Pinto, Damilles Martins

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FAINOR – FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE ARQUITETURA E URBANISMO

DAMILLES MARTINS PINTO

BIBLIOTECA PARQUE DO SUDOESTE BAIANO

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA DEZEMBRO / 2016


FAINOR – FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE ARQUITETURA E URBANISMO

DAMILLES MARTINS PINTO

BIBLIOTECA PARQUE DO SUDOESTE BAIANO

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA DEZEMBRO / 2016


DAMILLES MARTINS PINTO

BIBLIOTECA PARQUE DO SUDOESTE BAIANO

Projeto apresentado à Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, para obtenção do título de Bacharel Arquiteto e Urbanista. Prof. Orientador: Líbera Dall’Orto Pithon

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA 2016


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Pinto, Damilles Martins Biblioteca parque do sudoeste baiano. / Damilles Martins Pinto._ _ Vitória da Conquista, 2016. 92 f; il. Memorial Descritivo (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) Faculdade Independente do Nordeste FAINOR Orientador: Prof. Líbera Dall’Orto

1. Arquitetura. 2. Biblioteca. 3. Biblioteca Pública. 4. Lazer. I. Título CDD: 720

Catalogação na fonte: Biblioteca Ubirajara Brito - FAINOR


FAINOR – FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE

BIBLIOTECA PARQUE DO SUDOESTE BAIANO

DAMILLES MARTINS PINTO

Projeto apresentado à Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Líbera Dall’Orto Pithon Arquiteta Orientadora

Prof. Carolina Neves Issa Avaliadora Interna

Larissa Ferraz Souto Avaliador Externo

Nota Final _________


AGRADECIMENTOS

Ao final desta etapa de discorridos longos cinco anos, que ao ver agora, passaramse tão rápidos como se fossem cinco meses, a sensação de êxtase e satisfação não poderiam ser maiores. E a tudo isso, ao chegar a esta vitória, me transformo em sentimentos de puros agradecimentos a Deus, responsável por me conceder a direção de cada caminho por onde adentrei. Ao Senhor toda honra e glória eternamente. Agradeço aos meus pais e ao meu irmão, que fizeram sempre por mim o possível e impossível para que até aqui eu pudesse chegar, sem medir esforços para me ajudar e por todo o incentivo durante esses anos de graduação. Vocês são o meu bem maior. À Marcelo, por toda paciência e confiança depositados a mim, sempre me encorajando com os dizeres “você é capaz”, o meu muito obrigada, você me ajudou a me fazer sim capaz. Lembro-me também dos amigos que se fizeram presente e foram essenciais para a construção deste sonho, por todo apoio e colo, nos momentos felizes e nos que não foram tão felizes assim. Em especial ao meu “Bondinho da Paz”, amigas que conquistei neste período e que quero levar por toda a vida, meninas, vocês foram à alegria e o incentivo, ora por seriedade, ora por conversas bobas jogadas fora nas intermináveis noites, em toda esta reta final.


“Se ao lado da biblioteca houver um jardim, nada faltará”.

Cícero.


RESUMO A biblioteca pública é o órgão gerido pelo poder administrativo do município, designado a fornecer acesso à informação e cultura à população, devendo assim, promover no meio à qual está inserida, o desenvolvimento social, cultural e intelectual nas pessoas. Exercendo o papel de ser disseminadora singular da cultura local.

O presente trabalho discorrido trata do desenvolvimento de um projeto

arquitetônico de uma biblioteca parque pública para a cidade de Vitória da Conquista. Baseado em conceitos e fundamentações à cerca do tema, para que assim, seja alcançado o resultado esperado inicialmente. A proposta visa oferecer além das remotas acomodações do espaço biblioteca, ambientes que agucem a população, trazendo a para dentro do espaço criado, de forma que a cative, para que a frequência seja constante. A temática é sugerida, pela carência que a cidade possui perante equipamentos públicos promotores de conhecimento, cultura e lazer. A cidade encontra-se em processo de consolidação de polo universitário e prestador de serviços, sendo então extremamente necessário, dispor de equipamentos que possibilitem a esta população cada vez maior, a promoção de fundamentos essenciais para o desenvolvimento humano perante a sociedade. A partir desta proposta, foram desenvolvidas metas para alcançar o objetivo final, apresentando por fim, um trabalho de qualidade norteado por embasamentos concretos.

PALAVRAS-CHAVE: Arquitetura. Biblioteca. Biblioteca pública. Lazer.


OBSTRACT The public library is the organ managed by the administrative power of the municipality, designed to provide access to information and culture to the population, and thus promote, in the environment to which it is inserted, social, cultural and intellectual development in people. Playing the role of being a unique disseminator of the local culture. The present work deals with the development of an architectural project of a public park library for the city of Vitรณria da Conquista. Based on concepts and foundations around the theme, in order to achieve the expected result initially. The proposal aims to offer beyond the remote accommodations of the library space, environments that aggravate the population, bringing it into the space created, so that it captivates, so that the frequency is constant. The theme is suggested, due to the lack that the city has before public equipment promoting knowledge, culture and leisure. The city is in the process of consolidating a university campus and a service provider. It is therefore extremely necessary to have the equipment that enables this growing population to promote essential foundations for human development in society. From this proposal, goals were developed to reach the final objective, presenting, finally, a quality work guided by concrete foundations.

KEYWORDS: Architecture. Library. Public Library. Recreation.


Sumário 1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 12 1.2 Apresentação do tema ............................................................................................... 12 1.3 Objetivos .................................................................................................................... 12 1.3.1 Geral: .................................................................................................................................. 12 1.3.2 Específicos: ....................................................................................................................... 12 1.4 Justificativa................................................................................................................. 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................................ 14 2.1 Primórdios: da escrita à biblioteca. ............................................................................. 14 2.2 Processo de letramento e primeiras bibliotecas no Brasil. .......................................... 19 2.3 Ao passo da atualidade: bibliotecas públicas e suas funções disseminadas. ............. 24 2.4 Bibliotecas públicas no Brasil atual ....................................................................... 30 2.5 Projetos referenciais ................................................................................................... 34 O segundo projeto, é para a nova biblioteca Central de Halifax, Canadá. Os responsáveis pelo projeto foi o arquiteto Schmidt Hammer Lassen. .................................................................. 34 2.5.1 Biblioteca de São Paulo ................................................................................................. 34 2.5.2 Nova Biblioteca Central de Halifax, Canadá. ............................................................... 38 2.5.3 Biblioteca Central de Helsinki, Finlândia....................................................................... 40 3 PROCESSO METODOLÓGICO ................................................................................................... 44 4 CIDADE - VITÓRIA DA CONQUISTA ....................................................................................... 46 4.1 Biblioteca pública de vitória da conquista ............................................................. 47 4.1.1 Entrevista com bibliotecário ............................................................................................ 51 4.1.2 Resultados de questionários .......................................................................................... 53 5 DESCRIÇÃO DE SÍTIO.................................................................................................................. 54 5.1 Estudo de legislação .................................................................................................. 54 5.1.1 Código de obras de Vitória da Conquista e Plano Diretor Urbano ........................... 54 5.1.2 Principais normas técnicas utilizadas ............................................................................ 55 5.1.3 Autores e diretrizes conferidos ....................................................................................... 55 5.2 Análise do entorno ..................................................................................................... 56 5.3 O terreno .................................................................................................................... 59 5.4 Levantamento fotográfico do terreno .......................................................................... 60 5.5 Levantamento topográfico .......................................................................................... 63 5.6 Estudo de insolejamento e ventilação ........................................................................ 63 6 CONCEITO ...................................................................................................................................... 65


6.1 Partido arquitetônico .................................................................................................. 66 7 PROGRAMA DE NECESSIDADES ............................................................................................. 67 7.2 Programa de necessidades – Biblioteca Parque ........................................................ 69 7.3 Funcionograma .......................................................................................................... 76 8 MEMORIAL JUSTIFICATIVO........................................................................................................ 77 8.1 Materiais utilizados ..................................................................................................... 84 9 QUADRO DE ÁREAS..................................................................................................................... 87 10. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 88


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1 INTRODUÇÃO 1.2 Apresentação do tema Biblioteca Parque do Sudoeste Baiano 1.3 Objetivos 1.3.1 Geral: Elaborar um projeto arquitetônico para uma Biblioteca Parque na cidade de Vitória da Conquista, para que esta atenda as carências culturais, educacionais e de lazer da população da cidade e de cidades circunvizinhas.

1.3.2 Específicos:

A escolha da área onde será implantada, será estudada e escolhida de acordo, visando valorizar à área de entorno, atender o programa de necessidades proposto, qualificar a paisagem urbana e fortalecer o eixo cultural, criando um grande meio de atração ao público.

Projetar um espaço que receba o atual acervo e comporte sua ampliação.

Gerar ambientes com usos múltiplos para leitura, arte, aulas, exposições, palestras, feiras, oficinas e lazer.

Incluir espaços que permitam funções de uso que gerem recursos financeiros para darem suporte a biblioteca, como café, auditório, salas multiuso.

Desenvolvimento de um projeto que fomente as cinco leis básicas da bibliotecomania – Leis de Ranganathan (1928 apud Campos, 2004). - Os livros são escritos para serem lidos. As escrituras em livros impulsionam o conhecimento, portanto deve se ter acesso a este meio. - Todo leitor tem seu livro. Os bibliotecários devem fazer estudo dos usuários, redirecionando-os assim para o acervo que melhor se encaixe no perfil. - Todo livro tem seu leitor. É importante que haja divulgação dos livros existentes na biblioteca.


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- Poupe o tempo do leitor. A arrumação e catalogação deve ser Hteahte bem efetuada, para que otimize o tempo de encontro da informação, acesso fácil as estantes. - Biblioteca é um organismo em crescimento. Controle de crescimento, verificando quais livros estão sendo buscados, através de estatísticas de empréstimos e buscas, para que o espaço físico útil da biblioteca seja melhor utilizado.

1.4 Justificativa A biblioteca pública é uma instituição desenvolvida e nutrida perante a democracia do poder público de uma sociedade. Sendo assim, um bem comum de todos. Exercendo o papel de levar conhecimento e informação, disseminando e promovendo cultura e lazer, fomentando o desenvolvimento intelectual e social dos seus usufruidores (KOONTZ e GUBBIN (2013)). As bibliotecas públicas por necessidades apresentadas nos tempos contemporâneos passam por grandes modificações, trazem um novo significado de que seus livros, espaços e mobiliários só tem sentido se forem uteis no cotidiano dos seus usuários. Este trabalho teórico projetual, se embasa e se dissemina na evidente deficiência que a cidade de Vitória da Conquista apresenta diante de um elemento básico como a biblioteca pública, que sirva de referência de cultura e lazer, capacitada para proporcionar a toda sua população o desenvolvimento cultural igualitário, através de estímulos à busca de informações em todos os seus âmbitos e à leitura como maneira de transformação e inclusão social. A atual biblioteca pública da cidade, denominada José de Sá Nunes, localizada na Avenida Jonas Hortélio, no bairro Recreio, não é condizente com o crescimento constante da população e com os anseios que este equipamento público deve inferir no desenvolvimento sociocultural deste povo, pois o município é a terceira maior cidade do estado da Bahia, com aproximadamente 346.000 habitantes, segundo o IBGE (2015), sendo o maior polo do sudoeste baiano prestador de serviços de comércio, saúde, lazer e educação para toda a região circunvizinha.


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2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Primórdios: da escrita à biblioteca. Para que seja obtido maior entendimento sobre o tema proposto, um estudo deve ser feito desde os primórdios das bibliotecas. O termo “biblioteca” tem sua origem do grego biblíon (livro) e teke (caixa, depósito), portanto um depósito de livros (HOUAISS, 2001). Desde o início da civilização humana, pertinente às suas derivadas formas de escritas, esse termo tem sido empregado para definir o ambiente onde se armazenavam os “livros”. Entretanto são conhecidas diversas formas de reprodução da escrita humana, dentre elas estão os códigos, desenhos e as palavras. Essas formas designaram os materiais que eram armazenados nas bibliotecas, alguns exemplos são as tabletas de argila, pergaminhos, rolos de papiros e códices que eram enclausurados nos mosteiros medievais. Sabe-se que a biblioteca mais antiga lembrada é a Biblioteca de Nínive, capital do Império Assírio onde hoje está localizado o Iraque, também conhecida como Biblioteca de Assurbanipal Rei da Babilônia construída no século 7a.C. A biblioteca construída no próprio palácio do rei era composta por tábuas de argila e tinham como assuntos religião, magia, história, astrologia, catálogos de plantas e de animais, mapas e outros. Porém, a mais famosa biblioteca do mundo antigo foi a Biblioteca de Alexandria, no Egito. Acredita-se que ela tenha sido fundada no século 2 a.C., durante o reinado de Ptolomeu II. Podem ter existido mais de 700 mil volumes, abrangendo obras importantíssimas da Antiguidade, que desapareceram com o tempo e com os diversos incêndios e ataques que trouxeram seu fim definitivo no século I a.C. (BIBLIOTECA MARECHAL CASTELO BRANCO, 2013).

Figura 1: Projeção de como era a biblioteca de Alexandria. Fonte: < http://www.descobriregipto.com/a-biblioteca-antiga-de-alexandria/>


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Figura 2: Ruínas Biblioteca de Alexandria. Fonte: < https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/category/historia/historia-das-religioes/>

As primeiras bibliotecas, entretanto, não tinham a intenção de atender a massa populacional das cidades em um todo, foram marcadas por restrições, onde somente os poucos que possuíam a habilidade do entendimento é que adentravam e usufruíam dos acervos, segundo Santos (2010) até mesmo a espessura arquitetônica dos prédios, que abrigavam as bibliotecas, era projetada para impedir que as obras circulassem, ficando restritas dentro daquele espaço. Para Manguel e Guadalupe (2003) a grande maioria das entradas das bibliotecas possuía guardas para impedir a circulação e roubo das obras; marcamos que isso continuou e intensificou-se no período que corresponde à Idade Média, já que, nas bibliotecas, existiam portas que não levavam a lugar algum, corredores sem saída, entradas e saídas falsas, que eram aleivosas, enfim, tínhamos um real labirinto no qual poucos entravam e saíam impunes. Ao desenrolar dos tempos, os meios com que eram anotadas e obtidas as informações, foram se modificando, os rolos de pergaminho foram substituídos por folhas de mesmo material, mas que eram costuradas nas margens, formando então o códice, que foi o primeiro elemento mais parecido com o atual tipo de livro. As bibliotecas medievais, tinham suas obras basicamente destinadas ao teor religioso (MORIGI; SOUTO, 2005). Assim, O acesso a esses acervos guardados nos mosteiros limitava-se aos que pertenciam a ordens religiosas ou eram aceitos por elas. Ler e escrever eram habilidades quase exclusivas dos religiosos e não se destinavam a leigos. Os monges contabilizavam o seu capital pelo tamanho e qualidade de suas bibliotecas [...] (MILANESI, 2013, p. 25).


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Segundo Martins (2001), durante o período medieval no Oriente também existiram as bibliotecas particulares mantidas por imperadores que, curiosamente, eram transportadas em suas viagens como parte de sua bagagem. O período medieval foi marcado pela existência de três modelos básicos da biblioteca, foram elas as monacais, universitárias e as particulares (MARTINS, 2002). As primeiras foram as principais desse período da história. Possuíam imponência dentro dos conventos e demais ordens religiosas. É considerável o imperativo poder desses ambientes dentro dos espaços de moradias religiosas, a preocupação e restrição quanto ao empréstimo ou possível extravio de obras, era imenso. A forma em labirinto na qual as bibliotecas eram dispostas, eram pensadas para que fossem evitados problemas de pragas e umidade no acervo, possuíam ótima ventilação para detenção destes problemas. Entendia-se que era impossível existir um mosteiro sem uma biblioteca (BASTOS, 2011). Ainda no período medieval, se tem a marcação efetiva e fundamental ao bom regimento das bibliotecas, o silêncio absoluto. Dava-se a marcação de poucos sujeitos leitores, que podiam fazer uso do acervo. Eram eles os monges das diferentes ordens religiosas, foram os responsáveis na época por ler os materiais originais e produzir as cópias, dando solidez e preservação às histórias existentes (BASTOS, 2011). Nas bibliotecas da fase final da Antiguidade e nas dos mosteiros do inicio da Idade Média, em que os usuários liam em voz alta, o som de cada leitor funcionava como barreira fisiológica, ou seja, atrapalhava leitores vizinhos. Quando os leitores começavam a ler visualmente, o barulho tornou-se perturbador [...]. Humberto de Romans, no De instructionis officialium, exigia que cada convento dominicano tivesse uma sala de leitura comum na qual o silêncio fosse absoluto. Em Oxford, o regulamento de 1431 reconhecia a biblioteca como local de silêncio (SAENGER, 2002, p. 161).

Durante a idade média, já a caminho da renascença, surgiram as primeiras bibliotecas universitárias, a princípio ainda sob tutela religiosa, porém já começavam a ampliar os seus arquivos a outros temas. Os livros, de acordo a sua importância, eram copiados a mão e ricamente ornamentados. Ficavam presos às estantes, mas poderiam ser levados a mesa de leitura. Estas bibliotecas foram as que mais se aproximaram do atual conceito, como um espaço de caráter libertário e de


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conhecimento público (MILANESI, 2013). Quanto mais era praticado o hábito da leitura, mais se produzia conhecimento, o que demandava novos estudos a diversas áreas. Este ciclo foi se desenvolvendo e influenciando no aumento da ligação entre biblioteca, universidade e leitores. As mudanças e avanços das bibliotecas, quanto a laicização, democratização, especialização e socialização, ocorreram em passos lentos, mas contínuos. A biblioteca ao chegar na modernidade, rompeu os laços que as prendiam a igreja Católica, estendendo a todos os homens, a possibilidade se ter acesso a leitura, entretanto, isso exigiu que elas se especializassem, para atender as necessidades de uma população carente do saber, deixando de ser passiva, buscando entender o leitor, para trazê-lo a biblioteca e satisfazê-lo. No período moderno, com a invenção da impressa no século XVI, os documentos deixaram de ser produzidos pelo processo caligráfico, um volume por vez, os livros e demais meios de documentação escrita passaram a ser produzidos em série. Por conseguinte, o volume de material documentado cresceu de forma célere, fazendo com que o homem comum da sociedade, obtivesse a oportunidade de ter acesso a uma formação intelectual (ARRUDA, 2009). Com isso, a concepção de biblioteca até então conhecida, como um depósito de livros, trancados e acorrentados onde poucos obtinham acesso, começou a mudar, passando a ser vista e tratada de outra forma, passou a ser uma biblioteca destinada para a sociedade e suas necessidades. Para McGarry (1999 apud Morigi e Souto, 2005) a biblioteca pública podia ser definida como uma instituição que oferece a toda população da cidade serviço gratuito, sendo fomentada, parcialmente ou em um todo pelos recursos gerados pelo povo. Este foi o caráter igualitário que a biblioteca exerceu, diante com os ocorridos da época, em uma sociedade que lutava por direitos democráticos. A partir dessa “grande” massa que a nova tipologia da biblioteca queria atingir, foi necessário se repensar também quanto a seu espaço físico. As pequenas salas entretidas nos grandes labirintos, não saciavam mais a necessidade do lugar. Grandes bibliotecas foram erguidas nas maiores cidades da Europa, abrangiam não mais a transcendência religiosa, mas o homem e seu meio. A partir dessa nova perspectiva, com a chegada da impressa e o grande número de livros, as bibliotecas buscaram novas formas de dispor seus acervos. Foram ordenados por línguas e


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assuntos. O aumento progressivo, exigia novos meios para que não se criasse um grande caos e afastasse o público que era atendido. Na época moderna, se dá uma fragmentação dos tipos de bibliotecas, decorrentes de um processo grande de especialização e aumento de público. Após se perceber a impossibilidade de atender à todo tipo de público, que cada vez mais adentravam nessas instituições (MARTINS, 2002). Ainda segundo Martins (2002) nesse processo de fragmentação, vão surgindo as bibliotecas especializadas, e as bibliotecas públicas, essas instituições públicas ainda apresentam uma complexidade de delimitação conceitual e institucional, mas já podiam ser vistas como instituições de caráter social, sendo financiadas e seguindo regimes estatais, permitindo o acesso da população de todas as classes sociais, fornecendo suporte aos mais variados tipos de informação e erguendo uma sociedade mais democrática e culta. Entretanto, a primeira biblioteca pública, dada pela história, é resultado de um processo não só a partir da invenção da impressa, mas também do desenvolvimento de industrias que foram o ponto de partida para a revolução industrial, que utilizou a revolução liberalista e também o processo de urbanização que o mundo vinha sofrendo entre os séculos XIII e XIX (ARRUDA, 2009). Sabe-se que com a revolução industrial, houve a necessidade de qualificação da mão de obra disponível, para facilitar o uso das máquinas, sendo que para isso, era imprescindível a prática da leitura, para realização de estudos. No período desta revolução, ser alfabetizado passou a ser uma exigência, pois com capacidade intelectual, o funcionário estava apto para a ideal realização das máquinas e para conservá-las. Também atingiam a ascensão social. Com a informação sendo propagada como instrumento de trabalho, o livro deixou de ser algo inalcançável. Devido a essa demanda de cada vez mais pessoas alfabetizadas, as bibliotecas passaram a ser um ambiente de essencial uso. A revolução liberal, foi uma das idealizadoras e também formadoras da biblioteca pública, pois seu objetivo era o de granjear liberdade e igualdade a toda sociedade. Levando aos movimentos de povos, na qual os ideais eram obter a popularização da educação e cultura (ARRUDA, 2009). Durante os períodos que ocorriam essas revoluções, tentaram abolir à ideia do passado de que as bibliotecas pertenciam e serviam somente a classe burguesa.


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Por essas ideais, as bibliotecas públicas passaram a ser consideradas inimigas da república, tornando alvos automáticos da referida. Os livros de diversas bibliotecas foram confiscados e transferidos para depósitos. Com as dificuldades encontradas por aqueles que desejavam adentrar e usufruir

do acervo “público”, as bibliotecas públicas novamente voltaram a ser

pouco exploradas e os livros esquecidos nas estantes. Um grande impasse quanto a utilização das bibliotecas pelo público, foi que elas foram resultados da injunção do estado em reunir os livros que atendessem as necessidades dos seus antigos donos, a classe burguesa, livros que não condiziam com a realidade e expectativa do público geral. Somente as bibliotecas que surgiram na segunda metade do século XIX, nos países anglo-saxônicos, podem ser consideradas como sendo as primeiras bibliotecas verdadeiramente públicas, uma vez que foram criadas a partir das reivindicações do povo, ou seja, em conformidade com suas necessidades, cujas atividades voltavam-se para a comunidade em geral (ARRUDA, 2009).

Atualmente a

definição

biblioteca é

bastante

heterogênea, após a

contemporaneidade ter trazido uma explosão de informações acerca de todos os assuntos possíveis de se imaginar, essa heterogeneidade se da a partir de diversas especializações e bifurcações que ela vem inserindo ao nome inicial “Biblioteca” vão desde temas centrados em algum autor, assunto, à bibliotecas públicas federais, estaduais e municipais, que tem a missão de oferecer conhecimento geral e expandir a cultura local de determinada região. 2.2 Processo de letramento e primeiras bibliotecas no Brasil. No Brasil pouco se foi explorado e guardado sobre a existência de livros e bibliotecas na primeira metade do século XVI. A demanda de livros circulantes nesse período foi irrelevante e os que aqui haviam, eram os fundamentais a padres e magistrados trabalhadores. Segundo SANTOS (2010), o surgimento de livros, instituições de ensino e, posteriormente, as bibliotecas, se deram a partir de 1549 com a instalação do governo geral em Salvador, Bahia. A partir dessa data estabeleceram-se inúmeros


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conventos de variadas ordens religiosas. Os principais foram os da Companhia de Jesus, os Jesuítas que formaram os primeiros acervos no país. Segundo Moraes (1979) a população intelectual e estudada estava concentrada no norte do país, e foi lá que se teve início na produção literária, no que foi apelidado de “Idade média brasileira.” A trajetória inicial das bibliotecas no país se dá a partir de três etapas sucessivas, são elas: bibliotecas dos conventos e particulares, fundação da biblioteca nacional e biblioteca pública da Bahia. Os livros no Brasil colônia eram raros, devido a imposição de Portugal para que o país tivesse uma impressa e também a inquisição católica. Martins (2001), afirma que uma pequena parte da população livre possuía livros, e esta se concentrava basicamente em Minas Gerais. Os tamanhos das bibliotecas mineiras eram variáveis, não sendo determinado pela riqueza, mas pelo grau de refinamento intelectual e de escolaridade dos proprietários. Padres, advogados e cirurgiões possuíam as maiores e melhores bibliotecas. Podemos citar como as principais bibliotecas existentes no Brasil colônia as mineiras de D. Frei Domingos da Encarnação Pontenel, que possuía 412 títulos e 1066 volumes, a de Cláudio Manuel da Costa, com 383 volumes, na Bahia, a biblioteca de Padre Francisco Agostinho Gomes, no Rio de Janeiro, a biblioteca do advogado João Mendes da Silva e a de Silva Alvarenga e ainda no Rio de Janeiro, segundo Moraes (1979), encontramos uma com um avanço a mais pra época, foram catalogados todos os livros por autor e assunto, sendo reconhecido como o primeiro catálogo brasileiro verdadeiro. É observado que na passagem do século XIII para o XIX, o país apresentou a necessidade de obter bibliotecas maiores, com salas para leitura, acervos mais diversificados e uma melhor organização espacial dessas instituições, pois as pessoas já liam mais e buscavam assiduamente por ambientes destinados ao proposito de transmitir mais conhecimento. Para Santos (2010), até meados do século XIII, as bibliotecas dos conventos brasileiros foram centro de cultura e formação intelectual para aqueles que as buscavam. Em 1773, com a extinção da Companhia de Jesus, a expulsão dos jesuítas do Brasil e o consequente confisco de bens, as bibliotecas dos colégios


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jesuítas tiveram seus acervos amontoados em lugares impróprios durante anos, enquanto se procedia aos inventários dos bens e a sua destinação final. O destino trágico das bibliotecas e arquivos dos conventos brasileiros foi consumado pelos anos que se seguiram e em 1851 não havia quase nada que aproveitar conforme relatório de Gonçalves Dias, incumbido pelo governo imperial da missão de examinar o estado das bibliotecas dos conventos em algumas províncias do país. (SOUZA, 2005).

Somente no século XIX é que surgem as primeiras bibliotecas públicas do país. Há contradições entre autores a respeito de qual seja a primeira verdadeira biblioteca pública criada no país. Em 1808 quando a Família Real Portuguesa se instalou no Brasil, trouxe consigo o acervo já existente da biblioteca Real de Portugal com mais de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, estampas, mapas, moedas e medalhas, mas somente em 1811 é verdadeiramente instalada a biblioteca no país, com instalações no Hospital da ordem Terceira do Carmo. Entretanto ela estava inicialmente aberta somente a estudiosos franqueados e mediante a solicitação prévia, sendo aberta ao público somente em 1814. Após a independência do Brasil, a biblioteca passou a se nomear Biblioteca Nacional. Segundo Souza (2005), a biblioteca permaneceu por 50 anos em um prédio inadequado, onde enfrentou problemas de orçamento, deficiência para preservação do acervo e falta de segurança. No ano de 1858, a instituição foi relocada em um prédio no Largo da Lapa. Mesmo sendo melhor que o anterior, o prédio se mostrava ineficaz, não condizendo com a expansão da biblioteca mais importante do país. Segundo Martins (2001), em 1910, a biblioteca novamente foi deslocada para novo local e definitivo, agora na Avenida Rio Branco. O novo prédio foi devidamente projetado para receber uma biblioteca e condizer com todos os requisitos impostos por ela. Souza (2005), diz que a nova instalação atendia as exigências técnicas relativas a época, como piso de vidro nos armazéns, estantes com capacidade para quatrocentos mil volumes, amplos salões e tubos pneumáticos para o transporte de livros dos armazéns para o salão de leitura. Desde a época de sua criação, o acervo da biblioteca nacional vem sendo acrescido continuadamente, com tudo que diz respeito à documentação literária do país. Seu acervo atualmente conta com dez milhões de peças e é considerada a maior biblioteca pública da América Latina. Também foi intitulada pela UNESCO como uma das principais bibliotecas nacionais do mundo.


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Figura 3: Biblioteca nacional, 1910. Fonte: < http://www2.camara.leg.br/a-camara/conheca/camara-destaca/cinquenta-anos-da-camaraem-brasilia/palacio-do-congresso-nacional/sedes-dacamara/Biblioteca%20Nacional%20fotografia%20fachada.JPG/view>

Já na Bahia em 1811, foi fundada a biblioteca da Bahia, que segundo Azevedo (2012), a solicitação da mesma foi requerida pelo Coronel Pedro Gomes Ferrão e mandada por em execução por Exmo Conde dos Arcos, governador da província. O Coronel idealizador foi o primeiro diretor da biblioteca e doador de três mil volumes. Sobre o relato acima citado em relação as contradições de qual seria a primeira biblioteca realmente brasileira, Moraes (1979) afirma que a biblioteca da Bahia era a primeira com um caráter verdadeiramente público uma vez que as dos Conventos não eram públicas e a Real Biblioteca do Rio de Janeiro já existia em Lisboa e havia sido apenas transferida de sede, o que não a faz ser etimologicamente brasileira. Ela também veio a ser a primeira biblioteca pública da América Latina. Hallewell (2005), afirma que os projetos de um jornal e de uma biblioteca pública em Salvador eram ambos, claras tentativas de competir com o Rio de Janeiro. Nota-se que haviam confusões relacionadas a que cidade comandava mais os estudos e pessoas intelectualizadas. A instituição mediante a inauguração, funcionava no segundo pavimento do edifício que havia pertencido aos jesuítas no Terreiro de Jesus. Após a mudança para a Catedral o Conde dos Arcos retirou os livros que até então haviam sido


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“doados”, o que empobreceu bruscamente seu acervo, que só contava com quatro mil obras. Gonçalves (1962) apud Santos (2010), relata como se apresentava a biblioteca até então no seguinte trecho: [...] médio o salão da Biblioteca cento e onze palmos de comprimento por quarenta e três de largura, possuindo duas salas anexas de, respectivamente, trinta e um palmos e meio de comprimento por dezenove de largura e doze palmos por dez. Dava entrada para o estabelecimento uma larga porta contígua à frontaria da Catedral [...]

Em 1863, após inúmeras dificuldades enfrentadas para se manter aberta, a biblioteca chegou a dezoito mil volumes. Foi também nesse ano que houve outra transferência da instituição, agora para a Piedade, prédio onde funcionava o senado estadual e ali muito do seu acervo foi jogado em uma sala onde havia abundante umidade, o que trouxe a destruição de muitos livros. Já em 1900, a biblioteca foi novamente transferida para o Palácio Rio Branco. Em 1912 segundo Gonçalves (1962) apud Santos (2010), a biblioteca sofreu um incêndio, perdendo praticamente todo o seu acervo, inclusive a coleção “Idade d’ Ouro”, primeiro jornal a circular na Bahia, na época, seu acervo contava com sessenta mil volumes. A biblioteca foi reinaugurada no mesmo local e pouco a pouco foi retomando o crescimento de seu acervo, mas em 1961, o prédio da Imprensa Oficial na praça Municipal de Salvador, sofreu um incêndio que se encontrava próximo a biblioteca, que novamente foi atingida, tendo algumas coleções de periódicos e livros destruídos. E somente em 1970 a biblioteca é reinaugurada em novo local, no prédio em que até hoje se encontra no bairro dos Barris. Atualmente conta com um acervo de seiscentas mil peças.


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Figura 4: Biblioteca pública da Bahia. Fonte: < https://www.google.com.br/search?q=biblioteca+da+bahia+1970&espv=2&biw=1366&bih=613&source =lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiokqHEvzPAhVCTJAKHb_uDVMQ_AUIBigB#tbm=isch&q=biblioteca+da+bahia+&imgrc=zvxM1JWXmSiPlM %3A>

Dessa época até a atualidade, inúmeras bibliotecas públicas foram surgindo, com iniciativas de institutos como o da fundação da biblioteca nacional, o instituto pró-livro e o sistema nacional de bibliotecas públicas, sistema estadual de bibliotecas públicas, dentre muitos outros pertencentes ao governo, elaborando programas de incentivo a educação e consequentemente a leitura e a integração de bibliotecas públicas adequadas em todos os municípios brasileiros. 2.3 Ao passo da atualidade: bibliotecas públicas e suas funções disseminadas. Os serviços aos usuários fornecidos por bibliotecas começaram a ser organizados de maneira sistemática a partir da emergência das bibliotecas públicas (sec. XIX), elas próprias resultantes das transformações sociais que ocorreram com o desenvolvimento da indústria e a crescente urbanização dos séculos XIII e XIX. ( MUELLER, 1984).

A biblioteca pública, desde seu surgimento, possui regime de caráter social e é mantida por base na relação estatal, devendo garantir acesso aos mais diferentes suportes de informação, priorizando sempre satisfazer as necessidades do público atendido, atuando sempre em rota de ajuda ao que os leitores necessitam, promovendo a melhoria de vida dos conviventes da sua sociedade. A preocupação inicial das bibliotecas públicas dos séculos passados, era definida com base na educação das classes mais baixas das sociedades, mas


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preservando os valores sociais em ofício. Esta tipologia de biblioteca se deu a partir das revoluções já supracitadas em obter maior acesso a educação. Para ARAÚJO (1985), a biblioteca pública desde seu surgimento, até a atualidade, fundamentou-se numa instituição educativa por mérito. Porém, seus serviços não devem ser redirecionados apenas ao público educacional real e nem voltar-se unicamente a educação formatizada, de fins escolares. Analisando esse pressuposto, é definido que a função educacional das bibliotecas públicas podem ser entendidas como atividades que nutrirão, apenas complementarmente dando suporte e apoio a educação formalizada, entretanto, não devendo deixar de atendar à educação não formal (social, cultural). No início do século XX, a preocupação inicial das bibliotecas públicas se expandiu, tornando-a mais categoricamente cultural. A biblioteca foi reconhecida como parte interligada a cultura social pois não poderia forçar frequência, como faz as escolas. Nos Estados Unidos, local pioneiro onde se obteve o ideal cultural, foi disseminado que as bibliotecas serviriam pra dar prazer, para outros objetivos que deveriam atuar como estimulantes para a sociedade cultualizada MUELLER (1984). Percebe-se um ideal de que nos livros deveria conter o que fosse inerente à vida do leitor. E verdadeiramente é uma obrigação da biblioteca mostrar ao leitor que estes fatos são verdades. Que nos livros contém tudo que já foi pensando e feito pelos homens, e que através do livro todos podem adquirir tais conhecimentos. Segundo MUELLER (1984), a evolução das funções das bibliotecas que inicialmente eram restritas a educação, ampliando para a cultura em geral proporcionadora de lazer, não foi dotada da aprovação geral, mas a necessidade que as instituições tinham dessa aprovação para suas manutenções, fez com que as bibliotecas buscassem cada vez mais formas para serem bem aceitas, utilizadas e propagadas nas nações. É correto afirmar que durante toda a história da humanidade e da sua tipologia biblioteca pública, diversas bibliotecas nasceram e morreram, muitas tiveram pouquíssimo tempo de vida útil. Após a oclusão e deterioração delas, seus acervos eram distribuídos entre demais bibliotecas públicas ou muitas vezes se perdiam na distribuição por falta de um gerenciamento adequado. É improvável dizer ao certo quais foram as principais bibliotecas públicas do mundo, pois foram


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perdidas incontáveis informações no curso de sua história, muitas até mesmo das histórias das próprias. Uma definição dada pela Biblioteca Nacional (1995), destaca importantes pontos a cerca da biblioteca pública das cidades, o que melhor a caracteriza é ela ser plenamente aberta a toda população local; é ser comum a todos; é destinar-se não a determinada comunidade (como é a biblioteca escolar, a universitária, a especial, a especializada e a infantil), mas toda a coletividade. Ela deve ter todos os gêneros de obras que sejam do interesse da coletividade a que pertence. É nela, também, que se deve encontrar, além da literatura em geral, as informações básicas sobre a organização do governo e sobre serviços públicos em geral, tais como produtividade, saúde pública, fontes de emprego etc. Além disso, uma biblioteca pública, por extensão, deve, constituir-se em um ambiente realmente público, de convivência agradável, onde as pessoas possam se encontrar, conversar, trocar ideias, discutir problemas, saciar curiosidades, auto-instruir-se, criar, ter contato direto com escritores, organizar teatro e outras atividades culturais e de lazer. As bibliotecas públicas podem ser, segundo o âmbito da coletividade em que estão implantadas, federais, estaduais e municipais.

O Manifesto da UNESCO (1994), se apresenta dinâmico em relação a evolução das bibliotecas públicas quanto a atualização, devendo elas se adaptarem a tecnologia e informação que avança aceleradamente, assim oferecendo sempre um melhor serviço ao seu público. Os serviços da biblioteca pública devem ser oferecidos com base na 27 igualdade de acesso para todos, sem distinção de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou condição social. Serviços e materiais específicos devem ser postos à disposição dos utilizadores que, por qualquer razão, não possam usar os serviços e os materiais correntes, como por exemplo minorias linguísticas, pessoas deficientes, hospitalizadas ou reclusas. [...] Todos os grupos etários devem encontrar documentos adequados às suas necessidades. As coleções e serviços devem incluir todos os tipos de suporte e tecnologias modernas apropriados assim como fundos tradicionais. É essencial que sejam de elevada qualidade e adequadas às necessidades e condições locais. As coleções devem refletir as tendências atuais e a evolução da sociedade, bem como a memória da humanidade e o produto da sua imaginação. (UNESCO, 1994).

De acordo os autores supracitados, afirma-se a biblioteca pública como missão de possuir locais de livre acesso a qualquer público, onde se possam obter e transmitir experiências, também como espaço para lazer e uma instituição que deve acompanhar e oferecer informação com tecnologia atualizada. Sendo dentre todas


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as tipologias, a que possui sentido mais dilatado, podendo incluir diversos tipos de funções. Após saber em que se define a biblioteca pública, é importante salientar seus objetivos perante a sociedade em que se está inserida. Suas funções estão ligadas a educação, recreação, cultura e informação, então, para que uma biblioteca tornese verdadeiramente pública, faz-se necessário assumir as seguintes funções: educativa, cultural, recreativa e informacional. Essas funções encontram-se interrelacionadas, não podendo uma trabalhar sem as outras Arruda (2000). 

Função educacional; A função educativa nos dias atuais, incluem mais vertentes do que as noções

a elas destinadas no passado. Elas hoje servem para dar suporte aos ensinos escolares formais, e também como um órgão promovedor de leitura, servindo como alicerce para a educação formal e não formal. Porém, a relevância prioritária de que a biblioteca tenha função forte educacional, é discorrida por autores diferentemente, como por exemplo, Muller (1984), apud Arruda (2000), afirma que a biblioteca pública deve, apenas, servir como ponte para leitura da sociedade em geral, sem se confundir com a educação escolar. Conclusão esta discordante a realidade atual das bibliotecas públicas, que tem cerca de 90% de seus usuários vindos do ensino formal, de ensino fundamental e médio Arruda (2000). É obtido então, que, as bibliotecas públicas tem sua função educacional enraizadas em suas diretrizes, pois é uma ferramenta essencial para alunos de ensino formal, mas sem perder uma das suas abrangências, que é o incentivo a prática da leitura. 

Função cultural; A função cultural de uma biblioteca pública, é essencial para a sociedade, as

bibliotecas desde as suas origens, são apêndices da cultura. Arruda (2000), apud Andrade; Magalhães (1979), diz que o desenrolar dessa função deve ser entendida como sendo todo e qualquer tipo de manifestação artística oferecida à comunidade, dando, aos indivíduos a oportunidade de contato, participação,

apreciação

das

artes,

proporcionando

ambientes

agradáveis,

estimulando e agindo, tanto quanto possível, como contra-peso à cultura comercialmente orientada da atualidade.


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Para Flusser (1983) o papel da biblioteca pública quanto a ser disseminadora de cultura, vai muito além das simples apresentações artísticas aos usuários, ele afirma que Em termos práticos, a biblioteca-centro cultural é um centro que, a partir da cultura literária, irradia estímulos em direção de um grupo determinado de pessoas (estímulos esses frutos de um trabalho de interação bibliotecacentro cultural com a população dada), que tem por meta o desenvolvimento cultural integrado da comunidade. Este desenvolvimento tem duas dimensões. Por um lado, o conhecimento da cultura existente – tanto o acervo quanto o contexto cultural – que concerne a comunidade em questão, e por outro, a criação de uma cultura que está constantemente a se fazer.

A Biblioteca Nacional (2000) também diz que a biblioteca pública é um grande meio disseminador de cultura regional, afirmando que A biblioteca pública deve, ainda, atuar como um centro de informação de cultura popular promovendo a melhor integração comunidade/ biblioteca, visando a coleta, preservação e disseminação da documentação representativa dos valores culturais que expressam as raízes, jeito de ser e identidade de nosso povo.

Função recreativa; Com o intuito de promover o gosto pela boa leitura, a partir do detrenimento, a

função recreativa visa atender a uma importante necessidade social, que é o equilíbrio psíquico Arruda (2000). Andrade e Magalhães (1979), apud Arruda (2000), diz que a função recreativa da biblioteca pública consiste no relaxamento e diversão do usuário, através de leituras agradáveis e dispersas, algo que também dissemina o hábito da leitura, não sendo uma leitura obrigatória, mas sim recreativa. Em sendo assim, a finalidade dessa função corresponde ao oferecimento de uma leitura descompromissada e de livre escolha para proporcionar ao público que a procura o relaxamento e/ou recreação do indivíduo, cuja rotina encontra-se inserida na pressões exercidas pela vida moderna. (ANDRADE; MAGALHÃES 1979) apud, (ARRUDA 2000).

Analisando esses contextos, do livro como meio de diversão, apresenta-se a questão se a biblioteca viria pode se tornar um local de desordem, mas pelo


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contrário, está leitura descompromissada pode vir a se tornar indispensáveis aos sujeitos leitores, que a principio irá recorrer a biblioteca com o intuito de recreação. Ao buscar a biblioteca continuadamente, o sujeito leitor despertará a curiosidade para outros assuntos, o que irá gerar um progresso quanto as suas frequências, se tornando posteriormente um usuário real. Ressaltando ainda, requisitos da função recreativa, a biblioteca pública também é um meio disseminador da leitura infantil, dando suporte inicialmente como meio escolar, e consequentemente atraindo os com ambientes agradáveis e leituras recreativas a utilizarem a biblioteca voluntariamente. É válido ressaltar que, durante a prática dessa função o público infantil não pode ser esquecido, uma vez que a biblioteca deve desempenhar o papel complementar junto à família e escola, necessitando, para isso, de um local reservado às crianças, contendo livros, jogos, brinquedos e gibis apropriados para cada faixa etária, TV e vídeo, palco para representações, a fim de despertar o raciocínio, coordenação motora e, sobretudo, o gosto pela leitura (ARRUDA, 2000).

Função informacional; Durante o desempenho dessa função, os serviços que a biblioteca devem

oferecer ao público em geral, informações que correspondam à necessidade das pessoas que a solicitam, tornando-se, portanto, de vital importância para a comunidade, mesmo que tal solicitação seja uma informação rotineira, conhecida como utilitária. Por esse tipo de informação, entende-se como sendo aquela que não se encontra apenas no suporte tradicional, que a priori são os livros. Desenvolver essa função implica na prestação de serviço junto à informação que visa satisfazer as necessidade imediatas da comunidade, não estando, por sua vez, localizada nos documentos existentes na biblioteca, já que se volta para as questões de esclarecimentos diversos, endereços de pessoas ou instituições, indicação de emprego, pontos turísticos, preços de hotéis, etc. (NOGUEIRA, 1983; VERGUEIRO, 1988) apud, (ARRUDA, 2000).

É imprescindível que essas informações se sustentem com precisão, rapidez e originalidade na biblioteca pública, já que vivemos hoje num meio globalizado, onde a facilidade que a tecnologia traz, faz com que as pessoas busquem primeiramente a internet como base informacional, sem bases muitas vezes verdadeiras. A biblioteca pública ao cumprir seu papel de oferecer qualidade quanto


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ao seu acervo, atendimento e ambiente convidativo, faz com que o usuário não tenha receios quanto a busca-la, preferindo assim a ela do que a qualquer site na internet. O material disponibilizado pela biblioteca é extremamente importante para satisfação dos usuários, entretanto, além de conter informações formalizadas, devem se ater ao fato de conter informações utilitárias e corriqueiras, informações sobre a cidade como, pontos turísticos, programações culturais ocorrentes em cada período, entre outras. As funções definidas pela biblioteca pública, visam atender perfeitamente seu público, contribuindo quanto a educação formal, dispondo de matérias para pesquisas especializadas, e também de material para informações corriqueiras. Fazendo bom uso também do seu uso coletivo quanto ao entretenimento e lazer.

2.4 Bibliotecas públicas no Brasil atual

Analisando as bibliotecas públicas mundo a fora em países desenvolvidos, fica evidente a disparidade que há em relação as bibliotecas públicas no Brasil. Bastos (2011), diz que nos países desenvolvidos temos uma biblioteca que possui identificações e laços fortes com a comunidade na qual atua, realizando atividades e fornecendo subsídios informacionais para que aqueles sujeitos leitores consigam debater e refletir questões de real interesse dos membros daquela comunidade; enquanto nos países subdesenvolvidos as relações são diferentes, a começar pela pouca proximidade das comunidades com essas instituições, não existe uma identificação com aquele espaço, já que ele efetivamente não representa aqueles sujeitos leitores, aquele coletivo realizando quase nenhuma ação de consulta do que é interessante que elas disponibilizem, contando com acervos desatualizados, pouco atraentes e muito longe de constituírem reais unidades de informação que nações em processo de desenvolvimento merecem e precisam.

No Brasil ainda não se reconhece sua população em maioria como sujeito leitor, processo decorrente da história vaga e ineficaz quanto a educação do país, o leitor ainda se encontra em processo de formação cultural, com dificuldades de se aproximar das bibliotecas, na verdade, quando essas existem, pois em sua maioria, são ambientes totalmente distintos e desvirtuados das funções que neste trabalho já foram tratadas.


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Um grande problema é que por muitas vezes, a biblioteca pública acaba por fazer somente o trabalho de uma biblioteca escolar, já que essas são praticamente inexistentes nas escolas públicas do país, o que dificulta as demais funções que a biblioteca deve exercer. O resultado negativo disso é que a biblioteca pública se desvia cada vez mais do seu foco e é forçada a se escolarizar sempre mais, contando assim com uma pequena ou inexistente parte da sua coleção, verdadeiramente voltado ao público alvo. Isso acontece por inexistência de uma política rigidamente cultural preocupada com o desenvolvimento social e intelectual do país. Segundo o Instituto Pró livro (2007), o número de livros lidos no país é de 4,7 por ano, sendo que 3,4 é realizado durante o período escolar enquanto apenas 1,3 é realizado fora das escolas. Temos realidades distintas no país: Na Região Norte a média é de 3,9, sendo que 3,7 são realizados na escola, enquanto 0,2 são feitos fora da escola; no Nordeste 4,2 é a média, sendo que 3,6 nas escolas e 0,6 fora delas; 4,9 é a média do Sudeste, sendo que 3,0 é na escola e 1,9 fora dela; no Sul a leitura média é de 5,5, enquanto 3,7 é na escola e 1,8fora dela; a região Centro-Oeste é de 4,5 livros, enquanto 3,4 na escola e 1,1 fora dela. Para Milanesi (2013), a inexistência da biblioteca pública contribuiu ainda com uma questão muito significativa dentro da cultura brasileira: o uso primordial dos meios de comunicação de massa, com destaque para o rádio e televisão como fonte de informação. No Brasil, existe um número elevado de analfabetos, respectivamente 13 milhões, segundo o Profissão Repórter (2015) e quase por unanimidade esses não leitores se encontram nas classes mais baixas. Essa situação complica-se com a ausência de espaços efetivos de leitura, torna-se impraticável com a estrutura vigente, em que inexistem bibliotecas escolares nas escolas e, quando existem, repetem práticas domesticadoras que impedem os movimentos de deslocamento dos sujeitos, o diálogo entre eles e com os livros; tudo isso tem efeitos na forma de os discursos circularem e de os sujeitos constituírem. A ausência de bibliotecas escolares impede a formação de sujeitos-leitores, quando saem da escola ao invés de continuarem a buscar a leitura e efetivarem-se como leitores, acaba por afastá-los, criando neles uma ojeriza da leitura, resultando num desejo dos adultos de se livrar dos livros e do sentido de enfado que eles causam (BASTOS, 2011).


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Tratando por assim, vemos que as escolas, não cumprem a missão de formar cidadãos interessados ao cultivo da cultura após saírem delas. Esses sujeitos se tornam incapazes de agir de forma independente informacionalmente falando, pois não priorizam o conhecimento e a intelectualização que o hábito da leitura traz, e muitas vezes acabam por se tornar reféns da mídia midiática e manipuladora. Em uma sociedade onde a educação não é parte irrevogável do seu condicionamento, o público não entende o porquê da necessidade de bibliotecas e tão pouco as reconhecem como instituições que devem ser bem tratadas e vinculadas ao seu processo de conhecimento cultural e intelectual. Segundo levantamento feito pelo site informacional G1 (2014), o Brasil possui apenas uma biblioteca pública para cada 33 mil habitantes, até a data em que foi realizado o levantamento, eram 6.148 bibliotecas do tipo dispostas no território brasileiro.

Figura 5: Fonte: <http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/11/brasil-tem-uma-biblioteca-publicapara-cada-33-mil-habitantes.html>


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De acordo a fonte, o índice é o mesmo de 5 anos atrás, apesar de terem sido criados mais espaços no período, mas o aumento da oferta não superou o crescimento da população. E segundo a presidente do conselho regional de bibliotecomania Regina Souza, há muitos casos que as bibliotecas são listadas no sistema nacional de bibliotecas públicas, mas encontram-se fechadas ou que em muitos municípios, o que se encontram são espaços inadequados com amontoados de livros, sem qualquer tipo de organização, administração e produtos para benefício da sociedade. Analisando este levantamento e as referenciações acima de autores, é evidente o quão o país se encontra estagnado quanto a esses elevados índices de analfabetismo letrado e cultural, e que apesar de existirem alguns programas governamentais em prol da educação e também para a distribuição de bibliotecas públicas em todos os munícipios brasileiros, muito pouco se tem feito. A população é crescente e cada vez mais subordinada ao convívio em uma sociedade desustruturada. Quanto a biblioteca que sobrevive ou se ergue diante desse caos, Souza (2005) afirma que elas precisam buscar aproximação cada vez mais com a sociedade por vias de estratégias, como a) criação e desenvolvimento do gosto pela leitura nas crianças desde a pré-escola; b) apoio à educação em todos os níveis do cidadão autoditada e empreendedor; c) promoção de atividades e eventos que estimulem a criatividade e a imaginação; d) promoção do conhecimento da herança cultural e o gosto pelas artes e pelas ciências; e) fomento ao diálogo intercultural e valorização a diversidade cultural; f) apoio à tradição oral; g) divulgação de todo o tipo de informação comunitária; h) promoção da inclusão digital; i) apoio à alfabetização a ao letramento de jovens e adultos; j) apoio à educação à distância.

Souza (2005), ainda diz que a universalização da tecnologia de informação, em sujeitos semi letrados, gera iletrados digitais, e isso aumenta consequentemente as disparidades sócio culturais. A nossa realidade demonstra que não há praticamente algum incentivo político a médio e longo prazo quanto a construções de prédios adequados para instalações de bibliotecas, sendo essas em grande parte das vezes, locadas em prédios públicos antigos que são “adaptados” para receberem acervo e funcionamento precário das bibliotecas.


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No terceiro milênio a biblioteca tem que reencontrar sua importância social vencendo o desafio de ser mais do que guardiã da cultura, uma provedora de informação, educação e cultura e uma servidora da sociedade, que vai ao encontro de suas necessidades básicas de bem estar, que coopera lado a lado com suas organizações comunitárias, que se aproxima de outras agências provedoras e se reconhece parceira e apoiadora de todas as iniciativas que objetivam reduzir os índices de subdesenvolvimento humano, de uma maneira cada vez mais universal (ARRUDA, 2005).

2.5 Projetos referenciais Este levantamento teve por objetivo configurar referências de projetos de bibliotecas, das quais foram absorvidas, ideias e embasamento para a criação da nova biblioteca parque pública de Vitória da Conquista. O primeiro projeto que será retratado, é para a biblioteca de São Paulo, os responsáveis pelo projeto foram os arquitetos do escritório aflalo gasperini arquitetos. O segundo projeto, é para a nova biblioteca Central de Halifax, Canadá. Os responsáveis pelo projeto foi o arquiteto Schmidt Hammer Lassen. O terceiro projeto é da biblioteca pública da cidade de Girona, na Espanha. O projeto foi concebido pelo escritório Corea & Moran Arquitectura.

2.5.1 Biblioteca de São Paulo Localizada no Parque da Juventude, na zona norte de São Paulo. Parte da revitalização urbana da cidade, o projeto de autoria da Aflalo & Gasperini já nasce de forma intimidadora, quebrando paradigmas já traçados por bibliotecas no Brasil. Com 4.250 m² o local é claro e possui aberturas zenitais. No térreo figuram paredes de vidro recuadas da fachada, o que garante sombreamento calculado, farta iluminação natural e consequente economia de energia.


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Figura 6: Fachada biblioteca de São Paulo. Fonte: <http://www.galeriadaarquitetura.com.br/slideshow/newslideshow.aspx?idproject=58&index=0>

A biblioteca foi erguida no mesmo terreno onde abrigou o antigo complexo de presídios Carandiru. Possui 4.257m² e foram reaproveitados alguns elementos estruturais da antiga construção. Acomodando agora uma planta livre, formada por espaços amplos com grande flexibilidade de layout e pé-direito alto. Os vidros das janelas exibem serigrafias lúdicas. A biblioteca tem o objetivo de atrair também o público não leitor, oferecendo diversos espaços para interação social e cultural, além de estar integrada a uma ampla área verde. O antigo pavilhão do Carandiru, sofreu poucas alterações estruturais. Entre elas, o reforço das paredes internas, para que pudessem sustentar as prateleiras. A edificação é formada por 20 pilares de sustentação e dez vigas principais dispostas a 10 m uma da outra, cada uma com 15 m de vão, além de laje alveolar. No pavimento térreo está recepção, acervo, auditório para 90 pessoas e módulos de leitura para crianças e adolescentes. O terraço comporta uma estrutura tensionada, que lembra “tendas náuticas”. No andar superior estão acervo, espaços de leitura com um módulo apenas para adultos, e áreas multimídia. Os terraços têm nas fachadas leste e oeste, de maior insolação, pérgulas com laminados de eucalipto de reflorestamento e policarbonato. Já as demais fachadas são fabricadas com placas de concreto pré-moldadas e acabamento texturizado colorido. O terraço


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existente foi coberto por uma estrutura tensionada, que lembra “tendas náuticas” e abrigará uma cafeteria, áreas de estar e espaço para performances.

Figura 7: Interior Biblioteca de São Paulo. Fonte: <http://www.galeriadaarquitetura.com.br/slideshow/newslideshow.aspx?idproject=58&index=0>

Figura 8: Terraço Biblioteca de São Paulo. Fonte: <http://www.galeriadaarquitetura.com.br/slideshow/newslideshow.aspx?idproject=58&index=0>


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Figura 9: Exterior e fachada lateral Biblioteca de São Paulo. Fonte: <http://www.galeriadaarquitetura.com.br/slideshow/newslideshow.aspx?idproject=58&index=0>

Figura 10: Fachada pirncipal Biblioteca de São Paulo. Fonte: <http://www.galeriadaarquitetura.com.br/slideshow/newslideshow.aspx?idproject=58&index=0>


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2.5.2 Nova Biblioteca Central de Halifax, Canadá. A nova Biblioteca Central Halifax é um projeto acolhedor, que reflete na sua população, além de ser um patrimônio diversificado da cidade. O edifício possui área de 15.000 m² é um catalisador para a regeneração do centro da cidade e o produto de um extenso processo de co-criação, envolvendo consultas públicas mensais e oficinas com vários grupos focais. O exterior da biblioteca aparece como quatro formas retangulares colocadas no topo uma da outra, na horizontal, e torcido para se relacionar com as duas direções diagonais que são dominantes na cidade.

Figura 11: Biblioteca Central de Halifax. Fonte: < http://www.archdaily.pe/pe/759861/nueva-biblioteca-central-de-halifax-schmidt-hammerlassen>

O interior da biblioteca reflete a diversidade do exterior, toda produzida por paredes de vidro. Possui escadas e passarelas no átrio que liga os cinco andares. O átrio cheio de luz fornece uma visão geral da ampla gama de serviços oferecidos pela biblioteca, incluindo um espaço de 300 assentos, dois cafés, estações de jogo, estúdios de música, dedicado a aulas de alfabetização para adultos, círculo de leitura das Primeiras Nações, e salas de reuniões para os empresários locais. Todo o segundo andar é dedicado a crianças e jovens, com áreas destinadas para cada faixa etária, de crianças a adolescentes.


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Figura 12: Átrio Biblioteca Central de Halifax. Fonte: < http://www.archdaily.pe/pe/759861/nueva-biblioteca-central-de-halifax-schmidt-hammerlassen>

Figura 13: Balança de sobreposição de blocos Biblioteca Central de Halifax. Fonte: < http://www.archdaily.pe/pe/759861/nueva-biblioteca-central-de-halifax-schmidt-hammerlassen>


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2.5.3 Biblioteca Central de Helsinki, Finlândia

Figura 14: Biblioteca Central de Helsinki vista aérea. Fonte: <http://www.archdaily.com.br/br/01-125954/proposta-vencedora-da-biblioteca-central-dehelsinki-slash-ala-architects>

A biblioteca central de Helsinki, encontra-se em fase de contrução, localizada no centro de Helsinki, na Finlândia. O edíficio possui 16.000 m². O projeto foi baseado na ideia de dividir as funções da biblioteca em três níveis: um térreo ativo, o último pavimento calmo e um volume hermético entre esses dois contendo funções mais específicas. Esse conceito foi desenvolvido de maneira bem abrangente, que convida as pessoas a utilizar os espaços e serviços por baixo, por dentro e por cima dele. A biblioteca nasce da dinâmica entre o terreno e os objetivos do programa. O jogo entre os três pavimentos individuais do edifício é o conceito chave da proposta. A praça pública na frente do edifício continuará por dentro do edifício, se misturando com uma variedade de elementos que propiciam o encontro e a troca de experiências. O pavimento térreo será um espaço robusto, movimentado e frequentemente atualizado, adequado para visitas rápidas e a passagem de


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pedestres. Os espaços públicos ativos e sem barreiras serão visíveis, atraentes, compreensíveis e acolhedores para todos os visitantes. Um hall multifuncional, um restaurante e um cinema estão entre os equipamentos do térreo.

Figura 15: Fachada frontal e praça em frente ao edifício. Fonte: <http://www.archdaily.com.br/br/01-125954/proposta-vencedora-da-biblioteca-central-dehelsinki-slash-ala-architects>

Figura 16: Pátio externo de entrada. Fonte: <http://www.archdaily.com.br/br/01-125954/proposta-vencedora-da-biblioteca-central-dehelsinki-slash-ala-architects>


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Figura 17: Pátio interno de entrada. Fonte: <http://www.archdaily.com.br/br/01-125954/proposta-vencedora-da-biblioteca-central-dehelsinki-slash-ala-architects.

A tradicional atmosfera serena de biblioteca pode ser encontrada no pavimento superior. Esta será uma área calma para contemplação, flutuando por sobre a agitada Helsinki. Oferecerá vistas espetaculares sem obstruções para o parque e para paisagem da cidade. Enquanto um espaço tradicional de biblioteca, o último andar também funcionará como uma plataforma moderna, aberta e flexível para uma infinidade de funções.

Figura 18: 3º pav. Fonte: <http://www.archdaily.com.br/br/01-125954/proposta-vencedora-da-biblioteca-central-dehelsinki-slash-ala-architects>


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Figura 19: 3ยบ pav. Fonte: <http://www.archdaily.com.br/br/01-125954/proposta-vencedora-da-biblioteca-central-dehelsinki-slash-ala-architects.


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3 PROCESSO METODOLÓGICO Para atingir o objetivo final do trabalho proposto da nova Biblioteca parque pública de Vitória da Conquista, foi adotado um roteiro com ferramentas capazes em sua utilização de proporcionar o entendimento de problemas, perguntas e soluções. Em posse das informações colhidas e estudadas, foram feitos estudos capazes de definir uma área espacial para a relocação do bem público, acessibilidade e aproveitamento deste espaço, para que se possa assim ser proposto da melhor forma um projeto arquitetônico funcional e utilizado sem questionamentos contraditórios e desfavoráveis. No desenvolver do anteprojeto e fase de plantas arquitetônicas, foram utilizadas as seguintes ferramentas de apoio metodológico: - Pesquisas bibliográficas; em artigos, sites, publicações com referências e

técnicas construtivas. Pois as bases fundamentadas em publicações de estudos já realizados foram de suma importância para a realização do projeto. A partir de um estudo criterioso sobre o tema, pode-se atingir conceitos próprios, organizando ideias e fatos condizentes com o problema. A pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. (AMARAL, 2007).

- Pesquisa em campo; este método se procedeu a partir da observação de fatos e acontecimentos em equipamentos similares relacionados ao tema. Com a coleta de dados relevantes, se obteve a interpretação e análise de questões pertinentes ao estudo, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando o bom entendimento da questão pesquisada. - Entrevistas e questionários; advindos das pesquisas em campo, essa ferramenta fomenta várias questões sobre o tema adotado, dando apoio as teorias adquiridas. Foi realizada entrevista com profissional da área, o bibliotecário da atual instituição biblioteca da cidade. Com usuários do objeto de estudo, como estudantes e pessoas paralelas, foram aplicados 80 questionários. A partir das respostas coletadas com esses materiais, foi suprida a demanda por respostas lógicas e funcionais sobre o entendimento das funções, divisões e bom uso da biblioteca.


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- Estudo de projetos referenciais; esta ferramenta foi imprescindível para obtenção de respostas advindas de análises de fatos. Foram realizadas as coletas de dados de questões já existentes em equipamentos e temas similares. As respostas colhidas foram base para nortear um estudo comparativo eficiente para a composição do projeto. É uma investigação que se assume como particularística, isto é, que se debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial, pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir a que há nela de mais essencial e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno de interesse. (PONTE, 2006).


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4 CIDADE - VITÓRIA DA CONQUISTA Vitória da Conquista é uma cidade brasileira do interior baiano. Sua população, conforme o IBGE, em 2015 é de aproximadamente 344.000 habitantes, o que faz dela a terceira maior cidade do estado, atrás de Salvador e Feira de Santana, e a quarta do interior do Nordeste. Possui um dos PIBs que mais crescem no interior desta região.

Figura 20: Mapa da Bahia – Vitória da Conquista Fonte: < wikipedia.org>

A cidade é a capital regional de uma área que abrange aproximadamente oitenta municípios na Bahia e dezesseis no norte de Minas Gerais, se destacando como um importantíssimo polo prestador de serviços, comércio, saúde e educação. Possui uma altitude média de 923 metros nas escadarias da Igreja Matriz, atingindo os 1.100 metros nas partes mais altas. Possui uma área de 3.204,257 km².


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Figura 21: Cidade de Vitória da Conquista. Fonte: < http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=867430&page=422>. Acesso em: 20 mai.2016.

A cidade se destaca por possuir um setor educacional extenso, formado por diversas escolas conveniadas com as melhores redes de ensino do país, a exemplo, o IBEN (Instituto Baiano de Educação de Negócios), conveniado à Fundação Getúlio Vargas, possui 287 escolas entre públicas e privadas de ensino fundamental e médio, conta atualmente com oito faculdades particulares, sendo elas: UCSal, UNIT, FAINOR, FTC, Faculdade

Maurício

de

Nassau, Faculdade

Santo

Agostinho, UNIP, UNOPAR; e três universidades, sendo elas: UFBA (aprovado desmembramento da UFBA visando criação da UFSBA), IFBA, UESB e futuramente a UFSBA (Universidade Federal do Sudoeste da Bahia), o que a consagra como um importante polo de educação de ensino superior, tendo cerca de 12 mil universitários, em abrangência nacional. 4.1 Biblioteca pública de vitória da conquista A biblioteca pública municipal José de Sá Nunes, da cidade de Vitória da Conquista, possui 58 anos de fundação. Foi criada com o propósito de ser um espaço destinado à cultura, informação e educação. Mantida pela Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, de acordo o site da prefeitura da cidade


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(pmvc.com.br), a biblioteca dispõe de um acervo formado por 44 mil exemplares, entre livros didáticos, de literatura, além de enciclopédias e periódicos. A Biblioteca Municipal José de Sá Nunes foi criada a partir de uma sala de leitura que tinha um acervo composto por obras doadas por personalidades ligadas às letras e funcionava, desde 1952, em um pequeno espaço na Praça Joaquim Correia. O local ganhou status de biblioteca a partir de um decreto assinado em 16 de junho de 1958. Nesse mesmo ano, a biblioteca foi registrada no Instituto Nacional do Livro (INL). Em 1963, a biblioteca foi transferida para o Instituto de Educação Euclides Dantas, onde permaneceu até junho de 1964. Em 1978, atendendo às solicitações de um número cada vez maior de leitores e estudantes, seu espaço físico foi ampliado, mas, ainda assim, não conseguiu comportar o acervo. Por este incidente, foi transferida novamente, dessa vez para um casarão localizado na Praça Tancredo Neves que, hoje abriga o Centro de Convivência do Idoso, funcionando neste local até 15 de novembro de 1991, quando a biblioteca foi novamente transferida e instalada na edificação em que funciona atualmente. Em 1999, a Biblioteca Municipal José de Sá Nunes foi desativada e passou por reformas, através do convênio 212/98, com o Ministério da Cultura, e após, foi novamente reativada.

Figura 22: Antiga Biblioteca José de Sá Nunes, na praça Tancredo Neves. Fonte: < http://www.diarionewsbahia.com.br/noticia/9487/vitoria-da-conquista-a-suica-baiana-na-rotado-turismo >


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A atual biblioteca, localizada na Av. Jonas Hortélio, possui 750 m² de área, conta com salão de entrada, espaço infantil, sala de estudo, pesquisa, serviços técnicos, referência, triagem de livros provenientes de doações, cozinha e banheiros. O espaço onde está inserida a biblioteca é cercado, em sua maior parte, por residências térreas, e a edificação reclusa-se em meio a uma área com quase nenhuma vegetação. O Terreno atualmente também foi designado pela prefeitura, para acolher recentemente, uma casa de apoio para andarilhos, a casa encontra-se em diagonal ao prédio da biblioteca, não possuindo nenhum elemento como muros ou cercas que os separe no terreno. O acesso a biblioteca, acontece apenas pela Av. Jonas Hortélio, a mesma se encontra ao fim da avenida. A edificação possui partido arquitetônico simples, sem elementos que correspondam com evolução da construção civil. O prédio possui janelas amplas, o que favorece na penetração de luz natural, entretanto, o acervo é disposto de forma a receber bastante incidência solar, o que não é propriamente recomendado, pois para que isso aconteça, os elementos construtivos das fachadas, janelas e portas devem ser considerados e devidamente tratados para o bloqueio da incidência solar, preservando assim o acervo, o que não é o caso desta edificação.

Figura 23: Entrada e fachada principal da biblioteca José de Sá Nunes. Fonte: Acervo da aluna.


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Figura 24: Acervo infantil. Fonte: Imagem cedida pela biblioteca José de Sá Nunes.

Figura 25: Acervol. Fonte: Imagem cedida pela biblioteca José de Sá Nunes.

A biblioteca possui uma sala de estudos consideravelmente pequena, e algumas mesas espalhadas pelos demais espaços de acesso ao público da biblioteca. Possui também setor infantil e setor braile. Os banheiros da instituição não são acessíveis e estão em estado precário. A biblioteca não possui estacionamento, o que é utilizado como um, é o espaço entre o portão e a porta de entrada da edificação. Foi conferido e registrado também neste espaço, soltos animais de grande porte, como cavalos e carroças. A biblioteca também não possui ambientes como lanchonete ou parque infantil, que servem para dar apoio ao público.


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Figura 26: Espaço destinado a estacionamento da biblioteca José de Sá Nunes. Fonte: Acervo da aluna.

De acordo informações colhidas em conversas informais com funcionários da biblioteca e pelo blog Oficina de Notícias, a frequência de usuários buscando o que o espaço tem a oferecer, é cada vez menor, há alguns anos eram de 50 pessoas por dia, atualmente chega no máximo há 30 usuários. Foi relatado também pelos funcionários, que a busca maior pelos serviços da instituição, acontecem nos períodos que antecedem vestibulares e concursos públicos. 4.1.1 Entrevista com bibliotecário Em respostas colhidas a partir de entrevista realizada com o bibliotecário Luís Fernandes Santos, que atua na instituição a pouco mais de um ano, foram apontadas algumas falhas e dificuldades para a manutenção da mesma. O que ele aponta como principais elementos desmotivadores para a frequência do espaço, são a falta de um acervo qualificado e atualizado; um sistema informatizado para catalogação do acervo, podendo ter um site próprio para divulgação e reserva de itens; a falta dos setores de multimídia e audiovisual; a falta de tomadas e layout dispostos a propiciar o uso de notebooks; sanitários inadequados e não adaptados; internet wi-fi, salas de estudos em grupo, auditório pequeno e a inexistência de área de lazer externa.


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Foi informado também que a sala destinada a informática, encontra-se desativada, por falta de manutenção. E destaca a edificação como insalubre, possuindo diversos pontos de infiltração, o que já ocasionou problemas elétricos na mesma, trazendo prejuízos quanto a perca de material armazenado em computadores. Quanto a localização, ele afirma ser propícia, pois se situa em uma área silenciosa e tranquila, trazendo assim, sossego para o ambiente. Ressalta apenas a falta de transporte coletivo que em seu trajeto, tenha rota próxima a biblioteca. O Ponto de ônibus mais próximo, encontra-se na praça do Gil, há 12 minutos de caminhada. Sobre o acervo, o bibliotecário relata que fez conferência para catalogação manualmente, e o seu acervo é composto por volta de 23 mil itens, revogando então, a informação passada pelo site da prefeitura. Não sabendo precisar porquê a informação constada no site, se contrapõe. Luís afirma o quanto uma instituição pública como biblioteca, é importante para o enriquecimento cultural de uma sociedade, devendo essa, ser valorizada e fomentada, de maneira que, o prazer ao se usufruir desse espaço, seja completamente satisfatório. Disponibilizando recursos que atendam às necessidades locais, instigando desde a criança na sua vida escolar, ao usuário remoto, para uma simples apreciação de um jornal ou um bom romance, em seu lazer. O conhecimento é o alicerce de uma sociedade civilizada e desenvolvida. O bibliotecário também diz que a arquitetura do espaço biblioteca, está intimamente ligada a frequência e prazer na utilização do mesmo. O espaço deve ser atrativo, confortável e apropriado para os utentes e também para seus funcionários.


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4.1.2 Resultados de questionários Foram aplicados oitenta questionários à cerca da presente proposta projetual, a partir dos resultados obtidos, foi estudado e composto um programa de necessidades que supra as carências apontadas. - Dos oitenta questionários aplicados, 80% foram respondidos por pessoas com idade entre 20 e 30 anos, 10% até 18 e também 10% acima de 30 anos. - 35% nunca foram a atual biblioteca pública da cidade ou nem mesmo sabiam de sua existência, 30% frequentou durante a vida escolar (ensino fundamental) e 28% se encontrava nela ou a utilizava algumas vezes durante o ano. - Dos que já frequentaram a biblioteca, 35% se locomoveram até ela por meio de veículo próprio, 15% de bicicleta, 20% a pé e 30% de transporte coletivo. - Dos que já frequentaram a biblioteca, 30% leva seu material de estudo de casa, utilizam o espaço por ser tranquilo e silencioso, 30% não encontrou no acervo o que procurava e 40% utilizou material encontrado no espaço. - Os usuários alegam como principais problemas, a localização, sendo o principal; dizem achar inseguro o espaço, por ser recuado, numa rua de pouquíssimo movimento; o barulho, pois a acústica da edificação não é boa, podendo qualquer conversa ou até mesmo um espirro, ser ouvido a distância; a falta de uma lanchonete, pois nem mesmo nas proximidades há alguma; a falta de tomadas e internet gratuita no espaço; consideram o espaço aquecido, pois recebe muita incidência solar e não há aparelhos de ar condicionados, somente alguns ventiladores que raramente funcionam; falta de salas para estudo em grupo e falta de estacionamento.- Os usuários e quem mesmo nunca a frequentou, sugerem que a biblioteca deva ter uma melhor localização, de acesso mais fácil e divulgação da instituição e também investimentos em feiras, saraus e palestras; os usuários sugerem que a instituição também deva ter acervo atualizado e espaço adequado para estudos, área de lazer para leitura ao ar livre; parque infantil; lanchonete; computadores a disposição dos usuários; ventilação e layout adequados. - Dos que já frequentaram a biblioteca, 70% acham que o quadro de funcionários e acervo disponível, não é compatível com uma cidade do porte de Vitória da Conquista e 30% os consideram bons.


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- Dos 80 questionários aplicados, 90% acha que a cidade deva ter um equipamento institucional como a biblioteca pública e 10% diz ser irrelevante. - Dos 80 questionários aplicados, 100% diz que com a implantação de uma biblioteca que supra necessidades por eles citados, e condizente com o atual crescimento da cidade, passaram a frequentar mais o espaço. 5 DESCRIÇÃO DE SÍTIO 5.1 Estudo de legislação 5.1.1 Código de obras de Vitória da Conquista e Plano Diretor Urbano 

O terreno escolhido para ser implatado a edificação deste projeto, lozaliza-se no bairro Candeias I, sendo um terreno de quatro testadas, uma delas para a Avenida Siqueira Campos, constando no Código de Obras Municipal (Anexo II, quadro 3.1), é aplicável a zona de uso de Corredor de Uso Diversificado III. O uso para fins institucionais, é pemitido. O seu coeficiente de aproveitamento básico é de 1,0; aproveitamento máximo é de 3,0; coeficiente de ocupação é de 0,60 e coeficiente de permeabilidade é de 0,15. Os recuos mínimos que devem ser adotados de frente são de 3,0m e laterais 1,5m.

Para quantidade de vagas para estacionamento, recomenda-se que a cada 30m² de área útil, seja adicionada uma vaga (Anexo V, quadro 3.6).

Para locais onde se teram grandes concentrações de pessoas, é recomendado que as circulações tenham largura mínima de 2,50 m.

As escadas devem ter passagem com altura livre de no mínimo 2,10m e largura mínima útil de 1,10 metros para edificações de mais de 2 pavimentos que não possuam elevadores e de 1,00 metro nas edificações que disponham de elevadores. Os patamares devem separar lances de no máximo 19 degraus, e os espelhos devem ter altura máxima de 0,18 metros e piso com largura mínima de 0,25 metros.

As rampas de acesso interno e externo de pedestres podem ter declividade entre 8.33% a 12.00% a depender da altura de lance a ser vencido.

As rampas de acesso a veílucos devem possuir inclinação de 15.00%.

Os elevadores são obrigatórios em edificações que possuam mais de 4 pavimentos.


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Para o tipo de empreendimento, a edificação também deverá contar com escadas para saídas de emergência, com elevação mínimo de 1,0 m acima de qualquer cobertura da edificação e deverá seguir a NBR 9077, para dimensionamento e classificações quanto ao tipo que deve-se utilizar.

As edificações destinadas a reuniões culturais e recreativas deverão satisfazer as seguintes condições, além das exigências desta Lei e das especificações relativas as edificações em geral: - Ante-sala com área mínima equivalente a 1/6 da área total do espaço; - Disporem no mínimo, de duas saídas para logradouros, ou para corredores de largura não inferior a 2,00m, sendo vedada a abertura de folhas de porta para dentro do recinto ou sobre o passeio; - Instalações sanitárias dotadas de um vaso sanitário, por grupo de 300 pessoas,

um mictório e um lavatório grupo de 200 pessoas ou fração,

observados a separação por sexo e isolamento quanto aos vasos sanitários. (obs: segundo a NR 32, os sanitários acessíveis, devem localizar-se em rotas acessíveis, próximas a circulação principal, podendo ser integradas ou não as demais instalações sanitárias, mas devendo estarem próximas). 5.1.2 Principais normas técnicas utilizadas - NBR 9077/2015 – Saída de emergência em edifícios. -NBR 9050/2015 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. - NBR 13994/2000 - Elevadores de passageiros - Elevadores para transporte de pessoa portadora de deficiência. - NBR 5626/1998 - Instalação predial de água fria. - NBR 6492/1994 - Representação de projetos de arquitetura. - NBR 7199/1989 – Projeto, execução e aplicações de vidro na construção civil. - NR 32 – Norma regulamentadora. - IT 22/2015 – Corpo de Bombeiros. 5.1.3 Autores e diretrizes conferidos


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Para o desenvolvimento do projeto arquitetônico de uma biblioteca parque, buscou-se norteio em alguns autores e diretrizes de referência, que descrevem como devem ser os espaços, já que para a elaboração do mesmo, não existe normas específicas. São os principais deles: - Luís Milanesi – Biblioteca (2013), A casa da invenção (2003). - Neufert – Arte de projetar em arquitetura 18º edição (2013). - Diretrizes da Ifla sobre os serviços da biblioteca pública (2013). - Biblioteca pública – princípios e diretrizes (2010). 5.2 Análise do entorno Em estudos feitos para entendimento urbano da área e terreno onde será implantada a biblioteca parque, que o bairro onde se encontra o Candeias I, é de uso bastante misto, possuindo edificações residenciais (casas e prédios), comerciais e institucionais. A avenida para qual será voltada a entrada e saída de veículos é a Siqueira Campos, avenida esta que nos horários de pico, tem seu fluxo de veículos mais intensificado em uma parte, já nas proximidades do terreno, o fluxo não possui aumento significativo, sendo ela uma via arterial, que liga alguns bairros ao centro da cidade. A avenida Brasil, que pode-se dizer ser uma das laterais do terreno, é uma avenida coletora, que possui fluxo também moderado. A rua da granja, que será onde vai estar a entrada e saída de veículos dos funcionários e carga e descarga, é uma via local e de fluxo baixo de veículos. A rua Fortunato Sales é uma via também local e de baixo fluxo de veículo.

Figura 27: Localização do terreno na Avenida Siqueira campos. Fonte: Imagem editada pela aluna.


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Figura 28: Estudo de vias próximas ao terreno. Fonte: Imagem editada pela aluna.

Como já mencionado, o bairro onde será locada a biblioteca parque, é de uso misto, possuindo próximo ao terreno, hipermercados (Hiper Bom Preço, Rondelli), escolas, uma pública e demais particulares, cursos de idiomas, duas faculdades particulares, cursos preparatórios para exames públicos e ACIDE (associação conquistense de integração do deficiente). Sendo estas citadas, por estarem em um raio de até 300 m em relação ao terreno, aumentando essas imediações para uma distância de até 1 km, são inúmeras as edificações institucionais e comerciais encontradas. A região encontra-se carente de áreas destinadas ao lazer, pois no estudo feito, não foi identificado qualquer que seja bem público para lazer ou até mesmo praças. Visando assim, que o projeto biblioteca parque, trará para as imediações, equipamentos para o lazer e cultura.


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Figura 29: Tipologia das edificações próximas ao terreno. Fonte: Imagem editada pela aluna.

Em observações feitas relativas ao gabarito de altura das edificações lindeiras ao terreno, foi diagnosticado que o tipo prevalecente é de residências ou pequenos bares e lanchonetes de um ou dois pavimentos, sendo em sua maior parte, residências unifamiliares. Entretanto, há também edificações de 3 a 5 pavimentos e maiores do que 5 pavimentos, esta última sendo em menor número. Paralelas ao terreno da biblioteca, na avenida Brasil, há três prédios de grande porte, mas que de nenhuma maneira tornará a biblioteca uma ilha, pois a mesma contará com térreo e mais dois pavimentos.


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Figura 30: Gabarito de altura das edificações próximas ao terreno. Fonte: Imagem editada pela aluna.

5.3 O terreno A escolha do terreno, deu-se após um estudo de possíveis áreas onde a biblioteca parque poderia ser implantada. O terreno escolhido possui área de 26.700m² e está situado em um meio urbano consolidado, diversificado, onde se tem escolas, faculdades, residências e comércios nas imediações, de fácil acesso, tanto para quem vai por meio de transporte próprio, ônibus coletivo ou pé. A área é considerada tranquila e o bairro possui diversidade quanto as suas residências, desde casas bastante luxuosas a residências mais humildes. Em frente a duas testadas do terreno, encontram-se dois pontos de ônibus coletivo, facilitando assim a frequência de quem preferir por fazer o uso deste meio. O terreno conhecido por “Bosque da Paquera” já foi ponto de encontro para muitos jovens de anos atrás. O seu uso nunca foi definido, não sendo classificado


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como praça, pois não possui mobiliário urbano, ou parque. No local existe apenas a plantação de eucaliptos, que por vez, aos poucos estão sendo erradicados. Em conversa com o secretário do meio ambiente de Vitória da Conquista, Carlos Teles, foram esclarecidas algumas questões. Ele diz que o eucalipto é uma vegetação que não se deve existir inserida a um centro urbano, ainda mais sendo uma plantação, pois é uma árvore de grande porte, que se por um acaso caia, fará um estrago grande. A árvore também não é adequada para o tipo de solo da região. E ainda segundo o secretário, a prefeitura esta fazendo a erradicação das árvores, retirando primeiro as que estão em maior risco de queda, mas futuramente todas acabarão sendo erradicadas, pois foi feito um laudo no local e este constatou que 90% das árvores estão findadas a desmoronar. O bosque existe há muitas décadas neste local. A partir do estudo de área realizado e visando o que poderia se tornar este espaço, que verdadeiramente nunca teve um uso apropriado e satisfatório para a população, foi optado por este terreno, dando assim a região, um verdadeiro equipamento urbano, cultural e social que agregará singularmente no cotidiano da população da cidade. 5.4 Levantamento fotográfico do terreno

Figura 31: Bosque da Paquera visto da rua da Granja. Fonte: Acervo da aluna.


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Figura 32: Bosque da Paquera em processo de erradicação de árvores. Fonte: Acervo da aluna.

Figura 33: Bosque da Paquera visto da rua Fortunato Sales. Fonte: Acervo da aluna.


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Figura 34:Ponto de Ă´nibus em frente ao Bosque, na rua da Granja. Fonte: Acervo da aluna.

Figura 35:Ponto de Ă´nibus em frente ao Bosque, na Avenida Siqueira Campos. Fonte: Acervo da aluna.


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5.5 Levantamento topográfico Em estudo de topografia, foi identificado que á area que compreende o terreno escolhido, possui algumas curvas de nível e declividade, mas que praticamente se anulam, pois o terreno detém de uma área bastante extensa, o que torna a declividade pouco destacada. Sendo assim, foi optado por fazer a planificação de todo o terreno a 10 cm do nível da rua Siqueira Campos.

Figura 36: Levantamento topográfico do terreno. Fonte: Imagem editada pela aluna. Imagem não escalada.

5.6 Estudo de insolejamento e ventilação Foi constatado a partir de estudos de insolejamento, que o sol da manhã, atinge com maior incidência as testadas voltadas para a avenida Brasil e rua da Granja nordeste e sudeste, já o sol da tarde, poente, atinge com maior incidência as testadas voltadas para avenida Siqueira Campos e rua Fortunato Sales noroeste e sudoeste. Os ventos predominantes agem sobre as testadas nordeste e sudeste.


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Figura 37: Estudo de insolejamento. Fonte: Imagem cedida por Analu Nery e editada pela aluna. Imagem não escalada.

Figura 38: Estudo de ventilação. Fonte: Imagem cedida por Analu Nery e editada pela aluna. Imagem não escalada.


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6 CONCEITO O conceito aferido ao projeto elaborado, é o que de mais atual vem sendo adotado mundo a fora. O conceito de Biblioteca Parque, surgiu em Medellín e Bogotá, Colômbia. Essas cidades eram conhecidas por serem altamente perigosas, por grande índice de homícidios, roubos e tráfico de drogas. O governo investiu inssessantemente na educação e cultura, criando diversos equipamentos públicos que proporcionassem a população, meios pelos quais poderiam se desenvolver economicamente, culturalmente e socialmente. A partir daí os resultados superaram as expectitivas, e as regiões de risco onde foram implantads as bibliotecas parques, passaram a ser vistas de outro modo. No Brasil, a chegada do conceito biblioteca parque, se deu na cidade do Rio de Janeiro, com a fundação da biblioteca parque estadual e biblioteca parque Manguinhos. Entende-se por bibliotecas parque, bibliotecas públicas multifuncionais, com acesso imediato e fácil à informação. Ao encararem a transformação do conceito de leitura, apresentam espaços dinâmicos que visam a construção de uma sociedade mais igualitária, aberta a todo tipo de conhecimento. Estas instituições são frequentadas diariamente por milhares de pessoas, pois os serviços que as mesmas oferecem, vão muito além do simples conceito de que a biblioteca é um depósito de livros para serem emprestados. Os espaços são criados para oferecer direta e indiretamente ao usuário, o prazer de se frequentar a instituição, visando ser polo de informação e disseminação da cultura. As bibliotecas parques trazem áreas para lazer, como jardins e praças, espaços propriamente culturais, para apresentações e até mesmo peças de teatro, como é o caso da biblioteca parque estadual, no Rio de Janeiro, que inclui um teatro em seu programa. A partir da analise e estudo focados a essa temática, com inspiração e metodologia voltadas a programas e partidos de projetos similares, foi sintetizado o conceito e desenvolvido programa, partido arquitetônico e projeto para a Biblioteca Parque do Sudoeste Baiano.


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6.1 Partido arquitetônico Nascido da premissa de oferecer a cidade um ambiente voltado à informação, cultura e lazer, o projeto da Biblioteca Parque do Sudoeste Baiano, objetiva proporcionar um marco de referência para Vitória da Conquista, tendo além do seu enfoque principal de disseminação do amor pelos livros, espaços físicos que agregarão muito além da leitura. Traz consigo tendências contemporânias, como o vidro, madeira, concreto aparente e composição de cores para as fachadas. A integração de modo suave da edificação com a o meio externo, traz a tona a possibilidade de se sentir livre para ir e vir de encontro a natureza, mesmo estando dentro de um espaço fechado. Fechado este, que da claro poder de observação e amdmiração do seu meio externo. Portanto, para alcançar tal enfoque, a utilização do vidro nas fachadas do bloco Biblioteca, se fizeram imprecindiveis, proporcionando assim, translucidez, leveza e harmonia do meio interno com o externo. Portanto, é importante salientar, que a arquitetura deva dar ao projeto, meios dos quais já foram citados neste trabalho, para que não se exima e substitua o amor pelos livros e a busca pela cultura. Devendo proporcionar espaços que intriguem o passante e observador, para que este se sinto ávido a frequência de tal espaço.


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7 PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa e dimensionamento para um espaço como biblioteca, está relacionado diretamente às necessidades da população que a utilizará. Deve ser idealizado de tal forma que atenda satisfatoriamente a população a qual está inserida. Devendo ser analisado o meio social no qual será exposta, tamanho de população e cultura regional, para organização de espaços e distribuição de fluxos e setores. Devendo ser analisadas também, questões pertinentes, como: insolação, ventilação, vegetação e entorno. Não existem normas e regras agentes para construção de uma biblioteca, como se há para um hospital ou escola, mas sim diretrizes e conceitos, que podem ser seguidos como parâmetro, analisando o que se quer transmitir e qual público se quer atingir com este equipamento. Para Milanesi (2003), não existe demanda clara por parte da população em relação às atividades culturais, assim, deve-se observar a população, seus anseios e objetivos, além dos espaços que devem ser multifuncionais, informativos e integrados, ou seja, devendo informar, discutir e criar. A biblioteca pública deve disponibilizar materiais nos suportes adequados a apoiar os processos de aprendizagem formal e informal. Devendo também auxiliar o usuário a utilizar eficazmente esses recursos de aprendizagem, bem como disponibilizar infraestruturas devidamente apropriadas ao estudo. A capacidade de aceder à informação e de usá-la eficazmente é essencial para uma educação bemsucedida. A parte que vai além da edificação, deve estar conectada a mesma, possibilitando conforto aos utentes, desde os elementos como jardins, praças e o que mais for proposto para áreas externas, precavendo harmonizar com as fachadas. Transmitindo ao usuário, interação com o meio, sensações de leveza e liberdade. Para Milanesi (2003), deve se conter sanitários locados logo à entrada da edificação, para que o usuário se limpe antes de emaranhar-se ao acervo, evitando assim, danos aos matérias.


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Alguns conceitos básicos para dimensionamento de uma biblioteca, são propostos por Milanesi (2003), são eles: ESPAÇOS BIBLIOTECA

MÁXIMO

MÍNIMO

ÁREA TOTAL

100 hab/m²

30 hab/m²

ACERVO

3 titulos/hab

8 hab/titulos

CONVIVÊNCIA

1/3 da área total

1/6 da área total

INFANTIL

1/3 da área total

MULTIMÍDIA

1 terminal p/ cada mil hab

1/6 da área de acervo bibliográfico 1 terminal p/ cada 10.000 hab

FUNCIONÁRIOS

1 p/ cada 2.000 hab

1 p/ cada 20.000 hab

AUDITÓRIO

300 assentos ou mais

150 assentos ou 360m²

Figura 39: Fonte: Autoria própria, elaborada a partir de informações de Milanesi, a casa da invenção (2003).

A partir da análise desses dados, é recomendado que a cidade de Vitória da Conquista, que possui cerca de 344.000 habitantes, possua uma biblioteca de no mínimo 3.440 m² e no máximo 11.500 m². Seu acervo deve possuir no mínimo 43.000 itens e no máximo 1.032.000. Deve possuir no mínimo 34 terminais multimídia e no máximo 344. A quantidade de funcionários deve ser no mínimo de 17 e máxima de 172. O Manual de diretrizes da Ifla sobre os serviços da biblioteca pública, apresenta índices que devem ser considerados quanto ao crescimento do acervo, são eles: - Para populações abaixo de 25.000 hab 0,3 itens per capita/ano - Para populações entre 25.000 e 100.000 hab 0,25 itens per capita/ano - Para populações acima de 100.000 0,2 itens per capita/ano Considerando que a cidade de Vitória da Conquista possui mais de 100.000 hab. adota-se o índice 0,2. O que sugere um acervo de 68.800 itens, aproximando para 70.000.


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De acordo Neufert (2013), são considerados de 20 a 30 itens por metro linear de estante, essas adotando 2,00 m de altura, possuindo 6 prateleiras com profundidade de 0,25 cm, somam 204 livros por estantes, sendo necessárias 344 estantes para um acervo de 70.000 itens. Além destes 204 itens, já estão adicionados o valor de acréscimo da coleção, que é considerado de 25%. Segundo Milanesi (2003), deve ser considerado que 1° da população frequente diariamente a instituição, o que se fraciona em 3.440 usuários/dia. Segundo Neufert (1976), estima-se que 2,5 m² são ocupados por cada usuário, os quais permanecem em média duas horas na biblioteca. Foi definido que a biblioteca parque funcionará 12 horas por dia, sendo assim 573 pessoas estarão a utilizar os seus espaços a cada período de 2 horas. O programa e pré-dimensionamento sugerido propõem que a Biblioteca Pública parque de Vitória da Conquista, seja condizente com os objetivos de um centro de cultura, portando da disseminação do conhecimento, buscando o equilíbrio entre estética e funcionalidade, com ambientes racionais e lúdicos, espaços amplos e acolhedores. Agregados a área escolhida para implantação deste objeto de estudo, com premissa de que este porte grande área de lazer externa, foi desenvolvido o seguinte programa: 7.2 Programa de necessidades – Biblioteca Parque SETOR SOCIAL AMBIENTE

ATIVIDADES Espaço destinado a utilização múltipla, sendo a porta de entrada que dará boas-vindas ao usuário, este deve ser

Foyer/recepção

convidativo

estaticamente

refinado,

portando de pé direito alto e mezanino, para que o usuário ao chegar, tenha uma ampla visão dos espaços. Espaço destinado a refeições rápidas Café literário

(lanches)

para

aqueles

que

se

encontram a utilizar a biblioteca. Ambiente destinado a exposições de


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Sala de exposições

artes ou livros, lançamentos de livros e sessões de autógrafos. Espaço

para

receber

palestrantes,

feiras de livros ou exposições de maior porte, devendo ser um espaço para fácil modificações de layout interno. Auditório

Deve contar com camarim, foyer e copa, para preparo de lanches que serão distribuídos nos intervalos das atividades. Destinadas a conferências e palestras

Salas de múltiplo uso

de menor porte, minicursos e reuniões, com layout alternativo. Espaço destinado a reproduções de documentos audiovisuais, projeção de

Sala de áudio e vídeo

filmes e documentários, seccionados em dados horários ao decorrer do dia. Sala destinada para aulas de música e

Oficina de música

ensaios,

com

devido

tratamento

acústico, para que o som não propague para o meio externo. Oficina de Dança

Sala destinada a aulas e ensaios de dança. Ambiente destinado a abrigar coleções de

Hemeroteca

revistas,

periódicas, próximo

jornais deve

possível

e

publicações

situar-se da

o

entrada

mais da

biblioteca. Espaço Mapoteca

destinado

para

armazenamento e estudo de mapas e cartas cartográficas. Para usuários, no foyer, feminino e

Sanitários

masculino,

com

opção

de


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acessibilidade integrada ou sanitários individuais acessíveis.

SETOR DE ATENDIMENTO AO USUÁRIO AMBIENTE

ATIVIDADES Sala destinada para que o usuário

Reprografia

faça

emissão

de

cópias

e

impressões. Sala destinada a prestação de serviços Digitalização de livros

de digitalização de documentos e livros, com equipamento adequado. Sala que deverá ser frequentada por todo

utente

após

efetuar

o

cadastramento na biblioteca. Servirá Treinamento de novos usuários

para treinamentos de como utilizar os

E funcionários

espaços da biblioteca, pesquisas de livros e empréstimo deles. A sala também servirá para treinamento de funcionários.

SETOR DE ACERVOS AMBIENTE

ATIVIDADES Espaço destinado a locação de acervo

Acervo infanto juvenil e gibis

de

livros

infantis

e

revistas

em

quadrinhos. Espaço que concentra o grande volume de livros da biblioteca, contendo obras Acervo geral

de referência, literatura, ficção e não ficção e também acervo de cultura local. Devem ser espaços amplos, dispostos por postos de leitura e


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próximos as salas de estudo. Espaço destinado ao uso de usuários que portem necessidades especiais. Contará com o acervo em braile, Acervo Leitores especiais

equipamentos que facilitem o estudo dos usuários e bancadas para estudo. Espaço destinado ao armazenamento de

Acervo de obras raras

obras

especiais

e

raras,

que

necessitem de móveis adequados e climatização

apropriada.

O

Acervo

contará com uma sala para estudos. Este acervo contemplará todas as Acervo audiovisual

obras

audiovisuais

disponíveis

na

biblioteca.

SETOR DE LEITURA AMBIENTE

ATIVIDADES São bancadas paralelas sem divisórias,

Postos de leitura

para leitura e acomodação de leitores próximas ao acervo geral. Destinadas ao estudo individual, com bancadas separadas por divisórias, ou

Salas de estudo individual

salas que comportem até mesmo uma só pessoa por vez. Destinadas a utilização de grupos,

Salas de estudo em grupo

devendo possuir algumas cadeiras com mesa,

podendo

as

mesas

serem

redondas, quadradas ou retangulares. Para usuários, feminino e masculino, Sanitários

com opção de acessibilidade integrada ou sanitários individuais acessíveis.


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SETOR TÉCNICO AMBIENTE

ATIVIDADES Espaço destinado para o carregamento

Carga e descarga

e descarregamento de material inferido a biblioteca em fase de processamento técnico. Sala destinada a realização de todo o processo de classificação, catalogação

Processamento técnino

e despacho de obras que estarão entrando ou saindo do acervo da biblioteca. Espaço

Reparo de Obras

destinado

a

consertos

de

obras, possuindo material necessário. Espaço no qual o material da biblioteca será armazenado após passar pelo processamento técnico e não estiver disponível ao uso do público. O mesmo

Depósito de livros

contará com um DML, para atender o bloco da biblioteca. Destinada a fazer o controle de entrada

Guarita Casa do lixo

e saída de veículos da biblioteca. Para despejo de todo lixo produzido pela Biblioteca Parque.

SETOR ADMINISTRATIVO AMBIENTE

ATIVIDADES Ambiente que antecede os demais, sendo onde os funcionários baterão ponto

Recepção

e

onde

recepcionados,

os

usuários quando

serão se

direcionarem a trata algum assunto com a direção.


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Sala de reuniões

Espaço para reuniões dos funcionários da biblioteca Sala

Coordenação

onde

se

responsáveis

encontrarão

pela

os

direção

da

gerenciamento

e

instituição. Secretaria

Sala

para

organização

de

serviços

administrativos. Descanso de funcionários

Área destinada a alojar os funcionários em seus intervalos.

Sala de armários

Espaço destinado para guarda de pertences dos funcionários. Para utilização dos funcionários da

Sanitários/vestiários

biblioteca,

devendo

contar

com

chuveiros e estarem próximos a sala de armários. Espaço destinado a manutenção e segurança da instituição, onde se Zeladoria

encontrarão o setor de filmagens das câmeras de segurança. Espaço para guarda de alimentos, onde os funcionários poderão realizar

Copa

suas refeições. Para usuários, feminino e masculino,

Sanitários

com opção de acessibilidade integrada ou sanitários individuais acessíveis.

SETOR EXTERNO (ÁREAS LIVRES) AMBIENTE

ATIVIDADES Será Locada no centro dos blocos de biblioteca, oficinas e auditório. Disposta

Praça central

de grandes espelhos d’agua, nos quais utilizarão águas captadas por meio de


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calhas

instaladas

nos

teto

para

captação de águas pluviais Espaço com pergolados, , onde se Redário Academia ao ar livre

encontrará redes. Espaço

destinado

a

pratica

de

atividades físicas ao ar livre. Ciclovia

Pista para ciclistas. Pista para a prática de caminhadas.

Pista de cooper Espaço com arquibancadas, destinado Praça de insenações

a apresentações e insenações ao ar livre. Espaço destinado a recreação infantil,

Parque infantil

dispondo de variados brinquedos ao ar livre. Espaços que disponham de praças e

Jardins

espaços com mesas e bancos, para leitura livre, relaxamento e piquiniques. Deverão

Quiosques

ser

locados

nas

áreas

externas, próximos aos equipamentos já mencionados neste setor. Para usuários, feminino e masculino,

Sanitários

com opção de acessibilidade integrada ou sanitários individuais acessíveis.


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7.3 Funcionograma


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8 MEMORIAL JUSTIFICATIVO O terreno de quatro testadas, possibilitará entrada por pedestres em três delas, sendo estas, na Avenida Siqueira Campos, rua da Granja e rua Fortunato Sales. O acesso e saída de veículos se dará pela avenida Siqueira Campos, sendo projetada uma faixa de desacelaração para a imersão e saída destes, para que assim, ao entrar e sair no empreendimento, não gerem transtornos à via. Esse acesso e saída também possui uma guarita, que os divide ao centro, sendo 5 metros destinados à entrada e 5 à saída. Já a entrada de pedestres voltada à esta avenida, encontra-se um pouco mais a frente, próxima ao ponto de ônibus, que existe paralelamente ao terreno e também voltada frente aos blocos da biblioteca, auditório e oficinas, foi devidamente posicionada, para dar mais conforto aos transeuntes, que não precisarão estar em conflito com a entrada e saída de veículos, e também para os que ao chegarem de ônibus coletivo, tenham um percuso menor a percorrer até a entrada do empreendimento. Em frente a este acesso de pedestres, há um pergolado em madeira com trepadeiras e árvores ao redor, indicando e servindo de passagem para o transeunte que se direcionar aos blocos. Para rua da Granja, será voltado o acesso de carga e descarga e veículos de funcionários, ou pessoas que irão se apresentar em algum evento no auditório. Tendo assim um estacionamento exclusivo para funcionários, ao fundo do bloco administrativo. Nesta rua, também será locado um acesso de pedestres, próximo a outro ponto de ônibus que também há nela. Este acesso está próximo aos blocos biblioteca, oficinas e auditório. Em frente a este acesso de pedestres, há um pergolado em madeira com trepadeiras e árvores ao redor, indicando e servindo de passagem para o transeunte que se direcionar aos blocos. Para a rua Fortunato Sales, foi destinado um estacionamento, exclusivo para a rua, fora da circundância da calçada e cerva viva que fará rodeio ao terreno. As vagas destinadas a este estacionamento, foram pensadas, a partir da observação de que nesta área, desta rua, muitas pessoas deixam seus carros estacionados, visto que há um bar em frente e uma escola de Ballet e também para aqueles que não quiserem estacionar no estacionamento interno, por procurarem somente fazer o uso dos equipamentos da praça que estará paralela a esta rua, praça está que será discorrida mais a frente.


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Por o terreno escolhido para inserção do projeto Biblioteca Parque ter extensão vasta em seus 26.700 m² e o conceito de biblioteca parque, inferir que estas devem ser passíveis de grandes áreas para lazer e entretenimento, foi optado por fazer a separação em blocos, cada um com seus setores devidamente definidos, mas que interajam entre si e com o meio externo, que proporcionará claridade e ventilação aos ambientes. A divisão se dá em quatro blocos, sendo que o bloco de auditório está ligado ao bloco de oficinas, possuindo apenas entradas separadas e o bloco biblioteca está ligado ao administrativo, tendo também acesos distintos. O projeto da Biblioteca Parque do Sudoeste baiano, é fomentado pelo poder administrativo público, este projeto faz parte das propostas governamentais que vem sendo já aderidas em algumas cidades brasileiras. Portanto, é de uso igualitário a qualquer cidadão. Para as áreas externas, foram projetados inúmeros espaços de lazer e interação social do público, sendo eles: - Praça voltada para a rua Fortunato Sales; Essa praça da acesso direto com a rua para qual está voltada, como já mencionado neste memorial, e também possui acesso direto ao estacionamento interno do empreendimento. Foi locada mas afastada dos blocos, pois contará com uma academia ao ar livre , uma pequena praça de contemplação, com chafariz e dois quiosques, para facilitar a compra de bebidas e alimentos dos usuários do espaço da biblioteca que estiverem nesta área do empreendimento, portanto, é uma área que pode gerar maiores ruídos sonoros. A praça foi pensada com a intenção de ser um suporte de lazer para a região, que é carente de equipamentos para uso público. - Pista de cooper e ciclovia: Por o terreno ser bastante extenso, foi pensado em implantar uma pequena pista de cooper e ciclovia que cincundam toda a extremidade do terreno. A população faz bastante uso de equipamentos similares a estes na cidade, que entretanto, são poucos. Esta razão, levou ao projeto dessas pistas, que, no entanto, não são destinadas a atender o uso de corredores e ciclistas com intenção de praticar treinos, mas sim para pequenos passeios de bikes, corridas leves e caminhadas. - Redário: Foi elaborado um ambiente com pergolados em madeira envolvido a área verde, onde se encontrarão redes, para o relaxamento, apreciação do


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meio externo e leitura ao ar livre. Este ambiente, encontra-se próximo ao acesso de pedestres voltado para rua da Granja. - Praça de incenações: Espaço com arquibancadas com altura de até 1,20 m destinado a apresentações e insenações ao ar livre. Encontra-se ao fundo do auditório e oficinas, em meio a área verde. - Parque infantil: Este espaço é destinado a recreação infantil, dispondo de variados brinquedos ao ar livre. Foi estrategicamente posicionado em frente ao ambiente da biblioteca,onde se tem o acervo infantil, para que assim facilitasse o ir e vir das crianças e dando também mais comodidade aos responsáveis por elas. Por último, se tem os jardins dispostos em todos os arredores do empreendimento, que por vezes formam praças com bancos em madeira e mesas para piquiniques e leituras ao ar livre. Todo o mobiliário externo, que será de madeira, como os pergolados, bancos e mesas, serão confeccionados a partir das árvores do eucalipto que vão ser retiradas do terreno. O mobiliário vai ser modelado por uma empresa da cidade que virá a ser contratada posteriormente. Na área externa, encontra-se também o estacionamento para veículos, possuindo 171 vagas, destas, 6 foram reservadas para portadores de necessidades especiais e idosos, e estas estão locadas próximas ao acesso dos blocos. Há também o estacionamento para motocicletas, possuindo 33 vagas e o bicicletário, possuindo 36. Toda essa área destinada para estacionamento, encontra-se arborizada com longos canteiros, para que assim não se perca de vista o principal enfoque da biblioteca, de se estar dentro de um parque. A disposição dos blocos no terreno e também dos ambientes que cada um integra, se deram a partir dos estudos de insolejamento e ventilação realizados. Definindo então suas fachadas e ambientes. Ao centro dos blocos, tem-se uma praça central com espelhos d’agua e árvores, fazendo com que seja mais um ambiente agradável de se estar do empreendimento, unindo por sua fluidez os blocos entre si. A disposição dos blocos e ambientes foram definidas em projeto arquitetônico, da maneira que veremos a seguir. 

Bloco oficinas:


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O Acesso a este bloco se da pela praça central de espelhos d’agua. Ao adentrar este bloco, tem-se o foyer, que servirá como um espaço comum de convivência e sanitários masculino e feminino com acessibilidade. O mesmo contará com duas salas multiuso com 41,00 m² cada, que servirão pala aulas, mini cursos e pequenas palestras oferecidas pela biblioteca. Possuirá também uma sala para oficina de artes, onde foi projetada com grandes rasgos de vidro nas paredes voltadas para a praça central, rasgos estes, que permitirão grande imersão de luz natural a sala. Neste bloco também irá estar locada a sala para reproduções de documentos audiovisuais, projeção de filmes e documentários, seccionados em dados horários ao decorrer do dia. E por fim, duas salas destinadas a aulas de música e dança, o acesso a estas salas, se faz por uma antecâmera, para que os ruídos produzidos nelas, não ecoem para os demais ambientes. A sala de música, possuirá tratamento acústico tanto nas paredes, quanto no forro. 

Bloco auditório: O acesso de usuários deste bloco, encontra-se também voltado para a praça de espelhos d’agua. A entrada leva ao foyer que servirá para interação social e coffee breaks, contando com sanitários masculino e feminino com acessibilidade. A sala do auditório, possui 240 assentos e um palco que está elevado a 70 cm do piso. Devido as exigências normativas, foi locada uma porta para saída de emergências. Para dar elegância e conforto estético, o pé direito da sala de audições e foyer , são de 4,5 m, e o foyer conta com grandes rasgos de vidro na parede Para atender as necessidas dos usuários deste bloco, foi projetado um camarim com banheiro, que dá acesso direto ao palco, uma copa para preparo de alimentos e um depósito. O acesso aos funcionários e pessoas que irão se apresentae no auditório, se faz por uma entrada exclusiva, perpendicular a entrada de usuários.

Bloco administrativo: Este bloco, encontra-se ao lado do bloco biblioteca (veremos a seguir), possui entrada pela praça central de espelhos d’agua e também uma pelas fundos, que da acesso ao estacionamento de funcionários. A entrada voltada para a


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praça principal, da acesso a recepção, que conta com sanitários masculino e feminino acessíveis a disposição de usuários da biblioteca. Para este setor, foram projetadas uma copa, para preparo de alimentos e refeições dos funcionários, uma sala para descanso dos mesmos, vestiário feminino e masculino para uso dos funcionários, sala de armários, para guarda de pertences, zeladoria, onde se encontrará todo o controle de segurança da biblioteca, uma secretaria, uma sala da coordenação, e uma doca, que terá porta para recebimento e despacho de materiais realizados por caminhões, está situada em frente ao acesso da entrada e saída de carga e descarga. Dentro da doca encontram-se também, as salas para reparo de obras, onde serão realizados reparos nos livros e a sala de processamento técnico, onde ficará o funcionário responsável por fazer o cadastro em sistema de todo material que entra para ser dispoto na biblioteca e todo material que sai por já não ser mais útil a ela. A doca também terá uma porta de acesso ao bloco biblioteca. 

Bloco biblioteca: Este bloco agregará ambientes capazes de gerar estímulo e prazer pelo conhecimento e leitura ao se percorrer seus espaços. Sua fachada principal, está voltada para a avenida Siqueira Campos, sendo nesta, o acesso principal de usuários ao bloco. Esta fachada é composta por paredes de vidro duplo laminado e temperado com filme interno, para proteção térmica dos ambientes. Ao adentrar, encontra-se o foyer, amplo e alto, com mezanino acima, podendo ser visto então o 1º pavimento, conta com layout de estar, para interação do público, e juntamente a ele, encontra-se o café literário, que faz ligação direta ao foyer, sem materiais divisores. O Café possui entrada pela praça central e no seu layout são dispostas diversas mesas. A parede voltada para a praça central, também é composta por vidro duplo, laminado e temperado com filme. Temos sob a varanda do café, a sobreposição do pavimento superior da edificação, conferindo a esta varanda, proteção e conforto sombreado. Nela também terá a disposição de mesas, para quem preferir fazer seu lanche no exterior. Sob o café, ainda se tem, em uma parte, o rasgo do mezanino que há sob o foyer. Voltando ao foyer, que também terá


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a sala para exposições de obras e noite de autográfos. Esta sala, estará voltada para a fachada em vidro e a parede que a divide do foyer, possuirá rasgos de vidro, para que os usuários façam interação dos ambientes. Ainda no foyer, se tem o balcão de recepão, onde serão realizados também o empréstimo e devolução de obras e o guarda volumes. Após o usuário passar por esse balcão, estarão locados detectores de segurança, para conferir segurança ao material disposto na biblioteca. Os usuários do café também não poderão adentrar aos demais ambientes da biblioteca portando alimentos ou bebidas, para preservação do acervo, portanto, os que estiverem no café, só poderão circular com alimentos ou bebidas até o foyer. Ao fundo do foyer temos a escada que dará acesso aos demais pavimentos e o elevador panorâmico, que encontra-se próximo aos sanitários masculino e feminino e também sanitários acessíveis com entradas independentes. À lateral do foyer, temos o espaço destinado ao acervo infantil e gibiteca, um espaço amplo e convidativo, com layout descontraído, mesas para as crianças e poltronas para os amantes de gibis, estantes inusitadas e uma parede toda em vidro, permitindo aos usuários, total visibilidade do meio externo, cercado por jardins. O acervo infanto juvenil possuirá uma porta que dará acesso direto a área externa e ao parque infantil, que encontra-se logo a sua frente. Ao fundo da edificação no pavimento térreo, tem-se mais uma área ampla para a disposição de revistas e periódicos, com layout interativo e também uma extensa bancada onde estarão dispostos computadores com acesso a internet para uso do público. Neste ambiente haverá uma escada, apelidada de “escada da leitura”, onde os usuários poderão se deitar sobre almofadas e relaxar, realizando suas leituras. Entre os degraus dessa escada, haverão nichos que comportarão livros para leitura rápida. Sua lateraç também está voltada para a parede de vidro, que dará visibilidade e interação com o meio externo. Ainda no pavimento térreo, ao fundo, foram locadas as salas de mecanografia, digitalização de livros, treinamento de novos sócios da biblioteca e mapoteca. E próximo a essas salas, encontra-se o depósito, que


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fará a guarda do material que não estará exposto aos usuários, somente para funcionários, este depósito é onde se faz ligação dos blocos, dando acesso a doca. O depósito também contará com um elevador de serviços, para distribuição de material, transporte de funcionários da limpeza, e pessoas que precisarem efetuar algum procedimento técnico nos pavimentos superiores. No primeiro pavimento deste bloco, estará disposto obras do acervo geral, com postos de leitura e computadores distribuidos ao redor do mezanino, mesas para acomodação de bibliotecários, sanitários masculino e feminino, e também acessíveis, um espaço destinado a leitores portadores de necessidades especiais, com o acervo em braile, equipamentos como page turner, máquina fusora e computadores adaptados, layout acessível, tudo para melhor atender os portadores de necessidades especiais. O primeiro pavimento possuirá dois mezaninos, um sob o foyer e o outro sob a gibiteca. Estarão dispostas também, salas para estudo individual e estudo em grupo e um espaço para apoio técnico, onde o elevador de serviços estará situado. Este pavimento dará acesso à escada enclausurada para saídas de emergência, exigida por norma. O segundo e último pavimento deste bloco, contará com mais obras que compõem o acervo geral da biblioteca, postos de leitura e computadores ao redor do mezanino, mais salas para estudo individual e em grupo, e uma sala reservada para armazenamento de obras raras, que possuirá uma sala exclusiva para estudos. Quando algum usuário requerer o uso desta sala, o mesmo será acompanhado por funcionário da instituição, para segurança de obras que devem ser cuidadosamente preservadas. O pavimento também portará de sanitários masculino e feminino acessíveis, acesso a escada de emergências e dará acesso a um dos ambientes mais aconchegantes da biblioteca, o terraço, que encontra-se neste mesmo piso, dividindo-se da área externa, por meio de paredes em vidro. O terraço possuirá pergolados, mesas, espreguiçadeiras e bancos dispostos para relaxamento e leitura do público, contando também com vegetação rasteira, de pequenos arbustos e gramas. A intenção deste espaço é conectar o parque externo que está abaixo, com a biblioteca nas alturas,


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fazendo com que as pessoas sintam a integração e apreciação de toda área externa. A fachada sudeste do bloco, é totalmente feita por vidros duplos com filme interno, foi optado pelo uso do vidro nela, pelo fato dela estar voltada para o sol da manhã, que é menos incidente e possui raios solares mais tênues. Sendo assim, as estantes que estarão compondo o layout, estarão afastadas a dois metros do vidro, porque embora ele seja especialmente preparado para que os raios solares penetrem o mínimo possível, foi priorizado deixar as estantes “soltas” em meio aos amplos espaços, para que assim, os usuários se sintam mais livres para circularem entre elas. Para a fachada noroeste deste bloco, também foi utilizado o vidro em determinadas áreas, sendo este totalmente protegido por brises em madeira, que surgirão desde o pavimento térreo, frente as janelas de banheiro e aos ambientes com vidro, até o último pavimento. 8.1 Materiais utilizados Para a composição de fachadas de ambos os blocos, foram definidos materiais e tendências contemporâneas, como o vidro, revestimentos similares à madeira, representando, portanto, a madeira nas fachadas, a própria madeira também dos eucaliptos para a composição dos brises, o concreto, na aplicação de placas cimentícias, que ora serão de cores impactantes, ora nas cores cruas do concreto, brises e pedras. Estes elementos farão a composição e integração dos blocos entre si e com o meio a qual estão inseridos, trazendo a área um empreendimento

esteticamente

belo

e

moderno,

priorizando

também

as

necessidades de cada espaço definido pelo programa. Os vidros que farão as composições das fachadas foram determinados a partir de estudos preliminares feitos a NBR 7199 e tendências atuais. Foram pensados para garantir ao espaço aproveitamento da claridade externa, a visibilidade também do meio externo, entretanto, com os devidos cuidados na determinação, para que não venham a ser um infortúnio para o empreendimento, degradando seu acervo e tornando desconfortável a utilização dos usuários. A norma indica, que, para fachadas, deve se optar por vidros temperados, que são mais flexíveis e em caso de quebra, não se estilhaçam


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em pedaços cortantes. Para compor fachadas, precavendo o cuidado com o acervo e o conforto térmico do ambiente, foi optado pelo vidro duplo, laminado e temperado com filme interior. Este vidro é capaz de absorver 90% da irradiação solar, permitindo assim, que o ambiente receba iluminação natural na medida ideal, sem transmitir calor excessivo. Para uma biblioteca, é importante priorizar o recebimento de luz natural, já que a claridade se faz necessária a todo o momento, por se tratar de um ambiente voltado a leitura. Este recebimento de luz natural fará com que o uso da luz artificial seja secundário, fazendo com que assim, os gastos com energia elétrica, sejam mais amenizados. As cores utilizadas para a composição das fachadas foram pensadas para darem ao projeto, um toque refinado e alegre, a escolha delas se deu por um estudo, para que a combinação das mesmas conversasse e trouxesse uma proposta modernista, sem se apresentarem destoantes, foram elas: Vermelho, verde limão, mostarda, grafite e cinza claro. A estrutura do empreendimento, foi definida a partir do bloco ao qual foi empregada. Todos os blocos terão sapatas isoladas em suas fundações. Para o bloco da biblioteca serão utilizadas lajes lisas em concreto protendido, já que este bloco exercerá maior peso na sua estrutura, devido ao peso dos livros; e também para que possam se alcançar vãos maiores entre os pilares. Os pilares do bloco biblioteca, serão pré-moldadas quadrados com tamanhos de 30x30 cm. Por se tratar de laje lisa, não serão adotadas vigas para este bloco. Para o bloco administrativo, serão adotadas lajes, vigas e pilares de concreto armado. O bloco do auditório, contará com estrutura de vigas e pilares metálicos e não possuirá laje. O bloco das oficinas também contará com vigas e pilares metálicos, porém, possuirá laje em concreto armado. Nas coberturas dos blocos, serão utilizadas telhas termoacúscutias de 40 mm, pois, como o próprio nome já sugere, elas são capazes de tornar a acustica dos ambientes mais apropriada, possuindo em sua camada interna, uma fita composta por espuma, para que o som ao passar por ali, possa ser parciamente absorvido. Para as coberturas, também foram definidas em projeto, a utilização de calhas metálicas com i=2% para captação de águas


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pluviais. A água armazenada, servirá para a irrigação das áreas verdes e abastecimento dos espelhos d’água. Para os pisos das áreas externenas, foram utilizados o intertravado drenante, o concregrama para as vagas de estacionamento e o asfalto para as vias do estacionamento. Os pisos permeaveis, foram pensados para que possibilitem a maior penetração de água possível ao solo, já que o terreno é bastante extenso. Por se tratar de uma edificação com o intuito de uma área verde viva, como um parque, o solo da mesma deve ser bem drenado.


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9 QUADRO DE ÁREAS Consta a seguir, o quadro de áreas com valores de áreas, índices e demais informções técnicas a cerca do projeto arquitetônico estabelecido:


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10. CONCLUSÃO Ao final da proposta do presente trabalho, que engloba questões teóricas e práticas, levantadas para a elaboração do projeto arquitetônico da Biblioteca Parque Pública do Sudoeste Baiano, e também o projeto arquitetônico em si, é apresentado com exatidão e maestria, priorizando os conhecimentos e obediência as normas vigentes, um projeto arquitetônico de relevância, que se mostra capaz de preencher as lacunas problemáticas quebrando os paradigmas e deficiências encontradas por tais instituições na atualidade, como não somente da cidade, mas do país. Visando ser, este elemento ao ser construído, mais do que uma biblioteca pública, um novo e importante instrumento para disseminação de cultura e conhecimento e também para encontros informais, visando o lazer da população. Que ao conceber este empreendimento, que trouxe consigo ideias arquitetônicas inovadoras, capazes de dar ao projeto ambientes funcionais, priorizando também a estetica e sustentabilidade, está última sendo hoje em dia tão escassa nas grandes cidades, com seus solos praticamente impermeáveis, sem parques ou até mesmo praças, é esperado que a população que o deterá, o admire e faça uso deste belo e aconchegante espaço da cidade, não permitindo que os livros, e o prazer que existe ao se deleitar em uma leitura interessante, ou mesmo um estudo aprofundado, se desfaçam nesse mundo tecnologizado


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APENDICES APENDICE A – Questionário aplicado à população de Vitória da Conquista 1 – Qual a sua idade? ( ) Até 18 ( ) Entre 20 e 30 ( ) Acima de 30 2 – Já foi à biblioteca pública da cidade? ( ) Sim ( ) Não 3 – Como se desloca até o espaço? ( ) Carro ( ) Moto ( ) Bicicleta ( ) Ônibus ( ) A pé ( ) Outros 4 - Período em que frequentou? ( ) Escola ( ) Faculdade ( ) Cotidianamente 5 - Encontrou o que procurava no acervo? ( ) Sim ( ) Não 6 - Quais problemas você identifica na atual biblioteca? ___________________________________________________________________ 7 - O que você sugeriria como mudança para a biblioteca? ___________________________________________________________________ 8 – Você acha que o espaço físico, quadro de funcionários e acervo é compatível com a cidade de Vitória da Conquista? ( ) Sim ( ) Não 9– Você acha necessário que a cidade tenha uma instituição pública como a biblioteca? ( ) Sim ( ) Não 11 – Com a implantação de uma nova biblioteca condizente com uma cidade em constante desenvolvimento, você passaria a frequentar mais o espaço? ( ) Sim ( ) Não


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