Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA
Sugestão de Leitura
~ Educação
FALK, John H.; DIERKING, Lynn D. – The museum experience. Forwarded by William L. Boyd. Walnut Creek: Left Coast Press, 2011, XVII, 205p.
Revisão e Arranjo gráfico Tatiana Sanches, Divisão de Documentação imagem Microsoft
Sugestão de Leitura— Educação Uma iniciativa da Divisão de Documentação Janeiro de 2014 Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação
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Este livro permite avaliar e compreender a aprendizagem nos museus. Fornece os critérios e a estrutura para que os museus revejam a sua eficácia educativa. Contrariamente às escolas e universidades, os museus têm dificuldade em articular a sua missão educativa. Os museus tiveram a sua origem como centros de aprendizagem, tendo como missão a educação pública. As condições de aprendizagem num museu são diferentes das de uma sala de aula, na medida em que a própria aprendizagem é autodirigida e não monitorizada por um professor, o meio de instrução são os objetos expostos, sendo o discurso veiculado pelos próprios objetos e nem sempre por palavras. Os visitantes não necessitam de satisfazer pré-requisitos para serem admitidos no museu e apenas se sujeitam ao pagamento ou não de uma entrada. Definem-se museus como “casas e lugares históricos de ciência e tecnologia e centros de natureza; aquários, zoos, e jardins botânicos, assim como de arte tradicional, história, e museus de história natural”. Para além da educação pública, os museus comunicam informação ao público. O número de museus tem aumentado bastante e, muitos deles, já não são apoiados por privados, mas financiados pelo setor público, decorrente do seu reconhecimento como espaços e ambientes de aprendizagem. Os autores questionam este tipo de aprendizagem e têm dificuldade em entender que teoria e que estilos de aprendizagem servem de apoio à aquisição do conhecimento. Neste contexto, a organização deste livro visa compreender a experiência no museu, do ponto de vista do visitante, uma viagem de momento que pode ou não permanecer na sua memória. O que se ressalta das visitas é como os visitantes se comportam, a interação entre o grupo social visitante. Dada a multiplicidade de visitantes e tipos de museus, a visita a um museu envolve uma interação no contexto pessoal, social e físico. Exploram-se as interações entre o contexto pessoal e físico e entre o contexto físico e os sociais e desenvolve-se a caraterização do comportamento do visitante, realçando os quatro componentes dos grupos que se designam de “orientation” “intensive looking” “exhibit cruising” e “leave-taking”, nos seus contextos. Cada contexto é continuamente construído pelo visitante que cria a sua experiência. Afirma-se que o esquema de referência do visitante é influenciado pela educação, pelos hobbies, e pela leitura das etiquetas. Os autores questionam porque as pessoas vão ao museu e descrevem a visita como uma experiência vivida nos tempos livres, durante os fins de semana e nos períodos de férias. Os benefícios obtidos com a visita ao museu vão desde o desfrutar de um ambiente agradável, ao tempo, conforto, o encontro com outras pessoas, compras de lembranças e comer num espaço livre. A experiência pode ainda ser intelectual ou esteticamente enriquecedora. Em geral, são grupos familia-
Sugestão de Leitura res e grupos de estudantes os que mais visitam os museus, mais mulheres do que homens e pessoas idosas e de nível socioeconómico médio. Os adultos raramente visitam museus. Uma grande percentagem inclui visitantes de viagens de estudo organizadas por escolas e colégios do ensino primário e secundário. As crianças têm oportunidade de se inteirar da herança patrimonial através dessas visitas, que o profissional do museu descreve em termos dos programas educativos, das coleções e da história institucional. Tradicionalmente, os efeitos da experiência da visita ao museu são entendidos como aprendizagem. Durante muitos anos, os profissionais dos museus procuraram estudos, workshops, e seminários sobre a teoria da aprendizagem e psicologia. O conceito de aprendizagem é, muitas vezes, confundido com os sinónimos “educação” e “escola”, sendo a aprendizagem confundida com a aquisição de novas ideias, factos e informação. Estes conceitos diferem dos de “aprendizagem da informação cognitiva”, que diz respeito aos factos e conceitos, a “aprendizagem da informação afetiva” relacionada com atitudes, crenças e sentimentos, e “aprendizagem da informação psicomotora”, de como centrar a argila em uma roda de oleiro ou num foco de microscópio. A aprendizagem é influenciada por estabelecimentos físicos, interações sociais e crenças pessoais, conhecimento e atitudes. Os programas organizados para audiências específicas representam a maior contribuição de um museu para a aprendizagem pública. Mas, para muitos, não passa de um detalhe técnico terminológico com vista a informar. Relatam-se palavras, eventos ou recordações e o modo como essas memórias influenciam as experiências depois das visitas. Em geral, os profissionais querem saber o que os visitantes aprenderam e, sobretudo, que dificuldades encontraram nas visitas. Uma das preocupações dos curadores é a situação de parqueamento. Não se compreende que se gaste tanto tempo para arranjar um lugar para parquear, ter limites de tempo preocupado com a duração por ter de colocar mais moedas no parquímetro ou quando o cansaço das pernas preocupa as pessoas quando regressam ao meio de transporte. Uma das perguntas mais frequentes ao pessoal do museu diz respeito aos WC, que devem ser limpos, operacionais, destinados a qualquer grupo de bebés, crianças, homens, mulheres e deficientes. Os museus devem ainda ter serviços de restauração e lojas de recordações . Edma Satar, Divisão de Documentação