As novas formas de organização do trabalho desenvolvem-se em espaços que têm em conta as novas tecnologias, para além de colocarem ênfase nas estratégias comerciais, financeiras e de recursos humanos. A gestão dos recursos humanos (GRH) intervém para regular os disfuncionamentos, para ajustar o nível global de qualificação pelo recrutamento ou pela formação, para definir um sistema de remuneração que incite os funcionários a atingir os objectivos fixados pela estratégia. O desenvolvimento da empresa é determinado pela qualidade das competências partilhadas entre os funcionários, detidas pela empresa e registadas nos portefólios. O conceito de competência define-se pelo saber ou saber-fazer num determinado domínio, estendendo-se à competência social quando se tratar da capacidade para tomar uma decisão ou a aptidão para se auto-avaliar. São vários os critérios usados no processo de decisão nas técnicas quantitativas, dentre os quais o critério de Laplace, de Bernouilli, de Wald ou critério Minimax, de Savage ou a matriz dos lamentos e os métodos multicritérios, com a ajuda de instrumentos matemáticos no domínio da inteligência artificial, os chamados SIAD – Sistemas Interativos de Ajuda à Decisão, que fazem a gestão das redes. Estes sistemas são denominados democráticos, porque tentam estabelecer o equilíbrio entre as interações humanas e as técnicas, numa espécie de democracia automática. A empresa multicriterial segue o modelo multidivisional, que integram todas as actividades, do fabrico à distribuição, cuja organização da produção tende a reduzir cada vez mais o pessoal. A gestão de grandes empresas enfrenta grandes desafios: internacionalização, desmaterialização, flexibilidade, qualidade, transversalidade, reengenharia. A internalização das empresas traz grandes benefícios, pois permite melhorar o desempenho com a globalização dos mercados, onde os dirigentes têm que dar provas das suas capacidades de resolução de problemas nos contextos multiculturais. A desmaterialização das atividades económicas trouxe valor acrescentado com a explosão da informática e das novas tecnologias da informação, que desempenham um papel importante na evolução dos mercados. Os meios de comunicação facilitaram e baixaram os custos, flexibilizando os modos de organização. As necessidades dos clientes e a preocupação da qualidade conduzem à competitividade. Já não haverá lugar par empregos duráveis e estáveis e o lugar do assalariado na empresa pode ser posto em causa, sem garantia de emprego, sujeito à mobilidade social pela promoção interna, e solidariedade, em condições de trabalho precárias. A empresa torna-se, deste modo, um lugar de angústia, a que não escaparão os aduladores ou bajuladores em busca do trampolim para a promoção no seu posto de trabalho. Nesta perspectiva, a antropologia encontra um lugar central nas ciências da gestão, quer na gestão do conhecimento através da investigação quer no estudo dos comportamentos de consumo. A investigação permitirá confrontar a teoria aos fatos, desmascarando assim, as construções ideológicas no mundo da gestão. É deste modo que H. Mintzberg sublinha que os novos métodos de gestão não são senão “velhas bebidas” em “garrafas velhas”.
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Sugestão de Leitura de Psicologia CABIN, Philippe, Coord. (1999) – Les organisations: État des savoirs. Auxerre: Sciences Humaines Éditions.
Recensão de Edma Satar, Bibliotecária
Sugestão de Leitura—Psicologia Uma iniciativa da Divisão de Documentação Janeiro de 2011 Concepção gráfica GAIPE Imagem Microsoft
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