O uso criativo de acervos fotográficos

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Obras e exposições paradigmáticas Album Photographique 1 O Centre Georges Pompidou (mais conhecido como Beaubourg) iniciou suas atividades no campo da fotografia em 1979 de modo absolutamente distintivo, para mudar completamente o conceito de museu, como não poderia deixar de ser o caso para aquele museu que surgiu no centro histórico de Paris como um bizarro maquinário de vísceras expostas. Completamente diferente dos vetustos prédios empregados para uso museológico até o momento de modo geral antigos palácios (como o próprio Louvre, o antigo palácio dos reis de França) ou palacetes aristocráticos que haviam perdido a função de moradia com o advento da República ou a derrocada financeira de seus proprietários , o Beaubourg se assemelhava mais a um brinquedo de armar ou a uma dessas casinhas plásticas para hamsters cheias de tubos transparentes e detalhes estruturais coloridos. Foi um museu paradigmático que inaugurou uma nova era institucional, em que os museus não se limitam a abrigar obras e/ou objetos preciosos, passando a ser eles próprios também obras de arte arquitetônica inigualáveis. Para assinalar o início das suas atividades no campo da fotografia, o Centre Georges Pompidou convocou Pierre de Fenoÿl, diretor da Fondation Nationale de la Photographie [que existiu em Lyon entre 1978 e 1993], grande conhecedor da história da fotografia e também fotógrafo, com um estilo singularmente passadista, como se suas imagens fossem produzidas graças a uma máquina do tempo. Conforme explicou o presidente do centro, Jean Miller, no texto de apresentação do livro Album photographique 1:


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