G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
I NTRODUÇÃO A pele é o órgão mais frequentemente afectado por reacções adversas medicamentosas (RAM). Não obstante a identificação de RAM cutâneas poder ser um processo complexo, uma vez que quase todos os fármacos podem causar quase todas as reacções cutâneas, é essencial que todas as suspeitas de RAM cutânea sejam avaliadas, pois apesar da maioria destas reacções serem ligeiras e benignas, em algumas situações
podem condicionar quadros clínicos severos e potencialmente fatais. RAM cutâneas em que existe uma disfunção aguda e grave da pele, com consequente risco de desidratação e de infecções, ou casos de afecções cutâneas acompanhadas de lesões viscerais, por exemplo a nível hepático, são exemplos de RAM graves.
Guia das Reacções Adversas a Medicamentos
Maria Augusta Soares
Os mecanismo fisiopatológicos mais frequentemente envolvidos na RAM cutâneas têm uma base imunológica ou toxicológica. ◊
◊
As RAM tóxicas geralmente dependem da dose administrada e desaparecem pouco tempo após a suspensão do medicamento; As RAM imunológicas geralmente não
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dependem da dose, podem persistir bastante tempo após a suspensão do medicamento e no caso da reintrodução do mesmo, a RAM, frequentemente, manifesta-se de forma mais rápida e grave. A classificação de Gell e Coombs permite dividir as reacções de hipersensibilidade em quatro grupos, que se encontram descritos no Quadro 1.
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Índice
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS Reacções adversas cutâneas 1 Introdução 1 Exantemas 4 Eritrodermia 7 Urticária 10 Angioedema 13 podem condicionar quadros clínicos severos A pele é o órgão mais frequenteDermatite de contacto 16 e potencialmente fatais. mente afectado por reacções adversas mediEritema fixo 19 camentosas (RAM). Fototoxicidade 22 RAM cutâneas em que existe uma Fototoalergia 25 disfunção aguda e grave da pele, com conseobstante a identificação de ErupçõesNão acneiformes 28 quente risco de desidratação e de infecções, Erupções psoriasiformes 31 RAM cutâneas poder ser um processo comAlterações capilares 34 ou casos de afecções cutâneas acompanhaplexo, uma vez que quase todos os fármaAlterações ungueais 37 das de lesões viscerais, por exemplo a nível cos podempigmentares causar quase todas as reacções Alterações 41 hepático, são exemplos de RAM graves.44 Vasculite cutâneas, é essencial que todas as suspeitas Pustulose generalizada 47 de RAMexantemática cutânea sejam avaliadas, aguda pois apeNecrose cutânea induzida por anticoagulantes 50 sar da maioria destas reacções serem ligeiPênfigo 53 Erupções liquenóides 56 ras e benignas, em algumas situações Eritema multiforme 59 Síndroma de stevens-johnson e necrólise epidérmica tóxica 62 Pseudolinfoma 66 Síndroma de hipersensibilidade 69 Fluxograma 72 Glossário 74
I NTRODUÇÃO
Os mecanismo fisiopatológicos mais Reacções adversas envolvidos cardiovasculares frequentemente na RAM cutâHipertensão neas têm uma base imunológica ou toxicoHipotensão lógica. Insuficiência cardíaca crónica (icc) Edema dos membros inferiores ◊ As RAM tóxicas geralmente depenDesequilíbrios hidroeletrolíticos dem da dose administrada e desapareTromboflebite Alterações coagulação hemóstase - hemorragias cemdapouco tempoeapós a suspensão do Hiperglicemia medicamento; Dislipidemia ◊
As RAM imunológicas geralmente não
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dependem da dose, podem persistir 77
bastante tempo após a suspensão do medica77 mento e no caso da reintrodução do mes80 83 mo, a RAM, frequentemente, manifesta-se 86 de forma mais rápida e grave. 89 A classificação de Gell e Coombs93 96 permite dividir as reacções de hipersensibi99 102 lidade em quatro grupos, que se encontram descritos no Quadro 1.
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R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
I NTRODUÇÃO A pele é o órgão mais frequentemente afectado por reacções adversas medicamentosas (RAM). Não obstante a identificação de RAM cutâneas poder ser um processo complexo, uma vez que quase todos os fármacos podem causar quase todas as reacções cutâneas, é essencial que todas as suspeitas de RAM cutânea sejam avaliadas, pois apesar da maioria destas reacções serem ligeiras e benignas, em algumas situações
Os mecanismo fisiopatológicos mais frequentemente envolvidos na RAM cutâneas têm uma base imunológica ou toxicológica. ◊
◊
As RAM tóxicas geralmente dependem da dose administrada e desaparecem pouco tempo após a suspensão do medicamento; As RAM imunológicas geralmente não
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podem condicionar quadros clínicos severos e potencialmente fatais. RAM cutâneas em que existe uma disfunção aguda e grave da pele, com consequente risco de desidratação e de infecções, ou casos de afecções cutâneas acompanhadas de lesões viscerais, por exemplo a nível hepático, são exemplos de RAM graves.
dependem da dose, podem persistir bastante tempo após a suspensão do medicamento e no caso da reintrodução do mesmo, a RAM, frequentemente, manifesta-se de forma mais rápida e grave. A classificação de Gell e Coombs permite dividir as reacções de hipersensibilidade em quatro grupos, que se encontram descritos no Quadro 1.
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I NTRODUÇÃO
Reacção Imunológica Tipo I (IgE mediada)
Mecanismo
Tempo
Ligação do complexo fármaco-IgE a Minutos a horas mastócitos com libertação de histamina e mediadores inflamatórios Tipo II Anticorpos IgG e IgM específicos antiVariável (citotóxica) células revestidas de hapteno-fármaco Tipo III Deposição de complexos fármaco-Ig 1 a 3 semanas (complexo imune) com activação do complemento Tipo IV Apresentação do fármaco por MHC às 2 a 7 dias (mediada por células) células T com libertação de citocinas e mediadores inflamatórios Quadro 1 Classificação de reacções imunológica Gell e Coombs
No entanto, o mecanismo envolvido é muitas vezes desconhecido. F ÁRMACO S FREQ UENTEMENTE E NVOLVIDOS EM RAM C UTÂNEAS
• AMINOPENICILINAS • SULFONAMIDAS • A NTICONVULSIVANTES • A LOPURINOL
Os factores de risco acrescido para o desenvolvimento de RAM cutâneas incluem: lúpus eritematoso sistémico, síndrome de Sjögren e infecção pelo HIV.
pêutica, como anticonvulsivantes e antiretrovirais. No caso da manutenção do medicamento ser imperativa, a evolução da RAM cutânea deve ser cautelosamente acompanhada.
No caso de o doente desenvolver uma RAM cutânea, é essencial a análise dos benefícios e riscos de manter e suspender a toma do medicamento suspeito, antes de qualquer decisão ser tomada. Esta análise é especialmente relevante para medicamentos de elevada importância teraP ÁGINA 2
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I NTRODUÇÃO
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001.
2. Riedl MMD, Casillas AMMD. Adverse drug reactions: types and treatment options, Am Fam Physician. 2003 Nov 1;68(9):1781-1791. 3. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007.
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E XANTEMAS D ESCRIÇÃO Os exantemas são as reacções cutâneas medicamentosas mais frequentes. Tipicamente manifestam-se por máculas, pápulas eritematosas ou erupções morbiliformes (semelhantes ao sarampo). A evolução simétrica e centrífuga é característica, surgindo inicialmente no tronco e áreas de pressão e progredindo para as extremidades e áreas intertriginosas (como as axilas e região anogenital). Adicionalmente, estas erupções podem ser acompanhadas de sensação de calor, ardor e prurido e de febre ligeira.
Figura 1. Erupção morbiliforme Retirado de DermAtlas, disponível em http:// dermatlas.med.jhmi.edu/derm/IndexDisplay.cfm? ImageID=1146419857
Pode ocorrer eosinofilia e citólise hepática com aumento sérico das transaminases.
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Hipersensibilidade tipo IV ou pseudo-alergia (mecanismos não mediados
por reacções de hipersensibilidade imunitária).
T EMPO DE L ATÊNCIA Geralmente, este tipo de manifestação cutânea surge entre 4 a 14 dias
após o início da toma do fármaco, mas pode desenvolver-se até 3 semanas
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C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
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M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
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T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
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R EGRESSÃO
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O BSERVAÇÕES
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B IBLIOGRAFIA
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E XANTEMAS
após o início da terapêutica ou mesmo já depois de rea-
lizado o tratamento.
T RATAMENTO E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
◊
• A LOPURINOL • A NTIBIÓTICOS ( PENICILINAS , CEFALOSPORINAS , SULFONAMIDAS …) • A NTICONVULSIVANTES ( CARBAMAZEPINA , FENITOÍNA …)
Suspensão do fármaco indutor, uma vez que a manutenção da administração pode levar a uma progressão para eritrodermia;
◊
Para o alívio do prurido, podem ser indicados anti -histamínico sistémicos, loções emolientes, aplicação de compressas frias e banhos de água tépida;
◊
As situações mais graves
• A NTITUBERCULOSOS ( ISONIAZIDA …)
podem ser tratada com corticoterapia local e/ou sistémica de curta duração; ◊
Nos medicamentos em que a suspensão não seja aconselhada, pode optar-se pela manutenção do fármaco acompanhada de tratamento da erupção com corticosteróides de aplicação tópica e anti-histamínicos sistémicos.
R EGRESSÃO “Tipicamente manifestam-se por máculas e pápulas eritematosas ou erupções morbiliformes”
Após a cessação da terapêutica o exantema
desaparece em 2 a 3 semanas.
O BSERVAÇÕES Para além da iatrogenia medicamentosa, o exantema pode resultar de infecções virais (EBV, CMV, HHV6, Parvovírus B19…) com especial incidência nas
crianças, ou de quadros patológicos como a reacção aguda Graft-Host, síndrome de Kawasaki e a doença de Still.
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E XANTEMAS
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da niversidade de Lisboa e Coordenadora da nidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da nidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da niversidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da niversidade de Lisboa nidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007. 3. Riedl MMD, Casillas AMMD. Adverse drug reactions: types and treatment options, Am Fam Physician. 2003 Nov 1;68(9):1781-1791. 4. Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Jameson JL et al. Harrison’s principles of internal medicine. 16thed. New York: McGraw-Hill Medical Publishing Division; 2008. 5. Wolff, K. Goldsmith, L. Katz, S. Gilchrest, B. Paller, A. Leffell, D. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine. 2nd ed. NY: McGraw-Hill; 2001.
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E RITRODERMIA D ESCRIÇÃO O agravamento do exantemas pode conduzir ao aparecimento de eritema generalizado (eritrodermia) por vezes associado a descamação (dermatite esfoliativa) e prurido intenso, que pode condicionar insónias. Neste tipo de reacção adversa não existe envolvimento das mucosas, mas as palmas e solas são frequentemente afectadas por hiperqueratose e fissuras. Os sintomas sistémicos incluem febre, linfadenopatia e anorexia.
Legenda Figura 1. Eritrodermia induzida por ampicilina. Retirado de Danderm, disponível em: http:// www.danderm-pdv.is.kkh.dk/atlas/3-16.html
perda de fluidos e electrólitos e infecções.
Entre as principais complicações da eritrodermia encontram-se a hipotermia,
C ONTEÚDO M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Mecanismo fisiopatológico desconhecido.
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D ESCRIÇÃO
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M ECANISMO
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T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
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R EGRESSÃO
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O BSERVAÇÕES
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B IBLIOGRAFIA
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E RITRODERMIA
T EMPO DE L ATÊNCIA E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
Tende a surgir entre 2 a 4 semana após a introdução do medicamento.
• A LOPURINOL • A NTIBIÓTICOS ( SULFONAMIDAS , PENICILINA ) • F ENITOÍNA • I SONIAZIDA
T RATAMENTO ◊
Suspensão do fármaco indutor;
◊
Para o tratamento do prurido estão indicados agentes antipruriginosos, anti-histamínicos sistémicos, banhos de aveia coloidal, aplicação de
compressas húmidas seguidas de emolientes suaves; ◊
Corticosteróides de potência ligeira;
◊
Suporte nutricional, de fluidos e electrólitos, em casos graves.
R EGRESSÃO
“palmas e solas são frequentemente afectadas por hiperqueratose e fissuras”
Pode levar semanas ou meses a regredir, após a suspensão do fármaco.
O BSERVAÇÕES É considerada uma reacção adversa grave, devido às possíveis complica-
ções.
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E RITRODERMIA
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Riedl MMD, Casillas AMMD. Adverse drug reactions: types and treatment options, Am Fam Physician. 2003 Nov 1;68(9):1781-1791. 3. Okoduwa C, Lambert WC, Schwartz RA, Kubeyinje E, Eitokpah A, Sinha S. Erythroderma : review of a potentially life -threatening dermatosis, ndian Dermatol. 2009;54(1): 1-6. 4. Umar, SH. Kelly, AP. Erythroderma (Generalized Exfoliative Dermatitis). eMedicine 2010 unho; Disponível em: http://emedicine.medscape.com/article/1106906-followup . 5. Bénichou, C. Adverse Drug Reactions: A Practical Guide to Diagnosis and Management. Chrichelester: Wiley; 1994.
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U RTICÁRIA D ESCRIÇÃO A urticária é uma das reacções adversas cutâneas mais frequentes e é caracterizada por pápulas eritematosas pruriginosas de tamanho variável e fugazes (individualmente, raramente duram mais de 24 horas). A urticária pode fazer parte de um quadro clínico de reacção tipo doença do soro (RTDS), em que adicionalmente podem estar presentes erupções morbiliformes, febre, artralgias e linfoadenopatia. Ao contrário do que acontece na
Figura 1. Urticária Retirado de DermIS, disponível em http: www.dermis.net dermisroot en 37189 image.htm
verdadeira doença do soro, não estão presentes a lesão renal, vasculite e hipocomplementemia.
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Três mecanismos podem estar envolvidos: 1) hipersensibilidade tipo I, com envolvimento das Ig E;
directa e desgranulação de mastócitos com a libertação de histamina e outros mediadores inflamatórios.
2) hipersensibilidade do tipo III, 3) mecanismos anafilactóides, em que há activação G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
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C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
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M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
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T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
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R EGRESSÃO
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B IBLIOGRAFIA
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U RTICÁRIA
T EMPO DE L ATÊNCIA
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
• A NTAGONISTAS RECEPTOR DA ANGIOTENSINA
Tipicamente surge em 36 horas, no entanto, consoante o mecanismo envolvido, poderá surgir mais tardiamente.
No contexto da RTDS, ocorre entre 1 a 3 semanas após a exposição ao fármaco.
DO
II
• A NTIBIÓTICOS ( SULFONAMIDAS , TETRACICLINAS , PENICILINAS ) • A NTI -
T RATAMENTO ◊
Suspensão do fármaco indutor;
◊
Podem ser indicados anti-histamínicos e corti-
costeróides sistémicos e agentes anti-pruriginosos suaves de aplicação tópica.
INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES
• I NIBIDORES
DA ENZIMA DE CONVERSÃO DA ANGIOTENSINA
R EGRESSÃO Alguns fármacos poderão causar urticária
crónica, que dura mais de 6 semanas.
O BSERVAÇÕES “Menos de 20% dos casos de urticária têm origem medicamentosa”
Os mecanismos envolvidos na urticária e no angioedema são semelhantes, diferindo pelo facto da primeira afectar a epiderme, enquanto o angioedema envolve a derme e o tecido celular subcutâneo. Menos de 20% dos
casos de urticária têm origem medicamentosa. Exemplos de outras possíveis etiologias deste tipo de afecções são as picadas e as alergias a alimentos. A RTDS apresenta maior incidência em crianças.
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U RTICÁRIA
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
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B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007. 3. Riedl MMD, Casillas AMMD. Adverse drug reactions: types and treatment options, Am Fam Physician. 2003 Nov 1;68(9):1781-1791. 4. Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Jameson JL et al. Harrison’s principles of internal medicine. 16thed. New York: McGraw-Hill Medical Publishing Division; 2008. 5. Wolff, K. Goldsmith, L. Katz, S. Gilchrest, B. Paller, A. Leffell, D. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine. 2nd ed. NY: McGraw-Hill; 2001. 6. Bénichou, C. Adverse Drug Reactions: A Practical Guide to Diagnosis and Management. Chrichelester: Wiley; 1994. 7. Soares M. Medicamentos não Prescritos.2ª ed. Lisboa: Publicações Farmácia Portuguesa; 2002.
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A NGIOEDEMA D ESCRIÇÃO No angioedema, os mediadores inflamatórios condicionam um aumento da permeabilidade cutânea, com consequente edema da derme, do tecido subcutâneo e das mucosas, em particular ao nível da língua, lábios, pálpebras e genitais, geralmente unilateral e não pruriginoso. Caso este edema afecte o tracto respiratório superior (laringe, faringe), pode resultar na obstrução das vias aéreas e morte, pelo que é essencial a rápida instituição de tratamento.
Figura 1. Angioedema Retirado de DermAtlas, disponível em http:// dermatlas.med.jhmi.edu/derm/IndexDisplay.cfm? ImageID=1884915420
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO O angioedeme pode ser ocasionado por reacção de hipersensibilidade tipo I, com envolvimento das Ig E, ou por mecanismos anafilactóides, com activação directa da desgranulação dos mastócitos e libertação
de histamina e outros mediadores inflamatórios.
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M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
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A NGIOEDEMA
T EMPO DE L ATÊNCIA Surge tipicamente durante a primeira semana de tratamento, no entanto,
consoante o mecanismo envolvido, pode surgir mais tardiamente.
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
• A NTAGONISTAS DO RECEPTOR DA ANGIOTENSINA II
• A NTIBIÓTICOS ( SULFONAMIDAS , TETRACICLINAS , PENICILINAS ) • A NTI - INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES
T RATAMENTO ◊
Suspensão imediata do fármaco indutor;
◊
Tratamento em meio hospitalar, através da administração de antihistamínicos por via oral/intramuscular, cor-
ticosteróides sistémicos e adrenalina subcutânea, nos casos de angioedema das cordas vocais.
• I NIBIDORES DA ENZIMA DE CONVERSÃO DA ANGIOTENSINA
R EGRESSÃO Tende a durar até 2 horas, podendo persistir até
5 dias.
O BSERVAÇÕES “pode resultar na obstrução das vias aéreas e causar morte”
Os mecanismos envolvidos na urticária e no angioedema são semelhantes, diferindo pelo facto da primeira afectar a epiderme, enquanto o angioedema envolve a derme e o tecido celular subcutâneo. Por esta razão, a maioria dos casos
de angioedema são acompanhados de urticária. A eficácia da adrenalina no tratamento do angioedema é reduzida em doentes em terapêutica com β-bloqueadores.
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A NGIOEDEMA
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007. 3. Riedl MMD, Casillas AMMD. Adverse drug reactions: types and treatment options, Am Fam Physician. 2003 Nov 1;68(9):1781-1791. 4. Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Jameson JL et al. Harrison’s principles of internal medicine. 16thed. New York: McGraw-Hill Medical Publishing Division; 2008. 5. Wolff, K. Goldsmith, L. Katz, S. Gilchrest, B. Paller, A. Leffell, D. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine. 2nd ed. NY: McGraw-Hill; 2001.
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D ERMATITE DE C ONTACTO D ESCRIÇÃO A dermatite de contacto pode surgir associada a medicamentos de aplicação tópica.
Figura 1. Dermatite de contacto a parabenos de uma Bota de Unna Retirado de Danderma, disponível em http:// www.danderm-pdv.is.kkh.dk/atlas/2-68.html?
zoom_highlight=contact+dermatitis
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Hipersensibilidade Tipo IV. A dermatite de contacto pode também estar associada à conversão do fármaco num foto-
alergénio, por intermédio de radiação UV (sobretudo UVA), com desencadeamento de uma reacção alérgica (foto-alergia).
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D ERMATITE
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C ONTACTO
T EMPO DE L ATÊNCIA
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
A reacção surge entre 2 a 7 dias após o contacto com o medicamento.
• A NTIBIÓTICOS TÓPICOS
• A NTIFÚNGICOS TÓPICIOS
T RATAMENTO ◊
• A NTISÉPTICOS TÓPICOS (I ODOPOVIDONA ...)
◊
A suspensão do medicamento indutor é a componente mais importante do tratamento Aplicação de loções cal-
mantes e emolientes ◊
Corticoterapia local e anti-histamínicos por via oral
◊
Banhos de aveia coloidal.
R EGRESSÃO Após a suspensão do fármaco, a dermatite de contacto tende a resolver-se espontaneamente em 4 a 6 “A suspensão do medicamento indutor é a componente mais importante do tratamento”
semanas.
O BSERVAÇÕES O diagnóstico pode ser complicado, uma vez que dermatite pode tratarse de uma reacção adversa ou uma manifestação da
doença subjacente (por exemplo, infecção bacteriana para a qual é utilizado o antibiótico tópico).
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D ERMATITE
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C ONTACTO
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Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
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B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Riedl MMD, Casillas AMMD. Adverse drug reactions: types and treatment options, Am Fam Physician. 2003 Nov 1 68(9):1781-1791. 2. BD, Shy, DT, Schwartz. Dermatitis, Contact: Treatment & MedicatioeMedicine 2010 Junho Disponível em: URL: http://emedicine.medscape.com/article/762139-treatment. 3. Wolff, K. Goldsmith, L. Katz, S. Gilchrest, B. Paller, A. Leffell, D. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine. 2nd ed. NY: McGraw-Hill 2001.
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Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
E RITEMA F IXO D ESCRIÇÃO É um tipo de toxicodermia causado exclusivamente por fármacos e outros agentes químicos. Caracteriza-se por uma lesão eritematosa ou eritemato-violácea, recorrente na mesma localização da pele ou mucosas oral e/ou genital, redonda ou oval, que pode conter uma bolha central e ser acompanhada de ardor e, por vezes, também prurido. Na fase resolutiva, dá lugar a mácula acastanhada (hiperpigmentação pósinflamatória). Surge tipicamente nas mãos, pés, língua, pénis e zona perianal. No caso de reintrodução do medicamento, a lesão reaparece exactamente no mesmo local anatómico (“fixo”) em que surgiu inicialmente, algumas horas após a administração do fármaco. Após várias situações de reintrodução do medicamento, pode haver envolvimento de áreas extensas de pele. As manifestações sistémicas incluem febre, mal-estar e sintomas abdominais, mas são raras.
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Figura 1. Eritema fixo induzido por fármaco. Retirado de DermIS, disponível em http://www.dermis.net/ dermisroot/en/29122/image.htm
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
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M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
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T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
20
R EGRESSÃO
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O BSERVAÇÕES
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B IBLIOGRAFIA
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E RITEMA F IXO
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
• B ARBITÚRICOS • C ARBAMAZEPINA • S ULFONAMIDAS • T ETRACICLINAS
O mecanismo envolvido é desconhecido, mas podem estar envolvidos
mecanismos de hipersensibilidade tipo III ou IV.
T EMPO DE L ATÊNCIA Geralmente, surge durante as primeiras 4 horas após a administração
do medicamento.
T RATAMENTO ◊
“No caso de reintrodução do medicamento, a lesão reaparece exactamente no mesmo local anatómico ”
A suspensão do fármaco indutor é geralmente suficiente para levar ao desaparecimento da lesão;
◊
Aplicação local de compressas de água fria.
R EGRESSÃO A lesão desaparece 7 a dias após a suspensão do fármaco, podendo permanecer alguma hiperpigmen-
tação.
O BSERVAÇÕES Os anti-histamínicos e corticosteróides não têm impacto significativo na sua
evolução.
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E RITEMA F IXO
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Porto
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007. 3. Riedl MMD, Casillas AMMD. Adverse drug reactions: types and treatment options, Am Fam Physician. 2003 Nov 1;6 (9):17 1-1791. 4. Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Jameson JL et al. Harrison’s principles of internal medicine. 16thed. New York: McGraw-Hill Medical Publishing Division; 200 . 5. Wolff, K. Goldsmith, L. Katz, S. Gilchrest, B. Paller, A. Leffell, D. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine. 2nd ed. NY: McGraw-Hill; 2001.
P ÁGINA 21
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G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
F OTOTOXICIDADE D ESCRIÇÃO A fotoxicidade assemelha-se a uma queimadura solar severa com eritema, edema, bolhas, vesículas, exsudação e, na fase resolutiva, descamação. Geralmente, torna-se evidente após 5 a 20 minutos de exposição solar. A lesão é confinada às áreas expostas à luz e após o desaparecimento destes sintomas pode permanecer uma alteração na pigmentação.
Figura 1 Fototoxicidade a sulfonamida Retirado de DermAtlas, disponível em: http:// dermatlas.med.jhmi.edu/derm/IndexDisplay.cfm? ImageID=1672287010
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO O mecanismo envolvido neste tipo de reacção envolve directamente a fotoquímica da pele.
electrões das moléculas, originando espécies reactivas de oxigénio com consequente lesão celular.
O fármaco fotossensibilizante e a luz criam um estado de instabilidade nos
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
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C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
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M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
22
T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
23
R EGRESSÃO
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O BSERVAÇÕES
23
B IBLIOGRAFIA
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F OTOTOXICIDADE
T EMPO DE L ATÊNCIA Bastam 5 a 20 minu-
O tempo entre o iní-
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
cio da administração do
tos de exposição à radiação
medicamento e o início da
para o desencadeamento da
reacção é variável.
fototoxicidade.
• A MIODARONA • A NTI INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES
• S ULFONAMIDAS
T RATAMENTO ◊
Suspensão do fármaco indutor
◊
O doente submetido a terapêutica com um fármaco fototóxico, deve ser aconselhado a evitar a exposição solar e outras fontes de radiação UV
• T IAZIDAS
◊
“assemelha-se a uma queimadura solar severa ”
São indicados protectores solares com elevado factor de protecção, que bloqueie os UVA, no entanto é importante ter
em atenção que estes podem não bloquear a radiação no comprimento de onda responsável pela reacção adversa e eles próprios serem fotossensibilizantes ◊
O tratamento é semelhante ao de uma queimadura solar (aplicação de compressas de água fria, loções calmantes e agentes antipruriginosos) .
R EGRESSÃO As manifestações cutâneas podem durar até 4
meses após a suspensão do medicamento.
O BSERVAÇÕES Para fármacos com um tempo de semi-vida curto, a administração ao
final da tarde pode ser suficiente para reduzir o risco.
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F OTOTOXICIDADE
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press 2001. 2. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons 2007. 3. Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Jameson JL et al. Harrison’s principles of internal medicine. 16thed. New York: McGraw-Hill Medical Publishing Division 2008. 4. Bénichou, C. Adverse Drug Reactions: A Practical Guide to Diagnosis and Management. Chrichelester: Wiley 1994. 5. Soares M. Medicamentos não Prescritos.2ª ed. Lisboa: Publicações Farmácia Portuguesa 2002.
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G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
F OTOTOALERGIA D ESCRIÇÃO A fotoalergia geralmente desenvolve-se após vários dias de exposição à radiação solar e, ao contrário da fototoxicidade, pode envolver também zonas não expostas à luz. As manifestações são predominantemente eczemas e prurido. Figura 1 Fotoalergia a gel de cetoprofeno Retirado de DermAtlas, disponível em: http:// dermatlas.med.jhmi.edu/derm/IndexDisplay.cfm? ImageID=83144991
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO O mecanismo envolvido é de hipersensibilidade mediada por células (retardada ou do tipo IV), sendo a radiação UV necessária para converter o fár-
maco/metabolito num composto imunopatológico activo (fotoproduto) que induz resposta imunitária.
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
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M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
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T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
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R EGRESSÃO
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O BSERVAÇÕES
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B IBLIOGRAFIA
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F OTOTOALERGIA
T EMPO DE L ATÊNCIA Ocorre 5 dias, ou mais, após o início da expoE XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
• A NTI - INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES
T RATAMENTO ◊
Suspensão do fármaco indutor;
◊
Evitar a exposição solar e outras fontes de radiação UV;
• T IAZIDAS
◊
“ao contrário da fototoxicidade pode envolver também zonas não expostas à luz”
horas de exposição solar.
sição ao medicamento e
• F ENOTIAZIDAS • S ULFONAMIDAS
após aproximadamente 24
São indicados protectores solares com elevado factor de protecção, que bloqueiem os UVA. No entanto, é importante ter em atenção que estes podem não bloquear a radiação no comprimen-
to de onda responsável pela reacção adversa e eles próprios serem fotossensibilizantes; ◊
O tratamento é semelhante ao de uma queimadura solar (aplicação de compressas de água fria, loções calmantes e agentes antipruriginosos).
R EGRESSÃO Após a remoção do fármaco fotossensibilizante, tende a resolver-se num período de tempo variável.
O BSERVAÇÕES A fotoalergia é uma reacção adversa menos fre-
quente que a fototoxicidade. P ÁGINA 26
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F OTOTOALERGIA
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007. 3. Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Jameson JL et al. Harrison’s principles of internal medicine. 16thed. New York: McGraw-Hill Medical Publishing Division; 2008. 4. Bénichou, C. Adverse Drug Reactions: A Practical Guide to Diagnosis and Management. Chrichelester: Wiley; 1994. 5. Soares M. Medicamentos não Prescritos.2ª ed. Lisboa: Publicações Farmácia Portuguesa; 2002.
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G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
E RUPÇÕES A CNEIFORMES D ESCRIÇÃO Os fármacos podem condicionar o agravamento de acne pré-existente, ou o desenvolvimento de lesões acneiformes monomorficas do tipo papulares e pustulares (geralmente não inclui comedões). As erupções cutâneas iatrogénicas podem surgir em áreas atípicas como os membros. Figura 1 Erupção acneiforme induzida por corticosteróides. Retirado de DermAtlas, disponível em http:// dermatlas.med.jhmi.edu/derm/IndexDisplay.cfm? ImageID=-315577184
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Mecanismo fisiopatológico desconhecido.
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
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M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
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T RATAMENTO
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E RUPÇÕES A CNEIFORMES
T EMPO DE L ATÊNCIA Tempo de latência variável. E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
• C ONTRACEPTIVOS ORAIS
• C ORTICOSTERÓIDES
T RATAMENTO ◊
Suspensão do fármaco indutor
◊
Em situações em que o fármaco subjacente não pode ser suspenso, a tre-
• F ENITOÍNA • L ÍTIO
tinoína tópica pode estar indicada.
R EGRESSÃO Pode levar semanas ou meses a regredir após a suspensão do fármaco.
O BSERVAÇÕES “geralmente não inclui comedões”
Não afecta crianças na pré-puberdade, o que indica o importante papel
do estado pré-hormonal.
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E RUPÇÕES A CNEIFORMES
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisbo Unidade de Farmacovigilância do Norte
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B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press 2001. 2. Wolff, K. Goldsmith, L. Katz, S. Gilchrest, B. Paller, A. Leffell, D. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine. 2nd ed. NY: McGraw-Hill 2001.
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G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
ERUPÇÕES PSORIASIFORMES D ESCRIÇÃO Os fármacos podem induzir psoríase, ou agravar a psoríase pré-existente. Tipicamente, a psoríase induzida por fármacos é semelhante à psoríase idiopática, apresentando placas eritematodescamativas.
Figura1. Erupção psoriasiforme induzida por fármaco. Retirado de Danderm, disponível em http://www.danderm -pdv.is.kkh.dk/atlas/3-22.html
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Diversos estudos indicam que diferentes fármacos envolvem diferentes tipos de mecanismos.
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
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T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
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O BSERVAÇÕES
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B IBLIOGRAFIA
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31
(583dยฏ(6 3625,$6,)250(6
7 (032 '( / $7ร 1&,$ ( ;(03/26 '( ) ร 50$&26 ( 192/9,'26
2 WHPSR GH ODWrQFLD GHSHQGH GR IiUPDFR HQYRO YLGR YDULDQGR HQWUH D
PHVHV
โ ข วบ(7$ %/248($'25(6 โ ข , 17(5)(5ยฎ2 $/)$
7 5$7$0(172
โ ข / ร 7,2
ยก
โ ข 7 (5%,1$),1$ โ ข $ 17, 3$/ร ',&26 โ ข $ 17, ,1)/$0$7ร 5,26 1ยฎ2 (67(5ร ,'(6 โ ข , 1,%,'25(6 '$ (1=,0$ '( &219(56ยฎ2 '$ $1*,27(16,1$
ยก
(YLWDU IiUPDFRV SRWHQ FLDOPHQWH H[DFHUEDQWHV GD SVRUtDVH HP GRHQWHV FRP HVWD FRQGLomR 6XVSHQVmR GR PHGLFD PHQWR
ยก
5HJUD JHUDO p UHVLVWHQWH j WHUDSrXWLFD LQGLFDGD SDUD D SVRUtDVH LGLRSiWLFD
ยก
$JHQWHV WySLFRV FRPR R FDOFLSRWULRO H FRUWLFRVWH UyLGHV SRGHP DFHOHUDU D UHVROXomR
5 (*5(66ยฎ2
ยด2V IiUPDFRV SRGHP LQGX]LU SVRUtDVH RX DJUDYDU D SVRUtDVH SUp H[LVWHQWHยต
$SyV D VXVSHQVmR GR IiUPDFR DV OHV}HV WHQGHP D UHJUHGLU HP SRXFDV VHPDQDV RX YiULRV PHVHV VHP QHFHV
VLGDGH GH WUDWDPHQWR
2 %6(59$dยฏ(6 3RGH KDYHU SUHFLSLWD omR GH SVRUtDVH DSyV D VXV SHQVmR GH FRUWLFRVWHUyLGHV
HIHLWR UHERXQG
3 ร *,1$
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ERUPÇÕES PSORIASIFORMES
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Bolognia JL, Jorizzo JL, Rapini R P. Dermatology. London: Mosby; 2003; Disponível em: URL: http://books.google.pt/books? id=f2IwYiyh3YUC&printsec=frontcover&dq=dermatology+Bolognia&ei=7lXpS4DmH4z4lQT33NBh&cd=1#v=on epage&q&f=false . 3. O'Brien M, Koo J. The mechanism of lithium and beta-blocking agents in inducing and exacerbating psoriasis. J Drugs Dermatol. 2006 May;5(5):426-32. 4. Bénichou, C. Adverse Drug Reactions: A Practical Guide to Diagnosis and Management. Chrichelester: Wiley; 1994. 5. Brunton,L. Lazo, J. Parker,K. Goodman & Gilman's The Pharmacological Basis of Therapeutics (Goodman and Gilman's the Pharmacological Basis of Therapeutics). 11th ed. New York:Mcgraw Hill;2006.
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G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
A LTERAÇÕES C APILARES D ESCRIÇÃO As alterações capilares incluem alterações no crescimento (alopécia, hirsutismo e hipertricose) e aspecto e pêlo . A alopécia (perda temporária, total ou parcial, de cabelos ou pêlos) pode tratarse de uma reacção adversa por interferência do fármaco com a anagénese (fase de crescimento do pêlo) ou telogénese (fase de queda do pêlo). O hirsutismo é um crescimento excessivo de pêlos de características masculinas em mulheres, com localização predominante na face e costas, que resulta da estimulação androgénica de folículos pilosos. A hipertricose consiste no crescimento anormal de cabelos em zonas do corpo, como a testa, onde geralmente o pêlo é pequeno. Os medicamentos podem ainda ser responsáveis por alterações na coloração e por tornar os cabelos mais quebradiços, finos, lisos ou frisados.
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
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Figura 1. Hipertricose induzida por minoxidil Retirado de Danderm, disponível em http:// www.danderm-pdv.is.kkh.dk/atlas/4-7-1.html
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
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T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
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A LTERAÇÕES C APILARES
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
• A LOPÉCIA : A NTICOAGULANTES ,L ÍTIO , V ALPROATO
• H IRSUTISMO : D ANAZOL , G LUCOCORTICÓIDES
•
H IPERTRICOSE : C ICLOSPORINA , F ENITOINA , M INOXIDIL
• A LTERAÇÕES DE COLORAÇÃO : CLOROQUINA , QUIMIOTERAPIA
Geralmente, resultam do efeito tóxico do fármaco sobre a matriz folicular do pêlo.
T EMPO DE L ATÊNCIA Dependendo do mecanismo envolvido, as manifestações clínicas
podem iniciar-se em poucos dias ou meses.
T RATAMENTO ◊
Suspensão do fármaco indutor.
R EGRESSÃO
“A alopécia pode também ocorrer após a suspensão de terapêutica prolongada”
Geralmente, são reacções adversas reversíveis com a suspensão do fármaco.
re em semanas ou meses, consoante a fase de crescimento do pêlo que for afectada.
A recuperação ocor-
O BSERVAÇÕES A alopécia pode, também, ocorrer após a suspensão de terapêutica
prolongada com minoxidil tópico ou contraceptivos orais.
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A LTERAÇÕES C APILARES
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Valeyrie-Allanore L, Sassolas B, Roujeau JC. Drug-induced skin, nail and hair disorders. Drug Saf. 2007;30 (11):1011-30.
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G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
A LTERAÇÕES U NGUEAIS D ESCRIÇÃO As alterações ungueais podem ser assintomáticas, causando exclusivamente problemas cosméticos, ou associadas a desconforto, dor e limitação das actividades manuais. As manifestações das reacções adversas ungueais dependem do componente da unha afectado. Agressões moderadas aos queratócitos da matriz ungueal, com consequente redução da actividade mitótica, ocasionam unhas quebradiças e diminuição da sua velocidade de crescimento. No caso de agressões mais severas, pode surgir a linha de Beau (depressão linear e horizontal da lâmina ungueal). A profundidade da depressão indica a intensidade da lesão, e a sua largura a duração da agressão. A onicomadesia (separação da lâmina ungueal da matriz germinal com consequente separação da unha em 2 partes por um sulco transversal) corresponde a uma manifestação extrema da linha de Beau.
Figura 2. Linhas de Beau, Retirado de DemAtlas, disponível em: http: dermatlas.med.jhmi.edu derm IndexDisplay.cfm? ImageID=999992124
componente afectada é o leito ungueal são: a onicólise (separação da lâmina ungueal do leito ungueal, devido a lesão do epitélio do
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M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
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T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
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B IBLIOGRAFIA
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Exemplos de reacções em que a G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
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A LTERAÇÕES U NGUEAIS
leito) e a foto-onicólise (onicólise dependente de radiação).
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
• C APTOPRIL • L ÍTIO • Q UIMIOTERAPIA • T ETRACICLINAS • R ETINÓIDES
A paroníquia é uma reacção caracterizada por eritema e sensibilização das pregas ungueais. As alterações pigmentares da unha, são geralmente resultado de
alterações na síntese de melanina pelos melanócitos da matriz da unha ou de hemorragias subungueais. No entanto, as alterações de coloração podem também resultar da deposição do fármaco na lâmina ungueal ou pele do leito ungueal.
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Os mecanismos possivelmente envolvidos incluem: a deposição do fármaco na unha, os efeitos
tóxicos no epitélio ungueal e a redução da perfusão sanguínea digital, com consequente necrose.
T EMPO DE L ATÊNCIA “tendem a regredir espontaneamente meses ou anos após a suspensão do medicamento”
Geralmente ocorrem após algumas semanas
de tratamento.
T RATAMENTO ◊
Suspensão do fármaco;
◊
Doentes em terapêutica potencialmente indutora de foto-onicólise (tetraciclinas, por exemplo) devem ser aconselhados a evitar exposição prolongada ao sol;
◊
A biotina oral é indicada em casos de unhas quebradiças;
◊
Na onicólise, as unhas devem ser mantidas curtas e o contacto com substâncias irritantes deve ser evitado;
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A LTERAÇÕES U NGUEAIS
P ÁGINA 3
◊
Não existe tratamento eficaz para a Linha de Beau e onicomadesia, uma vez que são a manifestação de uma agressão prévia;
◊
Para o tratamento da paroníquia, pode ser indicada a corticoterapia e antibioterapia local.
R EGRESSÃO Tipicamente são reacções transitórias que tendem a regredir espontaneamente, meses ou anos
“Muitos dos fármacos que afectam o cabelo afectam também as unhas”
após a suspensão do medicamento.
O BSERVAÇÕES Muitos dos fármacos que afectam o cabelo afectam também as unhas. Alguns fármacos, como anticonvulsivantes (carbamazepina, fenitoína, valproato) e varfarina podem condicionar malformações ungueais no feto, em alguns casos reversíveis
durante o primeiro mês de vida. Na necrólise epidérmica tóxica, pode existir perda permanente da unha devido a destruição da matriz ungueal.
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A LTERAÇÕES U NGUEAIS
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
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B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. ecker, MS. ecker D. Onycholysis: Treatment & Medication. eMedicine 2010 Junho. Disponível em: http: emedicine.medscape.com article 1105738-overview . 3. Piraccini, BM. Tosti, A. Drug-Induced Nail Disorders, Drug Safety. 1999 Nov; 21(3): 187-201
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G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
A LTERAÇÕES P IGMENTARES D ESCRIÇÃO Os medicamentos podem induzir alterações da pigmentação da pele por aumento (melanose ou hiperpigmentação) ou diminuição (leucodermia ou hipopigmentação e dispigmentação) dos níveis de melanina. Alguns medicamentos podem ainda condicionar a ocorrência de cores de pele incomuns.
Figura 1. Despigmentação induzida por corticosteróide Retirado de DermAtlas, disponível em http:// dermatlas.med.jhmi.edu/derm/IndexDisplay.cfm? ImageID=133363679
M ECANISMOS F ISIOPATOLÓGICO Alguns dos mecanismos envolvidos incluem a deposição do fármaco na pele e indução de alterações na síntese de melanina.
A maioria das alterações pigmentares não têm um mecanismo imunológico subjacente.
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C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
41
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
41
T EMPO DE L ATÊNCIA
42
T RATAMENTO
42
R EGRESSÃO
42
O BSERVAÇÕES
42
B IBLIOGRAFIA
43
P ÁGINA 41
41
U RTICÁRIA
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007. 3. Riedl MMD, Casillas AMMD. Adverse drug reactions: types and treatment options, Am Fam Physician. 2003 Nov 1;68(9):1781-1791. 4. Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Jameson JL et al. Harrison’s principles of internal medicine. 16thed. New York: McGraw-Hill Medical Publishing Division; 2008. 5. Wolff, K. Goldsmith, L. Katz, S. Gilchrest, B. Paller, A. Leffell, D. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine. 2nd ed. NY: McGraw-Hill; 2001. 6. Bénichou, C. Adverse Drug Reactions: A Practical Guide to Diagnosis and Management. Chrichelester: Wiley; 1994. 7. Soares M. Medicamentos não Prescritos.2ª ed. Lisboa: Publicações Farmácia Portuguesa; 2002.
P ÁGINA 12
42
A LTERAÇÕES P IGMENTARES
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 001. . Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Jameson JL et al. Harrison’s principles of internal medicine. 16thed. New York: McGraw-Hill Medical Publishing Division; 008. 3. Butler DF. Drug-Induced Pigmentation. eMedicine 010 Maio; Disponível em: URL: http:// emedicine.medscape.com/article/1069686-overview . 4. Wolff, K. Goldsmith, L. Katz, S. Gilchrest, B. Paller, A. Leffell, D. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine. nd ed. NY: McGraw-Hill; 001.
P ÁGINA 43
43
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
V ASCULITE D ESCRIÇÃO As vasculites constituem um grupo heterogéneo de entidades patológicas, cuja característica comum é a inflamação da parede dos vasos. Caracterizam-se pelo seu polimorfismo. No entanto, as lesões de vasculite assumem caracteristicamente aspecto de púrpura palpável, de poucos milímetros a vários centímetros (que não desaparecem à vitropressão ou digitopressão). Podem também estar presentes úlceras e bolhas hemorrágicas. Tipicamente, afecta os membros inferiores e a região glútea. Os sintomas sistémicos como mal-estar, artralgias, febre e envolvimento neurológico, pulmonar, renal e intestinal são pouco comuns. É importante ter em atenção que a vasculite cutânea pode ser a manifestação de um quadro grave de vasculite sistémica com o envolvimento multiorgânico.
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
44
Figura 1. Vasculite induzida por medicamento Retirado de Danderm, disponível em http://www.danderm -pdv.is.kkh.dk/atlas/Drug%20eruptions.html?
zoom_highlight=contact+dermatitis
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
44
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
45
T EMPO DE L ATÊNCIA
45
T RATAMENTO
45
R EGRESSÃO
45
O BSERVAÇÕES
45
B IBLIOGRAFIA
46
P ÁGINA 44
V ASCULITE
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Apesar do mecanismo fisiopatológico ser desconhecido, parece tratar-se
de uma reacção imunitária com formação de imunocomplexos.
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
• A LOPURINOL • A NTIBIÓTICOS ΒETA LACTÂMICO
• A NTI - INFLMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES
• F UROSEMIDA • S ULFONAMIDAS
T EMPO DE L ATÊNCIA As lesões surgem entre 7 a 21 dias após a introdução do fármaco. T RATAMENTO ◊
Suspensão do fármaco;
◊
Repouso e ligaduras compressivas das áreas
afectadas (membros inferiores).
R EGRESSÃO
“vasculite cutânea pode ser a manifestação de um quadro de grave de vasculite sistémica”
Pode durar 4 semanas ou mais. Durante o processo de recuperação pode
adquirir uma coloração amarela acastanhada.
O BSERVAÇÕES É importante ter em atenção que os casos de vasculite de origem medicamentosa não ultrapassam os 10%. A maioria são idiopá-
ticas, podendo contudo estar associadas a infecções, doenças auto-imunitárias, púrpura Schönlein-Henoch e neoplasias.
P ÁGINA 45
45
V ASCULITE
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007. 3. Soares M. Medicamentos não Prescritos.2ª ed. Lisboa: Publicações Farmácia Portuguesa; 2002.
P ÁGINA 46
46
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
P USTULOSE E XANTEMÁTICA G ENERALIZADA A GUDA D ESCRIÇÃO Caracteriza-se por edema e eritema disseminados, cobertos por pústulas assépticas não foliculares. Na fase resolutiva, observa-se descamação. Surge frequentemente ao nível da face, virilhas, axilas, pescoço e outras pregas cutâneas, estendendo-se rapidamente, em poucos dias, a outras zonas do corpo. As manifestações cutâneas são acomº
panhadas de febre superior a 38 C e neutrofilia.
Figura 1. Pustulose exantemática generalizada aguda induzida por fármaco. Retirado de eMedicine, disponível em: http:// emedicine.medscape.com/article/1062790-media
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Mecanismo fisiopatológico desconhecido.
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
47
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
47
T EMPO DE L ATÊNCIA
48
T RATAMENTO
48
R EGRESSÃO
48
O BSERVAÇÕES
48
B IBLIOGRAFIA
49
P ÁGINA 47
47
P USTULOSE E XANTEMÁTICA G ENERALIZADA
T EMPO DE L ATÊNCIA
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
No caso dos antibióticos, desenvolve-se frequentemente nos primeiros dias de início da terapêutica. No caso do diltia-
zem, surge mais tardiamente, até 2 semanas após o início da exposição.
• A NTIBIÓTICOS • D ILTIAZEM
T RATAMENTO ◊
Suspensão do fármaco indutor;
◊
Corticoterapia tópica e sistémica;
◊
Internamento hospitalar.
R EGRESSÃO Geralmente, tem resolução espontânea em menos de 15 dias após a suspensão do medicamento “As manifestações cutâneas são acompanhadas de febre superior a 38ºC”
indutor.
O BSERVAÇÕES É frequentemente necessário internamento hospitalar.
P ÁGINA 48
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P USTULOSE E XANTEMÁTICA G ENERALIZADA
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007. 2. Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Jameson JL et al. Harrison’s principles of internal medicine. 16thed. New York: McGraw-Hill Medical Publishing Division; 2008. 3. Wolff, K. Goldsmith, L. Katz, S. Gilchrest, B. Paller, A. Leffell, D. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine. 2nd ed. NY: McGraw-Hill; 2001. 4. Bénichou, C. Adverse Drug Reactions: A Practical Guide to Diagnosis and Management. Chrichelester: Wiley; 1994.
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G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
N ECROSE C UTÂNEA I NDUZIDA POR A NTICOAGULANTES D ESCRIÇÃO Complicação rara, mas potencialmente fatal, caracterizada por placas eritematosas, dolorosas, com necrose, bolhas hemorrágicas e úlceras, como consequência da oclusão, por trombos, dos vasos da pele e tecido subcutâneo. Surge predominantemente em locais ricos em tecido adiposo como a mama, nádega e anca.
Figura 1 Necrose cutânea induzida por cumarina. Retirado de Danderm, diponível em: http:// www.danderm-pdv.is.kkh.dk/atlas/3-28.html
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO O mecanismo envolvido é paradoxal, uma vez que há desenvolvimento de trombos nas vénulas cutâneas e subcutâneas devido a
um estado transitório de hipercoagulabilidade.
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
50
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
50
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
50
T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
51
R EGRESSÃO
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O BSERVAÇÕES
51
B IBLIOGRAFIA
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N ECROSE C UTÂNEA I NDUZIDA
POR
T EMPO DE L ATÊNCIA Surge entre 3 a 10 dias após o início da terapêutica. E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
• H EPARINA • V ARFARINA
“complicação rara, mas potencialmente fatal”
T RATAMENTO ◊
Substituição da medicação anticoagulante por terapêutica alternativa (heparina, no caso de necrose induzida por varfarina e vice-versa; terapêutica antiagregante);
◊
Administração de vitamina K;
◊
Administrações de proteína C purificada, em indivíduos com deficiência hereditária desta pro-
teína (proteína dependente da vitamina K, com importante papel na fibrinólise).
R EGRESSÃO A regressão da necrose associada à adminis-
tração de anticoagulantes é variável.
O BSERVAÇÕES Os factores de risco incluem o género feminino, obesidade, dose inicial de
anticoagulante elevada e deficiências nas proteínas C e S.
P ÁGINA 51
51
N ECROSE C UTÂNEA I NDUZIDA
POR
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007. 2. Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Jameson JL et al. Harrison’s principles of internal medicine. 16thed. New York: McGraw-Hill Medical Publishing Division; 2008. 3. Wolff, K. Goldsmith, L. Katz, S. Gilchrest, B. Paller, A. Leffell, D. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine. 2nd ed. NY: McGraw-Hill; 2001.
P ÁGINA 52
52
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
P ÊNFIGO D ESCRIÇÃO A apresentação do pênfigo induzido por fármacos depende do mecanismo fisiopatológico envolvido, variando entre pênfigo foliáceo (eritema, escamas, placas crostosas e ocasionalmente vesículas e bolhas) e pênfigo vulgar (bolhas flácidas, erosão da pele e mucosa oral).
Figura 1. Pênfigo induzido por fármaco. Retirado de eMedicine, disponível em: http:// emedicine.medscape.com/article/1062790-media
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Os fármacos contendo o grupo tiol (por exemplo, penicilamina e captopril) induzem acantólise sem a formação de anticorpos e condicionam pênfigo vulgar, enquanto os fármacos que não possuem este grupo químico (por exem-
plo, penicilinas, cefalosporinas e piroxicam) condicionam acantólise por formação de auto-anticorpos antidesmossomas (estrutura que garante a junção entre as células epidermais) e desenvolvimento de pênfigo foliáceo.
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
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M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
53
T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
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R EGRESSÃO
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O BSERVAÇÕES
54
B IBLIOGRAFIA
55
P ÁGINA 53
53
P ÊNFIGO
T EMPO DE L ATÊNCIA
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
Geralmente, desenvolve-se em poucas semanas, mas pode surgir vários
• I NIBIDORES DA E NZIMA DE C ONVERSÃO DA A NGIOTENSINA
T RATAMENTO
• P ENICILAMINA
◊
Suspensão imediata do medicamento (essencial, mas nem sempre suficiente para a regressão);
◊
Corticosteróides e terapia imunossupressora;
◊
Internamento em unidades de queimados nos casos de erosão de extensas áreas da pele, pelo
• S AIS DE O URO • P IRITINOL
meses após o início da terapêutica.
risco de complicações como a sépsis.
R EGRESSÃO “risco de complicações como a sépsis”
A regressão do pênfigo induzido por fármacos é variável.
O BSERVAÇÕES Pode estar presente o sinal de Nikolsky.
P ÁGINA 54
54
P ÊNFIGO
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007. 3. Scott DM. Pemphigus, Drug-Induced. eMedicine 2010 Maio; Disponível em: URL: http:// emedicine.medscape.com/article/1063684-overview . 4. Wolff, K. Goldsmith, L. Katz, S. Gilchrest, B. Paller, A. Leffell, D. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine. 2nd ed. NY: McGraw-Hill; 2001.
P ÁGINA 55
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G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
E RUPÇÕES L IQUENÓIDES D ESCRIÇÃO As erupções liquenóides constituem uma reacção relativamente rara, clínica e morfologicamente indistinguível do líquen plano. É caracterizada por pequenas pápulas violáceas, com um brilho característico, geralmente pruriginosas, que podem ter descamação fina. Tende a surgir na região genital, mucosas e superfícies flexoras (por exemplo, axila, virilha).
Figura 1 Erupção liquenóide induzida por fármaco. Retirado de Danderm, disponível em http://www.danderm -pdv.is.kkh.dk/atlas/3-15.html
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Imunidade mediada por células.
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
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C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
56
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
56
T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
57
R EGRESSÃO
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O BSERVAÇÕES
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B IBLIOGRAFIA
58
P ÁGINA 56
E RUPÇÕES L IQUENÓIDES
T EMPO DE L ATÊNCIA E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
Surge entre meses a anos, após o início da terapêutica.
• A NTI - HIPERTENSORES (C APTOPRIL , ΒETA B LOQUEANTES )
T RATAMENTO
• S ULFONAMIDAS
◊
• T IAZIDAS
◊
Suspensão do fármaco, uma vez que a manutenção pode levar à evolução para eritrodermia; Corticoterapia tópica e anti-histamínicos por via
oral; ◊
Em casos graves ou prolongados, a corticoterapia sistémica pode estar indicada.
R EGRESSÃO
“Tende a surgir na região genital, mucosas e superfícies flexoras”
Tende a desaparecer espontaneamente, poucas semanas após a suspensão do medicamento.
O BSERVAÇÕES Pode progredir para forma eritrodérmica.
P ÁGINA 57
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E RUPÇÕES L IQUENÓIDES
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Jameson JL et al. Harrison’s principles of internal medicine. 16thed. New York: Mc raw-Hill Medical Publishing Division; 2008. 3. Chuang T, MD. Lichen Planus. eMedicine 2010 Maio; Disponível em: URL: http:// emedicine.medscape.com/article/1123213-overview .
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G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
E RITEMA MULTIFORME D ESCRIÇÃO Como o próprio nome indica, o eritema multiforme tem polimorfismo lesional. As lesões incluem bolhas, pápulas e eritemas, mas as lesões típicas são as lesões em alvo, íris ou olho de boi, caracteristicamente máculas com duplo halo eritematoso concêntrico. Este padrão clássico afecta predominantemente as extremidades (palmas, plantas e membros), estando o tronco menos frequentemente envolvido. Figura 1 Eritema multiforme
É comum o envolvimento das mucosas, nomeadamente lábios e boca, os olhos e os genitais.
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Reacção de hipersensibilidade.
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Retirado de DermAtlas, disponível em http:// dermatlas.med.jhmi.edu/derm/IndexDisplay.cfm? ImageID=9 787481
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
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M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
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T EMPO DE L ATÊNCIA
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T RATAMENTO
60
R EGRESSÃO
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O BSERVAÇÕES
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B IBLIOGRAFIA
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P ÁGINA 59
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( 5,7(0$ 08/7,)250(
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3 É*,1$
60
E RITEMA
MULTIFORME
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 001. . Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. nd ed. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 007. . Riedl MMD, Casillas AMMD. Adverse drug reactions: types and treatment options, Am Fam Physician. 00 Nov 1;68(9):1781-1791. 4. Olufunmilayo Ogundele, MD. Erythema Multiforme. eMedicine 010 Maio; Disponível em: URL:http://emedicine.medscape.com/article/76 -overview . 5. Bénichou, C. Adverse Drug Reactions: A Practical Guide to Diagnosis and Management. Chrichelester: Wiley; 1994.
6. Soares M. Medicamentos não Prescritos. ª ed. Lisboa: Publicações Farmácia Portuguesa; 00 .
P ÁGINA 61
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G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
S ÍNDROMA DE S TEVENS -J OHNSON E NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA D ESCRIÇÃO A síndroma de Steven-Johonson (SSJ) e a necrólise epidérmica tóxica (NET) ou síndroma de Lyell são duas entidades englobadas dentro do mesmo espectro etiopatogénico. Constituem reacções adversas potencialmente fatais, caracterizadas pelo desenvolvimento de um quadro doloroso com eritema, bolhas, vesículas e erosão da pele, resultantes de necrólise. Ambas são caracterizadas pelo aparecimento de lesões maculares ou em alvo, atípicas, com erupção morbiliforme inicial. Tipicamente os doentes têm descolamento epidérmico, com desnudamento da derme, exibindo o sinal de Nikolsky (descolamento da epiderme após pressão tangencial digital). As manifestações cutâneas são dolorosas sobretudo na face e tronco. Há caracteristicamente envolvimento das mucosas, em particular da boca, olhos e genitais, podendo estar envolvidas as mucosas internas broncopulmonar e intestinal. Estes quadros estão associados a sintomatologia sistémica. Entre A regressão do SSJ e NET é G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
62
Figura 1. Necrólise epidérmica tóxica ou Síndroma de Lyell Retirado de DermIS, disponível em http:// www.dermis.net/dermisroot/en/29202/image.htm
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
62
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
63
T EMPO DE L ATÊNCIA
63
T RATAMENTO
64
R EGRESSÃO
64
O BSERVAÇÕES
64
B IBLIOGRAFIA
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P ÁGINA 62
S ÍNDROMA
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
•
Alopurinol
•
Antibióticos (penicilinas, tetraciclina, sulfonamidas)
•
Anticonvulsivantes (fenitoína, carbamazepina, lamotrigina)
•
Antiinflamatórios não esteróides
as manifestações sistémicas incluem-se: febre elevada (> 39oC), mal- estar, mialgias, artralgias, conjuntivite, faringite, elevação moderada das enzimas hepáticas, manifestações pulmonares e intestinais, leucopenia e ocasionalmente dificuldades na micção. Nos casos mais graves pode haver lesão hepatocelular, pneumonia, nefrite e lesão do miocárdio. A NET e a SSJ diferem na extensão de pele
DE
S TEVENS -J OHNSON
E NECRÓLISE
afectada. A NET afecta mais de 30% da pele, enquanto a SSJ afecta menos de 10%, no entanto esta última pode evoluir para NET. Os quadros intermédios, entre 10 e 30%, designa-se por síndrome de sobreposição entre síndroma de StevensJohnson e necrólise epidérmica tóxica. De entre as complicações possíveis destacam-se a desidratação e infecções locais ou sistémicas, como a septicemia.
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO “Reacções adversas potencialmente fatais”
O mecanismo envolvido parece ser de citotoxicidade mediada por células, contra as células epidérmi-
cas. A consequência é a indução da morte celular por apoptose.
T EMPO DE L ATÊNCIA Geralmente, surgem entre 1 a 3 semanas após o início da toma do medica-
mento, mas podem ocorrer até 8 semanas após a introdução do medicamento.
P ÁGINA 63
63
S ÍNDROMA
P ÁGINA 3
DE
S TEVENS -J OHNSON
E NECRÓLISE
T RATAMENTO ◊
Suspensão imediata do fármaco indutor;
◊
Em meio hospitalar, numa unidade de queimados ou de cuidados intensivos, para controlo
do equilíbrio electrolítico, suporte nutricional e prevenção de infecções.
R EGRESSÃO
Figura 1. Necrólise epidérmica tóxica ou Síndrome de Lyell
muito variável, dependendo, entre outros, da extensão de pele afectada.
Retirado de DermIS, disponível em http://www.dermis.net/ dermisroot/en/29184/image.htm
O BSERVAÇÕES
“exibindo o sinal de Nikolsky (descolamento da epiderme após pressão tangencial digital)”
Alguns dos factores de risco para o desenvolvimento deste tipo de reacção são: a infecção pelo HIV, lúpus eritematoso sistémico, transplante de medula óssea, utilização de doses de fármaco superiores às reco-
mendadas ou rápido aumento de dose e o uso concomitante de valproato.
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S ÍNDROMA
DE
S TEVENS -J OHNSON
E NECRÓLISE
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Lee, A. Adverse drug reactions. London: Pharmaceutical Press; 2001. 2. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007. 3. Riedl MMD, Casillas AMMD. Adverse drug reactions: types and treatment options, Am Fam Physician. 2003 Nov 1;68(9):1781-1791. 4. Kasper DL, Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Jameson JL et al. Harrison’s principles of internal medicine. 16thed. New York: McGraw-Hill Medical Publishing Division; 2008.
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65
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
P SEUDOLINFOMA D ESCRIÇÃO Trata-se de uma situação insidiosa que simula as características clínicas e histológicas do linfoma, nomeadamente lesões cutâneas como pápulas, placas ou nódulos eritematovioláceos, pode ocorrer ou não linfoadenopatia.
Figura 1. Pseudolinfoma. Retirado de DermIS, disponível em http:// www.dermis.net/dermisroot/en/52942/image.htm
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Alguns estudos sugerem que o processo de linfoproliferação resulta de uma imunodesregulação
induzida pelo medicamento.
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
66
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
66
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
66
T EMPO DE L ATÊNCIA
67
T RATAMENTO
67
R EGRESSÃO
67
O BSERVAÇÕES
67
B IBLIOGRAFIA
68
P ÁGINA 66
P SEUDOLINFOMA
T EMPO DE L ATÊNCIA
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
As lesões de pseudolinfoma desenvolvem-se lentamente durante meses
após a introdução do medicamento.
• A NTIBIÓTICOS • A NTICONVULSIVANTES
T RATAMENTO
• A NTIDEPRESSIVOS
◊
A suspensão do fármaco geralmente é suficiente para a regressão espontânea;
◊
Intervenção cirúrgica,
• B ENZODIAZEPINAS
para casos com implicações funcionais ou cosméticas.
R EGRESSÃO A recuperação prolonga-se durante semanas a meses, após a suspensão do medicamento. “situação insidiosa que simula as características clínica e histológicas do linfoma”
O BSERVAÇÕES Para além da medicação, a infecção por HIV é outra possível etiologia.
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P SEUDOLINFOMA
Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Mann R, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nded. West Sussex (England): John Wiley & Sons; 2007. 2. raunstein I, Lehrer MS, Junkins-Hopkins JM . Drug-Induced Pseudolymphoma Syndrome. eMedicine 2010 Maio; Disponível em: URL: http://emedicine.medscape.com/article/1098583-overview. 3. Wolff, K. Goldsmith, L. Katz, S. Gilchrest, . Paller, A. Leffell, D. Fitzpatrick's Dermatology in General Medicine. 2nd ed. NY: McGraw-Hill; 2001.
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G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/01/2011
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
S ÍNDROMA
DE
H IPERSENSIBILIDADE
D ESCRIÇÃO Síndroma caracterizada por envolvimento multivisceral, com manifestações clínicas tais como erupções cutâneas maculopapulares disseminadas, geralmente envolvendo a cabeça, tronco e extremidades. Pode surgir ainda edema da face, febre, linfoadenopatia, artralgias, hepatite, nefrite intersticial, pneumonia, eosinofilia e/ou linfocitose.
Nos casos mais graves, pode ser potencialmente fatal.
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Mecanismo fisopatológico desconhecido.
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
69
T EMPO DE L ATÊNCIA
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
69
Surge entre 2 a 8 semanas após o inicio da terapêutica.
T EMPO DE L ATÊNCIA
69
T RATAMENTO
70
R EGRESSÃO
70
O BSERVAÇÕES
70
B IBLIOGRAFIA
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69
S ÍNDROMA
DE
H IPERSENSIBILIDADE
T RATAMENTO E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
• A LOPURINOL • A NTICONVULSIVANTES • M INOCICLINA • S ULFONAMIDAS
◊
Suspensão imediata do fármaco;
◊
Corticoterapia.
R EGRESSÃO Desaparece várias semanas após a suspensão do fármaco.
O BSERVAÇÕES É mais frequente em indivíduos de ascendência africana. Outras possíveis
etiologias incluem a infecção viral aguda, síndroma de hipereosinofila e linfoma.
“Algumas das manifestações são potencialmente fatais. ”
P ÁGINA 70
70
6 Ì1'520$ '( + ,3(56(16,%,/,'$'(
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$JUDGHFLPHQWRV 0DQXHO &DQHLUD 3URIHVVRU &RQYLGDGR QD )DFXOGDGH GH )DUPiFLD GD 8QLYHUVLGDGH GH /LVERD 3DXOR 0DQXHO /HDO )LOLSH 3URIHVVRU QD )DFXOGDGH GH 0HGLFLQD GD 8QLYHUVLGDGH GH /LVERD 8QLGDGH GH )DUPDFRYLJLOkQFLD GR 1RUWH
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3 É*,1$
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R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
F LUXOGRAMA Fluxo
G UIA DE R EACÇÕES A DVERSAS A M EDICAMENTOS
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Descrição
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R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS Fluxo
Descrição
MNSRM - medicamentos não sujeitos a receita médica RAM - reacção adversa a medicamento
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73
R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
G LOSSÁRIO Exantema - Manifestação cutânea característica de uma doença infecciosa ou contagiosa.
A
Acantólise -Processo de dissolução ou separação das pontes intercelulares da camada de células espinhosas da epiderme. Exsudação - Ressumação de um líquido orgânico através das paredes do seu reservatório natural. Alopécia - Queda temporária, parcial ou geral, dos pelos ou dos cabelos. F Folículo - Pequena formação anatómica ou patológica em forma de saco ou de um amontoado celular.
B
Bolha - Cavidade da pele, maior que a vesícula, intra ou subepidérmica, que contém um liquido, geralmente seroso, H por vezes opaco ou saguinolento. Hiperqueratose - espessamento patológico da camada córnea da epiderme. C Comedão - Pequena saliência esbranquiçada em cujo centro há um ponto negro, formada por substâncias gordurosas acumaldas numa glândula sebácea. Os comedões localizamse, preferencialmente, no rosto e constituem uma das manifestações da acne. Crosta - Pequena formação sólida constituída na superfície da pele ou de uma mucosa por serosidades, sangue ou pus seco.
L Lâmina Ungueal - lâmina de queratinana, situada sobre o leito ungueal; a unha propriamente dita. Lesão anelar - Lesão cutânea em anel, com centro mais claro. Lesão em alvo - Lesão cutânea com anéis concêntricos, com centro mais escuro.
D
Linfoadenopatia - Aumento anormal dos gânglios linfáticos.
Dermatite - Afecção cutânea.
Líquen plano - Dermatose etiologia desconhecida, cujo elemento eruptivo típico é uma pápula poligonal, com o tamanho de uma cabeça de um alfinete, rosa amarelado ou violácea, lisa, brilhante e firme.
E Eczema - Afecção cutânea muito frequente, caracterizada por placas vermelhas muito pruriginosas, cobertas de pequenas vesículas que se rompem, libertando liquido e formando crostas e escamas.
M
Máculas - Manchas cutâneas sempre planas (não salientes), que pode ser devida a eritema ou a anomalia da pigmentaEdema - Infiltração de serosidade nos tecidos, especialmen- ção da pele. te nos tecidos subcutâneo e submucoso. Matriz ungueal - Zona na qual se gera a unha, constituída Eritema - Rubor congestivo da pele, que desaparece à pres- pela derme onde se implanta a raiz ungueal. são. N Erupção morbiliforme - Erupção semelhante ao sarampo.
Nódulo - Estrutura anatómica formada por uma massa de células que exerce determinada função. Em anatomia e em patologia, designa um pequeno inchaço ou saliência em Escama - Pequena lâmina epidérmica seca que se destaca da forma de nó. superfície da pele em casos de perturbações da sua queratinização (hiperceratose, paraceratose). Erosão - Perda de substância superficial da pele ou de uma mucosa, que se cura sem deixar cicatriz.
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R EACÇÕES A DVERSAS C UTÂNEAS
G LOSSÁRIO P Pápula - Pequena lesão cutânea, bem circunscrita e firme, que não deixa cicatriz. Parestesia - Qualquer sensação anormal de picadas, formigueiro, impressão de pele empergaminada, entre outras. Placa - Lesão cutânea com diâmetro superior ou igual a 1 centímetro, elevada e plana no topo.
apagam com a vitropressão, secundárias ao extravasamento de sangue na derme, com relevo e aspecto papuloso infiltrado, que orientam para uma vasculite. Pústula - Lesão cutânea caracterizada por uma saliência epidérmica circunscrita que contem liquido purulento. T Toxicodermia - Qualquer dermatose de origem toxialérgica, em especial de origem medicamentosa.
Polimorfismo lesional - Dano a um tecido, que se apresenta de várias formas diferentes. U Prurido - Sensação de comichão cutânea.
Úlcera - Perda de substancia ao nível da pele ou de uma Psoríase - Dermatose frequente, de etiologia desconhecida, mucosa, em particular quando esta mostra fraca tendência para a cicatrização e uma evolução crónica. com evolução crónica, caracterizada por manchas vermelhas, mais ou menos extensas, bem circunscritas, cobertas V por escamas secas, abundantes e friáveis. As lesões localiVesícula - Lesão elementar da pele constituída por uma zam-se sobretudo nos cotovelos, nos joelhos e no couro pequena elevação epidérmica, com tamanho médio de uma cabeludo, mas podem também invadir todo o corpo. cabeça de alfinete e cheia de serosidade transparente. Púrpura palpável - manchas vermelho–escuras, que não se
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Autores Maria Augusta Soares, Professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Coordenadora da Unidade de Farmacovigilância do Sul Dúnia Santos, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Sul
Agradecimentos Manuel Caneira, Professor Convidado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa Paulo Manuel Leal Filipe, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Unidade de Farmacovigilância do Norte
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Manuila L, Manuila A, Lewalle P, Nicoulin M. Dicionário Médico. 3 a Ed. Lisboa: Climepsi Editores;2004 2. Quevauvilliers J, Perlemuter L. Dicionário Ilustrado de Medicina. 2a Ed. Lisboa: Climepsi Editores;2003 3. Leite E. Dicionário Digital de Termos Médicos 2007. Disponível em: http:// www.pdamed.com.br/diciomed/pdamed_0001_aa.php 4. The Merck Manual - Home Health Handbook. Disponível em http:// www.merckmanuals.com/home/index.html
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+ ,3(57(16®2 ' (6&5,d®2
$ KLSHUWHQVmR SRGH VHU GHILQLGD FRPR XPD FRQGLomR QD TXDO D SUHVVmR DUWHULDO VH HOHYD GH WDO IRUPD
TXH VH WRUQD EHQpILFD D VXD GLPLQXLomR $WXDOPHQWH GH DFRUGR FRP DV GHILQLo}HV GD 2UJDQL]DomR 0XQGLDO GH 6D~GH H GD 6RFLHGDGH 3RUWXJXHVD GH +LSHUWHQVmR FRQVLGHUD VH KDYHU KLSHUWHQVmR DUWHULDO TXDQGR RV YDORUHV GH SUHVVmR VDQJXtQHD VmR VXSHULRUHV D H RX PP+J UHVSHWLYDPHQWH SDUD D SUHVVmR VLVWyOLFD H GLDVWyOLFD
0 (&$1,602 ) ,6,23$72/Ð*,&2 $ KLSHUWHQVmR p QRUPDOPHQWH GLYLGL
WHQVmR HVVHQFLDO DOJXQV GRV IDWRUHV
GD HP GXDV FDWHJRULDV KLSHUWHQVmR
TXH GHVHQFDGHLDP KLSHUWHQVmR VHFXQ
SULPiULD H VHFXQGiULD
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$ KLSHUWHQVmR SULPiULD RX HVVHQ
GRV. (QWUH DV FDXVDV PDLV FRPXQV GH
FLDO TXH RFRUUH HP D GRV
KLSHUWHQVmR VHFXQGiULD HQFRQWUDP VH
FDVRV p GH RULJHP PXOWLIDWRULDO
D GRHQoD UHQDO SDUHQTXLPDWRVD
LQFOXLQGR PHFDQLVPRV KHPRGLQkPL
KLSHUWHQVmR UHQRYDVFXODU D DSQHLD
FRV QHXURQDLV KRUPRQDLV H UHQDLV
GR VRQR GRHQoD DGUHQRFRUWLFDO IHR
SHOR TXH QmR p SRVVtYHO LGHQWLILFDU
FURPRFLWRPD H FRDUWDomR GD DRUWD H
XPD FDXVD ~QLFD GD HOHYDomR FUyQLFD
LDWURJpQLFD. $OJXQV PHGLFDPHQWRV
QD SUHVVmR VDQJXtQHD 'HVWH PRGR R
SRGHP FDXVDU KLSHUWHQVmR FRPR HIHL
WUDWDPHQWR FRQVLVWH QD QRUPDOL]DomR
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GRV YDORUHV GD SUHVVmR DUWHULDO FRP
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77
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77
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VHU FDXVD GH KLSHUWHQVmR VHFXQGiULD ( 92/8d®2
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7 5$7$0(172
78
VHMD KLSHUWHQVmR GHYLGD D GRHQoD
VmR HVVHQFLDO SUp H[LVWHQWH
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79
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78
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3 É*,1$
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H IPERTENSÃO
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
• VASOCONSTRITORES • G LUCOCORTICOIDES
• C ICLOSPORINA • C ONTRACETIVOS O RAIS • A LGUNS AINE S • V ENLAFAXINA
E VOLUÇÃO Na maioria dos casos a elevação da pressão arterial despertada por medicamentos só poderá ser identificada pelo registo da pressão arterial efetuado de acordo com as normas postuladas nas orientações da OMS e Sociedades de Hipertensão, podendo consubstanciar-se numa elevação súbita da PA em indivíduos normotensos, perda de controlo da pressão arterial em doentes previamente bem controlados, e/ou valores de pressão arterial instáveis num destes 2 cenários.
envolvido na elevação tensional, esta poderá ocorrer quase imediatamente após a administração do fármaco (ex: vasoconstritores nasais) ou após vários dias ou semanas (ex: ciclosporina, contracetivos hormonais, etc.).
Dependentemente do medicamento em causa e do mecanismo
“Dependentemente do medicamento em causa e do mecanismo envolvido na elevação tensional, esta poderá ocorrer quase imediatamente após a administração do fármaco ou após vários dias ou
T RATAMENTO O tratamento da hipertensão secundária faz-se pela suspensão da causa (medicamento).
semanas”
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H IPERTENSÃO
Autores Inês Ribeiro Vaz, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Joana Marques, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Jorge Polónia, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Coordenador da Unidade de Farmacovigilância do Norte
Agradecimentos Unidade de Farmacovigilância do Sul
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Harrison’s. Vol 1. “Principles of internal medicine”. 13th ed. 2. Wells B, Dipiro J, Schwinghammer T, Dirpiro C. Pharmacotherapy handbook. 7th ed: McGrawHill; 2009. 3. Walker R, Edwards C. Clinical Pharmacy and Therapeutics. 3rd ed: Churchill Livingstone; 2003. 4. Prontuário Terapêutico 9. Infarmed; 2010. 5. Guyton, Hall. Textbook of Medical Physiology. 11th ed: Elsevier, 2006. 6. White WB, Cardiovascular Effects of the Cyclooxygenase Inhibitors, Hypertension. 2007 Mar;49 (3):408-18. Epub 2007 Jan 29. 7. Interaction of antihypertensive drugs with anti-inflammatory drugs. Polónia J.Cardiology. 1997;88 Suppl 3:47-51. Review. 8. Influence of non-steroidal anti-inflammatory drugs on renal function and 24h ambulatory blood pressure -reducing effects of enalapril and nifedipine gastrointestinal therapeutic system in hypertensive patients. Polónia J, et al. J Hypertens. 1995 Aug;13(8):925-31
P ÁGINA 79
79
* 8,$ '( 5($&d¯(6 $'9(56$6 $ 0(',&$0(1726
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5 ($&d¯(6 $ '9(56$6 & $5',29$6&8/$5(6
+ ,327(16®2 ' (6&5,d®2
$ KLSRWHQVmR RFRUUH TXDQGR H[LVWH XPD GHVFLGD VLJQLILFDWLYD GD SUHVVmR DUWpULD UHODWLYDPHQWH DR YDORU WHQVLRQDO
EDVDO (PERUD QmR H[LVWD XP OLPLWH FODUDPHQWH GHILQLGR TXH SHUPLWD R GLDJQyVWLFR GH KLSRWHQVmR YDORUHV WHQVLRQDLV LQIH ULRUHV D PP +J QRUPDOPHQWH FRQILJXUDP HVVD VLWXDomR $OJXQV DXWRUHV FRQVLGHUDP D SUHVHQoD GH VLQWRPDV RUWRV WiWLFRV FRPR WRQWXUDV H VtQFRSH DVVRFLDGRV D GHVFLGD WHQVLRQDO HP JHUDO ! PP +J PDLV UHOHYDQWH GR TXH R YDORU QXPpULFR GD GLPLQXLomR GD SUHVVmR VDQJXtQHD $ KLSRWHQVmR PDQLIHVWD VH PDLV FRPXPPHQWH VRE D IRUPD GH KLSR WHQVmR SRVWXUDO RX RUWRVWiWLFD TXH p D TXHGD GD SUHVVmR DUWHULDO GHYLGR D XPD PXGDQoD QD SRVLomR GR FRUSR TXDQGR XPD SHVVRD VH PRYH SDUD XPD SRVLomR PDLV YHUWLFDO GD SRVLomR VHQWDGD RX GHLWDGD SDUD D SRVLomR HP Sp 2V VLQWRPDV GD KLSRWHQVmR VmR QRUPDOPHQWH WUDQVLWyULRV H SRGHP LQFOXLU GRU GH FDEHoD YLVmR WXUYD FRQIXVmR WRQWXUDV VtQFRSH VHQVD omR GH GHVPDLR VRQROrQFLD RX IUDTXH]D $ KLSRWHQVmR DVVRFLDGD j DQDILOD[LD VXUJH HP FRQVHTXrQFLD GH XPD UHDomR DOpUJL FD D PHGLFDPHQWRV DOLPHQWRV HWF
0 (&$1,602 ) ,6,23$72/Ð*,&2 9iULRV IDWRUHV DJXGRV H FUyQLFRV
FRPSDUWLPHQWR YDVFXODU HVWi DSHQDV
HVWmR DVVRFLDGRV j KLSRWHQVmR RUWRVWi
SDUFLDOPHQWH SUHHQFKLGR 0HVPR
WLFD (VWHV LQFOXHP YROXPH VDQJXtQHR
TXH R GpELWR FDUGtDFR VHMD DGHTXDGR
UHGX]LGR KLSRWHQVmR LQGX]LGD SRU
TXDQGR D SHVVRD HVWi HP SRVLomR
IiUPDFRV DOWHUDomR GD UHVSRVWD YDVFX
UHFOLQDGD TXDQGR p DGRWDGD D SRVL
ODU DVVRFLDGD j LGDGH DOWHUDo}HV GR
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VLVWHPD QHUYRVR DXWyQRPR H DOHFWXD
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$ +LSRYROpPLD
KLSRWHQVmR RUWRVWiWLFD UHODFLRQDGD ' (6&5,d®2 FRP KLSRYROpPLD VmR R XVR 0 (&$1,602
$ KLSRWHQVmR RUWRVWiWLFD p IUHTXHQWH PHQWH XP VLQDO SUHFRFH GH UHGXomR DJXGD GR YROXPH VDQJXtQHR UHGX]LGR RX GpILFH GH OtTXLGRV 4XDQGR R
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SHUGD GH OtTXLGRV DWUDYpV GH YyPLWRV GLDUUHLD RX KHPRUUDJLD . SHUGD GH PHFDQLVPRV KRPHRV WiWLFRV GH FRPSHQVDomR GD SUHVVmR H YROpPLD DVVRFLDGRV DR UHSRXVR SUR ORQJDGR QR OHLWR. % +LSRWHQVmR LQGX]LGD SRU IiUPD FRV 2V PHGLFDPHQWRV DQWL KLSHUWHQVRUHV YDVRGLODWDGRUHV H SVLFRWUySLFRV VmR D FDXVD PDLV
DVVRFLDGD j DQDILOD[LD VXUJH HP FRQVHTXrQFLD GH XPD UHDomR DOpUJLFD D PHGLFDPHQWRV DOLPHQWRV HWF µ
& $OWHUDomR GD UHVSRVWD YDVFXODU DVVRFLDGD j LGDGH
7 5$7$0(172 2 WUDWDPHQWR GD KLSRWHQVmR RUWRV WiWLFD p GLUHFLRQDGR QR VHQWLGR GH UHPRYHU D VXD FDXVD RX TXDQGR LVVR QmR p SRVVtYHO DMXGDQGR R GRHQWH D OLGDU FRP R SUREOHPD GH IRUPD D HYLWDU TXHGDV H OHV}HV 7UDWDPHQWR QmR IDUPDFROyJLFR
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3 É*,1$
81
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3 É*,1$
82
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 13/08/2012
R EACÇÕES A DVERSAS C ARDIOVASCULARES
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÓNICA (ICC) D ESCRIÇÃO É um síndroma clínico em que o coração é incapaz de assegurar o retorno venoso e manter o débito cardíaco adequado à satisfação das necessidades metabólicas do organismo. A insuficiência cardíaca pode resultar de qualquer desordem que leve à redução do enchimento ventricular (disfunção diastólica) e /ou à contratilidade do miocárdio (disfunção sistólica).
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Em geral a ICC é classificada em classes funcionais (I-IV) da New York Heart Association que traduzem a expressão dos sintomas de ICC, apresentando também correlação prognóstica. É dividida em disfunção predominante sistólica e disfunção diastólica. 1.
Disfunção sistólica (contratilidade diminuída) - Ventrículo esquerdo dilatado com contratilidade limitada
2.
Disfunção diastólica (restrição no enchimento ventricular) - A função contrátil do ventrículo esquerdo está intacta mas com função limitada de relaxamento. Pode ser definida como insuficiência com função sistólica preservada.
Sinais e sintomas Muitas das manifestações clínicas da ICC são secundárias à retenção hidrossalina e a hipoperfusão dos órgãos.
•
Sintomas mais comuns incluem dispneia (em particular em esforço), fadiga e fraqueza, que levam à intolerância ao exercício. Podem ainda
ocorrer ortopneia, dispneia paroxística noturna, taquipneia, respiração Cheyne-Stokes, tosse e edemas (pulmonar, membros inferiores, ascite) por sobrecarga de volume e retenção de fluídos.
•
Mais raramente pode associar-se a sintomas não específicos tais como, notúria, hemoptises, dor abdominal, anorexia, náuseas, ascite, falta de apetite, estado mental alterado e aumento de peso. Etiologia e fatores e precipitantes Perda de quantidade crítica da função das células do miocárdio que pode ser devida a:
Doença coronária (enfarte do miocárdio, angina peito), hipertensão e diabetes, cardiomiopatia idiopática, infeções (ex. miocardite viral), toxinas (ex. álcool ou fármacos citotóxicos), doença valvular, arritmias prolongadas, infeções respiratórias, idade (> 65 anos), obesidade, tabagismo, etc.
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
83
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
83
F ÁRMACOS QUE AGRAVAM A ICC
84
EVOLUÇÃO
84
TRATAMENTO
84
B IBLIOGRAFIA
85 P ÁGINA 83
83
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÓNICA
F ÁRMACOS PRECIPITANTES OU QUE AGRAVAM A ICC
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
• A NTIDEPRESSIVOS
Inotrópicos negativos (alguns
nais e terapia de substituição hor-
bloqueadores dos canais de Ca2+,
monal, Ciclosporina, Antieméticos,
alguns β-bloqueadores, fármacos
etc)
anti-adrenérgicos de ação central)
Medicamentos pro-arrítmicos
Cardiotóxicos (Antidepressivos,
(quer com redução quer aumento
• C ITOTÓXICOS
Citotóxicos, como a doxorrubicina)
da Freq. Cardíaca)
• AINE S
Medicamentos que retêm o
Digitálicos (digoxina).
• G LUCOCORTICOIDES
sódio ou a água (AINE, Gluco-
• C ONTRACETIVOS HORMONAIS E TERAPIA DE SUBSTITUIÇÃO HORMONAL
• C ICLOSPORINA • A NTIEMÉTICOS •
DIGOXINA
corticoides, etc) Medicamentos que aumentam a PA (AINE, Contracetivos hormo-
EVOLUÇÃO O prognóstico da IC depende primeiramente da classe funcional, do grau de disfunção ventricular, estado de ativação dos mecanismos compensadores, natureza da doença cardíaca de base e da presença ou
que pode ser tratado. O prognóstico da IC é mais favorável quando os fatores de base podem ser tratados. O prognóstico pode também ser estimado observando a resposta ao tratamento.
ausência de um fator precipitante
“OS MEDICAMENTOS USADOS NO TRATAMENTO DA ICC PODEM TAMBÉM PRECIPITAR OU AGRAVAR A ICC, ALGUNS POR INTERACÇÃO”
TRATAMENTO Tratamento crónico farmacológi-
camentos concomitantes, antiarrítmicos, antiagregantes, anticoagu-
co :
lantes, etc - Moduladores do sistema renina angiotensina (IECA, ARAs ), antagonistas
da
aldosterona,
β-
bloqueadores (nebivolol, bisoprolol, metoprolol carvedilol), diuréticos, ivabradina, digitálicos e mediP ÁGINA 84
84
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÓNICA
Autores Joana Marques, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Inês Ribeiro Vaz, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Jorge Polónia, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Coordenador da Unidade de Farmacovigilância do Norte
Agradecimentos Unidade de Farmacovigilância do Sul
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufn.med.up.pt Ufs.ff.ul.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Harrison’s. Vol 1. “Principles of internal medicine”. 13th ed. 2. Wells B, Dipiro J, Schwinghammer T, Dirpiro C. Pharmacotherapy handbook. 7th ed: McGrawHill; 2009. 3. Walker R, Edwards C. Clinical Pharmacy and Therapeutics. 3rd ed: Churchill Livingstone; 2003. 4. Prontuário Terapêutico 9. Infarmed; 2010.
P ÁGINA 85
85
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 23/08/2012
R EACÇÕES A DVERSAS C ARDIOVASCULARES
Edema dos membros inferiores D ESCRIÇÃO Edema é definido com um aumento aparente do volume do fluido intersticial. Dependendo da sua localização e do mecanismo, o edema pode ser localizado ou generalizado. Quando limitado aos membros inferiores, também denominado edema periférico, caracteriza-se por inchaço de uma ou ambas as pernas, joelhos, tornozelos e/ou pés. Por vezes, ocorre o chamado “pitting”, formação de “covas” ou “godet” por pressão que se mantêm após cessar essa pressão.
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO A água corporal está dividida entre os espaços intra e extracelulares. O espaço extracelular é constituído pelo plasma intravascular e pelo espaço intersticial extravascular. As forças fisiológicas responsáveis pela manutenção do equilíbrio de água entre estes dois espaços são as forças de Starling que incluem o gradiente entre as pressões hidrostáticas intra e extravasculares, a diferença nas pressões oncóticas entre o espaço intersticial e o plasma e a permeabilidade à água da parede dos vasos sanguíneos. O sistema linfático recolhe os fluidos e filtra as proteínas do espaço intersticial e devolve ao espaço vascular. Perturbações desta homeostasia que favoreçam a filtração de líquido para fora do espaço vascular ou que danifiquem o retorno do fluido do espaço intersticial através da linfa, conduzem ao desenvolvimento de edema.
São vários os mecanismos que podem explicar o desenvolvimento de edema. - Alteração no movimento de fluidos: aumento da pressão venosa por obstrução central ou regional ou uma expansão no volume plasmático são transmitidos para o leito capilar, aumentando a pressão hidrostática e predispondo ao edema. - Dano no endotélio capilar: leva a aumento da permeabilidade permitindo, assim, a passagem de proteínas para o espaço intersticial, com aumento da pressão oncótica. - Redução do volume intravascular efetivo por redução do output cardíaco e/ou resistência vascular sistémica (como acontece na insuficiência cardíaca e na cirrose): leva a redução da filtração glomerular por vasoconstrição renal, aumento da reabsorção de sódio mediada pela angiotensina II e
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
86
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
86
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
86
T EMPO DE L ATÊNCIA
87
T RATAMENTO
87
O BSERVAÇÕES
87
Bibliografia
88 P ÁGINA 86
E DEMA
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
DOS MEMBROS INFERIORES
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO (C ONTINUAÇÃO )
•
HIDRALAZINA
•
CLONIDINA
•
METILDOPA
•
GUANETIDINA
•
MINOXIDILO
•
GLUCOCORTICÓIDES
•
ESTERÓIDES ANABOLIZANTES
Tempo de latência
•
ESTROGÉNIOS
•
PROGESTAGÉNIOS
•
INTERLEUCINA 2
•
ANTICORPO MONOCLONAL OJK3
O edema relacionado com a toma de fármacos segue uma relação causa/efeito, com desenvolvimento gradual à medida que há a toma do fármaco, ocorre em simultâneo nos dois membros e desaparece com o retirar
noradrenalina, e aumento da reabsorção de sódio e água ao nível do tubo coletor mediada pela aldosterona e pela hormona antidiurética com desenvolvimento de edema. As patologias mais comummente associadas ao aparecimento de
edema são: obstrução venosa ou linfática; insuficiência cardíaca; síndrome nefrótico; hipoproteinemia; cirrose; gravidez; insuficiência venosa crónica; linfedema e hipo/hipertiroidismo.
do fármaco. Tempo de latência variável de acordo com o fármaco, com início nas primeiras 2 a 4 semanas de tratamento ou após meses de terapêutica.
T RATAMENTO
“Recomendar cuidados com a pele (hidratação e lubrificação), execução de exercício físico e postural (erguer os pés no final do dia), uso de meias de compressão e de calçado adequado”
- Suspensão do fármaco (se possível); - Restrição de fluidos e dieta; - Correção do balanço eletrolítico e da proteinemia; - Terapêutica para a doença de base (cardíaca, renal ou hepática) – uso de anticoagulantes,
diuréticos, hormonas tiróideas - Correção de eventual obstrução ao retorno venoso ou linfático. A regressão é gradual após suspensão do fármaco, com duração variável entre dias a semanas.
O BSERVAÇÕES A cor, espessura e sensibilidade da pele são aspetos importantes na descrição da RAM. Hipersensibilidade local e calor são sinais de inflamação. Cianose é sinal de obstrução.
Recomendar cuidados com a pele (hidratação e lubrificação), execução de exercício físico e postural (erguer os pés no final do dia), uso de meias de compressão e de calçado adequado. P ÁGINA 87
87
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G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 30/10/2012
R EACÇÕES A DVERSAS C ARDIOVASCULARES
DESEQUILÍBRIOS HIDROELETROLÍTICOS D ESCRIÇÃO Hiponatremia/hipovolemia- Diminuição da concentração do ião sódio no plasma para níveis inferiores a 135mEq/L. A hiponatremia pode conduzir a alterações a nível do sistema nervoso central (dor de cabeça, letargia, estupor e coma – em casos severos , alterações a nível do trato gastrointestinal (anorexia, náusea, vómitos, caibras abdominais, diarreia e alterações a nível dos músculos esqueléticos (caibras e fraqueza . Hipocaliémia- Diminuição da concentração do ião potássio no plasma para níveis inferiores a 3,5 mEq/L. Quando a concentração atinge valores inferiores a 2mEq/L estamos perante uma hipocaliémia grave. Com a hipocaliémia ocorrem alterações gastrointestinais (anorexia, náuseas, vómitos, distensão abdominal, ileoparalítico , alterações neuromusculares (fraqueza, fadiga, caibras, parestesias, paralisia - hipocaliemia severa , alterações a nível do sistema nervoso central (irritabilidade, confusão, depressão , e alterações cardíacas (hipotensão postural, alterações no traçado de eletrocardiograma-prolongamento do intervalo PR, depressão do segmento ST, achatamento da onda T e uma onda U proeminente- bradicardia e disritmias cardíacas . Hipercaliémia - A concentração de ião potássio no plasma é superior a 5 mEq/L. Podem ocorrer alterações a nível gastrointestinal (náuseas, cólicas intestinais vómitos diarreia , alterações neuromusculares (fraqueza, tonturas, caibras, paralisia - hipercaliémia severa , cardiovasculares (alterações no ECG – onda P achatada, prolongamento do segmento PR, ampliação do QRS, onda P pontiaguda, risco de paragem cardíaca - hipercaliémia grave . Uma causa de falsa hipercaliémia reside na hemólise dos glóbulos rubros aquando da colheita de sangue. Hipercalcemia- A concentração do ião cálcio no plasma é superior a 10,5 mg/dL. Podem ocorrer alterações renais (poliúria, dor, sinais de insuficiência renal aguda , alterações neuromusculares (diminuição da excitabilidade, fraqueza muscular, letargia, alterações de personalidade, estupor, coma , alterações cardiovasculares (hipertensão, redução do intervalo QT, bloqueio atrioventricular e alterações gastrointestinais (anorexia, náuseas, vómitos, obstipação . Hipomagnesémia – A concentração de magnésio no plasma é inferior a 1,8mg/ dL. Podem surgir alterações neuromusculares (alterações de personalidade, fraqueza e fragilidade muscular, tétano e caibras musculares e efeitos cardiovasculares (taquicardia, hipertensão, disritmias cardíacas .
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
89
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
90
EVOLUÇÃO
91
FÁRMACOS ENVOLVIDOS
91
TRATAMENTO
91
B IBLIOGRAFIA
92
P ÁGINA 89
89
DESEQUILÍBRIOS HIDROELETROLÍTICOS
MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS A perda de água ocorre por evaporação pelo aparelho respiratório, pela pele através da transpiração, pelas fezes e urina, e encontra-se aumentada em situações de febre, queimaduras, distúrbios gastrointestinais, redução do aporte hídrico, entre outras. A quantidade de água excretada pelos rins depende da quantidade ingerida e está relacionada com o balanço eletrolítico. O rim regula a pressão arterial, retendo sódio quando a pressão arterial desce e elimina sódio quando a pressão arterial se eleva. Este processo é comandado pelo sistema nervoso simpático e o sistema aldosteronarenina-angiotensina.
“A quantidade de água excretada pelos rins depende da quantidade ingerida e está relacionada com o balanço eletrolítico.”
O sódio contribui 90 a 95% para a osmolaridade do líquido extracelular. A hiponatremia hipotónica pode resultar da passagem de água do compartimento intracelular para o compartimento extracelular, que ocorre, entre outras situações, com a hiperglicemia. A forma mais comum de hiponatremia hipotónica resulta da retenção de água, mas pode também ser induzida por fármacos como os diuréticos e fármacos que aumentam a libertação da hormona antidiurética ou por potenciar o seu efeito renal (carbamazepina, lamotrigina, ciclofosfamida, inibidores da recaptaçao da seretonina . O potássio é o segundo ião mais importante no compartimento intracelular, sendo o principal eletrólito intracelular. A concentração de potássio pode estar reduzida por aumento da sua eliminação pela urina, fezes, por vómitos ou por desvio do potássio para processos celulares. Fármacos diuréticos (à exceção dos poupadores de K , aumentam a eliminação renal do potássio, podendo causar hipocaliemia, principalmente os de ação mais potente e/ou longa. A excreção do potássio pode estar aumentada por aumento da permeabilidade da membrana do tubo distal devido à ligação de fármacos (ex: anfotericina B aos esteroides das membranas. A hipocaliemia pode resultar da passagem de potássio e glicose para as células devido ao uso de insulina. Fármacos agonistas β-
90
adrenérgicos também alteram a redistribuição do K+ podendo por este mecanismo surgir hipocaliemia. A hipercaliémia pode ocorrer em situações de insuficiência renal e decorre de redução da aldosterona a qual reduz a atividade da bomba Na-K-ATPase, ou devido à inibição do efeito caliurético da aldosterona (trimetoprim, pentamina e diuréticos poupadores de potássio , pode ocorrer por redistribuição do potássio intra/ extracelular (β-bloqueadores, manitol, succinilcolina e digitálicos , ou por redução da excreção de K+. A redução da excreção de K+ pode dever-se à inibição da enzima conversora da angiotensina, a antagonistas dos recetores da angiotensina (provocam redução de aldosterona e alteram a Taxa de Filtração Glomerular, reduzindo deste modo a excreção de K+ , a diuréticos poupadores de potássio (espironolactona, amiloride . A toxicidade cardíaca de alguns fármacos (ex: digoxina pode ser potenciada pela hipocaliémia. Os níveis de cálcio no soro são regulados pela hormona paratiroideia e pela vitamina D. A calcitonina atua ao nível do rim e do osso removendo o cálcio de circulação. O cálcio é filtrado no glomérulo e reabsorvido no tubo distal através do sistema Na+ /K+/Cl2-. A vitamina D estimula a reabsorção do cálcio no tubo distal. A causa mais comum de hipercaliemia é o aumento da reabsorção do osso causado por neoplasias ou hiperparatiroidismo. A imobilização prolongada, o aumento da absorção intestinal e o aumento de vitamina D podem originar hipercalcemia. O uso abusivo de laxantes diminui a absorção intestinal de magnésio. A perda renal de magnésio pode ser aumentada por alguns fármacos como diuréticos principalmente os diuréticos de ansa, e por fármacos nefrotóxicos como aminoglicosideos, ciclosporina, cisplatina e anfotericina B.
P ÁGINA 90
DESEQUILÍBRIOS HIDROELETROLÍTICOS
EVOLUÇÃO
E XEMPLOS DE F ÁRM ACOS E N VOL VIDOS •
ANTIDEPRESSIVOS
•
C ARBAMAZEPINA
•
L AMOTRIGINA
•
C ICLOFOSFAMIDA
•
D ESMOPRESSINA
•
D IURÉTICOS
•
M ANITOL
•
A NFOTERICINA
•
C ORTICOSTEROIDES
•
G ENTAMICINA
•
I NSULINA
•
L AXANTES
•
V ITAMINA
D
B
A maioria das alterações hidroeletroliticas induzidas por fármacos reverte após suspensão do fármaco e suporte hidroelectrolítico. Situações de hipercaliemia severa podem ser graves, principalmente quando existem outras patologias associadas como no caso de algumas doenças concomitantes como doença
cardíaca, diabetes, SIDA e insuficiência renal. Nalguns casos, as alterações provocam danos irreversíveis como por exemplo a hipomagnesemia induzida pela cisplatina.
FÁRMACOS ENVOLVIDOS Hiponatremia provocada por diluição- antidepressivos, carbamazepina, lamotrigina, ciclosfosfamida, desmopressina, diuréticos, imunoglobulina IV, octreótido, vincristina.
ciclosporina, citotóxicos, digitálicos (overdose , lítio, anti-inflamatórios não esteroides, espironolactona, eplerenona, succinilcolina, triamtereno, trimetoprim.
Hiponatremia provocada por excreção – diuréticos, enemas e manitol.
Hipercalcemia – alquilantes, tiazidas, vitamina D.
Hipocaliemia – anfotericina B, corticoides, diureticos, gentamicina, insulina, laxantes (abuso , diureticos osmoticos, agentes simpaticomimetricos, tetraciclinas, teofilina, vitamina B12.
Hipermagnesemia – alquilantes, diuréticos, anfotericina B.
Hipercaliemia – inibidores da enzima conversora da angiotensina, amilorida,
TRATAMENTO Hiponatremia/hipovolemia Administração de soluções salinas por via oral ou endovenosa, dependendo da severidade (moderada- solução isotónica 0,9% NaCl; Severa-Solução hipertónica 3,0% NaCl . Na hiponatrémia de diluição a terapêutica pode incluir a restrição de ingestão de água.
grave administrar por perfusão solução salina hipertónica. Nos casos de acidose administrar bicarbonato de sódio por perfusão e solução isotónica de glucose. Em situações severas com toxicidade cardíaca poderá ser necessário administrar cálcio (gluconato de cálcio a 10% IV. Poderá utilizar-se resina removedora de catiões.
Hipocaliemia – Administração oral ou por via endovenosa de potássio em perfusão lenta. Em certos casos os diuréticos poupadores de potássio podem ser utilizados
Hipercalciemia – Uso de diuréticos para facilitar a excreção. Uso de bifosfatos, calcitonina e glucocorticoides para inibir a mobilização do cálcio dos ossos.
Hipercaliemia – Administração de diuréticos que aumentem a excreção de potássio. Na hipercaliemia moderada e
Hipomagnesemia – Na moderada e severa administrar magnésio por via parenteral. P ÁGINA 91
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DESEQUILÍBRIOS HIDROELETROLÍTICOS
Autores Márcia Maria M. Silva, Farmacêutica Estagiária na Unidade de Farmacovigilância do Norte Inês Ribeiro Vaz, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Joana Marques, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Jorge Polónia, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Coordenador da Unidade de Farmacovigilância do Norte
Agradecimentos Unidade de Farmacovigilância do Sul
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufn.med.up.pt Ufs.ff.ul.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Harrison’s. Vol 1. “Principles of internal medicine”. 13th ed. 2. Wells B, Dipiro J, Schwinghammer T, Dirpiro C. Pharmacotherapy handbook. 7th ed: McGrawHill; 2009. 3. Walker R, Edwards C. Clinical Pharmacy and Therapeutics. 3rd ed: Churchill Livingstone; 2003. 4. Prontuário Terapêutico 9. Infarmed; 2010.
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92
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 20/09/2013
R EACÇÕES A DVERSAS C ARDIOVASCULARES
TROMBOFLEBITE D ESCRIÇÃO A tromboflebite caracteriza-se pela presença de um trombo numa veia, a qual é acompanhada por uma resposta inflamatória na parede vascular. Estes trombos podem desenvolver-se nas veias superficiais ou nas profundas, sendo a ocorrência nestas últimas mais comum nos membros inferiores.
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO O mecanismo subjacente à trom-
fluxo sanguíneo, o que, em com-
bose venosa profunda engloba três
binação com um estado de hiper-
elementos: estase sanguínea, con-
coagulabilidade, favorece a forma-
sequente à imobilização de um
ção de trombos. Por outro, a
membro; hipercoagulabilidade,
existência de uma lesão na parede
devida, por exemplo, à elevada
dos vasos sanguíneos desencadeia
concentração de fatores de coagu-
uma reação inflamatória, que
D ESCRIÇÃO
93
lação; e lesão vascular, causada
pode mesmo envolver infiltração
93
por trauma ou intervenção cirúr-
de granulócitos, perda de endoté-
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
gica. Por um lado, a estase sanguí-
lio e edema.
Manifestações Clínicas
94
FÁRMACOS ENVOLVIDOS
94
TRATAMENTO
94
B IBLIOGRAFIA
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nea está associada à diminuição do
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C ONTEÚDO
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TROMBOFLEBITE
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLV IDOS
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Contracetivos orais
Frequentemente, os doentes com trombose venosa profunda não apresen-
• TerapÊUTICA de SUBSTITUIÇÃO hormonal
tam sintomas. Contudo, podem manifestar-se sintomas relacionados com o processo inflamatório na região onde se localiza o trombo, tais como: dor, edema e sensibilidade muscular, febre e mal-estar geral.
TRATAMENTO “Frequentemente, os doentes com trombose venosa profunda não apresentam sintomas. ”
O tratamento varia de acordo com o tipo de veia afetada. Caso se trate de uma veia superficial, o tratamento é essencialmente de suporte (elevação da perna, tratamento do componente inflamatório ou infecioso, por exemplo). Caso se trate de uma veia profunda, por outro lado, o tratamento é farmacológico e pode incluir também anticoagulantes e agentes trombolíticos.
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TROMBOFLEBITE
Autores Adriana Ferreira e Anabela Farrica, Estagiárias na Unidade de Farmacovigilância do Norte Inês Ribeiro Vaz, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Joana Marques, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Ana Silva, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Jorge Polónia, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Coordenador da Unidade de Farmacovigilância do Norte
Agradecimentos Unidade de Farmacovigilância do Sul
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufn.med.up.pt ufs.ff.ul.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Harrison’s. Vol 1. “Principles of internal medicine”. 13th ed. 2. Wells B, Dipiro J, Schwinghammer T, Dirpiro C. Pharmacotherapy handbook. 7th ed: McGrawHill; 2009. 3. Porth CM, Essencials of pathophysiology. 3rd ed: Lippincott; 2006.
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G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 23/10/2013
R EACÇÕES A DVERSAS C ARDIOVASCULARES
Alterações da coagulação e hemóstase – Hemorragias D ESCRIÇÃO Define-se hemorragia como a perda de sangue em consequência do rompimento de um vaso sanguíneo. Uma hemorragia pode ser classificada em externa, se ocorrer para a superfície do corpo, ou interna, se ocorrer no interior de um órgão ou tecido.
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO Numa situação normal, a ocorrên-
gia.
A
hemóstase
secundária
cia de hemorragias é controlada
envolve o sistema de coagulação
pelo sistema hemostático, num
plasmático, cuja ação culmina na
equilíbrio dinâmico entre os com-
produção de fibrina. Esta fortalece
ponentes das paredes dos vasos
o tampão hemostático primário,
sanguíneos, as plaquetas, proteínas plasmáticas e sistemas de coagula-
permitindo que a hemorragia estanque.
ção. O processo hemostático inicia -se sempre que há comprometi-
As hemorragias podem ser desen-
mento da integridade dos vasos
cadeadas por alterações nas pla-
sanguíneos e pode ser dividido em
quetas, nos fatores de coagulação
duas grandes etapas: a hemóstase
ou na integridade vascular. As
D ESCRIÇÃO
96
primária e a hemóstase secundária.
alterações plaquetárias incluem a
A hemóstase primária caracteriza-
96
diminuição do número, causada
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
se pela formação de um tampão
por produção inadequada ou des-
T RATAMENTO
97
plaquetário no local lesado, sendo
truição excessiva (trombocitope-
F ÁRMACOS E NVOLVI-
de extrema importância para uma
97
nia), função plaquetária anormal
primeira contenção da hemorra-
(trombocitopatia) ou alterações no
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
96
C ONTEÚDO
DOS
Bibliografia
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P ÁGINA 96
A LTERAÇÕES
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLVIDOS
•
•
•
•
•
AINE’S (ÁCIDO ACETILSALICÍLICO, IBUPROFENO, ETC.) ANTICOAGULANTES (HEPARINA, VARFARINA, INIBIDORES DA TROMBINA E DO FATOR Xa, ETC.) ANTI-AGREGANTES PLAQUETÁRIOS (CLOPIDOGREL, ÁCIDO ACETILSALICÍLICO, ETC.) ANTI-TROMBÓTICOS (ESTREPTOQUINASE, ETC.) FÁRMACOS QUE INDUZAM TROMBOCITOPENIA
DA COAGULAÇÃO E HEMÓSTASE
– H EMORRAGIAS
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO (C ONTINUAÇÃO ) fator de von Willebrand. Nesta situação, as hemorragias tendem
A perda da integridade vascular,
a surgir nos pequenos vasos e
por sua vez, pode ter origem em
caracteriza-se por petéquias e
vasos estruturalmente fracos ou
púrpura.
em reações inflamatórias e imunitárias.
A deficiência de fatores de coagulação constitui outra causa
Assim, o consumo de fármacos
possível de hemorragias, poden-
que exerçam influência sobre as
do dever-se a síntese anormal,
plaquetas, os fatores de coagula-
fatores genéticos ou aumento do
ção e a integridade vascular
consumo de fatores de coagula-
poderá provocar uma hemorra-
ção. Estas hemorragias resultam
gia.
tipicamente
de
traumas
ou
lesões e originam hematomas.
T RATAMENTO “O consumo de fármacos que exerçam influência sobre as plaquetas, os fatores de coagulação e a integridade vascular poderá provocar uma hemorragia.”
O tratamento da hemorragia depende da correta identificação da sua causa, podendo passar por
quada e/ou pela suspensão ou redução da dosagem do fármaco suspeito.
introdução de terapêutica ade-
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A LTERAÇÕES
DA COAGULAÇÃO E HEMÓSTASE
– H EMORRAGIAS
Autores Adriana Ferreira e Anabela Farrica, Estagiárias na Unidade de Farmacovigilância do Norte Inês Ribeiro Vaz, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte oana Marques, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Ana Silva, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte orge Polónia, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Coordenador da Unidade de Farmacovigilância do Norte
Agradecimentos Unidade de Farmacovigilância do Sul
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufs.ff.ul.pt ufn.med.up.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Harrison’s. Vol 1. “Principles of internal medicine”. 13th ed. 2. Wells B, Dipiro , Schwinghammer T, Dirpiro C. Pharmacotherapy handbook. 7th ed: McGrawHill; 2009. 3. http://www.infopedia.pt/termos-medicos/hemorragia;jsessionid=N4U5Yj3IXOp mlxL2q3cNg__ 4. Mann RD, Andrews E. Pharmacovigilance. 2nd ed: ohn Wiley & Sons, Ltd; 2007. 5. Laurence L.Brunton, Donald K. Blumenthal, Iain L.O. Buxton, Keith L. Parker. Goodman & Gilman’s Manual of Pharmacology and Therapeutics. 11th ed McGrawHill; 2008.
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G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 28/11/2013
R EACÇÕES A DVERSAS C ARDIOVASCULARES
HIPERGLICEMIA D ESCRIÇÃO A glicose é o hidrato de carbono mais importante na manutenção energética. É a principal fonte de energia para os órgãos vitais e pode ser fornecida pelo fígado, para além dos alimentos. Em condições normais, a glicose sanguínea (glicémia) é mantida em teores apropriados por meio da vários mecanismos regulatórios. Os valores normais de glicémia em jejum variam entre 70 e 99 mg/dL. A elevação da taxa de glicose no sangue, quando superior a 126 mg/dL em jejum e/ou superior a 200 mg/dL em qualquer ocasião, é designada por hiperglicemia. Esta condição médica pode resultar de: (1) consumo de antidiabéticos orais ou insulina em doses inferiores ao necessário; (2) medicação desadequada para o caso; (3) omissão de uma ou mais doses de medicação oral ou insulina; (4) ocorrência de infeções de uma forma geral e (4) abusos alimentares ou ingestão de doces e ausência de exercicio fisico. A glicémia elevada é prejudicial ao organismo, que tenta, por mecanismos de compensação, reduzir a glicose sanguínea.
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO A ausência absoluta ou relativa de
(glicosúria) que é, também, acompa-
insulina, que é indispensável ao
nhada pelo aumento do volume uri-
metabolismo dos macronutrientes,
nário (poliúria). Estas perdas líquidas
impede a penetração da glicose nas
provocam o aumento da sede
células, o que por sua vez eleva os
(polidipsia) a qual é, igualmente,
valores de glicémia. Assim, perante a
acompanhada da escassez de outras
D ESCRIÇÃO
99
elevada concentração de glicose
substâncias químicas essenciais.
M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
99
FÁRMACOS ENVOLVIDOS
100
TRATAMENTO
100
C ONTEÚDO
ocorre um processo físico que incita
Durante este processo deficitário
a passagem de líquidos corporais do
absoluto ou relativo de insulina pode
espaço intracelular para o espaço
verificar-se desidratação e perdas
extracelular, os quais são posterior-
significativas de proteínas que são
mente excretados pelos rins. Quando
posteriormente convertidas em gli-
o limiar renal é ultrapassado pelo
cose pelo fígado (glicogénese), con-
REGRESSÃO
100
nível sérico de glicose (+/- 180 mg/
tribuindo assim para a hiperglicemia.
B IBLIOGRAFIA
101
dL), esta passa para a urina
Uma vez que a produção de energia
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
P ÁGINA 99
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HIPERGLICEMIA não é assegurada pelos hidratos de
ta a ingestão alimentar, o que por sua
carbono, o organismo recorre à
vez agrava a problemática da hiper-
depleção de reservas de gordura e
glicemia.
proteínas, com o intuito de suprimir
Em situações mais graves pode
as necessidades energéticas. Esta é
ocorrer cetoacidose, coma hiperos-
• Bloqueadores Beta-1/2adrenérgicos;
uma das fontes de produção de cor-
molar, desidratação, acidose e mor-
pos cetónicos. Desta forma é aciona-
te.
• Estatinas;
do o mecanismo da fome que aumen-
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLV IDOS
• CorticosterOides; • Diuréticos; • Teofilina;
TRATAMENTO
• Outras substâncias: • Anfetaminas; • Ferro (situação de intoxicação);
• Epinefrina.
⇒
Suspensão do medicamento causal ou tratamento concomitante da hiperglicemia;
⇒
Administração de insulina ou antidiabéticos orais;
⇒
Administração de líquidos;
⇒
Avaliar: glicémia capilar, cetose, estado de hidratação e sinais vitais.
REGRESSÃO Alterações da medicação, bem como infeções, podem alterar os níveis sanguíneos de glicemia
Suspensão do agente causal e se necessário hidratação e medicação antidiabética.
P ÁGINA 100
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HIPERGLICEMIA
Autores Ana Rita Patrão e Daniela Tavares, Estagiárias na Unidade de Farmacovigilância do Norte Inês Ribeiro Vaz, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Joana Marques, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Ana Silva, Técnica de Farmacovigilância da Unidade de Farmacovigilância do Norte Jorge Polónia, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Coordenador da Unidade de Farmacovigilância do Norte
Agradecimentos Unidade de Farmacovigilância do Sul
D ISPONÍVEL ONLINE ATRAVÉS DOS SITES: ufn.med.up.pt ufs.ff.ul.pt
B IBLIOGRAFIA C ONSULTADA 1. Harrison’s. Vol 1. “Principles of internal medicine”. 13th ed. 2. JENSEN, J., et al. (2006). Muscle glycogen inharmoniously regulates glycogen synthase activity, glucose uptake, and proximal insulin signaling. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2006. 3. MOTTA,V. Bioquímica Clínica para Laboratório: princípios e interpretações. Valter T. Motta-4ªed.Porto Alegre: Editora Médica Missau; São Paulo:Robe Editora, EDUCS-Caxias do Sul,2003. 4. GEIR - Grupo de estudo da Insulino-Resistência da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Doenças do metabolismo. Manual sobre Insulino-Resistência. 5. http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED, consultado a 20 de Maio, às 11:00. 6. VALLERAND, A.; DEGLIN, J. Guia Farmacológico para Enfermeiros. 7ª Edição. Loures: Lusociência, 2003. ISBN 972-8383-47-9. 7. WONG, Donna. Enfermagem Pediátrica – Elementos Essenciais à Intervenção Efetiva. 5ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1999. 937 p. P ÁGINA 101
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G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
Ú LTIMA A CTUALIZAÇÃO : 02/12/2013
R EACÇÕES A DVERSAS C ARDIOVASCULARES
DISLIPIDEMIA D ESCRIÇÃO A dislipidemia (ou hiperlipidemia) está presente quando o colesterol total é elevado, quer pelo valor da LDL (low -density lipoprotein) ou dos triglicerídeos ser elevado, quer pelo valor HDL (High-density lipoprotein) ser baixo, ou ainda por uma combinação destes fatores. A alteração dos lípidos no plasma pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares. A maioria dos autores considera que um valor de colesterol total abaixo dos 200 mg/dL será um nível em que o risco está reduzido ao mínimo. De uma forma genérica, valores de LDL < 100mg/dL, Triglicerídeos <150 mg/dL e HDL>50 mg/dL são considerados níveis ótimos.
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO O colesterol, os triglicerídeos e os fosfolipídeos são transportados na corrente sanguínea sob a forma de complexos lipoproteicos denominados de lipoproteínas. A disfunção destas lipoproteínas plasmáticas é um dos fatores de risco mais reconhecidos da arteriosclerose responsável por eventos cardiovasculares, como sejam os enfartes do miocárdio, tromboses, angina, acidentes vasculares isquémicos, falência cardíaca.
leva à formação de placas fibrosas cuja rotura provoca a subsequente trombose coronária.
O aparecimento de lesões arterioescleróticas deve-se fundamentalmente ao aumento do transporte e retenção da LDL plasmática através da parede endotelial para a matriz extracelular do espaço sub-endotelial. Uma vez na parede arterial, a LDL é modificada quimicamente através de oxidação e este estado oxidado leva a uma resposta inflamatória, mediada por imunomoduladores e citoquinas. A inflamação repetida e sua reparação,
tagénios, diuréticos tiazidicos, gluco-
A hiperlipedemia primária ou de origem genética, está classificada em várias categorias conforme o perfil fenotípico de dislipidemia. A hiperlipidemia pode ser secundária à utilização de diferentes tipos de medicamentos, tais como: progescorticoides, B-bloqueadores, isotretionina, inibidores da protease, ciclosporina, mirtazepina, sirolimus.
G UIA DE REACÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
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C ONTEÚDO D ESCRIÇÃO
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M ECANISMO F ISIOPATOLÓGICO
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FÁRMACOS ENVOLVIDOS
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TRATAMENTO
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B IBLIOGRAFIA
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DISLIPIDEMIA
E XEMPLOS DE F ÁRMACOS E NVOLV IDOS • Beta-Bloqueantes; • Glucocorticoides; • Diuréticos (Ex: indapamida) • Isotretinoína • Progestagénios • Antidepressivos (ex: mirtazapina) • Ciclosporina • Citostáticos e imunossupressores • Antirretrovirais
TRATAMENTO O objetivo do tratamento é baixar o colesterol e/ou a LDL de forma a diminuir o risco de eventos cardiovasculares. Terapêutica não farmacológica: Adoção de estilos de vida mais saudáveis tais como, dieta cuidada, redução do peso corporal e aumento da atividade física. Terapêutica farmacológica: As estatinas são os fármacos antidislipidémicos considerados mais eficazes, bem tolerados e com provas mais robustas de redução de eventos cardiovasculares. Inibem competitivamente a enzima HMG-CoA redutase que catalisa, na fase inicial, a síntese de colesterol. São exemplos a sinvastatina, a lovastatina, a atorvastatina, a rosuvastatina, etc. O ácido nicotínico reduz a síntese hepática da LDL, atuando também na HDL ao reduzir o seu catabolismo. É utilizado principalmente no tratamento da dislipidemia mista, caracterizada por níveis elevados da HDL e triglicerídeos e níveis baixos da HDL. Os sequestrantes dos ácidos biliares, cujo exemplo é a colestiramina, são utilizados como segunda escolha quando as estatinas não são suficientes para baixar o nível da LDL. Atuam como uma resina que adsorve colesterol aumentando a sua eliminação. Os fibratos atuam como antidislipidémicos embora o seu mecanismo de ação permaneça incerto. A sua eficácia é dependente do valor das lipoproteínas no início do tratamento. São os fármacos de escolha no tratamento da hipertriglicemia severa.
“A terapêutica não farmacológica passa pela adoção de estilos de vida mais saudáveis tais como, dieta cuidada, redução do peso corporal e aumento da atividade física”
P ÁGINA 103
103
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