Se diferente cá dentro

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Ser DIFERENTE
cá dentro
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E ali, cada criança disse o seu nome, como se se tratasse de uma promessa àquela flor. A Dolores não queria falar, mas a professora Josefa insistiu. Só que a Dolores sentiu-se constrangida e recolheu-se para a sua mãe, que lhe acariciou a face e a encorajou a falar. A Dolores fechou os olhos e cantou:

Quando me perguntam o nome Respondo com alguma timidez Sou a Dolores sem sobrenome Deixo essa história para outra vez

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A conversa foi interrompida por uma luz brilhante que vinha do recreio. Era o Globo do Mundo. Estava mais radiante que nunca. Todas as crianças saíram das suas salas, rodearam o globo e a magia aconteceu: uma pétala nova nasceu! Uma pétala dourada e brilhante.

— Nunca tinha visto tal acontecer — disse a professora Josefa.

— E tudo graças à vossa generosidade. Esta pétala representa a comunidade cigana, simbolizada agora na escola pela Dolores. Mais do que nacionalidade, acolhemos também etnias diferentes… Somos uma escola do mundo!

A Vika percebeu, então, que a Dolores era uma cigana portuguesa. Uma cultura diferente dentro deste país, que tão bem acolheu as duas, e com espaço para mais.

Agora é a tua vez!

Pega num caderno e desenha o teu Globo do Mundo. Preenche e pinta as suas pétalas com as cores da tua escola!

Chama os teus amigos e amigas para se juntarem a ti nesta atividade. Podem pintar com as cores das bandeiras representativas do país de cada um ou até mesmo com cores representativas dos costumes das diferentes culturas.

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Enquanto eles lanchavam os pãezinhos, Olena disse: — Nasci num dia de inverno com muita neve. Um dia tão bonito, numa cidade fria, mas linda, tão linda. Cresci a brincar sempre na rua. Costumava vestir um grande casaco, luvas, protetores de ouvidos peludos e um gorro que a minha avó fez à mão. Aquele país é tão bonito, mesmo no frio! Tem cidades elegantes e jardins onde costumávamos brincar todos juntos em segurança. Até que um dia chegou um som horrível. Era uma sirene. Aquela que avisa a possibilidade de se estar a aproximar uma bomba. Eu já era crescida e para além de estar cheia de sonhos dentro de mim, tinha também uma nova vida comigo… Ainda grávida, vim para Portugal. A Vika nasceu aqui, também num dia de inverno como eu, mas com um sol brilhante, como ela. Não trouxe muita coisa comigo. Fui fazendo amigos aqui. Fui aprendendo português e sempre que posso mostro, também, um pouco daquilo que era meu, como estes pampushky.

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Estou farto de um mundo cinzento

Onde o amor custa a acordar

Excluir alguém por ser diferente

O tom de pele não diz se és capaz

Discriminação? (Não!)

O ódio já não mora mais aqui!

Dá-me a tua mão

Quero ouvir histórias de onde vens, para onde queres ir

Há quem venha de longe à procura de algo melhor

Para fugir da guerra e de um mundo destruidor

Num país diferente é tudo novo e assustador

Mesmo que tu ouças que aqui não tem valor

Vem comigo e diz-lhes, canta:

“Ei! Não és diferente!

És uma luz que tem de brilhar

Mostra-me as cores que tens dentro

Pinta esta casa e faz dela um lar”

Vem comigo e canta:

“Ei! Prometo que tudo vai ficar bem!”

Vem comigo e canta:

“Ei! O mundo não é só meu, é teu também!”

Estou farto de um país cinzento

Que teima em não se analisar

A emigração está presente

Andamos pelo mundo a criar um lar

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Sem discriminação! (Não!)

O ódio não pode ser para mim!

Dá-me a tua mão

E ouve as histórias de quem precisa de ti

Há quem venha de longe à procura de algo melhor

Mesmo que tu ouças que aqui não tem valor

Vem comigo e diz-lhes, canta:

“Ei! Não és diferente!

És uma luz que tem que brilhar

Mostra-me as cores que tens dentro

Pinta esta casa e faz dela um lar”

Vem comigo e canta:

“Ei! Prometo que tudo vai ficar bem!”

Vem comigo e canta:

“Ei! O mundo não é só meu, é teu também!”

Diferentes cá dentro é o que nos faz ter muitas cores

Culturas que, juntas, criam vida e mais valores

Diferentes cá dentro é o que nos faz ter muitas cores

Culturas que, juntas, criam vida e mais valores

Vem comigo e diz-lhes, canta:

“Ei! Não és diferente!

És uma luz que tem que brilhar

Mostra-me as cores que tens dentro

Pinta esta casa e faz dela um lar”

Vem comigo e canta:

“Ei! Prometo que tudo vai ficar bem!”

Vem comigo e canta:

“Ei! O mundo não é só meu, é teu também!”

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A Escola Pétalas do Mundo é de todas as cores. É das cores das suas crianças. A Vika, uma menina ucraniana refugiada, conhece a Dolores e o Anik no primeiro dia de aulas, mas a amizade tem os seus desafios.

Ao lado da Dolores, uma tímida cigana, e do Anik, um alegre indiano, estas três personalidades descobrem a beleza da amizade além das fronteiras. Contudo, quando o preconceito e o racismo os atingem de forma inesperada, a amizade é posta à prova. Afinal de contas, cada um deles traz uma bagagem cultural distinta.

“Ser diferente cá dentro” é uma história de amizades cheia de cores e de vozes diferentes, que aceita as dificuldades de crescer num local diferente, mas que mostra que tudo fica bem quando estamos de bem.

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