Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA
Sugestão de Leitura
~ Educação
EVANS, Karen; HODKINSON, Phil; UNWIN, Lorna, Eds. – Working to learn: Transforming learning in the workplace. London and New York: Routledge/Taylor & Francis Group. – X, 246p.
Revisão e Arranjo gráfico Tatiana Sanches, Divisão de Documentação imagem Microsoft
Sugestão de Leitura— Educação Uma iniciativa da Divisão de Documentação Abril de 2014 Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação
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O objetivo deste livro é desenvolver a compreensão teórica e prática da transformação na natureza do trabalho que afeta as aprendizagens e capacidades exigidas pelos trabalhos e indivíduos e os meios de satisfazer esses requisitos. O local de trabalho é o campo da socialização terciária, após a família e o sistema educativo, no qual as pessoas aprendem a modificar o seu desempenho e a compreender os seus papéis nas estruturas e interações da organização. A aprendizagem no local de trabalho é de importância central e tem sido pouco investigada. Existem várias versões sobre em que consiste a “sociedade de aprendizagem”. Segundo o programa de investigação da ESRC todos os cidadãos “deviam adquirir educação geral de qualidade, formação profissional adequada e um emprego digno.” Uma sociedade de aprendizagem deve combinar a excelência com a equidade e equipa todos os cidadãos com o conhecimento, compreensão e capacidades para assegurar a prosperidade económica nacional. Procura-se estabelecer a distinção entre formação e aprendizagem, que orienta as necessidades dos empregados, potenciais empregados, empregadores e o governo, que inclui a aprendizagem formal e a aprendizagem informal As quatro formas de aprendizagem no local de trabalho incluem a aprendizagem inicial do trabalho, os graus básicos do trabalho, a aprendizagem não formal baseada no trabalho, e o acesso às oportunidades de aprendizagem contínua não formal no local de trabalho. Esboça-se, desta forma, as relações entre agendas de aprendizagem no local de trabalho, a inclusão social e a cidadania. Embora se tenham por sinónimos, o conceito de “aprendizagem ao longo da vida” distingue-se do de “aprendizagem baseada no trabalho”. Este último está mais relacionado com a aprendizagem informal como parte da aprendizagem ao longo da carreira profissional, após a educação formal, principalmente no caso dos médicos, advogados e professores. A aprendizagem informal, conceptualizada em termos de crescimento em experiência é tida como progresso profissional. O conceito de carreira de aprendizagem realça a importância das relações entre contextos de aprendizagens multifacetados e sempre mutáveis e transformações nas disposições dos que aprendem, e engloba tanto a aprendizagem formal como informal, situações e contextos, principalmente no contexto da identidade. Em geral, a formação no contexto de identidade realiza-se em comunidades de prática social. O interesse dos governos na qualificação profissional define os critérios que incluem todo o tipo de qualificação escolar ou laboral que tenham finalidade geral, vocacional ou profissional. Encorajam-se as pessoas a verem a qualificação como um processo que começa com a educação inicial e formação contínua através da vida adulta. Melhoram-se as oportunidades de as pessoas se movimentarem em diferentes tipos de qualificações e em setores diferentes de vetores ocupacionais. Promove-se a aprendizagem informal e os laços entre a aprendizagem formal e informal com o fim de se ganhar qualificações reconhecidas. Dá-se maior realce às qualificações, porque tal permite aos governos incrementar o seu controlo de educação em áreas consideradas fracas, fornecendo critérios de medida para alocar fundos nas instituições, tornando a educação local e regional, bem como as organizações de formação mais responsáveis e ainda oferecem-se medidas quantitativas de sucesso de políticas governamentais. Propõe-se uma tipologia das abordagens nacionais para a reforma de qualificações que distingue entre abordagens baseadas nos resultados e nas instituições. As qualificações tomam muitas formas e são usadas em vários contextos e fins. E a sua atualização inclui a especificamente exigida para u emprego a um nível alto, para se tornar por exemplo, um headteacher, um professor de enfermagem ou um leitor
Sugestão de Leitura universitário. As qualificações são percebidas pelos indivíduos como indicadores de sucesso. Os tipos de interação entre qualificações e aprendizagem baseada no trabalho são a transferência do conhecimento ganho das qualificações, a acreditação da aprendizagem no local de trabalho, o aprimoramento mútuo através da aprendizagem integrada e a competição para a atenção e o compromisso. As competências chave para as novas qualificações exigidas às empresas da UE dependem dos países, visto estes estarem em diferentes níveis de desenvolvimento e das necessidades nacionais. O conceito de qualificação tem significados diferentes, podendo estar associado à certificação ou a um conjunto de atributos exigidos para o desempenho de uma profissão. O debate das competências chave começou no Reino Unido nos anos 80, tendo as “competências essenciais” sido exploradas como meio de desenvolver opções mais alargadas para jovens no mercado de trabalho em resposta à alta taxa de desemprego. Questionou-se como preparar os recém-saídos da escola para os empregos, uma vez esgotado o mercado de trabalho. O conceito de competência torna-se essencialmente técnico e omite as significações e relações sociais de trabalho. As competências padrão de honestidade e fiabilidade relacionam-se com valores e atitudes como atributos, tais como criatividade, sensibilidade e inteligência emocional. O reconhecimento do local de trabalho como local de aprendizagem desafia os cientistas a investigarem a natureza deste tipo de aprendizagem nas condições laborais. Este conceito não é novo, mas tem ganho visibilidade na atual conjuntura do novo pensamento e novas formas de conhecimento numa economia globalizada. A noção do que constitui local de trabalho é problemática assim como é necessário definir-se o que as pessoas aprendem no trabalho e que métodos pedagógicos usam na educação de adultos, por um lado e no desenvolvimento dos recursos humanos como forma de melhorar a eficácia da formação e aprendizagem, por outro, através do uso das tecnologias. Ser-se competente no trabalho é, sem dúvida, importante, considerando o fato de como as pessoas aprendem no trabalho. Apresenta-se um estudo de caso de um sindicato como vanguardista de mudança social, de desenvolvimento e competências específicas para as tarefas e objetivos relacionados com o emprego. Esta estrutura inclui princípios claros, objetivos, métodos flexíveis de acesso e uma abordagem coerente para a acreditação, baseada firmemente nas parcerias. As novas oportunidades devem estar ligadas às necessidades de aprendizagem individuais e organizacionais no contexto do impacto da futura mudança económica e tecnológica. Nas PME’s pode-se aprender de vários modos para inovar, por exemplo, conduzindo a investigação e o desenvolvimento, formando o pessoal, alugando indivíduos de fora, e fomentando o investimento. As estatísticas não indicam a extensão do investimento individual na formação e desenvolvimento do indivíduo. As instituições individuais, tais como faculdades de educação e universidades não divulgam esses dados. Como conclusão, tecem-se considerações para o futuro, identificando seis maiores desafios que os investigadores, profissionais e políticos têm de confrontar na aprendizagem, se a aprendizagem no local de trabalho vier a desempenhar um papel importante no desenvolvimento democrático das sociedades baseadas nos compromissos com a aprendizagem, igualdade e justiça social. Edma Satar, Divisão de Documentação