Revista Vitória - abril 2013

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vitória

Ano VIII ͻ Nº 04 ͻ Abril de 2013

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ESPECIAL

REPORTAGEM

ATUALIDADE

Uma Igreja com a cara dos primeiros cristãos

Festa da Penha. Fé, cultura e apelo social

A vacinação contra a gripe


Editora Maria da Luz Fernandes / 0003098-ES Repórter Lisandra Melo / 0003041-ES Colaboradores Thales Delaia Alessandro Gomes Dauri Batisti Gilliard Zuque Giovanna Valfré Edebrande Cavalieri Revisão de texto Yolanda Therezinha Bruzamolin Publicidade e Propaganda comercial@redeamericaes.com.br Telefone: (27) 3198-0850 Fale com a revista vitória: mitra.noticias@aves.org.br Projeto Gráfico e Editoração Comunicação Impressa (27) 3319-9062 Ilustradores Kiko, Arquivo Designers Albino Portella Ricardo Coffler Impressão Gráfica 4 Irmãos (27) 3326-1555

youtube.com/mitraaves @arquivix

Ano VIII – Edição 04 – Abril/2013 Publicação da Arquidiocese de Vitória

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ESPECIAL

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Pastorais e movimentos, o Domingo e a fé

O Papa Francisco é gente como a gente

PENSAR

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REPORTAGEM

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ARQUIVO E MEMÓRIA

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IDEIAS E SUGESTÕES

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OFICIAL

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ACONTECE

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SAÚDE

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A postura e a convivência

Fé, cultura e apelo social

Lembranças da Festa da Penha

facebook.com/arquivix

Bispos Auxiliares Dom Rubens Sevilha Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias

w w w. a v e s . o r g . b r

Arcebispo Metropolitano Dom Luiz Mancilha Vilela

DIÁLOGOS

Ansiosos por um novo amanhecer

Despedida do coordenador de Pastoral

O Bote Fé e notícias de abril

Vacinação contra a gripe


SUMÁRIO

EDITORIAL ENTREVISTA

Gerson Camata longe da política

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Ora et labora!

O ATUALIDADE

O Papa pede oração

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PARÓQUIAS

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PROJETO

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Santa Isabel em Domingos Martins

MICRONOTÍCIAS

ONGs, IDH e Mercosul

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Mães sociais na Comunidade Epifania

famoso lema adotado por S. Bento no séc. VI, se entendermos o “labora” como agir, poderia ser aplicado ao Papa Francisco. É claro que o Papa já deu a sua explicação para seus modelos de vida, mas pelo que vem apresentando com suas atitudes de despojamento, simplicidade e afeto, percebe-se que a oração, valorizada por ele fazendo a Praça de São Pedro silenciar na euforia de sua eleição, é uma oração que se transforma em atitude. Reza e trabalha! A Arquidiocese de Vitória entra no mês de abril em clima de festa e oração. Tempo de Páscoa e Festa da Penha. Em março foi o Bote Fé e preparamos a Semana Missionária. Muitas oportunidades para rezar e fazer festa, mas fica a pergunta: será que estes momentos nos provocam a atitudes coerentes de fé? Os momentos estão aí, as oportunidades, também. Então, reza e trabalha! E que a inspiração venha de Jesus, dos Franciscos, dos Bentos e tantos outros que com suas atitudes nos mostram a força da oração. Maria da Luz Fernandes Editora


DIÁLOGOS

Os cunhados da Igreja “Creio que deve crescer cada vez mais em nós o desejo e as atitudes que fomentem na Igreja a unidade na diversidade.

O povo diz que cunhado não é paren-

tiva. Ambas são coessenciais à constituição

te! , mas já que entraram na família devem

divina da Igreja fundada por Jesus, porque

ser acolhidos ou, pelo menos, tolerados.

concorrem juntas para tornar presentes o

Alguns membros da nossa Igreja pensam

mistério de Cristo e a Sua obra salvífica no

que somente fazem parte da família eclesial

mundo (Discurso de 27/05/1998).

a hierarquia e as pastorais. O resto são os

Creio que deve crescer cada vez mais em

cunhados da Igreja, ou seja, os movimentos:

nós o desejo e as atitudes que fomentem na

RCC, ECC, Cursilho, Novas Comunidades,

Igreja a unidade na diversidade. A fidelidade

etc...

criativa, que é sopro do Espírito Santo, torna

Oficialmente a Igreja pensa o contrário,

o harmonioso jardim da Igreja variado e belo;

isto é, são todos filhos da Mãe Igreja. O Beato

caso contrário, se plantarmos de maneira

João Paulo II afirmou que na Igreja não existe

individualista e desorganizada estaremos

contraste ou oposição entre a dimensão ins-

criando algo parecido a um jardim de velha...

titucional e a dimensão carismática, da qual os movimentos são uma expressão significa-

Dom Rubens Sevilha, ocd Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória

Domingo é dia de missa. Dia do Senhor. Queremos destacar a importância da participação dos fiéis na missa dominical,

lhe permite ver o céu . (cf. Carta Apostólica

Dies Domini, 4).

pois ela é a marca característica do católico,

A Eucaristia dominical é também o ma-

uma exigência para alimentar a própria fé e

nancial do vigor missionário que se fortalece

para dar forças ao testemunho dos discípulos

no encontro frequente com Jesus, caminho

missionários. Sem a missa do domingo e dos

de comunhão e de solidariedade, gerando

outros dias de festa, faltaria o coração da vida

uma renovação pessoal, comunitária e social. Vamos participar conscientemente com

cristã. Quando o domingo perde o seu sig-

a nossa família da Santa Missa, convidando,

nificado fundamental de dia do Senhor e

como cristãos adultos na fé, as demais famí-

se transforma num simples fim de semana

lias para que também façam uma experiência

(weekend), ou seja, um dia de pura evasão

concreta de Jesus, no DIA DO SENHOR.

e diversão, o cristão fica prisioneiro de um horizonte terreno tão restrito, que não mais

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Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória

“Sem a missa do domingo e dos outros dias de festa, faltaria o coração da vida cristã.


CREIO NO ESPÍRITO SANTO! V “Eu creio no Espírito Santo. Ele dirige a Igreja. A Escolha do novo papa não foi resultado de conjeturas meramente humanas mas inspiração do Divino Espírito Santo!

ivemos um momento da história não sei se assustados ou exultantes. Há poucas semanas Sua Santidade, o Papa Bento XVI, renuncia ao exercício do ministério Petrino deixando os católicos com sentimentos de órfãos. Curiosamente, esta atitude de Sua Santidade chamou também a atenção de muitos não católicos, analistas de sistemas, confissões religiosas, ateus e agnósticos. Algo novo estava por acontecer a partir desta renúncia que, há mais de seiscentos anos, não acontecia na história da Igreja Católica. Uma comoção geral veio aumentando depois da renúncia papal. Os Cardeais vinham de todos os lados do mundo convocados para um conclave. A imprensa não perdia a oportunidade e buscava algo para esclarecer o povo através das entrevistas a alguns cardeais. Alguns deles constrangidos procuravam desvencilhar-se da insistência da imprensa,

outros pareciam gostar de dar entrevistas coletivas para a imprensa satisfazendo a curiosidade dos jornalistas. Esta ansiedade, ou instabilidade emocional, chegou ao auge com o início do conclave dos cardeais. A praça diante da Basílica de São Pedro, em Roma, estava repleta de gente à espera da eleição do novo Papa. A Imprensa anunciava os candidatos prováveis e fazia análises a partir destas conjeturas. Uma pomba paira sobre a chaminé de onde surgiria a comunicação de que os cardeais haviam chegado a eleger o novo Papa. Profético? Simbólico? Deus fala às pessoas que têm fé! Somos pessoas que não conseguimos viver sem os símbolos, os sinais. A Igreja Católica vive a sua fé através de sinais e símbolos. A eleição de um Papa também está revestida de símbolos que comovem os corações e levam as pessoas a enfrentarem frio e chuva sem sair

do seu lugar, escolhido para a grande notícia. Os ateus e agnósticos, no mesmo local, deixam-se tocar por este evento ou fato histórico que comove a todos. Surge a fumaça branca. “Habemus Papam!” Seu nome é Francisco! Nova emoção em todos! Surge uma nova esperança não só nos católicos mas no mundo que se diz agnóstico! O nome “Francisco” é simbólico e profético, quer no meio católico quer no meio agnóstico. Pois bem, eu só queria afirmar mais uma vez: Eu creio no Espírito Santo. Ele dirige a Igreja. A Escolha do novo Papa não foi resultado de conjeturas meramente humanas mas, inspiração do Divino Espírito Santo! Creio no Espírito Santo, Senhor e santificador da Igreja! Ele nos conduz! Seja Bem-vindo, Santidade, o Papa Francisco! Dom Luiz Mancilha Vilela, sscc Arcebispo Metropolitano

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ATUALIDADE

REZEM POR MIM A

té ao fechamento desta edição, o Papa Francisco continuava como notícia principal dos diversos informativos, reportagens e debates. “O Papa nos surpreende” é uma das expressões mais comuns. Todos nós encantamo-nos com o novo modo como o Papa se apresenta e rompe com alguns protocolos a que nos acostumamos ao longo do tempo. O Papa foi carinhoso com o povo em diversos momentos; gentil com seus auxiliares;

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atento aos detalhes cotidianos; simples, mas firme no jeito de falar; grato com a imprensa e, tem demonstrado um certo tom de humor sempre que isso é possível. Cada um procura apoiar-se em algo que, de alguma forma, fortalece seus desejos e suas expectativas. Nas redes sociais compartilham-se frases soltas e de impacto, e na Comunicação em geral acentuam-se expressões e comenta-se, principalmente, atitudes que fazem rupturas com as normas

estabelecidas. Sim, o Papa Francisco tem se manifestado um comunicador que fala ao coração das pessoas e tem uma expressão adequada para cada ocasião, mas quando foi convidado a sintetizar uma mensagem em 140 carateres, o número limite para mensagens no twitter, o Papa disse, utilizando apenas 97: “queridos amigos, de coração vos agradeço e peço para continuardes a rezar por mim”. Seria o caso de perguntarmos ‘para con-


tinuardes’ por quê? Talvez o Papa considere seu primeiro tweet uma continuidade de sua apresentação na Praça de Pedro no dia da eleição, quando disse “rezemos pelo nosso Bispo emérito Bento XVI, rezemos uns pelos outros, rezemos por todo o mundo para que haja uma grande fraternidade, [...] antes de o bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim”. O Papa pediu oração, falou do perdão de Deus, de Igreja pobre e para os pobres, pagou pessoalmente a própria hospedagem, visitou um cardeal internado no hospital, cumprimentou as pessoas no final da missa, abençoou a imprensa em silêncio por respeito às opções religiosas e, os especialistas dizem que o novo Papa terá uma linha mais pastoral. Oração, simplicidade, pobreza, traduzidos em atitudes pelo Papa Francisco nos primeiros dias de seu pontificado. O novo líder da Igreja Católica está conquistando as multidões com seu testemunho em cada aparição e em cada palavra.

Trajetória do Papa Jorge Mario Bergoglio - Papa Francisco O Papa Francisco é Argentino, jesuíta e o primeiro Papa latino-americano. É o primeiro Papa não europeu em mais de 1.200 anos e, o 266o Papa da Igreja Católica. O Papa fala Espanhol, Italiano, Alemão, Francês, Inglês e Português. Nasceu em Buenos Aires, no Bairro Flores, em 1936, de uma família de imigrantes italianos. Formou-se em Química na Universidade de Buenos Aires antes de ingressar na Companhia de Jesus (padres jesuítas) que hoje é conhecida pelo trabalho missionário e em educação. Em 1958 ingressou na Companhia de Jesus, cursou Filosofia, foi professor e estudou Teologia. Foi ordenado sacerdote em 1969 e em 1973 emitiu os últimos votos na Companhia de Jesus. Nesse mesmo ano foi nomeado Mestre de Noviços e logo depois superior provincial na Argentina. Foi reitor na Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel. Fez doutorado na Alemanha e foi confessor e diretor espiritual em Córdoba. Foi nomeado Bispo Auxiliar de Buenos Aires, pelo Papa João Paulo II em maio de 1992. Foi Sagrado Bispo em junho de 1992. Foi nomeado Arcebispo Coadjutor em junho de 1997 e em fevereiro de 1998 tornou-se Arcebispo de Buenos Aires. Foi criado Cardeal, pelo Papa João Paulo II em fevereiro de 2001.

O Nome A escolha do nome Francisco, segundo o Papa, é uma referência a São Francisco de Assis, homem de vida simples e dedicado aos pobres. Quando pensou no nome, o Papa lembrou da simplicidade, a paz e a natureza e isso o remeteu a São Francisco de Assis. O Papa, disse ainda, que foi motivado pela frase de Dom Claudio Hummes, Arcebispo emérito de São Paulo, que lhe disse ao cumprimentá-lo pela eleição: não esqueça dos pobres .

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ATUALIDADE

“O Papa Francisco tem uma síntese no seu modo de viver. O jeito jesuíta (vigor) e o coração franciscano ;ƚĞƌŶƵƌĂͿ͘ ^Ğ ĞůĞ ŵĂŶƟǀĞƌ ƐĞƵ ĞƐƟůŽ ĚĞ ǀŝĚĂ ĞƐƚĂƌĄ ĚĂŶĚŽ ƌĞƐƉŽƐƚĂ ƐŽďƌĞ Ž ƌĞůĂƟǀŝƐŵŽ Ğ Ă ƐĞĐƵůĂƌŝnjĂĕĆŽ͘͟ Juan Àrias, Jornalista e escritor

͞ ĞůĞŝĕĆŽ ĚŽ WĂƉĂ &ƌĂŶĐŝƐĐŽ ŶŽƐ ĚĞŝdžĂ ĐŽŶĮĂŶƚĞƐ ŶĂ ĨŽƌĕĂ ĚĂ WĂůĂǀƌĂ ĚĞ ĞƵƐ Ğ ŶŽ ƚĞƐƚĞŵƵŶŚŽ ĚĂ ƐĂŶƟĚĂĚĞ da Igreja Católica Romana para superar suas falhas humanas e renovar sua missão de testemunhar o ǀĂŶŐĞůŚŽ ĚĞ :ĞƐƵƐ ƌŝƐƚŽ͘͟ Pe. Marcelo F. de Aquino, Reitor da Unisinos

“Ele tem sido antes de tudo, um ‘pastor’ que pôs a arquidiocese portenha em ‘estado de missão’ e exortou ŽƐ ĂƌŐĞŶƟŶŽƐ Ă ŶĆŽ ĮĐĂƌŵŽƐ ĨĞĐŚĂĚŽƐ ŶĂƐ ƐĂĐƌŝƐƟĂƐ͕ mas sair ao encontro dos mais necessitados, tanto ŵĂƚĞƌŝĂů͕ ĐŽŵŽ ĞƐƉŝƌŝƚƵĂůŵĞŶƚĞ͘͟ Irmã Nora Beatriz Kviatovoski, Comunidade Jesus-­‐Maria

͞ ĞƐƉĞƌĂ ĚƵƌĂŶƚĞ Ž ĐŽŶĐůĂǀĞ ƉĂƌĞĐŝĂ ĮŶĂů ĚĂ ĐŽƉĂ ĚŽ ŵƵŶĚŽ͘͟ ͞ ƚĠ ŽƐ ũŽƌŶĂůŝƐƚĂƐ ĨŽƌĂŵ ĞŶƚƌĞǀŝƐƚĂĚŽƐ ĚƵƌĂŶƚĞ Ă ĞƐƉĞƌĂ ƉĞůĂ ĞůĞŝĕĆŽ ĚŽ WĂƉĂ͘͟ ͞K WĂƉĂ Ġ ƵŵĂ ƉĞƌƐŽŶĂůŝĚĂĚĞ ŝŶƚĞƌĞƐƐĂŶƚĞ Ğ ĞƐƉŝƌŝƚƵĂů͘͟ ͞DĞƐŵŽ ĐŽŵ Ă ƉƌĞŽĐƵƉĂĕĆŽ ĚĞ ĞŶƚƌĂƌ ĂŽ ǀŝǀŽ ĨŽŝ ŵƵŝƚŽ ĞŵŽĐŝŽŶĂŶƚĞ͘͟

“O nome ‘Francisco’, com que a partir de agora Ž ĐŽŶŚĞĐĞŵŽƐ͕ ĞǀŽĐĂ ƐĞƵ ĞƐƉşƌŝƚŽ ĞǀĂŶŐĠůŝĐŽ Ğ Ă ƉƌŽdžŝŵŝĚĂĚĞ ĐŽŵ ŽƐ ƉŽďƌĞƐ͕ ƐƵĂ ŝĚĞŶƟĮĐĂĕĆŽ ĐŽŵ o povo simples e seu compromisso com a renovação da Igreja. Desde o primeiro momento em que se apresentou diante do povo de Deus, deu testemunho de sua simplicidade, humildade, experiência pastoral Ğ ƉƌŽĨƵŶĚŝĚĂĚĞ ĞƐƉŝƌŝƚƵĂů͘͟ WĞ͘ ĚŽůĨŽ EŝĐŽůĄƐ͕ ^ƵƉĞƌŝŽƌ 'ĞƌĂů ĚŽƐ :ĞƐƵşƚĂƐ

“As suas frases são curtas, com ritmo. Suas frases seguras Ğ ĂŽ ŵĞƐŵŽ ƚĞŵƉŽ ĚŽĐĞƐ ƉĂƌĞĐĞŵ ƚĞƌ ĐŽŵŽ ŽďũĞƟǀŽ uma comunicação que crie contato direto com quem escuta. Que crie pontos pelas estradas onde vivem as ƉĞƐƐŽĂƐ͕ ŝŶĐůƵƐŝǀĞ ĂƐ ĞƐƚƌĂĚĂƐ ĚŝŐŝƚĂŝƐ͘͟ WĂĚƌĞ ŶƚŽŶŝŽ ^ƉĂĚĂƌŽ͕ ^ĂĐĞƌĚŽƚĞ :ĞƐƵşƚĂ

͞ Ž ƉĞĚŝƌ ƋƵĞ ƌĞnjĞŵŽƐ ƉŽƌ ĞůĞ͕ Ž WĂƉĂ ŶŽƐ ĐŚĂŵĂ͕ Ğŵ ƉƌŝŵĞŝƌŽ ůƵŐĂƌ͕ ƉĂƌĂ Ž ƋƵĞ Ġ ĞƐƐĞŶĐŝĂů͕ Ă ŽƌĂĕĆŽ͘ ŵ segundo lugar nos chama à humildade porque tem Ƶŵ ŽůŚĂƌ ĚĞ ĨĠ ƉĂƌĂ ĐŽŵ Ž ƉŽǀŽ ŶĂ WƌĂĕĂ͘ ůĞ ƐĂďĞ ƋƵĞ ĞƵƐ ĂŐĞ ƉŽƌ ŵĞŝŽ ĚŽ ƉŽǀŽ͘ ƐƐĂ Ġ Ă ƐĞŶƐŝďŝůŝĚĂĚĞ ĚŽ ͚ƉĂƐƚŽƌ͛͘͟ Dom Luiz Mancilha, Arcebispo Metropolitano de Vitória

͞K WĂƉĂ ŶĆŽ Ġ ĚĂ ƷƌŝĂ ZŽŵĂŶĂ͘ ůĞ ǀĂůŽƌŝnjŽƵ Ž ͚ƐĞƌ ŝƐƉŽ ĚĞ ZŽŵĂ͛͘ EŽƐ ƷůƟŵŽƐ ƉĂƉĂĚŽƐ ŶĆŽ ŚŽƵǀĞ ĐŽůĞŐŝĂůŝĚĂĚĞ͕ ĞƐƉĞƌĂͲƐĞ ƋƵĞ Ž WĂƉĂ &ƌĂŶĐŝƐĐŽ ĂďƌĂ Ƶŵ ĚŝĄůŽŐŽ ĐŽŵ ĂƐ ŽŶĨĞƌġŶĐŝĂƐ ƉŝƐĐŽƉĂŝƐ͘͟

͞ ĞƐĚĞ ĚĞnjĞŵďƌŽ ĚĞ ϭϵϳϰ ĂƚĠ ŵĂƌĕŽ ĚĞ ϭϵϳϱ convivemos em Roma. Eu ressaltaria dois aspectos da ƉĞƌƐŽŶĂůŝĚĂĚĞ ĚĞůĞ͘ ůĞ Ġ Ƶŵ ŝŶƚĞůĞĐƚƵĂů͕ ĐŽŶǀĞƌƐĞŝ ĐŽŵ ele alguns assuntos delicados e foi muito interessante ver como ele sabia encontrar sempre todas as respostas. Ao mesmo tempo ele tem simplicidade de que todo ŵƵŶĚŽ ĨĂůĂ͘͟

>Ƶŝnj ůďĞƌƚŽ 'ŽŵĞnj ĚĞ ^ŽƵnjĂ͕ ŝĞŶƟƐƚĂ WŽůşƟĐŽ Ğ WĞŶƐĂĚŽƌ

Jesus Hortal, Ex-­‐reitor da PUC-­‐RJ

Jornalistas que cobriram a eleição do Papa Francisco

DEUS NÃO CANSA DE PERDOAR, O PROBLEMA É QUE NÓS CANSAMOS DE PEDIR PERDÃO Papa Francisco

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ESPECIAL

PAPA FRANCISCO: GENTE COMO A GENTE!

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rancisco é mais que um nome, é um programa. O que mais chama a nossa atenção no novo Papa é o fato de ele ter se apresentado como gente e não como mito. É certo que a renúncia de Bento XVI já deu uma grande colaboração para a dessacralização desse ministério na Igreja. Ver o Papa como gente deverá fazer muito bem a todos nós. O cardeal Jorge Mario entrou para o seminário já na idade adulta. Com todo o respeito em relação aos que passaram sua infância nos seminários, assumir a vocação na idade adulta faz uma grande diferença. Tem chance de ser menos eclesiástico e mais eclesial. O Papa portenho namorou como todos os jovens, estudou disciplinas alheias ao mundo eclesiástico e, por fim, fez opção por uma congregação que prima pelo estudo intelectual e comportamento austero. Por ter vivido num lugar simples em Buenos Aires, fora da vida palaciana e ter se servido de transporte público, também tem o privilégio de poder falar

Recolocará Jesus e o Evangelho no centro. Mais Evangelho, menos instituição”. da vida do povo por experiência e não mera retórica. Na sua apresentação ao povo na Praça São Pedro, Jorge Mario-Francisco apareceu na janela, um tanto estático, assustado, mas levantando a mão com simplicidade, longe daqueles gestos midiáticos papais e, muito menos, das mãos juntas erguidas como sinal de vitória. Rezou o Pai-Nosso e a Ave-Maria como a maioria do povo de fé faz. Pediu que o povo rezasse por ele, antes de dar a sua bênção ao povo, como tanta

gente pede: reze por mim. Sinceramente, creio que o papa Francisco convocará um novo Concílio para reafirmar a hermenêutica das novidades do Vaticano II. Despojará a Igreja de suas pompas. Recolocará Jesus e o Evangelho no centro. Mais Evangelho, menos instituição. A instituição só se justifica se for para anunciar Jesus Cristo, sua vida-paixão-morte e ressurreição. Em suma, o Cristo total e não apenas uma parte dele. Um Jesus verdadeiramente encarnado e não um objeto voador não identificado, como fazem certas espiritualidades desencarnadas. Como o Papa Francisco se apresentou como Bispo de Roma, podemos alimentar a esperança do resgate da teologia da Igreja Particular, da colegialidade episcopal, do empoderamento das Conferências Episcopais e do enquadramento das nunciaturas. Ninguém em sã consciência pode exigir da Igreja que ela abdique de seus valores, porém, será necessário que ela se abra ao diálogo com a sociedade civil,

sentando-se à mesma mesa com aqueles que pensam diferente e lhes expondo com clareza seus princípios e seus fundamentos. Como será bom se o Papa Francisco tiver uma palavra de carinho com tantos padres que se casaram, mas continuaram amando a Igreja e querendo servi-la, dentro de suas condições. E o que o Papa Francisco reserva para as mulheres, maioria significativa na Igreja? Como envolvê-las mais nos organismos de coordenação e direção, bem como na administração dos sacramentos? Sobretudo, como a escolha do nome sugere, aguardamos que o Papa Francisco faça passar do papel à realidade a opção pelos pobres, que nas palavras de São Vicente de Paulo, são nossos mestres e senhores. Enfim, uma Igreja com a cara dos primeiros, que começaram a aventura de seguir Jesus Cristo, deixando tudo e arriscando suas vidas para tornar Jesus conhecido e amado. Pe. Manoel Godoy ŝƌĞƚŽƌ džĞĐƵƟǀŽ ĚŽ /^d

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MICRONOTÍCIAS

Uma nova era para as ONGs Uma forma simples e segura para contribuir com Organizações não governamentais (ONGs) em todo Brasil. Lançado

no final do ano passado, o Think&Love (https://www. thinkandlove.com.br/) é um canal online que serve de vitrine para ONGs brasileiras apresentarem seus trabalhos e angariarem doações. Para educação, saúde, meio ambiente, cultura e arte, combate à pobreza e direitos humanos, o portal já conseguiu, em menos de três meses de funcionamento, arrecadar mais de R$ 6.000,00. Para doar é muito simples. Primeiro, o usuário escolhe a causa com a qual quer colaborar, logo em seguida seleciona uma das ONGs cadastradas e por fim, determina o valor.

Mais que um celular Fazer ligação deixou de ser, há muito tempo, a principal utilidade de um celular, os telefo-

nes inteligentes que agregam funções de computador, foram o destaque da telefonia brasileira. De acordo com a consultoria IDC, no ano passado 16 milhões

desses aparelhos foram vendidos no Brasil, cerca de 30 por minuto. O número é 78% maior que em 2011, e a tendência, segundo a empresa, é de alta para 2013. Neste ano a expectativa é que o Brasil torne-se o quinto maior mercado de celulares inteligentes no mundo, ficando atrás apenas

de Estados Unidos, China, Japão e Reino Unido. Por aqui, o mercado é dominado pela Samsung, com 42% de participação sobre as vendas de aparelhos. Logo depois aparece a LG, com 13%, seguida pela Apple, com 9,1%, Nokia, com 8,7%, e Motorola com 8,2%.

O mundo a um clique Estudar nas mais renomadas universidades do mundo sem sair de casa, é a proposta

da plataforma de cursos on-line, Coursera. Desenvolvido por professores da Universidade de Standford , nos Estados Unidos. O site oferece cursos em várias áreas do conhecimento a custo zero. Ao todo, são oferecidos 329 cursos em cinco línguas diferentes. Além do inglês, integram a lista o espanhol, francês, chinês e italiano.

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Mesma posição Mesmo apresentando uma melhora no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2012, o Brasil se manteve na mesma posição no ranking mundial registrada no ano anterior, 85ª, é o que afirma o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentado no último mês. O IDH é um índice medido anualmente pela ONU com base em indicadores de saúde, renda e educação. Ele varia em uma escala de zero a um, onde quanto mais próximo de um, melhor é. O ranking divide os países em quatro categorias: nações com índice de desenvolvimento muito elevado , elevado , médio e baixo .

Com o IDH de 0,730 ( em 2011 foi de 0,728), o Brasil está na lista dos países considerados de desenvolvimento elevado. Contudo, o país ainda está muito atrás em relação aos seus vizinhos latino-americanos, como o México (61ª), Argentina (45ª) e Chile (40ª).

Atualmente, o site já conta com mais de 62 universidades parceiras, dentre elas, a Universidade de Columbia (EUA), Universidade de Tóquio (Japão) e Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha). Desde sua fundação, em 2011, já são mais de 300 mil alunos de 172 países diferentes. Neste mês, 32 cursos terão suas aulas inaugurais. Com destaque para Design, ministrado pela Universidade da Pensilvânia, Estatística, pela Universidade de Toronto e Computação Científica pela Universidade de Washington.

Problemas no Mercosul Respondendo por mais de 76% do PIB (Produto Interno Bruto) da América do Sul, o Mercosul (Mercado Comum do Sul) enfrenta uma série de desafios. O mais recente

deles foi apresentado por um estudo realizado pela Secretaria de Assuntos Legislativos, do Ministério da Justiça Brasileira. De acordo com o órgão, em média 50% das normas do Mercosul não são incorporadas pelos países do bloco. Para chegar a esse resultado, a instituição analisou mais de 2.400 normas implementadas entre 1991 e 2011 no Bloco, que é composto por Brasil, Argentina, Venezuela e Uruguai, e constatou que não há sincronia entre as normas aprovadas nesses países. De acordo com os pesquisadores, o ritmo diferente de incorporação das normas pode prejudicar o Bloco na competição com outros mercados mais sólidos, como a União Europeia. A versão completa do estudo será disponibilizada em breve no site do Ministério da Justiça (www.mj.gov.br).

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ENTREVISTA

Longe da política O que a política acrescentou na sua vida? Gerson Camata - Além da experiência e do aprendizado, a política me deixou mais humano. Me tornei uma pessoa mais sensível à realidade do outro. A vida pública me trouxe essa dimensão da proximidade humana. Também não posso negar o prestígio que a função pública traz. Sentir-se querido e ser admirado pelo povo é uma sensação indescritível. Vitória -

Vitória - E os prejuízos nas relações familiares? Gerson Camata - A atividade política é uma atividade desgastante, difícil e onerosa. Você fica ausente em muitos momentos. Me afastei um pouco dos meus parentes, não tinha tempo para cultivar essas rela-

“Nunca me senti sozinho. Quando você entra na política você vira uma pessoa coletiva. Mas amigos você faz poucos. É doloroso dizer isso, mas me isolei dos primeiros amigos.

ções. Quando eu saía de casa meus filhos estavam dormindo, e quando retornava encontrava-os também deitados. Agora estou vivendo um momento de redescobrir a família. Não tinha me dado conta de como a família Camata cresceu. Vitória - E na vida social? Gerson Camata - Nunca me

senti sozinho. Quando você entra na política você vira uma pessoa coletiva, mas amigos você faz poucos. É doloroso dizer isso, mas me isolei dos primeiros amigos. Tenho até um sentimento de que eu os abandonei. Não digo que perdi amigos, mas deixei de conviver com pessoas maravilhosas, porque fui obrigado a conviver profissionalmente com outras pessoas que foram boas e outras nem tanto.

Vitória - Seus filhos têm tendência a seguir a vida política? Gerson Camata - Tanto a Enza quanto o Bruno nunca quiseram saber de vida pública. Eles têm horror de pensar nisso. A Enza é publicitária, e o Bruno ainda é estudante, e como qualquer criança pensa em atuar em várias profissões. Vitória - Desde quando entrou

para a política, em 1965, o

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senhor nunca experimentou uma derrota. Como você lida sem o mandato? Gerson Camata - Estou me sentindo realizado, feliz e leve. O estilo de política brasileiro é punitivo. Tudo que acontece é culpa do político. É muito sofrimento e, às vezes, me sentia triste com toda essa carga nas minhas costas. No entanto, a vida é uma bicicleta. Se você parar de pedalar acaba caindo. Então continuo pedalando, mas em outros caminhos. Quando o senhor percebeu que era o momento de deixar a função pública? Gerson Camata - Eu comecei a me cansar da rotina pública. Achei que no Senado deveríamos falar menos e agir mais. Comecei a ficar entristecido por muitas coisas que aconteciam em minha volta, principalmente questões relacionadas a ética e moral. Mas, minha saída foi planejada. Não queria ficar arrastando chinelo no Senado simplesmente por vaidade ou prestígio. Me cansei da pouca produtividade no trabalho e da falta de objetividade do discurso. Essa situação foi me deixando cansado e desanimado emocionalmente. Vitória -

Vitória - Em algum momento o senhor escolheu esta


profissão ou simplesmente aconteceu? Gerson Camata - Minha entrada na política não foi planejada. Fui sempre um homem interessado em ajudar as pessoas. Acredito que pela minha origem muito humilde e pobre. Era radialista e comecei a fazer um programa de rádio no Estado que dava voz ao povo. E, assim, fui ganhando fama como radialista do povo. Há 40 anos, vereador não era remunerado, e eu pensei que se me candidatasse poderia ajudar mais gente. À medida que fui conseguindo fazer as coisas, a vontade de fazer mais para o Estado foi aumentando, e assim, gradualmente, fui me candidatando a outros cargos. Vitória - Antes de ser político, o senhor exerceu uma militância religiosa. Houve alguma ruptura? Gerson Camata - Eu preservei em todos os momentos a minha fé para combater o bom combate. Fui seminarista e naquela época estudei um curso de humanidade. A base da minha vida foi esse curso, onde aprendi a dar valor à vida humana. Mesmo na vida pública continuei professando a minha fé. Continuei testemunhando os meus princípios cristãos no meu trabalho. Ser honesto, íntegro e justo não devem ser valores desconhecidos de um bom político. Vitória - Qual é o peso da re-

ligiosidade na sua vida? Gerson Camata - A Fé te dá base para enfrentar uma derrota e suportar uma ingratidão. Antes de qualquer reunião, sempre pedia a Deus que passasse na frente de todas as dificuldades. A fé me ajudou a estabelecer o meu juízo. O juízo do bem e do mal. E eu sempre procurei fazer o que era bom. Nesse sentido, a minha religiosidade também me ajudou a evitar muitas tentações, e afastou de mim muitos tentadores que na política são muitos. Além disso, a missa dominical sempre esteve presente na minha agenda. Atualmente, estou me interessando a ler sobre o papel de São Paulo na fundação da Igreja. Se pudesse voltar no tempo faria alguma coisa

Vitória -

diferente?

Sim. Teria saído da vida pública mais cedo. Quando vejo alguns debates políticos no Senado chega a me dar alergia. Eu mesmo não consigo entender como fiquei tanto tempo nesse meio. Gerson Camata -

Vitória - Qual o seu conselho

para as pessoas que desejam entrar para a vida pública? Gerson Camata - Primeiro de tudo é preciso amar a política. Em segundo lugar é preciso ter um objetivo. O dinheiro e o poder vêm fácil e podem te cegar, e fazer com que você caia. Fale sempre a verdade. Nunca se esqueça de onde você veio, e quem é você. Já conheci e convivi com muitas pessoas que esqueceram de onde vieram e acabaram sozinhas, caindo no esquecimento. Político é ser e não ter.

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PENSAR

POSTURA

F

CERTA

requentemente, ouvimos notícias de celebridades que se comportaram de forma inadequada em público. Sendo pessoas famosas, elas têm o holofote do público dirigido em sua direção e estão sujeitas ao julgamento constante da mídia, de fãs e de seus empregadores. Mesmo cometendo erros, essas “estrelas” são comumente perdoadas pelos fãs e empregadores. No entanto, o que acontece se eu e você, cidadãos comuns, adotarmos comportamentos inadequados na vida profissional e pessoal? Diferente do que ocorre com as celebridades, desvios de conduta por nossa parte não vendem revistas. Sendo assim, nós precisamos entender que apesar de nada mais

grave ocorrer com aquele jogador de futebol que critica seu técnico em público, com aquela atriz que é famosa por se atrasar para suas peças de teatro ou com aquele cantor que costuma se apresentar bêbado, o mesmo não se aplica a nós, trabalhadores que não somos celebridades. No nosso caso, a demissão seria a consequência mais óbvia para semelhantes casos extremos. Dentre os erros de comportamento, que mais frequentemente geram demissões nas empresas, em geral podem-se destacar quedas intencionais de produtividade, críticas ao líder, clientes e colegas de trabalho e atitudes preconceituosas em relação a mulheres, homossexuais, pessoas com deficiência ou

negros. Em tempos de redes sociais, o comportamento das pessoas em sites como o Facebook também podem causar problemas. Não dá para ter consideração por um funcionário que sai mais cedo do trabalho por dizer estar doente e que posta, minutos depois, uma foto na praia ou em um bar com amigos. Se queremos ser admirados no nosso trabalho, é preciso construir uma reputação positiva, por meio de pequenas e constantes decisões corretas, tomadas no cotidiano. Essa é a verdadeira estrela que as empresas continuam procurando e valorizando. Prof. Dr. Bruno Felix Von Borell de Araujo, Doutor em Administração de Empresas, professor e coordenador do MBA em Gestão Estratégica de Pessoas da Fucape Business School


PARÓQUIAS

SANTA ISABEL

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iveu sua infância tendo como modelo sua tia Santa Isabel da Hungria e desde cedo fazia meditações, orações e jejuns. Após a morte do marido tornouse terciária franciscana e dedicou-se a obras assistenciais, vivendo em profunda caridade, piedade e mortificações. Foram-lhe atribuídos alguns milagres sendo mais conhecido o milagre das rosas. Surpreendida pelo marido, as moedas que distribuía para socorrer os pobres transformaram-se em rosas. Foi canonizada em 1625 pelo Papa Urbano VIII.

PARÓQUIA DE SANTA ISABEL ŽŵŝŶŐŽƐ DĂƌƟŶƐ ʹ ƐƉşƌŝƚŽ ^ĂŶƚŽ Z A Paróquia tem 22 comunidades Z Criada em 1878, pelo Bispo Lacerda do Rio de Janeiro Z Pároco: Padre Abílio Pereira Pinto Z Vigário Paroquial: Padre Michael Sledzinski

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REPORTAGEM

FÉ,

CULTURA E APELO SOCIAL

A Festa de Nossa Senhora da Penha, iniciada com frei Pedro Palácios em 1558, ganha a cada ano mais força e mais entusiasmo. Hoje, cerca de 1 milhão de pessoas visitam o Convento por ocasião da Festa da Penha. A ORIGEM

A devoção vem do século XVI e foi trazida pelos frades franciscanos que celebravam anualmente as sete alegrias de Nossa Senhora. Com a chegada dos francisca-

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nos ao Espírito Santo essa tradição foi introduzida e cativou de tal forma o povo, que é mantida até aos dias de hoje. Entre as sete alegrias de Nossa Senhora, a sexta é a alegria da mãe porque Jesus, seu

filho, ressuscitou, tema sugerido pelos Padres da Igreja no século IV. Esse é o fundamento da Festa da Penha: Celebrar com Maria, a Senhora das Alegrias a alegria da Ressurreição de Jesus.


Foto: Dóris Fernandes

oscila entre 5.000 pessoas no Campinho e 200 mil na Romaria dos Homens e Dia da Festa. A fé reveste-se de cores e flores na Romaria das Mulheres; de roncos e buzinas na Romaria dos Motociclistas; de barulho dos berrantes na Romaria dos Cavaleiros; de esforço na Romaria de Pessoas com necessidades especiais; de ternura entre as famílias na Romaria dos Ciclistas e de postura rígida na Romaria dos Militares. A Festa da Penha é uma exposição da religiosidade mais genuína porque cada um faz a experiência pessoal e comuni-

tária do jeito que acredita ou com o grupo com quem condivide o mesmo jeito de viver a fé. CULTURA E ECONOMIA

Foto: Arquivo Cedoc

A origem é religiosa e a festa é de fé. O que move os romeiros e peregrinos é a fé em Deus e a devoção à Mãe de Deus. As celebrações, o Oitavário, as romarias e as diversas manifestações individuais e coletivas, que acontecem durante os nove dias de festa, são a expressão verdadeira de que “a fé move montanhas”. As seis Áreas Pastorais, (Benevente, Serrana, Serra, Vitória, Cariacica e Vila Velha), assim como as Dioceses, (Colatina, São Mateus e Cachoeiro de Itapemirim) mobilizam os

fiéis, preparam as liturgias, incentivam as romarias. As promessas, os agradecimentos e, simplesmente, a emoção de estar na “casa da Mãe” deixam os fiéis em estado de êxtase que, cada um do seu jeito, vive intensamente. O encontro com as pessoas, mesmo quando silencioso por respeito à atitude de oração com aqueles que sobem até ao Convento, contagiam as equipes de serviço, os freis e os padres que coordenam os momentos litúrgicos. O número de participantes é variável a cada dia e a cada evento, mas

Dom Luiz Mancilha na Festa da Penha de 2009

As sete alegrias de Nossa Senhora 1ª Alegria ‒ A anunciação do anjo 2ª Alegria ‒ A visita a Isabel

Celebrar com Maria, a Senhora das Alegrias, a alegria da Ressurreição de Jesus”.

3ª Alegria ‒ O nascimento de Jesus 4ª Alegria ‒ A adoração dos Reis Magos 5ª Alegria ‒ O encontro do Menino Jesus no Templo 6ª Alegria ‒ Maria vê Jesus Ressuscitado 7ª Alegria ‒ A assunção de Maria e sua coroação no céu

A Festa da Penha é, também, momento de cultura e espaço de alavancagem da economia. As bandas de congo, tradição do Espírito Santo, apresentam-se no Campinho do Convento no dia da padroeira do Estado. Shows musicais e pequenos teatros fazem parte da programação. Tendas de artesanato e comidas típicas atraem os visitantes na Prainha durante todo o final de semana e com isso proporcionam-se oportunidades de trabalho, mesmo que temporárias, aumento na busca por produtos religiosos, expansão de exposição e divulgação de produções locais e uma oportunidade de renda para quem vive de prestação de serviços em eventos. O município de Vila Velha e a Grande Vitória ganham visibilidade turística, já que os que visitam o Convento aproveitam para conhecer pontos turísticos, como praias e montanhas, monumentos históricos e outros roteiros. Durante a Festa a taxa de ocupação da rede hoteleira, segundo

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Foto: Arquivo Cedoc

REPORTAGEM

Dom Silvestre Scandian na Festa da Penha, 1992

dados da ABIH-ES, Associação Brasileira das Indústrias de Hotéis do Espírito Santo, oscila entre 21 e 100% de aumento. Ainda, segundo a mesma associação, a proveniência dos turistas é, principalmente, do interior do Estado, embora outros estados vêm aumentando a procura nos últimos anos. Contribuíram para divulgação da Festa da Penha em nível nacional as transmissões realizadas nos últimos cinco anos pela TV Canção Nova e Rede Vida. APELO SOCIAL

Embora de caráter religioso, a Festa da Penha tem um apelo social, não só pelo fato de incentivar o cultivo de sentimentos e atitudes que conduzam as pessoas ao bem, à convivência fraterna e à paz, mas pelos discursos pronunciados e apelos que são realizados durante os eventos religiosos

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(missas, oitavário e romarias) e de atitudes solidárias que sempre acontecem durante os festejos. Dom João Batista da Mota e Albuquerque, 1º Arcebispo da Arquidiocese de Vitória, passava a semana do Oitavário no Convento “atendendo confissões e fazendo sermões” como diz padre Adwalter Carnielli, que acrescenta “sempre foi seu firme desejo fazer do Oitavário um momento forte de evangelização e conscientização do povo. Convocava a presença e a participação das CEB’s e das pastorais organizadas para fazerem denúncias das injustiças e da situação social do país”. Durante o período em que a Arquidiocese esteve sob o comando de Dom Silvestre Luiz Scandian, todos os anos a homilia de encerramento da Festa era carregada de apelos para a construção de uma sociedade mais justa. Em 1992, Dom Silvestre afirmou: “se enxergarmos que o que mais oprime os pobres não é a infração das leis, mas as próprias leis que são iníquas: Z A lei do salário mínimo sem a de um salário máximo; Z A lei da terra que acumula para o grande e desampara os pequenos; Z A lei da moradia que impe-

de 15 milhões de famílias brasileiras de terem uma casa digna, enquanto a Assembleia Legislativa para 30 deputados custa 44 bilhões; Z A lei da educação que propicia aos ricos os melhores colégios e depois a universidade gratuita; Z A lei da saúde que não atende direito aos pobres nem depois de mortos; Z E, além de todas essas estruturas injustas que o Deus da vida não quer, acresce-se ainda a aplicação injusta das leis”. Dom Luiz Mancilha Vilela, Arcebispo atual, tem incentivado a organização da Festa como um evento importante para a evangelização e mantido um discurso com apelo social. Em 2010, ano atingido pelas enchentes de maneira muito forte, e na presença de diversos políticos capixabas, o Arcebispo, durante a homilia no encerramento da Festa, salientou a importância da família e disse que “os políticos precisam assumir com seriedade o compromisso social em favor do povo”. E para o povo acrescentou: “Vamos pedir a Nossa Senhora que fortaleça a nossa fé. Que o nosso sofrimento e nossas dores se tornem lágrimas de alegria. Viva Nossa Senhora da Esperança!”


ARQUIVO E MEMÓRIA

MANIFESTAÇÃO DE FÉ E DEVOÇÃO À PADROEIRA

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m 1630 o Papa Urbano VIII (1623-1644) expediu a bula que consagrou Nossa Senhora da Penha como padroeira da Capitania do Espírito Santo e em 1912 o 2° bispo do Espírito Santo, Dom Fernando Monteiro pediu que o Papa Pio X reconfirmasse Nossa Senhora com o título popular de Penha, Padroeira do Estado do Espírito Santo. Nessa época, o bispo determinou também que a primeira segunda-feira, após a oitava da Páscoa fosse o dia de sua festa. A Festa da Penha é marcada por diversas manifestações de fé e entre tantas, as romarias.

A Romaria dos Homens só teve início no período do 5° Bispo do Espírito Santo, Dom José Joaquim Gonçalves em 1955. Entretanto, a

Romaria dos Homens como conhecemos hoje, realizada durante a noite, foi incentivada por Dom João Batista da Motta e Albuquerque. Ao longo da história do Convento e da Festa da Penha os fiéis foram se organizando e encontrando formas de homenagear a padroeira. Além dos homens e das mulheres, nos últimos oito anos, também os cavaleiros, ciclistas, advogados, pessoas portadoras de necessidades especiais, entre outos grupos, caminham em homenagem a Nossa Senhora da Penha. A foto abaixo confirma essa devoção e forma de homenagem. 'ŝŽǀĂŶŶĂ sĂůĨƌĠ Coordenação do Cedoc


PROJETO

UMA CASA DE

A

10 km da região central do munícipio de Vila Velha, no bairro conhecido como Retiro do Congo, está situada a Vila de Nazaré, chácara que abriga as residências do projeto Casa Sagrada Família (Casf), instituição que se dedica a fornecer assistência de qualidade a crianças e adolescentes que vivem com HIV/AIDS. A Casf é uma obra da Comunidade Católica Epifania, ligada à Arquidiocese de Vitória. Criada em 1993, formada por homens e mulheres celibatários, casados e solteiros consagra-

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AMOR E

dos a Deus, a Epifania, como popularmente é conhecida, foi desde seu início exortada a ter no compromisso social um de seus pilares. A semente do projeto foi plantada em 1994 quando, a pedido do então Arcebispo de Vitória, Dom Silvestre Luiz Scandian e o padre Hugo Scheer, várias pessoas se reuniram e começaram a visitar crianças portadoras do HIV, no Hospital Infantil. Contudo, após inúmeras visitas, ficava mais clara a necessidade de se fazer algo mais por aquelas crianças, visto que

o nível de orfandade entre os pacientes era alto. Nascia então, baseada nos valores cristãos da vida e da fraternidade, a Casa Sagrada Família. A primeira sede física do projeto foi inaugurada em 1996. A residência, localizada no Centro de Vitória, abrigou


ACOLHIDA até 2011 as atividades da Casf. Atualmente, o espaço é a sede administrativa do Projeto e conta, ainda, com leitos para casos de urgência. A mudança para o Retiro do Congo foi gradual. A primeira casa foi erguida em 2002, com a ajuda de membros da Igreja na Alemanha, numa parceria que dura até os dias de hoje e abrange, entre outros, qualificação profissional e voluntariado. COMO FUNCIONA

O juizado encaminha ao Projeto crianças e adolescentes, portadoras do vírus HIV, que perderam seus pais vítimas da AIDS ou de suas complicações. No Projeto, eles são acompanhados de perto por membros da comunidade e são ‘adotadas’ por uma das cinco famílias da

ALÉM DOS CUIDADOS COM AS CRIANÇAS, A CASA SAGRADA FAMÍLIA DESENVOLVE OUTRAS ATIVIDADES:

Z Palestras de prevenção ao HIV/AIDS para a comunidade em geral.

Z Distribuição de cestas básicas e lanches comunitários.

Z Centro Pedagógico. Z Acompanhamento psicopedagógico para as crianças e adolescentes.

Z Reunião mensal com as fa-

AJUDE A CASF

mílias do Programa (oração e assistência).

O projeto é mantido com

Z Festa de Natal para os mem-

a ajuda de voluntários.

bros, para as crianças e suas famílias.

Para colaborar ou tornar-se sócio-colaborador ligue para: (27) 3322-4640

Vila de Nazaré, comandadas pelas mães sociais, que são membros da Comunidade da Epifania. As 17 crianças que, atualmente, moram no local recebem mais que cuidados médicos. Elas experimentam simultaneamente a vivência em família e da comunidade, com o cuidado integral das “mães sociais”, que as acolhem como filhos.

(27) 9904-1588. Para uma contribuição financeira, deposite:

Banestes. Ag.104 c/c:1.152.768 Banco do Brasil Ag. 0021-3 c/c: 105.783-9

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IDEIAS E SUGESTÕES

ANSIOSOS POR UM

NOVO AMANHECER “...ver a Igreja a cumprir sua missão de empoderadora das forças de vida e articuladora das alianças de solidariedade, entre outras coisas.

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á dizia Gilles Deleuze – com razão – que pensamos quando somos forçados a pensar. Pensamos quando uma “violência” se impõe, quando uma força nos oprime. De um modo ou de outro, no mundo atual e na Igreja, sofremos essa pressão a nos colocar em estado de URGÊNCIA para pensar mudanças. Não nos é necessário, todavia, que alguém – mesmo com conhecimentos, boa vontade e traçadas estratégias e um tanto de passos, oito, sei lá, como propõe John Kotter, o guru das mudanças nas empresas – nos coloque em clima de urgência. A realidade já nos impõe suas exigências violentamente. Somos forçados a pensar, somos postos em urgência seja

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pela renúncia de Bento XVI, pela ênfase das atitudes do novo Papa, pelos escândalos tão anunciados, pelo crescimento das seitas cristãs, pelo avanço galopante e poder devastador das drogas em nossas cidades, etc, etc, etc. Uma urgência não se cria, ela grita, e se estabelece no coração de todos os que querem ver o mundo como casa boa de habitar, e ver a Igreja a cumprir sua missão de empoderadora das forças de vida e articuladora das alianças de solidariedade, entre outras coisas. Mas, perguntemo-nos: na Igreja de Vitória, o que é urgente? Como resposta, decerto, não encontraremos uma árvore cuja raiz é um espigão único e reto. Não, como resposta nos depararemos com uma rede

de urgências, um emaranhado delas, em que não se distingue exatamente onde começa uma e termina outra. Ah, alguém poderá dizer, é urgente estancar a “sangria”, a perda de fiéis. Como outra proposta podemos defender – e acreditamos piamente nisso – que é urgente afirmar Jesus Cristo ainda mais e com mais ardor para que os católicos façam, com Ele, no seu Espírito de ternura e bondade, a experiência bonita de um novo sentido para a vida e para a vivência de fé. Ou, ainda, é urgente afirmar as Comunidades Eclesiais de Base, não como o local das normas e prescrições – mesmo aquelas dos diretórios, documentos e etc e tal –, mas como o território do exercício da bondade e do acolhimento. O território da vida fortalecida, renovada, feliz. Muitos precisam ser convocados à costura dos pensamentos e experiências para que nos aproximemos da definição – difícil – do que é MAIS urgente. E isto não se


fará – depois do que o Sínodo Arquidiocesano já muito bem apresentou – por repetições do que já foi feito e que nos mantém com papéis nas mãos em discussões cansativas. Sim, seria bom estar atento ao apelo para a ação, para o inclinar-se para a lavoura, e para o “lançar a mão no arado”. Para isso, me parece importante ouvir aqueles que exercem rotineiramente suas atividades pastorais, os párocos. Estes trazem no coração o mapa – mesmo que amarrotado, dado seus limites e defeitos – com o traçado das realidades, dos desafios e também das vitórias que já se alcançam. Antes que reuniões para isso e para aquilo, ou para fazermos – parafraseando o então cardeal de Buenos Aires e hoje Papa Francisco – “a crônica cinza” e já velha e desgastada dos problemas da Igreja de Vitória, a mim parece importante voltar-se para as paróquias e suas comunidades para perceber nelas os muitos frutos do Sínodo Arquidiocesano que já se alcançam, e quão amadurecidos e doces são tantos deles. E se a colheita ainda não é maior é porque não se acordou para esta realidade. E ainda, sabemos, pastoral é mais, muito mais que um grande evento, é

mais do que ideias abstratas, idealismo ou preocupação com o “poder”; pastoral é atividade que se empreende na sequência dos dias, no caldo dos acontecimentos, no anonimato da vida paroquial. E já que o Papa Francisco foi professor de literatura, sigamos com estes outros saberes que nos enriquecem e nos tornam mais sensíveis às realidades que nos desafiam. Sigamos falando de livros. Ganhei um. É sempre bom ganhar

livros. De um autor que venho lendo, Haruki Murakami. Murakami é o romancista japonês de maior destaque nos dias atuais. Escreve romances que se passam em Tóquio, mas que se poderiam passar em qualquer lugar do mundo globalizado. No momento estão em todas as livrarias os dois primeiros volumes de uma triologia chamada “1Q84”. Mas pra quem quer começar a ler Haruki Murakami indico “Após o anoitecer”. Com uma linguagem simples – apesar de Murakami ser considerado um autor de boa literatura – esta obra, cujos capítulos são as horas da noite, retrata os encontros e desencontros que se dão entre os moradores de qualquer cidade do mundo, imersos que estamos na mesma noite, ansiosos todos por um novo amanhecer. ĂƵƌŝ ĂƟƐƟ

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40 lojas em todo o estado para melhor te atender.

A rede da famĂ­lia capixaba.


OFICIAL

COORDENADOR DE PASTORAL DEIXA MENSAGEM Padre Kelder Brandão despede-se da coordenação de Pastoral, tarefa que exerceu durante quatro anos. A ESTAÇÃO DO MISTÉRIO Eleito coordenador de Pastoral,

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outono é uma estação cheia de mistérios e encantos. Ele me fascina tanto pelos frutos que colhemos como pelas folhas marrons-douradas que enfeitam as matas e o chão. Sempre que o outono chega fico mais introspectivo e sensível. Às vezes nem consigo discernir o que penso ou sinto. Durante os últimos quatro anos estive na Coordenação de Pastoral da Arquidiocese de Vitória na função de

coordenador de pastoral que, como a efusiva estação do verão chegou ao seu final. Foi um período rico de aprendizado pessoal, construções coletivas, problematizações, conflitos, encaminhamentos e realizações pessoais e eclesiais que só foram possíveis devido a participação e o protagonismo de milhares de pessoas e inúmeras instituições. Humildemente, agradeço à Arquidiocese de Vitória-ES por ter confiado a mim este serviço que procurei desempenhar com simplicidade e determinação. Aproveito para desejar ao Pe. Anderson Gomes, novo coordenador, êxito neste ministério tão bonito e singular que é o de coordenar a ação pastoral da Igreja. Sinceramente, obrigado!

durante a realização do primeiro Sínodo Arquidiocesano, padre Kelder desenvolveu esta função de outubro de 2008 a março de 2013. EMPENHOU-SE EM: Z Articular a Abertura da Campanha da Fraternidade pelas ruas de Vitória; Z Reestruturar o Grito dos Excluídos; Z Reformar o espaço físico do Departamento para atender melhor as pastorais; Z Criar o Fórum das Pastorais Sociais; Z Apoiar os Movimentos do povo de rua; Z Incentivar e mobilizar a criação de novas pastorais: Universitária, Comunicação e da Sobriedade.

Padre Kelder Brandão

torezanimoveis@veloxmail.com.br Rua Santana, 48 - Campo Grande - Cariacica - ES - CEP 29.146-490 Telefones: (27) 3336-3255 / 9983-4130

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ACONTECE

Bote Fé Vitória

A passagem dos Símbolos da JMJ, Jornada Mundial da Juventude, pela Arquidiocese de Vitória, no dia 13 de março, foi marcada por muita alegria. O Bote Fé Vitória reuniu centenas de jovens e muitos adultos que participaram do evento desde Fundão até Anchieta, quando a Cruz e o ícone de Nossa Senhora foram entregues à Diocese de Cachoeiro de Itapemirim. No município de Vitória os Símbolos permaneceram na Catedral Metropolitana. Ao meio-dia, durante missa solene, o Arcebispo, Dom Luiz Mancilha Vilela, falou sobre a Cruz e o ícone de Nossa Senhora. Sobre a Cruz disse que ela foi apresentada pelos Romanos como sinal de humilhação e Jesus a transformou em sinal de salvação e, acrescentou: ela é sinal

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de perdão. Após a missa, em carreata, centenas de pessoas dirigiram-se ao município de Vila Velha. Na subida para o Convento da Penha, enquanto era realizada a Via-Sacra, foi anunciada a eleição do Papa, fato que ficará para sempre na memória de todos. O nome foi revelado na chegada ao Campinho e os jovens puderam comemorar sob a proteção de Nossa Senhora. Já no Colégio Marista, ainda no município de

Vila Velha, sob a bênção do Bispo Auxiliar, Dom Wladimir foi celebrado o Ângelus. Depois, Dom Rubens Sevilha também Bispo Auxiliar e Referencial da Juventude, presidiu a missa para milhares de jovens. O Bote Fé continuou quando a Banda Rosa de Saron subiu ao palco para continuar a festa. Após o show iniciou-se uma vigília de oração que durou até às 02 horas do dia 14, com a presença de padre Antônio Peroni da Comissão da JMJ. Em carreata, os Símbolos da Jornada foram entregues à Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, às 04h, no município de Anchieta. Na Arquidiocese ficou mais um incentivo e uma motivação para participar da JMJ.

Assembleia Geral dos Bispos Entre os dias 10 e 19 de abril acontece, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), a Assembléia Geral dos Bispos do Brasil. O evento, que está na sua 51°edição, propõe, em 2013, uma reflexão sobre a renovação paroquial, com o tema Comunidade de comunidades: uma nova paróquia . Promovido anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o encontro reúne o episcopado de todo Brasil. Representando a Arquidiocese de Vitória estarão presentes o Arcebispo Metropolitano, Dom Luiz Mancilha Vilela, e os bispos auxiliares, Dom Rubens Sevilha e Dom Wladimir Lopes. Os trabalhos da Assembleia se concentram no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho, e as celebrações no Altar Central da Basílica. A celebração de abertura da 51° Assembléia Geral dos Bispos do Brasi ocorre no dia 10 de abril, às 7h30, na Basílica e a cerimônia de encerramento no dia 19 de abril, às 10h30, no Centro de Eventos.


Diáconos Permanentes vão ao Convento Os diáconos permanentes farão a I Romaria ao Convento da Penha no dia 13 de abril. A concentração para o evento começa às 7h30 no Parque da Prainha, e de lá os diáconos seguem rumo ao Campinho do Convento para

O que você quer ser? Estudantes de escolas católicas, em dúvida sobre qual profissão seguir, terão uma grande ajuda no próximo dia 4 de abril, nas dependências da Faculdade Salesiana, em Vitória. Em sua 3°edição, o Seminário de Informação Profissional auxilia, com uma série de atrações, os jovens que ainda não ingressaram na faculdade. O evento é uma iniciativa da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) em parceria com a Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo. Na programação estão palestras, mesas-redondas sobre as profissões, atividade musicais, culturais e artísticas, além de oficinas temáticas que apresentarão as tendências de mercado, bem como a realidade de cada profissão.

prestar homenagens à Nossa Senhora da Penha. Além de participarem da Santa Missa, os diáconos preparam um momento especial de espiritualidade mariana conduzido pelo Vigário-Geral da Arquidiocese de

Vitória, padre Ivo Ferreira Amorim. Promovido pela Comissão Arquidiocesana dos Diáconos Permanentes (CAD), o evento tem o objetivo de fortalecer os trabalhos desenvolvidos pelo Ministério Diaconal na Arquidiocese.

Pelas vocações O Dia Mundial de Oração pelas Vocações será comemorado na Arquidiocese de Vitória no dia 21 de abril, com Missa Solene, às 18h, celebrada pelo Arcebispo Metropolitano de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, na Catedral Metropolitana de Vitória.

Este ano os fiéis são convidados a refletir sobre o seguinte tema: as vocações, sinal da esperança fundada na fé que se integra no contexto do Ano da Fé e ao cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II.

Novo coordenador Nomeado como o novo coordenador Arquidiocesano de Pastoral o padre Anderson Gomes, pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus em Cariacica, e diretor espiritual da Renovação Carismática Católica substituirá o padre Kelder Brandão, que ocupava esta função há quatro anos.

Padre Anderson tem 38 anos e foi ordenado sacerdote por Dom Luiz Mancilha Vilela, Arcebispo Metropolitano, em 2005, na Catedral Metropolitana de Vitória. É formado em Administração, estudou Filosofia e Teologia e fez pós-graduação em Comunicação Social e mestrado em Teologia Patrística e História da Teologia.

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SAÚDE

VACINAÇÃO CONTRA GRIPE COMEÇA EM ABRIL Com a mudança da estação e a proximidade do inverno, o número de casos de gripe sobe consideravelmente em todos os cantos do país. Portanto, o ideal é se prevenir o mais cedo possível.

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melhor prevenção contra a gripe é a vacinação. A campanha nacional de imunização contra a gripe será realizada de 15 a 26 de abril e traz neste ano como novidade a inclusão de dois novos grupos contemplados com a vacina: pacientes que sofrem de obesidade, diabetes,

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doença respiratória crônica ou doença cardíaca e mães de até quatro semanas após o parto. Por serem mais suscetíveis ao vírus da gripe, essas pessoas vão poder agora tomar a vacina em qualquer posto de saúde municipal, bastando apresentar um atestado médico. O “Dia D”, escolhido para maior mobilização da população, está marcado para o dia 20 de abril. Além desses dois novos públicos, a campanha também abrangerá, como de costume, idosos com 60 anos ou mais, crianças de seis meses a menores de dois anos de idade; grávidas em qualquer fase gestacional; profissionais de saúde que lidam diretamente com atendimento à gripe e população indígena. Mesmo quem não pode receber a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pode tomar, mas precisa pagar. O preço varia de R$ 70 a 90 nas clínicas particulares.

Vale lembrar que a gripe e o resfriado apresentam sintomas diferentes. A primeira é uma doença grave e contagiosa com tendência de se disseminar facilmente causada pelo vírus da influenza. Já o resfriado é menos agressivo e de curta duração. No entanto, é preciso ter atenção, pois os sintomas são parecidos. Na gripe, há febre, tosse e dores no corpo e na cabeça. Quem está com resfriado apresenta os sintomas respiratórios, como coriza, tosse e espirros, podendo ou não ter febre. É importante que as pessoas compareçam aos postos de vacinação em seus municípios. A vacina é segura e tem uma eficiência de mais de 90%, além disso, a dose é trivalente chegando a proteger contra três tipos de vírus. DĂƌƟŶĂ ĂŶŽƫ Ġ ŵĠĚŝĐĂ ŝŶĨĞĐƚŽůŽŐŝƐƚĂ e coordenadora Estadual da Imunização da Secretaria de Estado da Saúde


ABBA PAI

ARTIGOS RELIGIOSOS CATÓLICOS Livros, CD’s, Bíblias, Imagens, Crucifixos, Lembranças para: Batismo, 1ª Eucaristia, Crisma e outros. Zh h' E/K Z DK^͕ ϲϱϲ : Z /D W E, ͳ s/dMZ/ ͳ ^ d > & y ΈϮϳΉ ϯϮϯϱͳϮϯϰϰ ΈWZMy/DK /'Z : ^ K &Z E /^ K ^^/^Ή



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