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Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA

GULBENKIAN uma coleção a descobrir

Sociedade, Modernidade, Universidade

Sugestões Temáticas — Educação Uma iniciativa da Divisão de Documentação Maio de 2013

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Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa Tel.: 21 794 36 00 E-mail: biblio@fpie.ul.pt

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Gulbenkian uma coleção a descobrir Sociedade, Modernidade, Universidade Os temas desenvolvidos lançam a discussão sobre teorias de Habermas, as quais servem de inspiração no que toca à organização do nosso pensamento acerca dos diferentes aspetos de conhecimento que podem servir interesses para um inquérito profissional facilitado. Estes interesses estão relacionam-se com a ideia de universidade (Habermas, 1987:3), cujas funções permanecem ligadas aos objetivos, motivos e ações dos membros que nela colaboram ao nível de uma rede de intenções comuns de divisão de tarefas. A universidade, tal como foi concebida pelos reformadores prussianos, sugere uma relação entre os processos de aprendizagem científica e as formas de vida das sociedades modernas. Para se entender a complexidade das articulações entre a universidade e o “mundo da vida” é necessário associar à ideia de universidade dois pensamentos centrados em Humboldt e Schleiermacher como institucionalização da ciência moderna, liberta das tutelas da religião e da Igreja por um lado, ou como organização estatal que protege as instituições científicas superiores contra as intervenções políticas e os imperativos sociais, por outro. A ideia do “Estado de cultura” poderia trazer consequências benéficas da ciência institucionalizada sob a forma de investigação. A ideia do trabalho científico se entregar à dinâmica interna dos processos de investigação e de a cultura moral e a vida espiritual da nação convergirem nas instituições científicas superiores explicam as caraterísticas da tradição universitária alemã. Os reformadores alemães concebiam o processo científico como um processo de ensino e investigação baseado na filosofia do idealismo alemão distintamente do estado atual da investigação que expõe esse nível de conhecimento no âmbito do ensino, como forma de transmissão pedagógica, enquadrada nas ciências sociais. Schelling mostra nas “Lições sobre o Método do Estudo Académico” que a construção do pensamento filosófico gera a forma da sua transmissão pedagógica. A conceção desta teoria exigia um processo de construção estruturante que coincidia com a sua exposição curricular, centralizando a ciência na filosofia, como força unificadora com referência à tradição cultural, socialização e integração social. As ciências sociais desenvolveram uma série de técnicas de observação e análise que serviram de base à descrição contemporânea do mundo com elevado grau de concretização e exatidão, levando ao aumento de cientistas sociais envolvidos na investigação, na qual os ensaios de Weber sobre metodologia desempenharam um serviço muito útil. A unidade da ciência e cultura geral pressupunha a unidade de mestres e discípulos, mudando a relação professor-aluno visando apenas a ciência, não a relação de que ensina ou de quem aprende. Por outro lado, as escolas técnicas superiores, as escolas comerciais, as escolas superiores de pedagogia, e as escolas de belasartes não podiam ficar à margem da Universidade. O mesmo sucedeu às ciências empíricas que se demarcaram do pluralismo das forças ideológicas e da filosofia, ganhando terreno como força produtiva da sociedade industrializada. As ciências da natureza perderam parte da sua função de suporte da imagem do mundo a favor do conhecimento tecnicamente aplicável. As condições de trabalho favoreciam mais a economia e a administração do que a cultura geral. A diferenciação profissional entre formação escolar geral e formação académica reafirmou as estruturas de classe. A teoria sociológica dos sistemas assume a posição dos campos de ação social abaixo do nível das orientações das normas sob o controlo do dinheiro e do poder administrativo. Para a teoria dos sistemas a força das ideias e instituições insere-se na superestrutura da ação e da comunicação sistematicamente coordenados, que prescindem das normas que, por sua vez, se inserem na vida prática. A teoria da ação engloba a atividade comunicacional com a teoria da significação e a teoria dos atos da linguagem

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e todos os domínios da filosofia analítica, possível de se concetualizar no contexto da vida social da Modernidade. No discurso filosófico da modernidade, o conceito de “moderno” introduz o quadro de uma teoria da sociedade, na qual a modernização das sociedades pode ser descrita como racionalização. O conceito de racionalidade coloca-se a três níveis: o nível do conhecimento, da palavra, e da ação, que têm a razão como tema fundamental da filosofia. Afirma-se que, no quadro das ciências sociais, cabe à sociologia a ligação dos conceitos fundamentais à problemática da racionalidade. A comparação com outras disciplinas, por exemplo a ciência política e a economia, mostra que têm as suas razões inerentes na história das ciências. A ciência política emancipouse do direito natural racional, do direito moderno que se apresenta como comunidade politicamente constituída e integrada por normas jurídicas. Sendo o caso da economia política diferente, esta elabora a sua própria autonomia num sistema de ações, cuja coesão não é assegurada por normas, mas pelas funções. A expressão racional supõe uma estreita relação entre racionalidade e saber como conhecimento e produção, cujas relações internas se exprimem entre o conteúdo da significação e as condições de validade. Mead e Durkheim mudam o paradigma do agir comunicacional não em termos da racionalização/reificação da teoria das sociedades, mas da teoria da comunicação na relação mútua da integração social e integração do sistema. As ciências sociais fundamentam-se na teoria da comunicação da filosofia analítica da linguagem por um lado, e na teoria psicológica do comportamento, por outro. A análise da linguagem segue métodos da lógica na linguística para reconstruir racionalmente o saber das regras linguísticas, e a psicologia do comportamento retoma os métodos de observação e as estratégias de interpretação da investigação sobre o comportamento animal. A teoria da comunicação de Mead não tem em conta a vertente linguística mas social, questionando se os fenómenos da consciência se inclinam sobre as estruturas da interação mediatizada pela linguagem ou pelo símbolo. Concluímos este pensamento da teoria do agir comunicacional na confluência de duas correntes, a da racionalização da sociedade e a da razão funcionalista. FPIE, Maio de 2013 Edma Satar Bibliografia HABERMAS, Jürgen - O discurso filosófico da modernidade. Tradução de Maria Bernardo. [et al.]; revisão científica António Marques. Lisboa : Dom Quixote, 1990. - 350 p. ; 24 cm. - (Nova enciclopédia; 1). - Tit. orig.: Der Philosophische Diskurs der Modern. - Jürgen HABERMAS, Jürgen - Martin Heidegger: L' oeuvre et l'engagement. Traduit de l'allemand par Rainer Rochlitz. - Paris: Les Éditions du Cerf, 1988. - 73 p. - (La Nuit Surveillée ). HABERMAS, Jürgen - A ideia da Universidade: processos de aprendizagem. Trad. de João Barreto. In: Revista de educação. - Lisboa. ISSN 08713928. - Vol. 1, nº 2 (l987), p. 3-9. [S.l. : s.n.] HABERMAS, Jürgen - Théorie de l'agir communicationnel . - Paris : Fayard, 1987. - 2 vol. ; 24 cm. - (L'espace du politique) ). - 1º vol.: Rationalité de l'agir et rationalisation de la société / traduit de l'allemand par Jean-Marc Ferry. - 448 p. - ISBN 2-213-01893-6. - Trad. de: Theorie des kommunikativen Handels. - 2º vol.: Critique de la raison fonctionnaliste / traduit de l'allemand par Jean-Louis Schegel. - 480 p. WEBER, Max - The methodology of the social sciences. Translated and edited by Edward A. Shils and Henry A. Finch ; With a foreword by Edward A. Shils. - 5th printing. - New York: The Free Press, 1969. XVII, 188 p.


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