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GULBENKIAN uma coleção a descobrir
Educação e Formação de Jovens
Sugestões Temáticas — Educação Uma iniciativa da Divisão de Documentação Janeiro de 2013
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Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa Tel.: 21 794 36 00 E-mail: biblio@fpie.ul.pt
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Gulbenkian uma coleção a descobrir Educação e Formação de Jovens
res ou o ensino superior.
A formação dos jovens integra-se no programa da escolaridade obrigatória que, nos últimos vinte anos se estendeu ao nono ano do ensino básico, devido ao melhoramento do nível de vida, à necessidade de obtenção de qualificações para o mundo do trabalho e à necessidade de cobrir outras perspetivas que pudessem evitar o desemprego. Seguiu-se uma grande aceitação por parte do ensino público e privado, que lançaram vários programas de formação, de estágios e iniciação laboral para os jovens de entre 16 a 19 anos. Os jovens adultos enfrentam muitos problemas no fim da escolaridade obrigatória, quando não entram no mercado de trabalho. No que respeita à orientação geral das políticas que se interessam por este problema dos jovens, a OCDE incentivou diversos tipos de formação com o fim de colmatar o emprego subsidiado, o trabalho temporário ou as indenizações de desemprego. Para além destas medidas, alguns países estenderam a escolaridade obrigatória aos estudos secundários até aos 17 ou 18 anos. As diferenças entre as situações nacionais e as terminologias usadas nos diversos países obrigaram à definição de conceitos, tais como o de formação complementar, formação extra-escolar, formação a tempo parcial, formação formal, formação não formal.
No que respeita ao ensino pós-obrigatório, distinguem-se os diplomas de caráter geral dos de caráter técnico/profissional, que englobam diferentes graus de especificidade. O papel dos diplomas como meio de acesso ao emprego é mais complexo que o papel do acesso ao ensino superior. A utilização dos diplomas no mundo do trabalho depende dos diferentes tipos de diploma reconhecidos.
A extensão da escolarização, o prolongamento do período de formação inicial até aos primeiros anos da idade adulta, o declínio das possibilidades de emprego para os jovens e a incerteza quanto ao futuro profissional têm influência no modo como os jovens encaram a educação a desempenhar o papel mais importante no futuro profissional. Considera, no entanto, que a escola negligencia os aspetos do ensino e desaprova o papel instrumental das escolas que dividem os jovens entre as diferentes carreiras profissionais. Acrescenta-se que, os programas de formação evoluíram bastante quer ao nível do ensino, quer das empresas e do setor privado. Identificam-se, para isso, três modelos principais de ensino pós-obrigatório: o modelo escolar, o modelo dual, e o modelo composto. Neste contexto, repartiu-se o ensino em ensino geral para os jovens adultos que querem continuar o pós-obrigatório, o ensino técnico para os trabalhadores qualificados e altamente qualificados, e ensino profissional, destinado à formação informal. Acrescentou-se ainda o incentivo à participação feminina, tendo-se verificado um aumento significativo deste género no ensino. Outra questão preocupante diz respeito ao grupo residual, constituído pelos marginalizados, abandonados ou pelos alunos do insucesso escolar. Pode distinguir-se três formas de ensino geral, a forma académica, a forma pragmática e a forma politécnica. O ensino profissional é um ensino orientado para o emprego, cujos objetivos estão ligados ao mundo do trabalho e são as mudanças no mundo de trabalho que determinam as mudanças no ensino profissional. A natureza e a estrutura dos empregos sofreram quatro grandes transformações, que se relacionam com o desemprego dos jovens, a evolução social, o rápido desenvolvimento tecnológico e a complexidade do trabalho, acrescida aos fatores humanos, que obrigam a uma revisão do ensino profissional, adequando-as às matérias que são ensinadas. Os cursos podem ser organizados de várias maneiras, por exemplo, como programas obrigatórios, com um tronco comum, por módulos, constantes do ensino geral, ensino profissional geral, famílias e profissões, e qualificações transferíveis. Existe uma diversidade de organização curricular nos países dos estados membros da OCDE, de acordo com os seus modos de organização, o seu passado e a sua organização económica. Para além destes níveis, o ensino pós-obrigatório faz a articulação entre o mercado de trabalho, as formações complementa-
Conhecidos os desafios que levaram à expansão da formação pósobrigatória e que trouxeram consequências benéficas não só para a vida ativa coo também para o alargamento da situação escolar dos adolescentes e a consciência da responsabilidade pública, apontam-se os principais tipos e estrutura escolar considerados tipos absolutos na organização do ensino. Na maior parte dos países, o ensino geral está separado do ensino profissional, embora a taxa de inscrição para os cursos profissionais seja relativamente baixa, o que comprova um desenvolvimento insuficiente das formações do nível intermédio. Seria necessário oferecer cursos diferentes dos que se destinam aos estudos superiores e a determinada profissão. Na Europa, elevam-se as vozes para a criação de um setor pós-obrigatório que cubra os estudos terciários ou complementares do género “community colleges” que cobririam esses dois níveis de ensino e iriam de encontro com os desejos da clientela. Igualmente se poderia esperar para um ensino secundário polivalente com programas de qualidade que fossem úteis para a vida ativa. A propósito da crítica da escola tradicional, o modelo escolar do Movimento da Educação Nova preconiza com a Educação Permanente, a atualização constante dos saberes, como podemos constatar nesta citação “Já não se trata de adquirir (…) conhecimentos definitivos, mas de preparar para elaborar, ao longo da vida, um saber em constante evolução e…(…)”, “o homem é um ser inacabado, que só pode realizar-se graças a uma aprendizagem contante” (cf. A. Nóvoa. 1988: 9), desenvolvimento que chegou ao domínio da formação dos adultos, com a formação de pessoas e de profissionais, através da tecnologização da educação. Conclui-se, que a formação não é um ato banal, mas social, cultural e económico de processos científicos e técnicos complexos. Edma A. Satar Bibliografia CANÁRIO, Rui; RUMMERT, Sónia Maria (2009) - Educação de jovens e adultos trabalhadores no Brasil e em Portugal : escritos preliminares . In: Educação comparada: rotas de além-mar. - São Paulo, p. 355371 NÓVOA, António; FINGER, Mathias, orgs (2010) - A formação tem que passar por aqui : as histórias de vida no Projeto Prosalus . In: O método (auto)biográfico e a formação. EDUFRN: Natal, p. 155-187 OCDE (2010) - Education today 2010: the OECD perspective. Paris: OECD Publishing, 86 p. OCDE = Organisation de Coopération et de Développement Économiques - La formation après la scolarité obligatoire Paris : OCDE, cop. 1985, 145p. União Europeia. Comissão Europeia (2010) - Education and training for social inclusion: European success stories. Luxembourg: POEU, 39 p.