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1.2.2 Parque Dom Pedro II
Imagem 01: Vista da Várzea do Carmo a partir do Pátio do Colégio.
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Fonte: https://sampahistorica.wordpress.com/2013/09/02/ de-varzea-do-carmo-a-parque-dom-pedro-ii/ - Acesso em Abril de 2020.
Imagem 02: Várzea do Carmo
Fonte: Arnaud Pallière (1821). Segundo Herculano (2013), a região do Parque Dom Pedro II virou de grande brejo e depósito de lixo, um espaço de convivência e atualmente é um local de passagem e abandono. Antes a região era conhecida como Várzea do Carmo, onde o nome se dá pelo local que era inundado pelas cheias do Tamanduateí, e Carmo, por conta da igreja das carmelitas, Igreja do Carmo que também dava nome da ladeira, que hoje o trecho correspondente a conhecida Avenida Rangel Pestana.
As margens do Rio Tamanduateí, era usada pelas lavadeiras e para o despejo de lixos e dejetos, e as enchentes causadas pelas cheias foi um problema muito grande a população da área, pois havia insalubridade na várzea, que traziam muitas doenças a população.
Existiu uma pequena ruela que margeava o rio e era chamada de Beco das Sete Voltas, isso porque o rio era formado por sete voltas. E em uma dessas voltas ficava um porto, onde recebia canoas cheias de mercadorias vindas das fazendas de São Caetano, São Bernardo, Ipiranga e por ser o mais movimento porte existente ali, a população passou a chamá-lo de Porto Geral.
Imagem 03: Registro de Vicenzo Pastore, das margens do Tamanduateí, entre 1900/1910.
Fonte: Acervo Instituto Moreira Salles
Em 1849 se iniciam as primeiras obras de retificação do rio, e acreditavam que eliminando as curvas do rio, esperavam-se melhor escoamento das águas, assim evitando enchentes. O beco e o porto durante até essa época, que na retificação virou uma rua, que passou a ser chamada de Rua de Baixo (pois ficava numa parte baixa da cidade) e em 1865, virou a conhecida 25 de Março (homenagem a primeira Constituição do Império, promulgada em 25 de março de 1824). Após décadas depois, vieram projetos de embelezamento da área, então em 1922 sai a então conhecida Várzea do Carmo e entra o Parque Dom Pedro II, que com suas alamedas arborizadas, tornou-se um importante espaço público para a cidade.
Imagem 04: Imagem do Parque Dom Pedro II, década de 1920. Fotografia tirada do Palácio das Indústrias.
Fonte: Acervo do Museu da Imigração.
Em 1924, começaram a afirmar a importância da área para um local de convivência e negócios, assim sendo erguido o projeto de Ramos de Azevedo e Domizziano Rossi, o Palácio das Indústrias. Local destinado também a agricultura e a pecuária, como local de exposições na cidade de São Paulo,
que atualmente é chamado de Museu Catavento.
Imagem 05: O Palácio das Indústrias em postal colorido dos anos 20/30.
Fonte: Herculano (2013).
Em 1930, com o crescimento econômico e demográfico da cidade, a maioria das construções c oloniais/imperiais foram destruídas e a cidade acaba perdendo aos poucos sua característica “europeia”. É também nesse momento, que surge o Plano de Avenidas do engenheiro Francisco Prestes Maia que acabaria mudando muito a estrutura do parque.
Este plano foi a principal proposta urbanística para São Paulo naquele período, pois a cidade estava pensando a primeira vez em projeto de intervenção espacial que não visava apenas à região central, mas sim o plano num plano geral.
Imagem 06: Parque D. Pedro II (1970) - Vista área do Parque Dom Pedro II com destaques para o Palácio das Indústrias na parte inferior esquerda; o viaduto Diário Popular, bem como os Edifícios Mercúrio e São Vita (atualmente demolidos), bem como o rio Tamanduateí.
Fonte: Arquivo Histórico de São Paulo (1970).
Nos finais dos anos 50 com a pavimentação da Avenida do Estado ao logo do Rio Tamanduateí já retificado e a criação de cinco viadutos, o parque sofreu grandes mudanças e teve sua estrutura
alterada, pois quando mais se constrói e pavimenta, mais área verde é perdida. Em 1971, surge a estação de metrô Pedro II, e o terminal de ônibus, e vieram outras ideias do poder público, que foram degradando e acabando com aquela região existem. Percebemos o quanto foi degrada a área que inicialmente foi um espaço de bem-estar público, de permanência e lazer, para ser hoje um espaço de passagem e abandono.
Imagem 07: Vista área do Parque Dom Pedro II.
Fonte: VEJA SP, Bruno Niz (2018). De acordo com Julia (2019), a ocupação do Parque Dom Pedro passou por 3 etapas: a primeira quando o Rio Tamanduateí é o protagonista em relação ao crescimento da cidade, até final do século XIX, a segunda onde a cidade começa a se consolidar, e começa os processos de urbanização, não só na região do Parque Dom Pedro com a criação do parque, mas também as localidades do Centro Velho como por exemplo, Vale do Anhangabaú em meados do século XX, e por ultimo a realização das implementações de novos sistemas viários par a expansão da cidade, na década de 1950.
O projeto urbanístico mais recente da região, foi proposto pelo escritório UNA em 2010. A proposta do projeto tem como premissa irradiar uma qualificação urbana para a região do sistema viário, era previsto um rebaixamento da Avenida do Estado, onde possibilitaria a demolição de quatro viadutos que atravessam o parque. Com isso, iria ocorrer construção de travessias de pedestres para melhorar a acessibilidade do local, pois atualmente é complicado a locomoção a pé pela região, não somente em questão de segurança, mas também pelas vias que acabam criando barreiras físicas. Com esses rebaixos, também era previsto a criação de espaços de estar como praças secas, decks, trabalhando com a topografia do local.
Imagem 08: Implantação do plano de revialização do UNA, para o Parque Dom Pedro II.
Fonte: UNA Arquitetos (2010). Foi proposto a criação de uma integração de todos os modais existentes, que são a estação de metrô Pedro II, o terminal de ônibus e a estação do Expresso Tiradentes. Além disso, para a estruturação urbana, foi proposta novas edificações de uso público, como o Senac e Sesc, um edifício para ser um centro de compras popular, outros dois de uso residencial com uso térreo comercial, e uma torre para salas comerciais e escritórios.