Revista Vitória - Maio de 2009

IMPRESSO

Ano 4 • Nº 04 • Maio de 2009

Acolhimento, mistério e ministério Pág. 06

Terapia Familiar Sistêmica Constelação Págs. 09,10 e 11

Elaine Butter

criança

Espaço

Olá, aqui estamos para o nosso encontro mensal.

Tudo bem com você? Xi, alguns não estão assim tão bem, né. É sei que tem um mosquitinho atacando em todos os lugares e levando dengue para as pessoas.

A dengue é causada pelo Aedes aegypti que se desenvolve em água limpa e parada. Por isso, devemos tapar a caixa d'água, colocar areia nos vasos de plantas e não deixar pneu, copos ou vasilhas em local que possa acumular água. Esse mosquito mede menos de um centímetro tem uma aparência inofensiva com cor café ou preta e listras brancas. Pica nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas ataca na sombra, dentro ou fora de casa . A pessoa quando picada não percebe, pois não dói e nem coça.

Os sintomas da dengue são febre alta, dor de cabeça e nos olhos, manchas na pele, náuseas e vômitos, moleza e dor no corpo, ossos e articulações. A pessoa deve manter-se em repouso, beber muito líquido e só usar medicamentos indicados pelo médico. Ao primeiro sintoma deve-se buscar orientação no posto de saúde mais próximo.

O importante é combater esse mosquito. Faça uma vistoria na sua casa, na casa dos vizinhos e terrenos baldios. Elimine os criadouros das larvas do mosquito. Recolha o lixo , não deixe água acumulada e muita atenção, pois esse pequeno mosquito pode fazer um grande estrago.

VAMOS JUNTOS ACABAR COM A DENGUE!!

rta para mande ca o ç a p s e do seu Participe nça. ia r C Espaço 2 Santos, 4 Oliveira e ória – ES d it o V t r – e o r t n e C Rua Alb 16 – s – sl. 19 Ed. Ame -901 10 CEP: 290

im Beijim, beij ! da Tia Elaine

[ Editorial ]

REVISTA DA ARQUIDIOCESE DE VITÓRIA DO ESPÍRITO SANTO Rua Alberto de Oliveira Santos, 42 Ed. Ames - Sala 1916 a 1920 CEP 29010-901 - Vitória – ES Tel.: (27) 3322-0082 revistavitoria@aves.org.br ARCEBISPO DE VITÓRIA Dom Luiz Mancilha Vilela CONSELHO EDITORIAL Dom Mário Marquez (Coordenador) Pe. Anderson Gomes Elaine Silveira Butter Santos Vander Silva Jorge Villena Medrano GERENTE EXECUTIVO Jorge Villena Medrano JORNALISTA RESPONSÁVEL Vander Silva Reg. 01438 DRT – ES ADMINISTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Fundação Nossa Senhora da Penha do Espírito Santo Tel.: (27) 3322-0082 Fax: (27) 3322-4960 PRESIDENTE Dom Mário Marquez VICE-PRESIDENTE Pe. Pedro Camilo DIRETOR SECRETÁRIO Fabricio Zouain DIRETOR FINANCEIRO Paulo Roberto Caon GERENTE ADMINISTRATIVA Elaine Silveira Butter Santos ESTAGIÁRIA Juliana Freitas EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Comunicação Impressa Tel.: (27) 3319-9062 IMPRESSÃO Gráfica GSA Tel.: (27) 3232-1266 Os artigos publicados são de inteira responsabilidade dos autores.

Maio, o mês de Maria O povo capixaba vivenciou no mês de abril a grande Festa do Estado, a Festa da Penha que cada ano cresce em número de participações de fiéis e romeiros. Após essa grande Festa entramos no mês de Maio, o mês de Maria!

A Revista Vitória deste mês dedica grande parte de seus artigos para falar de Nossa Senhora a partir da mulher, especificamente da mulher mãe.

Para muitos esses acontecimentos apenas se sucedem cronologicamente e dependendo das tradições familiares tem maior ou menor importância. Dois aspectos, porém, podem ser pontuados como reflexão para os católicos.

1º - Não é por acaso a dedicação do mês de maio a Nossa Senhora.

Neste mês a Igreja Católica celebra as alegrias pascais, na certeza de que Cristo ressuscitou. É o mês para lembrar e pensar nas atitudes e comportamentos de Nossa Senhora que mais do que qualquer outra pessoa viveu a alegria de ver seu filho ressuscitado. Em maio com Maria vivamos a alegria da Ressurreição.

2º - Maio é também o mês da mulher, mãe. Nossa Senhora é o exemplo da mulher que educa e compartilha a vida. Da mulher mãe que acredita e espera. Da mulher que é mestra e discípula.

Mês de maio. Mês de Maria. Mês das mães. Mês de Nossa Senhora, mulher, mãe e discípula!

Leia nesta edição os vários artigos sobre o mês de maio.

D. Mário Marquez, ofmcap Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo Presidente da Fundação Nossa Senhora da Penha

[ Acontece ]

Ordenação Presbiteral

Ordenação Presbiteral II

Acontece no dia 09 de maio a Ordenação Presbiteral do Diácono Márcio Ferreira de Souza. A cerimônia presidida por Dom Luiz Mancilha acontece às 18h na Matriz Nossa Senhora da Conceição em Guarapari. Após a ordenação, o Neo-Presbítero Márcio presidirá a sua primeira missa no dia 10 de maio às 10h na comunidade Sant’Ana em Meaípe, Guarapari.

No dia 16 de maio, às 17h na Igreja Matriz da Paróquia Virgem Maria, Itacibá, o diácono Renato de Jesus Almeida Paganini será ordenado presbítero pela imposição das mãos do Arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela. Padre Paganini presidirá a sua primeira missa no dia 17 de maio, às 9h, na matriz da Paróquia de Nossa Senhora da Glória, em Vila Velha.

Via Sacra do Menor

Aproximadamente mil pessoas participaram da 10ª via-sacra organizada pela Pastoral do Menor, no dia 18 de abril.

A caminhada levou ao Centro de Vitória centenas de crianças e adolescentes que participam dos projetos sociais organizados pela Cáritas e Pastoral do Menor.

Durante o percurso aconteceram quatro paradas: em frente à Secretaria de Justiça, na Praça Oito, no Palácio Anchieta e Colégio Agostiniano. [ 4 ] revista VITÓRIA

Iconografia Cristã Nos dias 19, 20 e 21 de maio acontecerá no Auditório do Centro de Artes da Ufes - Cemuni IV, o curso Iconografia Cristã - Cristianismo e Imagem: Origens, riquezas e problemas, com Dom Ruberval Monteiro da Silva - OSB, monge beneditino do Mosteiro da Ressurreição, em Ponta Grossa (PR). Doutor em Teologia Oriental, pelo Pontifício Instituto Oriental, de Roma. Especialista em arte sacra, iconografia e liturgia.

Os interessados deverão enviar email para o endereço eletrônico cursodeiconografia@gmail.com com os seguintes dados: nome, endereço eletrônico, profissão e telefone de contato.

Informações: 4009-2585 (Albanize) e 3223-6711 (Lourdes).

No dia 19 de maio, às 18h, no Núcleo de Conservação e Restauração do Centro de Artes da Ufes - Cemuni I, acontece a abertura da exposição Arte Sacra e 50 Anos da Arquidiocese de Vitória.

Obrigado pelo sim Aniversariantes de Maio: 01 Mukabi Misik Senga Pierre 05 Padre Ermindo Raposo de Assis Padre Kelder José Brandão Figueira 12 Padre Dauri Batisti

Trabalhamos com: • Moto • Carro • Caminhão • Ônibus Realizamos: - CURSO DE RENOVAÇÃO DE CNH - PALESTRAS EDUCATIVAS

3228-2000 / 3328-1558 / 3338-1770 Av. Eudes Scherrer de Souza, 1345 - Laranjeiras

Aniversário de ordenação:

06 Padre Alexandre de Souza Padre Antônio Renato Coutinho Ferreira 17 Frei Adriano Dias do Nascimento 19 Padre Antonio Peroni Filho “Ide, pois, fazei discípulos meus entre todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (Mt 28,19) Fonte: www.aves.org.br

[ Reflexão ] Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc Arcebispo Metropolitano de Vitória do Espírito Santo

Acolhimento, mistério e ministério Uma das grandes preocupações do Sínodo Arquidiocesano da Igreja de Vitória do Espírito Santo é o cultivo e a cultura do acolhimento do outro.

Uma Comunidade Eclesial jamais poderá descuidar-se desta atitude. A Igreja quer ser semelhante ao Coração de Cristo.

Sempre aberta ao outro, acolhedora de todas as pessoas que queiram se aproximar dela. Por vocação e missão a Igreja é chamada ao acolhimento. Quando Jesus disse aos apóstolos e discípulos "Ide e pregai o Evangelho a todas as criaturas" quis justamente que todos eles tivessem e que todos nós tenhamos esta atitude "acolher a todas as criaturas". O anúncio da Boa Notícia, da Notícia Pascal é anúncio de acolhimento. Jesus é o Bom Pastor que veio atrás das ovelhas, especialmente daquelas que estavam mais distantes, as chamadas ovelhas perdidas. Se pensarmos um pouco, veremos que é impossível alguém se considerar cristão e não acolher o outro. O acolhimento é sinônimo de misericórdia. Ser misericordioso é dar-se, colocar-se ao serviço do pequeno, do miserável. A pessoa que se dá, que se entrega a serviço do seu semelhante é misericordiosa e acolhedora ao mesmo tempo. Acolher e acolhida é uma atitude que se reveste de um grande Mistério!

O Mistério do acolhimento é, ao mesmo tempo, o Ministério da acolhida! No ministério da acolhida revela-se o Mistério do aco[ 6 ] revista VITÓRIA

lhimento!

Duas figuras modelares elucidam com clareza o Mistério do acolhimento como o ministério da acolhida: Jesus Cristo e sua Mãe Maria.

Jesus é a Palavra de Deus que se fez Homem, armou sua tenda no meio de nós! Revelouse Deus na doação de si mesmo, na imolação de si mesmo para que nós tivéssemos vida. Toda a Vida de Jesus foi acolhimento na doação! "Vinde a mim vós que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mt 11,28-30). No exemplo de Jesus, ora os acolhidos eram os leprosos, ora os publicanos, valorizados e reconhecidos como pessoas humanas, dignas de respeito, num jantar tendo antes chamado um deles para ser discípulo e apóstolo, ora era uma viúva sofredora que perdera seu único filho, ora Nicodemus, ora a mulher rejeitada e surpreendida em pecado, ora a família de Lázaro em que cada membro desta família é acolhido de uma maneira especial. Este Mistério do acolhimento culmina na Cruz, instrumento e sinal de humilhação

transformado em sinal e instrumento de Bênção e Salvação. Jesus é o Mistério do acolhimento e o modelo do Ministério da acolhida!

Outra figura deste mesmo Mistério é a Mãe de Jesus. Desde a anunciação do Anjo até o madeiro da Cruz de seu Filho, ela era toda acolhimento e serviço.

"Eu sou a serva do Senhor façase em mim segundo a sua Palavra!" Depois a visita a prima Isabel... O Senhor fez mim maravilhas... Bodas de Caná: "Fazei tudo o que ele vos disser"... e por fim, o silêncio da cruz culminando no silêncio de Pentecostes, Vinda do Paráclito, o Espírito Santo.

Como estamos no mês de maio, não poderíamos olhar para a nossa mãezinha e dizer-lhe que ela também, pela sua entrega e exemplo, é um sinal do mistério do acolhimento e ministério da acolhida? Tudo feito de uma maneira gratuita e de puro amor!

Acolhimento da Vida, acolhimento do Amor e doação de nós mesmos. Juntos seremos alegres e cheios de esperança! Este é o caminho, esta é a meta!

Aprendamos com estas Pessoas que dão sentido à nossa vida: Jesus, Maria, Mãe de Jesus e nossa mãezinha, a quem homenageamos com carinho neste mês.

[ Atualidade ] Vander Silva

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Dom Geraldo celebra anos de episcopado

No dia 31 de maio de 1984, Dom Geraldo Lyrio Rocha, era ordenado bispo em Vitória, onde foi auxiliar do então arcebispo Dom Silvestre Luiz Scandian até 1990. Hoje, 25 anos depois Dom Geraldo é o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Mariana (MG), dando prosseguimento a uma história que teve início em Fundão, onde nasceu no dia 14 de março de 1942.

Dom Geraldo é o segundo filho de Crysantho de Jesus Rocha e Leovegilda Lyrio Rocha, tendo como irmãos: Ronaldo, Rosa Maria, José Carlos e Luciano. Foi batizado aos 27 de setembro de 1942 pelo Pe. Luiz Gonzaga Parenzi. e foi ordenado presbítero em 15 de agosto de 1967.

Acompanhe um pouco da trajetória deste capixaba que está no coração de todos os fiéis do estado e por onde passou:

Estudos e ordenação Filosofia: Seminário Coração Eucarístico de Jesus, em Belo Horizonte; Teologia: Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma; Mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino, em R oma; Especialização em Liturgia, pelo Pontifício Instituto Santo Anselmo, em Roma.

Atividades antes do episcopado Diretor espiritual do Seminário Nossa Senhora da Penha; R eitor do Seminário Nossa Senhora da Penha; Diretor do Instituto de P astoral da Arquidiocese de Vitória; Coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Vitória; Professor de Liturgia e Teologia no Instituto de Filosofia e Teologia de Vitória; Z Professor de Filosofia na Universidade Federal do Espírito Santo.

Z Pároco de Itacibá, Praia do Suá, Vila Rubim.

Z Z Z Z Z

Atividades durante o episcopado Z Bispo auxiliar de Vitória (1984-1990); Z Vice-presidente do Regional Leste 2; Z Membro da Comissão Episcopal de Pastoral (CEP) Regional Leste II, responsável pelo Setor de Vocações, Seminários e Presbíteros (1985-1987) e Liturgia no Leste II (1987-1989); Z Membro do Departamento de Liturgia do CELAM (1987-1991; 1995-1999); Z Membro da CEP - CNBB, responsável pela Liturgia na CNBB (1995-1998 e 1999-2003); Z Delegado à Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a América por eleição da Assembleia da CNBB e confirmado pelo Papa João Paulo II (1997); Z Presidente do Departamento de Liturgia do CELAM (1999-2003); Z Primeiro bispo de Colatina, Espírito Santo (1990-2002); Z Primeiro arcebispo metropolitano de Vitória da Conquista (2002 - 2007); Z Vice-presidente do CELAM (2003-2007); Z Arcebispo de Mariana; Z Presidente da CNBB.

Lema “Opus Fac Evangelistae” (Faze a obra de um Evangelista).

Acompanhe na Rede América as comemorações dos 25 anos da ordenação episcopal de Dom Geraldo.

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[ Atualidade ] Pe. Pedro Camilo

Terapia Familiar Sistêmica Constelação

Constelações Familiares, liberando os destinos trágicos e refazendo a imagem interior do seu lugar na família. Reginaldo Teixeira Coelho, psicólogo clínico de Belo Horizonte virá a Arquidiocese de Vitória nos dias 23 e 24 de maio com o objetivo do encontro de apresentar através de um Workshop a Teoria da Constelação. Em entrevista à Revista Vitória, Coelho apresenta um pouco do que é essa teoria e suas abordagens.

Quem é o criador da Teoria das Constelações Familiares?

Como é conhecida hoje foi desenvolvida pelo terapeuta alemão Bert Hellinger, nascido em 1925.

Hoje vive com sua esposa na Alemanha.

Ele estudou filosofia, teologia e pedagogia. Foi ordenado padre e trabalhou como missionário na África do Sul com os Zulus. No início dos anos 70 deixou o ministério dedicando-se a psicoterapia. Através da dinâmica de grupo, da terapia primal, da análise transacional e de diversos métodos hipnoterapêuticos chegou à sua própria terapia sistêmica e familiar.

Para que serve a Terapia Sistêmica? É uma proposta terapêutica de trabalho com as pessoas e suas relações na família e os sistemas humanos onde através de um processo individual ou de grupo se foca as mudanças necessárias [ 8 ] revista VITÓRIA

nos padrões de funcionamento e de interação.

A terapia familiar foi desenvolvida a partir dos anos 60, na Califórnia (EUA). A princípio trabalhando com pessoas deficientes e psicóticos. No trabalho com os doentes mentais os estudiosos começaram a perceber que quando o cliente estava começando um processo de melhora a sua família reagia e atrapalhava o processo, daí se resolveu internar a família inteira para fazer um tratamento melhor. Assim começaram a ver que com as dinâmicas que existiam dentro da família muitas vezes o psicótico era "o louco depositário da loucura de toda a família".

Como a Terapia Sistêmica entende a família?

A terapia sistêmica entende a família como um sistema aberto que se autogoverna através de regras que definem o padrão de comunicação, mantendo uma interdependência entre os membros e o meio, no que diz respeito a troca de informações.

O aspecto fundamental é a

de que o ser "doente" ou a pessoa que apresenta problemas é apenas um representante circunstancial de alguma disfunção no sistema familiar. Enquanto o modelo tradicional de práticas psicoterapêuticas diria que o transtorno mental se manifesta pela força dos conflitos internos ou intrapsiquícos tendo sua origem no próprio indivíduo, o modelo sistêmico daria ênfase a tal transtorno como expressão de padrões inadequados de interações familiares.

Como o terapeuta familiar integra essa novidade? É um método que tem agradado tanto aos terapeutas quanto aos clientes por ser um trabalho onde a energia familiar é trabalhada de forma isenta de julgamento e também inclusiva.

Em Constelação inclusiva quer dizer que cada membro ocupa o seu lugar dentro do sistema, até mesmo os mortos e/ou vivos excluídos, ampliando sua energia vital. Assim todos entendem melhor o seu lugar dentro do sistema.

O que isso veio a contribuir na prática do terapeuta?

Gerou um novo olhar sobre o terapeuta desmistificando-o como o "sabe tudo" e passa a assumir um papel de facilitador cujo conhecimento, como qualquer outro, está livre de um status privilegiado.

A escuta feita pelo terapeuta pressupõe sua formação teórica e prática e sua bagagem transportada por sua própria história de vida, isto implica na formação como especialista em terapia familiar e de casal e na vivência da terapia individual, supervisão e consultoria clínica.

Antes como era o pensamento científico?

Não era um pensamento sistêmico. Descartes, filósofo francês, por exemplo, estava dentro de uma época muito carregada de fantasmas, mitos e crendices e achava que o pensamento era o que destacava o humano dos outros seres viventes da Terra. Então conclui que "Eu penso, logo existo" é uma distorção, porque eu já existo antes de pensar. Existimos desde o momento da fecun-

dação. O pensar lógico vai existir depois da cognição por volta de três ou quatro anos de idade.

Então, depois de Descartes reforça esse culto da razão pura.

A partir da biologia da verificação de nossas células no corpo é que surgiu o pensamento sistêmico. Todas as células são derivadas de duas células: o óvulo e o espermatozóide. Que se uniram e começaram um processo de revolução que deu início a todos os outros órgãos. Nos órgãos elas são iguais porém diferenciadas devido à função que cada célula exerce. Mas todas as células têm a noção do órgão inteiro. A célula é ao mesmo tempo uma unidade biológica própria com vida e respiração e também consciência do todo. Quando um órgão se perde é uma célula que perdeu a consciência do todo e aí se forma o câncer. O câncer é quando uma célula não respeita a noção da totalidade. Então nasce o tumor que fere o conjunto.

Como surgiu essa relação com a terapia?

Nós também somos assim em nossas organizações sociais

e humanas. Temos uma consciência individual e coletiva. Tudo surgiu no final do século XIX com Freud e seus colaboradores. Eles queriam entender como funcionava o aparelho psíquico, motivados por uma doença muito forte na Europa que era a histeria.

O modelo de mulher era a rainha Vitória, época muito pudica. As mulheres negavam muito o corpo e isso ia criando traumas. Muitas mulheres apareciam com histerismo. Freud vislumbrou um mapa de como funciona o comportamento humano e deu a noção do inconsciente. Na nossa vida infantil passamos por fases na qual a nossa consciência vai evoluindo.

O nosso primeiro momento de percepção é a boca ou tubo digestivo que começa a interagir com o mundo. Se essa primeira fase for bem satisfeita a pessoa passa bem para a segunda fase.

Muitas vezes essas necessidades são negligenciadas e essas pessoas não fazem uma boa passagem. A criança às vezes chora e a mãe não percebe o motivo real do choro e vai dar de mamar e ela continua chorando porque pode estar lhe faltando uma nutrição afetiva. A imagem de si mesmo é construída da interação mãe e filho. Esta interação do eu com o outro é que vai me dar uma idéia do self. O outro é fundamental nessa elaboração da imagem que eu vou criar de mim mesmo e como eu vou me perceber.

E as crianças que são abandonadas?

As crianças que ficaram em orfanatos, e não tiveram uma boa interação, ficam carentes. A Continua

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base de nosso desenvolvimento é psicomotor e afetivo. Se o desenvolvimento é precário vai criar seres precários. Essa é a ideia do inconsciente individual.

Aí você cria a forma como vai sendo a sua aceitação ou rejeição nesse mundo criando o seu ego, a imagem que você tem de si mesmo. A diferença que nós temos dos animais é essa imagem de nós mesmos e a refletimos sobre nós mesmos.

Esta fase da criança vai até que idade?

A fase de desenvolvimento vai até sete anos. Todos nós passamos por esse processo, mas muita coisa a gente esquece e se torna inconsciente. Então a imagem que você tem de si mesmo pode ser maior do que a sua realidade ou menor, dando uma ideia do eu distorcido, arrastando isso a vida toda.

Então a imagem que tenho de mim é falsa?

A não ser que você faça uma terapia para reverter esse quadro, é uma imagem comprometida. A imagem que tenho de mim são pedaços de meu pai, minha mãe, meus irmãos, da babá, do lugar onde vivi e além das satisfações que foram realizadas ou não. Essa é a real imagem. Na maioria das vezes deformada pelas circunstâncias. Muitas vezes o meu querer é o de meu pai, de minha mãe e não o meu verdadeiro querer. São crenças introjetadas em mim. A própria dinâmica que minha família estava vivendo com os pais mais próximos ou separados, passando necessidades, etc. São todas essas situações que vamos pegando e criando a imagem de nós mesmos.

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Onde entra o pensamento sistêmico?

Entra nessa ideia mais evoluída porque está ligada com a própria realidade. Nós todos nascemos de uma família, mesmo os indivíduos de proveta vieram de um gene do pai e da mãe, de uma ancestralidade. Junto com a minha família eu tenho um destino comum. Por mais que eu possa me tornar único e indiferente da minha família, ela estará sempre presente em mim, na genética, porque meus genes são porta vozes da mesma geração deles.

Viemos de uma origem comum e isso está tudo gravado em memória. O nosso reservatório é imenso, tanto celular quanto do córtex. Nós só usamos um nono de nossas capacidades mentais.

Cada ser carrega dentro de si o destino de sua família?

Sim! Estamos começando a tomar conhecimento dos comportamentos herdados de nossos ancestrais e apenas começando a decodificar nossos códigos genéticos.

Temos o consciente individual dentro do consciente familiar que está dentro de uma raça e de uma sociedade. E estes dentro da Terra. A consciência da Terra está ligada com o sistema solar, e este ligado ao sistema galáctico, e este a um sistema interestelar.

Todos estão ligados ao Cosmo.

Eu também sou cosmo, estou na Terra e em tudo. Por isso o pensamento sistêmico é redondo; uma causa que leva a um efeito que retorna para uma causa e assim sucessivamente.

Como aplicar essa visão do todo na família?

Se tiver dentro de um grupo

familiar um agressor vai ter sempre as vítimas. Um atrai o outro. Só existe um com o outro.

Está tudo interligado.

O homem sempre achou que era o centro do universo, na verdade é uma ilusão. Tudo é importante. Homens que muito nos ajudaram foram Galileu Galilei, quando disse que a Terra não era o centro do universo e sim um pequeno planeta.

Freud postulou que a maior parte de nossos comportamentos são inconscientes. E agora com o pensamento sistêmico damos mais um passo, pois somos tão importantes quanto tudo o que existe. Em tudo existe uma inter-relação.

Como entender o amor nessa teoria?

Porque uns me agradam e outros não? Vivemos a experiência do amor e não sabemos nada da essência dele. O que proporciona uma luz é a teoria dos campos magnéticos.

O ponto mais central da fala de Cristo é a relação humana, o amor. "Amar o próximo como a si mesmo". Fazer com o outro o

que você faz a si mesmo. Os grandes valores que ficam na humanidade são os valores do bem. O que ficou na história? Hitller?

Napoleão? Os grandes Impérios?... Não! O que ficou foi a construção do bem comum. O nazismo não ficou porque servia apenas a um grupinho. A humanidade caminha sempre para o bem maior. As tragédias acontecem quando um grupo quer o bem só para si e não para todos.

O que acontece com a falta de amor?

Quando as ordens do amor são desrespeitadas cria-se uma repetição. Repetições de tragédias, problemas patológicos, suicídios, sofrimentos em geral e tudo o que se esconde em uma geração estoura na geração seguinte. As ordens do amor não são como as leis jurídicas. Sabemos que negligenciamos com elas pelos efeitos que causam na vida.

Todo mundo sabe que pisou na bola em algum momento.

ímã. Se for um velhinho abandonado, a gente paga um real e sai fora. Todos os excluídos voltam geneticamente a aparecer na família para receber uma segunda chance de inclusão. Muitas famílias vivem no luxo que é fruto de roubo das gerações anteriores. Paga caro por isso.

A segunda é inocência e culpa. Existe um amor infantil nas crianças que é de pegar dos pais aquilo que aconteceu de pesos e responsabilidades na intenção de manter o sistema unido. Os filhos se colocam no lugar dos pais para servir de saco de pancada com o intuito de defender o sistema.

Dar e receber. É da natureza dos pais darem aos filhos. É da natureza dos filhos receberem. O casal que quer ter filhos precisa

estar disposto a dar o tempo todo.

Existe prazer nessa troca, dar e receber. Muitos pais roubam esse direito dos filhos. A exploração do trabalho infantil, por exemplo.

Muitos filhos, em gerações passadas, eram feitos para serviços braçais. O seu direito de receber foi roubado pelos pais.

Também temos as ordens do tempo. Quem chega primeiro no sistema tem prioridades. Então, a primeira prioridade é de nossos pais, depois, os mais velhos, dentro da ordem de chegada. A primeira coisa que um casal tem de priorizar é seu relacionamento. Este chegou primeiro, depois vieram os filhos. Se um filho mais novo quer ocupar o lugar do outro, ou do pai, ou da mãe, aí começa a geração de problemas psicóticos.

Quais são as Ordens do amor que devemos obedecer?

A primeira delas é a pertinência. Todos temos o direito de pertencer. Se alguém diz, eu posso pertencer e você não pode, aí começa um emaranhado de problemas. Fere as leis dos direitos humanos. Nasce a exclusão.

Quando uma criança nasce ela tem o poder de fazer pertencer.

Ela está protegida dentro de um campo magnético. Todos pegam uma criança que está abandonada na rua. Ela atrai como um

O workshop acontece no Centro de Treinamento Dom João Batista em Ponta Formosa, Praia do Canto. Informações no e-mail: pedro-camilo@uol.com.br ou nos telefones: 3225-7420 ou 9986-7138.

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[ Mulher ] Ligia Maria Fiorio

Geração do Para aprofundar na contemplação da beleza do ser mulher é preciso observar as dimensões do amor e da dignidade.

Descrever as diversas faces do ser mulher e ser mãe não é uma tarefa fácil. Especialmente pela diversidade de objetos possíveis de serem mencionados, sejam as alegrias ou as tristezas, as benesses ou as dificuldades, os sonhos ou a realidade. Contudo, esse universo único e repleto de beleza inspira a criação, a contemplação e ação.

Inspiração O universo feminino que permeia a realidade de todos os homens permanece como uma marca nas ações e criações que se conhece. Nas letras de músicas, por exemplo, encontram-se mães, mulheres e Marias. Na discografia de Chico Buarque - para ficar

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Amor apenas em um cantor - encontrase Aquela Mulher, observa-se A noiva da Cidade e se canta A mais bonita. Também são apresentadas Cecília e Carolina, descobrese que Ela é a bailarina e se revelam mulheres de diversos lugares, por exemplo, a Morena de Angola, a Joana Francesa e as Mulheres de Atenas.

Na leveza dos traços literários e da linguagem poética encontra-se a mulher nas diversas perspectivas femininas. Seja com José de Alencar que traz em seus romances Senhora, Lucíola, Diva e Iracema e entre suas peças teatrais, a grande expressão da mulher, Mãe. Machado de Assis descreve Helena desde o título, porém não deixa Marcela, Capitu e Dona Carmo distantes de suas criações.

As dimensões Se na música e a literatura se vê as mulheres como o motivo e a inspiração de criações ricas em sua descrição e detalhadas na beleza, há ainda de se en-

contrar as dimensões do ser mulher.

Nesse aspecto, os textos das Sagradas Escrituras auxiliam na compreensão das dimensões do amor e da dignidade da mulher.

Sobretudo quando apresenta o amor e a caridade, forma sublime de Deus descrita de maneira fiel e singela no ser mãe.

O amor de uma mãe é aquele amor que "tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo perdoa" (cf. ICor 13, 7). Desde o ventre materno, a doação e o cuidado dedicado ao outro revelam a natural atenção da mulher com zelo pela vida. Beleza e experiência de comunhão elevada em dignidade pelo nascimento de nosso Salvador pelo ventre dela, mulher, mãe, Maria.

Com João Paulo II, ao escrever sua Carta às Mulheres em 29 de Junho de 1995, desvenda-se um olhar sobre a vocação de Maria através do qual se revela a vocação da mulher. Por obediência à Palavra de Deus "acolheu a sua vocação privilegiada, mas nada fácil, de esposa e mãe da família de Nazaré. Pondo-se a serviço de Deus, ela colocou-se também a serviço dos homens: um serviço de amor". Em Maria se encerra o exemplo perfeito de mulher, mãe, virgem e esposa.

"Como, pois, não te amar ó Mãe terna e querida, ao ver tamanho amor e tão grande humildade?" exclama Santa Teresa do Menino Jesus, a Doutora do Amor, em seu poema Porque te amo Maria. Nas estrofes encontram-se as respostas para amá-la: a experiência e comunhão profunda com o Amor, que é o próprio Deus: "Contemplando-te, Mãe, sinto-me extasiada ao descobrir em ti abismos só de amor".

Ser mãe, Ser mulher, Ser Maria

"Ser mãe é uma maravilhosa dádiva de Deus", diz Elizângela Garcez, que traz em seu colo o filho Gabriel e a filha Maikele Aparecida que já está no colo de Deus.

"Não tem palavras para expressar. Ser mãe é a melhor coisa do mundo", expressa a mãe Maria José.

A menina Thamyres Silva, ao ser perguntada sobre o que ela lembra quando se fala de mãe, responde com a simplicidade de um gesto, aponta para a imagem de Nossa Senhora da Penha e com um sorriso nos lábios e as flores nas mãos diz "Dela"!

"Ser mãe é ser importante na vida" diz com sabedoria Maria Romana, 93 anos ao lado de suas filhas, Inês e Dirce que complementam, "ser filha é a melhor coisa do mundo".

"Mulher é doação, serviço e compromisso com a vida" assim define Maria da Penha, Leiga Consagrada, ao lado da jovem Rosângela Venturini.

Com a simplicidade encantadora de se expressar, própria das mulheres, é "É uma honra ter o nome de Maria. possível ouvir delas o que é ser Ela é a mãe de Jesus", diz Rosa Maria mulher, o que é ser mãe. vendedora de água que trabalha,

"O amor e a entrega são as grandes características da mulher" e continua "mãe é aconchego, paz, segurança e entrega", resume Emeline Sperandiu.

"É gratificante, não tem como falar, é forte, é aquele calor materno", responde Maria Amélia adjetivando sua resposta com a emoção de mãe.

canta e é mãe.

l perceé possíve i mess e r e lh estas mu rande, vazia de s da fala d o com o Através lma feminina é "g de acord o por " a id a p a m e ber qu dente e lí 32 escrit ciosa, ar io de 19 uz, uma ma, silen inhos do silênc ita da Cr d e n m ta e a B C a eres o foi mor artigo a Santa T rante o nazism , in e t S Edith que du a, judia, carmelit gás. mara de numa câ

revista VITÓRIA [13]

[ Igreja ] CNBB

Boletim de Itaici Aprovado por unanimidade o novo documento sobre a formação dos padres no Brasil

A Assembleia da CNBB, em Itaici, aprovou por unanimidade o novo documento sobre a formação dos padres.

Intitulado: Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil o documento foi aprovado com 267 votos.

"Esta aprovação por unanimidade manifesta a unidade e comunhão do episcopado brasileiro. Mostra ainda a disposição dos bispos em apoiar e acolher de forma efetiva as novas diretrizes", comemorou o presidente da comissão responsável pela elaboração do texto, Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Teresina (PI). Segundo Dom Sérgio, é muito difícil um documento ser aprovado por unanimidade.

A formação dos padres foi o tema da 47ª Assembleia Geral da CNBB, em Itaici, Indaiatuba (SP), junto com outros temas como a Iniciação Cristã e o Brasil na Missão Continental.

O documento aprovado ainda não será divulgado. Ele será mantido em reserva até que seja encaminhado à Congregação para a Educação Católica, em Roma, para obter a aprovação final. Com um pouco mais de trezentos

[14] revista VITÓRIA

parágrafos o texto foi dividido em três partes e aprovado na sua quarta versão.

rá uma grande peregrinação nacional em favor da família.

CNBB divulga Manifesto em favor da família

Brasília será sede do 16º Congresso Eucarístico Nacional

Os bispos reunidos em Itaici aprovaram o Manifesto em Favor da Família. Nele a CNBB reafirma, entre outras coisas, a primazia da família. "A família tem prioridade em relação ao Estado e à sociedade, pois ela é a primeira e mais decisiva fonte onde se transmite a vida e o seu significado e se experimentam os valores humanos para alcançar o bem da comunidade", diz o texto.

No dia 24 de maio, a Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB realiza-

Em 2010, Brasília será sede do 16º Congresso Eucarístico Nacional, em comemoração aos 50 anos de inauguração da capital federal. O arcebispo de Brasília, Dom João Braz de Aviz, falou sobre a sua expectativa e a importância de receber o congresso: "Estamos muito felizes de receber o congresso no ano de 2010. Tentaremos fazer o nosso melhor. Estamos em parceira com o governo do Distrito Federal, que nos pediu, por motivo do jubileu de ouro da cidade, que tente-

mos trazer o Papa Bento XVI para participar deste evento eucarístico, e consequentemente da 48ª Assembleia Geral da CNBB, que será em Brasília. Não sei se conseguiremos, mas estamos batalhando para, caso o Papa não compareça, a cúpula do Vaticano possa vir, representando o Santo Padre".

O arcebispo disse que o texto base sobre o 16º Congresso Eucarístico Nacional está sendo elaborando e atualmente dez comissões trabalham na produção do evento que já conta com, aproximadamente, dois mil voluntários inscritos.

Não à redução da maioridade penal "A redução da maioridade penal, violenta e penaliza ainda mais os adolescentes, sobretudo os mais pobres, negros e moradores de periferias" a afirmação está na declaração aprovada pela Assembleia Geral da CNBB. "Persistir nesse caminho seria ignorar o contexto da cláusula pétrea constitucional Constituição Federal, art.

228 - além de confrontar a Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente, as regras Mínimas de Beijing, as Diretrizes para Prevenção da

Delinquência Juvenil, as Regras Mínimas para Proteção dos Menores Privados de Liberdade (as Regras de Riad), o Pacto de San José da Costa Rica e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instrumentos que demandam proteção especial para menores de 18 anos", continua a declaração.

Segundo os bispos, as crianças, adolescentes e jovens são vítimas da violência e a proposta de redução da maioridade penal não soluciona o problema.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CNBB

revista VITÓRIA [15]

[ Igreja ] A Redação

Cada vez mais

devotos participam A cada festa de Nossa Senhora da Penha o número de devotos que participa ativamente aumenta, seja no Oitavário, nas romarias, celebrações e shows.

Neste ano com o lema: "O Senhor fez em mim maravilhas", vivemos os nove dias de Festa da Penha, de 12 a 20 de abril e o que mais chamou a atenção foi a participação de muitos mais devotos.

Debaixo de chuva ou de sol, a presença dos fiéis em todos os dias do Oitavário foi marcante e tivemos nas romarias os pontos de destaque da festa. A Romaria dos Homens, enviada por Dom Luiz Mancilha na Catedral Metropolitana de Vitória e recepcionada por ele mesmo no Parque da Prainha em Vila Velha, foi uma demonstração de fé dos romeiros, com a participação não só de homens, mas tam-

[16] revista VITÓRIA

bém de mulheres que aguentaram o percurso sem maiores dificuldades.

Com forte sol durante todo o trajeto, a Romaria das Mulheres destacou a importância

da mulher e a defesa da vida colocando a imagem de Maria como exemplo a se seguir nos dias de hoje.

Todas as outras romarias tiveram uma grande participação de fiéis, ponto alto especialmente para a romaria das pessoas portadoras de deficiência.

Todas as dioceses do interior do Estado marcaram presença em suas romarias e cada uma celebrou a Festa da Penha segundo a sua realidade.

Na segunda feira, 20 de abril, dia da festa em homenagem a Nossa Senhora da Penha, mais de 110 mil devotos lotaram o Parque da Prainha, para a Celebração Eucarística que reuniu todos os bispos da Província Eclesiástica do Espírito Santo.

Frei Bertolino Tholl, guardião do Convento, neste dia agradeceu pelo trabalho desenvolvido por todos os voluntários e pela participação dos devotos durante os nove dias de festa.

[ Política ] A Redação

Nasce uma nova

esperança!

A Igreja Católica no Espírito Santo, periodicamente, realiza ações para estreitar a relação entre política e religião.

Existe um certo “peso” em cima da política, a visão de que o setor “não presta” e ocorre muita difamação. A Igreja Católica preza a confiança, o respeito, a esperança e contribui lançando luzes ao povo em relação à política.

Para que isso aconteça, algumas vezes no ano a Arquidiocese de Vitória promove o Encontro dos prefeitos eleitos (das áreas que abrangem a Arquidiocese) com o Arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela.

Durante essas reuniões além de acontecer momentos de oração e espiritualização entre políticos e sacerdotes, também são pensadas estratégias para melhorar as questões sociais que afetam o desenvolvimento das comunidades.

No mês de abril, a pauta do encontro foi o Projeto NASCES

(Núcleo de apoio sócio-cognitivo do ES) que é um projeto para o tratamento de pessoas com dependência química e surgiu no ano de 1991 com um grupo de professores da UFES se uniu para realizar pesquisas em torno do tema. Desde então inúmeras pesquisas foram realizadas e de acordo com os resultados no ano de 2005 foi elaborada uma proposta que foi apresentada durante o último encontro de Prefeitos.

De acordo com o Professor Roney Oliveira, um dos coordenadores do projeto, o apoio de movimentos sociais é muito importante para a realização do projeto.

“A Igreja Católica tem mostrado sua colaboração por meio da pessoa do padre Pedro Camilo que se interessou pelo projeto e o levou até o Arcebispo de Vitória. A Igreja age cobrando atitudes dos governos para que ocorra a mudança”.

O objetivo da apresentação

do projeto aos prefeitos é de conseguir o apoio das prefeituras do Estado para a construção de um hospital modelo, onde os dependentes químicos receberiam tratamento psicológico, toxicológico e espiritual.

“Nossa missão, a missão da Igreja, é ajudar as pessoas a serem felizes”, afirma Dom Luiz, ao ser indagado sobre a necessidade da participação da Igreja nesse projeto.

O tratamento espiritual é tão importante quanto à desintoxicação. O indivíduo dependente de uso das drogas, se encontra num estado emocional prejudicado e a Igreja une forças para dar um novo rumo e novo sentido a vida dessas pessoas, baseando-se no amor e na caridade ensinados por Jesus.

Também faz parte do projeto, além de toda a estrutura hospitalar, a construção de uma escola modelo em que os alunos seriam capacitados para superar as barreiras que impedem a sua adequada inserção na sociedade. Não apenas dos dependentes químicos, mas também de crianças e adolescentes com dificuldades cognitivas.

Os prefeitos manifestaram o interesse em contribuir e de participar da construção do projeto e ficou definido que uma nova conversa será feita, agora com o Governo do Estado para definir as possibilidades e o apoio para a concretização do Projeto NASCES.

revista VITÓRIA [17]

[ Sociedade ] Brunela Marins

O poder do

suco: muito mais que matar sede!

Beber suco é um prazer para muitas pessoas. Além de saboroso também é uma ótima alternativa para aqueles que buscam uma forma de alimentação rica em nutrientes.

O suco é uma perfeita opção para quem deseja levar uma vida saudável e não importa de que é feito o suco, seja de frutas, hortaliças ou mesmo de legumes.

Os sucos são capazes de oferecer grande quantidade de vitaminas e sais minerais que o organismo precisa para seu bom funcionamento. É recomendável tomar pelo menos um copo de suco por dia. O hábito pode diminuir e até mesmo evitar algumas doenças.

De acordo com a nutricionista Renata Simões, é importante lembrar que para preparar o suco é preciso de água, um elemento fundamental que atua no processo metabólico do organismo. A água é capaz de controlar a temperatura do corpo, transporta as fibras [18] revista VITÓRIA

que estimulam o trabalho do intestino e ainda retira as toxinas do corpo. Para as pessoas que não gostam de beber água, tomar um copo de suco é uma opção. Assim, a importância dos sucos para a saúde é expressiva.

Os sucos de frutas representam uma grande fonte de vitaminas, em especial a vitamina C encontrada nas frutas cítricas. Já os sucos de hortaliças ajudam o corpo a ab-

sorver os nutrientes de forma rápida, ao contrário do que ocorreria se essas hortaliças fossem ingeridas normalmente onde esse processo é mais lento.

A ingestão de suco no dia a dia contribui para a saúde cardiovascular, amplia a capacidade física, ajuda a baixar a pressão arterial, contribui para uma perfeita noite de sono e aumenta a energia. Contudo, a nutricionista Renata garante que é importante evitar beber suco junto as principais refeições e assim evitar a gastrite. "O recomendado é ingerir o suco às 9h e às 15h. Ao beber suco junto ao almoço, por exemplo, a digestão fica mais lenta e isso pode provocar doenças", afirma.

Além do suco ser uma ótima opção para manter a saúde

Sucos importantes Todas as frutas e hortaliças têm papéis importantes a desempenhar para manter a saúde em perfeito estado. Sucos de cenoura e de aipo são muito nutritivos. O suco de maçã é o único que pode ser misturado com qualquer suco de hortaliça. Folhas verdes, tais como: espinafre, salsa, alface e brotos são de importância vital.

Suco de frutas cítricas é uma excelente fonte de vitamina C, muito necessária para o corpo.

Para que serve cada fruta

em perfeito estado também é uma alternativa eficaz para quem deseja perder peso, porque além de serem saudáveis, alimentam, e, dependendo do suco, possuem uma quantidade baixa de calorias. Outra característica que os sucos têm é a eliminação de toxinas do organismo que faz a pele ficar mais suave, deixa os cabelos mais brilhantes e o sistema orgânico regulado.

Uma boa dica é preparar o suco natural. Os industrializados perdem nutrientes devido aos processos de pasteurização. Mas também, os sucos frescos não possuem aditivos, nem conservantes. O melhor é beber assim que ficar pronto e evitar o armazenamento do mesmo.

Abacaxi: Tem o poder de retirar as células mortas da pele, rejuvenescendo-a e por consequência é excelente nos processos de cicatrização.

Laranja:

É refrescante, diurético e depurativo do sangue. Auxilia no tratamento de anemia, febre, gripe, intestino preso, problemas digestivos e tensão nervosa.

Limão: Ajuda a tratar de problemas estomacais, aftas, feridas, tosses, unhas fracas, ácido úrico, pneumonia, enxaqueca, amigdalite, acne, enjoo, hipertensão arterial, estomatite, faringite e úlceras em geral.

Maçã: É ótimo para a eliminação de to-

xinas no sangue, pele cansada e desidratada, problemas digestivos, proteção da mucosa, retenção de líquidos, reumatismo e tensão nervosa.

Melancia:

É conhecido pelo seu poder diurético e refrescante além de ser rico em licopeno, que reduz risco de câncer.

Uva: Fonte de ferro que constrói a he-

moglobina do sangue. Estimula a digestão, a ação intestinal, limpa o fígado e elimina o ácido úrico do organismo. Além disso, acalma o sistema nervoso.

Dicas Z Tomar os sucos as sim que ficarem prontos; Z Não armazená-los na geladeira para consumo poste rior; Z Quando tomar suco de hortaliças trate de mastigá -lo. As hortaliças são mais dif íceis de digerir que as frutas; tendem a ser mais pesadas e de moram mais a serem assimila das pelo organismo. No entan to, quando se toma o suco de um a hortaliça o corpo absorv e imediat am en te as pa rtí cu las ali mentícias.

Morango: Tem ação alcalinizante, mi-

neralizante e emoliente. Ajuda a tratar de: anemia, desnutrição, diabetes, diarréia, reumatismo e cálculos nos rins.

Mamão: É bom para a digestão, evita

infecções intestinais ocasionadas por parasitas por conter substâncias antibactericidas.

Manga:

Contém propriedades antioxidantes, devido o grande teor de betacaroteno.

Maracujá: Estimula a digestão e é usado como calmante.

Acerola: Combate gripes e a fadiga. revista VITÓRIA [19]

[ Sociedade ] A Redação

Dia Mundial das

Comunicações Sociais Foi durante o Concílio Vaticano II, mediante o Decreto Conciliar, Inter Mirifica, promulgado pelo Papa Paulo VI, no dia 04 de dezembro de 1963 que se instituiu o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

A partir disso, a Igreja, ao fixar um dia do ano para comemorar as Comunicações Sociais, entendeu que os meios de comunicação são indispensáveis para o anúncio da Boa Nova do Reino de Deus e que estão a serviço dos povos e por isso, propôs convocar a participação dos Regionais, Dioceses e Prelazias que solicitem ao povo de Deus para rezar, colaborar com a mídia da sua comunidade e servir-se dela para o anúncio do Evangelho.

A Pontifícia Comissão para as Comunicações Sociais, na carta de 14 de junho de 1966, determinou que o Dia Mundial das Comunicações é o Domingo da Ascensão do Senhor. Assim, neste ano, no dia 24 de maio celebraremos o 43º Dia Mundial das Comunicações Sociais, com o tema: "Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade".

O Papa Bento XVI, na mensagem preparada para esta celebração afirma que as novas tecnologias digitais estão provocando mudanças fundamentais nos modelos de comunicação e nas relações humanas. Estas mudanças são particularmente evidentes entre os jovens que cresceram em estreito contato com estas novas técnicas de comunica-

[20] revista VITÓRIA

ção e, consequentemente, sentemse à vontade num mundo digital que entretanto, para os adultos que aprenderam a compreender e apreciar as oportunidades por elas oferecidas à comunicação, muitas vezes parece estranho.

Segundo o papa, estas tecnologias são um verdadeiro dom para a humanidade: por isso se deve fazer com que as vantagens que oferecem sejam postas ao serviço de todos os seres humanos e de todas as comunidades, sobretudo de quem está necessitado e é vulnerável. A facilidade de acesso juntamente com o alcance global e a onipresença da internet criou uma multiplicidade de vias através das quais é possível enviar, instantaneamente, palavras e imagens aos cantos mais distantes e isolados do mundo: trata-se claramente duma possibilidade que era impensável para as gerações anteriores.

O Santo Padre, conclui sua mensagem dirigindo-se especialmente aos jovens católicos, para exortá-los a levarem para o mundo digital o testemunho da sua fé, assim esses jovens devem se sentir comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores da Boa Nova de Jesus a exemplo dos primeiros tempos da Igreja, onde os Apóstolos e os seus discípulos levaram ao mundo greco-romano essa mensagem. Como então a evangelização, para ser frutuosa, requereu uma atenta compreensão da cultura e dos costumes daqueles povos pagãos com o intuito de tocarem as suas mentes e corações, assim agora o anúncio de Cristo no mundo das novas tecnologias supõe um conhecimento profundo das mesmas para se chegar a uma conveniente utilização.

"A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste "continente digital". Sabei assumir com entusiasmo o anúncio do Evangelho aos vossos coetâneos! Conheceis os seus medos e as suas esperanças, os seus entusiasmos e as suas desilusões: o dom mais precioso que lhes podeis oferecer é partilhar com eles a "boa nova" de um Deus que Se fez homem, sofreu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade. O coração humano anseia por um mundo onde reine o amor, onde os dons sejam compartilhados, onde se construa a unidade, onde a liberd ade encontre o seu significado na verdade e onde a identidade de cada um se realize numa respeitosa comunhão. A estas expectativas pode dar resposta a fé: sede os seus arautos! Sabei que o Papa vos acompanha com a sua oração e a sua bênção".

[ Análise de Conjuntura] Pedro A. Ribeiro de Oliveira PUC-Minas e ISER-Assessoria

Parte I - A crise global e o Brasil

O foco do debate: a

natureza da crise Ninguém questiona que a instabilidade do sistema financeiro dos EUA se alastrou pelo mundo e já afeta toda a economia mundial, tampouco se questiona sua causa imediata: a irresponsabilidade de agentes do mercado financeiro e a falta de regulamentação eficaz sobre seu comportamento.

O que está em debate é a natureza e os desdobramentos da atual crise. Num pólo estão os que veem nela apenas uma ocorrência cíclica normal no sistema capitalista, cujo crescimento sempre alterna tempos de expansão e de contração da economia. No outro pólo, estão os que percebem nela o limite final do sistema econômico movido pelo produtivismo consumista que tem como meta o lucro para o capital, ou seja, o capitalismo.

Em favor do primeiro argumento, pesa o fato de já se registrarem 46 crises no sistema capitalista desde 1790. Segundo a teoria econômica clássica, as crises são inerentes ao sistema de mercado, pois funcionam como fator de seu aperfeiçoamento ao obrigá-lo a corrigir seus erros e exageros. Para essa corrente de pensamento, que orienta os global players da economia e predomina entre os analistas econômicos que se manifestam pelos principais meios de comunicação de massa, o mais importante hoje é evitar o “alarmismo” e recuperar a confiança no setor financeiro. Em termos práticos, isso significa injetar uma

enorme quantidade de fundos públicos em socorro de instituições financeiras e empresas para tranquilizar o mercado e assim reativar a economia. Seguindo essa receita, em breve passará a turbulência e o capitalismo seguirá sua trajetória histórica, ainda que deva se submeter a maior controle externo – o que colocaria um ponto final no neoliberalismo que marcou as três últimas décadas. Esta foi a tônica da cobertura dada à reunião do G-20, em Londres, no início de abril.

Em favor da argumentação contrária, pesa o fato de estar esta crise econômico financeira embutida num conjunto de crises que a tornam muitíssimo mais grave. O déficit energético, o aquecimento global, a perda da biodiversidade, a escassez de água, a ausência de governança global e o esvaziamento ético da economia e da política, são sintomas de uma crise que incide na própria estrutura do sistema: o mercado produtivista e consumista regido pela lógica do lucro. Essa visão orienta os Movimentos Sociais altermundistas que se fizeram presentes no Fó-

rum Social Mundial e tem sido elaborada por intelectuais a eles ligados.

Tendo em vista que a argumentação tendente a reduzir a crise atual à sua dimensão econômico-financeira tem sido muito difundida por meio de artigos (p.ex. Delfim Netto), no rádio e na TV por comentaristas econômicos (como Mirian Leitão), e por figuras do Governo Federal (o presidente do Banco Central, o Ministro da Fazenda e o próprio Presidente da República), vamos apresentar aqui a argumentação contrária, que tem menor divulgação entre o público.

Sabemos que as crises no capitalismo são cíclicas e contribuem para depurá-lo de seus erros, mas isso não significa que esse sistema tenha o atributo da perenidade. Esboçado nas cidades do norte da Itália desde o século 13, estruturouse no século 16, provocou a revolução industrial no século 18 e consolidou-se por meio das revoluções política e cultural do século 19. No século 20 atingiu Continua

revista VITÓRIA [21]

a maturidade, ao mundializarse pelo processo de globalização. Ao longo do tempo, não só assumiu diferentes formas – mercantilista, liberal, imperialista colonial, de bem estar social e neoliberal – como transferiu seus pólos (das cidades italianas para Amsterdã, dali para Londres e depois Nova York, de onde pode vir a transferir-se para Pequim). Todas essas mudanças foram acompanhadas de graves crises sociais e políticas em geral resolvidas por meio de guerras. O que está em questão, agora, é se ele sobreviverá ao século 21.

Evidentemente, tal pergunta não entra na pauta da corrente de pensamento que descarta a priori a possibilidade de vir o sistema capitalista a desaparecer – exceto na ocorrência de [22] revista VITÓRIA

uma verdadeira catástrofe humana e natural – mas está cada vez mais presente na agenda intelectual de quem acredita ser “um outro mundo possível”.

Vejamos então, como se fundamenta a hipótese de ser esta uma crise sistêmica que, por não se reduzir a uma crise econômico-financeira, só poderá ser superada se for também superado o sistema de mercado produtivista / consumista.

Crise do sistema produtivista / consumista Estamos, sem dúvida, imersos numa grave crise financeira. Basta ter presente que enquanto o PIB mundial alcançou quase US$ 55 trilhões, em 2007, o volume dos direitos negociados no sistema financeiro mun-

dial chegou a quase US$ 600 trilhões. Isso explica tanto o crescimento das grandes fortunas mundiais nas três últimas décadas, quanto a súbita diminuição daquelas que estavam fundadas em aplicações financeiras especulativas. (Ver o quadro da Revista Forbes). Tal fato se deve a que o mesmo indicador do valor (a moeda expressa em US$) aplica-se a duas realidades muito diferentes: o volume de bens e serviços efetivamente produzidos e a compra e venda de direitos que são repassados sem que nenhum novo bem tenha sido produzido (por isso, chamados de derivativos). Essa forma mais avançada do capitalismo pode ser resumida no parâmetro ideal das aplicações financeiras: lucrar sem envolver-se com a produção.

De fato, o êxito do sistema de mercado regido pela lógica capitalista reside na sua enorme capacidade de produzir riquezas tendo em vista a possibilidade do lucro. Seu primeiro grande teórico, A. Smith, já dizia que não é o altruísmo e sim o espírito egoísta de lucro, que faz o padeiro levantar-se de madrugada para vender o pão logo pela manhã. O empresário usará todos os meios a seu alcance para obter lucro na sua atividade econômica: contratará ajudantes, inventará novas técnicas de produção e de gestão, buscará o apoio do poder público para o seu negócio, acionará mecanismos de propaganda do seu produto, encontrará meios de financiar suas vendas; enfim, estará sempre buscando o lucro que provém da venda de sua produção – seja ela de bens ou serviços os mais diversos.

O problema do empresário reside no fato de que ele não é o único a oferecer bens e serviços no mercado: inúmeros outros empresários também almejam auferir lucro e tornam-se seus concorrentes. Mas o que é dificuldade para o empresário individual é a vantagem do sistema como um todo: a concorrência que lhe imprime um dinamismo intrínseco. O sistema de mercado não pode estabilizar-se, sob pena de não mais funcionar. Ele precisa estar sempre em expansão, isto é, integrar um número cada vez maior de pessoas em suas relações de compra e venda. O capital coloniza espaços cada vez maiores do mercado, que por sua vez coloniza a atividade elementar de base que desde a “revolução neolítica”, há dez mil anos atrás, é regida pe-

las relações de reciprocidade “dar / receber / retribuir”. Pois bem. Em pouco mais de cinco séculos o sistema capitalista de mercado gradualmente incorporou todo esse setor, de modo a alcançar hoje praticamente toda a população mundial. Até mesmo as comunidades fechadas, com um sistema autônomo de produção e consumo fundado na reciprocidade, têm alguma válvula de comunicação com o mercado, para o qual escoam a parte da sua produção necessária à aquisição dos bens que elas não conseguem produzir.

Esse dinamismo, contudo, só é possível na medida em que são ignorados os efeitos não-econômicos do processo de produção e consumo de bens regido pela lógica do lucro. A produção de lixo, o desperdício de matérias-primas e de energia, a destruição da biodiversidade, a degradação dos solos e das águas, os danos à saúde humana e animal, a exclusão social e a revolta dos excluídos, são considerados como externalidades, isto é, não devem ser considerados pela teoria econômica. Porque não os contabiliza, a economia capitalista transforma em lucro todos os bens e serviços que produz e vende. O problema, agora, é que, se manter a mesma lógica econômica, as externalidades se voltarão contra o sistema e o travarão. O déficit energético, o aquecimento global e a desumanização das relações sociais estão hoje a apontar que o sistema capitalista de mercado está prestes a esgotar sua capacidade de produzir riqueza.

Documento apresentado na 46ª Assembléia Geral dos Bispos do Brasil

revista VITÓRIA [23]

[ Cultura ] Dauri Batisti

Vendedor de

flores peixes. no mercado, ao lado da banca de

Da janela do meu consultório na Praia do Suá avista-se, bem de perto, um morro coberto de árvores variadas, e até velhas mangueiras de antigos quintais. Como o prédio está quase que em linha paralela com o morro a janela da sala abre-se impactantemente sobre a paisagem. O balançar suave das árvores, os vários tons de verde em movimento, o silêncio preenchido por esparsos cantos de pássaros garantem ao cenário con-

[24] revista VITÓRIA

templado da janela um poder hipnótico.

Foi depois de olhar por esta janela que me sentei para escrever isto que agora lês. O ponteiro do relógio já ia adiante da casa 12 na sequência do dia. Lá fora o sol estonteava a cidade com um céu azul sem nuvens.

A primeira ideia que me veio foi o fragmento de uma frase de Pitágoras, filósofo e matemático grego, que 500 anos antes de Cristo afirmava: aprenda a ficar em silêncio. Vou escrever sobre o silêncio, decidi. E já me choviam ideias do que dizer. Mas logo todo o entusiasmo pela ideia foi passando. Pensei no mês de Maio que vinha e vi que ele pedia outro texto. Voltei atrás e decidi mudar o rumo da escrita.

Fui novamente até à janela e mirei ao longe o Convento da Penha. Ali estava a nova ideia.

Era para as Mães que eu gostaria de escrever. Fiquei parado por um tempinho. Pensei, pensei.

Então corri e peguei um livro de Manoel de Barros que uma amiga me deu, e comecei a procurar uma frase que eu sa-

bia ali estava em algum lugar.

Ela me daria coragem de adicionar aqui uns poemas meus. Sem muita demora encontrei o que eu queria: “Em poesia que é voz de poeta, que é voz de fazer nascimentos – o verbo tem que pegar delírio”.

Bem, apoiado pelo velho e grande poeta do Mato Grosso mesmo não sendo poeta - resolvi adicionar aqui certas palavras que, ao escrever sob a forma de poema, pegaram delírio, como ele diria. Se não pegaram delírio, pegaram carinho, isto é certo. Meu carinho para as mães. Eis:

Onde fica o céu

Se alguém quiser saber onde fica o céu tem que procurar bem entre as pessoas.

Se bem que também ali é onde está o quinto dos infernos.

(Meu Deus, onde se escondem os outros infernos?

Livra-nos de todos).

Como céu é coisa de Deus, ele – é claro – não fez só um (há pelo menos sete) e espalhou-os, todos, entre as pessoas.

Talvez o mais bonito seja aquele que se avista pela fresta de um olhar de mãe.

A beleza vai me pegar Eu sou assim como você sabe.

Vendedor de flores no mercado, ao lado da banca de peixes.

Mas meu pai era bonito e minha mãe linda, linda é.

Eu sou assim, como você sabe, estranho, tímido, pago pra não falar.

Padeço de saudades do que não vivi, sonho que moro nas casas que existiam no lugar dos prédios, viajo todos os dias na Interprise como co-piloto do capitão Kirk.

Sofro e percebo que sou assim, como você sabe, desigual até no modo de sofrer. Às pessoas o tempo assusta, delas tira a beleza, a saúde...

Mas eu, eu não me assusto, nem me entristeço.

Sofro e me consolo.

Meu pai era bonito e minha mãe linda, linda é.

Não há escapatória, ela me espera, a beleza vai me pegar.

Gavetas

Em gavetas? Mais do que isso, em cheiros, cheirinhos puro carinho, no tempo perdido passado, tempo vivido e achado em odores e perfumes, no tempo pego pelo olfato, descobri outro dia, feliz, junto com as coisas de mãe, guardados, minhas primeiras letras e um parabéns sobre a folha amarelada.

Folhas de papel almaço unidas por uma fita azul: na capa um menino desenhado por detrás de um grande “um” dizendo: o primeiro ano foi difícil, mas passei.

Um dia, tudo, nas origens, horizontes entre as montanhas, pequena colônia de imigrantes com sotaque italiano aprendendo português.

Gestos em ensaios, eu lembro bem, uma mão sobre a outra, a professora, a mãe ensinando um caminho que não mais, não, não tem mais fim.

Eu adorava o M maiúsculo da minha mãe cheio de voltinhas como flores em buquê, e o B do meu pai como a boleia de um velho F(e)N(e)M(ê).

Trajes de: Noivas, Noivos, Debutantes, Damas, Pagens, Ternos e Roupas para Festa

Tel.: (27) 3223-1267 - Fax: (27) 3222-8746

Rua 23 de Maio, 360 - Esquina c/ Marcos de revista VITÓRIA [25] Azevedo - Parque Moscoso - Vitória/ES

Palavra Amiga

Maio: mês de Maria, Mãe de todas as horas

Na devoção do povo Maria recebe diversos nomes: Nossa Senhora da Penha, de Fátima, de Lourdes, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha da Paz, Nossa Senhora das Graças e muitos outros títulos dado àquela que é plena de graça. Lemos em Lucas 2, 1920 que Maria conservava a palavra e os acontecimentos no coração. Conservar significa: guardar, meditar...

Maria é exemplo atual e vivo de discípula a ser seguido é modelo para cada um de nós.

Neste mês dedicado a Maria que ela nos ajude a aprender a tarefa de verdadeiros discípulos, missionários e seguidores de seu amado filho Jesus Cristo para assim fazermos o reino de Deus; e que a sua justiça seja cada vez mais presente no nosso meio. Se ouvirmos Maria, nossa mãe

que continua repetindo: façam tudo que Ele vos disser, com certeza seremos felizes!

Maio também é um mês muito especial, é o mês das mães - o afeto que trazemos no coração, a recordação da vida e do amor de nossas amadas e queridas mães. Em seu sentido mais profundo, a maternidade humana tem sua origem no próprio ser e coração de Deus, que é pai com um coração de mãe. Mãe é como flor, é carinho, cuidado, proteção, compreensão, doação, perdão. Mãe resume tudo o que é amor.

Colocamos sob a proteção da mãe Maria, todas

as mães evangelizadoras da Rede América e Revista Vitória para que elas tenham sempre a força e coragem de Nossa Senhora acompanhando seus filhos no dia a dia.

Maria, nossa mãe, rogue

a Deus por nós que recorremos a vós.

Rezemo s s ecom Quer evangelizar m p r e :a Nossa S enhora d aeP e n h gente? Seja sócio-amigo in te rceda p a o r n ó Feliz Pá Vitória s .liassine a Revista scoa!!!! !

Um abr aço gue: 3322-0082.

Va n ia r ia Feliz dia dasM aMães!!!!!!!

Um abraço Vânia Maria

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