Folheto envelhecimento

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Roncon, Joana & Menezes, Isabel Consulta psicológica comunitária e terceira idade / Joana Roncon, Isabel Menezes In: Cadernos de consulta psicológica / dir. Bártolo Paiva Campos : Universidade do Porto. - Porto, 1993, pp. 29-36. - Nº 9

Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA

Mostra bibliográfica sobre Envelhecimento e adaptação

mostra bibliográfica Envelhecimento e adaptação

Uma iniciativa da Divisão de Documentação Agosto de 2013

Concepção gráfica GAIPE Imagem Microsoft

“As representações sociais da velhice revelam frequentemente uma duplicidade de significados: por um lado, a imagem do “avô”, do “contador de histórias”, do detentor de experiências de vida peculiares porque distantes e “antigas”; por outro, o “improdutivo”, aquele que é incapaz de lidar eficazmente com tarefas do quotidiano, que é dependente de terceiros para sobreviver, que “pesa” sobre os outros e simultaneamente revela um distanciamento emocional face aos acontecimentos de vida e às próprias pessoas. A construção destas concepções está, naturalmente, relacionada com as transformações bio-psico-sociais características desta etapa do desenvolvimento humano (e.g. debilidade da saúde física, perda de memória a curto-prazo mas manutenção da memória a longo-prazo, rigidez do pensamento, inactividade laboral,…) (Birren & Schale, 1985). A internalização destas representações pelos próprios idosos interfere com a imagem de si próprio e com a sua relação com o mundo, com consequências ao nível da identidade, da responsabilização face à sua vida e da interacção social. Saliente-se que a velhice é uma ocasião de balanço, de atribuição de sentido à vida passada e de aceitação de um percurso pessoal. Confrontando-se com a inalterabilidade do passado e a exiguidade do futuro, o indivíduo terá de construir um significado global da sua existência, garantindo a “integridade do eu” que é essencial para continuar (Erikson, 1989). Saliente-se, ainda, que a institucionalização dos idosos é uma situação cada vez mais comum, quer quando a decisão é tomada pelo próprio (por exemplo, a morte do cônjuge pode provocar problemas persistentes para um idoso, tanto a nível da manutenção da sua vida diária como da percepção que tem da sua competência em manter uma vida independente) quer quando é imposta por outros (pelos filhos, pela falta de condições objectivas ou subjectivas para garantir uma certa qualidade de vida, ou compulsivamente na sequência de, por exemplo, demolição de casas para construção de obras públicas, como foi o caso da via de cintura interna do Porto). A institucionalização é, sem dúvida, uma transição de vida importante para o idoso, exigindo a adaptação a novos papéis, relações e espaços. (Fretz, 1991; Moos & Lemke, 1985). (…) Contribuir para que este processo desenvolvimental decorra num contexto em que a pessoa se sente relevante, respeitada e capaz de gerir autonomamente a sua vida, dentro das suas limitações inerentes ao seu estado de saúde físico e psicológico, é um objectivo da intervenção psicológica (…) para a terceira idade.”

Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA

Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa

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Tel.: 21 794 36 00

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E-mail: biblio@fpie.ul.pt

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