Revista arte Trans Bahia outubro N10

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Revista

Arte Trans Bahia Décima edição. Outubro de 2016

ALANA ADRIELE JORNALISTA

NINA CODORNA AQTGENTE MARCCELUS BRAG VANUSA ALVES


Editorial

Expediente:

Arte Trans Bahia, Divulgação e exposição da Arte Transformista na Bahia. Web: Transartebahia.com E-mail: Transarte.bahia@gmail.com Telefone: 71-993228603 Diretora Geral: Edméa Barbosa Produção: Edméa Barbosa Diretora Administrativa: Mariana Figueiredo Jornalista Responsável: Manuela Simão Projeto visual: Edméa Barbosa Diagramação: Edméa Barbosa Matérias: Mariana Figueiredo e Edméa Barbosa Convidada: Bruna Bastos Fotógrafias Arte Trans Bahia Acervo pessoal de Artistas Acervo de Marccelus Brag Edição: Nº10- Outubro de 2016

E m junho de 2015 nasceu à ideia de catalogar as artistas transformistas que conhecíamos e foi neste momento que criamos o site Arte Trans Bahia: uma plataforma onde artistas da cena transformista da Bahia tivessem um espaço de fácil acesso para a divulgação e promoção das suas personagens e sua arte. Decidimos então produzir uma revista mensal que trate do mundo da arte transformista e faça o papel de guardar as informações. Para que esta revista tenha um serviço positivo na sociedade, sobre tudo para a população LGBTTQI acadêmica, convidamos pesquisadoras e professoras para a cada edição escrever conosco. Nesta edição trouxemos a história do transformismo com a militância de Marccelus Brag, um dos mais importantes nomes do cenário LGBTT. Marcelus manteve uma mídia durante alguns anos e contribuiu muito para a arte trans na Bahia. Como entrevistada a jornalista Alana Adriele, uma moça simpática que sabe qual o seu local de fala. Acadêmicas convidadas, as pessoas do blog “Ai que Tudo gente” e uma maravilhosa palavrinha de Mariana Figueiredo sobre Vanusa Alves. A revista Arte Trans Bahia e suas colaboradoras agradecem a todas as pessoas pelo apoio e incentivo. Att, Editora Arte Trans Bahia

Apoio


MARIANA FIGUEIREDO

A Estrela Marujo 2016 é uma ave conhecida por Nina Codorna. Era um sábado, dia 15 de outubro, madrugada do domingo, dia 16 de e a dona da hashtag “DragQueenNaBahia” Nina Codorna estava lá, mais uma vez no Âncora do Marujo para conquistar a faixa de “estrela Marujo” O concurso da casa em sua terceira edição, revelou Pinck ploct e Lizz Barum voltou este ano com a missão de desafiar as concorrentes semanalmente. Nina sim era uma das favoritas, mas tudo por conta de suas produções sempre muito pontuais. O comando ficou por conta de Bia, apresentadora e jornalista que dirige os sábados do palco do marujão. Nina é uma estrela, realmente estrela, suas apresentações são intensas e muito bem produzidas. O espetáculo que lhe garantiu o titulo foi baseado em Euvira, veja a cobertura da final pelo #MeSalte

“A drag queen Nina Codorna sagrou-se na madrugada deste domingo (16) a primeira vencedora do concurso Estrela Marujo, comandado por Bia Mathieu no bar Âncora do Marujo, no centro de Salvador. Esse não é o primeiro concurso que Nina conquista. “Ganhei um concurso de novatas revelação chamado Festival Drag Queen e um outro numa viagem que realizei aos Estados Unidos no concurso de dublagem “Drag Wars” no bar Rise, em Nova Iorque comandado pela drag queen Shequida Hall. Mas, quero deixar claro que não me importo em ter ou não ter títulos. Para mim é importante a participação e o aprendizado que você tira de cada experiência, seja competitiva ou não”, afirma. Nina completou um ano de apresentação nos palcos em agosto. “A arte drag me salvou em um ponto de minha vida onde eu pude me expressar artisticamente quem sou. Tem sido um caminho árduo, exijo muito de mim, porém algo muito gratificante”, conta.

Para o número da final, onde viveu a bruxa Euvira era usou de suas referências pessoais e artísticas que são oriundas do cenário musical de filmes infantis e da Broadway. “Sou fã desse tipo de narrativa e acredito que dá pra fazer muita coisa legal nessa perspectiva para números lúdicos. Além disso curto muito o ambiente clubkid/tranimal e sempre me inspiro em artistas que trazem uma estética do belo por outra ótica. Resolvi contar a mesma problemática que a bruxa Elvira sofre no filme. Ela é julgada por uma série de comportamentos, modos de se vestir e se comportar ao chegar numa cidade do interior que pensa de forma retrógrada. Porém repaginei e formatei tudo para um contexto atual. Chamei pessoas que vivem de arte e tem propriedade e espaço de fala para evidenciar essa causa e me sinto extremamente honrado pela presença e apoio delas!”, argumenta Nina, que ganhou R$ 2 mil em dinheiro como premiação”. Por Jorge Gauthier correio24horas.com.br/blogs/mesalte/


EDMÉA BARBOSA

Alana Adrielle Repórter jornalista, editora e idealizadora do blog de noticias “Hora da Verdade” Há um tempo, quando se pensava em arte transformista, sabíamos que tínhamos que ir em busca de um bar ou espaço cultural determinado para o segmento. Os rapazes que se transformavam em mulheres tinham a profissão de cabeleireiro para o sustento. Raramente se via outro profissional que pudesse se expor tanto. Sim o preconceito gritava. Será que alguém imagina na década de 80 um bancário ser também transformista? Pois bem, se houve, esteve escondido, muito bem guardado... Na atualidade é fácil encontrar acadêmicos, publicitários, nutricionistas, jornalistas e até mulheres atuando na arte transformista. Um verdadeiro avanço para o segmento que representa uma classe. Hoje vamos conhecer a historia de Alana Adriele, uma mulher trans que há alguns anos subia em palcos soteropolitanos dublando musicas de forró e hoje é a primeira jornalista transexual a manter uma mídia no Brasil.


Alana, na integra ATB- Quem é Alana, quando anos? Alana- Sou uma transexual, nascida na década de 1980, tenho 36 anos de idade, tenho gênio forte, odeio falsidade e mentiras, romântica, sonho uma dia encontrar meu “príncipe encantado”. ATB- Como surgiu o Jornalismo e há quanto tempo é jornalista? Alana- O jornalismo surgiu em minha vida ainda na minha infância, eu tinha 12 anos, sempre assisti telejornais, na época o (Aqui Agora) do SBT me fascinava, às vezes deixava os deveres da escola de lado para assistir, até hoje ao lembrar do jornalístico me vem aquele BG emblemático na cabeça. Mas o primeiro

contato real que tive com uma noticia, foi um estupro seguido de um assassinato que aconteceu em minha cidade, eu corri, peguei minha bicicleta e fui ver de perto tudo que aconteceu, quando voltei para casa vários vizinhos me esperavam na porta para que eu contasse como tudo aconteceu, a partir dai não parei mais. Também tinha a mania de anotar todas as noticias lidas pelos apresentadores de telejornais que assistia, para depois brincar de apresentadora, fingindo estar em um estúdio apresentando um telejornal, quando não era isso, eu saia na rua brincando de entrevistar meu amigos. Na verdade o jornalismo nasceu comigo, correndo em minhas veias.

ATB- Onde cursou a faculdade? Alana- Na Faculdade Anisio Teixeira, FAT de Feira de Santana, sou a primeira transexual da Bahia formada em jornalismo, e a primeira que ingressou na instituição, lá sempre fui muito bem tratada, principalmente pelos colegas, 3 deles se tornaram especiais, irmãos na minha vida, que são a Lina Santana, Mario Gonçalves e Nádia Rocha, que inclusive foram a minha equipe do TCC, a única reclamação que tenho da FAT é a falta de publicidade em cima deste fato, acho que expor a minha situação, a minha jornada, de forma que chegasse até outras transexuais e travestis, em forma de palestras, congres-


EDMÉA BARBOSA

sos, divulgação nos canais de publicidade da faculdade, ajudaria a muitas meninas e meninos trans chegarem aos ensino superior, pois muitos temem a forma como seriam ou serão tratados, temem o preconceito, e isso fecham portas, principalmente em nossa região. Acho que quanto mais se divulgar que é possível uma mulher ou um homem trans cursar uma faculdade, menos dificuldades e medos cairão por terra. ATB- Fez parte de algum programa do governo ou pagou a faculdade particular? Alana- Comecei pagando, mas depois consegui o FIES e a faculdade me reembolsou todo o valor pago, e o restante passou a ser financiado, agora estou aguardando o começo do pagamento das parcelas, passado o período de carência. ATB- Quando deu inicio a faculdade já estava no processo de transição ou deu inicio depois? Alana- Minha transição foi feita aos meus 17 anos, quando eu tinha 14 anos minha mãe me levou para acompanhamento em um endócrino e um psicólogo, meus seios eram como de uma menina, foi então que foi diagnosticada a minha transexualidade, e comecei a fazer o tratamento, então quando entrei para a faculdade eu já tinha a minha imagem feminina, a qual compartilho desde meus 17 anos. ATB- Qual a maior dificuldade que encontrou, sendo trans e profissional da comunicação? Alana- Minha maior dificuldade realmente e o preconceito, que algumas vezes sofro, por fazer muitas reportagens policiais, ou de acidentes, sempre quando uma das partes se sente exposta parte para me ofender usando da minha transexualidade, no inicio machucava muito, mas fui me acostumando. Outra dificuldade é campo de trabalho, meu grande objetivo e trabalhar na TV aberta, numa emissora fazendo trabalho jornalístico, reportagens


produção, edição, enfim, qualquer função jornalística, mas com o desejo final de passar pela área de reportagem e depois apresentadora, já pensou, depois da Maju e da Gloria Maria serem as primeiras mulheres negras a ter destaque no jornalismo, uma na década de 1970 e outra atualmente no Jornal Nacional, pense aí eu ser a primeira transexual do Brasil a apresentar um Jornal Nacional, ou simplesmente fazer parte dele? Imagine uma transexual apresentando um Cidade Alerta ou um Brasil Urgente? Esses são meus principais objetivos, confesso que os

dois últimos eu luto mais para conseguir, quero mostrar ao mundo que uma transexual também pode ser tão ou mais profissional em áreas que só pessoas “comuns” atuam. ATB- Sente o preconceito ainda? Alana- Algumas vezes, esse ano mesmo me dediquei a área de assessoria de comunicação em uma campanha politica, na minha cidade, e senti na pele muitas ofensas, sempre voltadas para o lado transfóbico, por ironia fui vitima até de um homossexual, por discordar do candidato que eu trabalhei, me ofendeu com palavras horrendas,

coisas pesadas mesmo. Mas sempre busco estar tranquila, as vezes perco a paciência e desabafo, falo coisas pesadas também, mas após me formar tenho evitado essas atitudes, a teoria do ensino acadêmico me moldou muito, e tirou certos vícios de personalidade que eu possuía, no mais levo na esportiva, pois os mesmo que me ofendem hoje, amanha acabam precisando de mim e eu acabo servindo em algo que os fazem refletir sobre tantas ofensas que me direcianram. ATB- Alana, como nasceu a ideia de ser blogueira ? o qual é editora e responsável.?


EDMÉA BARBOSA Alana- O blog existe desde 2010, a ideia nasceu durante um programa de radio que eu apresentava numa radio comunitária aqui da cidade de Riachão do Jacuípe,na época começava o boom das redes sociais com o Orkut, dai tive a ideia de trazer o que noticiava no radio para a internet, ai surgiu o blog, em 2012 eu aperfeiçoei, comprei equipamentos de filmagem e comecei a fazer reportagens de padrão de TV, ao mesmo tempo que sentia essa ânsia do publico em ver de fato a noticia, eu matava um pouco a vontade de estar na tela, de fazer reportagem de TV. Foi ai que nasceu a TV Verdade, faço tudo sozinha, filmo, edito, gravo o off, dirijo o carro de reportagem, que também é meu carro particular, costumo dizer que assovio e chupo cana, hoje encontrei um amigo que se interessou em fazer reportagens comigo, sendo meu cinegrafista, estamos bolando uma reportagem para os próximos dias, sinto ai que vem uma nova etapa no blog, espero que boa e muito produtiva. ATB- Se intitula como jornalista sensacionalista ou investigativa ? Alana- Um pouco dos dois, tenho um lado apaixonado pelo sensacionalismo, sou telespectadora assídua de Cidade Alerta e Brasil Urgente, sonho me vendo apresentando um desses dois, particularmente sou fascinada pela Rede Record, inclusive me comparam muito com a Renata Alves kkkkkkk, digamos que eu seja uma versão mais apimentada dela. Mas eu me identifico muito com reportagens policiais e de temas fortes. Mas nunca perdi a sensibilidade, já me peguei muito chorando em reportagens de tragédias, acidentes fatais, vendo a dor de parentes ao ver um filho, pai ou parente morto. ATB- Consegue manter as contas com o jornalismo on line? Alana-Confesso que não, durante o ano de 2013 até 2015 eu trabalhei paralela-

Todas as fotos desta matéria são do acervo pessoal da jornalista


mente com assessoria de comunicação na prefeitura de minha cidade, por ser um município pequeno existem muitas dificuldades de se conseguir patrocínios de lojas ou empresas locais, quando aparece algum, quer pagar barato demais pela publicidade, aí não compensa, infelizmente. Também tenho a ajuda de minha mãe, e assim vou vivendo. Na verdade com o jornalismo não vislumbro muito o lucro, mas sim a realização, principalmente se estiver escrito em meu destino chegar a uma TV aberta, não me importará o salario, me importará estar lá, na tela, fazendo o que amo com muito amor. ATB- Seu perfil é bem investigativo, existe algum caso que deseja investigar, sonha? Alana- Sempre que vejo aquelas reportagens especiais, como no Gugu, Roberto Cabrini, Câmera Record Investigação me sinto

maravilhada, paro o que eu estiver fazendo para assistir, aqui na Bahia não conheço nenhum fato que puxe para uma reportagem destas, mas certamente de ter algo por ai precisando ser desvendado e esperando uma repórter destemida para ir lá e tirar o lixo de debaixo do tapete, eu sou dessas, mas sozinha com um blog não é possível, até pela questão de segurança, estando em uma emissora de TV ou rádio é bem mais fácil, você tem todo um respaldo, um escudo de proteção, mas não nego, se cair em meu colo algo que precise ir buscar respostas à sociedade, não fugirei não, vou agarrar com unhas e dentes e correr atrás. ATB- Qual o desejo quanto profissional? Alana- Ser repórter de uma TV aberta, e depois conquistar meu espaço com humildade e ser uma apresentadora, espero que a primeira transexual do Brasil, e com

O outro lado de ser Alana Digamos que Alana fosse pega de surpresa no Domingão do Faustão, arquivo confidencial... Após a história sobre lutas, guerras que travou, batalhas vencidas, e antes de falar do seu percurso transexualizador, eis que adentra um vídeo com Scher Marie contando: “Alana era a pessoa que fazia números de forró, a forrozeira do transformismo. Todas as vezes que eu vinha fazer show no Marujo e que era possível, aqui estava ela, toda produzida...” rs Ninguém poderia imaginar que a moça já performou em palcos soteropolitanos, seus perfis da rede social não fazem menção do fato, porém após o fato scher nos contar descobrimos até que a moça levou até fogos de artifícios para o bar: “Fizemos um teste antes dela entrar no palco, ela queria fazer um efeito no show, mas o rojão era forte demais e o ambiente ficou cheio de fumaça...” Conta um dos proprietários do bar, entre gargalhadas. Alana na atualidade não faz mais shows, dedica-se exclusivamente à comunicação de Riachão de Jacuípe, e todos sabem que a moça continua dedicada e ousada como sempre foi.

esse passo ao mesmo tempo em que realizarei um sonho vou trazer a possibilidade de mostrar a ouros e outras transexuais e tudo na vida é possível, mesmo com todas as barreiras impostas, mesmo com muito preconceito, basta lutar, basta querer e ir à luta. Desejar ter uma vida melhor não é crime, não é impossível, porque só cabe para transexuais e travestis a vida de prostituição ou empregos simples sem muitas possibilidades de crescimento, por que um menino ou menina trans não pode ter um diploma de nível superior do curso que desejar ter, que sonhou ser quando criança? Sim, nós podemos! Estamos em constantes atualizações tanto na vida como nas tecnologias, não cabe mais no mundo atual fechar-se portas para profissionais por conta de não serem normais aos olhos de uma sociedade.


MARIANA FIFGUEIREDO

Vanusa Alves

Uma grande mulher, uma grande artista e, principalmente, um grande coração Quando eu comecei a frequentar o Âncora do Marujo, fui reparando pessoas que sempre estavam ali, e não eram os donos do bar. Comecei a ver que tinham pessoas que praticamente faziam parte daquele ambiente e só tive certeza quando uma dessas pessoas viajou por um tempo. Isso porque quando ela não estava lá as idas pra área externa eram sem graça, pelo menos não tinham a mesma alegria, só que quando ela não estava lá apenas de vez em quando eu não percebia a falta que fazia, mas quando ela, Vanusa, viajou pra Aracaju por um tempo... tenho que dizer que percebi que faltava um pedaço no bar e porque não dizer que faltou em mim?

Pense uma pessoa que me apaixonei de cara.. Vanusa sempre me recebeu com muita alegria e carinho, mesmo antes de me conhecer direito. Ela é o tipo de mulher de garra, fibra, não baixa a cabeça pra ninguém e defende os seus. Nusinha é dona de uma alegria e energia incomparável. Quando você chega triste ela logo percebe e pergunta o que houve e mesmo que você diga que não foi nada ela consegue levantar seu astral. Vanusa é um ser humano tão do bem. Ela luta pelo que acredita; ela leva sua vida sem pisar em ninguém; ela tem um coração que cabe um monte de gente; ela se importa com os demais, independente de qualquer coisa; ela é


“Eu sou bonita, meu amor!” o tipo de pessoa que eu admiro e me orgulho em conhecer. E além de tudo isso, adivinha..? Uma grande artista!! Recentemente Nusinha fez uma participação num show de da drag Valerie, que não apenas cedeu o palco, como também a produziu. E desde essa primeira aparição ela não largou mais o palco. Atualmente participando de concursos no Âncora do Marujo, é candidata a Revelação Marujo, sob comando de DesiRée Beck, aos domingos; e a Garota Marujo 2016, sob comando de Rainha Loulou, às sextas. E também participou do Miss Transex 2016, realizado no Espaço Cultural da Barroquinha, sob produção e apresentação

de Scher Marie Mercury, levando o título de Miss Simpatia. Só que o lance dela não é apenas concurso. Ela frequentemente faz shows nesse reduto artístico que é o Âncora do Marujo, às vezes como convidada da noite e outras como a dona da noite, como é o caso de seu show "Cabaret da Nusinha". Enfim, falar sobre Vanusa é fácil demais, mas ao mesmo tempo é bem difícil. Não sei ao certo como colocar pra fora esse tanto de coisa boa que vejo nela. O que importa é que esse coração enorme que ela tem cativa a qualquer um que se proponha a conhecê-la. Então fica o meu convite, que tal irmos todos assistir Nusinha e torcer por ela? Ela merece cada aplauso!


AQTGENTE

Enquanto houverem palavras, diremos. E assim vamos criando a conversa, a inquietude, o pensamento, a vontade, o desejo... Ai que tudo é pensar. Militar!

Não fazemos noção da quantidade de pessoas que pesquisam as questões de gênero, as vivencias e performances. Porém desde 2015, quando nos aproximamos à cena, vimos o surgimento de varias ideias. Em especial, ficamos sabendo de pessoas que estavam fazendo pesquisas de TCC, mestrado ou doutorado. Fomos a algumas palestras, participamos de oficinas e vimos nascer o “Ai Que Tudo Gente”. Um coletivo acadêmico formado por amigos estudantes e que estão produzindo e levantando relevantes questões sobre vivencia. Buscamos saber um pouco sobre a mídia e a idealizadora nos respondeu:

“O blog tem como finalidade central possibilitar a busca pelo novo, através de temáticas que girem em torno do cotidiano, da contemporaneidade e fazendo uso de uma linguagem que mescla o jovial com o conceitual; possui 4 editorias da autora Camilla Sales, tais quais, ‘Histórias para contar’, ‘Textos de bolso’, ‘Poesia de mulher’ e ‘Verdade seja dita’ – englobando, desde pautas de política (apartidárias) até entrevistas e relatos contextualizados, e 5 colunas sendo, respectivamente, ‘Glitter’ com Jordan Dafné, ‘O amor, o sexo e o mundo’ com Rafael Urpia, ‘Entre poderes e empoderes’ com Lara Teles, ‘Claquete quebrada’ com Bernardo Lessa e ‘Cutucando a ferida’ com Thiago Conceição – trazendo à tona formações discursivas que pairem por espaços diferentes de conversaria e substância com total licença poética. Surgiu pela inquietude de Camilla em compor, junto a uma equipe, uma empresa virtual que desse novos olhares a fatos e circunstâncias, assim como, ir contra essa via explorada pela grande mídia hegemônica, cuja violência sobrepõe o amparo e a responsabilidade social. Além, da exposição de talentos nesse cenário artístico-comunicacional baiano e a consequente revolução deste.”


Bicha Preta - Por Jordan Dafné “Não se contentou com a maldição de ter nascido em pele escura e resolveu virar viado. Tamanha vergonha, já não o olham com bons olhos, já está no limbo da sociedade, e ainda assim não para de dar motivos para ser discriminado. Ainda se sente no direito de reclamar e acusar um e outro de preconceito, preconceito de quê? Que culpa tenho se ao invés dele agregar privilégios a si mesmo escolheu mergulhar no limbo das minorias? Preto não entende que ele precisa se colocar no lugar dele, essa modinha de ser gay é pra branco, porque brancos são bonitos, ninguém confunde com ladrão, e geralmente tem dinheiro, então pra gente é mais fácil aceitar, mas preto? Preto tem que ser macho, forte, para aguentar o trabalho árduo todos os dias, ser rápido na hora de correr da polícia, e permanecer firme e forte suportando isso caladinho, sem frescura. Confesso que alguns gays negros são até bonitinhos, não tô falando daquele povo de periferia, com cabelo alisado, repicado, e franjas exóticas, shorts curtos e camisetas com as barrigas de fora, esses são repugnantes. Porém os másculos, aqueles bem fortes, ativos, de corte militar e postura séria… hmm, me deixam molhado. Sabe, eu acho que no mundo moderno até dá pra ser gay e negro, se souber se comportar, porque gay, negro e afeminado, já é demais né gente?

Ser gay e negro é pedir para ser discriminado e jamais respeitado pela sociedade, é uma fraqueza dentro de um grupo que já é bem fraco. Antes eles até se preocupavam em parecerem civilizados, atualmente só andam proclamando falácias de empoderamento, utilizando roupas estranhas e femininas, reúnem-se em festas sujas para dançarem vulgarmente e esfregarem-se um no outro. Um verdadeiro retrato da esbórnia e da sodomia. Essas tais de bixas pretas, só nos mostram o quanto é necessário ter amarras para que as atividades de pessoas de cor sejam limitadas, porque elas sempre exageram e ultrapassam os limites. Me faz pensar que de repente a escravidão não teria sido um período tão ruim, muito pelo contrário, uma era de ouro dos bons costumes e da moralidade social. Há quem me chamem de preconceituoso, racista, ou homofóbico, mas que obrigação eu tenho de gostar de bixa preta, se nem próprios gays gostam? Esse é claramente um texto integralmente irônico. Já que muitas vezes pessoas brancas e altamente despolitizadas falam por nós, negros e gays, que mal tem se falarmos por elas também? E de uma forma muito mais transparente e verídica, longe do glamour e da necessidade que elas possuem de parecerem politicamente corretas? Este não é um retrato dos discursos de gays brancos e racistas, este é um retrato do que se passa na mente deles e que vez ou outra acaba escapando e sendo exteriorizado. Agora, é com a consciência dessas pessoas para quem estou me dirigindo: goste você ou não, pretos são e serão o que bem entender. Não precisamos do seu respeito, da sua aprovação ou do seu hipócrita certificado de dignidade, só precisamos de união e liberdade, e isso nós mesmos podemos nos dar. O seu castigo é a angústia do seu próprio preconceito. Vai ter bixa preta sim!”


EDMÉA BARBOSA

Um artista plástico com alma de jornalista, espírito de militante e corpo de atleta que revirou a mídia A cada dia o empoderamento da arte transformista vem ganhando forças através da mídia. Segundo Bagageryer Spielberg que completou 30 anos de carreira este ano, alguns renomados jornalistas sempre deram atenção aos seus eventos, porém nada é foi tão pontual quanto hoje. Com as facilidades da rede, a cada época uma mídia surgia, mas em 2015, pessoas encantadas com a arte se desdobraram para criar o terceiro setor das temáticas LGBTTQI. Surgimos com a “Arte Trans Bahia” em julho de 2015, com o intuito de dar maior visibilidade à arte. Quase que ao mesmo tempo em a equipe “Fabulous” firmava o intuito de midia, eles são um casal que divulga tudo que é possível, e sai por aí com uma câmera na mão clicando a arte fabulosa, além de criar figurinos. Em seguida O “Me Salte” vinculado ao correio da Bahia, que trouxe uma incontestável visibilidade para o meio, uma grande equipe trabalhando para promover discussões, mas principalmente para fomentar a cultura LGBTQI. O clipping LGBT chegou com uma coletânea de noticias, uma das ferramentas mais importantes de pesquisa... Mas desde 2009 o site “Dois Terços” comanda o seguimento Lgbt no que se diz respeito a mídia, mesmo já existindo o Guia Gay Salvador.

Mas o que a memoria transformista conta é que em 2000, Marccelus Bragg comandou a comunicação na Bahia. Um quarentão artista plástico muito bem resolvido com sua sexualidade e sua imagem. Marccelus desenvolveu o “Portal Marccelus” após criar seu perfil pessoal em espanhol, um blog que mostrava a vida de um quarentão gay em otima performance fisíca aos 40 anos. No endereço mostrava que a condição sexual era uma dádiva, que a disciplina fazia seu corpo se manter saudável, tornando-se um exemplo a ser seguido. O desenvolvimento do portal buscava fomentar a arte e tudo o que cercava as temáticas LGBTTS. Além de informar tudo sobre o cenário da época, conseguiu entrevistar e fotografar artistas de todas as maneiras possíveis. Marccelus conseguiu manter o site pago, criou diversos canais no Youtube, filmou, produziu, editou conteúdo e divulgou todo o material de maneira gratuita. Com Scarleth Sangalo, Hebbie Lauper e Lizza Barum, no palco do Âncora.


Dentre as pessoas entrevistadas artistas como Bagageryer Spielberg, Dion Santyago, Gilvan Oliveira, Dicca Rios, Carolina Vargas, Scher Marie entre tantos outros nomes. O portal foi um dos principais meios de divulgação da arte transformista e da militância feita pelo Grupo Gay da Bahia. Marccelus conseguiu reproduzir, inovar, criar, divulgar... Sizinho mas de forma muito profissional.

De forma fascinante produziu entrevistas, esteve presente em vários eventos, e com seu olhar delicado foi guardando material valioso. Ao adentrar o Flirck de Brag, viajei em um tempo cheio de sorrisos e alegrias. Abaixo o comunicólogo nato com Ivonely Vergman, Tanucha Taylor, Divina Valéria e Bagageryer Spielgerg, seguida de Tabata Vermont. Abaixo com o publico em um evento em praça pública.


EDMÉA BARBOSA

“Sou um homem gay, virginiano, artista plástico, bodybuilder, Gay-webmaster do Marccelus Portal, entusiasta da visibilidade GLSBTS e membro de honra do Grupo Gay da Bahia do qual fui militante e ativista.”

Bragg foi um militante ativista na Bahia até se mudar para São Paulo. Sua batalha começou no GGB em 1980 e contribuiu com o grupo não só ao que se diz respeito a mídia, mas principalmente fazendo parte da comissão de frente. O moço coordenou ações, criou estratégias e fez um dos maiores movimentos que a Bahia já conheceu. E fez a primeira imprensa gay em SSA. O traballho do “Portal Marcellus” foi tão profissional e imparcial que ainda hoje é possível encontrar mais 300 videos no Youtube com diferentes artistas e diversas casas de Shows da cidade. Um Luxo! O Portal Marccelus ficou fora do ar durante um tempo, mas aos pouco vem repostando seu baú de lembranças. Fizemos uma pesquisa e encontramos além de um flirck, um blog, três canais no youtube e algumas entrevistas consedidas. Dentre algumas, escolhemos a de Renato Andrade para reproduzir duas perguntas importantes as quais induziram respostas que nos farão entender o poder que a midia tem: Renato Andrade- Como começou o “Marccelus. com”? Marccelus- A idéia foi política. Mostrar que homens de meia idade são participativos, existem enquanto objetos de desejo, podem ser bonitos e referenciam a homossexualidade como qualquer outra faixa etária. Embora não me ache modelo de nada apelei pro meu corpo para agenciar uma mudança no consciente coletivo. O sentido era este: “estou aqui aos 45 anos e sou assim. Se eu posso ser um gay feliz e sadio vc também pode, mexa-se!” Usei a minha imagem, as minha idéias e o meu estilo de vida como experiência inicial e deu certo. Muitos compreenderam a mensagem do site e no livro de visita há muitos registros de homens que se sentiam jogados pra escanteio ou passivos diante da meia idade e que resolveram mudar algo em suas vidas. Acho que foi positivo sacudir o conformismo dos coroas e distribuir a perplexidade do algo novo em suas existências.

Renato Andrade- Qual a principal contribuição de um site como o “Marccelus Portal”? Marccelus- O Marccelus Portal existe ha quatro meses. Já temos uma boa visitação diária e contribuímos no sentido de divulgar sempre e acima de tudo conteúdos GLSBTTS. De alguma forma é uma missão pra mim continuar falando e batendo na mesma tecla: ” A homossexualidade é uma benção” e manter o site nesta linha da valorização da homossexualidade e tratando de ajudar ao máximo a visibilidade de gays e de lésbicas é mais que um orgulho ou uma vaidade pessoal. É um respirar. Sou feliz sendo homossexual e quero partilhar isto com as demais pessoas e uso o site como veículo deste meu exemplo afirmativo. Daí porque tantos amigos e outros sites parceiros figuram no mesmo e me ajudam a caminhar rumo ao arco-iris. Todos os que estão na lista de páginas recomendadas e dos sites amigos no Marccelus Portal são tesouros e os tenho como preciosidades do nosso mundo. Fonte: renato@glx.com.br


Uma mídia como a Marccelus.com, tem um papel social muito importante. Um endereço que deu voz e a mesma que ecoa por tempo indeterminado. A cada coleta de imagens e entrevistas em diversas paradas pelo interior do estado, viagens para outros estados as quais levava a marca e mostrava o que acontecia na Bahia. Marccelus mostrou a arte através de fotografias, de entrevistas publicadas no Youtube, mas principalmente fez com que pessoas percebesses que ser gay é politico, artístico, mas principalmente um ato de felicidade. O propósito do rapaz era mostrar que a vida era bela sendo coroa, quarentão, mas foi além disso, ao levar consigo um grupo de artistas e simpatizantes da causa LGBT. Se tiver alguma duvida, sorria com o sorriso dele ao ver as fotos e vídeos disponíveis na internet. Além do trabalho midiático, precisamos falar sobre a militância do rapaz que há anos se dispõe a fazer parte do grupo que mais lutou por questões politicas na Bahia, no Brasil. Brag também é Mareata do GGB.


EDMÉA BARBOSA

A militância nas Mareatas Gays

A história de um grupo que lutou por direitos “A água me contou muitos segredos, refez os meus desenhos, trouxe e levou os meus medos…a vida que me é dada eu e água” diz por mim Caetano e testemunha para a história do movimento gay o mar da Baía de todos os Santos. Eram modestas mas emocionantes. Pouca gente no início. Logo nos primeiros anos da década de oitenta quatro gatos pingados. Algum tempo depois um pouco mais de gays e de organização. Assim nasceram as mareatas do Grupo Gay da Bahia. Surgiu da cabeça do Luiz Mott. Queríamos mostrar a face da história não contada. Tinha a coisa do vetusto Forte de São Marcelo desafiando o nosso olhar para a grande obra do Governador Gay Diogo Botelho (1618), praticante do “amor que não ousa dizer o nome” e denunciado peloTribunal do Santo Ofício em nossa Salvador colonial. Bem no sentido de Bahia rima com sodomia… nos seus desvendados e nefandos pecados. Uma hipocrisia secular que tentávamos com as nossas irreverentes e até ingênuas atitudes afrontar. As ditas mareatas gays do GGB consistiam em navegar pelo mar e circundar o tombado monumento militar.Era todo um ritual bem estudado e planejado – até licença ao Iphan – para se dar a volta ao forte pedíamos. Alugávamos um barco na rampa do mercado modelo [ainda não existia o atual terminal marítimo do comércio e podiam ser vistos ao lado da antiga alfândega e bem no cais alguns dos extintos saveiros no atracadiço]. O GGB muito pobre não dispunha de dinheiro sobrando e contava – para atos em que tínhamos que pagar algo mais caro, como o aluguel da nau – com a colaboração financeira do Mott e também de algumas merrecas que sobravam da coleta dos domingos quando

passávamos a sacolinha recolhendo o “dízimo gay”. O sentido do evento era reunir os homossexuais diante de um fato histórico, de criar uma áurea de coletividade e de valorizar-lhes a auto estima e acima de tudo, chamar a atenção da imprensa. Numa fase em que na Bahia os gays eram afrontados pelas difamações e calúnias do principal jornal, éramos em meados dos anos 80 os “ditos culpados e apontados como os principais transmissores da AIDS”. Enfrentávamos uma guerra de nervos constante. Bastante humilhação nas ruas e exacerbação do preconceito. Certos setores da mídia na Bahia nos tinha aversão, indiferença ou desprezo e a nossa saída. A grande investida do GGB naqueles difíceis anos foi manter-se coerente, politicamente correto e de aprofundar-se cada vez mais nos postulados científicos que então nos garantiram o conhecimento e as armas de defesa contra os reacionários, homofóbicos e ignorantes de plantão. Daí surgiram as mareatas, as manifestações em frente ao Fórum contra algum tipo de pendenga antigay, presença de homossexuais organizados nos desfiles da Independência da Bahia e do Brasil, e em tantas outras atividades públicas pondo à tona o enxergar da homossexualidade. Não me lembro de nada ficar sem resposta quando atacados ou vilipendiados pela midia bairrista da soterópolis. E assim com altivez, coragem e sendo “bois de piranha” do futuro melhor, íamos furando o cerco dos antipáticos à causa. Fazíamos e divulgávamos um release bem explicado sobre a mareata e no dia do evento, geralmente uma véspera de feriado lá estávamos nós. Com flores e palmas de coqueiros nas mãos, de olho no mar torcendo pra não chover. Nos sentíamos triunfantes em nossas pequenas conquistas. Líamos algo, alguém inventava dar às mãos, cantar um hino oficial, proferir um rápido discurso, talvez


sob o ritmo de algum instrumento de percussão, levávamos faixas e cartazes do ativismo homossexual e lacrávamos em muita fechação. A união da irreverência com o políticos nas mareatas se davam muito bem. Num dado momento e bem próximo a fortaleza atirávamos as flores ao mar. Batíamos palmas e gritávamos palavras de ordem do tipo “É bom, é legal e normal ser homossexual”, “Diogo Botelho é o nosso herói”. “Viva os Gays”, etc… Dar pinta e descontrair durante a curta viagem era o melhor da festa. Repito. Tudo era muito divertido. Tenho particular saudade do lúdico enlace gay com o oceano das mareatas. O acontecer do navegar gay foi real e o que podíamos fazer naquela época para chamar a atenção sobre nós. Este cambio cultural do Gay Pride e de grandes passeatas gays soavam como coisas distantes. Eu as sentia como uma sofisticação americana bem no campo do intangível. Quando muito abríamos a página de uma revista para mostrar as gegebetes [como eram carinhosamente conhecidos os membros do GGB] uma foto do Gay Pride em San Francisco ou Nova York. Pra gente até mais da metade dos anos 80, não sabíamos de internet, o nosso luxo era disputar uma máquina de datilografia elétrica que o GGB comprou ou ganhou de um visitante gringo e abonado. A informação não era tão rápida e a TV nos massacrava, falava tanto de doença Gay ou peste Cor de Rosa que enchia o saco. Mal as bichas saiam da reunião do GGB – altivas e eufóricas – lá vinha um baixo astral e na Barroquinha já gritava ” Lá vai a AIDS”, “Pega ela aí”. Tudo que sabíamos do sério da SIDA pousava na caixa postal 2552 [ só o Mott tinha a chave, poliglota, traduzia tudo e eu sempre vibrei às 4as. e sextas com chegada do mesmo a sede do GGB às 20:20 com seu “bocapiu” de palha entupido de novidades de fora]. Tudo vinha nas correspondências, postais, artigos, cartas e nos muitos intercâmbios de informações e contatos internacionais do Luiz e também das revistas generosamente nos ofertadas como Gai Pied e Advocate. No Brasil ainda tínhamos e folheávamos bastante o nosso acervo do então já extintoLampião doado pelo João Silvério Trevisan e de raras revistas informativas do tipo ROSE que as bibas deixavam pro grupo com medo de escondê-las em casa. Não tínhamos esta cultura de terceiro setor, as condições materiais de hoje, leis e reconhecimentos públicos mais abrangentes, recursos governamentais e profissionalização da militância. Eram tempos de muita luta para se impor uma organização gay. O atual momento é de jogarmos duro e apoiados pelas novas invenções e tecnologias nos aproximarmos cada vez mais de quem ou do que forma opinião, angariarmos mais direitos e avançarmos. Como o fazíamos jogando flores ao mar da Bahia. Na vida que me é dada, eu e água. Os Gays e o mar. Vencemos com as Mareatas. Tenho vaidade e orgulho pelas conquistas do MHB e espero não naufragarmos jamais. Fonte: Escrito por Marccelus 24 jan 2004 em Marccelus.com Para saber Mais sobre o Grupo Gay da Bahia www.ggb.org.br

Todas as fotos utilizadas nesta matéria são do acervo de Marccelus portal.


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