Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA
Sugestão de Leitura
~
Psicologia
CROSS, Jay – Informal learning: Rediscovering the natural pathways that inspire innovation and performance. San Francisco: John Wiley & Sons, 2007. – 292p.– (Essential resources for training and HR professionals)
Revisão e Arranjo gráfico Tatiana Sanches, Divisão de Documentação Imagem Microsoft
Sugestão de Leitura—Psicologia Uma iniciativa da Divisão de Documentação Maio de 2011 Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação
Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação
UNIVERSIDADE DE LISBOA
UNIVERSIDADE DE LISBOA
Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa
Alameda da Universidade
Tel.: 21 794 36 00 E-mail: biblio@fpie.ul.pt
1649-013 Lisboa
Faculdade de Psicologia Instituto de Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA
Este livro, cujo tema foi inspirado por Peter Henschel, trata da aprendizagem informal, relacionando os trabalhadores do conhecimento com a questão dos negócios no séc. XXI. Este tipo de aprendizagem é efetivo por ser personalizado e porque nele o aprendente é responsável pelo seu percurso, além de ocorrer num contexto real. Como o autor sublinha na introdução, aprende-se mais nos cafés do que nas salas de aula. Isto porque, assegura, a maioria da nossa aprendizagem ocorre em situações informais, nas inter-relações estabelecidas com várias pessoas nos nossos círculos de conhecimento, quando sentimos que precisamos de aprender. Mesmo as coisas que julgamos permanentes sofrem mudanças. O mundo mudou de tal forma que a incerteza passou a ser regra. As diversas redes que compõem a nossa sociedade (redes sociais, redes de computadores, redes de comunicação) passaram a dominar o presente, criando-se a todo o momento mais nós de ligação, que assumem uma importância crucial. Do mesmo modo, o ambiente de trabalho mudou e o know-how simplificou-se, tornando central o trabalho que é fruto da mente do trabalhador. Defende-se que o que a mente pode fazer, o homem pode conseguir. A aprendizagem, no sentido geral, é uma forma de adaptação continua. Pode ser apresentada em termos de aprendizagem formal, a que é realizada nas escolas, ou informal, a que acontece intencional ou espontaneamente, fora do contexto escolar ou formativo. Não se verifica nas escolas, não está sujeita à avaliação e ocorre muito naturalmente em contexto de trabalho. As pessoas aprendem de modo informal o que precisam de fazer nos seus empregos. Isto leva a que se desenvolvam profissionalmente e estabeleçam contactos em redes sociais profissionais, o que pode transformar a organização, criar novas estratégias de comunicação capazes de inovar nas abordagens do espaço laboral, facilitando a comunicação conversacional. O mesmo se verifica com a influência dos mapas mentais e dos instrumentos de visualização que aceleram as discussões e onde o conceito de protótipo multiplica o volume das novas ideias geradas pelos grupos de trabalho. Estabelece-se a comparação entre aprendizagem formal e informal. Assim, a aprendizagem formal é promovida pelo curriculum, enquanto a aprendizagem informal encoraja as oportunidades tecnológicas, culturais e a participação nas novas formas de busca, na navegação, nos contactos com os clientes e nas vendas, aperfeiçoando os processos, reduzindo o stress, aumentando o profissionalismo, a moral e optimizando o retorno do investimento. Os profissionais do conhecimento exigem respeito por quem são. Esperam ser tratados honestamente e remunerados conforme o seu valor pelo trabalho que fazem e pelo que aprenderam na escola ou no local de trabalho. As escolas tradicionais, para além das formalidades educativas obrigatórias, ensinam como se sentar na sala de aula, como se comportar. As escolas modernas, com as vantagens do e-learning, questionam se a aprendizagem autodirecionada poderá ser mais eficaz que uma sessão de formação ao vivo. Para além desta questão sobre educação formal e informal, o conceito de formação completa a atividade. Afirma-se que os gestores de formação se queixaram durante anos por vários motivos. Por um lado, porque os formadores de adultos não entendiam o valor da formação, por ser a formação, muitas vezes, uma área na qual se investe quando o negócio vai mal e quando se decide sentar à mesa dos decisores organizacionais, para consolidar o conhecimento. O autor lembra-se quando o investigador Sam Adkins colocou no seu blogue a afirmação de que a formação, o e-learning, o b-learning e a gestão do conhecimento não funcionam. E argumenta que a formação é um meio necessário mas insuficiente para mudar o desempenho do trabalhador. Os investigadores do
Sugestão de Leitura desempenho humano demonstraram que a maior parte das deficiências de desempenho no local de trabalho não são o resultado de lapsos de capacidades nem de conhecimentos, mas dos factores ambientais, tais como a falta de expectativas claras, o insuficiente feedback, a falta de acesso à informação solicitada, os instrumentos inadequados, os recursos e procedimentos deficientes, as interferências nas tarefas e os obstáculos administrativos, que acabam por impedir as pessoas de alcançar os resultados pretendidos. Como consequência, torna-se necessário criar espaço para programas de formação e ambientes de formação, designando-se por learnscapes os espaços ecológicos de formação, no qual se excluem as fronteiras. O autor afirma que é necessário criar espaços de aprendizagem, onde se possa interagir no trabalho, ajudando as pessoas a expandir a capacidade de aprender e liderar. Este processo de aprendizagem pode designar-se de meta-aprendizagem, porque se aprende a aprender, quer no local de trabalho ou noutra atividade que proporcione a interação dentro e fora da organização. O autor apresenta um quadro, no qual resume a natureza da aprendizagem e os métodos comuns de aprendizagem. Segundo ele, a aprendizagem tem um objectivo transformacional e a baseia-se na vertente cerebral, emocional ou manual, consoante intervêm os vários processos e capacidades de compreensão. A meta-aprendizagem, ou seja, aprender como aprender, acelera a adoção de novas técnicas e tecnologias, bem como o ajuste dos processos e estratégias, fomenta a mudança cultural e é uma componente integral da gestão eficaz do capital humano. Quando se enfrenta alguma dificuldade neste tipo de aprendizagem, pensa-se que a intuição é mais eficaz do que a lógica, porque exige a participação de todo o corpo, nasce das relações e dos modelos e dirige-se ao conhecimento implícito. É necessário gostar-se do que se faz, registar os objetivos, partilhar o progresso, tendo em mente o que nos faz levantar todos os dias para trabalhar e o que tencionamos fazer na vida. Quando se entra no trabalho, supõe-se que deitemos para trás todas as preocupações da vida particular. O trabalho deve ser racional, não emocional, embora a emoção seja a alavanca do entusiasmo. Entusiasmo que se desenvolve nas interações da aprendizagem, que é capaz de ultrapassar a fobia social. Apresentam-se ideias para várias situações, por exemplo para quem é obrigado a falar em público, para quem se dirige ao outro devendo enfrentá-lo enquanto fala, que se deve seguir a linguagem corporal, estudar ao ler o seu próprio registo, porque a escrita é o melhor processo de aprendizagem. Tomar notas é também um instrumento de pensamento ativo, porque ajuda a refletir e a criar mapas mentais e a compreender a linguagem visual. Finalmente, o autor apresenta exemplos de formas de linguagem e refere a comunicação , quer através da conversação quer do diálogo, como sendo a tecnologia de aprendizagem mais poderosa, dando uma especial importância ao mundo da Internet Café, do workshop, das comunidades, das bases de dados, das construções de legos, da Internet, da empatia e da intuição, como formas de aprendizagem informal. Recensão de Edma Satar, Bibliotecária