Canário, Rui Nota de Apresentação à obra ALVES, Natália, e outros A escola e o espaço local : políticas e actores / Natália Alves... [et al.]. - Lisboa : Inst. de Inovação Educacional, 1996, pp.7-8
Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA
mostra bibliográfica
Mostra bibliográfica sobre
Territórios educativos e políticas locais
Territórios Educativos e Políticas Locais
Uma iniciativa da Divisão de Documentação Agosto 2011
Concepção gráfica GAIPE Imagem Microsoft
“A importância crescente dos conceitos de “território” e de “territorialização” da acção educativa deve ser entendida na sequência de um apagamento progressivo do nível nacional, como o único quadro para pensar as questões educativas, acompanhado, paralelamente, pela emergência de dinâmicas territoriais a nível local. A pertinência deste tema ganha um realce ainda mais evidente quando se anunciam medidas políticas de descentralização, tendentes a favorecer o surgimento, a nível local, de parceiros educativos fortes e autónomos. (…) A introdução da noção de “território” permite reequacionar o problema do desenvolvimento, encarando-o como um processo multidimensional e essencialmente qualitativo. Estas “novas lógicas de desenvolvimento” (Abdelmalki e Courlet, 1996) apelam ainda a que seja repensado o papel da educação. Esta deixa de poder ser encarada como um mero investimento na qualificação de recursos humanos, como pré-requisito para o crescimento económico, passando a constituir uma dimensão intrínseca de processos de acção globalizada a nível local, orientados para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, individual e colectivamente consideradas. (…) Ao centrar a pesquisa nas relações da escola com o espaço local, tentámos criar as condições para superar a dicotomia entre um nível macro e um nível micro, através de um nível meso de intervenção e de decisão que corresponde aos estabelecimentos de ensino e à sua relação com o contexto local. Apesar do centralismo, os actores e as instituições educativas estão de uma certa maneira “condenados” a ser autónomos, o que conduz a que o desenvolvimento de políticas e dinâmicas educativas locais não seja inteiramente determinado a partir das instâncias centrais. Por um lado, as decisões e directivas vindas do centro do sistema educativo não são linearmente transferíveis nem aplicáveis à periferia. Por outro lado, um sistema centralista, mesmo não orientado para favorecer a produção de políticas de educação e formação locais, também não está em condições de o impedir totalmente. Os efeitos de agregação da acção dos actores individuais e colectivos, a nível local, traduzem-se em muitos casos, ainda que esse facto nem sempre seja muito consciente, num sentido de efectiva “territorialização” da acção educativa.”
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Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa
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Tel.: 21 794 36 00
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E-mail: biblio@fpie.ul.pt
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