13
trabalhoso e gratificante para mim. Hoje o Papel de Jornal, talvez não transformado ainda em Coração de Celofane, saiu em busca da sua Azulzinha. Chegou à cidade grande, enfrentou muitos reis metais maus e encontrará muitos outros. Mas é sempre na volta ao quintal que a brincadeira vira festa, que adultos se transformam em crianças e que novas aventuras começam. 1.1 – Breve histórico da Educação Infantil A infância tem sido questionada por vários âmbitos: educacional, psicológico, sociológico,
filosófico,
artístico,
entre
vários
outros.
Neste
trabalho,
estarei
questionando especificamente dois deles: o da infância na prática artística inserida no campo educacional. Fazer essa análise implica em resgatar a história da construção da Educação Infantil, o processo/produto artístico e cultural construído para crianças para, enfim, repensar no segundo inserido no primeiro. Para localizar o teatro enquanto prática vivida e pensada nas/para as Instituições trabalhadas, a relação das escolhas dos temas com as aulas de teatro realizadas, é necessário conhecer o nascimento e origem da Educação Infantil e os termos creche e pré-escola. Como nos diz Silva e Vieira (2008), os vários modelos de instituições que constituíram o que hoje temos como base para o ensino da educação infantil surge em países europeus espalhando-se para outras partes do mundo no final do século XVIII e difundindo-se no resto do mundo na segunda metade do século XIV. Esses modelos têm desde então sido repensado e reconstruído cada qual de acordo com a realidade e os problemas que os rodeia para saber reconhecer aquilo que os seres sociológicos da infância necessitam. É importante ressaltar que, apesar de os estudos voltados para a infância terem eclodido a partir dessa data, o sentimento de infância esteve sempre presente em tempos antigos. Segundo Kuhlmann Júnior (1998) há uma grande produção de imagens, registros, literatura, textos, tratados que mostram uma percepção sobre a criança. O autor relata também sobre o Brasil no século XVI, dos jesuítas que catequizavam crianças indígenas através de mediação de crianças órfãs portuguesas. É claro que esse sentimento, ao longo do tempo, foi se mutando e sendo incluídos