Revista Vitória -Junho 2009

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IMPRESSO

Ano 4 • Nº 05 • Junho de 2009

Caminhar juntos em vista do Caminhada rumo a Porto Velho Grande Encontro! Págs. 06 e 07 Págs. 14 a 17


Elaine Butter

criança

Espaço

Murilo de Souza Sagredo

Mês de Junho, mês de festa junina. Você sabia que a festa junina não existe só no Brasil? Celebrar São João é um costume que vem do século IV dos países católicos da Europa e foi trazido pelos portugueses. No início a festa era “Joanina” e depois passaram a ser homenageados também Santo Antônio e São Pedro. A festa comemora a data de nascimento de São João, dia 24 de junho. É o único caso assim, pois todos os outros santos são homenageados em sua data de morte, como acontece com Santo Antônio, dia 13 e São Pedro no dia 29. Para cada santo há também um tipo diferente de fogueira, sabia? A fogueira de São João tem forma de cone. Na fogueira de Santo Antônio as madeiras são empilhadas formando um quadrado. E na de São Pedro a forma é triangular. Para participar da festa o bom é caprichar no visual, com chapéu de palha, vestido rodado, camisa xadrez e calça com remendos coloridos. As meninas devem caprichar no batom vermelho e as bochechas rosadas e os meninos não podem esquecer do bigodinho. As brincadeiras típicas são a corrida de saco, a corrida do ovo na colher, cadeia, correio elegante, entre outras. Comidas típicas também não podem faltar: pipoca, pé de moleque, curau, bolo de cenoura, cachorro quente, quentão e muito mais. As guloseimas da festa junina são variadas, conforme o lugar. Na região Sul não pode falar o pinhão e o arroz de carreteiro. No Sudeste tem cachorroquente, pastel e pizza. Já no Norte a festa tem receitas típicas dos índios, como tapioca e tacacá. É bom lembrar que uma festa tão bonita não pode ter balão. Soltar balão é crime. Fique esperto e nunca solte balões nem deixe alguém fazer isso. Combinado? Vamos aproveitar e fazer muita festa. . eu espaço ipar do s ic t r a p e ho: eça d Não esqu to, carta ou desen fo a u Envie s riança Espaço C 2 Santos, 4 Oliveira ória – ES e d it V o t – r e o r t n e C – Rua Alb 16 s – sl. 19 Ed. Ame 1 0 10-9 CEP: 290

Beij

da Tia im, beijim

Elaine!


[ Editorial ]

REVISTA DA ARQUIDIOCESE DE VITÓRIA DO ESPÍRITO SANTO Rua Alberto de Oliveira Santos, 42 Ed. Ames - Sala 1916 a 1920 CEP 29010-901 - Vitória – ES Tel.: (27) 3322-0082 revistavitoria@aves.org.br ARCEBISPO DE VITÓRIA Dom Luiz Mancilha Vilela CONSELHO EDITORIAL Dom Mário Marquez (Coordenador) Elaine Silveira Butter Santos Vander Silva Jorge Villena Medrano GERENTE EXECUTIVO Jorge Villena Medrano JORNALISTA RESPONSÁVEL Vander Silva Reg. 01438 DRT – ES ADMINISTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Fundação Nossa Senhora da Penha do Espírito Santo Tel.: (27) 3322-0082 Fax: (27) 3322-4960 PRESIDENTE Dom Mário Marquez VICE-PRESIDENTE Pe. Pedro Camilo DIRETOR SECRETÁRIO Fabricio Zouain DIRETOR FINANCEIRO Paulo Roberto Caon GERENTE ADMINISTRATIVA Elaine Silveira Butter Santos EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Comunicação Impressa Tel.: (27) 3319-9062 IMPRESSÃO Gráfica GSA Tel.: (27) 3232-1266 Os artigos publicados são de inteira responsabilidade dos autores.

Santos Populares Mês dos “santos populares”! Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo são santos conhecidos, lembrados e invocados em diversas adversidades na vida dos fiéis católicos. A popularidade destes santos provoca uma reflexão oportuna no contexto de festas populares com as quais caracterizamos o mês de junho: Como atingir a santidade? Se nos debruçarmos apenas nas características que são atribuídas aos santos, corremos o risco de colocar a santidade muito longe de nossas possibilidades reais em alcançá-la. Não temos e não teremos a oportunidade de vivenciar as experiências vividas por esses homens de Deus no contexto em que eles viveram, da forma como o comportamento das pessoas era compreendido e nem como a fé era entendida. Porém, a santidade não é caminho para alguns escolhidos, alguns mais fortes na fé ou outros dotados de carismas especiais. A santidade é o chamado de Deus a cada um. Todos, sem exceção, somos chamados à santidade. O santo é aquele que coloca o seguimento de Jesus acima de qualquer coisa. A prática da justiça, o respeito aos direitos naturais e sociais, a honestidade, a defesa da vida em todas as suas dimensões, acima da busca pelo sucesso, do “se dar bem”, dos interesses pessoais, familiares e de grupo. Ser santo é a vocação de todo o cristão. Atingir a santidade é um exercício constante. Que os santos populares, sejam “populares” em nossas mentes sempre que precisarmos de um modelo que nos encoraje. D. Mário Marquez, ofmcap Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo Presidente da Fundação Nossa Senhora da Penha


[ Acontece ]

1ª APAC do Espírito Santo No dia 13 de maio, em Cachoeiro de Itapemirim aconteceu a inauguração da primeira APAC do Estado do Espírito Santo. A APAC - Associação de Proteção e Assistência aos Condenados - é uma entidade civil, sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, que tem por finalidade recupe-

rar o preso, proteger a sociedade, socorrer a vítima e promover a Justiça. É filiada a PFI - Prison Fellowship International, órgão consultivo da ONU para assuntos penitenciários e a FBAC - Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados, entidade que congrega, fiscaliza e dá suporte a todas as APAC's do país.

Novos padres

No último mês de maio, toda a Arquidiocese de Vitória recebeu de braços abertos dois novos presbíteros. No dia 10, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Guarapari, foi local da ordenação presbiteral de Márcio de Souza, pela imposição das mãos do Arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela. No dia 16, Renato Paganini, foi ordenado presbítero pela imposição das mãos de Dom Luiz, na paróquia Virgem Maria, em Itacibá, Cariacica.

Trezena de Santo Antônio De 01 a 13 de junho, o Santuário-Basílica de Santo Antônio, promove a Trezena de Santo Antônio sempre às 18h30, seguida de missa às 19h. No sábado, 13 de junho, dia do padroeiro, serão celebradas missas: às 6h30, na Matriz com o padre Giovanni Pagani; às 08h na Basílica com o Cônego José Ayrola Barcellos; 10h com o padre Gustavo Cola. Às 15h, acontece no Santuário-Basílica a Missa para enfermos e idosos com Unção dos Sacramentos aos Enfermos, presidida pelo padre Anderson Teixeira. Às 19h, após a conclusão da trezena, acontece a Caminhada Luminosa. Às 19h30, Missa de Encerramento no Santuário-Basílica presidida pelo padre Roberto Camillato, como o tema "Ano Catequético Nacional: tempo de celebração, fidelidade eclesial e confirmação na missão".

Festival de Música A Comunidade São Francisco de Assis, em Santa Bárbara, Cariacica, abriu inscrições para o 14º Festival de Música. As inscrições acontecem até o dia 02 de julho e podem ser feitas pelo telefone: 3343.7827.

Cáritas na web

[ 4 ] revista VITÓRIA

Foi lançado recentemente o site da Cáritas Arquidiocesana de Vitória. Para saber mais sobre a entidade e suas ações sociais basta digitar www.caritasvitoria.org.br A página contém notícias, banco de imagens, vídeos, fórum de debates, entre outras ferramentas.


Obrigado pelo sim Aniversariantes de Maio: 03 Monsenhor Tarcísio Anacleto Caliman 14 Getúlio Carlesso 16 Carlos Antonio Conceição 19 Carlos Magno do Nascimento Machado 21 Renato Criste Covre 27 Frei Ari do Amaral Praxedes

Aniversário de ordenação:

07 Hiller Stefanon Sezini Roberto Francisco Sebastião Natal 20 Giuseppe Cavarra 28 Carlos Antonio Conceição 29 Getúlio Carlesso 30 David Vieira de Camargo

“Rogai ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a sua messe” (Mt 9, 38). fonte: www.aves.org.br

PADARIA BOA VISTA “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4,13)

Tel.: 3239-6533 Boa Vista 1 - Vila Velha - ES


[ Reflexão ] Dom Luiz Mancilha Vilela, ss.cc Arcebispo Metropolitano de Vitória do Espírito Santo

Caminhar Juntos em vista do

Grande Encontro! “Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os seus olhos, porém estavam como vendados, incapazes de reconhecê-Lo”. (Lc. 24, 14-16)

Trata-se do episódio dos discípulos de Emaús que saíam de Jerusalém e caminhavam desanimados com o que sucedera com o Mestre. Jesus começa a caminhar com eles e nem O percebem. Entra na conversa e aos poucos vai ensinando-lhes e chamando-lhes a atenção “Como sois tardos e sem inteligência para crer em tudo o que os profetas falaram! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?” [ 6 ] revista VITÓRIA


Nada mais triste do que caminhar sem sentido e sem saber para onde se caminha. Os discípulos de Emaús, antes de Jesus se aproximar, caminhavam um ao lado do outro como sem saber para onde iam ou que rumo dar à vida, que perdera o sentido depois da tragédia que presenciaram com a crucifixão do Mestre. O gesto mais humilhante que se poderia fazer com uma pessoa era crucificá-la! A decepção ficara maior com o tipo de morte que deram ao Mestre amado que lhes havia ensinado tanta coisa bonita, e que lhes havia prometido e dito que Ele era a Ressurreição e a Vida! Eis que se aproxima Jesus para abrir-lhes a mente e o coração destroçados com tamanha decepção! Humilhação e dor! Jesus começou a caminhar com eles. Um mesmo assunto, uma compreensão e um Mestre. Estavam unidos, caminhavam juntos, os corações desanimados começavam a se aquecer com a presença do forasteiro que caminhava com eles e fazia unidade com eles, refletindo sobre o mesmo assunto, mas dando-lhes a devida explicação para que eles deixassem de serem incrédulos, e se tornassem féis. Caminhavam juntos, mas ainda não reconheciam Jesus caminhando com eles. Que caminhada rica junto Àquele que se revelara como Caminho, Verdade e Vida! Seus corações e seus olhos de fé só se abriram quando depois de convidá-Lo para ficar e cear com eles (“Fica conosco!”), Jesus aceitou o convite “pois já era tarde e a noite já vinha chegando”. Os corações dos discípulos ardiam de emoção ao ouvir aquele forasteiro e companhei-

ro de caminhada. Mas só O reconheceram no Grande Encontro: “Sentou-se à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção de ação de graças, partiu-o e deu a eles. Neste momento seus olhos se abriram e eles O reconheceram”. Nós estamos na etapa conclusiva do Primeiro Sínodo Arquidiocesano. Durante estes três anos reafirmamos o profundo desejo de caminharmos juntos na acolhida fraterna e na esperança. Pois bem, não nos esqueçamos de que, caminhar juntos, não é caminhar um ao lado do outro somente. Caminhar juntos é acima de tudo, caminhar na fé de que Ele caminha conosco e, em vista do Grande Encontro, onde nossos olhos se abrem e nossos corações se renovam, nossa inteligência se dobra e se torna instrumento de anúncio de seu Mistério de Amor. Ele tem caminhado conosco durante todos estes anos. Talvez muitos entre nós não tenhamos percebido. Se Ele não caminhasse conosco não chegaríamos à conclusão deste Sínodo Arquidiocesano. Eu estou certo disso. Ele caminha conosco! Ele não só caminha conosco, mas suscita em nós um profundo interesse e desejo de que caminhemos juntos, superando todos os obstáculos de uma caminhada, as decepções do dia a dia, sem jamais perdermos a esperança. Tudo isso tem muito sentido. Além de sermos o Povo de Deus em marcha para o céu, o paraíso, somos caminheiros, comunicadores Daquele que é o Caminho de nosso caminhar, a Vida de nossa vida, a Verdade que nos liberta, Jesus Cristo!

Estamos no encerramento do Ano Paulino e, é muito pertinente, neste processo sinodal, percebermos que São Paulo foi o Apóstolo do Caminho! Ele caminhava errado em direção de Damasco. “Persegui até a morte os adeptos deste Caminho prendendo homens e mulheres e lançando-os na prisão. Disso são minhas testemunhas o sumo sacerdote e todo o conselho de anciãos. Eles deram-me cartas de recomendação para os irmãos de Damasco. Fui para lá a fim de prender todos os adeptos que aí se encontrassem e trazê-los para Jerusalém, a fim de serem castigados” (22, 4-5). Saulo caminhava para destruir a Nova Estrada da Nova Humanidade! “Quem és tu Senhor? Eu sou Jesus a quem tu persegues!” (At. 9,5). Eis a reviravolta do caminho de morte para o Caminho da Vida! Eis que no caminho errado, Saulo faz a experiência do Grande Encontro com Aquele que é o Caminho! Jesus quer caminhar com São Paulo e propor-lhe o Novo Caminho e, no Caminho, convocar muitos para caminharem juntos, cheios de esperança, custe o que custar! É preciso caminhar! Caminhar juntos! O Sínodo é uma convocação para a conversão de todos nós, para que façamos o Caminho com Jesus e, convoquemos muitos para que caminhem conosco com Jesus e não percamos a esperança. Caminhar juntos na acolhida fraterna e na esperança! Este é o propósito do Sínodo. É a força de toda a nossa Igreja, Povo de Deus que caminha com Jesus e acolhe a todos para a experiência do Grande Encontro. revista VITÓRIA

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[ Família ] Terezinha e Abdo Chequer

Vivendo da

vontade de Deus

casais vivem a paternidade responsável com os métodos naturais “Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus, Ele o criou. Homem e mulher, Ele os criou. Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,27-28).

Deus ao criar o mundo, criou tudo perfeito; criou as plantas, os animais e todos os seres vivos com a fertilidade necessária, capaz de multiplicarem dentro de sua natureza. O casal Billings, buscando viver a plenitude do amor conjugal descobre que pode planejar seus filhos, não precisando se submeter a produtos químicos ou barreiras no relacionamento conjugal. O método Billlings é fundamentado no diálogo e no amor. A principal finalidade do método é suscitar o amor no casal. APRENDENDO O MÉTODO O método Billings consiste em anotar diariamente em um gráfico as mudanças que se observa no muco cervical. É um método muito seguro, mas deve ser ensinado por pessoal qualificado pelo menos durante três ciclos. Durante a fer[ 8 ] revista VITÓRIA

tilidade a sensação é de umidade com presença de muco elástico e transparente e na infertilidade a sensação é de secura. Com este método é possível saber o período em que a mulher está fértil ou infértil, preparada ou não a conceber uma vida se houver uma relação sexual. Para a eficácia do método é importante que a mulher aprenda a se conhecer e é muito importante que o homem também conheça o método, pois é fundamental o diálogo do casal que escolhe o método natural. Sem diálogo dificilmente o método funcionará. Não confunda este método com a antiga tabelinha. Este método não é uma tabelinha. O primeiro dia do ciclo é exatamente o primeiro dia da menstruação. Depois da menstruação algumas mulheres já entram no período fértil, outras demoram 3 ou 4 dias e algumas podem demo-

rar mais ainda, isto determina se a mulher tem ciclo curto, médio ou longo. COM OS MÉTODOS NATURAIS, CASAIS TÊM PATERNIDADE RESPONSÁVEL Os métodos naturais oferecem diversas vantagens como por exemplo: são seguros desde que sejam seguidas as orientações, aumentam o autoconhecimento e autocontrole. Como a mulher está sempre se observando o método facilita a percepção de alguma coisa que esteja errada no organismo, como irregularidades no ciclo ou corrimentos que podem caracterizar infecções. São aplicáveis a todas as condições sócio-culturais e até em mulheres cegas e analfabetas, uma vez que a descrição se faz pelas sensações na vulva. Os métodos naturais de pla-


nejamento familiar consistem, simplesmente, no fato do casal saber fazer um autodiagnóstico para identificar em que momentos é fértil ou infértil e assim adequar suas relações conjugais a um, ou outro momento, segundo desejam conseguir ou adiar uma gravidez. Devido ao desenvolvimento da ciência e da técnica hoje são conhecidos vários métodos que permitem o autoconhecimento da fertilidade feminina, pois enquanto o homem é fértil em qualquer momento da vida adulta, a fertilidade da mulher é cíclica. A mulher só é fértil durante aproximadamente 10 horas no mês, que é o tempo de vida do óvulo depois de sua saída do ovário, o que ocorre apenas uma vez por mês. FAZENDO O REGISTRO Um registro diário das observações feitas na vulva é essencial no método Billings. Este registro é chamado de gráfico. A anotação começa pelo primeiro dia da menstruação. Usam-se cores ou símbolos para fazer os registros e com uma ou duas palavras descrevem-se a sensação na vulva e a aparência do

muco. Exemplo: seca, úmida, +úmida (conforme a intensidade, até chegar a molhada e voltar a seca novamente e descrever-se o aspecto do muco: grosso, elástico, transparente...). Importante que durante as primeiras semanas de anotação – em que você está aprendendo o método – não haja nenhum contato genital para que não se confunda a secreção vaginal com o líquido seminal. Daí a importância de começar a ensinar o método aos namorados e noivos, nos encontros de jovens. Se estas indicações são aplicadas, o casal pode alcançar até 99% de êxito em evitar a gravidez. A anotação diária é importante para recordar a mulher o sinal do muco. O registro dá valiosa informação para o casal decidir quando trará ao mundo seu bebê. Uma poderosa e amorosa comunicação se estabelece entre eles, e o bebê é bem vindo e amado. COMO DESCOBRIMOS O MÉTODO BILLINGS? Foi em 1987. Estávamos estudando a encíclica Humanae Vitae para falar nos encontros da paró-

quia de São Pedro, chamados “estudos dos documentos da Igreja”. Tínhamos 5 anos de casados, um filho e grávida do segundo. Tomei pílula no início do casamento e depois comecei a fazer a tabelinha. A partir daí, começamos a fazer o método Billings e não paramos mais. Estamos com 27 anos de casados e três filhos. O método é Deus presente em nossa vida sexual. Abrimos mais o nosso coração um para o outro, mais diálogo, mais partilha, mais carinho, mais compreensão. Vida em abundância!

DICAS DE ONDE ENCONTRAR LIVROS E ENDEREÇOS Hoje já existem vários folhetos e livros que explicam de forma clara, mas não é aconselhável fazer sozinha. É fundamental o acompanhamento de alguém que já faça o método há mais tempo. Nas livrarias católicas você pode encontrar: Z Ensinando o Método de Ovulação Billings. Dra.Evelyn Billings – Ed. Paulus. Z Ensinando o Método de Ovulação Billings parte2, Evelyn e John Billings - Ed. Paulus. Z Fita de vídeo VHS “Amor e Fertilidade”. Sugestão: entre em contato com o CENPLAFAM – Confederação Nacional de Planejamento Natural da Família – e peça o kit e adesivos. Nele vem explicado parte por parte do método de forma ilustrada. A tabela de observações traz também selos e figuras que facilitarão na observação diária. No site da Canção Nova (www.cancaonova.com.br) também dá orientação a quem quer praticar o método. revista VITÓRIA

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[ Eneagrama ] Ednéa Rosalem

Projeto ser QUEM SOU EU?... POR QUE SOU ASSIM?

Perguntas simples à primeira vista. Tão simples que temos a sensação de que já estão respondidas ou que já conhecemos as respostas. Mas..., ao parar para refleti-las, percebemos as dificuldades, começamos a procurar respostas e, surge um sentimento de vazio como se elas tivessem fora da gente. À medida que nos aprofundamos no QUEM SOU EU e POR QUE SOU ASSIM, descobertas interessantes vão nos surpreendendo. Conhecer-se a si mesmo é tomar posse do seu Ser. O autoconhecimento é fundamental para harmonizar os sentimentos, os pensamentos, as emoções; para descobrir seus dons, suas habilidades, suas competências; para [10] revista VITÓRIA

resgatar virtudes que adormeceram ao longo da história pessoal; para descobrir-se na sua autenticidade e tomar posse do seu próprio EU para Ser você e não o que os outros querem que você seja. Mais do que nunca, os sinais da pós modernidade exigem de cada um de nós um amadurecimento pessoal, um bom nível de consciência da nossa própria realidade humana e de tudo que nos cerca, caso contrário estamos sujeitos aos padrões de comportamento, de valores éticos, estéticos, econômicos impostos pelas indústrias de fazer gente - “cliente” - e sermos mais UM no fluxo das pressões sóciopolíticoeconômicas do mundo globalizado. Mais UM estatís-

tico e não mais UM Humano que seja agente da própria história e da história da sua época. O autoconhecimento só se realiza quando há o desejo de querer conhecer-se de fato, quando se dá um tempo para isso, quando se proporciona a si mesmo uma viagem pela sua história pessoal. O exercício do autoconhecimento proporciona a identificação de fantasias, imagens distorcidas que foram construídas ao longo da história pessoal e serviram como elementos importantes na constituição da personalidade tornando você o Ser que se apresenta hoje, com seus sonhos, desejos, alegrias, decepções, frustrações, realizações, inseguranças, medos. Ao identificar estas distorções o sujeito toma consciência do que é ou quem é realmente e isso o tornará melhor adaptado ao meio, mais ajustado nas relações consigo mesmo, ambientais e com Deus. São muitos os caminhos que levam ao autoconhecimento. Um deles é o ENEAGRAMA, uma ferramenta que descreve nove perfis de personalidade e cada qual com uma estrutura psicológica própria. O Eneagrama possibilita o autoconhecimento e a autotransformação de forma agradável, partindo de algo consistente “os perfis de personalidade” nos quais a pessoa se identifica.


O que é ENEAGRAMA? A palavra ENEAGRAMA vem do grego ENNEAS = nove e GRAMMOS = pontos. O sistema Eneagrama descreve nove padrões de personalidade distribuídos num diagrama com pontos ao redor de um círculo. É um saber milenar que se organizou há dois mil anos no Oriente Médio e que foi transmitido oralmente como “segredo” de sábios até chegar aos nossos dias. Somente no início do século passado começou a ser conhecido no mundo ocidental. A partir de 1971, alguns jesuítas começaram a usar o Eneagrama como meio de crescimento no autoconhecimento e na vida espiritual. O Eneagrama explicita que cada um destes nove perfis de personalidade tem uma motivação emocional básica inconsciente que se torna a força propulsora determinante de um padrão de comportamento. A motivação emocional básica nasce das qualidades universais que se tornaram exageradas desencadeando outras que mascaram a verdadeira identidade do SER, a sua ESSÊNCIA; são maneiras de autodefesa evoluídas na infância. Tornaram tão automáticas que parecem fazer parte de nossa identidade, por isso podem ser chamadas de compulsões.

SER melhor através do Eneagrama O Projeto Ser que acontece na Grande Vitória utiliza-se do Eneagrama como ferramenta principal para o autoconhecimento. Vários grupos já passaram por essa experiência com resultados positivos para a vida em todas as suas dimensões. Acreditando que o autoconhecimento provoca um crescimento humano afetivo e espiritual, a Paróquia de São Pedro da Praia do Suá oferece a seus paroquianos a oportunidade de participar dos grupos que se formam a cada semestre na paróquia sob a coordenação de Ednéa Firme Rosalém que é professora, pós graduada em educação escolar, psicanalista clínica e pós graduada em terapia familiar sistêmica. Os participantes através de dinâmicas e vivências de autoconhecimento e autodesenvolvimento exercitam a humanização das relações, explorando as fontes de força, sabedoria e amor que existem dentro de cada um possibilitando o seu aprimoramento pessoal, profissional e comunitário. Neste projeto, o autoconhecimento dá-se de forma séria e lúdica ao mesmo tempo, com muita leveza e de maneira agradável. Se antes, numa sociedade onde os valores morais, éticos, religiosos eram preservados e

na família fonte destes valores e de amor, os conflitos humanos já existiam, hoje, numa sociedade globalizada onde a divisória de limites torna-se invisível e a proximidade de culturas diferentes e valores tormam-se presentes fisicamente e psicologicamente nas relações interpessoais e familiares, fazse necessário reexaminar a nós mesmos, nossos valores e nossas instituições. O Projeto Ser propõe e proporciona a descoberta de que cada perfil de personalidade se constitui por forças, dons e talentos inatos. Através do eneagrama descreve toda a estrutura psicológica deste comportamento e ao mesmo tempo fornece caminhos, ferramentas para encontrar a sua verdadeira liberdade, tomar posse do seu potencial e SER VOCÊ.

O PROJETO SER atende a escolas, paróquias, empresas e grupos diversos. Maiores infor ma çõe s e con tat os com Ednéa. Telefones: (27) 3227.9071 / 9231.8756 e-mail: edneafirmer@yahoo.com.br

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[ Crianças ] Brunella Marins

Respeitemos às crianças Crianças, sinônimo de alegria e esperança. Pequenos sonhadores possuem a pureza em seus corações. São capazes de serem felizes com o pouco. Porém, esta alegria de viver é anulada ao se depararem com algo terrível e assustador: a violência infantil. Um tema muito falado e que as proporções aumentam a cada dia. O dia 04 de junho foi instituído como o Dia Mundial contra a Agressão Infantil. A data é celebrada em todo o mundo. Longe de ser comemorada, a data busca uma reflexão sobre o significado da agressão contra crianças. De acordo com a Conselheira Tutelar de Vila Velha, Adelina de Jesus Guimarães são registradas diversas formas de agressão, entre elas: a corporal, a psicológica e a social. Segundo dados da Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância (Sipani), 12%

das 55,6 milhões de crianças menores de 14 anos são vítimas de alguma forma de violência doméstica por ano no Brasil. O número corresponde a uma média de 18 mil crianças por dia. Violência Corporal. As ocorrências mais rotineiras de violência física são afogamento, espancamento, envenenamento, encarceramento, queimadura e abuso sexual. A educação de um filho é muito estimada pelos pais. Porém, alguns abusam do poder e acabam agredindo as crianças. De acordo com a Conselheira Tutelar, Adelina de Jesus Guimarães, os principais agressores das crianças estão dentro da própria casa. São pais e mães, principalmente as mães, que estão sobrecarregadas com o trabalho e tarefas domiciliares. Dessa forma, descontam a tensão do dia a dia nos menores. Também são pessoas próximas os principais agressores de estupro e abuso sexual infantil. São inúmeros os casos de crianças violentadas pelos pais, avôs, tios, vizinhos, entre outros. Uma das piores consequências dos casos de estupro ou cárcere privado é o comprometimento do desenvolvimento afetivo e psicológico da criança. Em alguns casos, quando não leva a problemas considerados irreversíveis pode levar até a morte. Violência Psicológica. Esta forma de agressão geralmente vem acompanhada das demais.

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Muitos pais nem percebem que estão agredindo os filhos com este tipo de violência. Falar mal ou mesmo xingar uma criança, também é considerada uma forma de feri-la psicologicamente. Ao ser xingado o menor pode ficar constrangido e sentir-se até mesmo humilhado. De acordo com o psicólogo Gabriel Waichert, ao pressionar o filho a fazer algo sob ameaça, este ato pode lesionar o direito da criança e assim a vítima se sente coagida o que pode comprometer seu comportamento até mesmo na fase adulta. “Ao ameaçar a criança, como por exemplo: ‘não vai ali, senão o bicho-papão vai te pegar’, os pais estão pressionando o filho psicologicamente a fazer algo. Isto é errado. É preciso sentar, conversar com a criança, mostrar o porquê dela não poder fazer aquilo. Porém, na dificuldade, os pais ameaçam. No futuro, isso pode gerar um comportamento inadequado esta criança pode tornar-se um adulto medroso sem iniciativas, introvertido”, afirma. Violência Social. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 1,2 milhão de crianças e adolescentes de 05 a 13 anos ainda eram vítimas de exploração em 2007. A maioria dessas crianças é de família de baixa renda e trabalha no setor agrícola. O traba-


lho infantil afasta as crianças da sala de aula. E, além disso, ao adotar uma função adulta os pequenos abandonam as brincadeiras e os jogos lúdicos que são importantes para o desenvolvimento psicológico do menor. Devido à pobreza, essas crianças precisam trabalhar para ajudar com o sustento da família, porém o trabalho infantil é proibido pela Constituição Brasileira de 1988. A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) consideram o combate a este problema umas das prioridades dos países em desenvolvimento. A Igreja também deve contribuir para o combate à agressão infantil. A família precisa estar sempre à procura da melhor forma de proteger as crianças e adolescentes. De acordo com o Coordenador da Pastoral do Menor, Padre Savério Palollio (Padre Xavier), o ambiente familiar é o local ideal para a proteção da criança. “A instituição familiar é onde a criança deve receber uma valorização. Deve ser tratada com amor e carinho”, garante. Segundo o Padre Xavier, a Igreja também possui trabalhos sociais que visam o bem-estar das crianças e adolescentes através da conscientização da família. As Pastorais da Criança, do Menor e Familiar são exemplos de um ambiente que busca dar assistência aos pais na hora de disciplinar os filhos. Ensinam a amar e educar com todo carinho e respeito que uma criança necessita. “As pastorais buscam auxiliar os pais durante o processo de educação dos filhos. Ensinam formas alternativas de educação”, afirma.

Como perceber se a criança está sendo vítima de alguma forma de violência? As crianças quando vítimas de algum tipo de violência apresentam comportamento diferenciado. Segundo o psicólogo Gabriel Waichert, ou demonstram uma conduta com excesso de timidez ou agressividade em demasia. O desempenho escolar pode ser afetado, a criança não reage aos carinhos e se isola. Uma outra forma de perceber é averiguar as brincadeiras das crianças. Se as brincadeiras não forem próprias para a idade, como por exemplo, brincadeiras com bonecos (as) que deem alusão ao ato sexual. “As crianças reproduzem tudo o que veem e presenciam. Então ela vai ‘repetir’ algo que vivenciou”, afirma. Como denunciar a agressão infantil? Z Qualquer forma de violência contra a criança e o adolescente deve ser denunciada. Na maioria dos casos as denúncias são realizadas por anônimos que presenciam o fato. As denúncias de agressão infantil podem ser realizadas no Conselho Tutelar. Os conselheiros vão averiguar a denúncia e caso seja constatado o fato, o agressor é notificado e o menor é encaminhado a Delegacia de proteção à criança e ao adolescente (DPCA), se houver sinais de agressão física ela vai ser encaminhada ao Instituto Médico Legal e o

agressor punido. Z Qualquer denúncia de maus tratos ou violência contra a criança também pode ser feita à polícia pelos telefones 181 ou 190. Z Há ainda o Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes (Disque 100) que foi criado para receber denúncias dessa natureza. A chamada é gratuita. Onde procurar ajuda? A violência sexual é um grave problema e o tratamento da criança que sofre algum tipo de abuso é longo e pode até mesmo ter que ser realizado durante toda a vida. O projeto Sentinela criado em outubro de 2002 é um programa do Governo Federal que atende crianças e adolescentes que sofreram abuso e/ou exploração sexual e garante o resgate de direitos e acesso a serviços de Assistência Social; Saúde; Educação; Justiça e Segurança às vítimas. Cada município possui um ou mais deste projeto. CONSELHOS TUTELARES Cariacica 3284.4929 / 3346.6327 Serra 3291.4854 Viana 3336.2254 Vila Velha 3388.4271 / 3244.4815 / 3226.6710 Vitória 3132.7058 / 3132.7059

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[ CEB’S ] A Redação e Equipe de Comunicação CEB’s - AVES

Caminhada rumo a

Porto Velho

De 05 a 07 de junho acontecerá no Santuário Divino Espírito Santo, em Vila Velha, o 9º Encontro Estadual de Ceb’s com o Tema: “O grito que vem da Amazônia ecoa no coração da Igreja Capixaba”. O encontro estadual é uma preparação ao Interclesial de Ceb’s que acontecerá de 21 a 25 de julho, em Porto Velho (RO).

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O QUE SÃO AS CEB´S? As CEB’s são um novo modo de ser Igreja que surge pela força e graça do Espírito. É a própria Igreja em sua maneira mais simples e com muito mais vida. Essa vida das CEB’s torna-se real na medida em que são: Z Comunidade: porque é um grupo de famílias ou pessoas que se conhecem bem. Partilham entre si e se ajudam em tudo. Vivem em comum seus problemas, suas alegrias e esperanças. Z Eclesial: porque é um grupo de cristãos que são Igreja viva, feita de seguidores de Jesus. A CEB procura viver aprofundando em sua caminhada, a

prática das primeiras comunidades cristãs. Z de Base: porque é vivida, principalmente, por aqueles que formam a base humana e cristã da nova sociedade, mais justa e mais fraterna: grupo de vizinhos na rua, povoado, do interior ou cidade. São trabalhadores da cidade ou do campo: homens e mulheres, jovens e crianças, adultos e idosos, enfim, todos aqueles que se comprometem com a mudança da sociedade. Sua prática é a ação libertadora. CEB´s: Amazônia e Aparecida Nossa reflexão em comuni-


dade é uma forma de fortalecer a articulação e a comunicação das CEB´s, aprofundar sua identidade, comunhão, espiritualidade missionária e ecológica, à luz do Evangelho, em sintonia com o Documento de Aparecida, onde a Igreja da América Latina reafirmou a opção pelas Comunidades Eclesiais de Base. Elas constituem um dom que Deus concedeu à sua Igreja, especialmente na Amazônia. Na perspectiva da missão continental permanente, as CEB’s escolheram como tema “CEB’s, Ecologia e Missão” e o lema “Do ventre da Terra, o grito que vem da Amazônia”. A Amazônia é obra do Deus criador e providente, pois neste pedaço do planeta quis presentear-nos com um pedaço do paraíso, e fez dos povos desta terra os depositários de uma grande missão: cuidar de sua obra maravilhosa. É preciso, acima de tudo, procurar entender que a Amazônia é uma diversidade com dimensões enormes e que o Brasil ainda desconhece - e às vezes até os que são nativos.

É preciso evitar os reducionismos e abrir os olhos para a diversidade e tudo aquilo que ela representa, até para a Igreja, que parece ainda não ter total clareza sobre esta realidade tão diversa. A Amazônia do Pará é diferente da Amazônia de Rondônia; a Amazônia de Roraima é diferente da do Acre; o norte do Pará é diferente do sul do Pará. Embora haja problemas comuns, trata-se, por conseguinte, de muitas amazônias com sua diversidade territorial, cultural, social, econômica... E religiosa. A cultura, a religião e outros aspectos da vida são rapidamente transformados em vista de atender aos novos apelos da cidade grande. Ou seja, a urbanização estabelece um novo processo, cria novos atores que comandam e determinam a evolução da situação atual na região amazônica, mesmo vivendo fora dela. CEB´s: Uma Igreja com rosto Amazônico Na Amazônia, somos apro-

ximadamente 25 milhões de habitantes, com mais de 500 paróquias, constituídas por uma rede de mais de 10 mil Comunidades Eclesiais de Base. As CEB’s, “célula inicial de estrutura eclesial” (Medellín 15), assumem ser discípulas missionárias tornando-se parecidas com Jesus Cristo em sua vida, palavra e ação. Em suas práticas, elas encarnam a misericórdia e a compaixão de Cristo em relação a todo ser vivo e a vida ameaçada. A Igreja com “rosto amazônico” é uma expressão muito preciosa na caminhada da Igreja nesta região, pois surgiu como fruto de um projeto desta Igreja a partir do encontro de Santarém, em 1972, reflexo de Medellín. A Igreja, representada por seus pastores, tendo plena consciência de sua missão, que é a de anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo concretamente dentro de uma realidade como a amazônica, não poderia deixar de participar plenamente desse processo em curso. As linhas brasileiras deste rosto foram as duas diretrizes do encontro: encarnação na realidade e evangelização libertadora, que se expressaram concretamente nas prioridades pastorais assumidas e desenvolvidas ao longo desses últimos anos. Denotam a preocupação pastoral sobre uma realidade que mudava e muda rapidamente, transformando os cenários até então conhecidos na região: pastoral indígena, pastoral das estradas, formação, comunidades eclesiais e, mais tarde, juventude. As CEB’s são o lugar onde as minorias - ou a maioria – hisContinua

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no, a utopia do Reino de Deus, reconstruindo a Amazônia como o lugar onde Deus viu que tudo era bom e que hoje continua a ser este lugar acolhedor de tantos irmãos e irmãs que aqui chegam em busca de um lugar para viver com dignidade. O que é um Encontro Estadual e quantos já aconteceram? Em meados da década de 70, as CEB´s já eram muitas e refletiam experiências diversificadas. Pensou-se então, numa forma de articular essas comunidades para que pudessem trocar experiências e buscar luzes e forças no compromisso comum. Foi assim que surgiu a ideia de organizar um encontro de pessoas engajadas nas CEB´s. Nascia, desta forma, em 1984 o 1º Encontro Estadual de CEB´s do Estado do Espírito Santo. O Encontro Estadual de CEB´s reúne os representantes das Comunidades Eclesiais de Base presentes em todo o Estado do Espírito Santo. As CEB´s através dos Encontros Estaduais, mantêm a ligação entre as comunidades ao longo dos anos, no grande espaço estadual, concentrando-as nos poucos dias de encontros e espalhando-se para os anos seguintes e para lugares ainda maiores. Os Encontros Estaduais procuram envolver todas as Dioceses do Estado, convidam também representantes das Igrejas Evangélicas, religiões afrobrasileiras, povos Indígenas e representantes de outros lugares. Além disso, os encontros Estaduais cumprem a finalidade de ser memória viva da caminhada de nossa Igreja.

MEMÓRIA DOS ENCONTROS ESTADUAIS:

toricamente oprimidas e marginalizadas na sociedade global têm o seu lugar, encontram o seu espaço de participação e desenvolvimento de suas capacidades e potencialidades. A mulher, o negro, indígenas, a criança e o jovem, os idosos e também as famílias que, formadas a partir de novos figurinos ou formatos não se sentem marginalizadas ou distanciadas dos âmbitos de participação. Cremos que Deus Criador e Pai faz novas todas as coisas. É uma atitude de espírito que permite em todo o tempo e lugar perscrutar os horizontes e perceber os sinais reveladores da presença de Deus, que passa adiante de nós com uma oferta de salvação. Na Amazônia, cenário de tantos contrastes, de sofrimentos para os pobres, excluídos e “descartados” do mundo globalizado e sem alma, as pequenas comunidades eclesiais serão como o Bom Samaritano a debruçar-se sobre o caído, curarlhe as feridas, devolver-lhe a dignidade de viver, na certeza de que ele nunca estará sozinho nas estradas deste mundo desigual. Haverá sempre em seu caminho uma comunidade que fez a opção por Cristo, em solidariedade com os pobres, para caminharem rumo a um mundo frater-

1º Encontro Tema: “Novo jeito de ser Igreja” Data: 07 a 09 de setembro de 1984 Local: Marilândia - Arquidiocese de Vitória Participantes: 120 Assessor: Dom Geraldo Lyrio Rocha 2º Encontro Tema: “Povo de Deus em busca da terra prometida” Data: 05 a 07 de setembro de 1986 Local: Cachoeiro de Itapemirim Participantes: 150 Assessor: Bispos Capixabas

3º Encontro Tema: “Evangelização resgatando a cultura do povo capixaba” Data: 05 a 07 de julho de 1991 Local: São Mateus Participantes: 150 Assessor: Padre Cleto Caliman e Irmã Marlene Frinhani 4º Encontro Tema: “CEB’s, participando na construção de uma sociedade justa e solidária” Data: 29 a 31 de julho de 1994 Local: Colatina Participantes: 250 (delegados de cada diocese) convidados (50) Assessor: Frei Betto


5º Encontro Tema: “CEB’s, Vida e Esperança nas Massas” Data: 03 a 06 de julho de 1997 Local: Cariacica Participantes: 250 Assessor: Frei Clodovis Boff 6º Encontro Tema: “CEB’s, Povo de Deus 2000 anos de caminhada” Data: 16 a 18 de julho de 1999 Local: Cachoeiro do Itapemirim Participantes: 250 Assessor: Pe. J. B. Libânio

7º Encontro Tema: “CEB’s, nosso jeito de ser Igreja no Novo Milênio” Data: 04 a 07 de outubro de 2001 Local: São Mateus Participantes: 250 Assessor: Pe. Marcelo Barros

8º Encontro Tema: “Seguir Jesus no compromisso com os excluídos” Data: 07 a 10 de julho de 2005 Local: Linhares Participantes: 250 Assessor: Pe. Benedito Ferraro

Oração do 9º Encontro Estadual de CEB’s Deus Pai, Nós vos bendizemos pelos rios, mares e praias e todos os seres vivos que vivem neste ambiente; Nós vos pedimos perdão pelas agressões e injustiças com aqueles e entre aqueles que vivem dos mares e dos rios; Pelo desrespeito à vida; Pela concorrência desigual entre pescadores e empresas; Pela falta de cuidado com nossas praias; Nós vos bendizemos pelas matas, florestas, jardins, hortas, e frutas oferecidas pela natureza no Estado do Espírito Santo; Nós vos bendizemos pela água que bebemos e pelo ar que respiramos; Nós vos pedimos perdão pelo maltrato com a água, pela poluição do ar. Nós vos pedimos perdão pelo desmatamento de nosso Estado, pelos venenos colocados em demasia nos alimentos em vista da produtividade e do lucro em prejuízo da saúde; Nós vos bendizemos pelas cidades e vilas, lugares de comunicação, de convivência e de encontro. Pelas praças e ruas, pelas propriedades rurais cuidadas com responsabilidade. Nós vos pedimos perdão pelo pouco cuidado com a limpeza das ruas, esgotos abertos, gerando enfermidade, pelos lixões onde concorrem pessoas, aves e animais famintos. Por isso vos suplicamos fortalecei em nossas Comunidades o Espírito Missionário para que à Luz da Fé na Palavra Criadora e Redentora elas possam contribuir para uma nova terra conforme Vossos desígnios, Deus Criador e Pai que, contemplando sua obra, viu que tudo era muito bom. Amém! Dom Luiz Mancilha Vilela Arcebispo de Vitória - ES

Participe da celebração de encerramento no dia 07 de junho às 13 horas, com início no Santuário Divino Espírito Santo e término no campinho do Convento da Penha.

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[ Relacionamento ] Ligia Maria Fiorio

Namoro:

Eis o tempo favorável

Peculiar e único, assim é o tempo do namoro. Além da oportunidade de amar e conhecer, namorar é um tempo de alegria e de ter consciência da oportunidade de confirmar a vocação para a família. Namoro é tempo de conhecimento. As histórias e os desafios associados à vivência de um diálogo sincero geram a confiança necessária para que o namoro seja fecundo. Isso significa conhecer, amar, aprender a compartilhar, descobrir-se e revelar-se. A psicóloga Teresa Mathias explica que o namoro é um processo e possui diferentes passos que se complementam. De acordo com a psicóloga “o namoro começa com a fase do encantamento, depois o vem o tempo de se conhecer mutuamente. Neste momento, internamente, a pessoa está fazendo a grande escolha, pois, num tumulto maravilhoso de emoções e sentimentos, ela verifica se há afinidade de gostos, de posturas e principalmente de valores”. Ela ainda explica que utiliza a expressão grande escolha porque a primeira (escolha) é uma seleção menor que já foi aplicada quando se teve um olhar criterioso, por exemplo. A partir de sua experiência pessoal, os namorados Melina Nunes e Rafael Madeira, juntos a [18] revista VITÓRIA

mais de quatro anos, confirmam a explicação e a complementam: “o tempo do namoro é para conhecer não só a pessoa, mas também a família e os princípios, inclusive os cristãos”. O processo de conhecimento desperta admiração. No desafio de conhecer o outro acontece também a revelação de si mesmo e nessa descoberta mútua cada um amadurece e, juntos, crescem na convivência. Transparência, verdade e confiança são primordiais e, nesse aspecto, o diálogo se torna fundamental para o conhecimento mútuo.

DIÁLOGO “Namorar é dialogar! O diálogo é mais do que uma conversa; é um encontro de almas em busca do conhecimento e do crescimento mútuo. Sem um bom diálogo não há um namoro feliz e bonito”, explica o professor Felipe Aquino em seu livro Namoro1.

Ao diálogo associa-se a convivência que, juntos, conduzem à revelação das características da pessoa, dos limites e das qualidades. Se isso ocorre na vivência de uma companhia saudável, possibilitará o ajuste de falhas/limites, a superação de dificuldades, o aperfeiçoamento mútuo e, consequentemente, a felicidade de ambos. É o que o casal Juliane Pimenta e Renato Mattedi vivem, Renato relata que aprendeu “a ouvir mais, a respeitar os momentos dela, a me calar nos momentos de nervosismos e assim descobri o que é cumplicidade”. Dialogar pressupõe escutar e falar, o quê no namoro pode-se traduzir em confidência e silêncio, que conduzirão à cumplicidade. Tudo isso, na perspectiva do crescimento, possibilita o cultivo do amor e faz com que o casal se una cada vez mais até chegarem ao ápice de sua união na entrega mútua e total no matrimônio.


REVELAR-SE Para que esse conhecimento seja autêntico é necessário que um e outro se mostrem e se revelem. “O namoro é esse tempo bonito de intercomunicação entre duas almas. Mas toda revelação implica num comprometimento de ambos e num engajamento de vidas”, resume o professor Felipe Aquino. “O namoro não pode ser apenas por simples conveniência”, lembra Melina, “as palavras e os gestos precisam ser alimentados para que se tornem sempre algo novo e atual”. Uma experiência também descrita por Rafael, seu namorado, que diz ser um processo no qual “um aprende com o outro aquilo que falta na gente. A partir dela, supro algumas coisas que faltam em mim”. Os namorados, Renato e Juliane, complementam que, apesar das diferenças, “temos sonhos em comum e os sonhos que um não tinha, passou a ser também do outro. Agora são os nossos sonhos”. Tudo isso não seria possível sem confiança e abertura recíprocas. Para a psicóloga Teresa Mathias, “esse é o processo da conquista e do exercício da sedução. E sedução não é só sexual. Seduzse nas palavras, no argumento, nos valores que se acredita, na forma de ver/encarar e relacionarse com o mundo e, principalmente, com as pessoas”. A abertura para interações amplia as percepções e produz algo novo. De forma especial, durante o namoro, se essa abertura

ao diálogo não ocorrer o resultado é contrário, geram-se discussões e debates sem fomentar nada de saudável. Teresa Mathias explica ainda que “quanto mais as pessoas estiverem inconscientes em relação ao seu autoconhecimento, mais elas podem ser fisgadas de maneira menos adequada pelos seus desejos.” Nesse contexto, Felipe Aquino apresenta aos jovens a proposta de “uma vida de castidade, que é a melhor preparação para o casamento. Sem dúvida, um casal de namorados que souber aguardar a hora do casamento para viver a vida sexual, é um casal que exercitou o autocontrole das paixões e saberá ser fiel um ao outro na vida conjugal”. AMIGOS A relação de amizade entre um casal de namorados, muitas vezes, tem início antes mesmo do início do namoro. Foi o que aconteceu com os casais entrevistados nesta matéria. Para a psicóloga Tereza Mathias isso ocorre porque “de uma forma geral, na amizade, há afinidades e confiança”. Além de Melina e Rafael e Juliane e Renato, viveram esta experiência de crescimento, diálogo e desafio o casal Ana Carolina e Márcio. Com pouco mais de um ano de namoro e cinco anos de amizade, eles decidiram se unir pelo sacramento do matrimônio. Ao serem perguntados sobre a importância do tempo do namoro nesta decisão, a resposta simples e direta dos noivos resume bem os passos desta grande escolha: “nosso namoro foi

um tempo de diálogo, crescimento, respeito e compreensão.” Assim, os amigos se tornaram namorados e DIALOGO COM DEUS Se o namoro é desafiador é também o tempo de crescimento e conhecimento, a experiência de quem vive o namoro se revela como que um termômetro para conhecer como se vive este tempo favorável. Tanto para o casal Juliane e Renato, quanto para Melina e Rafael, o tempo do namoro foi propício para estenderem a experiência de diálogo um com o outro, para uma vivência particular do diálogo com Deus. hoje são esposos. Para Juliane e Renato “nosso namoro está sendo um dos momentos de maior proximidade com Deus e de Nossa Senhora Aparecida”. Para Melina e Rafael o crescimento aconteceu “na vivência de oração pela vigilância e incentivo mútuos, rezamos juntos e aprendemos a rezar mais e em todos os momentos”. Por sua vez, Ana Carolina e Márcio levam consigo uma certeza “queremos ser um casal que reflita santidade e leve o amor de Deus a muitas famílias”. O namoro é um tempo privilegiado, pois é um tempo de amar e lançar os alicerces de uma nova família. Amor que se encontra relatado no Cântico dos Cânticos com uma expressão única do amor humano, um reflexo do amor de Deus, um amor que é “forte como a morte” e que “torrentes da água não conseguem apagar” (Ct 8, 6-7). 1 – Livro Namoro, editora Cleofas, na internet disponível Disponível em: <http://www.cleofas.com.br>

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[ Sociedade ] Roney Oliveira

A

relação

pescador com a bebida alcoólica do

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Por que o consumo de álcool é tão elevado nas comunidades de pescadores? A própria pergunta traz em si uma constatação: o consumo de álcool entre pescadores é muito relevante, o que deveria fazer com que fosse tratado como um problema de saúde pública. Observadores e membros de grupos que atuam junto a essas comunidades levantam como justificativas para esta questão a baixa qualidade de vida dos pescadores e suas famílias. Alegam que o baixo nível de escolaridade e renda seriam fatores determinantes para manter os altos padrões de consumo de bebidas alcoólicas entre os pescadores. Soma-se a isso a fragilidade com que exercem o comércio do pescado, uma vez que o atravessador domina a relação tanto com o preço pago quanto à moeda de troca utilizada que, por vezes, envolve bebidas alcoólicas. Mas tudo isso não me parece suficiente para justificar os índices observados nos poucos estudos existentes que mostram taxas superiores a 70% de consumo frequente de bebidas alcoólicas em vilas de pescadores. Então

você pode estar esperando eu descrever o que eu acho serem as razões de tal situação. Pois não irei. Por quê? Simplesmente porque não sei. E não sei devido justamente ao que argumento no início deste texto: Consumo de álcool entre pescadores DEVERIA ser tratado como problema de saúde pública. Mas não é assim. Temos poucos dados oficiais concretos sobre estas comunidades, sobre seus padrões sócio-culturais e econômicos e suas predisposições a doenças mentais e orgânicas. Sabemos mais sobre os Pomeranos e os Índios (mesmo não sendo o suficiente) do que sobre qualquer comunidade de pescadores. Várias linhas de estudo envolvendo agravos de saúde em populações específicas têm ampliado sua força nos meios acadêmicos em nosso Estado. Porém, a pouca visibilidade dos pescadores, com seus hábitos e relações mais reservados, os mantêm fora das listas de prioridade para investimentos em pesquisa e, por conseguinte, para ações que visem limitar a extensão de seus agravos de saúde mais incidentes. Falar em alcoolismo entre os pescadores e dos possíveis fatores causais sem uma compreensão mais aprofundada e sistematizada me parece apenas “conversa de boteco”, não permitindo que medidas realmente efetivas sejam geradas. Desta forma, deixo a pergunta (para mim ainda sem resposta) na esperança de que, um dia não muito distante, possamos investir em uma resposta realmente fundamentada: Por que o consumo de álcool é tão elevado nas comunidades de pescadores?

Continua

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[ Atualidade ] Bianca Faccini Alóquio

Corpus christi 2009 Fiéis do município de Castelo se reúnem para confeccionar o tradicional tapete de Corpus Christi que é um destaque nacional Na década de 60, a freira Zuleide “Vivencia”, da Ordem das Irmãs da Caridade, teve a ideia de confeccionar um pequeno tapete com desenhos geométricos em frente à Capela de Nossa Senhora das Graças, na Santa Casa de Misericórdia, em Castelo. Em 1964, o vigário paroquial, Frei José Osés, mobilizou esforços para que o tapete fosse confeccionado no centro da cidade. A partir de então, gradativamente, outras ruas foram sendo enfeitadas e passaram a fazer parte do cortejo religioso. A festa ganhou notoriedade nacional em função da profunda beleza de seus tape[22] revista VITÓRIA

tes que atualmente ocupam cerca de 1,5 km das principais ruas e avenidas do município. Utilizando todos os tipos de materiais, como pedras, borra de café, palha de arroz, tampinhas de garrafa, CDs, materiais recicláveis e muitos outros, na véspera da festa, os moradores passam a noite confeccionando os tapetes e passadeiras que, anualmente, são visitados por mais de 50 mil turistas e fiéis. TEMAS 2009 Os temas escolhidos para o ano de 2009 fazem alusão ao ano


Paulino, como forma de celebrar os dois mil anos do nascimento do grande missionário e anunciador do evangelho. A maior parte dos tapetes e passadeiras contará a vida e a conversão do apóstolo Paulo. A transformação deste perseguidor zeloso de Jesus

Cristo no defensor do Evangelho. Também, os eventos mais importantes deste ano no âmbito da Igreja Católica serão expostos em alguns dos quadros e passadeiras. São eles: a Campanha da Fraternidade 2009, com o tema “Fraternidade e segurança pública”; o 12º

Intereclesial das CEBs, com o tema “Ecologia e Missão”; o Ano Catequético, com o tema “Catequese, caminho para o discipulado”. Não estará ausente de nossa memória o caos da enchente que arrasou o município no início deste ano e os inúmeros gestos de solidariedade de nosso povo.

Temas dos tapetes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Paulo de Tarso, o judeu-romano; perseguidor dos cristãos. Vocação/conversão de Paulo a caminho de Damasco. Paulo acolhido como irmão na comunidade cristã. Paulo enviado pelo Espírito para evangelizar. Catequese como caminho para o discipulado. 12º Intereclesial das CEBs Paulo: apóstolo fundador de comunidades. Paulo, apóstolo atento às necessidades das comunidades. Paulo, homem do Espírito (espiritualidade paulina). Tema Refletindo CF-2009: Fraternidade e segurança pública. Lema: “A paz é fruto da justiça” (Is 31, 17). Batismo: somos criaturas novas. Reconciliados pelo sangue de Cristo. Eucaristia - recebi a Tradição: O Senhor Jesus tomou... Eucaristia, comer dignamente a Ceia do Senhor. Tema: “O amor é tudo” (Eucaristia, sacramento do amor).

Programação 2009 10/06 14h – Montagem dos estandes, na Avenida Nossa Senhora da Penha, para venda de artesanatos, produtos da agroindústria e divulgação dos pontos turísticos de Castelo. 15h – Início da confecção dos quadros e passadeiras 21h – Início da Exposição de fotos “Retrospectiva de Corpus Christi”.

11/06 07h – Missa da Família 09h – Missa das Crianças 10h30 – Missa dos Adolescentes 12h – Missa dos Jovens 16h – Missa campal e procissão de encerramento. revista VITÓRIA [23]


[ Cultura ] Dauri Batisti

Fomos feitos à

imagem e semelhança de Deus. Somos feitos à imagem e semelhança uns dos outros. A escritura sagrada afirma dos homens a semelhança com Deus. Isto é ponto passivo. Reconhece-se no ser humano a grandiosidade do seu mistério a as infinitas possibilidades de sua ação. À semelhança de Deus o homem será sempre um universo sagrado, como também será sempre um poder de criação e transformação das coisas e de si mesmo. No entanto, apesar de gostarmos de pensar e afirmar nossa semelhança com Deus – o que nos garante um consolo e um reforço na nossa autoestima –, do mesmo modo não podemos dizer das semelhanças entre nós. Somos bem mais semelhantes e próximos do que imaginamos, mas compensamo-nos doentiamente de nossas frustrações com a não percepção das igualdades e a ênfase nas diferenças. É claro que a diferença sempre é apontada no outro. [24] revista VITÓRIA

A supervalorização negativa da diferença e a malícia de desfazer do outro, e do que ele faz deformam nossas relações, adoecem nosso modo de conviver e levamnos para um beco sem saída: maltratamo-nos. A percepção das igualdades flexibiliza-nos para o acolhimento das diferenças. O contentamento de nos percebermos como semelhantes convida-nos ao reconhecimento do valor da diferença. Sempre seremos a imagem e semelhança um do outro.

Espantei-me outro dia com a irrefutável semelhança entre nós e sua divina beleza. Estive ouvindo, enquanto dirigia, um áudio livro, “A última aula”. O autor, Randy Pausch, um professor americano que com o diagnóstico de um câncer no pâncreas, tendo que deixar suas atividades para o tratamento, e com pouca perspectiva de vida, foi convidado a dar sua última aula, o que é lá um costume quando o professor deixa suas atividades. Dentre tantos pensamentos que me ocorreram


enquanto ouvia as seis horas do livro, percebi as muitas semelhanças que existiam entre a pessoa dele e a minha. Ele teve a sua infância nos anos sessenta, assim como eu, e, apesar de estarmos imersos em mundos diferentes, vivemos realidades e sonhos muito próximos: pais centrados no trabalho, cultivo da honestidade, respeito, solidariedade e bondade para com as pessoas, uso parcimonioso e adequado dos bens de consumo e a construção de um futuro que passaria pelos estudos. Também ele – como eu e muitos garotos daquela época – tinha a série de TV “Jornada nas Estrelas” como inspiradora de sonhos e viagens em relação ao futuro e à idade adulta. A despeito da distância, países e mundos diferentes, dois meninos se abriam para a vida, e sem que soubéssemos, éramos bem semelhantes. Além de tocado pela aula de despedida, já que seu diagnóstico era de que não teria além de alguns meses de vida, fiquei emocionado por ver tantos laços comuns. Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Somos feitos à imagem e semelhança uns dos outros. Voltemos ao maltrato que impomos uns aos outros exatamente por não reconhecermos a solidariedade que nos une. Maltratamo-nos, talvez, por um mecanismo psíquico que nos coloca como seres centrados no próprio ego. Também, talvez, maltratamo-nos por cairmos na armadilha de pensarmos que temos os parâmetros que o outro deve viver. Maltratamo-nos, ainda talvez, porque não compreendemos que a despeito das diferenças, no fundo, nossas semelhanças escancaram, como insensatez, o desejo de impor aos ou-

tros os nossos padrões, concepções de vida, modos de viver a fé, etc. A compreensão do que nos une deveria facilitar a valorização das diferenças com suas respectivas forças criativas. A busca de modelos centrados na uniformidade, a execução milimetricamente planejada de planos e atividades que não supõem o inusitado e o poético, a desvalorização da experiência do outro sem o devido conhecimento, seja na família, na comunidade, na Igreja parece impor dificuldades adicionais aos já esperados percalços de qualquer caminho. A família e a religião são, especialmente, espaços de convivência e de formação e transformação de subjetividades marcados predominantemente pela função do coração. E a função do coração – ao contrário da razão – é sempre multifacetada, uma complexa e bela trama, um desdobramento de cores e nuances. A pluralidade – em todos os níveis e nas várias dimensões da vida – comporta uma beleza para a qual ainda não somos audaciosos o suficiente para compreender. Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Somos a cada instante construtores de nós mesmos à semelhança uns dos outros. Tratemo-nos bem.


Palavra Amiga

Amado seja o coração de Jesus e Maria!

Começamos o mês de junho em festa com a Igreja Católica com tantas datas comemorativas: Z Celebramos a Festa do Corpo e Sangue de Cristo – onde na eucaristia atualizase o sacrifício de Cristo. Jesus está realmente presente sob as espécies do pão e do vinho. Como ele mesmo nos assegura “...isto é meu corpo ...este é o meu sangue...” (Mt. 26, 26-28). Z Festejamos Santo Antonio, São João Batista, São Pedro e São Paulo. Z Este mês também é, especialmente, dedicado ao Divino Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria. Jesus tem um coração aberto para quem deseja ali entrar e morar. Na medida em que nos tornarmos corajosos a ponto de pedir que tenhamos um coração semelhante ao de Jesus Cristo, rezando “Jesus manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso”; seu peito está aberto, seu coração à mostra coroado de espinhos, sangra e seu rosto reflete amor e nos acolhe. É verdade que ele nos


ama acima de toda medida e é impossível a cada um de nós, simples criatura, retribuir com igual intensidade esse amor. Para avançarmos nesse caminho, contamos com um auxílio certo e precioso da devoção ao Imaculado Coração de Maria, no qual Jesus é incomparavelmente mais amado do que, em qualquer outra criatura humana ou angélica. “Foi vontade de Deus que, na obra da redenção humana, a Santíssima Virgem Maria estivesse inseparavelmente unida a Jesus Cristo”, escreveu o Papa Pio XII. Afinal, em se tratando de coração “o que mais se assemelha ao coração de Cristo é, sem duvida o de Maria”. Na ladainha do Sagrado Coração de Jesus há uma série de títulos a ele atribuídos – que procura realçar não ape-

nas seus atributos divinos, mas seu amor infinito a nossa espera. Neste título ‘’Coração de Jesus, fonte de toda consolação” a palavra consolação encerra dois sentidos significa fortalecimento, vigor, alento; por outro uma sensação de alegria, suavidade unção do divino Espírito Santo. Ele também é nossa fortaleza. Assim quando nos sentimos cansados e sem coragem lembremos: não estamos sozinhos, Jesus está ao nosso lado, n’Ele encontraremos as forças necessárias para amar a Deus e ao próximo. O coração é símbolo do amor. Jesus nos ensina que só venceremos se fizermos a experiência de comunidade, da solidariedade, do gesto concreto. Evangelize com a Rede América: seja sócio amigo e também assine a Revista Vitória. Ligue 3322.0082.

Ainda em comemoração do Dia das Mães a nossa representante Edilene de Souza e suas filhas

Que o coração de Jesus conceda a você e sua família paz e perdão, transformando o coração em amor... Um abraço Vania Maria

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