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Análise atualizada do setor supermercadista no Rio de Janeiro e no Brasil
from Edição Especial - Revista Super Negócios - Março 2023
by ASSERJ - Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro
Emprego
Em janeiro, foram fechadas 2.820 vagas de trabalho nos supermercados do Rio de Janeiro. Esse resultado contrasta com os últimos quatro meses de contratações no setor fluminense. A performance nacional não foi diferente: saldo negativo em janeiro (-27.124). Das 27 unidades da federação, 24 acumularam demissões em janeiro no setor – exceto Roraima (+78), Paraíba (+52) e Amapá (+38).
Setor de Supermercados - Brasil x Rio de Janeiro
EMPREGO FORMAL (Janeiro, 2023)
No mês -27.124
Acumulado no ano
No mês -2.820
Acumulado no ano
-27.124 +55.791
Nos últimos 12 meses
-2.820 +648
Nos últimos 12 meses
Tradicionalmente, o primeiro mês do ano apresenta saldo de demissões , decorrente do reequilíbrio no setor da força de trabalho após as contratações sazonais do fi m de ano – assim ocorreu nos últimos três anos. Tanto no Rio de Janeiro como no Brasil, o resultado de janeiro representou a dispensa de 62% das pessoas contratadas pelos supermercados nos meses de novembro e de dezembro passados.
Na comparação com janeiro de 2022, os resultados do início de 2023 foram menos intensos, apesar de também negativos. No primeiro mês do ano passado, os saldos de demissões no setor foram maiores, tanto no Rio (-3.573), como no Brasil (-36.912), e representaram a baixa de
Inflação
mais de 90% admissões em novembro e em dezembro de 2021. Cabe, entretanto, lembrar que as contratações nos últimos meses de 2022 foram menores do que o ano anterior, reflexo do pessimismo dos empresários do setor em relação à situação presente da economia, como mostra a pesquisa de confiança da Fecomércio/RJ.
Esse mesmo cenário foi observado nos dados do comércio varejista como um todo, tanto no Rio (-8.282), como no Brasil (-60.576), em janeiro. É recomendado aguardar os próximos meses para melhor avaliar as intenções de contratações neste ano, em um cenário de baixo crescimento conjugado com elevada taxa de juros e de inflação.
ATUALIZAÇÃO:
Todo mês, o CAGED/MTE atualiza os seus dados históricos, ajustando-os às declarações feitas em atraso ou corrigidas pelas empresas. Nesse sentido, cabe a atualização do resultado final da geração de empregos no setor de supermercados no Rio de Janeiro em 2022: saldo negativo (-105). O primeiro balanço, divulgado mês passado, sinalizava saldo positivo (+47). Dessa forma, o desempenho do setor fluminense foi o segundo pior do país, atrás apenas do Pará (-779). Junto ao Piauí (-25), foram os três únicos estados com saldos de demissões no ano passado. O saldo acumulado em 2022 nos supermercados brasileiros foi de 46.023 contratações.
O IPCA, índice de inflação oficial no Brasil, medido pelo IBGE, voltou a acelerar em fevereiro (+0,84%), na comparação com janeiro (+0,53%). Tratase da maior variação mensal desde abril do ano passado (+1,06%). A inflação no Brasil foi puxada pelos grupos educação (+6,3%), saúde e cuidados pessoais (+1,3%) e habitação (+0,82%), influenciados, principalmente, pelos aumentos de preços, em fevereiro, das mensalidades escolares, dos perfumes e da energia elétrica, respectivamente.
Setor de Supermercados – Brasil x Rio de Janeiro
Por outro lado, o subgrupo alimentação em domicílio, ou seja, alimentos e bebidas vendidos nos supermercados brasileiros, observou estabilidade de preços em fevereiro (+0,0%), o que contribuiu para conter a alta da inflação no mês. A consultoria LCA, por sua vez, projeta inflação de alimentação no domicílio ao final do ano de apenas +1,1%, apostando na queda de preço das commodities agrícolas, carnes e ovos.
Independentemente do movimento, da aceleração, da estabilidade ou da desaceleração, cabe registrar que oito dos nove grupos pesquisados pelo IPCA registraram infl ação em fevereiro, à exceção de vestuário (-0,3%), o que representa um cenário de inflação disseminada pela economia brasileira.
No Rio de Janeiro, o resultado não foi diferente: aceleração da inflação geral em fevereiro (+0,65%), comparado a janeiro (+0,43%). E, como na média brasileira, maior inflação desde abril do ano passado (+1,39%). O grupo de transportes impulsionou a inflação fluminense em fevereiro, diante do aumento das tarifas do trem, na região metropolitana, e dos ônibus e do taxi, na capital.
O subgrupo alimentação no domicílio, por sua vez, registrou deflação no Rio de Janeiro em fevereiro (-0,3%). Ou seja, na média, os produtos vendidos nos supermercados fluminenses reduziram o valor no último mês. Foi a primeira queda desde setembro do ano passado (-0,7%). A pesquisa de Cesta Básica
Setor de Supermercados – Brasil x Rio de Janeiro
Alimentação em Domicílio
Os itens que diminuíram de preço nos supermercados do Rio em fevereiro, segundo o IPCA, foram: legumes (-7,6%), carnes (-2,9%), aves e ovos (-2,6%), sal e condimentos (-2,2%) e óleos e gorduras (-0,4%). Destaque para os subitens: cebola, batata e tomate, alcatra e filémignon, frango em pedaços, alho e sal, e óleo de soja, respectivamente.