«Todos sabemos que a compreensão do suicídio exige
Quartilho, Manuel João - Suicídio: aspectos sociais e culturais. In: Comportamentos suicidários em Portugal / coordenadores da edição Bessa Peixoto, Carlos Braz Saraiva, Daniel Sampaio. - [Lisboa] : Sociedade Portuguesa de Suicidologia, 2006, pp. 55-74
Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA
mostra bibliográfica
Mostra bibliográfica sobre Suicídio: contextos e intervenções
Suicídio: contextos e intervenções
Uma iniciativa da Divisão de Documentação Agosto de 2014
Conceção gráfica GAIPE Imagem Microsoft
um esforço interdisciplinar, global. Se considerarmos algumas das diversas perspectivas de abordagem, a sociologia aparece ligada aos contributos de Durkheim, interpretando o suicídio como um índice de bem estar social, ao longo de um espectro que considerou as categorias egoísta, altruísta, anómica e fatalista. A abordagem psicológica, por sua vez, valoriza habitualmente a presença de conflitos internos, de sintomas e comportamentos individuais, inspirando-se em orientações teóricas que vão da psicanálise às teorias da vinculação e teorias cognitivo-comportamentais. A perspectiva médica convencional sobre o suicídio, finalmente, privilegia a dimensão biológica das doenças mentais e dos comportamentos suicidários. (…) O suicídio é um claro exemplo de interacção entre factores individuais e factores sociais e culturais. As perturbações mentais e o abuso de substâncias, os antecedentes traumáticos na infância e na idade adulta, os fenómenos de rejeição, o isolamento social, as dificuldades económicas, as perdas e conflitos relacionais e os traços de personalidade individuais, como a impulsividade, todos estes factores podem aumentar o risco de suicídio. Aqueles que ficam para trás, por exemplo, na sequência de fenómenos de migração interna, também parecem correr um risco aumentado.(…) Embora muitos aspectos do comportamento suicida obedeçam a influências culturais, os actos suicidas individuais não constituem uma reprodução linear de guiões culturais. Os casos individuais envolvem muitas vezes uma mistura complexa de influências culturais e individuais, de elementos convencionais e não convencionais. O conhecimento dos guiões dominantes pode ajudar a distinguir as influências individuais dos factores culturais. E este conhecimento pode igualmente ajudarnos a evitar leituras puramente culturais, e portanto estereotipadas, dos comportamentos suicidas.»
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Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa
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E-mail: biblio@fpie.ulisboa.pt
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