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Análise mensal do setor supermercadista no Brasil e no Rio de Janeiro
from Revista Super Negócios 47ª Edição -Junho 2023
by ASSERJ - Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro
Indicadores atualizados mostram o comparativo do cenário econômico entre o país e o estado
Vendas
Supermercados - Brasil
Em abril, as vendas dos supermercados brasileiros recuaram -0,1% quando comparadas as do mês de março/2023, já descontada a inflação e os efeitos da sazonalidade. Esse resultado veio no sentido oposto ao verificado no varejo como um todo (+0,1%) e ao desempenho do setor em março (+1,4%).
Ao comparar com o mesmo mês do ano anterior, abril/2022, as vendas dos estabelecimentos no país cresceram +3,8% em termos reais, ou seja, já descontada a inflação. Esse indicador foi bastante superior ao verificado no varejo como um todo (+0,5%). Foi o 11º mês consecutivo de alta nas vendas dos supermercados brasileiros, nesse paralelo.
+3,8%
No acumulado do ano até abril, as vendas dos supermercados do Brasil cresceram +3,3% em termos reais, isso é, já descontada a inflação. Tal resultado foi bastante superior ao verificado no varejo como um todo (+1,9%). Foi o segundo ano consecutivo de crescimento nas vendas dos supermercados brasileiros no 1º quadrimestre. Neste ano, houve um maior dinamismo do que em 2022 (+0,1%).
Por região, oito das 12 unidades da federação pesquisadas registraram crescimento das vendas nos supermercados neste início de ano , a se destacar: Ceará (+16%), Espírito Santo (+7,1%) e Rio de Janeiro (+5,4%). Por outro lado, sofreram as maiores quedas: Paraná (-2,7%), Goiás (-1,8%) e Rio Grande do Sul (-0,6%).
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Supermercados – Rio de Janeiro
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas dos supermercados fluminenses, em abril, cresceram +1,6% em termos reais (já descontada a inflação). Foi o quarto mês consecutivo de crescimento neste ano e o primeiro abaixo da média nacional (+3,8%).
No acumulado do ano até abril, as vendas dos estabelecimentos fluminenses ampliaram +5,4% em termos reais, ou seja, já descontada a inflação. Esse resultado foi o terceiro melhor do país e maior do que a média nacional (+3,3%). Além disso, o forte crescimento do setor de supermercados no Rio este ano destoou da queda verificada no varejo fluminense como um todo (-1,2%).
RECEITA REAL DO SETOR (Abril, 2023)
Depois de dois anos de resultados negativos para o setor de supermercados do Rio, essa performance no início de 2023 deve contribuir para a recomposição das margens dos supermercadistas e a revisão de suas expectativas para o crescimento do segmento em 2023.
Nota: infelizmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não divulga os dados de passagem mensal por setor estadual, portanto, não temos o resultado de supermercados para o Rio de Janeiro em abril frente a março, dessazonalizado.
Emprego
Supermercados
Em abril, foram abertas 707 vagas de trabalho nos supermercados do Rio de Janeiro. Foi o segundo mês consecutivo de saldo positivo neste ano, após março (+126). Em nível nacional, foi observada a mesma dinâmica: contratações em abril (+5.906), na sequência de março (+8.606). Comparados a abril de 2022, os resultados do último mês foram melhores tanto no estado fluminense (+204), quanto no Brasil (+1.255), sinal do maior otimismo dos supermercadistas em 2023.
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de Janeiro:
Em 18 das 27 unidades da federação foram verificados saldos de contratações nos supermercados em abril. São Paulo foi o estado que mais ofereceu vagas (+1.753), seguido do Rio Grande do Sul (+1.154) e do Ceará (+788). Por outro lado, Rondônia foi o estado que mais fechou postos de trabalho (-89), seguido do Amazonas (-75) e Paraná (-71).
No acumulado do ano, os supermercados ainda somam saldos negativos, tanto no Rio (-1.279), quanto no Brasil (-10.834), diante do volume de demissões ocorridas em janeiro e em fevereiro. Tradicionalmente, o setor supermercadista acumula saldos de demissões nos primeiros meses do ano em decorrência do reequilíbrio da força de trabalho, após as contratações sazonais do fim de ano - assim ocorreu nos últimos três anos.
Comércio varejista
O resultado do setor de supermercados apoiou os saldos positivos observados no comércio varejista como um todo em abril, tanto no Rio (+2.337) quanto no Brasil (+16.591). Cabe destacar que o mês foi o primeiro de contratações no varejo fluminense neste ano, após demissões durante todo o 1º trimestre. Tanto que no acumulado do ano, o varejo soma saldos negativos no estado (-10.776) e no país (-55.209).
Varejista – Brasil x Rio de Janeiro
Comércio atacadista de alimentos
Em abril, o comércio atacadista de alimentos manteve o ritmo de contratações, tanto no Rio (+215) quanto no Brasil (+1.150). Este foi o nono mês consecutivo de resultados positivos no atacado fluminense e 15º no brasileiro. Dessa forma, no acumulado do ano, o setor apresenta saldos de geração de empregos no estado fluminense (+1.215) e no país (+7.482).
Inflação
Brasil
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice de inflação oficial no Brasil, desacelerou novamente em maio (+0,23%), ante abril (+0,61%), março (+0,71%) e fevereiro (+0,84%). Essa contínua diminuição dos preços sinaliza que a inflação no Brasil começa a ceder de forma consistente, como efeito da elevada taxa de juros. Cabe, ainda, destacar que a inflação de maio deste ano foi a metade da verificada no mesmo mês do ano passado (+0,47%).
A desaceleração da inflação em maio, frente a abril, foi observada em seis dos nove grupos pesquisados, a se ressaltar dois que registraram deflação: transportes (-0,6%), pela queda nos preços das passagens aéreas (-18%), gasolina (-1,9%) e óleo diesel (-6,0%), e artigos de residência (-0,2%), pela redução do valor dos eletrodomésticos (-0,6%), televisores (-1,9%) e computadores pessoais (-1,0%).
Além desses, o setor de supermercados contribuiu significativamente para a desaceleração da inflação brasileira em maio, sobretudo, pela estabilidade nos preços da alimentação no domicílio, ante alta em abril (+0,7%). Tal cenário se deu pelo equilíbrio entre produtos com inflação, como tomate (+6,7%), leite longa vida (+2,4%) e pão francês (+1,4%), e produtos com deflação, como frutas (-3,5%), óleo de soja (-7,1%) e carnes (-0,7%).
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Produtos de limpeza também observaram menor inflação em maio (+0,4 ante +0,6% em abril), ao contrário dos artigos de higiene pessoal, que tiveram maior alta nos preços (+1,1% ante +0,6%).
Setor de Supermercados – Brasil (Maio, 2023)
No acumulado do ano até maio, a inflação brasileira (+3,0%) já se aproxima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2023 (+3,25%). A atual aposta do mercado financeiro, segundo a pesquisa Focus, do Banco Central do Brasil (BCB), é que o IPCA Brasil encerre 2023 em +5,69% - acima da meta e do teto do intervalo de tolerância, que é +4,75%, pelo terceiro ano consecutivo. Cabe destacar que, como a inflação de maio veio aquém das expectativas (+0,33%), essa projeção deve ser revisada para baixo.
Todavia, diante do cenário já cristalizado de estouro da inflação em 2023, o BCB centra os seus esforços de política monetária, cujo principal instrumento é a definição da taxa básica de juros (SELIC), de olho na meta de 2024: +3,0%. A atual aposta do mercado financeiro, ainda segundo a pesquisa Focus, é que o IPCA Brasil encerre 2024 em +4,12%, isso é, abaixo do teto do intervalo de tolerância: +4,5%.
Previsão de inflação dentro da meta para 2024, ainda que na margem de tolerância, implica em perspectiva de taxa de juros elevadas por menos tempo, desonerando, assim, a produção, os investimentos e, consequentemente, a geração de emprego e de renda no país. A expectativa atual é que a SELIC, inalterada desde 2022 (13,75%), comece a diminuir a partir da reunião do BCB de agosto ou setembro. Deve encerrar 2023 com +12,50%, novamente, na casa de dois dígitos, mas abaixo desse patamar já em 2024 (+9,5%).
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, a inflação geral em maio (+0,08%) ficou abaixo da média nacional (+0,23%) e, também, desacelerou ante abril (+0,85%). Esse comportamento foi verificado em cinco dos nove grupos pesquisados, inclusive no setor de supermercados.
Setor de Supermercados – Rio de Janeiro
IPCA (Maio, 2023)
A se destacar, três grupos que registraram deflação no último mês: transportes (-0,6%), alimentação no domicílio (-0,4%) e habitação (-0,1%). Respectivamente, os produtos que definiram essas quedas nos preços: passagem aérea (-21%) e óleo diesel (-5,4%); carnes (-2,0%), cereais (-1,5%) e pescados (-4,7%); e gás encanado (-0,6%). Produtos de limpeza também observaram menor inflação no Rio (-0,4%, em maio, ante +0,4%, em abril), ao contrário dos artigos de higiene pessoal, que tiveram maior inflação (+1,4% ante +0,9%).
Setor de Supermercados – Rio de Janeiro (Maio,
2023)
Alimentação em Domicílio Produtos de Limpeza Higiene Pessoal
No acumulado do ano até maio, a inflação no Rio (+2,7%) ficou abaixo da média nacional (+3,0%). Destaque para a inflação concentrada nos supermercados fluminenses, muito baixa em alimentação no domicílio (+0,2%) e negativa em produtos de limpeza (-0,8%). Sinal de alívio para o bolso dos consumidores do estado. Artigos de higiene pessoal, por sua vez, acumulam forte alta nos preços (+5,0%), puxada por produtos para cabelo, desodorante, sabonete, produtos de higiene bucal e papel higiênico, todos itens com valores maiores em, pelo menos, 5% na comparação com dezembro do ano passado.
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Cesta básica
Brasil
Em maio, o preço da cesta básica brasileira caiu (-0,1%), frente a abril, na média das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística Estudos Sócio Econômico (DIEESE). Esse resultado vai no sentido contrário da forte alta observada em abril (+1,9%).
O valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 11 capitais, tendo sido registrada a maior queda de preços em Brasília/DF (-1,9%) e maior alta em Salvador/BA (+1,4%). São Paulo foi a capital onde a cesta básica apresentou o maior custo (R$ 791,82), seguida de Porto Alegre (R$ 781,56) e Florianópolis (R$ 765,13).
No acumulado do ano até maio, a cesta básica pouco variou de preço no Brasil (+0,7%) alívio no bolso da parcela mais carente da população, que gasta maior parte de sua renda no consumo de alimentos.
Vale recordar que, no mesmo período do ano passado, a cesta básica brasileira tinha observado um aumento na casa de dois dígitos (+11%).
Setor de Supermercados – Brasil
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Cesta Básica (Maio, 2023)
x Rio de Janeiro
Brasil: Rio de Janeiro:
Rio de Janeiro
Em maio, o preço da cesta básica na capital fluminense caiu (-0,1%) frente a abril, em linha com a média nacional. Esse resultado vai no sentido contrário da forte alta observada em abril (+2,1%). Ainda assim, a cesta básica carioca, que possui o valor de R$ 749,76, continuou a ser a quarta mais cara do Brasil.
Na comparação com o fim do ano passado (dezembro/2022), o valor do conjunto dos alimentos básicos está menor no Rio (-0,4%), ao contrário da média nacional, onde o preço observou um leve aumento (+0,7%). Na capital fluminense, as quedas nos preços vistas em fevereiro (-3,1%), março (-1,4%) e maio (-0,1%) suplantaram as altas verificadas em janeiro (+2,3%) e abril (+2,1%).
Abaixo, o conjunto de produtos que provocaram a queda no preço da cesta básica na capital fluminense em maio:
Óleo de soja, novamente, puxado pela queda do preço da commodity e a baixa demanda interna;
Carne bovina, devido à maior oferta e à menor demanda interna, diante de preços elevados; e
Açúcar refinado, pela maior oferta diante do início da safra.
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Por outro lado, aumentou de preço no Rio em maio:
Tomate, mais uma vez, por conta da menor oferta; e
Leite integral e manteiga, novamente, puxados pela menor oferta, em decorrência do período de entressafra de leite.