambiente de trabalho e de missão no exercício de sua capacidade de harmonizar racionalidade e ternura, racionalidade e intuição, capacidade de decisão e humanismo. E na Igreja? Fala-se muito que a Igreja é machista. Pareceme que esta crítica é feita sob o mesmo prisma, ou o mesmo critério, o poder. Olham os membros da Igreja a partir da hierarquia, sob o ponto de vista do poder. Se nos fixarmos neste critério é verdade, a mulher não tem direito ao poder. Porém, esta é uma visão errada, estreita e pequena, também entre a hierarquia da Igreja. O que vale não é o poder, é o seu lugar de "Sinal" de Alguém que realmente é Poder. A hierarquia da Igreja não é o poder, é apenas um Sinal que significa e realiza a decisão de poder. O poder é Deus, não é o padre ou o bispo, embora sejam um Sinal
Daquele que tem o poder. Somos todos "servos inúteis" (Lc 17,10). Dentro do contexto religioso, a importância, o lugar e até o poder da mulher, abafado pelo contexto histórico da organização humana, teve seu reconhecimento e continua sendo uma referência. A Palavra de Deus, Palavra Criadora, escolheu aproximar-se da humanidade através da mulher! Aquela que era considerada fraca e nem era contada nas estatísticas, "eram cinco mil sem contar as mulheres e as crianças" (Lc 14,21)! Foi da mulher que a Palavra Criadora fez surgir o Novo Homem e a Nova Humanidade! Existe maior dignidade e maior poder? Foi a mulher que apresentou o Salvador como Sinal de salvação e de esperança para a humanidade desejosa de sentido de vida e de vida eterna. Foi uma mulher que ensinou o jeito certo de viver e de exercer o poder: "Eu sou a serva do Senhor, Faça-se em mim segundo a Sua Palavra"! (Lc 1, 38). Foi uma mulher que ensinou a nova humanidade a abrirse à Ação do Espírito, à docilidade e ternura que vem do Alto. Foi uma mulher que recebeu o grande elogio de Jesus Cristo, "Felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11, 28). Foi uma mulher que teve coragem e honradez em apoiar o Filho nos momentos mais difíceis, na Via Sacra, e O acolheu em seus braços como Senhora da Piedade. Foi a mulher que esteve com os discípulos "fujões" e arrependidos no Cenáculo à espera do Paráclito prometido por Jesus Cristo, Pentecostes! (At 1,14). Esta mulher foi elevada aos céus e é venerada como mãe da Nova humanidade, interces-
sora, qual em Caná da Galiléia e, Medianeira junto a Jesus Cristo o Único Mediador. Na história da Igreja a mulher teve um papel forte e importante, e, nos momentos mais difíceis: Santa Catarina de Sena é um exemplo e Joana D´Arc que teve sua importância não pelo poder, mas pela sua autoridade intuitiva de mulher de fé. Inúmeras são as mulheres na vida da Igreja, desde a Mãe de Jesus e Maria Madalena, as primeiras evangelizadoras! E, hoje, em Vitória do Espírito Santo? Ai da Igreja se não fosse a mulher. Ela está presente em toda a ação evangelizadora e nos lugares mais importantes. O Sínodo Arquidiocesano é prova disso. A pesquisa científica sobre a realidade de nossa Igreja foi liderada por uma mulher que comandou sua equipe. O resultado da pesquisa foi analisado nas sessões sinodais sempre com a participação e percepção das mulheres! Todas à luz da Mulher, Maria! Todas qualificam a vida da Igreja nas diversas funções, serviços, formação e desenvolvimento da comunidade na fé, caridade e esperança. São milhares que, em igualdade com o homem, sem perder suas especificidades, se complementem na ação evangelizadora. Saúdo, pois, a mulher no seu dia e todos os dias do ano, agradecendo a todas que me ajudam e completa o serviço que procuro prestar à Igreja, mulher presença única e indispensável! Esta é a beleza da nova criatura, o serviço total ao próximo expresso no amor universal e realizador da pessoa humana, homem e mulher! Maravilhas da Palavra Criadora! revista VITÓRIA
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[ Mulher ] Ivone Vilanova*
Mulher A Constituição Federal em vigor desde 1988 reza que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, assegurando não poder haver diferenças salariais, de exercícios, funções e de critérios de admissão por motivo de sexo, cor ou estado civil. A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), é que regulamenta as relações de trabalho quanto ao contrato de trabalho, demissão e suas formas, e demais interações entre empregados e empregadores.
[ 8 ] revista VITÓRIA
e trabalho
A luta dos seres humanos por justiça nas relações de trabalho, atravessa fronteiras, sobretudo com relação ao gênero feminino, indo desde o princípio da igualdade, que se encontra distante de sua aplicação integral ao mercado de trabalho e as relações delas decorrentes, incluindo as questões raça e etnia. Mesmo com o aumento do ingresso das mulheres no mercado de trabalho, não se verifica alteração nas condições que as levam a inserir e permanecer no trabalho, com poder de mando nos altos escalões, considerando ser a população feminina, maior no país (52,08%). A desigualdade se verifica com maior incidência, quando
tangível na divisão de trabalho, agravada pela discriminação racial, com dupla jornada de trabalho, no público em empregos ou subempregos; e no privado cuidando da casa e prole, pois raros são os companheiros que partilham tarefas domésticas. É óbvio que no trabalho formal, as mulheres ainda recebem salários menores que os homens, mesmo exercendo as mesmas funções e cargas horárias iguais, e na maioria dos casos piores condições para aplicabilidade do mesmo. Quando se referem no país a mulher Economicamente Ativa, as estáticas apontam que mais de 51% não possuem renda mensal
regular, e dessas até 30% recebem até dois salários mínimos mensais. São mais evidentes quando as desigualdades se reportam a remuneração, tornando contrastante se comparar variáveis do sexo e cor, mesmo quando tem escolaridade maior, se classificando por hierarquia na força de trabalho, onde homens brancos recebem salários ou rendimentos, seguidos pelas mulheres brancas e homens negros, ficando as mulheres negras na base dessa pirâmide, com rendimentos significadamente menores. Pirâmide essa muito bem demonstrada na Conferência Nacional de Mulheres em Brasília no ano de 2002, com a Plataforma de Políticas para Mulheres. Outras questões que permeiam em dificuldades a inserção da mulher no mercado de trabalho, em competição desigual com homens para acesso e permanência nos seus empregos, é o fator idade, estado civil e a chamada “boa aparência”, assim como a exigência de experiências prolongadas, teste de gravidez, atestado de esterilização e de HIV/AIDS, que são proibidos por Lei, mais exigidos na prática. Fatores que agravam psicologicamente a permanência das mulheres em seus postos de trabalhos trazendo transtornos desgastantes são: assédio sexual e moral, a fatiga física e mental que lhes agravam a saúde, sem contar que são as mais atingidas por LER (lesões por esforço repetitivos), DORT (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho), pois quando da divisão sexual do trabalho, a alegação é de que são entregue a elas atividades monótonas, repetitivas e de rapidez manual, por serem as mulheres “mais afeitas” a tais tarefas.
No mercado informal de trabalho as mulheres negras aparecem em percentual maior que as outras raças, e sem as devidas garantias de direitos trabalhistas e previdenciários, vide a situação da maioria das empregadas domésticas. Tais situações de discriminações levam os movimentos feministas e de mulheres a reivindicarem com veemências a extirpação da discriminação de gênero, racial, salarial e profissional com exigência pela igualdade de oportunidade com justiça social e aplicabilidade de inteiro teor do Estado Democrático de Direito e dos Direitos humanos na sua soberania e democracia popular. A busca incansável será sempre tentar garantir e ampliar direitos trabalhistas, tentar assegurar ao cumprimento e efetivar das Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), reduzir jornada de trabalho sem redução de salários, no combate ao desemprego e desigualdade, eliminação do trabalho escravo sobre tudo do trabalho infantil imposto, fomentar políticas públicas que venham de encontro ao trabalho informal, reconhecer profissões isoladas como as de artesãos, parteiras e demais correlatas, com formação e qualificação de gênero, assegurar proteção social e trabalhista a maternidade, com garantia, acesso e permanência nos empregos das trabalhadoras grávidas, com real garantia do emprego após o término do período de licença maternidade, assim como a existência de creches e berçários nos locais de trabalho.
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* Conselheira Presidente da Oba-Mulher do ES, Integrante do Conselho Estadual da Mulher, Vice Presidente Nacional dos Procuradores Federais, Presidente Internacional Latino-Americano de Juristas Socialistas Feministas.
revista VITÓRIA
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[ Especial ] Maria Amélia Carrera
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Jejum
Estamos na Quaresma, tempo forte que nos chama à oração, esmola e jejum. E afinal o que é o jejum? Se procurarmos no dicionário a palavra jejum é definida como "abstinência parcial ou total de alimentos em certos dias, por penitência ou prescrição religiosa" ou "quando alguém opta por diminuir sua dieta alimentícia o mais próximo do zero, idealmente atingindo o zero, por um período de tempo, geralmente pré-determinado. Existem diversos motivos que levam uma pessoa a fazer jejum, como a greve de fome política, jogos de desafio, vaidade para com o corpo. Os principais motivos, contudo, são religiosos ou medicinais." No nosso mundo moderno a prática do jejum está caindo no desuso, temos uma visão errada e preconceituosa do jejum. Muitas vezes ao falar em fazer jejum nos vem à imagem de um sacrifício extremo, passar fome, destruir a saúde, coisa do passado, prática arcaica, parece ter perdido um pouco do seu valor espiritual e ter adquirido, o valor de uma medida terapêutica para a cura do próprio corpo. Jejuar sem dúvida é bom para o bemestar, mas para nós é em primeiro lugar uma "terapia" para curar tudo o que nos impede de nos conformar com a vontade de Deus. O jejum é uma riqueza que precisamos reconquistar. É uma forte expressão da decisão de fa[10] revista VITÓRIA
zer uma conversão, começar uma vida nova. Pelo jejum, recordados que somos chamados a desapegar o coração de todos os bens que acaso nos impeçam de amar e servir a Deus acima de todas as coisas. Como fazer o jejum? Primeiro temos que ter em mente que o jejum não exige que você passe fome. Jejuar é refrear a nossa gula e disciplinar o nosso comer. O importante, e aí está a essência do jejum, é a disciplina. Temos diversas formas de fazer o jejum, a Igreja nos recomenda uma forma básica, que pode ser feito por todas as pessoas: é que você tome o café da manhã normalmente e depois faça apenas uma refeição - almoçar ou jantar -, a depender dos seus hábitos, de sua saúde e de seu trabalho. A outra refeição, a que você não vai fazer, será substituída por um lanche simples, de acordo com as suas necessidades. Dessa maneira, por exemplo, se você escolher o almoço para fazer a refeição completa, no jantar faça um lanche que lhe dê condições de passar o resto da noite sem fome. Para que fazer o jejum? Na sua mensagem para a Quaresma o Papa Bento XVI diz: "Podemos perguntar que valor e que sentido tem para nós, cristãos,
privar-nos de algo que seria em si bom e útil para o nosso sustento. As Sagradas Escrituras e toda a tradição cristã ensinam que o jejum é de grande ajuda para evitar o pecado e tudo o que a ele induz. Por isto, na história da salvação é frequente o convite a jejuar". Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. A essência o jejum é colocar
um freio em nossos desejos, em nossa tendência de fazer apenas a nossa vontade e nos colocar na dependência de Deus e fazer a Sua vontade. No Novo Testamento, Jesus ressalta a razão profunda do jejum, condenando a atitude dos fariseus, que observavam escrupulosamente as prescrições impostas pela lei, mas o seu coração estava distante de Deus. O verdadeiro jejum, é antes cumprir a vontade do Pai celeste, o qual "vê no oculto, recompensar-te-á" (Mt 6, 18). Jesus dá o exemplo respondendo a satanás, no final dos 40
dias transcorridos no deserto, que "nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus" (Mt 4, 4). O verdadeiro jejum consiste em comer o "verdadeiro alimento", que é fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4, 34). Com o jejum manifestamos o desejo de submeter-nos humildemente a Deus, confiando na sua bondade e misericórdia. A prática fiel do jejum contribui ainda para conferir unidade à pessoa, corpo e alma, ajudando-a a evitar o pecado e a crescer na intimidade com o Senhor. Com o jejum e com a oração permitimos que Ele venha saciar a fome mais profunda que vivemos no nosso íntimo: a fome e a sede de Deus. É a renúncia do próprio caminho para assumir o caminho de Jesus. Se uma pessoa se priva de um prato de alimento, mas não renuncia ao rancor, à maledicência, à inveja, ao orgulho, e tantos outros pecados, fica na superficialidade, não atinge o objetivo do jejum. Ao mesmo tempo, o jejum ajuda-nos a tomar consciência da situação na qual vivem tantos irmãos nossos. Quando sentimos um pouco de fome, lembramos de tantos irmãos que vivem na fome. Em I Jô 3,17 lemos: "Aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como estará nele o amor de Deus?" Assim, quando jejuamos, aquele alimento que deixamos de consumir, entregamos para socorrer o irmão que necessita. Escolhendo livremente privar-nos de algo para ajudar os outros, mostramos concretamente que o próximo em dificuldade não nos é indiferente. Precisamente para manter viva esta ati-
tude de acolhimento e de atenção para com os irmãos. Descobrimos assim, que o jejum é uma forma de nos aproximar mais de Deus e dos irmãos, descobrimos então, que o jejum apesar de ser um chamado forte para a Quaresma é necessário para todos os tempos de nossa vida. Esse "freio" em nossas vontades para fazer a vontade de Deus é uma necessidade diária para nós. E então no nosso cotidiano podemos identificar as coisas, não apenas alimentos, que nos escravizam, que são maiores para nós, que são tão importantes que achamos que não conseguimos viver sem elas (televisão, internet, roupas, computador, perfume, e tantos bens materiais) e podemos fazer o propósito de renunciar a elas por um tempo e às vezes até permanentemente para deixarmos de ser escravos, tomando posse da liberdade que só em Jesus conseguimos viver. Qual vai ser o seu jejum? Em nossa família temos o hábito de a cada ano fazermos um propósito de jejum. Todos, até as crianças, escolhem o seu jejum quaresmal. Este ano conversando com uma sobrinha, perguntei se já tinha escolhido como fazer o jejum desta Quaresma. A resposta dela me encantou: "Ainda não, mas já sei que não vai ser o doce, porque quando descobri que quando renuncio ao doce é para fazer regime e não jejum". Peçamos ao Espírito Santo que nos ilumine e mostre aquilo que nos escraviza e afasta de Deus e nos dê força para que nos libertemos. Que a partir desta Quaresma sejamos mais livres, e façamos dóceis à vontade do Nosso Deus. revista VITÓRIA [11]
[ Especial ] Eliomar Mazoco
Tortas e Moquecas A moqueca capixaba é o prato que melhor expressa a identidade da culinária típica do Espírito Santo. Para alguns autores a palavra teria raiz em m’keka (miqueca) do dialeto quimbundo falado por negros angolanos de origem banto, que, no entanto apreciavam mais ao peixe seco e salgado. Para Câmara Cascudo o mais provável, é que a palavra derive do tupi “pokeka”, o assado de peixes envolvido em folhas, bem como de “moquen”, que era a grelha de madeira sobre o fogo onde os indígenas arrumavam as carnes, peixes e panelas. No Espírito Santo, a feitura obrigatória da moqueca na panela de barro, de inequívoca tradição indígena, não deixa dúvidas quanto a sua origem. No entanto, os elementos que envolvem o preparo, como o tomate e o urucum, natural da terra, e a cebola, o coentro e o azeite de oliva vindos da Europa, revelam uma confluência de culturas. Em todo o Brasil, os refogados e guisados de peixe são feitos em sua imensa maioria com leite de coco e azeite de dendê, de origem africana. No Espírito Santo, entretanto, é o azeite de oliva, o azeite doce português, ao lado da panela de barro dos índios, que diferenciam a moqueca capixaba dos demais peixes do Brasil. [12] revista VITÓRIA
E é esta moqueca que vai junto à panela de barro dar origem à nossa torta capixaba, outro prato típico, ao lado da moqueca, da identidade do Espírito Santo. Prato que tem vínculo com a nossa religiosidade sendo preparada e servida na Sexta-Feira da Paixão de Cristo, quando a Igreja Católica recomenda não se alimentar de carne durante a Semana Santa. A torta capixaba, como se conhece hoje tem as mesmas raízes que a moqueca. A indígena, presente na mesma panela de barro, em que se faz a moqueca e a portuguesa, presente no uso do bacalhau, do azeite doce, das azeitonas, dos ovos de galinha e no calendário católico da semana santa. Mas ela nasce como a conhecemos hoje a partir do século XIX, criação do povo pobre de Vitória, que a partir dos mangues da ilha,
ricos em frutos do mar e pescados, juntavam as várias moquecas de ostras, sururus, siris, caranguejos e peixes numa mesma panela de barro, para cumprir o preceito da fé. É preciso lembrar que o pescado e os frutos do mar, ao contrário de hoje que são caríssimos, não eram pratos valorizados na mesa dos ricos e até meados do século XX sempre foi comida do povo pobre, ao lado do feijão e da farinha. Com o passar do tempo é que este prato passou a mesa dos comerciantes ricos que acrescentaram seus elementos e a experiência culinária portuguesa em tortas, que a rigor seria um prato europeu. Europeu, indígena ou africana a verdade é que no correr da Semana Santa, a torta e a moqueca são decididamente pratos capixabas.
[ Especial ] A Redação
Torta Capixaba Consciente A Quaresma, período em que os católicos fazem penitência é a época em que a alimentação com carne é evitada, dando lugar a peixes e frutos do mar nas mesas capixabas. Todo o esforço que é feito nesse tempo simboliza o respeito ao sofrimento e morte de Jesus. Na semana santa, período em que a abstinência de carnes se torna mais intensa, a tradicional torta capixaba rouba a cena e é servida nas casas, principalmente na sexta feira da paixão. Mas é preciso que exista um certo cuidado ao comprar os produtos que fazem parte dessa especiaria. Para a preparação da torta entre os ingredientes estão: caranguejo desfiado, siri desfiado, ostras, sururu, camarão, peixe fresco, bacalhau, palmito, ovos e como temperos: coentro, urucum,
tomate, cebola, pimenta do reino, limão, alho, e muito azeite. O preparo das tortas capixabas, que são feitas com bastante palmito, gera todos os anos uma grande pressão sobre palmiteiros nativos em todo o Brasil, pois para atender a demanda muitos destes são ilegalmente extraídos e vendidos na beira das estradas. Para evitar o apoio inconsciente desse tipo de atitude é preciso atenção dos consumidores para que se compre o palmito em locais autorizados. No Estado do Espírito Santo, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF) é o responsável pela fiscalização na exploração do palmito, para que a extração não cause danos ao meio ambiente. Para isso algumas regras precisam ser seguidas. Para que aconteça a exploração do palmito nativo o IDAF precisa vistoriar antecipadamente o local e conceder sua autorização por meio de um documento que comprove a legalidade da extração do palmito plantado. Para obter esse documento, a pessoa deve entrar em contato com os escritórios locais e postos de atendimento do IDAF mais próximos. Para que o sabor da torta capixaba fique ainda melhor o primeiro passo deve ser a preservação do meio ambiente.
revista VITÓRIA [13]
[ Especial ] Raquel Schnaider
cores Liturgia
As
na
Deus entrou na história. Este é o fato que caracteriza a religião hebraica e cristã. Desta forma, o tempo está impregnado de eternidade. A revelação é economia de salvação, ou seja, plano divino que se realiza na história. “Nela devem ser captados e percebidos a existência e a ação da eleição divina que quer fazer uma aliança mediante a qual os homens devem tornar-se participantes da natureza divina” (1). Este plano divino de salvação, que entrou na história, São Paulo chama de mistério. Nós celebramos este mistério de Deus em Cristo, que se desdobra por todo o ciclo anual, através do Ano Litúrgico, cujo coração é o Mistério Pascal de Cristo, centro vital de todo o seu organismo. O Ano Litúrgico não é, portanto, uma ideia, mas uma pessoa, Jesus Cristo e seu mistério realizado no tempo. De forma prática, é como a Igreja nos propõe celebrar Cristo, com mo-
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mentos de particular intensidade, comemorando fatos acontecidos e olhando para o futuro, na perspectiva do eterno, onde passado e futuro se tornam um eterno presente, o “hoje” de Deus. A liturgia, como Mistério celebrado, também é rica em símbolos, com diversas expressões. Através delas nos deixamos penetrar pela infinita riqueza da Palavra. Os símbolos não existem para que entremos num vago sentimentalismo religioso, mas nos ajudam a expressar e viver melhor a nossa fé. Jesus se utilizava parábolas para revelar aos discípulos o Mistério de Deus. Neste universo pleno de sentido, o cristão pode encontrar a leitura maravilhosa da presença de Deus. Desde que o cristianismo começou a exprimir a sua fé através de imagens, as cores tiveram papel relevante na tentativa de traduzir a beleza imaterial de Deus. Elas são sinais de porte universal; todavia é preciso considerar que o seu valor simbólico não pode ser compreendido senão
numa determinada cultura. O branco, cor da alegria na nossa cultura ocidental, é a cor do luto no Japão e o negro, que evoca a tristeza na Europa, é a cor privilegiada na África. O simbolismo das cores varia igualmente de acordo com as épocas: na Idade Média pintavamse os véus de vermelho e o manto da Virgem Maria era freqüentemente de cor violeta. Assim, podemos concluir que as diferentes cores possuem um significado para a Igreja: elas visam manifestar externamente o caráter dos Mistérios celebrados e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do Ano Litúrgico. Manifesta também, de maneira admirável, a unidade da Igreja, pois a cor usada um certo dia é válida para a Igreja em todo o mundo, que obedece a um mesmo calendário litúrgico. No início havia uma certa preferência pelo branco. Não existiam ainda as chamadas cores litúrgicas. Estas só foram fixadas em Roma no século
XII. Em pouco tempo, devido ao seu alto valor teológico e explicativo, os cristãos do mundo inteiro aderiram a esse costume, que tomou assim, caráter universal. Hoje estamos vivendo um tempo forte do Ano Litúrgico que é a Quaresma, onde a cor utilizada é o roxo. Isto nos ajuda a lembrar que é tempo de penitência, de re-
colhimento. Tempo de nos dedicarmos, com maior afinco, à escuta da Palavra de Deus e à oração. Atualmente, as cores litúrgicas na Igreja Católica Apostólica Romana, são reguladas pelo nº. 346 da vigente Instrução Geral do Missal Romano (IGMR). A IGMR estabelece que seja sempre observado o uso tradicional,
mas as Conferências Episcopais podem determinar e propor à Santa Sé adaptações que correspondam às necessidades e ao caráter de cada povo. As cores aprovadas pela IGMR, segundo o uso tradicional, e seus respectivos tempos de uso são o branco, o vermelho, o verde, o roxo, o preto e o rosa:
Branco
Vermelho
Verde
É usado nos Ofícios e Missas do Tempo Pascal e do Natal do Senhor; além disso, nas celebrações do Senhor, exceto as de sua Paixão, da Bem-Aventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, dos Santos não Mártires, nas solenidades de Todos os Santos, de São João Baptista, nas festas de São João Evangelista, da Cátedra de São Pedro e da Conversão de São Paulo. O branco é símbolo da luz, simbolizando a inocência e a pureza, a alegria e a glória, a ressurreição e a vitória.
É usado no domingo da Paixão e na Sexta-feira da Semana Santa, no domingo de Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas natalícias dos Apóstolos e Evangelistas e nas celebrações dos Santos Mártires. Simboliza o sangue derramado por Cristo e pelos mártires e as línguas de fogo em Pentecostes, onde pela força do Espírito Santo os discípulos foram arrancados da apatia e do desânimo, além de indicar a caridade inflamante, o amor divino.
É usado nos Ofícios e Missas do Tempo Comum: momento onde não esperamos por acontecimentos especiais, mas sim que a semente da Palavra de Deus germine e cresça. É a cor que representa o crescimento silencioso, simboliza a cor das plantas e árvores, prenunciando a esperança da vida eterna.
Roxo É usado no tempo do Advento e da Quaresma. Pode também ser usado nos Ofícios e Missas pelos mortos. Significa penitência, arrependimento. Momento de reflexão e de serenidade, tempo de conversão.
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[ Especial ]
Preto Pode ser usado, onde for o costume, nas Missas pelos mortos. Denota um símbolo de luto, significando a tristeza da morte e a escuridão do sepulcro. A cor preta não foi abolida nem pela IGMR. Segue sendo uma opção para a missa pelos mortos, onde for costume utilizála. No Brasil, contudo, o uso do preto nas celebrações pelos fiéis defuntos foi, na prática, abolido, havendo sido substituído pelo uso do roxo, uso este facultado pela própria IGMR.
Rosa Pode ser usado, onde for costume, nos domingos Gaudete (III do Advento) e Lætare (IV da Quaresma), ocasiões em que também poderá ser utilizado o roxo. Sinal de alegria pelo Senhor que chega.
Outras cores usadas: Q Cores para dias festivos – prateado e dourado A IGMR nos orienta que: “Em dias mais solenes podem ser usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que não sejam da cor do dia”. Um exemplo de uso de veste festiva na Liturgia são as cores dourada e prateada em substituição ao branco, uso bastante difundido pelo Brasil e pelo mundo. A Instrução Redemptionis Sacramentum nos orienta que é facultativo o uso de ornamentos fabricados há muitos anos, a fim de conservar o patrimônio da Igreja, mas que deve haver critérios. “Quando seja um dia festivo, os ornamentos sagrados de cor dourado ou prateado podem substituir os de outras cores, exceto os de cor preta.” Q Amarelo A tradição, sobretudo a tra[16] revista VITÓRIA
dição oriental dos ícones, reconheceu o amarelo e o dourado como o reflexo da luz divina. O amarelo é certamente a cor que melhor traduz os raios de luz. Ele é o reflexo da Glória de Deus e é revelação da Sabedoria e do amor pelo Verbo encarnado. Os Padres da Igreja chamam a Jesus: a Luz, o Sol, o Oriente. O amarelo torna-se, então, o ouro que encontramos nos altares, nas vestes sacerdotais, nos ícones e pinturas da Idade Média. Pode ser utilizado em substituição ao branco, mas é mais comum que esta substituição seja feita pelo dourado, mencionado anteriormente. Q Azul Cabe também mencionar o uso litúrgico da cor azul para Festas e Solenidades da Santíssima Virgem Maria. O azul não é uma das cores litúrgicas previstas pela IGMR, mas seu uso é comum no
Brasil e outros países. “A liturgia renova e aprofunda a aliança do Senhor com os homens, na eucaristia, fazendo-os arder no amor de Cristo” (SC 10). Deixemo-nos atrair pelo Amor e nos tornarmos assim amor para os irmãos, na alegria do Senhor.
Referências Bibliográficas e siglas: SC – Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia nº 10. IGMR – Introdução Geral do Missal Romano – 3ª edição típica – 2002. (1) – Dicionário de Liturgia, pág. 59 – Editora Paulus.
[ Atualidade ] A Redação
Novo
site da
Arquidiocese de Vitória Com a facilidade da Internet nos dias atuais, os sites se tornaram ferramentas de acesso rápido e prático para pesquisas, leituras e diversão. É um meio de comunicação abrangente, pois ocupa a maioria dos lares no mundo inteiro, e com isso a Igreja também precisa ter o seu espaço neste meio.
Com esse objetivo o novo site da Arquidiocese de Vitória está no ar. Após alguns meses em que a página passou por uma reformulação, hoje pode ser conferida com um design moderno e com mais facilidade no acesso. Nela os internautas podem conhecer a história da Arquidiocese, seus organismos, ficar por dentro das notícias da Igreja, conhecer opiniões do Arcebispo de Vitória, acompanhar a liturgia diária, entre outros serviços. Facilitando e dinamizando o
dia a dia das paróquias e comunidades, o site também estreita a relação entre Igreja e povo. Notícias sobre as paróquias, as pastorais, o santo Padre Papa Bento XVI e assuntos que fazem parte do cotidiano da cidade são atualizadas diariamente na página. A atualização do site é feita pelo departamento de Comunicação e Marketing da Mitra Arquidiocesana de Vitória. A responsável é Maria da Luz Fernandes, assessora de comunicação da Arquidiocese, e a estagiária,
Juliana Freitas. Nesse setor onde são produzidas as matérias, também a manutenção e acompanhamento de todo o material que existe na página da Internet. O endereço do site é: www.aves.org.br e para obter mais informações, o e-mail de contato é mitra.noticias@aves.org.br e o telefone é o 3223-6711, ramal 236.
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[ Ciência ] Brunela Marins
Bactérias: nem tanto assustador! Nos últimos dias tem sido muito falado sobre os problemas de saúde provocados por bactérias. Após a morte da modelo capixaba Mariana Bridi, 20 anos, aumentaram os questionamentos e o medo da população a respeito destes seres. Porém, o que é importante saber é que as bactérias estão em todos os lugares, nas coisas mais simples e onde nem se imagina. Contudo, não é preciso pânico! Atitudes simples podem evitar doenças relacionadas a elas. De acordo com o Infectologista, Dr. Paulo Mendes Peçanha, mesmo sem saber, todas as pessoas estão sempre rodeadas de bactérias, seja em casa, no trabalho, na rua, entre outros lugares. As bactérias são seres muito pequenos, e a maioria, não pode ser vista a olho nu. Apesar de seu tamanho, elas se
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multiplicam em grande velocidade, e, muitas delas, conhecidas como germes, são prejudiciais à saúde do homem, pois podem causar inúmeras doenças. Não há como escapar delas, pois estão em toda parte, seja no ar, na água, no solo e, inclusive, nos corpos dos seres humanos. Até 300 anos atrás, este tipo de vida era desconhecido. Foi o holandês chamado Leeuwenhoek quem as observou pela primeira vez. Em 1865, Louis Pasteur, através de seus estudos e observações, descobriu como elas se multiplicam e causam doenças. Contudo, os estudos desta forma de vida só foram mais precisos depois que Roberto Koch, em 1870, descobriu como colori-las e mantê-las viva em uma espécie de geléia que ele mesmo criou. Desta forma, elas poderiam ser observadas por mais tempo e também de formas diferentes, fato que permitiria um conhecimento mais completo e aprofundado destes seres. Embora muitas possam provocar várias doenças, nem todas são maléficas. Algumas desempenham papéis extremamente úteis para muitas formas de vida, inclusive para os seres humanos. Um exemplo é o caso de plantas, como as ervilhas, que se beneficiam da produção de uma substância química que as bactérias
produzem em suas raízes dentro de pequenos caroços. Certas bactérias são daninhas aos vegetais e prejudica-os a ponto de destruí-los. Porém, no solo também existem bactérias que podem ser benéficas de várias formas, entre elas, ajudando as folhas velhas das plantas a apodrecerem fornecendo alimento às novas plantas. As bactérias não são um problema sem solução. Enfermidades decorrentes de bactérias podem ser combatidas através do uso de antibióticos, por exemplo. Se utilizados conforme orientação médica, estes têm efeito eficaz sobre os germes prejudiciais à saúde. Contudo, o Dr. Paulo Mendes Peçanha orienta que em qualquer suspeita de doença, o certo é procurar orientação médica. O tratamento rápido de qualquer indisposição pode ser combatido desde que seja diagnosticado no tempo correto. No caso das bactérias, por exemplo, se não for feito um tratamento adequado elas aumentarão rapidamente ampliando o número de colônias. Em muitos casos, elas podem ser transferidas de pessoas para pessoas. Para evitar doenças provenientes de bactérias é preciso cuidados simples. De acordo com Paulo Mendes Peçanha, manter uma alimentação ade-
quada é essencial. “Se o organismo estiver em condições adequadas, é maior a facilidade de se proteger. Já as pessoas que não se alimentam de forma correta que não mantém uma alimentação equilibrada, é mais difícil manter as barreiras que impedem as bactérias de provocar algum mal ao organismo”, afirma. O médico dá dicas simples para evitar a contaminação através das bactérias: Infecções respiratórias: o importante é evitar locais aglomerados. Quanto maior o número de pessoas mais propício à proliferação de germes. Em ambientes fechados aumenta a possibilidade de uma pessoa transmitir uma doença à outra pessoa. Em casa: O essencial é ter uma atenção redobrada com a alimentação. Procurar sempre lavar as mãos antes de manusear os alimentos. E sempre lavá-los antes de comer. Carnes cruas e mal-passadas também devem ser evitadas. Manter a casa limpa sem poeira também ajuda a evitar doenças provenientes de bactérias. Algumas atitudes simples também são importantes, como: trocar as toalhas a cada dois dias. O uso da mesma toalha por mais de uma pessoa pode veicular infecções de pele como micoses (pitiríase, tineas), viroses e relacionadas com infecções bacterianas. Também é importante não deixar cair no chão, manter aberta (esticada) em algum local limpo e protegido (varal, box ou apoio), não usar a toalha de outra pessoa (mesmo parente ou namorado (a)). Na cozinha todo cuidado é
pouco. Procurar manter sempre tudo bem higienizado, principalmente, na pia onde é feita a limpeza dos alimentos. A sala de estar é, de longe, a principal área de contaminação por bactérias nas casas, depois da cozinha. Nela é possível encontrar ácaros (em sofás, cortinas, carpetes e tapetes) e vários tipos de insetos (pulgas, baratas – principalmente a blatella germânica – aranhas, traças, formigas). Então é importante não permitir que animais fiquem nestes locais – sobretudo sobre carpetes, tapetes e, principalmente, sofás, não comer neste local, sobretudo alimentos que podem se despedaçar ou espalhar minúsculos pedaços como biscoitos, pão, cereais, e outros. Limpar, imediatamente, qualquer sujeira presente, e nunca deixar juntar poeira. Uma observação importante é não esquecer nestes locais livros, revistas, fitas e outros materiais que podem juntar poeira. Se tiver algo do gênero, procurar limpar sempre. Nas ruas é importante evitar colocar as mãos nos olhos e boca. Nestes locais é grande a quantidade de pessoas que passam a mão no mesmo lugar, assim, é fácil a transmissão de algum tipo de germe de uma pessoa para outra. Seja no ônibus, em um corrimão, ou mesmo ao pegar o dinheiro. As bactérias existem e não há como escapar delas. Porém, não é algo tão assustador se tomado os devidos cuidados. O importante é sempre manter uma boa higiene e não esquecer de ter uma alimentação equilibrada para conservar o organismo forte e preparado para combater qualquer mal.
Principais doenças causadas por bactérias: Tuberculose: causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis. Hanseníase (lepra): transmitida pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium lepra). Difteria: provocada pelo bacilo diftérico. Coqueluche: causada pela bactéria Bordetella pertussis. Pneumonia bacteriana: provocada pela bactéria Streptococcus pneumoniae. Escarlatina: provocada pelo Streptococcus pyogenes. Tétano: causado pelo bacilo do tétano (Clostridium tetani). Leptospirose: causada pela Leptospira interrogans. Tracoma: provocada pela Chlamydia trachomatis. Gonorréia ou blenorragia: causada por uma bactéria, o gonococo (Neisseria gonorrhoeae). Sífilis: provocada pela bactéria Treponema pallidum. Meningite meningocócica: causada por uma bactéria chamada de meningococo. Cólera: doença causada pela bactéria Vibrio cholerae , o vibrião colérico. Febre tifóide: causada pela Salmonella typhi.
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[ Igreja ] Vander Silva
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Um
Caminhar em busca da
Uma Via Sacra que reuniu milhares de fiéis nas ruas do Centro de Vitória marcou a abertura da Campanha da Fraternidade 2009 em nossa Arquidiocese, na tarde do domingo, dia primeiro de março. Os fiéis atenderam ao chamado do Arcebispo Dom Luiz Mancilha Vilela e mesmo sob intenso calor carregaram suas cruzes e acompanharam a Via Sacra que saiu da escadaria do Palácio Anchieta, passou pelas ruas do Centro e terminou na praça em frente da Catedral Metropolitana de Vitória. O tema da CF 2009: Fraternidade e Segurança Pública com o lema: A Paz é Fruto da Justiça foi contextualizado com as estações da Via Sacra e com as pastorais apresentando os trabalhos desenvolvidos por elas. Em um mar de cruzes, Dom Luiz e representantes do clero da Arquidiocese acompanharam a Via Sacra e em meio ao povo refletiram sobre o martírio de Jesus e as injustiças que cercam o povo capixaba.
Paz
Na CF 2009 a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil busca através da promoção da cultura da paz na sociedade que a justiça social aconteça. Para trazer o tema na realidade do capixaba, as encenações da paixão e morte de Cristo foram retratadas de forma diferente. A história se passou em um contexto atual com Jesus sendo escoltado por policiais e tendo como manto a bandeira do Espírito Santo. Temas da atualidade foram lembrados durante a Via Sacra. Violência sexual, exploração infantil, violência contra a mulher, prostituição e corrupção foram alguns dos assuntos citados durante a caminhada. As encenações aconteceram na
Praça Oito, Praça Costa Pereira, no Colégio do Carmo, na Mitra Arquidiocesana, no Fórum e na Catedral Metropolitana. No início da Via Sacra, nas escadarias do Palácio Anchieta, Dom Luiz manifestou a satisfação dele ao ver que mesmo sob muito sol, as pessoas foram acompanhar o evento e disse que no coração das pessoas, aberto a Deus, está o caminho para o encontro com a paz: “É hora de abrir o coração para Deus, porque só Ele transforma os corações. E aquele que quer a paz, vai nos dar essa paz e a força para contribuirmos com Ele. Deus conta com nossa contribuição. É a mudança do coração, da família, para o bem e para paz”. revista VITÓRIA [21]
[ Igreja ]
Cruzes Atendendo ao pedido do Coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Vitória, Pe. Kelder Brandão, os participantes confeccionaram e levaram cerca de 15 mil cruzes de madeira para simbolizar o número de inquéritos sem conclusão nas Delegacias do Estado. Estas cruzes foram fincadas no jardim do Palácio Anchieta, amarradas na escadaria do palácio e espalhadas durante o trajeto da Via Sacra. Se durante o trajeto, autoridades e políticos acompanharam a população nesta reflexão, o que se viu ao término da abertura da CF 2009 foi uma pressa para que todas as cruzes fossem retiradas e em algumas horas os vestígios físicos desta reflexão foram apagados, mas na memória e no coração de cada um que participou diretamente deste dia ou acompanhou pelas rádios da Arquidiocese, a semente foi plantada e a reflexão e busca por mudanças está apenas começando. No encerramento da Via Sacra na Catedral Metropolitana de Vitória, Dom Luiz, desejou a todos que tenham esperança e busquem viver em comunhão com Deus, indo contra a violência e sendo a favor do amor e da paz. Como sinal para todos os cristãos de que a força para caminhar vem da Páscoa, de Jesus Ressuscitado, os fieis acenderam velas na Luz do Círio Pascal. Ao final do evento, Pe. Kelder Brandão disse que a intensa participação dos fieis o deixou cheio de esperança em poder construir uma sociedade diferente e deixou um recado: “A Cam[22] revista VITÓRIA
panha da Fraternidade tem sempre um início e nunca um fim, principalmente em se tratando de uma cultura de paz”. Reflita com a gente sobre a CF 2009 no programa Momento da Fraternidade de segunda a sexta às 08h45 e às 16hs na Rádio América AM e às 14h40 na Rádio América FM.
[ Social ] Marlusse Pestana Daher
Dia da
Mulher, para quê?
No contexto social, mulheres e homens de acordo com os atributos das suas respectivas naturezas, desempenham papel fundamental. As possibilidades dela, somadas às dele, realizam o bem indispensável, satisfazem as necessidades humanas e propiciam aquela vida com dignidade que todos desejam. Como todos os viventes são ou mulher ou homem, tudo que é feito tem como destinatários os próprios, pelo que, independentemente de qualquer circunstância, onde quer que estejam ou seja lá do que precisem, mulher e homem se sentirão melhor, melhor se realizarão, e mais dignidade propiciam a si mesmos. 8 de março de 2009, mais uma celebração do “Dia da Mulher” que longe está de ser para homenageá-la como o sexo frágil, mais do que provado que nunca foi, ou como a “Rainha do Lar”, aquela que em troca do título, se desdobrava em cuidados para que o “lar, doce lar” esteja sempre bem limpo e onde tudo é oferecido a tempo e a hora, aos filhos e ao marido sobrando para si, apenas o cansaço de tantas e múltiplas tarefas que desempenhou durante o dia que começou cedo, além da dupla jornada de trabalho, dentro e fora de casa. Neste dia da mulher, valhome da oportunidade e ouso, mais
que convidar, convocar todas as mulheres a se distinguirem como cidadãs, a estarem muito atentas aos apelos dos tempos, a dizerem presente e integrarem às lutas cujas frentes se abrem na perspectiva de curar este mundo tornado moribundo por tanto descaso, por tanta desgovernança, por tanto cada um pensar que pode ser mais a custa de tantos continuarem a ser cada vez menos. A frente de luta no momento se traduz na Campanha da Fraternidade que ainda que de iniciativa da Igreja Católica é ecumênica, tão mestiça quanto este Brasil de todas as raças, de todas as origens e de tantas expressões. Todas e todos são convocados a repensar a insegurança em que vivemos, a desvendar as causas que longe estão de se traduzirem nos gestos individuais dos que chamamos marginais que invadem nossas casas, roubam o que temos e matam os que amamos. A insegurança começa na au-
sência do leite no peito que a mãe não tem, porque está desnutrida, no gesto de amor não dispensado, na expressão do carinho contido, no ignorar aquele olhar de súplica que pedia apenas atenção. E ainda muito mais! Por isto, mulher, reparta com marido e filhos as tarefas domésticas, afinal de contas a casa em que vocês moram não é só sua. Pegue a espada desse amor que lhe transborda do coração e vem para luta sem tréguas das transformações que urgem. Se fora dos umbrais domésticos houver mais amor, justiça e paz, sua casa será inundada e sua família, todas as famílias, por acréscimo, serão bem mais felizes, até além do quanto possam ter sonhado.
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[ Cultura ] Pe. Dauri Batisti www.essapalavra.blogspot.com
Quem foi no
criado jardim viver é no
jardim que deve
Depois das chuvas os dias neste verão tem sido lindos, iluminados, céu azul e no ar há como que um convite para se valorizar ainda mais a vida e tudo o que ela oferece. Valorizar quase como sinônimo de cuidar, admirar, proteger, amar.
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Se cresce no coração de muitos a ternura por este planeta que Deus nos deu, por outro lado assusta-nos conhecer as realidades que mostram que estamos longe, bem longe do que esperamos para as nossas cidades e para o nosso mundo. Assusta-nos ver os números da violência que a campanha da fraternidade vai nos
apresentando. Apavora-nos as notícias sobre a depredação da natureza. Fiquei impressionado com a notícia de um imenso lixão no oceano pacífico. O lixão seria, segundo a reportagem, do tamanho dos estados de São Paulo, Minas e Goiás juntos. O lixo, proveniente de vários países como Coréia, Japão,
China, Estados Unidos, por correntes marítimas, fica preso num imenso círculo. Se fiquei impressionado com o imenso lixão, resgatei também em fevereiro o ânimo pela leitura de trechos do livro do Gênesis que a liturgia foi nos apresentando na primeira parte do tempo comum. Ítalo Calvino, escritor italiano, sugere a releitura dos clássicos da literatura como uma forma de redescobrir a beleza e a importância daquelas obras. Sim, a releitura de qualquer obra clássica – incluindo os textos bíblicos - pode abrirnos os olhos para novas dimensões de entendimento das rea-
lidades humanas. Relendo estes trechos do livro do Gênesis me surpreendi com a beleza dos vários modos que os autores do Gênesis usaram para dar respostas às questões fundamentais de todo ser humano. Dentre tantas coisas que me chamaram a atenção está a visão otimista do “autor” ao propor que o homem foi feito da terra de um Jardim. Antes só existia o céu e a terra e uma fonte no centro do jardim. Então Deus criou o homem e depois o jardim se co-
briu de toda sorte de belezas. Ou seja, o homem é feito da terra de um jardim, terra umedecida pelas águas de um maravilhoso rio. A dignidade do ser humano é elevada a uma condição extremamente importante. O homem não somente vem do pó, mas ele foi feito do chão de um jardim. A constituição de terra não somente expressa sua fragilidade, mas sua dignidade. Ele não foi feito da terra de um deserto, nem da areia de um descampado, mas da terra de um jardim, lama feita com água pura de e cristalina. Outro ponto: O ser humano – é bonito viajar nestas histórias do Gênesis – não simplesmente foi feito e colocado no jardim, ele foi feito no jardim, e a sua matéria é a mesma substância de todas as belezas que contemplamos e que nos extasiam. Ele é o elemento mais importante do jardim. A flor mais nobre por assim dizer. Ao final, e levantando o ânimo, mesmo diante de números tão assustadores, de realidades tão difíceis e da insegurança que nos assusta em qualquer lugar não custa afirmar inspirado na visão do Gênesis que a origem do ser humano determina o seu destino. Ou seja, quem foi criado no jardim é no jardim que deve viver. A visão otimista do Gênesis pode, no mínimo, fazer com que cada um retome sua luta pela construção de um mundo de paz, por uma cultura da valorização da vida humana e de todas as belezas da natureza.
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Palavra Amiga “Evangelizar é ter Deus no coração e levar Deus ao coração dos irmãos”, disse Madre Tereza de Calcutá. Para ajudar a transformar a sociedade precisamos, em primeiro lugar, ter Deus no coração. Quando nos apaixonamos por Jesus, sentimos necessidade de falar d’Ele e de seu evangelho. A palavra
Esse é o sorriso da Srª Maria da Conceição Campelo Sodré por ser sócia, assinante e anunciante.
de Deus é viva e fiel. O amor de Jesus nos impulsiona a anunciá-lo e a levá-lo as pessoas fazendo com que os outros sintam o que sentimos por Ele. “Ai de mim se não anunciar o evangelho” (1Cor 9,16). Anunciar Deus, anunciar Jesus Vivo é uma dívida de gratidão para com Ele, por aquilo que Ele é, por aquilo que fez e faz por nós, todos os dias. Você sócio-amigo, assinante da Revista Vitória, faz parte da família dos amigos da América e é um evangelizador quem possibilita que tudo isto aconteça. É você
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que junto com tantos outros colaboradores buscam estar em plena comunhão com Deus e se preocupam em levar todo o povo ao encontro Dele.
A cada testemunho, seja através de cartas, emails, telefonema, pensamos no bem que está sendo feito pelos nossos meios de comunicação e de evangelização. Tantas pessoas encontram Deus através de nossa programação, quantos receberam verdadeiros milagres por meio dos diversos momentos de oração... tantos mudaram de vida e atitudes depois que conheceram
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“A Campanha da Fraternidade tem sempre um início e nunca um fim, principalmente em se tratando de uma cultura de paz”. Pe. Kelder Brandão