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NUTRIÇÃO DA CEBOLA NO BRASIL
A CEBOLA POSSUI CICLO CURTO E RAÍZES SUPERFICIAIS, ESPECIALMENTE NA FASE INICIAL DO CULTIVO. ASSIM, AS FONTES DE NUTRIENTES, ESPECIALMENTE AS DE FÓSFORO (P), DEVEM APRESENTAR ALTA SOLUBILIDADE PARA GARANTIR A DISPONIBILIDADE NO SOLO, REQUERIDA PELAS PLANTAS JOVENS.
No caso do nitrogênio (N), é importante considerar o modo de aplicação (a lanço ou fertirrigação) para adotar as medidas mais corretas para controle das perdas comuns que podem ocorrer (lixiviação, percolação ou volatilização). Para potássio (K), os estudos com fontes são escassos e os resultados preliminares indicam pouca influência da fonte escolhida, desde que a dose aplicada desse nutriente seja condizente com a demanda da cultura. Um aspecto importante é a qualidade física das fontes de nutrientes para distribuição a lanço. Nesse tocante, deve haver dureza e uniformidade dos grânulos o suficiente para garantir boa distribuição, minimizar a ocorrência de finos (pó) e ao mesmo tempo suficientemente macios para boa hidratação e dissolução, com posterior liberação dos nutrientes para a planta.
Especificidades
A curva de absorção de uma variedade oferece importantes indicadores para a definição de doses e épocas de aplicação de N, K e B. Para esses nutrientes, em especial N e K, não se esperam expressivas mudanças ao se mudar a região e tipo de solo. A dose irá depender mais da época de plantio (que influencia no N) e da produtividade esperada (tanto para N como K) para a variedade considerada na curva de absorção. A região ou tipo de solo irão influenciar (definir) as doses de P e a necessidade de correção do solo.
Desta forma, conhecer a curva de absorção contribui para o manejo mais preciso das adubações com N, K e B com pouca influência de região e tipo de solo. Para esses nutrientes, a mudança de região ou tipo de solo tem influência indireta, que é a alteração do potencial de produtividade, o qual tem relação direta com as doses de N e K. Ainda assim, o efeito da variedade (determinado na curva de absorção) é muito importante, pois variações de 20 a 50% nas doses de N e K podem ocorrer para uma mesma condição de solo e região ao se mudar a variedade.
Questão de genética
A genética e as condições climáticas são as variáveis mais importantes na definição da matéria seca dos bulbos. Entretanto, a matéria seca pode ser otimizada pela boa nutrição. Nesse tocante, o mais importante é o equilíbrio entre nutrientes, o que permite um ciclo mais longo, o qual melhora a matéria seca.
Leonardo Aquino Diretor técnico | IPACER - Instituto de Pesquisa Agrícola do Cerrado e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) aquino.ufv@gmail.com
Alguns nutrientes, como P, Mg, N, K e B desempenham papel importante na fotossíntese e/ou no movimento de carboidratos na planta. Esses nutrientes otimizam as taxas de fotossíntese e a duração das folhas sadias e aptas à alta taxa de fotossíntese, o que melhora a matéria seca dos bulbos na colheita. A adequada nutrição em K permite, ao mesmo tempo, maior taxa de fotossíntese e minimiza a competição com Ca, o que também contribui para a maior matéria seca e firmeza dos bulbos.
Nutrientes fundamentais para a qualidade do bulbo
A formação de casca depende, em primeira análise, da variedade e condição de clima. Clima com temperaturas amenas, especialmente noturna, que condicionam maior ciclo, associado à pouca chuva, ajuda na melhor formação de casca. Nutrientes como P, Ca e Mg contribuem para obtenção de casca mais firme e de boa coloração. Micronutrientes como o B, Cu e Zn podem participar de processos fisiológicos que alteram a coloração e a elasticidade da parede celular, conferindo a cor e a integridade da casca da cebola.
Adubação de cobertura
A adubação de cobertura com potássio deve ser pequena (ao redor de 30% da dose total) até a quinta folha (pré-bulbificação) e mais intensa entre início de bulbificação e a formação de bulbos caixa 2.
A maior parte do potássio é acumulada entre o início de bulbificação e bulbos caixa 3. Aplicação de grandes quantidades de K antes da bulbificação podem resultar em competição desse nutriente com o Ca, o que pode prejudicar a integridade de parede celular e a tolerância às doenças. A aplicação de K após os bulbos caixa 3 resulta em pequena recuperação pela planta, pois boa parte dos nutrientes que são direcionados aos bulbos derivam da remobilização do K das folhas, e pouco da absorção dos nutrientes do solo.
Deficiências nutricionais x adubação foliar
A aplicação foliar se justifica especialmente para o molibdênio, nutriente que é demandado em pequenas quantidades e apresenta mobilidade no floema, sendo redistribuído na planta após a absorção foliar.
Nutrientes com baixa mobilidade no floema (Cu, Zn, Mn e Ca por exemplo) apresentam pequena chance de resposta às aplicações foliares. Outros nutrientes, como N e K, apresentam redistribuição no floema, porém, são demandados em grandes quantidades e as doses supridas via foliar são insuficientes para a boa nutrição da planta. A aplicação foliar pode ser interessante para complementação nutricional (Mo, B, P e Mg, por exemplo) em lavouras que já receberam excelente adubação via solo (quantidade e equilíbrio), em cultivos com alto potencial de produtividade, e pouco efeito apresentarão em lavouras com deficiências nutricionais devido ao baixo suprimento no solo, fornecimento desequilibrado de nutrientes e com potencial de produtividade baixo.
Correção das carências
As carências nutricionais de N, K, Mg e B durante o ciclo são mais fáceis de serem corrigidas. As deficiências de P, Cu e de Zn durante o ciclo são de correção mais difícil porque esses nutrientes apresentam baixa mobilidade no solo. Apenas nos solos arenosos ou quando o cultivo é irrigado por gotejamento é que a correção durante o ciclo se torna mais fácil. Entretanto, considerando o sistema radicular, que é reduzido, especialmente na fase inicial, bem como o ciclo curto, é preciso que o agricultor tenha um bom planejamento do programa de correção e de adubação da cultura. Há pouco tempo para se tomar medidas corretivas na adubação durante o ciclo, e o planejamento bem feito deve ser a principal medida para obter sucesso na nutrição da planta ao longo do ciclo.
Relação entre Ca e N
A adubação nitrogenada em excesso pode induzir a expansão foliar muito rápida e não haver tempo hábil para depositar Ca na parede celular na velocidade em que a folha se expande. Isso pode resultar em tecido mais flácido, presença de folhas dobradas (quebradas) no cultivo e mais suscetíveis às doenças. A combinação de excesso de N (alta expansão foliar) com excesso de K (efeito de competição) pode prejudicar a absorção e a deposição correta de Ca na parede celular, com prejuízos na tolerância às doenças e na obtenção de bulbos com alta matéria seca.
Nunca paramos de estudar a natureza
CEBOLA BEJO,
A CEBOLA QUE MARCA HACIENDA REFORMA
Cultivar bastante vigorosa que apresenta folhas bem desenvolvidas e semieretas, possui bulbos grandes, uniformes e redondos de coloração amarelada. Apresenta uma excelente produtividade e ótima adaptação às condições do nordeste brasileiro.
Cultivar bastante uniforme que apresenta uma ótima produtividade, possui bulbos firmes de formato redondo e coloração amarelada, folhas de tamanho mediano, eretas e sadias. Tem alto vigor de raiz. Adaptada às condições do nordeste brasileiro.
Nunca paramos de estudar a natureza
CEBOLA RED SENSATION
CEBOLA BEJO, A CEBOLA QUE MARCA
Cultivar roxa de coloração muito intensa também internamente, formato de bulbo globular de centro único, bastante precoce, se comparada com outras opções no mercado, folhas eretas e alta produtividade, conferida por bulbos pesados.
u Ciclo (dias do semeio direto): 130 a 140 (Sudeste e Centro-Oeste) e 110 a 120 (Nordeste) u Época de semeio: março a maio (Sudeste e Centro-Oeste) e março a junho (Nordeste) u IR: Foc / Pt