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5 CONCLUSÃO

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3 IRONIA ECLÉTICA

3 IRONIA ECLÉTICA

5 CONCLUSÃO

Segundo Jim Collins, uma das aproximações mais comuns da crítica cinematográfica ao cinema de gênero provém do estudo dos mitos, ocorrendo a leitura de “narrativas populares enquanto mitos secularizados das sociedades modernas” (p. 243). Dessa forma, o cinema de gênero muitas vezes é percebido na crítica cinematográfica como representações ficcionalizadas de aspectos políticos, sociais ou culturais de um determinado lugar.

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Se o cinema de gênero é reflexo da sociedade que o produz, compreender e destrinchar sua linguagem e estrutura é muito mais do que meramente classificar filmes. É olhar e perceber a relação entre homem e fenômenos culturais de seu tempo.

O ensaio de Jim Collins é extremamente importante, pois identifica uma tendência do cinema de gênero americano em se transformar na medida em que reconhece demandas e limitações específicas de um tempo.

Sob o panorama dos anos 1990, o paradigma do entretenimento demonstrava sua exaustão diante da hibridização das imagens, narrativas e signos populares que afetaram a sociedade americana por volta dos anos 1980. O cinema de gênero foi capaz de operar a partir dessa percepção, desbravando-se por dois caminhos que Collins identifica prontamente, denominados de “ironia eclética” e “nova sinceridade”. Pouco se produziu a partir desses conceitos desde então, mas recentemente os termos têm sido mais assimilados na crítica cinematográfica, especialmente o último, “nova sinceridade”, pois é dele que surgem outros caminhos do cinema de gênero/cinema independente que estão cada vez mais em evidência.

O ensaio de Collins, ainda inédito em português, foi responsável por fomentar pesquisas nos caminhos do cinema de gênero a partir dos anos 1990. As transformações certamente não acabaram lá. O “tecido pós-moderno da vida cultural” (p. 246) continua afetando profundamente o cinema americano como um todo, especialmente o cinema produzido por milhões de dólares para uma audiência massificada. Hoje as demandas já são outras, e tornar-se estimulante perpetuar a pesquisa de Collins construiu e que outros autores desenvolvem desde então, afim de identificar os fenômenos culturais emergentes do nosso

tempo, e como eles se relacionam com as nossas vivências cotidianas, individuais ou coletivas, globalizadas ou nacionais.

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