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Sugestão de Leitura
~ Psicologia
MUMFORD, Michael D., Ed. – Handbook of organizational creativity. Amsterdam: Academic Press/Elsevier, 2012, XVI, 737p.
Revisão e Arranjo gráfico Tatiana Sanches, Divisão de Documentação imagem Microsoft
Sugestão de Leitura—Psicologia Uma iniciativa da Divisão de Documentação Junho de 2012 Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação
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Partindo do conceito clássico de criatividade, o autor começa por defini-lo, retrocedendo aos tempos do aparecimento das organizações modernas e apresentando como exemplo a Standard Oil, fundada por John D. Rockefeller. O termo envolve a produção original de novas ideias, com muita qualidade. Sublinha-se que o sucesso das organizações não depende tanto da criatividade como se supõe, mas da gestão científica do trabalho, graças ao taylorismo. A criatividade é um estereótipo que ainda hoje subsiste. Para que um produto seja considerado inovação criadora numa organização é necessário que seja “viável” no mercado e tenha um impacto tanto no desempenho dos processos como no crescimento económico da organização. Gerir a criatividade e a inovação no trabalho levanta três variáveis, estando a primeira ligada à complexidade dos aspetos dos fenómenos referidos como criativos, a segunda à atribuição do facto de a criatividade e a inovação serem fenómenos a vários níveis, e a terceira, à complexidade de as variáveis não estarem bem alinhadas. Estas variáveis influenciam a criatividade a nível individual, levantando conflitos ao nível do grupo e das organizações. Estas, devem intervir fomentando o trabalho criativo e a formação em abordagens eficazes. Estas abordagens traduzem-se em medidas comportamentais de criatividade e inovação em métodos aplicados em estudos qualitativos, historiométricos, questionários, psicométricos, e experimentais. Acerca do preconceito de que as pessoas criativas serem “génios solitários”, o autor refere vários criadores tais como Newton, Halley, Leibniz, DeMoive e Csikszentmihályi, este último que criou a perspetiva dos sistemas, resultado da interação do domínio, do campo e do indivíduo. São estas três componentes que, interagindo entre si, representam o sistema simbólico cultural, que coloca o indivíduo no ambiente pessoal, com os seus atributos de personalidade, as capacidades cognitivas especiais, a sua motivação, e perícia. Para isto, podem contribuir fatores que facilitem o impacto positivo sobre a criatividade, tais como a cultura e o clima organizacional, o comportamento do indivíduo em relação a este ambiente cultural e à satisfação no trabalho, acrescido à recetividade dos líderes. São ainda importantes os traços de personalidade e o papel do humor e das emoções no contexto organizacional. Tecem-se considerações sobre a gestão de projetos por equipas inovadoras, em relação aos processos de planeamento, execução e conclusão dos projetos, em custos, tempo e recursos, que podem ir de encontro e colaborar com as expetativas
Sugestão de Leitura das partes interessadas. A criatividade é um processo construído a partir das perceções e do comportamento coletivo, que emerge da interação e interdependência de ideias, tarefas, informação, recursos, crenças e visões. A criatividade não é um resultado que pode ser previsto. Depende das condições, por isso, não pode ser planeada. A inovação que pode ser aplicada em vários campos de estudo, da economia à sociologia contribui para o crescimento económico, a criação de novas indústrias e negócio, desempenhos competitivos que conduzem à eficácia e mudança nas organizações. Para ilustrar esta afirmação, estabelece-se uma comparação entre as organizações da primeira onda, período dos pré-estudos iniciado na década de noventa e as organizações da segunda, no período após os anos noventa, sublinhando-se os efeitos positivos na investigação e aplicação dos métodos quantitativos, cujos estudos demonstraram a consistência entre os fatores organizacionais e a inovação. As exigências organizacionais mostraram ser contingentes em cinco pontos-chave, que são a perícia, a liderança, contexto, recursos e redes, que consolidam as relações e as alianças entre as organizações, que ajudam a desenvolver os processos de aprendizagem organizacional. A criatividade é vista como um processo cognitivo constituído por várias fases, um processo de sensibilidade de problemas, de fazer sugestões, formular hipóteses, comunicar ideias e contradizer a conformidade. Por sua vez, a relação da criatividade com a gestão do conhecimento propõe estratégias para o desenvolvimento de novos produtos e serviços, alavancando, recombinando e alargando o conhecimento existente e importando-o. O trabalho tende a tornar-se mais complexo e, quando isto acontece, movese do individual para o trabalho de equipa, alimentando a organização burocrática. Os sistemas complexos são semelhantes a muitas formas de organização familiar, com estruturas e atividades diárias. Uma das atividades de organização transformadora é a investigação, que encoraja as interações e permite novos modelos de gestão organizacional. Gestão, que agrupa pessoas que desenvolvem trabalhos criativos com implicações nas carreiras profissionais, muitas vezes, sem remunerações adicionais.Como conclusão, mencionam-se dois objetivos globais deste livro, o de fornecer uma base para futuras investigações sobre criatividade e inovação individual, grupal, e a nível organizacional, por um lado e apresentar ideias práticas para encorajar a criatividade e a inovação nas organizações, por outro.
Recensão de Edma Satar, Bibliotecária