Prólogo do romance - Não me esqueças

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PRÓLOGO DO ROMANCE

NÃO ME ESQUEÇAS BABI A. SETTE Conteúdo provisório, sujeito a alterações.

Prólogo Gloucestershire, 1861 O verde entremeado pela prata acolhia os seus pés nus em passos deixados na relva macia. Naquela noite a lua brilhava de maneira gentil deitando preguiçosa sobre a copa das árvores. O vento acariciava a sua face com uma vigorosa vontade de ser notado e Lizzie se enchia de todas as formas da noite. Ela fechou os olhos devagar, soltando o ar pela boca. — Lizzie. — Ouviu uma voz ressoar junto às folhas que a brisa chacoalhava. — Lizzie. — A voz ecoou mais persistente. O barulho de folhas e galhos pisados chamou sua atenção para a fenda entre as árvores, o local onde sempre se dava o encontro. Ela sentiu o coração acelerar e a boca secar. Sabia que logo ele apareceria. A jovem deu alguns passos na direção da fenda e a silhueta mesclada com o brilho da lua se tornou visível: era cinzento, enorme e imponente. Apesar de sempre ficar ansiosa com esses encontros noturnos, ela nunca se sentiu ameaçada. Dois olhos amarelos encontraram os seus. — Oi — Lizzie disse, com um tremor na voz. Ele apenas a encarou. Nunca falava nada, mas a conhecia tão bem, era como se tivessem conversado todas as noites durante os seus quinze anos de vida, durante todos os sucessivos e silenciosos encontros.


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