folheto

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Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA

Sugestão de Leitura

~ Educação

CUBAN, Larry, et al. – Against the odds: Insights from one district’s small school reform. Cambridge, Massachusetts: Harvard Education Press, 2010, IX, 169p

Revisão e Arranjo gráfico Tatiana Sanches, Divisão de Documentação imagem Microsoft

Sugestão de Leitura— Educação Uma iniciativa da Divisão de Documentação Novembro de 2012 Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação

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Uma vez mais encontramos Larry Cuban na senda das reformas educativas em bairros periféricos de baixos rendimentos económicos americanos. O caso que apresenta neste livro resulta de uma investigação das experiências e perceções dos participantes envolvidos na transformação das escolas secundárias de Mapleton, destacando o contributo da protagonista do processo, a filha de imigrantes Charlotte Ciancio, que fez todo o percurso escolar numa escola elementar e num colégio católico. Concluídos os estudos e a formação como professora, iniciou a sua carreira profissional executando métodos de ensino progressivos e criando centros de atividade. Após um mestrado em educação especial bilingue, trabalhou com crianças especiais e entrou para uma escola elementar como assistente do diretor e depois como diretora executiva da escola de Mapleton, onde deu forma ao seu projeto de reforma educativa. A reforma escolar é um processo usado por muitos governos que tentam mudar o sistema educativo, pensando sempre na melhoria dos serviços e dos objetivos. É com esta finalidade que se implementa um projeto para transformar pequenas escolas que melhor possam responder às necessidades dos alunos. Este livro documenta o lançamento de uma reforma escolar na Mapleton Public Schools, pequena cidade em Denver, no Colorado, onde se implantou uma mudança a favor de uma grande maioria populacional de baixos recursos económicos. Uma grande escola pública foi desmantelada e, em seu lugar, surgiram sete escolas pequenas, com uma variedade de currículos, para funcionar em três anos, doze jardinsde-infância para oito níveis num período de cinco anos, mudanças culturais, e estilos educativos. A história de Mapleton está ligada ao interesse de muitos professores que por lá passaram e gostaram do seu ambiente familiar, no qual pais, alunos e professores constituíam uma comunidade real estreita e muitos professores a escolheram para terem oportunidade para inovar. A campanha nacional surgiu em meados dos anos setenta, num período de grande recessão económica, com crescente criminalidade, pobreza e, a maioria das cidades, com população de baixo rendimento. Para além disso, o alastramento da economia japonesa, que ameaçava as indústrias nacionais no ramo automóvel e eletrónico tornou os americanos conscientes para a ineficiência das escolas e procura de um novo modelo académico, que desenvolvesse a economia. Deste modo, surgiu um movimento nacional, no qual os reformistas defendiam altos padrões académicos que produzissem licenciados que, por sua vez, incrementassem a produtividade e o crescimento económico. Os imigrantes latinos e asiáticos contribuíram para esse desenvolvimento. Apresenta-se o caso de uma imigrante que iniciou a escola elementar e contribuiu nesse sentido no decurso da sua carreira em Mapleton, localidade em que as pontuações dos testes eram os mais baixos do estado. O plano de reforma escolar efetuou-se em parceria com o Departamento de Educação do Colorado, segundo um

Sugestão de Leitura paradigma logístico de abordagens construtivistas de ensino e aprendizagem centradas na equipa de executivos e no estudante. Segundo esta reforma, a liderança escolar devia ser assumida por um diretor, que tivesse espírito empreendedor e que pudesse transmitir modus faciendi aos professores da uma equipa, com quem deviam partilhar a realização do objetivo, e não um “principal”, unicamente dirigista. Os diretores podiam ser contratados fora do distrito, assim como os professores que constituíam a equipa. Os contratos eram renegociados três anos depois. Para além da reestruturação escolar, verificou-se a dos transportes escolares, dos procedimentos orçamentais, das atividades extracurriculares no desporto, com programas que tiveram grande participação feminina. Estes gastos dificilmente podiam ser sustentados em escolas públicas, mas a questão da autonomia orçamental escolar era ainda muito irrealista. As perspetivas de professores e alunos e reação à reforma escolar em Mapleton foi bastante positiva e contribuiu para um desenvolvimento profissional muito significativo, por ter sido um desafio para os professores implementarem novas estratégias de ensino. Este modelo para pequenas escolas realçou o papel do governo, melhorou as oportunidades para os estudantes criarem padrões e normas de comportamento, possibilitou a novos professores e novos alunos a revisão das práticas educativas, dando origem a um melhor desempenho dos estudantes e relacionamento entre professores e alunos. Provou-se que o modelo melhorou o clima social da escola, tendo-se constatado o decréscimo nos conflitos entre os estudantes. Os estudantes que eram maltratados ou ameaçados encontraram um clima diferente e sentiam-se seguros. De acordo com a escola, a coesão das pequenas escolas trouxe o inconveniente da fraca comunicação entre os pares, deixando-os isolados no distrito quer em relação com a administração central, quer com as escolas e até com os múltiplos sites escolares. Questionou-se se a reforma mudou realmente Mapleton e se resultou, sendo a resposta positiva, como comprovam as pontuações dos vários indicadores apresentados. No entanto, as necessidades de reforma levam, em geral, tempo a ter um impacto no desempenho académico. O que era mais importante era saber se, após a análise da história e do contexto da reforma da pequena escola, a reforma seria sustentável, o que dependia da combinação de fatores políticos internos e externos. Os internos relacionados com as situações logísticas e financeiras, e os externos, com os decisores políticos e as legislaturas, que podem reforçar, comprometer ou acabar com uma reforma. Num tempo de restrições económicas, a sustentabilidade das reformas depende dos ganhos demonstráveis através do desempenho dos estudantes. É necessário reavaliar a práticas, experimentar novos modelos, encorajar os professores e administradores a inovarem. Recensão de Edma Satar, Bibliotecária


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