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Sugestão de Leitura

~ Psicologia

BRIDGES, William – Transitions de vie: Comment s’adapter aux tournants de notre existence. Traduit de l’américain par Myriam Shalak. – Paris: InterEditions-Dunod, 2006, VI, 184p.

Revisão e Arranjo gráfico Tatiana Sanches, Divisão de Documentação imagem Microsoft

Sugestão de Leitura—Psicologia Uma iniciativa da Divisão de Documentação Maio de 2013 Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação

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Partindo da sua própria experiência de vida, a autora apresenta alguns aspetos de transições no trabalho e na vida neste livro que se fundamenta na teoria do desenvolvimento pessoal. O amor e o trabalho são questões que originam transições que podem afetar tanto a vida amorosa como profissional. Aposentada e septuagenária, a autora refere a aposentação como uma mudança e não como uma transição, propondo-se esclarecer os dois termos que não são equivalentes. Deste modo, explica-se que uma mudança designa uma realidade concreta e objetiva, ao passo que transição designa uma realidade psicológica e subjetiva. O primeiro termo aplicase, por exemplo, numa situação de novo trabalho, nascimento de um filho, a morte de um familiar, a fusão de duas empresas, ou a ascensão a um novo lugar hierárquico no trabalho. O segundo aplica-se a adaptações internas dos acontecimentos. Apresenta-se o termo maiêutica inspirado no termo grego que significa a arte das mulheres sensatas para ilustrar as transições. Toda a transição passa por três etapas, compondo-se de um fim, uma zona neutra e um novo ponto de partida. A tendência em acumular as dificuldades em certos momentos chave da vida faz-nos refletir sobre os acontecimentos que conduziram a essas mudanças ao longo dos anos. Reflitamos em algumas das situações de mudanças no nosso círculo de relacionamentos, de mudanças na vida familiar, as mudanças pessoais causadas, por exemplo, por uma doença, mudanças profissionais e financeiras, ou mudanças interiores. É indispensável compreender o que realmente é uma transição no decurso da evolução pessoal, que faz avançar. O indivíduo evolui ao longo da sua vida quando tem problemas, o que se explica pelas teorias modernas da idade adulta, que tendem a ver o ser humano como simples mecânico, comparando-o às fases de produção, de utilização e de refugo. A tendência para tratar o homem como se fosse uma máquina demonstra grave incompreensão da natureza humana. Os relatos de alguns acontecimentos passados na infância, em alguns dos exemplos apresentados neste livro, mostram como se pode passar de um estado, por exemplo da infância à adolescência, devido a acontecimentos que funcionam como modelos de experiências transitivas. O que se passa na nossa vida em relação às mudanças é análogo às mudanças de estação. A passagem do outono para a primavera deixa o vazio do inverno assim como a transição de um acontecimento a outro. Devemos aprender a fechar a porta ao nosso passado e gerir o presente com todas as suas ambiguidades. Cada indivíduo deve aprender a gerir as suas transições, sejam físicas ou psicológicas. As transições familiares, marcadas por acontecimentos psicológicos centram-se no membro da família que, como grupo humano constituem “sistemas”, nos quais os membros não são entidades perfeitamente autónomas reunidas por acaso, mas compostos de uma entidade mais vasta, cuja caraterística é a de continuar o funcionamento do sistema. Referenciando Goethe,

Sugestão de Leitura afirma-se que a evolução natural de um indivíduo leva-o não a ser fiel a todos os seus sonhos da juventude, mas a substituir periodicamente por novos sonhos, procedendo-se como ciclos sucessivos, com experiências e atividades fundadas em cada novo sonho. Na cultura ocidental, certas forças opõem-se ao modelo cíclico de evolução. Crê-se que as ideias e os sonhos, por serem mutáveis, são maus conselheiros. Muitas pessoas consultam especialistas de orientação profissional porque não sabem escutar os apelos ou sinais que orientam a sua evolução pessoal e profissional. Tanto uma como outra necessitam de renovações constantes, apoiando-se na inovação como nova transição. As transições profissionais passam por quatro fases, tal como as quatro estações: a aprendizagem, a criação de um lar, o fim do chefe de família e o último capítulo. A transição marca um novo período de começo. Compara-se à natureza, ao celebrar uma nova estação, assim como os homens, passam por fases de transição segundo ritos convencionais e tradicionais, por exemplo, o rito de passagem, que marca a passagem da infância para puberdade, o ritmo do nascimento, do casamento e o da morte, que explicam que as cerimónias comportam três fases – a separação, na qual se extrai a pessoa do contexto social que lhe é familiar, experimentado uma espécie de morte simbólica; a transição, a chamada zona neutra, na qual se verifica um certo isolamento do indivíduo; e a incorporação, na qual o indivíduo é reintegrado em novas bases, na ordem social. A transição é a chave do desenvolvimento pessoal. Temos muita dificuldade em gerir os fins, mesmo que sejam necessários. Os ritos de passagem tradicionais ilustram o processo natural do fim que, por sua vez, evoca cinco aspetos, que são: o desligamento, o desmantelamento, a não identificação, o desencantamento e a desorientação. Estes aspetos referem-se a realidades interiores, que nos ligam ao passado. A autora apresenta alguns casos de fins e de recomeços, como renovação após cada transição. Conclui-se com analogias em histórias do foro psicológico sobre o desânimo e o altruísmo.

Recensão de Edma Satar, Bibliotecária


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