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Sugestão de Leitura
~ Educação
GROUNDWATER-SMITH, Susan; MITCHELL, Jane; MOCKLER, Nicole; PONTE, Petra; RÖNNERMAN, Karin (2013) – Facilitating practitioner research: Developing transformational partnerships. London and New York: Routledge/Taylor & Francis GROUP, VIII, 164P.
Revisão e Arranjo gráfico Tatiana Sanches, Divisão de Documentação imagem Microsoft
Sugestão de Leitura— Educação Uma iniciativa da Divisão de Documentação Maio de 2013 Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação
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Este livro esclarece e elucida as funções das parcerias no contexto da investigação com profissionais do campo de estudo e explora os meios através dos quais a investigação pode ser facilitada. Dá-se uma perspetiva de como pode atuar o profissional académico, que não tem um papel singular, mas múltiplo e complexos papéis nos contextos da universidade e para além dela. Na introdução, apresentam-se estratégias baseadas no conceito da relação transformacional mútua segundo modelos transformacionais de liderança. O conhecimento prático das parcerias transformativas é determinado por duas condições, segundo as quais são dadas oportunidades para agir autonomamente e tomar decisões em relação aos objetivos dessas ações. Esta ideia é explorada na combinação do conceito de mundo de Habermas e de sistema de Mannheim (1940) e no conceito de funcional de racionalidade substantiva de Weber (1946), de como o mundo real está organizado por sistemas económicos, administrativos e burocráticos autonomamente autorregulados por um lado, e as regras, métodos, estratégias e técnicas de tomadas de decisão necessárias a determinado objetivo, por outro. As considerações filosóficas e práticas das questões de investigação em parcerias transformativas parte dos termos “substância” e “substantiva” que se referem aos fundamentos morais das práticas sociais. Apresentado um exemplo de parceria com o grupo holandês ARTE, descrevem-se as missões educativa, profissional, de investigação, estrutural e cultural da parceria transformativa. A facilitação da investigação nas parcerias de investigação transformativa baseia-se nas normas de Gilabert que, por sua vez, derivaram dos ideais gerais, que determinam as práticas das tomadas de decisão e justificação respeitantes às primeiras normas da ordem. O estudo ARTE concluiu que os professores e em menor medida os professores educadores precisaram de um período de tempo para dominarem os princípios substantivos da ação da investigação em parcerias ilustradas em orientações profissionais, tais como a orientação para a prática, a orientação na investigação e orientação para a compreensão baseadas na experiência de Tom, um dos professores da parceria ARTE. Este professor esperava que a ação de investigação fosse um modo de trabalhar claro e simples decorrente da técnica de encontros que aprendera no curso de comunicação durante o estudo. A orientação para a iniciativa, para a demarcação e para a funcionalidade são outros princípios importantes. Foram identificadas cinco caraterísticas da abordagem à facilitação, sendo as mais importantes a cíclica, a explícita, negociada, forte, e crítica. Neste contexto, a política de inquérito facilitado do profissional é analisada segundo três pontos de vista, o contexto da política de educação, o contexto da política nacional, e o contexto da micro-política da escola local e da investigação, que tecem novas interações que constituem arquiteturas de práticas que funcionam em precondições discursivoculturais, precondições económico-materiais, e precondições político-sociais. Explora-se o conceito de sustentabilidade e defende-se que, no contexto da investigação facilitada pelo profissional envolve construção do conhecimento centrado na atuação moral e nas relações de parceria que evoluem em profundidade, comprimento e largura. Para ilustrar esta ideia, apresenta-se um caso de parceria de longa duração que começou com um curso na investigação-ação de professores da primeira infância e evoluiu em redes e novos desafios tanto para os profissionais como para os investigadores. No estabelecimento de
Sugestão de Leitura parcerias sustentáveis devem ter-se em conta as relações entre os participantes para assegurar que a colaboração é duradoura. As práticas relacionais são quatro: preservação, capacitação mútua, realização, criação da equipa. Em seguida, exploram-se os meios pelos quais o investigador profissional pode ser facilitado como parte de programas de aprendizagem profissional planeada para professores e como parte da parceria entre universidades e escolas, constituindo “meta-práticas”. Estas meta-práticas e os seus fundamentos culturais, económicos e políticos variam em termos de condução das relações de parceria e da construção do conhecimento mútuo, transformadas em níveis de “dizeres” (sayings), “fazeres” (doings) e “relacionamentos” (relatings). Os casos apresentados mostram como a facilitação ocorreu e como a investigação apoiou a aprendizagem profissional em cursos de mestrado que envolveram três vertentes de conteúdos, a pedagogia, currículo e aprendizagem profissional por um lado, e como o processo de facilitação foi crucial no programa de Liderança da Aprendizagem Profissional, por outro. Este processo exige comunicabilidade entre os parceiros e, se a facilitação for eficaz e for para além das suas capacidades para ser transacional, se tiverem uma compra real na esfera do campo académico e prático, então, os que estiverem envolvidos no processo de investigação deverão poder falar e escutar, ouvir e compreender, desafiar e debater. Questiona-se que espécies de conhecimentos se produzem nestes processos específicos. Admite-se que sejam da natureza do conhecimento profissional que é co-construído numa parceria transformacional e é um conhecimento destinado a todos os que estão envolvidos nas interações. Este conhecimento co-construído fomenta a aprendizagem profissional produz-se através de processos sociais que desafiam e apoiam as perceções de um fenómeno, criam condições de diálogo que permitem vários pontos de vista, analisam crenças no contexto das necessidades e interesses dos outros, e desenvolvem a crítica que dá expressão à ação. São três os interesses de conhecimento definidos como interesses técnicos, práticos e emancipatórios, que estão interrelacionados e satisfazem funções específicas. Para concluir, resume-se a facilitação das parcerias de investigação transformativa ligando diferentes conceitos, perspetivas e experiências, integrando-as numa estrutura de análise, crítica e compreensão de projetos similares, de modo a que as parcerias transformativas possam criar um espaço comunicativo para a racionalidade deliberativa e mudança emancipatória, recorrendo à coragem para posições morais explícitas que possam abraçar histórias infelizes e deixar caminhos bem trilhados. Recensão de Edma Satar, Bibliotecária