REVISTA ARTE TRANS BAHIA 5ª ED.

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Revista

Arte Trans Bahia Quinta edição. Maio de 2016

“se eu colocar muita maquiagem fico feia”

especiais Informativo transex miss transex 2016 Entrevista Bianca NOVAES


Editorial

EXPEDIENTE: Arte Trans Bahia Divulgação e Exposição da Arte Transformista na Bahia. Web: Transartebahia.com E-mail: Transarte.bahia@gmail.com Telefone: 71-993228603 Diretora Geral: Edméa Barbosa Produção: Edméa Barbosa Diretora Administrativa: Mariana Figueiredo Jornalista Responsável: Manuela Simão Projeto visual: Edméa Barbosa Diagramação: Edméa Barbosa

Escrever sobre a cena transformista é fácil, pois o diálogo entre a arte e a comunicação é um prazer que pode ser desenvolvido com um computador, uma xícara de café e as lembranças do que assistimos. Porém quando resolvemos falar do mundo transgênero fazendo a junção entre o papel acadêmico e social buscamos adentrar às pesquisas para além do que já foi lido e debatidos nos grupos a que fizemos parte. Um dos documentários mais dolorosos é “A casa de Bartô”. A história real de travestis que em 1987 transformavam seus corpos em depósitos de silicone. A política de estado heteronormativa e desumana, criou e cria abertura para que pessoas, cidadãs que deveriam ter seus direitos reconhecidos e praticados, escapem para a esfera da subalternidade e corram o risco de produzir ou melhorar suas aparências diante do que deseja para a sua performatividade. A cada Trans que morre por uso indevido de silicone, ou superdose de medicamentos deveria se problematizar e culpar o estado por tal fato, pois é preciso dar condições de cidadania para toda e qualquer pessoa. É necessário abrir uma discussão para a implantações de medidas de proteção e cuidado das pessoas trans. É obvio que não podemos negar que hoje as mortes e deformações corporais são bem menores, o acesso à informação tem ajudado no processo de transformação e isso colabora para o desenvolvimento de um corpo sem grandes complicações. A valorização e visibilidade de pessoas trans têm também ajudado nos processos de autoestima, um dos itens que fazem parte do processo e que determinam muito na vivencia social. Baseadas na visibilidade Trans, resolvemos nesta edição mostrar a realidade de pessoas trans que mesmo sem políticas públicas viáveis conseguem transitar dentro da performatividade que lhes convém, são felizes e conquistam espaços. Para abrilhantar a nossa fala sobre saúde na hormonização, fizemos uma entrevista com Sara Moura Rodrigues, Farmacêutica de Goiânia.

A revista Arte Trans Bahia e suas colaboradoras agradecem a todas as pessoas pelo apoio e incentivo. Att, Editora Arte Trans Bahia

Matérias: Mariana Figueiredo Edméa Barbosa Fotógrafias Arte Trans Bahia Acervo pessoal de Bianca Novaes Edição: Nº5 -Maio de 2016

Atendimento psicológico gratuito para a População

LGBT

Caso deseje atendimento, pode entrar em contato com gibahpsi@gmail.com informando seu nome, telefone e o porque precisa de atendimento.


MARIANA FIGUEIREDO

ALGUNS CAMINHOS PARA UMA POLÍTICA DE ESTADO Esta revista é sobre arte transformista, ok. Entretanto, há também um compromisso político e acadêmico, é preciso que haja. Afinal, hoje todo ato de afirmação das identidades desviantes deve ser visto como ato político, pois é assim que se muda as coisas, tratando com normalidade aquilo que é normal; ainda que te digam o contrário. Bom, dito isto, quero falar um pouquinho sobre política e leis. Quando queremos leis de proteção, que reconheçam algum direito, precisamos pensar que haverá um procedimento por vezes longo e demorado. Então, muitas das leis não conseguem acompanhar a evolução natural da sociedade. Logo, não seria diferente quando a questão de gênero. A lei é omissa. A lei é heteronormativa, tal qual a sociedade que a criou. Entretanto, a sociedade esta em constante desenvolvimento e evolução e cada dia tem ganhado mais força o respeito às novas configurações de famílias, as novas identidades possíveis, de maneira geral, incluindo àquelas que fogem ao padrão binário. E assim como a sociedade, as leis devem evoluir, nunca regredir. Acontece que assim como temos exceção entre nós, infelizmente temos aqueles que não respeitam a identidade de gênero do outro; temos eles muito bem representados no Congresso Nacional, infelizmente. Temos nas casas legislativas uma frente muito forte que luta para que a religião permaneça impregnada nas nossas leis e em nossa vida. Essas pessoas querem impor normas e padrões religiosos que, supostamente, foram estabelecidos na época de Cristo (ou seja, teoricamente com 2016 anos). Esses infelizes querem fazer a sociedade regredir. Dentre os diversos projetos que estão em tramitação, existe o Projeto de Lei nº 6.655/2006 que visa alterar o art. 58 da Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos), que atualmente é visto como um óbice à alteração do nome da pessoa transexual que não passou por cirurgia de redesignação. Dessa maneira a regra que até então precisa ser relativizada nos casos práticos, passaria a contar em lei a permissiva autorização para alteração do prenome, independente da cirurgia de transgenitalização, mas ainda sendo necessário o laudo médico. Em sentido claramente oposto, com proposição do Dep. Elimar Máximo Damasceno, o Projeto de Lei nº 5872/2005, visa alterar este mesmo artigo de maneira a proibir a alteração do prenome do indivíduo transexual, sob a justificativa de que agem contra sua individualidade ao proceder a adequação de seus corpos. Chega a soar absurdo ler isso, mas é real!

Logo do especial produzido pelo jornalismo da EBC

Entretanto, nem tudo está perdido, apresento-lhes a esperança, também conhecido como Projeto de Lei nº 4.241/2012, que dispõe sobre a identidade de gênero. De autoria da Dep. Erica Kokay, filiada ao PT/DF, este projeto sugere o reconhecimento à identidade de gênero e regula o meio de aquisição do reconhecimento dela, inclusive para menores de 18 anos. Esse projeto não visa corrigir uma lei já defasada pelo tempo, mas cria uma nova Lei que irá alcançar pessoas que foram colocadas à margem da sociedade por uma condição que lhe é imposta como transtorno e não encontra respaldo legal algum para reduzir seu sofrimento. De maneira muito rápida, lhes dei três exemplos: o primeiro representa uma situação “mediana”, um posicionamento não muito certo, reconhecendo que tem direito, mas ainda trazendo a transexualidade como algo patológico; o segundo posicionamento é aquele que mais critico, é o que citei que devemos ter cuidado, é aquele que quer tirar nossos direitos, é aquele que quer nos tirar a condição humana, é o posicionamento que busca proibir a alteração do prenome (e olha que aqui nem falamos na alteração do gênero), sob alegação de agir contra sua “individualidade”; o terceiro, por fim, me faz crer que temos sim escolha em quem nos representa, é o motivo pelo qual escrevo, é o motivo pelo qual ainda acredito, é um Projeto de Lei que reconhece a identidade de gênero e dá meios de aquisição perante o Estado de tal identidade. Agora que mostrei que existem pelo menos três caminhos, conto com vocês para fazer uma sábia escolha, ainda que não seja transexual ou qualquer outra minoria, escolha uma pessoa que possa fazer pelo outro aquilo que você gostaria. Eu gostaria de fazer o bem, e você?


PESQUISA

TRANSEXULIDADE (Transgeneridade)

Drº Drauzio Varella

Identidade de gênero é a característica segundo a qual cada pessoa se identifica como homem ou mulher. A incongruência entre identidade de gênero e fenótipo físico recebe o nome de distúrbio de identidade de gênero; viver esse estado é fonte de sofrimento crônico”. As manifestações dos distúrbios de identidade de gênero vão desde viver como membro do sexo oposto, à adaptação física por meio de hormônios e de intervenções cirúrgicas. Em 66% dos transgêneros, a incongruência se instala já na infância; nos demais, ela se desenvolve na adolescência e na vida adulta. Quanto mais tardia for a transição para o novo sexo, mais dolorosa será. Nos transgêneros homem-para-mulher, a administração de hormônios induz o crescimento das mamas e padrões mais femininos na distribuição de pelos e de gordura. Os estrogênios são os hormônios de escolha, geralmente associados à progesterona ou a outros hormônios que suprimem a produção de testosterona. Na transição mulher-para-homem, o objetivo é induzir virilização: padrão masculino do contorno muscular e da distribuição de pelos e gordura, além da interrupção das menstruações. O principal hormônio empregado é a testosterona, eventualmente associada à progesterona.

A cirurgia para a transformação do sexo masculino em feminino requer a retirada dos testículos e a construção de uma neovagina, a partir da pele do pênis ou de um retalho de mucosa do intestino grosso. Na transformação oposta, há necessidade de retirar útero, ovários e mamas. Em casos raros, o clitóris cresce tanto sob a influência da testosterona e adquire o tamanho de um pênis pequeno. Quando esse crescimento é insuficiente, está indicada a metoidioplastia, cirurgia na qual o clitóris é alongado e reconstruído como um neopênis de modo a preservar a ereção e conferir a habilidade de urinar em pé, ou de introduzir próteses rígidas ou infláveis. A bolsa escrotal é reconstruída com os grandes lábios e próteses de testículos. O tratamento cirúrgico melhora a qualidade de vida da maioria dos que optaram por ele. Quando bem indicado, apenas 1% a 2% confessam arrependimento. Complicações precoces do tratamento hormonal são raras, mas as implicações tardias são mal conhecidas; apenas agora a medicina começa a se interessar pelo tema.

Publicado em 01/08/2011 HTTP://DRAUZIOVARELLA.COM.BR/SEXUALIDADE/TRANSEXUAIS/


TERMOS E CONCEITOS

PESQUISA

ORIENTAÇÃO SEXUAL legal como mulher. Algumas também se denoAtração afetivo-sexual por alguém. A sexualida- minam transmulheres ou Male-to-Female (MtF). de. Diferente de Gênero TRAVESTI TRANSEXUAL OU TRANGÊNERO Pessoa que vivencia papéis de gênero feminino, Termo genérico que caracteriza a pessoa que não mas não se reconhece como homem ou mulher, se identifica com o gênero que lhe foi atribuído entendendo-se como integrante de um terceiro quando de seu nascimento. Evite utilizar o ter- gênero ou de um não-gênero. Referir-se a ela mo isoladamente, pois soa ofensivo para pesso- sempre no feminino, o artigo “a” é a forma resas transexuais, pelo fato de essa ser uma de suas peitosa de tratamento. características, entre outras, e não a única. Sempre se refira à pessoa como mulher transexual ou TRANSFORMISTA OU DRAG QUEEN/KING como homem transexual, de acordo com o gêne- Artista que se veste, de maneira estereotipada, ro com o qual ela se identifica. conforme o gênero masculino ou feminino, para fins artísticos ou de entretenimento. A sua perHOMEM TRANSGÊNERO sonagem não tem relação com sua identidade de Pessoa que reivindica o reconhecimento social e gênero ou orientação sexual. legal como homem. Alguns também se denominam transhomens ou Female-to-Male (FtM). QUEER OU ANDRÓGINO Termo ainda não consensual com o qual se denoMULHER TRANSGÊNERO mina a pessoa que não se enquadra em nenhuma Pessoa que reivindica o reconhecimento social e identidade ou expressão de gênero.

FONTE:http://rioclaroonline.com.br/para-alem-dos-paradigmas-dialogos-sobre-relacoes-de-genero-e-sexualidade/


PESQUISA

A CONSTRUÇÃO ATRAVÉS DOS HORMÔNIOS

Esta publicação foi produzida por uma equipe que inclui médicos e pessoas trans para ajudar você a compreender e responder a algumas das suas dúvidas sobre o tratamento hormonal para as pessoas trans. Esta publicação dá aos homens trans (fêmea para os indivíduos do sexo masculino) e mulheres transexuais (pessoas do sexo masculino para feminino) informações claras sobre os benefícios da terapia hormonal e os riscos e efeitos colaterais. Cada indivíduo é diferente, e orientação sobre a terapia hormonal deve ser sempre utilizado de forma flexível em resposta às necessidades individuais. Se você está pensando em iniciar a terapia hormonal, você pode achar útil para compartilhar as informações contidas neste livreto com um cônjuge ou companheiro ou outros familiares. Há muitos diferentes hormônios produzidos no corpo por um sistema de glãndulas. Esses hormônios são despejados diretamente na corrente sangüínea para quesejam realizadas suas funções em todo o corpo. Entre eles estão os hormônios sexuais: o hormônio masculino, testosterona, produzido pelos testículos, e do hormônio feminino estrogênio, produzido pelos ovários. Os homens também têm uma pequena quantidade de hormônio feminino, porque uma parte de testosterona é convertida em estrogênio. Em ambos os homens e mulheres, as glândulas adrenais, que ficam em cima dos rins, produzem pequenas quantidades de testosterona. Então todos os homens emulheres produzem naturalmente testosterona e estrogênio.

QUE EFEITOS TÊM HORMÔNIOS PRODUZIDOS NATURALMENTE? De um modo geral, a testosterona tem efeitos masculinizantes e estrogênio tem efeitos de feminização. Juntamente com fatores genéticos, os hormônios sexuais afetam o desenvolvimento do sistema reprodutivo, o cérebro e as características físicas, como altura , constituição física, a forma de como a gordura é distribuída em seu corpo e sua massa muscular. Antes do nascimento, nos meninos, uma forma forte de testosterona impulsiona o desenvolvimento do pênis e testículos. Sem essa de entrada de testosterona, as meninas desenvolver o clitóris e os lábios, ovários, útero e vagina. QUAL É O OBJETIVO DA TERAPIA HORMONAL PARA AS PESSOAS TRANS? O objetivo da terapia hormonal é fazer você se sentir mais à vontade consigo mesmo, tanto fisicamente como psicologicamente. MULHERES TRANS Nas mulheres trans, o estrogênio tem efeitos sutis de feminizar: - A gordura pode ser distribuído nos quadris. - O tamanho do pênis e os testículos pode ser ligeiramente reduzida. - Algumas mulheres trans acham que as ereções e orgasmo são mais difíceis de alcançar. - A Massa muscular pode ser reduzida. - Seios pode ficar sensível e irregular e, muitas vezes um aumento modesto em tamanho. - O crescimento de pêlos faciais e corporais podem tornar-se mais fracos. Este é considerado por muitas mulheres trans como útil no apoio ao processo de depilação por eletrólise e/ou tratamento a laser e outras técnicas de remoção de


PESQUISA

pêlos. - Calvície de padrão masculino pode ser reduzida ou interrompida, mas não é necessariamente invertida. HOMENS TRANS Nos homens trans, a testosterona pode causar os seguintes efeitos: - Ela promove o crescimento de pêlos da barba e do corpo. - Calvície de padrão masculino podem se desenvolver. - O clitóris aumenta ligeiramente em tamanho. - Libido pode ser aumentada. - Massa muscular aumenta. - A aprofunda a voz, mas normalmente não para o campo de outros homens. - A Menstruação irá parar, embora possa haver algum sangramento exigindo o ajuste da dosagem. - Alguns indivíduos desenvolvem acne. SERÁ QUE AINDA PODEREI TER FILHOS? O tratamento hormonal vai fazer você infértil depois de um tempo. Isto é verdade para os homens e para mulheres trans trans, mas esse efeito não é imediato. Se você é uma mulher trans, pode ser possível restaurar sua produção de esperma ao parar a terapia hormonal. Não se sabe quanto tempo demora para o tratamentotorná-lo infértil e que varia de pessoa para pessoa. Se você tem seus testículos removidos, você estará permanentemente infértil. Se você é um homem trans, o tratamento com testosterona parece levar muito mais tempo para fazê-lo permanentemente infértil, mas, novamente, não se sabequanto tempo. Se você tiver seus ovários removidos, você não pode engravidar naturalmente, a gravidez é impossível uma vez que é realizado uma histerectomia. Tenha certeza que você

fale com seu médico sobre o efeito do tratamento hormonal sobre a sua capacidade de ter filhos no futuro. Você deve ser informado sobre a possibilidade de armazenar o esperma ou óvulos. MULHERES TRANS - MEDICAÇÃO PARA FEMINIZAÇÃO ESTROGENIO Formulações de estradiol-base são naturais de estrógeno (estradiol 17ß). Eles incluem: - Adesivos de estradiol (o melhor para aqueles com mais de 40 anos, fumantes ou para os com problemas circulatórios, pelo risco) - Gel de estradiol (aplicada sobre a pele, também de baixo risco) - estradiol / valerato de estradiol (tomado em forma de pílula, alguns riscos) - Etinilestradiol (não recomendado quando tomado em forma de pílula, apresenta maior risco de efeitos colaterais.) HOMENS TRANS - MASCULINIZANTES MEDICAÇÃO - Testosterona, é geralmente administrada através de injeção intramuscular ou subcutânea a cada duas a três semanas. - Ésteres de testosterona (injeção) - Enantato de testosterona (injetados, para aqueles com alergia a amendoim) - Undecanoato de testosterona (de preferência, injetado, também disponível em forma de comprimido) - Gel de testosterona (aplicado ao diário da pele) - Adesivos de testosterona (aplicado ao diário da pele) - Testosterona oral (pílula na boca entre a bochecha e da goma até que ela se dissolve e seja absorvido através das mucosas). FONTE: http://reicla-trans.blogspot.com.br/2011/04/guia-da-terapia-hormonal-para.html DOCUMENTO ORIGINAL: http://www.transgenderzone.com/ index.htm


EDMÉA BARBOSA

FALA DOUTORA Entrevista com a Drª Sara Moura Rodrigues, Farmacêutica generalista CRF GO 11213 Formada pela: Instituição das faculdades Alfredo Nasser (UNIFAN) Goiânia – Goiás . Ano 2012. Pós-graduanda em farmacologia clinica pelo Instituto IEPG- GO DOUTORA, QUAIS HORMÔNIOS FEMININOS E MASCULINOS DISPONÍVEIS NO MERCADO Os hormônios disponíveis no mercado contem em suas formulas testosterona (masculino) e estrogênio/ progesterona (feminino) e seus derivados. Sendo o estrogênio o hormônio responsável pelo desenvolvimento das características sexuais femininas como o crescimento dos seios e quadris e a progesterona responsável pelas funções reprodutivas e gestacionais. A PERLUTAN, HORMÔNIO MAIS UTILIZADO, É UMA MEDICAÇÃO CONTROLADA OU DE FÁCIL ACESSO¿ OUTRO ALÉM DESTE¿ A Perlutan , nome comercial para a associação da progesterona e o estradiol : Algestona 150 mg e enantonato de estadiol 10 mg é um anticoncepcional de apresentação injetável e de uso mensal , onde a liberação dos hormônios é feito de modo gradativo no organismo . Comercializado em drogarias; não é necessário prescrição medica no ato da compra, sendo exigido o receituário apenas no caso em que o cliente optar por receber a aplicação no estabelecimento. Neste ato, por questões de fiscalização da vigilância sanitária a receita se faz necessária. Existem outros hormônios injetáveis como a ‘’Mesygina , Ciclofemyna , depo provera ‘’ que tem composições diferentes mas oriundos ou

do estradiol ou da progesterona A mais comercializada é a Perlutan , uma das pioneiras no mercado. SOBRE A TESTOSTERONA QUAIS MEDICAÇÕES SÃO REVENDIDAS PARA O AUMENTO DO HORMÔNIO MASCULINO¿ Existe no mercado farmacêutico varias apresentações do hormônio masculino testosterona com diferentes formas de uso: Injeções, gel, pílulas. A mais comum é a injetável pelo rápido desempenho no organismo. Temos como exemplo: Durateston (Contem 4 ésteres de testosterona). E o Nebido (undecilato de testosterona) . Na apresentação em gel temos o mais comum: Testogel (androgel). QUANDO TRANSEXUAIS E TRAVESTIS VÃO ATÉ A FARMÁCIA COMPRAR HORMÔNIOS É POSSÍVEL TER ACESSO A INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS¿ Sim com muita presteza. Toda população tem direito ao acesso as informações. O profissional farmacêutico mediante a atenção farmacêutica tem o dever de esclarecer as dúvidas de qualquer pessoa quando for solicitado neste âmbito. Orientamos o que for do nosso alcance e se o desejo for a realização do uso do hormônio informamos a necessidade do o auxilio medico para a realização de exames hormonais e posteriormente um acompanhamento multidisciplinar.


É FEITA INDICAÇÃO DE MELHORES MEDICAÇÕES? Em se tratando de hormônios, o profissional farmacêutico não é autorizado a indicar um possível ‘ melhor hormônio ‘ visto que o hormônio com melhor efeito e desempenho será aquele que for prescrito após a realização dos testes e exames, onde será avaliada funcionalidade hepática, pressão sanguínea, glicose, eritrócitos, leucócitos, níveis de lipídeos só após averiguar todos esses pontos é possível determinar qual o hormônio poderá ser utilizado. Lembrando que o acompanhamento psicológico é indispensável ao se realizar um tratamento hormonal. QUAIS AS MEDICAÇÕES MAIS VENDIDAS PARA TRAVESTIS E TRANSEXUAIS¿ Infelizmente o Governo, o Estado não se atentou ainda quanto a importância de campanhas e divulgações do uso racional dos hormônios para os transexuais, logo o uso sem conhecimento e controle são frequentes, a venda na drogaria é desde a Perlutan a pílulas anticoncepcionais orais como o Diane 35 por exemplo. Muita das vezes terceiros adquirem essas medicações e não somos informados o motivo da compra do hormônio justamente por não ser necessária a prescrição medica no ato da compra. E na maioria desses casos de automedicação, não se usam apenas a ‘’perlutan’’, sempre associam ele com mais outro hormônio, aumentando ainda mais o risco a saúde. É POSSÍVEL FAZER TRATAMENTO HORMONAL SEM ACOMPANHAMENTO MÉDICO¿ Jamais! O uso do hormônio tem que ser de forma bastante criteriosa, a menos que a pessoa queira expor sua saúde a riscos graves. Como foi citado é fundamental o acompanhamento médico. A automedicação pode além de retardar os efeitos desejados, causar danos como polictemia, problemas hepáticos, doenças vasculares, diabetes e levar ao óbito. É POSSÍVEL FAZER USO DE HORMÔNIOS SEM RISCOS À SAÚDE¿ É possível fazer o tratamento hormonal com qualidade e responsabilidade, seguindo as orientações e com o acompanhamento mul-

tidisciplinar. Verificando sempre e longitudinalmente os níveis de hormônio no organismo, respeitando os limites e o tempo adequado de tratamento. Pode levar algum tempo, mas o resultado virá sem duvidas de modo positivo, com satisfação e qualidade de vida. QUAIS OS MAIORES RISCOS NO USO CONTINUO DE HORMÔNIOS MASCULINOS E FEMININOS¿ No caso do hormônio masculino testosterona os riscos são vários, mas citando alguns temos: problemas cardíacos, aumento dos glóbulos vermelhos no sangue, tumores hepáticos. No hormônio feminino estradiol / progesterona e derivados: distúrbios vasculares, o risco de doenças trombóticas, aumento de peso, osteoporose. SE PUDESSE ACONSELHAR TRANSEXUAIS QUANTO AO USO DE MEDICAÇÕES, O QUE DIRIA¿ Meu conselho como farmacêutica é que, qualquer tratamento onde se faz uso de fármacos e medicações é necessária muita cautela. A saúde é o bem mais precioso que devemos preservar, sem ela não há qualidade de vida. Procurar o auxílio de profissionais da área medica é o primeiro passo. Não fazer nada por contra própria ou por indicações de leigos no assunto. É possível ter grandes resultados com paciência, disciplina e consciência.

Drª Sara Moura Rodrigues


EDMÉA BARBOSA BARBOSA EDMÉA

BIANCA NOVAES Nascida em 6 de agosto de 1989, aos 26 anos é cabeleireira, maquiadora, design de sobrancelha, bailarina, modelo pela agência Mega salvador e cantora lírica.

a, o d a c i l e d s i a em a n fi s i a te m n e e l g a , s “A pe a v r cu s a , a e m ê f e cheiro d a...” ç n a d u m a e perceb

A infância de Bianca foi como na maioria dos casos de transgeneridade, cheio de discriminação. As brincadeiras eram na maioria das vezes com bonecas, tanto que apanhava por causa das escolhas, do trejeito e por querer vestir as roupas das primas. “Não me descobri, nasci assim, não

virei uma gay, um viadinho, eu nasci assim! ”

Os preconceitos familiares eram claros, Bianca não devia brincar com os primos e uma tia chamava de viadinho preto. “Era horrível,

principalmente para uma criança, daí comecei a brincar sozinha, fazia as minhas bonecas, inventava minhas coisas e brincava só. Cresci e quando vim morar com a minha tia, comecei a trabalhar na barraca do Lôro lá na praia do flamengo, subia e descia correndo na praia o dia inteiro, para não precisar me prostituir, foi nesse momento que comecei a tomar hormônio.”

Logo em seguida conseguiu emprego em um restaurante japonês, segundo ela, passou a correr de dia na barraca e de noite no restaurante. Depois foi trabalhar em um restaurante de outro seguimento na Avenida 7, brigava com o dono o tempo inteiro. Ficou um mês como gerente, pela competência foi colocada no posto, mas acabou não ficando. “Ele era muito chato, a treva, rs.”


Quando saiu da gerência voltou para res- Bianca diz que não tem pretensão de ser taurante japonês, em um foi muito discrimina- uma cantora popular como Ivete Sangalo, de múda: “eu gostava muito do ambiente, mas um dos sicas populares, mas quer ser reconhecida como sócios me chamava de “ele”, me citava como “o cantora Lírica, quem sabe uma Maria Callas, para menino ali de cima”, fazia crepe Francês na épo- isso tem se profissionalizado na área. “Tenho fei-

ca, esse sócio me acusou do roubo de uma chave, depois acharam a chave e o rapaz da limpeza confirmou que ele é quem tinha guardado e ai ele não teve coragem de me pedir desculpas. Eu nunca roubei nada de niguém, não preciso, tenho caráter, posso bater no peito e dizer que nunca roubei nada de ninguém. ”

Após um momento longo em restaurantes a moça que já fazia cursos na área da beleza iniciou trabalhos em salões. Hoje estabelecida no mercado mantem uma renda que possibilita seu sustento em uma vida digna e confortável. Pretende fazer faculdade de música e evoluir em suas profissões. Sobre a música, diz que foge à regra dos que nasceram com a música, como muitos dizem, mas ouvia a vó cantando, e então foi despertando os sentidos musicais. “Quando era criança, não conhecia o canto líri-

co, a ópera, quando ouvi passei a cantarolar. Na escola, no primário, tinha uma professora que sempre tocava violão e era muito legal. Aí foi crescendo a vontade, as pessoas que me ouviam falavam que minha voz era bonita.”

to aula particular com Cyrene Paparotti um dos maiores nomes do canto lírico. Ainda não cantei em público, principalmente no meio LGBT”. Perguntamos para a nossa entrevistada sobre quando se viu mulher pela primeira vez fisicamente, e ela nos surpreendeu, lindamente:“Primeiro nasci mulher e fui me tornando vi-

sualmente melhor após o uso de hormônios, a voz vai afinando, a pele mais fina e mais delicada, o cheiro de fêmea, as curvas, a gente percebe a mudança e as pessoas também. Ai a gente continua o tratamento e vai dando certo. Eu coloquei a prótese nos seios e pretendo fazer a cirurgia para redesignação”. Sobre o nome e gênero nos contou que luta e quer seus direitos, Deseja ser reconhecida pelo nome e gênero. “Um amigo tem me ajudado no processo do

nome, me pediu alguns documento, fotos, laudo psicológico e coisas do tipo, e estou providenciando. Mas tem também o nome social e sei que tem gente que insiste em discriminar, em não respeitar, mas o nome social é um direito e eu luto também por isso”.


EDMÉA BARBOSA Em 2010 Bianca fazia balé com Jorge Cavalcanti, sentia-se um patinho feio, muito magra, sem bunda, sem graça, com cabelo grande. Jorge, disse que ela ia participar do concurso rainha do carnaval, perguntou se ela sabia dançar e não contente com o que viu, resolveu ensinar. “Ele me

ensinou o samba de gafieira das passistas do Rio de Janeiro, me deu um salto imenso e achei que ia cair. Quando entrei no palco estava de rosa e a roupa me valorizou muito, naquele dia parecia não ser eu, fui lá fiz e levei o título de Rainha do Carnaval 2010”. Após o primeiro concurso Cavalcanti levou a moça para o Miss Salvador, nesta época ela ainda não tinha amizade com Scher Marie, ao contrário: “Não me batia muito com ela, mas

participei do concurso e ganhei o título de Miss produção de Maria Helena Dias, vestiu Michelly Xys estilista da Globo. “O teatro estava dividiSalvador Gay 2010”.

Ainda no mesmo ano participou do Miss do ao meio entre Bahia e Pernambuco, a orcida Bahia, e ficou em segundo lugar. “Neste evento maior era por Pernambuco, mas os jurados escoaconteceu algo engraçado, uma transformista lheram e levei o título”. Até então Bianca não tem mais participaque se achava disse que eu era feia e que não le- varia nada, mas no final das contas fiquei em se- do de concursos de beleza, tem focado nos estudos musicais e no trabalho. Porém nos contou gundo lugar e ela nem no top 5 apareceu... Rs” O Miss Beleza Nordeste com 18 candi- que deseja continuar participando das coisas que datas, foi o proximo concurso de beleza que acredita e que adora fazer ensaios fotográficos, participou, houveram comentários de que uma por exemplo. baiana iria incomodar, algumas desacreditaram “Gostaria de fazer um ensaio com traje e cabee como resultado trouxe para a Bahia tudo que lo de época e algo tipo Vogue, bem sensual, mas podia: passarela, vestido, elegância e o título. Foi topo fazer ensaios diferentes, já tive propostas uma festa na cidade, pois ninguém tinha saído para fazer ensaios de noiva beira mar, mas a falta daqui para ganhar em outro estado e Bianca foi a do vestido impossibilitou”. Sobre estudos e pesquisas diz que nutre o primeira. Em 2011 foi para Juiz de Fora para um dos desejo de fazer Direito e que não se sente leiga maiores concursos de beleza do Brasil e não foi sobre os estudos de gêneros: “Alguns pesquisaclassificada entre as 12, depois de muito tempo dores escrevem suas opiniões baseadas em ouboatos circulam de que o nome dela estava en- tras opiniões, fazem conclusões de pesquisas tre as 12 e possivelmente entre as 5. “Soube dessa feitas apenas com algumas pessoas, mas somos

possibilidade, mas aí já tinha passado, na época muitos diferentes, vivenciamos coisas diferentes e isso deve ser levado em conta” Bianca nos convoltei de lá decepcionada com concursos”. Faltavam 15 dias para o Miss Bahia 2012 de Bagagery, quando Scher Marie disse que a moça iria participar Mesmo Bianca afirmando que não tinha ventido, sapato, Scher insistiu e o resultado foi o titulo de Miss Bahia Gay 2012. “Quando entrei o teatro veio abaixo, era meu” Para o Miss Brasil houve um preparo, com

tou que gosta de ser entrevistada e não vê problemas em responder perguntas. Sobre a sua religiosidade diz que é evangélica e faz parte da Comunidade Maravilhosa da Graça em Lauro de Freitas, deixou claro que é bem aceita pelo Deus que serve e não precisa mudar em nada sua vivência para ser amada.


Títulos “Sou uma mulher transexual, sou baiana, sou cristã, sou aceita por aquele que me salvou do jeito que sou e me sinto infinitamente amada”

Eu sei que vou te amar “Eu sei que vou te amar Por toda a minha vida eu vou te amar Em cada despedida eu vou te amar Desesperadamente, eu sei que vou te amar E cada verso meu será Pra te dizer que eu sei que vou te amar Por toda minha vida Eu sei que vou chorar A cada ausência tua eu vou chorar Mas cada volta tua há de apagar O que esta ausência tua me causou Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver A espera de viver ao lado teu Por toda a minha vida” Compositor: Tom Jobim e Vinícius de Moraes Uma das músicas que mais gosta de cantar FOTOS DESTA ENTRVISTA: ACERVO PESSOAL DA ARTISTA

Rainha do Carnaval Miss Salvador Miss Beleza Nordeste Miss Bahia Miss Brasil


MARIANA FIGUEIREDO

MissTransex 2016

O primeiro Miss Transex de Scher Marie em Salvador, aconteceu na Boate Tropical em 16 de agosto 2014. Na oportunidade 10 candidatas Trans, desfilaram com traje de banho e traje social. A ganhadora da premiação que incluiu uma rinoplastia foi Maria Fernanda Izidoro, moradora da cidade de São Paulo. Tudo começou com um vídeo de Alana Adrielle, primeira jornalista transexual da Bahia. A Alana Repórter é conhecida por idealizar e manter o blog “Hora da Verdade”, uma plataforma de comunicação sobre a cidade de Riachão de Jacuípe e redondezas. A moça que vem se destacando no meio é uma das mais competentes jornalistas da comunicação social. Em seguida a homenageada foi Marina Garlen (in Memorian) desde 31 de janeiro de 2016. Marina, era militante ativista das causas LGBTTS e foi relembrada com o audiovisual Soloalmodóvar. O espetáculo de Isabella Sodréd, abriu a noite de shows, com o seu lindo balé, mostrou o encanto vivido pelas maiorias das meninas que almejam as passarelas. Em seguida a anfitriã adentrou o palco acompanhada por Isabela, momento em que homenageou sua mãe, dando-lhe um girassol, um brinde à vida, a força, à alegria, demostrando assim parceria entre mãe e filha.

Fotos 1. Maria Fernanda Miss Transex 2014 2. Alana Adrielle Oliveira 3. Abertura com Isabela Sodré 4. Scher Marie, apresentadora 5. Scher Marie e Isabela Sodré 6. Scher Marie prestando homenagem a mãe.


Miss Transex -Traje Típico ALAGOAS

BAHIA

PARÁ

Danielle Paixão

Pamella Lima

Kethllyn Fonseca

RIO GRANDE DO SUL;

SERGIPE

SÃO PAULO

Priscila Fellhipo

Taylany Magalhães

Vanusa Alves

RIO DE JANEIRO

TOCANTINS

Tuka Perez

Jessica Villalon

MELHOR TRAJE TÍPICO.


MARIANA FIGUEIREDO

OS SHOWS DA NOITE:

Dion Santiago

Rhonaldo Coasth par de Tanucha

Fabiane Galvão

Tanucha Taylor

Bianca Novaes e Scher Marie

Maria Fernanda Isidoro Miss 2014

Dois momentos promovidos pelo site DOIS TERÇOS deram um tempeiro especial ao evento, em um deles a Miss Transex 2014 e as candidatas do 2016, vestiram a camisa da campanha “Transfobia: Não há espaço para o silêncio. Denuncie!”. O outro ficou por conta da homenagem feita a Tanucha Taylor, estrela da campanha


TRAJE DE BANHO:

Danielle Paixão

Pamella Lima

Kethllyn Fonseca

Vanusa Alves

Taylany Magalhães

Tuka Perez

MELHOR TRAJE DE BANHO

Jessica Villalon

Priscila Fellhipo


MARIANA FIGUEIREDO

TRAJE DE GALA:

Jessica Villalon

Priscila Fellhipo

Miss Simpatia – Miss São Paulo, Vanusa Alves

5º lugar – Miss Pará, Kethllyn

4º lugar – Miss Rio de Janeiro, Tuka Perez

3º Lugar e Miss Fotogenia – Miss Alagoas, Danielle Paixão


2º Lugar e Melhor Traje Típico – Miss Bahia, Pamella H Lima

Miss Elegância – Miss Sergipe, Taylany Magalhães

1º lugar – Miss Sergipe, Taylany Magalhães

No compasso em que a Bahia vai em relação a concursos, a importância de criar e manter um projeto como este, idealizado por Scher Marie e apoio de empresas como o Studio Unico deve ser reconhecido por todas as esferas da comunicação. Oito Trans dedicaram dias e meses para concorrer ao título que foi conquistado por Maria Fernada em 2014. Fernanda deixou uma mensagem escrita em seu facebook para as candidatas: “À nova Miss Beleza Tran-

sex peço que continue o trabalho que comecei e mostre a todos a importancia de termos alguém que nos represente neste Brasil! Que você possa ser exemplo para várias pessoas assim como eu fui e poder levantar ainda mais o nome do Concurso” O título ficou com Taylany Magalhães, que veio da Inglaterra para participar do concurso. Na bagagem milhares de pedras de cristais trazidas para a confecção do vestido de gala. A moça que também levou o Título de Miss Elegância por seu traje de banho foi muito elogiada por postura, classe e beleza. Parabéns a Scher Marie e a todas as pessoas envolvidas no evento, vida longa e emponderamento para as Trans.


Atendimento psicológico gratuito para a População LGBT

Caso deseje atendimento, pode entrar em contato com gibahpsi@gmail.com informando seu nome, telefone e o porque precisa de atendimento.


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