Exposição dislexia 02/2015

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«Até finais do séc. XIX atribuíam-se todas as dificuldades e atrasos de aprendizagem a um deficit do nível intelectual das crianças que os sofriam. Só então - nas últimas décadas deste século [XX] - se começa a reconhecer a existência de crianças que, embora aparentemente dotadas de uma inteligência normal, experimentam, contudo, dificuldades específicas na aprendizagem da leitura. De formações científico-profissionais diferentes, os especialistas que desde logo se começaram a interessar por este problema, apesar de terem desenvolvido as suas investigações segundo perspectivas diversas, concordaram contudo na identificação desta perturbação específica. (…) Pode-se assim confirmar a hipótese, já anteriormente aventada, de algumas dessas crianças que se mostram incapazes ou experimentam graves dificuldades na aprendizagem da leitura, possuírem um nível de inteligência normal. Comprovada esta hipótese, puderam os especialistas reconhecer e afirmar a existência, em certas crianças, de uma perturbação específica incidindo neste domínio da sua capacidade de aprendizagem e que não se pode de modo nenhum atribuir a uma deficiência intelectual. Oftalmologistas, neurologistas, psiquiatras, psicólogos e educadores, multiplicaram então as investigações visando um conhecimento rigoroso deste problema que permitisse a sua descrição exata, a definição das suas causas e a consequente apresentação de prescrições para o seu tratamento. (…) Geralmente costuma dizer-se que uma criança com “dificuldades de aprendizagem” é aquela que manifesta uma discrepância educacionalmente significativa entre o seu nível intelectual e a sua capacidade de aprender (…), apesar de: uma frequência escolar regular e um ensino adequado; um exame médico-psicológico cuidoso nos revelar um bom nível intelectual (…), ausência de quaisquer enfermidades ou perturbações orgânicas nos órgãos dos sentidos, ausência de quaisquer perturbações do comportamento. Também a criança disléxica dispõe de todos estes factores favoráveis, positivos e “normais” (relativamente à maioria das crianças da sua idade), mas experimenta, contudo, “anormais” dificuldades de aprendizagem. (…) Porém, ao falarmos em “dislexia” referimonos a uma incapacidade, perturbação ou dificuldade que apenas atinge um campo específico e bem definido da aprendizagem exigida à criança. (…) “A dislexia é uma dificuldade específica e durável da aprendizagem da leitura e da escrita, em que não houve a aquisição do seu automatismo, e experimentada por crianças normalmente inteligentes, normalmente escolarizadas e indemnes de perturbações sensoriais” afirmam-nos P. Debray-Rittyen e B. Mélékian». (…) Estas posições (…) defendem a absoluta associação e ligação das diversas funções da linguagem e especialmente da linguagem escrita. Dislexia será assim o termo único e global que designa qualquer dificuldade grave ou mesmo incapacidade em compreender, reproduzir e integrar os símbolos escritos.» AGUIAR, Maria Stela, 1949A disléxia e a criança disléxica: apresentação do problema: suas implicações na vida escolar e profissional. [Lisboa] : GEP/NEE

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Mostra bibliográfica sobre Dislexia

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Dislexia

Uma iniciativa da Divisão de Documentação Fevereiro de 2015

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