Ramons da Silva Libarino

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FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE – FAINOR CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

RAMON DA SILVA LIBARINO

PERFIL DOS ARTIGOS CIENTÍFICOS SOBRE DVA PUBLICADOS NO REPOSITÓRIO PERIÓDICOS DA CAPES ENTRE OS ANOS DE 2009 A 2018

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA 2019


RAMON DA SILVA LIBARINO

PERFIL DOS ARTIGOS CIENTÍFICOS SOBRE DVA PUBLICADOS NO REPOSITÓRIO PERIÓDICOS DA CAPES ENTRE OS ANOS DE 2009 A 2018

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, como pré-requisito para obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Profª. Me. Luiza Ferraz Telles França

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA 2019



RAMON LIBARINO

PERFIL DOS ARTIGOS CIENTÍFICOS SOBRE DVA PUBLICADOS NO REPOSITÓRIO PERIÓDICOS DA CAPES ENTRE OS ANOS DE 2009 A 2018

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis da Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR.

Aprovado em: ____/____/_____.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Profª Me. Luiza Ferras Telles França Orientadora

____________________________________ Profº Me. Josenaldo de Sousa Alves 2º Membro

____________________________________ Profº Me. Abmael da Cruz Farias 3º Membro


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PERFIL DOS ARTIGOS CIENTÍFICOS SOBRE DVA PUBLICADOS NO REPOSITÓRIO PERIÓDICOS DA CAPES ENTRE OS ANOS DE 2009 A 2018 Ramon da Silva Libarino1 Luiza Ferraz Telles França2 RESUMO Esta pesquisa teve como objetivo analisar algumas características bibliométricas dos artigos que tratam de Demonstração do Valor Adicionado, publicados entre os anos de 2009 a 2018. A base de dados utilizada para coleta dos artigos foi o Portal Periódicos da Capes. Para alcançar o objetivo proposto aplicou-se pesquisa bibliométrica, com abordagem descritiva. Dezoito artigos foram analisados, o maior número de publicações ocorreu no ano de 2014. Cinco periódicos concentraram de forma equilibrada as publicações sobre o tema, sendo a maioria classificado como Quallis B3. Pôde-se definir o perfil dos autores como predominantemente formado por homens, residentes nas regiões sul e sudeste do pais e que concluíram programas de pós-graduação stricto sensu. A instituição de origem dos autores a que mais publicou foi a Universidade Regional de Blumenau. Quando classificados em grupos de afinidade pelo objetivo da pesquisa, o escopo mais utilizado foi a análise da geração e distribuição do valor adicionado em diferentes categorias de empresas. Palavras-chaves: Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Bibliometria. Pesquisa Descritiva. ABSTRACT This research aimed to analyze some bibliometric characteristics of the articles dealing with Statement of Added Value, published between the years 2009 to 2018. The database used to collect the articles was the Capes Periódicos Portal. To achieve the proposed objective, a bibliometric research was applied, with a descriptive approach. Eighteen articles were analyzed, the largest number of publications occurred in 2014. Five journals concentrated the publications on the subject in a balanced way, most of them classified as Quallis B3. It was possible to define the authors' profile as predominantly male, resident in the south and southeast of the country and who have completed stricto sensu graduate programs. The originator of the authors to whom he published the most was the Regional University of Blumenau. When classified in affinity groups by the research objective, the most used scope was the analysis of the generation and distribution of value added in different categories of companies. Keywords:). Statement of Added Value (DVA). Bibliometrics. Descriptive Research.

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Graduando em Ciências Contábeis pela Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR E-mail: ramonlibarino@live.com 2 Docente do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR). Mestre em Contabilidade pela FUCAPE. E-mail: luizaftf@fainor.com.br.


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1 INTRODUÇÃO A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) tem por papel divulgar a contribuição das empresas para o desenvolvimento econômico e a remuneração aos agentes que contribuem para sua exigência. A DVA surge como uma demonstração que viabiliza a obtenção de informações transparentes a qualquer usuário, não importando seu nível de conhecimento em Contabilidade, por conta da forma como evidência as informações. A DVA aparece da necessidade de algumas companhias europeias consolidarem melhor a relação existente com seus acionistas. O objetivo dessa demonstração em relação aos empregados consistia em conseguir maior motivação e com isso produtividade. É compreendido também, que a DVA é um dos componentes integrantes do Balanço Social e proporciona às organizações a oportunidade de interagir com o meio onde a empresa está inserida, através de sua elaboração e evidenciação do valor adicionado gerado, bem como sua forma de distribuição aos seus agentes geradores de riqueza. A DVA é a melhor maneira que a contabilidade desenvolveu para evidenciar a geração e distribuição de riqueza de uma entidade, pois sua aplicabilidade pode ser considerada precisa. Para tomada de decisão na análise de investimentos, na captação de empréstimos, nos incentivos fiscais, nos estudos de viabilidade para instalação de empresas e até para decisões de financiamentos governamentais a DVA fornece total suporte. É uma grande aliada no auxílio sobre novos investimentos e no desenvolvimento da consciência para a cidadania, além de ser completa fonte de informação para as políticas de recursos humanos e as decisões de incentivos fiscais. Além dos aspectos já citados, a DVA faz a conexão com o Balanço Social da organização. As pesquisas envolvendo a temática relacionada a Demonstração do Valor Adicionado podem ser visualizadas em várias regiões do mundo e também no Brasil. Com isto o tema tornou-se relevante, afinal os investimentos destinados ao Social de uma entidade, a geração de riquezas e a elaboração do Balanço Social tem sido motivo de debates, além de auxiliar os investidores externos. A partir dessa informação levanta o seguinte questionamento: Qual o perfil dos artigos científicos sobre Demonstração do Valor Adicionado publicados na base de dados da Periódicos da Capes entre os anos de 2009 a 2018?


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Partindo desse pressuposto esta pesquisa tem como objetivo geral analisar as características bibliométricas dos artigos científicos sobre Demonstração do Valor Adicionado publicados na base de dados da Capes entre os anos de 2009 a 2018. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Demonstração do Valor Adicionado A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) tem por objetivo transparecer a contribuição das empresas para o desenvolvimento econômico e a remuneração aos agentes que contribuem para sua exigência. A DVA vai surgir como uma demonstração que viabiliza a obtenção de informações transparentes a qualquer usuário, não importando seu nível de conhecimento em contabilidade, por conta da forma como evidência as informações Cosenza (2003). A DVA, conforme Degenhart et al (2014) surge a partir da necessidade de algumas companhias europeias consolidarem melhor a relação existente com seus acionistas. O objetivo dessa demonstração em relação aos empregados consistia em, conseguir maior motivação e com isso produtividade, esta demonstração surgiu na área econômica com o plano de atender às necessidades relacionadas às informações dos usuários em relação ao valor da riqueza gerada pela empresa e sua devida utilização relacionando-se com o conceito de responsabilidade social. Na ótica de Scarpin et al (2011) o objetivo principal da DVA, portanto, é evidenciar o quanto de riqueza uma empresa produziu, isto é, o quanto ela adicionou de valor aos seus fatores de produção, e de que forma essa riqueza foi distribuída, bem como a parcela da riqueza não distribuída. Ainda segundo os autores a DVA apresenta informações econômicas da empresa por meio da evidenciação da dissolução da receita até o valor adicionado gerado pela empresa e informações sociais através da divulgação da repartição do valor adicionado aos agentes que contribuem para sua formação, a exemplo, os trabalhadores, o governo, e os capitais de terceiro. Severo et al (2012) compreende que a DVA é um dos componentes integrantes do Balanço Social e proporciona às organizações a oportunidade de interagir com o meio onde a empresa está inserida, através de sua elaboração e evidenciação do valor adicionado gerado, bem como sua forma de distribuição aos seus agentes geradores de riqueza. É importante dizer que a DVA não substitui a


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DRE, essas duas demonstrações contábeis promove uma complementaridade quando se quer desenvolver uma visão socioeconômica da entidade. Com vai tratar Cosenza (2002) a DVA pode ser definida no âmbito de uma informação econômicofinanceira de natureza histórica, que revela a circulação do patrimônio e exibe o valor econômico que foi gerado por uma empresa num determinado período e, simultaneamente, descreve de que maneira foi distribuído entre os que contribuíram para a sua formação. A DVA pode ser entendida como uma demonstração contábil que tem por principal, dois focos de informação: O primeiro apresenta informações econômicas, explicitando a capacidade que a entidade tem de geração de valor adicionado e a riqueza adquirida em transferência. O segundo, de maneira social, mostra como a riqueza gerada pela entidade foi distribuída entre os grupos que a compõem. Na ótica de Santos et al (2007) para evidenciar a geração e distribuição de riqueza de uma entidade a DVA é a melhor maneira desenvolvida pela contabilidade. Isso porque a sua utilidade e aplicabilidade são de certa forma precisas. Para tomada de decisão na análise de investimentos, na captação de empréstimos, nos incentivos fiscais, nos estudos de viabilidade para instalação de empresas e até para decisões de financiamentos governamentais a DVA fornece total suporte. Ainda se tratando da importância da DVA, Taiarol et al (2011) cita que é uma grande aliada no auxílio sobre novos investimentos e no desenvolvimento da consciência para a cidadania, além de ser completa fonte de informação para as políticas de recursos humanos e as decisões de incentivos fiscais. Além dos aspectos já citados, a DVA faz a conexão com o Balanço Social da organização. Contudo, a sua regulamentação e obrigatoriedade de elaboração e divulgação no Brasil é recente (instituída pela Lei no 11.638/07). Diversas empresas de capital aberta, norteadas pelo Parecer de Orientação CVM n° 24/1992, que sugeria a estruturação da demonstração, conforme modelo elaborado pela FIPECAFI, até 2007 estavam elaborando e publicando a DVA de forma voluntária. Justamente, por conta desse suporte que econômico e financeiro que a DVA oferece para as empresas. A Lei 11.638/07 consolidou a obrigatoriedade da divulgação da DVA, tornou-se conhecida por exibir, no mesmo documento, informações de natureza econômica: geração de riqueza; e social: distribuição de riqueza. Por meio da publicação da DVA, a evidenciação da geração e distribuição do valor adicionado foi possível, por meio do artigo 176 inciso V da Lei nº 11.638/07


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foi regulamentado na legislação Brasileira, e as companhias abertas tornaram-se obrigadas a divulgar no final do exercício esta demonstração (DEGENHART et al., 2014). A obrigatoriedade de elaboração e publicação das demonstrações contábeis foi uma das modificações incorporadas pelo processo de convergências das normas contábeis brasileiras às internacionais. As empresas de grande porte capital aberto foram obrigadas a elaborar e publicar o conjunto de demonstrações contábeis. Dentre elas, a DVA. A Comissão de Valores Mobiliários, Antes desta lei, incentivava as empresas a publicar esse demonstrativo como um quadro das Notas Explicativas. Segundo Cunha et al (2015), o Pronunciamento Técnico CPC-09 – Demonstração do Valor Adicionado foi aprovado a partir da institucionalização legal da DVA. Ainda segundo o autor o CPC - 09 vai destacar que a DVA tem como objetivo principal revelar o grau de envolvimento da empresa em relação à sociedade a qual está inserida e o modelo da demonstração. De acordo com o item 12 do Pronunciamento Técnico do CPC nº 09/2008: Para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o conhecimento de informações de natureza econômica e social e oferece a possibilidade de melhor avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade na qual está inserida. A decisão de recebimento por uma comunidade (Município, Estado e a própria Federação) de investimento pode ter nessa demonstração um instrumento de extrema utilidade e com informações que, por exemplo, a demonstração de resultados por si só não é capaz de oferecer (CFC, 2008).

Por esta razão, também, Degenhart et al (2014) vai concordar que, a DVA por si tratar de uma demonstração que espelha a parcela de contribuição que a entidade transparece e que contribui diretamente para a formação do PIB, é fundamentada em conceitos macroeconômicos. Na visão de Azevedo, Fernandes e Tavares (2018) a Demonstração do Valor adicionado (DVA) no Brasil, pode ser considerada uma demonstração contábil consolidada. Elaborada e publicada por uma quantidade significativa de empresas do país, por estar prevista na legislação societária, os estudos relacionados à utilidade da informação gerada através da demonstração foram ampliados podendo destacar sua importância na divulgação da geração e distribuição da riqueza das empresas. Ainda na visão dos autores é possível afirmar que a DVA constitui em um importante instrumento de gerenciamento e planejamento, e também de controle social, uma vez que sua apresentação revela


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dados significativos quanto a atividade das entidades e seus consequentes impactos considerando-se o papel social desempenhado pelas empresas. Conforme Veras Machado et al (2015) no Brasil o processo de convergência teve seu início a partir da Lei 11.638/07, que modificou a Lei 6.404/1976 - Lei das Sociedades por Ações, produzindo muitas alterações em suas disposições contábeis, com o propósito de aproximar a contabilidade brasileira da contabilidade internacional. Adicionalmente, a Lei 11.638/07 inseriu a obrigatoriedade da divulgação da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) para as companhias abertas, que até então no Brasil, não era exigida, apesar de, voluntariamente, algumas empresas já divulgarem. O Art. 188, Inciso II, da lei acima mencionada estabelece que a DVA deverá demonstrar no mínimo: O valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída (BRASIL, 2007).

A NBC TG 09 estipula em sua redação os critérios para elaboração e apresentação da Demonstração do Valor adicionado, a DVA deverá oportunizar aos usuários das demonstrações contábeis informações pertinentes à riqueza originada pela entidade e forma como tal riqueza foi distribuída a sociedade em determinado período. No que se refere a apresentação deste demonstrativo a NBC TG 09 estabelece que a distribuição de riqueza deverá estar apresentada de forma detalhada contendo, minimamente, itens como: Pessoal e encargos; impostos, taxas e contribuições; juros e aluguéis; juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; lucros retidos/prejuízos do exercício. Ainda, segundo a NBC TG 09, a estrutura da DVA é formada por duas partes, em sua primeira parte será apresentada de forma detalhada a riqueza criada pela entidade, os principais itens que compõe essa primeira etapa são: Receitas, insumos adquiridos de terceiros, Valor adicionado recebido em transferência. A segunda parte demonstrará como a riqueza obtida pela entidade foi distribuída também de forma detalhada, os principais componentes dessa distribuição são: Pessoal, Impostos taxas e contribuições, remuneração de capital de terceiros, remuneração de capital próprio. O valor adicionado criado pela entidade, conforme demonstrado no Quadro 1, será obtido por meio da diferença entre as receitas e os insumos adquiridos de terceiros, o resultado será o valor adicionado bruto no qual serão deduzidos o valor de depreciações, amortizações e exaustões


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que em seguida será acrescido pelo valor adicionado recebido em transferência, gerando o valor adicionado total que será distribuído (NBC TG 09, 2008). Quadro1 – Modelo da Demonstração do valor Adicionado DESCRIÇÃO

Em milhares de reais

Em milhares de reais

20X1

20X0

1 – RECEITAS 2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS) 3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*) Fonte: Elaborado pelo autor a partir da NBC TG 09 (2019)

2.2 Bibliometria A bibliometria é um recurso imprescindível na divulgação da produção científica, alcançando sua finalidade através de uma técnica que pode medir a influência de pesquisadores ou periódicos, tornando possível traçar o perfil dos mesmos e suas tendências, assim como evidenciar áreas temáticas, entre outros (OLIVEIRA et al, 2013). Segundo Araújo e Alvarenga (2011), como área de estudo da Ciência da Informação, a bibliometria, possui um papel de alta relevância na análise da produção científica de um país, visto que seus indicadores podem determinar o comportamento e desenvolvimento de uma determinada área do conhecimento. É possível, a partir da análise bibliométrica com a aplicação do método quantitativodescritivo, verificar o progresso no uso desse mesmo método por pesquisas consideradas importantes nos campos científicos. Para Dani, Dalvesco e Scapin, (2011) a bibliometria pode ser chamada de metodologia de levantamento de pesquisas científicas que comprovem características semelhantes em termos metodológicos. Identificar, comparar e confrontar inúmeros dados e elementos presentes nas publicações é o que esse método vai possibilitar, a exemplo, o


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volume de estudos que existente sobre um determinado assunto ou tema; por uma instituição ou difuso por um periódico científico; por um autor ou em grupo de autores. Catapan et al (2010) afirma que uma pesquisa bibliométrica é um estudo de caráter descritivo,

pois

o

pesquisador tenta

descrever

ou

definir

um

assunto, normalmente criando um perfil de um grupo de problemas, pessoas ou eventos. Esses estudos podem envolver a coleta de dados e a criação da distribuição do número de vezes que o pesquisador observa um único evento ou característica. Leite Filho (2006) também, destaca que para avaliar e orientar rumos e estratégias de financiamentos de pesquisas acadêmicas, indicadores de desempenho bibliométrico, são imprescindíveis. A bibliometria forma-se através de um conjunto de leis e princípios empíricos que vai contribuir para determinar os fundamentos teóricos da Ciência da Informação. Diante disto admite-se a importância da pesquisa bibliométrica dentro do campo da pesquisa científica, com a intenção de orientar futuras pesquisas empíricas e inovadoras. Segundo Moraes (2013) a pesquisa bibliométrica pode ser percebida como uma análise para as produções científicas, o que permite a sustentação para a produção de novos trabalhos. Com opinião símil acha-se Oliveira et al (2013), sustentando que o uso da pesquisa bibliométrica é um recurso essencial para transmissão da produção científica e o seu objetivo é conseguido conforme a aplicação de uma técnica capaz de medir a influência dos periódicos ou pesquisadores, permitindo delinear o perfil e suas tendências, além de evidenciar áreas temáticas. Em diferentes áreas do conhecimento, no Brasil, os estudos bibliométricos vêm adquirindo destaque no meio dos pesquisadores, até mesmo, na área contábil. Cardoso et al (2005), mostra que uma das grandes razões de sua evolutiva aplicabilidade é por conta da necessidade de direcionar recursos de instituições educacionais e governamentais para pesquisa. No entanto, estes autores ressaltam que “uma das formas de possibilitar a avaliação e a reflexão desses trabalhos e da área em questão é mapear e conhecer trabalhos acadêmicos publicados em determinada área por meio de revisões sistemáticas”, oportunizando encontrar indicadores, tendências e vieses de cada área. Destarte, é possível encontrar estudos bibliométricos nas diversas áreas como: marketing, organizações, recursos humanos, finanças, contabilidade etc.


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Referindo-se estritamente da área contábil, é possível encontrar trabalhos analisando periódicos científicos nacionais e internacionais, tal como suas publicações, englobando distintos critérios e variáveis. A exemplo Splitter e Rosa (2012), analisaram o perfil dos artigos bibliométricos de Contabilidade e consideraram que sucedeu um aumento significativo desses estudos publicados em periódicos e eventos na área de Contabilidade. Ainda, conforme as autoras, tornase imprescindível o desenvolvimento de estudos genéricos relacionados a temas quanto ao “estado da arte” dos diversos ramos da Contabilidade, como a Gerencial, a Financeira e a de Custos. 3 METODOLOGIA Guedes e Borschiver (2005) apontam que bibliometria é um conjunto de leis e princípios empíricos que contribuem para o estabelecimento dos fundamentos teóricos da Ciência da Informação. Segundo Pritchard (1969), bibliometria pode ser definida como “todos os estudos que tentam quantificar os processos de comunicação escrita”. Partindo desse ponto, é objetivo desta pesquisa analisar qualitativamente e avaliar quantitativamente os artigos relacionados ao tema: Demonstração do Valor Adicionado (DVA) publicados no Portal da Capes entre os anos de 2009 a 2018. O estudo utilizado foi o descritivo e bibliográfico a fim de coletar dados no Portal da Capes. Com o intuito de condensar a pesquisa no portal, os passos utilizados foram; (I) Busca; (II) Demonstração do Valor Adicionado; (III) Somente textos em Português; (IV) Período de 2009 a 2018. Para satisfazer a pesquisa foi realizada uma breve leitura e análise dos títulos, e dos resumos para a confirmação de quais, efetivamente, tratavam do tema DVA, publicados no Portal da Capes. Com acesso a base de dados junto a Capes, os resultados encontrados indicaram a publicação de 70 artigos, com o tema proposto a pesquisa, dos quais 52 foram excluídos, por não abordarem diretamente o tema proposto e por não estram na língua portuguesa, restando 18 artigos na amostra estudada. O foco desta pesquisa foi compreender as variáveis que se pôde verificar junto aos artigos publicados, que, abordam o tema proposto, e trazendo a compreensão de como foi o formato dos trabalhos científicos publicados no período proposto. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS


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Destinou-se nesta etapa da pesquisa a investigação dos artigos publicados na base de dados da Capes que trataram sobre o conteúdo Demonstração do Valor Adicionado (DVA), entre os anos 2009 e 2018. Após busca na base de periódicos da Capes foram localizados 18 artigos que após serem analisados terão as suas principais características apresentadas a seguir. 4.1 Perfil Bibliométrico dos Autores Esta etapa da pesquisa destinou-se a investigar os autores dos artigos estudados neste trabalho, as principais características a ser verificada na amostra da produção da temática proposta e publicada na base da CAPES foram a divisão dos Autores por gênero declarado, Titulação dos autores, Região de origem dos autores e Instituição de origem dos autores. Conforme Gráfico 1, foi apurado que 62% das publicações do período correspondem a autores do sexo masculino, ou seja, 37 autores, enquanto que 38% são do sexo feminino, ou 23 autoras num universo de 60 autores. Apesar dos resultados apontarem para uma predominância masculina na autoria dos artigos estudados, a autora Lara Fabiana Dallabona foi a mais prolifica, com dois artigos sobre o tema publicados no período. Gráfico 1 – Autores por gênero declarado

38% 62%

Masculino Feminino

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa (2019)

Os resultados apontam que grande parte das publicações científicas do período da pesquisa foi produzida por autores do sexo masculino. Demonstrado que, apesar do crescimento evidente da participação feminina na classe contábil, bem como na academia ainda não se reflete na produção cientifica, no que tange as publicações do tema estudado, além de evidenciar a necessidade de incentivos


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cada vez maiores para a produção acadêmica feminina, tendo em vista que os autores do sexo masculinos representam mais que o dobro das do sexo feminino. Tabela 1 – Titulação dos autores Doutor

Quantidade 10

Percentual 16,67%

Mestre

10

16,67%

Mestrando (a)

10

16,67%

Doutorando (a)

6

10,00%

Graduando (a)

6

10,00%

Especialista

3

5,00%

Graduado (a)

2

3,33%

MBA Pleno

1

1,67%

Pós-Doutorado

1

1,67%

Não contém TOTAL

11

18,33%

60

100,00%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa (2019)

Na Tabela 1 é possível verificar que os autores que se declararam Doutorandos (as) e Graduandos (as) somam 12 autores, representando 20% da amostra estudada. Três ou 5% dos autores se declararam Especialistas. Ainda na Tabela 1 pode-se observar que dois, ou 3,33%, dos autores declararam-se graduados (as). Ainda dois autores, representando 3,33% declararam possuir título de MBA Pleno e Pós-doutorado. Onze autores, ou 18,33% dos autores identificados nos artigos estudados, não declararam sua titulação. Tabela 2 – Região de origem dos autores Quantidade 24

Percentual 40,00%

Sul

23

38,33%

Nordeste

10

16,67%

2

3,33%

Sudeste

Norte Centro-Oeste TOTAL

1

1,67%

60

100,00%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa (2019)

Destaca-se que num total de 60 autores que publicaram seus artigos no repositório de artigos Periódico da Capes se declararam Doutores, Mestre ou Mestrando (a), somando trinta autores, que representa 50% do total da amostra estudada. A partir dos resultados encontrados infere-se que um dos fatores que podem influenciar no predomínio de autores possuidores de títulos de pós-


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graduação stricto sensu entre os autores dos artigos pesquisados seria o crescimento no número dos cursos de mestrado e doutorado em Ciências Contábeis oferecidos no Brasil na última década. Observando a Tabela 2 percebe-se que a região do Brasil onde predomina o maior número de autores é a região Sudeste com vinte e quatro autores representando 40% dos autores que publicaram na base de dados da CAPES. Em seguida aparece a região Sul, com 38,33%, região Nordeste com 10 autores que representa 16,67%, o Norte com 3,33% e também a Região Centro-Oeste com apenas 1,67%. A despeito do predomínio das regiões sul e sudeste como origem dos autores dos artigos estudados, é importante evidenciar o crescimento das publicações de autores originários da região nordeste. Acredita-se que esse crescimento seja fruto do incremento no número de programas de pós-graduação stricto sensu em Ciências Contábeis na referida região. Tabela 3– Instituição de origem dos autores Quantidade

Percentual

Universidade Regional de Blumenau

7

11,67%

Universidade de Fortaleza Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) Universidade de São Paulo (FEA/USP)

5 5 4 4

8,33% 8,33% 6,67% 6,67%

Universidade Federal de Lavras (UFLA) Universidade Federal do Paraná (UFPR) Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOEESC)

4 4 3 3

6,67% 6,67% 5,00% 5,00%

Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Universidade Federal do Ceará (UFC) Universidade Estadual de Maringá (UEM) Universidade Federal da Paraíba (UFP) Outras

3 3 3 2 2 8 60

5,00% 5,00% 5,00% 3,33% 3,33% 13,33% 100,00%

TOTAL Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa (2019)

A Tabela 3, evidencia a distribuição dos 60 autores pesquisados considerando as suas instituições de origem. A instituição que mais se destacou na publicação de artigos na base CAPES, versando sobre demonstração do valor adicionado (DVA), foi a Universidade Regional de Blumenau (FURB) com sete autores. Em seguida aparece a Universidade de Fortaleza e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com cinco artigos cada. A Pontifícia Universidade Católica


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de Minas Gerais (PUC Minas), Universidade de São Paulo (FEA/USP), Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) alcançaram a marca de quatro autores cada, publicando seus artigos no período estudado, enquanto o Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOEESC), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e a Universidade Federal do Ceará (UFC) tiveram três cada. Oito dos Sessenta autores não divulgaram suas instituições de origem. 4.2 Perfil Bibliométrico dos Periódicos Tabela 4 – Publicação por Periódicos Quantidade

Percentual

Revista Contabilidade & Finanças (USP)

2

11,11%

Revista Evidenciação Contábil e Finanças - RECFin

2

11,11%

Revista Metropolitana de Sustentabilidade

2

11,11%

Revista Ambiente Contábil

2

11,11%

Revista Catarinense da Ciência Contábil – CRCSC

2

11,11%

Revista UNEMAT de Contabilidade

1

5,56%

Enfoque: Reflexão Contábil

1

5,56%

Revista de Contabilidade e Controladoria (R C & C)

1

5,56%

Revista Pretexto

1

5,56%

Sinergia - Revista do Instituto de Ciências Econômicas e Administrativas e Contábeis (ICEAC) REUNIR – Revista de Administração, Contabilidade e Sustentabilidade Revista Contemporânea de Contabilidade

1

5,56%

1

5,56%

1

5,56%

Revista Contemporânea de Economia e Gestão

1

5,56%

18

100,00%

TOTAL Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa (2019).

A Tabela 4 a distribuição das publicações por periódicos, demonstrando um equilíbrio nesta composição. As Revistas, Contabilidade & Finanças (USP), Evidenciação Contábil e Finanças – RECFin, Metropolitana de Sustentabilidade, Ambiente Contábil e a Catarinense da Ciência Contábil – CRCSC publicaram dois artigos, representando 11,11% das publicações, cada uma. As demais revistas que participaram da amostra publicaram um artigo, correspondendo 5,56% das publicações, cada uma.


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Gráfico 2 – Classificação dos Periódicos por Quallis 38,89%

22,22% 16,67% 11,11%

A2

B1

11,11%

B2

B3

B4

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa (2019)

Percebe-se que mais de 55% da amostra, ou 10 artigos, foram publicados em apenas 5 periódicos, ou seja, mais da metade dos artigos estão concentrados em menos de 30% das revistas avaliadas nesta pesquisa. O Gráfico 2, evidencia a distribuição dos periódicos pesquisados considerando a sua classificação por Quallis. Percebe-se predominância de periódicos que possuem Quallis B3 com 38,89%, seguidos de Qualis B2 com 22,22% da amostra. Identifica-se ainda que o Quallis A2 corresponde a 16,67% dos periódicos analisados, e o Qualis B4, correspondendo 11,11%; e classificados como Quallis B1, 11,11% da amostra. Cabe ressaltar que a classificação utilizada se refere a classificação de periódicos para o quadriênio 2013-2016. Não foi utilizada classificação mais atualizada em virtude da mesma não se encontrar disponível na plataforma Sucupira, onde se procedeu a pesquisa da classificação. 4.3 Perfil dos Artigos Na Tabela 5 estão listadas as palavras mais utilizadas como palavra-chave. Em primeiro lugar, aparece o termo “Demonstração do Valor Adicionado”, que é utilizado como palavra chave em quase 90% da amostra estudada. Em seguida aparecem os termos “Balanço Social”, “Distribuição da riqueza” e “Valor adicionado”, que estão presentes como palavra chave em 22,22% dos artigos analisados. Citados como palavras chave em 16,67% dos trabalhos estão os termos: “Custos políticos”, “Regressão”, “Riqueza gerada” e “Teoria positiva”. Os temos “Geração e distribuição da riqueza” e “Produto interno bruto” apareceram em 11,11% das pesquisas. Além dos termos que se repetiram em vários artigos da amostra estudada, mais 27 termos foram utilizados como palavras chave.


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Tabela 5 – Palavras-chave mais utilizadas Quantidade

Percentual

16

88,89%

Demonstração do valor adicionado Balanço Social

4

Distribuição da riqueza

4

Valor Adicionado

4

Custos políticos

3

Regressão

3

Riqueza gerada

3

16,67%

Teoria Positiva

3

16,67%

Geração e Distribuição de Riqueza

2

11,11%

Produto Interno Bruto

2

11,11%

22,22% 22,22% 22,22% 16,67% 16,67%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa (2019)

O Gráfico 3 apresenta a distribuição, em percentuais, das publicações dentro dos anos pesquisados, ao observá-lo fica claro não ter havido uniformidade das publicações no período. A média de publicação por ano foi de 1,8 artigos por ano. No ano de 2014 foram publicados 4 artigos, enquanto que nos anos de 2010 e 2017 não ocorreram publicações sobre o tema nas revistas listadas no repositório analisado. Gráfico 3 – Publicações por ano 22,22%

2018 2016

16,67% 11,11%

16,67% 11,11%

2015 2014

11,11%

2013 5,56%

5,56%

2012 2011 2009

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa (2019)

Os períodos de maior concentração de publicação pelos autores ocorreram em 2016, 2014 e 2011, que juntos correspondem 55,56%. Já os anos de 2018, 2015 e 2013 as publicações se mantiveram iguais com um percentual de 11,11%, cada, e os anos de 2012 e 2009 foram os anos com 5,56% das publicações cada. A Tabela 6 demonstra que na maior parte dos artigos que compuseram a amostra, o tipo de pesquisa que mais utilizado na amostra estudada, com 55,56% dos artigos publicados, foi a “descritiva”, equivalendo a 10 artigos. Em seguida a


19

“descritiva-exploratória” com 16,67%, “descritiva-conclusiva” com 5,56%. Em 4 artigos não foi identificado o tipo da pesquisa utilizado. Ainda na Tabela 6 é possível verificar que quanto ao método procedimental utilizado nos artigos pesquisados 55,56% foram classificados como “documental”. As pesquisas classificadas como “documental e bibliográfica” aparecem como 16,67% da amostra, enquanto as classificadas simplesmente como “bibliográficas” somaram 5,56%. A “pesquisa de campo” foi o método procedimental escolhido em apenas um dos artigos analisados. Quando procedida a análise da abordagem do problema nos artigos selecionados evidenciou-se que “quantitativa e qualitativa” representou 38,89% da escolha dos autores estudados, o que está apresentado na Tabela 6. A abordagem “quantitativa” representa 33,33% da amostra, enquanto a abordagem “seccional e quantitativa” foi utilizada em 5,56% dos artigos. Tabela 6 – Tipo de pesquisa Classificação Objetivo da Pesquisa

Método

Abordagem do Problema

Quantidade

Percentual

Descritiva Não informado Descritiva-Exploratória

10 4 3

55,56% 22,22% 16,67%

Descritiva-Conclusiva

1

5,56%

10 3 1 1 3

55,56% 16,67% 5,56% 5,56% 16,67%

Quantitativa e Qualitativa Quantitativa Não informado

7 6 4

38,89% 33,33% 22,22%

Seccional e Quantitativa

1

5,56%

Documental Documental e Bibliográfica Bibliográfica Pesquisa de Campo Não informado

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa (2019)

Na Tabela 7 os 18 artigos científicos analisados estão apresentados por grupos de afinidade quanto ao seu objetivo geral. Para se chegar a esta classificação procedeu-se a análise dos objetivos o que resultou em sete grupos de afinidade. Os artigos que compõem o grupo 1 e que tiveram como objetivo “analisar a geração e distribuição do valor adicionado” representam 33,33% dos trabalhos. Neste grupo destaca-se os resultados como os de Klöppel, Schnorrenberger e Lunkes (2013), que concluíram que em virtude da alta carga tributária do pais, o governo acaba recebendo uma porcentagem bastante expressiva da riqueza gerada pelas empresas, enquanto a remuneração dos trabalhadores, que é parte essencial


20

para que a empresa alcance seus propósitos, não está tendo o devido reconhecimento. Outro trabalho classificado no grupo 1 é o de Nunes e Miranda (2016) que, corroboram com o artigo de 2013, quando concluem que as empreses analisadas não apresentam valores significativos na distribuição do valor adicionada a funcionários, pois mantêm-se obrigados a uma carga tributária altíssima. Os autores destacam o potencial informativo da DVA evidenciado nas diversas análises quanto à geração e distribuição da riqueza das entidades. Tabela 7 – Objetivos Gerais agrupados por afinidade Grupo

Objetivo do trabalho

1 2 3 4 5

Quantidade

Percentual

Analisar a geração e distribuição do valor adicionado

6

33,33%

Investigar a relação entre distribuição de riqueza e desempenho das entidades Investigar a relação entre a riqueza gerada e os investimentos sociais Relacionar a distribuição de riqueza com a publicação do Balanço Social Analisar a relação entre a DVA e o PIB

4

22,22%

2

11,11%

2

11,11%

2

11,11%

1

5,56%

1

5,56%

6

Verificar as tendências gerais, metodológicas e temáticas, relativas aos estudos do valor Adicionado e a DVA. 7 Avaliar se o processo de regulamentação e da qualidade da informação contábil através da DVA Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa (2019)

No grupo 2, apresentado na Tabela 7, foram classificados os artigos que tinham como escopo “investigar a relação entre distribuição de riqueza e desempenho das entidades”, destacando-se os artigos de França, Guberovic, Santos e Rosini (2016); Machado, Macedo e Machado (2015). Tais autores constataram que o desenvolvimento social e o crescimento empresarial são diretamente promovidos pela responsabilidade social corporativa. Considerando que as demonstrações contábeis são importantes ferramentas de análise da situação econômico-financeira de qualquer empresa independendo do seu porte econômico. Ainda ressalta que nas empresas de capital aberto, elas ocupam posição de maior relevância. O grupo 3 tratou de “investigar a relação entre a riqueza gerada e os investimentos sociais”, cabendo destaque aqui o artigo de Vianna, Siqueira, Machado, Santos e Morch (2009). Ao analisar as empresas estatais e privadas do setor de energia elétrica do Brasil, constatou que o setor, em questão, e com relação aos gastos com empregados, as empresas estatais apresentam uma maior distribuição da riqueza aos funcionários do que as privadas. Concluindo que Sob


21

uma perspectiva econômico-financeira, as empresas privadas mantem um melhor desempenho, gerando maior valor em relação a recursos utilizados - a mão de obra no caso em questão. O grupo 4 Relacionou a distribuição de riqueza com a publicação do Balanço Social, os autores Taiarol, Raimundini e Behr (2011), destacaram em seu artigo que a responsabilidade social corporativa tem sido nos últimos anos um tema considerado essencial nas relações entre as empresas e a comunidade em geral, já que esta promove o desenvolvimento social e o crescimento empresarial. Entre os artigos que analisaram a relação entre a DVA e o PIB, destaca-se o trabalho de Degenhart, Vogt e Hein (2014), que concluíram em seu artigo que a Demonstração do Valor Adicionado é uma indispensável aliada na formação do Produto Interno Bruto, pois a DVA apresenta a parte que os municípios contribuíram para formar o valor do PIB. É também um instrumento que pode evidenciar aspectos sociais e econômicos, sendo uma das mais ricas demonstrações da contabilidade. O grupo 6 por sua vez verificou as tendências gerais, metodológicas e temáticas, relativas aos estudos do valor Adicionado e a DVA. Já o Grupo 7 foi o que avaliou se o processo de regulamentação e da qualidade da informação contábil através da DVA. 5 CONSIDERAÇOES FINAIS Essa

pesquisa

teve

como

objetivo

analisar

algumas

características

bibliométricas dos artigos que trataram da temática Demonstração do Valor Adicionado, publicados no repositório Periódicos da Capes entre os anos de 2009 a 2018. Ao final, percebeu-se que a quantidade de autores do sexo masculino representa maior parte, ou dois terços da amostra estudada. Demonstrado que apesar do crescimento evidente da participação feminina na classe contábil, bem como na academia, o mesmo não se reflete na produção cientifica, no que tange as publicações do tema estudado. As titulações de maior predominância nas publicações foram o de Doutor, Mestre e Mestrando (a), destaque também para Doutorando (a). Isto espelha o predomínio de autores possuidores de títulos de pós-graduação stricto sensu. Esse resultado afirma a tese de que no Brasil os cursos de mestrado e doutorado vêm crescendo. Apesar das regiões sudeste e sul terem sido as regiões de maior predominância de autores em relação às publicações analisadas, foi possível


22

mensurar o crescimento das publicações de autores originários da região nordeste. Ainda sobre os autores e culminando com a região de origem, a Universidade de Fortaleza ocupou lugar de destaque no resultado da análise das Instituições de origem dos mesmos, ocupando a segunda posição posterior a Universidade de Blumenau, situada na região do sul do Brasil. Os resultados demonstraram certo equilíbrio em relação a publicação por periódico. Foi possível perceber que mais de 55% da amostra foi publicado em apenas 5 periódicos, ou seja, mais da metade dos artigos estão concentrados em menos de 30% das revistas avaliadas nesta pesquisa. São elas: Contabilidade & Finanças (USP), Evidenciação Contábil e Finanças – RECFin, Metropolitana de Sustentabilidade, Ambiente Contábil e a Catarinense da Ciência Contábil – CRCSC. Verificou-se ainda a predominância de periódicos que possuem classificação Quallis B3. No que tange ao perfil dos artigos, vale destacar a expressão “demonstração do valor adicionado” como a palavra-chave mais utilizada nos artigos que compôs a pesquisa. As publicações tiveram uma variação expressiva no que se refere ao ano de publicação dos artigos destacando os anos de 2016, 2014 e 2011 que juntos correspondem o período de maior interesse dos autores em publicar. Ao agrupar os artigos por afinidade nos seus objetivos e resultados, foi possível verificar as preferências por temas e os principais achados dos autores. Os artigos abordaram, em sua maioria, a análise da distribuição do valor adicionado, bem como investigação da relação entre distribuição de riqueza e desempenho das entidades. Os resultados da pesquisa foram decisivos para concluirmos que as pesquisas relacionadas à DVA ainda são bem escassas levando em consideração ao período da amostra foram poucos achados que abordassem o tema de maneira satisfatória, visto que foi perceptível que a DVA, quanto, ferramenta de informação dentro

de

uma

empresa,

promove

um

enriquecimento

em

relação

aos

demonstrativos financeiros e contábil. Diante do resultado da pesquisa e levando em consideração o poder informacional da DVA para uma empresa, conclui-se que é preciso incentivar que mais pesquisas acadêmicas voltadas para esse tema seja realizadas no meio acadêmico para que haja uma maior abrangência de entendimento do que é esse informativo que só a DVA tem potencial de espelhar dentro de uma empresa.


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