Cavaco, Carmen, 1970Adultos pouco escolarizados : políticas e práticas de formação (2009). Lisboa : Educa, p. 598-602
Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA
mostra bibliográfica
Mostra bibliográfica sobre Reconhecimento e validação de competências e experiências
Reconhecimento e validação de competências e experiências
Uma iniciativa da Divisão de Documentação Dezembro 2011
Concepção gráfica GAIPE Imagem Microsoft
As evoluções no mundo do trabalho, nas últimas duas décadas, marcam de forma decisiva a promoção das políticas e práticas de reconhecimento de adquiridos. As evoluções no mundo do trabalho relacionam-se com vários factores, entre os quais, a crescente mobilidade profissional, a mudança da natureza dos diplomas escolares, o triunfo da noção de competência nas práticas organizativas e formativas. A mobilidade profissional, para além de um imperativo do sistema económico, transformou-se num fenómeno social valorizado, o que reforçou a necessidade de se apostar em mecanismos de reconhecimento dos saberes adquiridos nos diversos contextos profissionais. As alterações na própria concepção de trabalho deram lugar à primazia das competências de banda larga, que podem ser adquiridas através de modalidades educativas formais, não formais e informais. Por seu turno, as evoluções tecnológicas e a competição internacional exigem uma gestão rigorosa dos recursos humanos. Estes factores justificam o relevo das políticas de reconhecimento de adquiridos enquanto estratégias orientadas para a gestão de recursos humanos. (…) A identificação e reflexão sobre os pressupostos orientadores do processo de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) são fundamentais para compreendermos alguns elementos de complexidade e tensões notórios nas lógicas de acção e nas práticas dos actores implicados na organização e funcionamento destes dispositivos. As políticas e práticas de reconhecimento de adquiridos experienciais “surgem na sequência de um conjunto de alterações sociais, económicas, do mundo do trabalho e científicas e são marcadas por concepções do homem” (Beger, 1991: 241). As políticas e práticas de reconhecimento de adquiridos experienciais fundamentam-se, essencialmente, em duas perspectivas muito distintas, para não dizer, opostas. Por um lado, a perspectiva inspirada na corrente humanista, na qual se basearam as práticas pioneiras de reconhecimento de adquiridos, centrada na pessoa, com finalidades de emancipação individual e social. Por outro, a perspectiva orientada para a gestão de recursos humanos ao serviço da competitividade económica. Presentemente, as práticas de reconhecimento de adquiridos experienciais são enquadradas por políticas de modernização económica e de gestão de recursos humanos. O predomínio actual desta última perspectiva, induz à subordinação das práticas de RVCC a “orientações de responsabilização individual, procurando ensinar os indivíduos a gerirem-se a si próprios como um capital e incitando-os a tornarem-se empresários de si mesmos” (Canário, 2006a, pp. 42-43), privilegiando-se a adaptação social e menosprezando-se o desenvolvimento pessoal, a perspectiva crítica e de mudança social.”
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Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa
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Tel.: 21 794 36 00
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E-mail: biblio@fpie.ul.pt
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