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2 DEFINIÇÕES INICIAIS E NECESSÁRIAS
2 DEFINIÇÕES INICIAIS E NECESSÁRIAS
Em 1993 o crítico Jim Collins cunhou o termo “nova sinceridade” para se referir a um caminho específico nos filmes americanos da época, em contraste com um outro, o qual referiu como “ironia eclética”. A ideia de contraponto surge a partir da observação de que muitos filmes de gênero no começo dos anos 1990 ou trabalhavam com a justaposição de elementos que não pertenciam originalmente ao gênero narrado, ou partiam numa incessante busca de uma “pureza perdida”.
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Ambas as proposições são respostas coletivas ao que Collins chama de “panorama da cultura americana saturada pela mídia”, definido pela hiperconscientização dos filmes de gênero de sua própria hibridização. Esse fenômeno é apontado por Collins como consequências de três principais fatores:
a) O impacto da televisão no cinema, por volta de 1950, responsável principalmente por demarcar quais tipos de filmes receberiam prioridade na produção da velha
Hollywood; b) O advento da fita vhs, no início dos anos 1980, responsável pela difusão simultânea de filmes das mais variadas épocas; c) A circulação incessante de signos e imagens, através do cinema, vídeo e televisão, contribuindo para a construção de um extenso vocabulário imagético na “vida cultural pós-moderna” (COLLINS, 1993, p. 246)
A assimilação desses três principais fatores possibilita acesso imediato a um grande escopo de produções cinematográficas de forma aleatória e simultânea.
“A simultaneidade não diminui o status cultural [da contemporaneidade], mas altera suas funcionalidades possíveis, que possui vastas implicações de como gênero, e por extensão cultura popular, funcionam na cultura contemporânea.”¹ (COLLINS, 1993, p. 246, tradução livre.)
Acesso a uma ampla bagagem cultural de imagens e signos e a circulação globalizada desses elementos criam uma audiência sofisticada, muito mais consciente das formatações
narrativas, que anseia um cinema que, mesmo na genericidade seja capaz de atender às demandas dessa sofisticação.